UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM...
Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM...
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
NOVAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS
PARA ANTIGOS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM
Por: Lillian Auguste Bruns Carneiro
Orientador
Prof.ª Mary Sue Carvalho Pereira
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
NOVAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS
PARA ANTIGOS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Tecnologia da Educação
Por: . Lillian Auguste Bruns Carneiro
3
AGRADECIMENTOS
A minha família,
por suportarem minha ausência
durante tantos sábados.
4
5
DEDICATÓRIA
Aos meus alunos, em especial ao
Vitor e ao Bernardo,
por terem compartilhado comigo
suas descobertas
"A toda hora rola uma estória
Que é preciso estar atento A todo instante rola um movimento
Que muda o rumo dos ventos Quem sabe remar não estranha
Vem chegando a luz de um novo dia O jeito é criar um novo samba Sem rasgar a velha fantasia."
(PAULINHO DA VIOLA, Rumo dos Ventos)
6
RESUMO
O presente trabalho pretende apresentar, por meio do levantamento dos
planos de aula publicados pela revista Nova Escola no período de 2006 a
2011, as possibilidades do uso das tecnologias da informação e comunicação
como instrumentos favoráveis ao desenvolvimento cognitivo de alunos com
dificuldades de aprendizagem. Pretende verificar os benefícios específicos que
as crianças das diferentes classes sociais podem obter no emprego dessas
tecnologias como ferramenta didática capaz de promover a aprendizagem em
sua forma mais ampla.
As diferentes dificuldades específicas da aprendizagem e os transtornos
que causam no cotidiano escolar podem ser minimizados mediante ao uso das
tic's já incorporadas no dia a dia escolar. De acordo com Vitor da Fonseca-
Professor Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa- , uma criança com
dificuldades de aprendizagem não é uma criança deficiente, já que possui um
perfil motor adequado, uma inteligência média, uma adequada visão e audição.
Desta forma, a análise dos planos de aula cuja metodologia baseia-se nas
TICs, buscará as propostas de interação e trocas interindividuais, como
propõe Vygotsky e que poderão vir a ser ferramentas essenciais para o
desenvolvimento cognitivo dos alunos com dificuldades específicas de
aprendizagem.
7
METODOLOGIA
Este estudo pretende analisar planos de aula publicados na Revista
Nova Escola no período de 2006 a 2011 ( 5 anos) , tanto na sua versão
impressa quanto na sua versão virtual, especialmente aqueles que fazem uso
das TICs como ferramentas de aprendizagem. A escolha desse período
coincide com disponibilidade on line desses exemplares.
A abordagem do material selecionado será feita sob uma perspectiva
indutiva, pois pretende verificar a frequência com que as novas tecnologias da
informação e comunicação são empregadas como método de ensino de
diferentes conteúdos. e cuja fundamentação teórico-metodológica está
baseada na interação e trocas interindividuais, como propõe Vygotsky.
Na ação mediadora entre aluno-aluno e aluno-professor(a) será
observada a promoção da aprendizagem significativa, relacionando o sucesso
ou o fracasso escolar com os benefícios que as crianças com dificuldades de
aprendizagem obtém quando fazem uso das tic's.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - As diferentes dificuldades específicas da aprendizagem e o
transtornos que causam no cotidiano escolar 12
CAPÍTULO II - Desafios suscitados pelo uso das novas tecnologias como
ferramenta didática para a inserção dos alunos com transtornos específicos de
aprendizagem. 20
CAPÍTULO III – A Revista Nova Escola e a tecnologia da informação e
comunicação como ferramenta de ensino 27
CAPÍTULO IV – A importância da formação continuada de professores
mediante ao uso de novas tecnologias da informação e comunicação 38
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIA CITADA 48
ÍNDICE 50
FOLHA DE AVALIAÇÃO
9
INTRODUÇÃO
As novas tecnologias da informação e comunicação (TIC), estão cada
vez mais inseridas na sociedade e o ambiente escolar deve fazer uso dessas
ferramentas como facilitadoras do processo educativo , promovendo, assim, a
inclusão, interação e ampliação das oportunidades de aprendizagem dos
diferentes alunos em suas diferentes necessidades. Essas tecnologias, quando
usadas no ambiente escolar, são ferramentas importantes para a promoção da
aprendizagem de alunos com diferentes características e habilidades. O
movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e
pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de
estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de
discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional
fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e
diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de
equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da
exclusão dentro e fora da escola.
A politica de educação inclusiva tem como objetivo oferecer educação
completa e de qualidade a todos os alunos.
De acordo com o Mec:
“A Secretaria de Educação Especial (Seesp) desenvolve
programas, projetos e ações a fim de implementar no país
a Política Nacional de Educação Especial. A partir da
nova política, os alunos considerados público-alvo da
educação especial são aqueles com deficiência,
transtornos globais de desenvolvimento e com altas
habilidades/superdotação.” ( http://portal.mec.gov.br, em
5 de maio de 2011)
10
A Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, institui as
diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica.
“Art. 3º Por educação especial, modalidade da educação
escolar, entende-se um processo educacional definido
por uma proposta pedagógica que assegure recursos e
serviços educacionais especiais, organizados
institucionalmente para apoiar, complementar,
suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços
educacionais comuns, de modo a garantir a educação
escolar e promover o desenvolvimento das
potencialidades dos educandos que apresentam
necessidades educacionais especiais, em todas as
etapas e modalidades da educação básica.”
A política de inclusão, atualmente em vigor, reconhece como aluno
especial aquele que apresenta deficiência, transtornos globais de
desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação. Porém, é comum
observarmos nas classes escolares que o aluno diagnosticado com transtornos
específicos de desenvolvimento também necessita de atendimento
especializado, se desejamos garantir sua permanência e sucesso escolar.
Devido a uma formação restrita a domínio de conteúdos, o professor
tende a buscar uma homogeneidade educacional, colocando dentro de um
mesmo esquema classificatório todos os alunos de sua classe. Essa ação
acaba por ser reproduzida nos diferentes níveis educacionais, estabelecendo,
assim, um modelo pré-determinado de aprendizagem. Esse modelo costuma
excluir os alunos que necessitam de outras estratégias de ensino que
promovam verdadeiramente a sua aprendizagem.
A reorganização dos currículos e dos planejamentos educacionais com
o intuito de oferecer aos alunos com necessidades especiais as mesmas
oportunidades de aprendizagem deve se tornar um cenário bastante comum
nas escolas brasileiras. Esse novo desafio exige da professora uma formação
diferenciada e, sendo assim, é necessário buscar novos saberes para atualizar
11
sua prática de ensino. Esses saberes provocarão quebras de paradigmas e
acenderão luzes sobre novos marcos teórico-metodológicos. As novas
tecnologias da informação e comunicação, quando usadas no ambiente
escolar, podem tornar-se ferramentas importantes para a promoção da
aprendizagem de alunos com diferentes características e habilidades.
Os cursos de capacitação de professores para a prática da Educação
Inclusiva oferecidos, sejam por meio das instituições públicas ou particulares
de ensino, procuram determinar os aspectos acadêmicos e pedagógicos que
fundamentam essa ação. Intencionam marcar de maneira definitiva a
necessidade da inclusão de todos os alunos. A opção por transformar as
novas tecnologias de comunicação em material didático surge como
possibilidade de atendimento e inclusão de alunos com necessidades
especiais. A medida em que aumenta a pesquisa sobre programas de
computador que auxiliam no alívio de alguns dos sintomas do déficit de
atenção e hiperatividade (TDAH) por meio de exercícios cujo objetivo é
estimular a memória, aumenta, também, a possibilidade de ampliar seu uso
para as classes regulares de alunos. Em algumas áreas metropolitanas, o
acesso às diferentes tecnologias é facilitado pelas ações do governo e pela
iniciativa privada. (www.baixadadigitalrj.com.br)(http://www.mec.gov.br /
noticias- do -site/).
Desta forma, esse estudo pretende verificar de que maneira as novas
tecnologias da informação e comunicação (TIC), já inseridas e ambientada no
contexto educacional, estão sendo usadas como ferramentas para a
promoção de práticas pedagógicas inclusivas e alternativas no atendimento de
alunos com necessidades específicas de aprendizagem.
Este estudo pretende analisar planos de aula publicados na Revista
Nova Escola no período de 2006 a 2011 ( 6 anos) , tanto na sua versão
impressa quanto na sua versão virtual, identificando aqueles que fazem uso
das TICs como ferramentas de aprendizagem. A abordagem do material
selecionado será feita sob uma perspectiva indutiva, pois pretende verificar a
frequência com que as novas tecnologias da informação e comunicação são
empregadas como método de ensino de diferentes conteúdos. e cuja
12
fundamentação teórico-metodológica está baseada na interação e trocas
interindividuais, como propõe Vygotsky. Na ação mediadora entre aluno-aluno
e aluno-professor(a) será observada a promoção da aprendizagem
significativa, relacionando o sucesso ou o fracasso escolar com os benefícios
que as crianças com dificuldades de aprendizagem obtém quando fazem uso
das tic's.
13
CAPÍTULO I
As diferentes dificuldades específicas da aprendizagem e o transtornos que causam no cotidiano escolar
Usamos de maneira indiferenciada os termos dificuldades de
aprendizagem, distúrbios da aprendizagem e transtornos de aprendizagem.
Esse fenômeno específico da aprendizagem pode ser explicado por um
conjunto de teorias consistentes. A literatura sobre o assunto é bastante vasta
e fundamentada em concepções que, muitas vezes, são divergentes entre si.
Segundo Nutti,
A definição do que se considera como distúrbio,
transtorno, dificuldade e/ou problema de aprendizagem é
uma das mais inquietantes problemáticas para aqueles
que se atuam no diagnóstico, prevenção e reabilitação do
processo de aprendizagem, pois envolve uma vasta
literatura fundamentada em concepções nem sempre
coincidentes ou convergentes .(NUTTI, 2011)
A abordagem comportamental refere-se ao termo distúrbio de maneira
patológica. Existe uma problemática no organismo do sujeito e que pode ser
tratada a partir de um condicionamento operante (Skinner). Esse
condicionamento acontece por meio ações pedagógicas de reforço positivo. As
disfunções observadas no processamento das informações são passíveis de
tratamento. Melhor dizendo, é um distúrbio de aprendizagem aquilo que
obrigatoriamente remete a um problema ou a uma doença que acomete o
aluno em nível individual e orgânico (Nutti, 2011). Desta forma, baseando-se
no diagnóstico do distúrbio de aprendizagem, a intervenção indicada estaria
voltada para a melhoria da atenção, memória, da discriminação auditiva ou
visual, enfim, melhoria da habilidade que está prejudicada.
14
A abordagem cognitivista está diretamente relacionada aos aspectos
da estrutura do pensamento e seu processo de elaboração, bem como do
modo como as pessoas percebem, aprendem, recordam e pensam sobre a
informação. Trata as dificuldades como problemas de aprendizagem e estão
relacionadas a defasagens de ordem pedagógicas como falhas no método de
ensino, atuação do professor, dificuldade em compreender novas culturas e
outras ações inerentes ao processo escolar. Piaget foi um dos principais
representantes dessa linha de pensamento. Segundo La Taille (19920, Piaget
não elaborou uma teoria da aprendizagem, mas sim uma teoria do
desenvolvimento mental. Esse desenvolvimento tende a seguir um esquema
de assimilação e acomodação. Ou seja: uma reestruturação da estrutura
cognitiva (esquemas de assimilação existentes) do indivíduo, o que resulta em
novos esquemas de assimilação mental.
Entendendo que desenvolvimento é um termo que abrange diferentes
fases da vida do ser humano, outro aspecto é imprescindível para o
entendimento dos fatores que influenciam direta e indiretamente a
aprendizagem do aluno: a maturação.
Definimos como maturação o processo de desenvolvimento biológico
que ocorre numa série de etapas e de forma semelhante. Ela inicia-se na vida
embrionária e vai até a morte. No instante em que o indivíduo estabelece
contato com o meio em que vive, inicia o processo de desenvolvimento das
suas habilidades e aptidões, de acordo com sua maturidade física, emocional,
menta e social.
Segundo Campos (1986, p.76) "O ambiente atua apenas no sentido de
propiciar condições para que a maturação se dê completamente, mas sozinho
nada poderá criar no indivíduo".
Há uma relação interdependente entre os diferentes processos pelos
quais a aprendizagem acontece. O processo cognitivo depende do afetivo que,
por sua vez, influi no psicológico estando este relacionado com o psicomotor
como o físico e o emocional. Todos são igualmente importantes e processam-
se simultaneamente.
15
A abordagem psicanalista traz uma nova compreensão do
desenvolvimento afetivo do aluno. percebendo inabilidades ou dificuldades
como algo que está mais relacionado à problemas de ordem psicopedagógica
e/ou sócio - culturais, ou seja, o problema não está centrado apenas no aluno
(Nutti, 2011), mas a fatores internos do mundo do aluno como personalidade,
temperamento e conflitos emocionais. Melhor dizendo, a compreensão de
como esse aluno se relaciona com o mundo que o cerca e de que maneira ele
reage ao que acontece dentro do espaço escolar. Essa abordagem exige que
a professora reconheça no aluno a sua estrutura emocional e que as ações
diárias, sejam elas realizadas dentro ou fora da escola, interferem diretamente
no desempenho.
Segundo Rossini (2008) a criança pensa, sente e age e ao longo da vida
encontrando inúmeras oportunidades de desenvolver sua afetividade.
Entretanto, quando não são dadas condições para que seu emocional floresça
e ganhe espaço, a falta de afetividade leva à rejeição aos livros, à carência de
motivação para a aprendizagem, à ausência de vontade de crescer. Portanto,
é fundamental que a aprendizagem esteja conectada ao ato afetivo. Ela deve
ser gostosa e prazerosa, caso contrário a ação do ser humano como ser social
estará comprometida, sem expressão, sem força, sem vitalidade.
O desejo de aprender é inerente ao seu humano. Esse desejo de
conhecimento deve ser impulsionado e estimulado pelo professor, já que o
processo de aprendizado é desencadeado a partir da motivação, isto é, pelo
desejo de participar ou engajar-se na aprendizagem.
Seja qual for a teoria que ampara o diagnóstico da desabilidade da
aprendizagem apresentada por um determinado grupo de alunos, ela existe e
habita as classes do ensino fundamental e médio. Segundo a ABDA –
Associação Brasileira de Déficit de Atenção – esse problema afeta um pouco
mais de 10% da população mundial e costuma ser mais comum em meninos
do que em meninas.
Segundo Diament em seu ensaio sobre A Neurofisiologia da
Aprendizagem:
16
“(7) a própria aprendizagem parece ser a resultante de
complexas operações neurofisiológicas e
neuropsicológicas e os mecanismos envolvidos, embora
não totalmente conhecidos, compreendem uma série de
fatores: a importância dos processos neurológicos, o
papel da atividade bioelétrica, a dependência de reações
bioquímicas, os arranjos moleculares nas células
nervosas e gliais, a eficiência sináptica, o metabolismo
proteico e assim por diante. (www. pediatrasaopaulo.usp.
br/upload/pdf/787.pdf Acessado em 18 de jul de
2011.p.83 )”
As áreas relacionadas com os processos emocionais ocupam territórios
bastantes grandes no encéfalo, destacando-se entre elas o hipotálamo, a área
pré-frontal e o sistema límbico. A maioria dessas áreas está relacionada com
a motivação, em especial com os processos motivacionais primários. Também
controlam o sistema nervoso autônomo, cuja participação é importante na
expressão das emoções. O cérebro límbico pode selecionar o que aprender de
uma experiência.
Segundo Relvas,
“aprender é um ato desejante e sua negação é o não
aprender. O desejo é movido pelo inconsciente, que
nesse momento do aprender ou não aprender responde
as informações libidinadas (negação, recusa, omissão,
rejeição etc.)”... (RELVAS, 2009, p. 59 )
Portanto, se o ambiente não é seguro, se o aluno sente medo ou está
apreensivo, se a situação lhe é desagradável enfim, se não despertamos em
seu cérebro o desejo de aprender, todo o esforço será em vão, já que não
exploraremos ao máximo o seu desempenho motor e a sua habilidade em
aprender, tanto numa atividade motora quanto numa informação intelectual. O
aluno, antes de aprender, precisa estar motivado para aprender.
17
Branquinho, em publicação na página WebArtigos. Com1, cita Cunha e
Ferla (2002):
“Aprendizagem é uma modificação relativamente
duradoura do comportamento através de treino,
experiência e observação. Para que a aprendizagem
provoque uma efetiva mudança de comportamento e
amplie cada vez mais o potencial do educando, é
necessário que ele perceba a relação entre o que está
aprendendo e a sua vida, pois as pessoas aprendem de
maneiras diversas, conforme diferentes elementos.”
(Cunha e Ferla, 2002)
A capacidade de aprender está presente em todos os indivíduos,
restando ao educador propiciar a estimulação emocional do individuo com
aquilo que está sendo ensinado.
Segundo Relvas: A emoção está para o prazer assim como o prazer
está para o aprendizado, e a autoestima é a ferramenta que movimenta os
estímulos para gerar bons resultados. (2009, p.59)
Na sala de aula é comum encontrarmos alunos que apresentam
características marcantes de transtornos de aprendizagem. Como professores,
somos os primeiros a observá-las e cabe a nós sinalizarmos aos responsáveis,
solicitando uma avaliação multidisciplinar do aluno.
Observamos características acadêmicas comuns como, por exemplo2,
a) na leitura:
fluência média, difícil identificação das palavras; compreensão desigual; perde-
se na leitura frequentemente; precisa ler oralmente, não consegue ler
silenciosamente; esquece o que lê; tem baixo desempenho em trechos longos;
desempenho médio em trechos curtos; evita ler.
1 - http://www.artigos.com/artigos/humanas/educacao/o-processo-emocional-no-desenvolvimento-da-aprendizagem-2210/artigo/ Acessado em 18 de jul de 2011 2 Lista de pontos observáveis no desempenho do aluno que podem indicar tdah, de acordo com a
ABDA.
18
b) na linguagem escrita:
ideias criativas; problemas de planejamento e organização; não consegue
começar; caligrafia imatura; fraco em ortografia; velocidade lenta; produção
mínima. mecânica fraca (letra maiúscula/pontuação).
c) em matemática: altamente inconsistente; erros por desatenção; conceitos matemáticos
médio/forte; execução lenta com lápis/papel; lembrança fraca de fatos.
alinhamento numérico fraco.
d) habilidades de estudo e organização: perde coisas frequentemente; fraco
em anotações; esquece matérias e tarefas; fraco em priorizações e
planejamentos; má administração de tempo; tarefas incompletas; precisa de
esclarecimentos e lembretes frequentes.
Apesar e além do diagnóstico que possa vir a se confirmar ou não,
estamos diante de um desafio que requer nossa atenção – a dificuldade de
aprendizagem do aluno. Promover o desenvolvimento intelectual desse aluno é
a nossa meta como educadores. Sendo assim, conhecer as causas da
problemática apresentadas pelos aluno no seu processo de aprendizagem
facilita o seu diagnóstico e oferece condições para o replanejamento das
atividades. Afastar do diagnóstico as explicações simplistas como “preguiça”,
“falta de vontade”, “rebeldia”, são etapas importantes para a reflexão mais
profunda sobre as causas das dificuldades de aprendizagem.
Outros fatores também prejudicam a observação mais profunda do
processo de aprendizagem do aluno como o número excessivo de crianças por
turma; falta de tempo de estudo e atualização pedagógica, falta de encontros
pedagógicos entre professores e seus pares e com especialistas, bem como a
falta de material pedagógico necessário para desenvolver novas estratégias.
Esses fatores acabam refletindo na atuação da professora que se sente
frustrada por não conseguir atingir de maneira pelo menos satisfatória aquele
aluno especial.
19
Ter clareza sobre as possíveis causas dos transtornos, reconhecer
suas características principais e expressões no dia a dia da criança traduz,
segundo Bossa (2011), um olhar diferenciado. Esse olhar diferenciado sobre o
desempenho do aluno possibilita diferenciar o que está sendo analisado.
Significa reconhecer a diferença entre uma dificuldade de leitura e troca de
fonemas de uma dificuldade em conservar números ou até mesmo uma escrita
imprecisa. O olhar diferencidado requer acuidade es relacionar cada ponto
observado com o seu possível encaminhamento para um diagnóstico preciso e
tratamento adequado.
A Organização Mundial da Saúde estabelece como transtornos da
aprendizagem as dificuldades que não estão relacionadas as disfunções do
corpo humano. Melhor dizendo, o transtorno está associado ao funcionamento
do organismo. Desta forma, a OMS entende que o transtorno pode se
estabelecer num organismo que, apesar de íntegro, não funciona
adequadamente. O cérebro do portador de um determinado transtorno não
estabelece
A observação desses transtornos pode acontecer, na escola, em
diferentes ambientes e por diferentes profissionais. É importante que essa
equipe multidisciplinar esteja em contato constante para que as suas
observações possam integrar-se e redesenhar esse sujeito observado. Em
seguida, a análise dessas diferentes situações do cotidiano escolar precisa de
referencial teórico consistente. A escolha da linha de trabalho vai depender da
demanda emergencial que o aluno apresenta, pois todas as crianças podem
aprender.
Apesar ou além das suas dificuldades, toda a criança é capaz de
aprender desde que receba atenção e tratamento adequando. Esse direito está
garantido na nossa Constituição Federal de 1988 e na Lei 9.394/94, além de
constar na legislação do Conselho Nacional de Educação o amplo amparo aos
alunos com dificuldades de aprendizagem. O quadro das dificuldades de
aprendizagem absorve uma diversidade de necessidades educacionais,
associadas a: problemas psicolinguísticos (dislexia e disfunções correlatas),
psicomotores, motores, cognitivos (atenção, concentração, percepção,
20
memória) hiperatividade e ainda a fatores ambientais e socioeconômicos,
como as privações de caráter sociocultural e nutricional.
Em janeiro de 2008 foi entregue ao Sr. Ministro da Educação, um
documento elaborado pelo grupo de trabalho nomeado pela portaria ministerial
nº 948/2007 intitulado Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
da Educação Básica. Esse documento teve, como objetivo principal, construir
as bases para a discussão acerca das políticas públicas promotoras de uma
educação de qualidade para todos os alunos (p.5/2008).
No mesmo ano, o Decreto Nº 6.571, de 17 de setembro afirma, em seu
parágrafo 2º: que O atendimento educacional especializado deve integrar a
proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser
realizado em articulação com as demais políticas públicas. Já o artigo 3º
garante a formação continuada de professores para o atendimento educacional
especializado.
Por tanto, pode-se afirmar que o atendimento ao aluno com dificuldades
de aprendizagem, sejam elas da ordem global ou específica, está garantida
por lei e devemos todos nós, agentes de educação, nos prepararmos para
melhor receber esses alunos em nossas classes.
21
CAPÍTULO II
Desafios suscitados pelo uso das novas tecnologias como
ferramenta didática para a inserção dos alunos com transtornos
específicos de aprendizagem.
O uso do termo novas tecnologias na Educação carece de definição.
Primeiramente teremos de definir de qual tecnologia estamos falando já que
cada uma delas ( a mecânica, a eletrônica, a hidráulica, a química, a
alimentícia e tantas outras) terá características próprias e singulares. As que
afetam mais proximamente a presente pesquisa está no ramo da eletrônica.
No entanto, os avanços da TI nos autorizam a buscar sucedâneos nos
sistemas neurais.
A característica principal da tecnologia eletrônica é a sua generalização
e penetrabilidade, pois se aplica ao controle de forma geral afetando todo o
espectro da ação social. Desta forma, as novas tecnologias causaram um
grande impacto sobre a Educação e, por conseguinte, na escola. Todos
concordam que não é mais possível ignorar o uso dessa nova tecnologia como
ferramenta audiovisual. Elas podem melhorar tremendamente a quantidade e a
qualidade da atividade escolar oferecida além de disseminar conhecimento e,
especialmente, promover novas relações entre professor-aluno e aluno-aluno.
Do ensino curricular mais tradicional às formas mais "alternativas" educar,
qualquer escola só tem a ganhar com a introdução de recursos advindos da
informática e da internet. Essas novas ferramentas têm contribuído
sobremaneira para uma total mudança nas práticas educacionais, não apenas
como mediadoras de conhecimento e informação, mas em outros tantos
aspectos. Seja na leitura, na forma da escrita e até como instrumento
complementar na sala de aula ou como estratégia na divulgação de
informação, essas novas tecnologias estão presentes no cotidiano da
sociedade e, por conseguinte, no cotidiano escolar. Enciclopédias, dicionários,
22
livros, websites, imagens, animações, vídeos... São tantas as informações
disponíveis na internet, em variados formatos e fontes, que não é difícil se
perder entre as janelas abertas do navegador, em uma espécie de labirinto
digital. Nesse cenário, os novos modos de acessar e ler textos em enorme
quantidade e codificados em diferentes linguagens tornam-se um grande
desafio. As novas tecnologias estão presentes no ambiente de sala de aula,
ainda que seja no celular de um aluno, nos laboratórios, na secretaria escolar,
enfim, em cada um e em todos os ambientes educativos.
Apesar de toda essa contribuição, é certo que a Internet não é a solução
para todos os problemas que encontramos no nosso dia a dia. No papel de
ferramenta de apoio, ela não deve ser considerada como substituta de outras
práticas, como aquelas advindas do relacionamento interpessoal. O uso
proveitoso das TIC's depende de intermediações inteligentes e articuladas,
preestabelecidas para fornecer um ambiente de aprendizagem. Esse é o papel
do professor : oferecer aos alunos orientação para consultas e pesquisas,
aproveitando melhor a agilidade desse meio, uma das maiores vantagens das
informações disponíveis na rede mundial.
Segundo Lotito, (portal EducaRede)
“É necessário que o professor entenda a internet como
instrumento cognitivo e assuma o papel de estimular uma
ampla gama de aprendizagens, orientando os alunos a se
tornarem aptos a pesquisar, publicar e interagir na
internet com segurança, crítica e autonomia, dentro ou
fora da escola.” (LOTITO, 2011)
Até a pouco tempo atrás acreditava-se que ensinar a ler e a escrever
era uma tarefa que requeria muita prática e repetição. A prática pedagógica
baseada nessa crença fundamentava-se, basicamente, no oferecimento de
exercícios similares e constantes. Fomos ensinados a acreditar que a repetição
constante pode levar um aluno a ler e a escrever melhor. Nas aulas de
alfabetização, a reescritura de uma mesma palavra era considerada como
23
exercício de fixação essencial para que houvesse o domínio completo dos
fonemas/letras que se desejava ensinar.
Com o advento da Informática Educativa, o computador passou a ser
visto como uma máquina de ensinar. Os programas autoinstrutivos passaram a
dominar as salas de informática e as atividades diretivas eram (e ainda são)
apreciadas como uma possibilidade de revisão e reforço escolar.
De acordo com Fernandes (2003) :
“Ao analisar as possibilidades de introduzir os recursos
computacionais nas práticas educacionais, com o objetivo
de transformar o processo ensino-aprendizagem , é
preciso delinear uma base conceitual que, por um lado.
represente um movimento de integração entre diferentes
teorias e, por outro, possa conduzir a compreensão do
fenômeno educativo em sua multiplicidade e concretude.”
(Fernandes, 2003)
Considerado o panorama educacional dentro da perspectiva das
abordagens pedagógicas apresentadas no capítulo anterior, dispomos de
teorias de aprendizagem que nos possibilitam ampliar o que consideramos
como formas de aprender, conforme as competências e habilidades
individuais.
Uma atividade significativa precisa ser desafiadora. Esse desafio
proposto deve ser possível de ser realizado e gerar conhecimento útil para o
aluno. Deve respeitar as etapas do seu desenvolvimento natural que, de
acordo com a teoria piagetiana, passe de um estágio de desenvolvimento a
outro mais significativo. A resistência inicial oferecida pelo aprendente deve
modificar-se a fim de acomodar o novo conhecimento.
Algumas escolas dispõem de laboratórios de informática. O uso desse
laboratório pela professora da classe dependerá de qual a relação que esta
estabelece com aquele. A equipe de professores costuma desenvolver visões
distintas para o uso do laboratório de informática educativa. São algumas
delas: a) a professora resiste ao trabalho realizado no laboratório de
24
informática, pois não quer se envolver com esta atividade, b) a professora
aceita de bom grado esse trabalho mas não consegue estabelecer uma
proximidade com aquilo que está trabalhando na classe, c) acontece uma
pequena integração entre a professora da classe com a equipe de informática,
podendo vir até a traçar juntos algumas atividades em comum e, finalmente, d)
a professora conduz seus alunos aos computadores e desenvolve atividades
em conjunto com a equipe de informática que estão inseridas no projeto
pedagógico da escola.
Devido ao distanciamento que algumas professoras ainda mantém
dessa ferramenta tecnológica, a oportunidade de trabalhar outra perspectiva
de atendimento com alunos com dificuldade de aprendizagem acaba ficando
para trás.
Segundo Weiss,
“Observamos casos de crianças com baixo rendimento
escolar que, diante do computador, mostram-se mais
participativas e interessadas. Outras, ditas hiperativas na
sala de aula, comportam-se com mais tranquilidade na
sala de informática. Há também situações opostas, com
incidentes de súbita agressividade com a máquina, ou
dificuldades específicas que se revelam e/ou intensificam
a partir dessa experiência.” (Weiss,1998)
O aluno com dificuldades específicas de aprendizagem, quando
atendido em consultórios psicopedagógicos, costuma utilizar ferramentas
tecnológicas como computadores e softwares, com o objetivo de proporcionar
atividades outras que sejam significativas e que promovam ação terapêutica
sobre distúrbios específicos. Weiss (2010) recomenta, inclusive, que o
terapeuta tenha uma midiateca variada a fim de cobrir um leque expressivo de
demanda psicopedagógica. Transportar essas experiências para a sala de aula
é possível e se ajusta às políticas de inclusão já que pretendem oferecer outras
formas de ensinar e aprender.
25
A proposta do uso da informática como ferramenta de ensino-
aprendizagem vem apresentando-se cada vez mais próxima da realidade da
sala de aula. O uso de ambientes virtuais de aprendizagem como ferramenta e
recurso para dar continuidade ao atendimento de alunos com déficit de
atenção é cada vez mais possível.
De acordo com Weiss (1998), a intervenção psicopedagógica, com uso
da Informática, facilitaria a construção do conhecimento, pois:
− desenvolve o raciocínio lógico;
− desenvolve a sequência lógico-temporal
− aumenta a flexibilidade do pensamento
− aumenta a organização na realização de tarefas
− possibilidade de lidar com diferentes exigências temporais
− melhora a autoestima
Para que o ambiente virtual desenvolvido seja próximo do que acontece
na sala de aula, é preciso que a professora elabore atividades possíveis e
semelhantes àquelas que foram trabalhadas no grupo. A preparação do
material que servirá ao aluno precisa ser elaborado por uma equipe
multidisciplinar. Sem a presença desses especialistas, o aluno acabará por
recriar os mesmos erros cometidos na sala de aula . Essa elaboração exigirá
disponibilidade de todos, além de competência para desenvolver atividades
que verdadeiramente atendam esses alunos.
Mais uma vez, a possibilidade de capacitação à distância apresenta-se
como solução para essa questão. Com certeza, os meios tecnológicos
oferecem melhores condições para que a professora possa interagir com seus
alunos e atuar nas comunidades virtuais. A inovação na educação está no
reconhecimento de que o aluno com dificuldades de aprendizagem pode
usufruir de um outro ambiente para dar continuidade as suas tarefas. De
acordo com Dutra (2006) esse entendimento do campo de ação da educação
especial envolverá um amplo processo de mudanças para a implantação de
sistemas educacionais inclusivos, revertendo as propostas convencionais de
criar programas especiais para atender, de forma segregada, alunos com
necessidades educacionais especiais passando a inserir os gestores públicos
26
e os profissionais da educação na “elaboração de políticas para todos, que
contemplem a diversidade humana.” (p.3)
Moran (1995) afirma que o fascínio que as novas tecnologias
despertam, especialmente nos professores, está na facilidade do seu uso.
Somos seduzidos por esse meio eletrônico e envolvidos numa espiral que
sugere grandes mudanças, induzindo a um consumismo devorador e
pernicioso.
Segundo Moran,
“É maravilhoso crescer, evoluir, comunicar-se plenamente
com tantas tecnologias de apoio. É frustrante, por outro
lado, constatar que muitos só utilizam essas tecnologias
nas suas dimensões mais superficiais, alienantes ou
autoritárias. O re-encantamento, em grande parte, vai
depender de nós.” (MORAN, 1995)
Para Rezende (2000), o uso das novas tecnologias não terão o poder de
acrescentar nada de novo se não vierem amparadas por uma nova proposta
metodológica. Essa proposta deve estar embasada pelo profundo
conhecimento de como o ensino pode proporcionar um aprendizado efetivo e
duradouro. Essa prática deve promover a transformação da informação em
conhecimento.
Rezende afirma que:
“Se as novas tecnologias não implicam novas práticas
pedagógicas nem vice-versa, aparentemente
poderíamos dizer que não há relação entre essas duas
instâncias. Entretanto, isso não é necessariamente
verdade, se considerarmos que o uso das novas
tecnologias pode contribuir para novas práticas
pedagógicas desde que seja baseado em novas
concepções de conhecimento, de aluno, de professor,
27
transformando uma série de elementos que compõem o
processo de ensino-aprendizagem.” (REZENDE, 2000)
Desta forma, assumir a inclusão como política social e educativa está
sobremaneira relacionada a questão de vencer o preconceito, seja o
preconceito da diversidade social, a diferença, logo, o preconceito cultural.
Lidar com essa questão exigirá rupturas, transgressões e superações. Exigirá a
busca de alternativas pedagógicas diferenciadas e o cuidado em não
transformá-las em práticas excludentes ou ditas especiais.
28
CAPÍTULO III
A Revista Nova Escola e as tecnologias da informação e
comunicação (TIC's) como ferramentas de ensinos
A educação inclusiva é hoje tema recorrente nos debates sobre o
ensino do país. O princípio constitucional de igualdade de condições de
acesso e permanência na escola nunca foi tão discutido. Esse debate vem
impondo a urgência de se reverter os velhos conceitos de normalidade e
padrões de aprendizagem. Pode-se admitir que já existe uma certa definição
em relação à atuação, na perspectiva inclusiva, do professor de ensino
comum e à do professor de educação especial. Novos valores como cidadania;
acesso universal e a garantia do direito de todas as crianças, jovens e adultos
a educação e a participação nos diferentes espaços da estrutura social são
alguns, entre outros. Em obediência aos preceitos da Declaração de
Salamanca (Unesco,1994) e da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei Federal 9394 96), as crianças com necessidades educacionais
especiais devem ser escolarizadas em classes comuns do ensino regular.
Publicações diversas vêm ocupando não só as prateleiras das livrarias
como invadiram as bancas de jornais em busca de professores interessados
em atualizar seus conhecimentos e marcarem presença nesse debate nacional
por uma educação de qualidade. Para este trabalho, escolhemos a publicação
Revista Nova Escola.
A Revista Nova Escola é uma revista mensal, de caráter pedagógico,
destinada a professores e editada pela Editora Abril, sem fins lucrativos. Seu
editor atual é o Sr. Prof. Gabriel Pillar Grossi que conta com o apoio de uma
equipe editorial com nomes importantes no quadro da educação brasileira. A
revista conta com apoio institucional do governo federal, que permite sua
venda a baixo preço e distribuição para a rede escolar. Até o ano de 1996
publicava nove exemplares ao ano e, a partir de 1997, passaram a ser dez
edições anuais. A primeira edição, publicada a 25 anos, chegou às bancas de
29
jornal com o tema “acesso escolar”. Essa edição mostrava que havia mais de 5
milhões de crianças fora da escola, já naquela época.
A Revista Nova Escola tem cumprido o papel de trazer artigos e
opiniões que contribuem para aquilo que é o fundamental na vida de cada
educador: pensar a educação, refletir o seu tempo e buscar a formação como
um processo contínuo alicerçado nos avanços alcançados no campo da
pedagogia, da sociologia, do direito e demais áreas do conhecimento, bem
como nos saberes produzidos na experiência de cada projeto pedagógico e de
cada comunidade.
Hoje, a revista possui um site na internet: www.novaescola.org.br e de
fácil acesso. Sua página virtual é bastante agradável e de simples utilização,
sendo bastante intuitiva. Há possibilidade de fazer download da maioria dos
artigos e conteúdos publicados. Jogos interativos podem ser baixados
diretamente para o computador, o que facilita sua aplicação na sala de aula já
que não necessitam estar on line para serem usados.
A escolha da análise dos planos de aula publicados pela da Revista
Nova Escola , justifica-se pela penetração que alcançou ao longo dos seus 25
anos de publicação. Ela é distribuída pelo Ministério da Educação, por meio do
FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação) para todas as redes
de escolas públicas do país.
Bem próximo ao que Moran, (1995) nos desafia a fazer –
reencantamento com as novas tecnologias – a Revista Nova escola propõe o
uso de diferentes formas de abordar conteúdos programáticos, transformando
a sala de aula num local investigativo e desafiador. Desta forma, abrem-se as
possibilidades de incluir diferentes alunos em diferentes momentos de
aprendizagem tornando-a mais significativa e mais abrangente.
Os artigos publicados até o momento, procuram dar conta de uma
variedade de assuntos e, incluída nessa preocupação, está a questão do uso
das TIC's como ferramenta pedagógica. Corroborando essa ideia, temos o
artigo publicado eletronicamente em 2009, titulado Um guia sobre o uso de
tecnologias em sala de aula , de Amanda Polato. O artigo trata sobre a diversidade
30
de aparatos eletrônicos que o professor tem disponível, bom como quando - e
como - as novas ferramentas são imprescindíveis para uma turma avançar.
Segundo Polato (2009),
Por ser relativamente nova, a relação entre a tecnologia e a escola ainda é bastante confusa e conflituosa. NOVA ESCOLA quer ajudar a pôr ordem na bagunça buscando respostas a duas questões cruciais. A primeira delas: quando usar a tecnologia em sala de aula? A segunda: como utilizar esses novos recursos?
Então, quando usar a tecnologia em sala de aula? Podemos usar a
tecnologia flexibilizando a sua aplicação em favor dos alunos com problemas
de aprendizagem? E mais: como utilizar as TIC's na perspectiva de explorar
as trocas qualitativas no ambiente de aprendizagem sem cair no erro de buscar
apenas recursos que pretendam apenas transformar a aula numa
apresentação agradável de conteúdos?
Segundo Battro,
“A tecnologia por si mesma não representa garantia de
reestruturações lógicas, ainda que possa desempenhar
importante apelo quanto à motivação. Sua importância
maior consiste em que se possam utilizar o computador
como amplificador da cognição e como integrador
sociocultural. “ (1997)
Para responder a essas perguntas, escolhemos artigos e proposições
de planos de aula onde o uso das TIC's se destacam como ferramenta de
aprendizagem. A pesquisa se deteve nos artigos e planos de aula publicados
na sua versão impressa e virtuais, no período de 2006 a 2011, período
disponível no portal, de acordo com a palavra-chave tecnologias e mídias .
O primeiro plano de aula que trazemos para análise foi proposto pela
professora Simone aos alunos da 4ª série da escola Egon Schaden, em
Francisco Morato (SP), e publicado na NE edição 189 de 2006. Seu plano de
aula foi analisado por Paola Gentile, comentarista da Revista Nova Escola. O
título da matéria/atividade é: Liguem a TV: vamos estudar!
31
Segundo Gentile, (2006)
Ela usa ação, imagens e sons especialmente
selecionados para prender a atenção da garotada. Ajuda
na formação de memórias de longa duração. É capaz de
desenvolver a imaginação dos jovens, e as histórias que
ela conta são tema de conversas e debates acalorados
entre eles. E tem mais: os alunos certamente
permanecem de olhos grudados nela em tempo igual ou
superior ao que ficam na escola. Dá para desprezar uma
ferramenta pedagógica com essas características? (2006)
Neste comentário, observamos a valorização da TV como mídia
educativa e o impacto positivo que ela pode causar nos educandos quando
usada de maneira acertiva e não apenas como um passatempo sem função
pedagógica.
A tecnologia televisiva está se reconfigurando cada vez mais. Segundo
Gentile,
“Com a profusão de canais abertos e por assinatura, a
televisão oferece programas para todas as faixas etárias.
Noticiários, novelas, minisséries, seriados, talk shows,
documentários, programas de auditório, desenhos
animados, filmes, clipes... Eles podem ser usados para
introduzir conteúdos, aprofundá-los ou ilustrá-los ou para
debates sobre comportamento e ética.” (2006)
O coordenador pedagógico do Colégio Pentágono, em São Paulo.
Carlos Nascimento Júnior , também comenta o uso da TV como recurso
pedagógico importante nos dias atuais, dentro da proposição da professora
Simone. A crítica negativa a programação das TV abertas começa a cair por
terra, já que, com o advento da TV por assinatura, os canais abertos tiveram
que reconfigurar sua grade de programação e questionar a qualidade da
mesma.
32
Outro material selecionado para análise pertence ao professor de artes
Carlos Augusto Cabral Arouca, publicado na NE edição 190 de 2006. Sua
proposta de trabalho com tecnologia dentro da sala de aula utiliza as antigas
radionovelas e fotonovelas e propõem o confronto dessa linguagens com o que
está sendo produzido hoje em dia.
De acordo com o professor Arouca,
“Quem, hoje em dia, conseguiria acompanhar uma novela
pelo rádio? E o que dizer das célebres fotonovelas, com
seus personagens fazendo caras e bocas para convencer
o leitor? Vai saber se, no futuro, essas mídias não
ressurgirão por um motivo qualquer.” (2006)
Estudando essas duas linguagens, ele criou o projeto Mídias
Adormecidas, e durante um ano envolveu os alunos da Escola da Vila, em São
Paulo. O projeto prevê algo simples e divertido: analisar a fotonovela e a
radionovela e reproduzi-las, utilizando outras linguagens, como a dramaturgia,
histórias em quadrinhos e cinema. Um olhar psicopedagógico percebe que,
para os alunos com dificuldades de aprendizagem, a representação de papéis
diferentes é um estímulo a sua capacidade de adaptar-se a situações
diferentes. Quando interpreta outros personagens, o aluno é capaz de projetar
suas dificuldades e buscar resolvê-las fora do próprio corpo que a retém. Além
de conhecer velhas e novas linguagens artísticas, o aluno tem a oportunidade
de ser mais observador das suas dificuldades e buscar outras formas de
adaptar-se a elas.
Na NE edição 192, 2006, quem nos dá a atividade pedagógica é a
professora Nara Lúcia Nonato, coordenadora de projetos da Fundação Roberto
Marinho, em São Paulo. Ela sugere algumas atividades a serem desenvolvidas
no Museu da Língua Portuguesa, inaugurado em março de 2006 em São
Paulo. O espaço escolhido para o museu foi a Estação da Luz. Todo o projeto
é voltado para a exploração multissensorial do nosso idioma. Para análise,
destacamos algumas das atividades sugeridas para os alunos do 1º segmento
do Ensino Fundamental:
33
1- Descobrir as palavras e os objetos "escondidos" na Árvore da
Língua, assim como clicar nos micros dos totens, onde pode ser
explorado o significado e a origem das palavras. No Beco, a
brincadeira é formar novos termos com as sílabas projetadas e usar
a criatividade para inventar palavras.
2- Estimular os alunos do 1º ao 5º ano a elaborar textos e
ilustrações sobre o que viram e ouviram durante a visita,
comparando o linguajar usado nos vídeos da Grande Galeria com o
da Praça da Língua, estimulando assim a formulação de hipóteses
sobre a diferença entre a língua escrita e a falada.
O espaço cultural onde a atividade realiza-se é repleto de tecnologias
inovadoras e interativas e, desta forma, os alunos portadores de dificuldades
de aprendizagem poderão desenvolver suas habilidades de maneira mais
produtiva.
À partir de 2007, as publicações da NE começam a incorporar
experiências inclusivas. A seção Especial em Matemática da edição 200 -
março 2007, trás o artigo Usar números do cotidiano das crianças contribui
com a aprendizagem . A matéria é apresentada também via portal e
acompanha um vídeo ilustrativo. Há comentários de como adaptar a aula para
aqueles que possuem dificuldades múltiplas.
Segundo Janaina Castro, autora da matéria,
“A diversidade no desenvolvimento de pessoas com
deficiência intelectual é tão abrangente quanto as suas
possibilidades de trabalho. Para estudar o sistema de
numeração decimal com alunos com deficiência
intelectual, é essencial considerar o que ele já conhece
acerca dos numerais e respeitar o ritmo de aprendizagem
dele. Se necessário, antecipe ou repita as atividades
propostas e retome os conteúdos já trabalhados, inclusive
no contra turno, com auxílio do AEE e da família, que
pode ajudar na contextualização dos números, uma vez
34
que é importante que o aprendizado faça sentido na vida
fora da escola.” (2007)
Na sua versão on line, a seção Encarte Especial – edições 202, 203 de
2007 trazem atividades na matemática apresentadas com outros recursos
além do artigo comentado, como filmes e jogos educativos que podem ser
baixados direto para o computador.
Na edição seguinte – 204 – até a última divulgada em 2007, não
observamos outras referências ao uso da tecnologia como instrumento
pedagógico, porém há diferentes planos de aula que fazem proposições para
alunos especiais.
Em 2008, a edição 213, apresenta o projeto Imagens para ler: fotografia,
cinema e análises audiovisuais, de autoria do professor arte-educador Rogério
Andrade Bettoni. O professor desenvolveu um projeto didático para as turmas
de 7ª e 8ª séries do Instituto Efigênia Vidigal, em BH, com o objetivo de
mostrar aos alunos a relação das imagens com o entretenimento. Com a sua
intervenção, os jovens passaram a encarar o vídeo e a fotografia como
possibilidades de construção de conhecimento, tanto por meio dos exercícios
críticos para a interpretação das mensagens visuais quanto pela criação
artística. A interação entre a classe, segundo Marisa Szpigel, selecionadora do
Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 , foi outro destaque. Os trabalhos
práticos foram realizados em grupo, e houve troca de produções para todos
experimentarem várias possibilidades de interpretação das imagens.
Essa proposição de aula não traz explícita as ações de inclusão para os
alunos com dificuldades de aprendizagem, mas observa-se, no descrever da
ação do professor e dos alunos, a possibilidade de se promover aprendizagem
significativa para grupos diferentes. Porém, é preciso que haja um olhar
refinado daquele que se propõem a praticar essa experiência às diferentes
habilidades dos alunos.
Na língua inglesa encontramos algumas proposições de aulas baseadas
no uso das TIC's e que também foram merecedoras do prêmio Victor Civita
Educador Nota 10, promovido pela Revista Nova Escola. É o caso do plano de
35
aula Idioma que vem da web publicado pela professora Débora Lisiane
Carneiro Tura, da EEEB Dom Pedro I, em Quevedos , RS. Segundo a
reportagem, para apresentar o inglês à 5ª série, ela desenvolveu um projeto
em que o idioma é ensinado com base na leitura e escrita de textos para blogs
(páginas pessoais usadas para divulgar características de seus autores). Seu
objetivo era apresentar o inglês aos alunos começando com a leitura de blogs
variados para criar familiaridade com o gênero . A seguir, veio a proposta de
escrita na internet, primeiro na forma de blogs coletivos, em que todos
trabalhavam juntos, somando saberes para construir os textos. Depois, quando
a turma já demonstrava mais segurança, Débora incentivou a produção de
blogs individuais e colaborativos, com os alunos redigindo os próprios textos e
comentando os dos colegas.
A atividade desenvolvida pela professora Débora aproxima-se
sobremaneira da proposição de Vygotsky , baseada na interação e trocas
interindividuais de saveres. Apesar do plano de aula proposto não destacar
explicitamente adaptações para os alunos com dificuldades de aprendizagem,
é facil observar de que maneira promover a integração desses alunos.
A edição 223 de 2009 traz uma reportagem especial sobre o uso das
tecnologias em diferentes disciplinas, intitulado Um guia sobre o uso das
tecnologias na sala de aula. A reportagem apresenta algumas possibilidades
do uso das TIC's em disciplinas como Língua Portuguesa, Matemática,
Geografia, História, Ciências e Artes. De grande auxílio para quem procura
opções nessa nova modalidade, o recurso é excelente, sendo possível
adaptações para os alunos com dificuldades de aprendizagem.
A edição de 224 de 2009 apresenta uma seção especial sobre Inclusão;
Nessa seção, há depoimento de professoras que trabalham com alunos
especiais e a descrição das estratégias de trabalho requerem apoio externo
como salas de recursos.
A edição 228 de 2009 traz uma seção especial chamado Tecnologia na
aula . Nessa seção há a descrição de atividades realizadas tendo como base
as Tic's. É o caso do acordo feito entre a professora Karla Emanuella Veloso
Pinto, de Lavras, com a Universidade Federal de Lavras (Ufla). Esse acordo
36
resultou na criação de um ambiente virtual de estudo de Geografia para seus
alunos do Centro Educacional NDE UFLA. Segundo a reportagem, a
elaboração da ferramenta, acessada de casa pela garotada, foi feita
previamente e permitiu a seleção de sites, além da criação de fóruns, sobre os
conteúdos.
Outro exemplo de atividade envolvendo as TIC's apresentada nessa
seção chama-se Cálculos no papel e na tela , idealizada pela professora
Daniela Mazoco, de São Paulo. Seu objetivo era fazer seus alunos da EMEF
Professor Athayr da Silva Rosa aprenderem o conceito de média aritmética por
meio da investigação do consumo médio de água dos habitantes da cidade. A
ideia surgiu em um curso de formação continuada realizado em 2008 e uma
das etapas do projeto previa o uso do programa Excel para agilizar a
realização dos cálculos.
Há, também o projeto Software para ensinar música da professora
Áudrea da Costa Martins, de Porto Alegre. Seu projeto pretendia a composição
musical e, para isso, recorreu ao suporte tecnológico da escola. Seus alunos
puderam aprender, por exemplo, a operação básica de um software de edição
de som. Enquanto ela usava o programa num laptop, eles acompanhavam
num telão - tudo dentro da sala de aula.
A edição 229 de 2010 nos convida a entrar no mundo da web a fim de
executarmos o tão famoso “dever de casa”. Para a professora Karla
Emanuella Veloso Pinto, a lição de casa poderia ser feita de uma maneira
bastante original (e acessível): usou a internet para definir e acompanhar as
tarefas de Geografia propostas por ela aos seus alunos. A tarefa deve ser feita
com o auxílio de ferramentas da web e compartilhada entre todos os alunos. O
plano de ação mostra-se rico e promete excelentes resultados já que viabiliza
trocas constantes e promove o desenvolvimento do grupo como uma célula
única, sem excluir aqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem.
A edição 232 de 2010 nos oferece um panorama sobre o uso da
ferramenta computacional pelos alunos da pré-escola, especificamente das
crianças do Jardim de Infância Municipal Doutor Luiz Silveira, em Piraí, no Rio
de Janeiro. Segundo a reportagem, a tecnologia foi incorporada de forma
37
natural ao processo de ensino e aprendizagem, de modo que hoje o
computador tem status de material básico de ensino. O plano de aula
exemplificado pela reportagem trata da apreciação de uma obra de arte,
projetada aos alunos pela professora. A imagem é explorada e os alunos são
instigados a falar sobre as cores e formas percebidas. Na sequência,
passaram a outra atividade: pesquisaram imagens de animais da fauna
brasileira com a orientação das professoras, usando seu notebook com acesso
à internet. Essa é uma atividade claramente participativa, envolvendo as
teorias educacionais mais atuais e garantindo a exploração artística de todos,
inclusive dos alunos com dificuldades de aprendizagem.
A NOVA ESCOLA Edição 240 2011 trás a proposta da produção de
registros geográficos a partir dafotografia. O plano de aula pretende estimular
os estudantes a afinar o olhar e interpretar melhor a paisagem do entorno. Em
tempos de tecnologia cada vez mais acessível, manusear a máquina
fotográfica tornou-se uma coisa banal. Por isso, os alunos recebem aulas
sobre como explorar mais essa tecnologia. Para a turma de 9º ano da EEFM
Professor Arruda, em Sobral, Fortaleza, a exeriência ganhou dimensões
interdisciplinares e, no comando da professora Maria Níceas Oliveira França,
pode-se compartilhar diferentes olhares sobre a mesma realidade.
Carlos Arouca, professor da Escola Vera Cruz, em São Paulo, é o
responsável pelo plano de aula publicado na Edição 241 de 2011 que propõe
um passeio virtual pelos museus através do Google Art Project, mais um site
de acervos online. Como essa ferramenta garantiu-se a oportunidade de
apreciar criações de Pablo Picasso (1871-1973), Paul Cézanne (1839-1906) e
Tarsila do Amaral (1886-1973) com apenas alguns cliques. Utilizando as várias
ferramentas oferecidas pelo programa, as crianças podem conhecer as obras
em detalhes, a ponto de observarem coisas que a olho nu passariam
despercebidas. Desta forma, a troca de impressões e o estímulo a
verbalização de diferentes pontos de vista sobre a mesma obra de arte é uma
excelente ferramenta de estímulo a todos os alunos, principalmente àqueles
com dificuldades de aprendizagem e que necessitam de estímulos frequentes
para a observação de detalhes.
38
A NOVA ESCOLA Edição 242 de 2011 trás a proposta do uso do twitter
como ferramenta para ensinar a síntese da coesão textual. Segundo o artigo,
uma das primeiras pesquisas sobre a possibilidade de usar o twitter como
ferramenta didática foi publicado pelas pesquisadoras Mirta Castedo e Natalia
Zuazo, da Universidade Nacional de La Plata, na Argentina. Em Culturas
Escritas y Escuela: Viejas e Nuevas Diversidades, elas mostram como o
Twitter permite trabalhar com versões reduzidas de notícias e de contos. A
proposição foi aceita pelos alunos do Celégio Pedro II, Unidade do Engenho
Novo e desenvolvida nas aulas da língua portuguesa. A atividade foi feita em
parceria com os alunos do 6º ao 9º ano. Bem ao exemplo da teoria sócio
interacionista, o que vale aqui é a integração de todos com o uso de uma
ferramenta comum.
O software Geogebra é apresentado na edição 244 de 2011 pela própria
equipe da revista Nova Escola. Segundo a revista, as construções geométricas
que podem ser movimentadas e alteradas e ainda assim retornar à posição e à
forma iniciais, são uma das vantagens desse programa de computador.
Destaca, também, que é interessante que os estudantes usem o Geogebra
para resolver questões em duplas e que seja permitido deixar os alunos
experimentarem as opções do Geogebra a fim de escolher a mais apropriada.
Aprender as principais características do gênero online travel guide e
desenvolver as capacidades de linguagem necessárias para ler e produzir
textos desse gênero, a edição 247 de 2011nos apresenta uma forma de
explorar essa ferramenta para o estudo da língua estrangeira. Essa proposição
veio da professora do Centro de Língua Estrangeira Moderna (Celem),
Marileuza Miquelante, que produz materiais didáticos para escolas estaduais
de cidades do Paraná. A proposta explora os diferentes guias turísticos on line
e prevê outros desdobramentos, tanto na área de história como em geografia.
Desta forma concluímos a análise dos planos de aula que procuram
integrar conteúdo e tecnologia e que favorecem a participação dos alunos com
dificuldades de aprendizagem.
39
CAPÍTULO IV
A importância da formação continuada de professores mediante ao
uso de novas tecnologias da informação e comunicação
Mil Novecentos e Oitenta e Quatro ou 1984 é o clássico romance de
George Orwell cujo objetivo era ser uma metáfora sobre o poder e as
sociedades modernas.
Os livros de ficção científica não têm, como missão, prever o futuro,
mas, talvez, mostrar as possibilidades da mente humana. Neste sentido,1984 é
o tipo de literatura que torna-se referência todas as vezes que tirania ameaça
a sociedade. Desta forma, a entrada da tecnologia na escola, por vezes,
assume a imagem de tirano e acaba assombrando aqueles que não a
compreendem e a dominam.
A era da informação requer profunda revisão do sistema educativo. Sua
tarefa é formar as novas gerações, respeitando a sua natureza e tendo
consciência de suas necessidades, que estão mudando, e a escola não pode
ignorar isso.
Nos últimos anos, com o advento da tecnologia e do acesso a
informação, elevou-se sobremaneira o nível cultural da população, expondo
imensos desiquilíbrios existentes entre as diversas culturas do nosso país.
Desda forma, os conteúdos do conhecimento mudaram, alterando
irreversivelmente os quadros de referência sobre os quais se moldava a
relação entre escolhas políticas e escolares.
Diante dessa nova organização cultural, a educação deve exigir
renovação para todos os segmentos de ensino; para as modalidades de
construção de conhecimento e promover a reorganização do pensamento
institucionalizado. Deve buscar, também, elementos que constituam-se como
40
vasos comunicantes entre a vida e a escola, um entrar e sair cíclico durante
todas as etapas de ensino-aprendizagem.
Segundo Lollini,
O mundo da tecnologia e da informação nos fornece
antenas, aprimora os nossos sentidos, permite-nos viver
em um bem-estar com que os nossos antepassados não
ousaram sonhar. Um único luxo, porém, não nos é
permitido: interromper os nossos processos de
aprendizagem, subtrair-nos à informação
permanente.(p.16, 1991)
A reorganização dos serviços de atendimento educacional
especializado com o intuito de oferecer aos alunos com necessidades
especiais a oportunidade de complementação pedagógica é um cenário
bastante comum nas escolas brasileiras. Esse novo desafio exige da
professora uma formação diferenciada e, sendo assim, é necessário buscar
novos saberes para atualizar sua prática de ensino. Esses saberes provocarão
quebras de paradigmas e acenderão luzes sobre novos marcos teórico-
metodológicos.
O contato dos professores com as novas tecnologias da informação e
comunicação é pequeno, podendo passar ao largo do seu cotidiano. Muitos
têm acesso ao computador somente quando vão digitar documentos
acadêmicos e nisso resume-se a interação do professor com as tecnologias.
Em algumas escolas o envolvimento do professor com as novas tecnologias é
precário e alguns ainda se mantém afastados da realidade virtual. Tornar os
recursos computacionais em ferramenta pedagógica requer, no mínimo, o
domínio deles.
A marginalização dos docentes em relação às novas tecnologias pode
ser explicada de diferentes formas: desilusão com a carreira o que leva a falta
de estímulo para investir seu tempo em qualquer coisa ligada a educação; falta
de tempo, pois precisa atender várias escolas em diferentes turnos; falta de
estrutura econômica para arcar com as despesas em informática; não vê
significado em manter relações dentro das redes sociais virtuais; baixa
41
autoestima o que o leva a pensar que não será capaz de aprender mais nada;
e outras mais. Há, também, o receio de que essas tecnologias venham
substituí-lo nos bancos escolares.
Parafraseando J. W. Goethe, “antes do compromisso, há hesitação, a
oportunidade de recuar, a ineficácia permanente.” Essa sensação de que a
tecnologia é algo que veio para substituir a ação do professor é nossa
conhecida. A esse sentimento, vem a reação mais comum: adiar o
aprendizado do uso desse instrumento como ferramenta didática. Experiências
indicam que o adiamento do momento de enfrentar as tic's como instrumentos
pedagógicos é frustante e prejudicial. Essas tecnologias podem parecer, num
olhar absolutamente superficial, semimágico e esotérico, mas o desejo de por-
lhes as mãos e descobrir como funciona é mais forte.
Seja qual for a razão, esse distanciamento acaba por promover
dificuldades de comunicação entre os docentes e discentes, repercutindo
sobre o desinteresse dos jovens por uma escola que já não tem o que lhes
dizer. A inserção de computadores no ambiente escolar deve ocorrer com a
capacitação de professores para o seu uso agregando valor a sua interação
com essa tecnologia.
Mudar a estrutura da sala de aula significa mudar a forma como a
professora encara esse espaço de trabalho e de produção de conhecimento.
Santos afirma que as barreiras encontradas para o pleno desenvolvimento dos
alunos são erguidas pelo desconhecimento , tanto por parte da Escola como
de seus professores, das necessidades especiais desses aprendentes e
aponta para três dimensões onde essas barreiras se apoiam. São elas : da
cultura, da política e da prática da inclusão (Santos, 2005).
Em seu trabalho, Santos propõe a ressignificação da formação de
professores para o desenvolvimento de culturas políticas e práticas de
inclusão.(Santos, 2005) Mas, e os professores que já foram formados num
espaço acadêmico onde as práticas de inclusão não eram sua proposta de
formação?
42
À partir de 2004 o MEC vem oferecendo capacitação profissional para
atendimento de alunos especiais. Essa capacitação acontece nas modalidades
presencial e semipresencial.
De acordo com o que foi anunciado pelo MEC, no ano de 2008, o
governo federal lançou o Sistema Nacional de Formação dos Profissionais da
Educação Básica para, segundo Lucineia Ramos/Notícias MS,
para promover a capacitação continuada dos professores
de todas as unidades da Federação. O principal objetivo
do Sistema Nacional é melhorar a qualidade da
educação, investindo na qualificação do corpo docente da
educação básica de todos os Estados brasileiros. 3
Em última visita feita por esta pesquisa à Plataforma Freire
(08/12/2011)4 localizamos a notícia sobre a última chamada para a inscrição de
professores da educação básica em cursos de extensão ou aperfeiçoamento.
Segundo a notícia, são mais de 86 mil vagas em cursos das mais variadas
áreas, que vão desde o ensino de artes e educação física até formação de
mediadores de leitura na biodiversidade. Todos os estados têm cursos
disponíveis, cuja inscrição é feita pela Plataforma Freire.
Recursos para a capacitação de professores nas mais diferentes áreas
do conhecimento existem e estão sendo disponibilizados por meio da internet.
Um exemplo é o curso Mídias na Educação , um programa de educação a
distância, com estrutura modular, que visa proporcionar formação continuada
para o uso pedagógico das diferentes tecnologias da informação e da
comunicação – TV e vídeo, informática, rádio e impresso. O público-alvo
prioritário são os professores da educação básica. De acordo com o Mec, o
programa vem sendo desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância
(Seed), em parceria com secretarias de educação e universidades públicas –
responsáveis pela produção, oferta e certificação dos módulos e pela seleção
e capacitação de tutores.
3 Educação on line: Lucineia Ramos/Notícias MS/Acessado em: 12/08/08
4 http://portal.mec.gov.br Mec/Plataforma Freire. Acessado em 08/12/1011
43
Fazer uso intensivo das novas tecnologias da informação e
comunicação como mediadoras e organizadoras do processo de aprendizagem
por si só não operam mudanças. Elas servirão de ferramenta a serviço do
reforço do aprendizado tradicional ou servirão para apoiar uma atividade
contextualizada. Tudo dependerá da capacitação da professora, da sua
formação reflexiva , do lugar que ocupa a avaliação em sua prática
pedagógica e do seu potencial de mudança. Dependerá, também, do
compromisso social da escola com sua inclusão digital . Nesse contexto,
ganha relevância a noção de letramento digital, tanto do aluno quanto da
professora, entendido como o desenvolvimento do conjunto de habilidades e
competências necessárias para valer-se das tecnologias digitais em seus
diversos usos em nossa vida social.
De acordo com os Parâmetros Nacionais Curriculares para a Formação
de Professores da Educação Básica,
“Com abordagens que vão na contramão do
desenvolvimento tecnológico da sociedade
contemporânea, os cursos raramente preparam os
professores para atuarem como fonte e referência dos
significados que seus alunos precisam imprimir ao
conteúdo da mídia. Presos às formas tradicionais de
interação face a face, na sala de aula real, os cursos de
formação ainda não sabem como preparar professores
que vão exercer o magistério nas próximas duas décadas,
quando a mediação da tecnologia vai ampliar e
diversificar as formas de interagir e compartilhar, em
tempos e espaços nunca antes imaginados” PARECER
CNE/CP 9/2001
Reforçando o pensamento de que há necessidade de mudar as ações
pedagógicas lembramos de Emília Ferreiro, (1999) quando diz que:
“A escola, sempre depositária de mudanças que ocorrem
fora de suas fronteiras, deve pelo menos tomar
consciência da defasagem entre o que ensina e o que se
44
pratica fora de suas fronteiras. Não é possível que
continue privilegiando a cópia, oficio de monges
medievais — como protótipo de escrita, na época da
Xerox & Cia. Não é possível que continue privilegiando a
leitura em voz alta de textos desconhecidos (mera
oralização com escassa compreensão) na era da leitura
veloz e da necessidade de aprender a escolher a
"informação" pertinente dentro do fluxo de mensagens
impressas que chegam de forma desordenada, caótica e
invasora (p. 62)”
Desta forma, cabe a professora entender as tic's como instrumento de
pesquisa e lazer, estimulando a aprendizagem reflexiva dos alunos,
oferecendo condições de interagirem nesse ambiente com segurança e
autonomia. Atingir tal objetivo pressupõe que, antes de ensinar o aluno a
manipular novas tecnologias, o professor precisa tornar-se aluno e aprender a
aprender com elas. Só assim poderá entender seu processo e desenvolver
suas próprias teorias de aprendizagem.
Segundo Nóvoa, "a produção de práticas educativas eficazes só surge
de uma reflexão da experiência pessoal partilhada entre os colegas" (2001).
Melhor dizendo, manter-se atualizado sobre as novas tecnologias
desenvolvendo práticas mais eficazes e eficientes, são alguns dos desafios
que esperam pela professora. Buscar o equilíbrio entre a inovação e a tradição
é uma tarefa difícil. Por meio de atualizações pedagógicas, a professora terá
oportunidade de validar ou não os paradigmas que constituíram-se durante a
sua formação e prática educativa.
De acordo com Nóvoa, a mudança na maneira de ensinar tem de ser
feita com consistência e baseada em práticas de várias gerações. As
oportunidades de atualização pedagógica são muitas. A professora precisa
estar aberta às novidades e em busca de diferentes métodos de trabalho, mas
sempre partindo de uma análise individual e coletiva das práticas. Desta forma
iremos combater a mera reprodução de práticas de ensino, sem espírito crítico
45
ou esforço de mudança. É preciso estar aberto às novidades e procurar
diferentes métodos de trabalho, mas sempre partindo de uma análise individual
e coletiva das práticas. O aprender contínuo é essencial em nossa profissão.
46
CONCLUSÃO
Hoje, para o nosso país, as exigências e oportunidades relacionadas às
tecnologias são muitas. Planos assistenciais com o objetivo de elevar a
qualidade de vida dos brasileiros vêm sendo desenvolvidos e, com isso, a
expectativa de ascendência social e financeira torna-se cada vez mais real.
A exemplo de outros países que investem na educação de suas
crianças, jovens e até mesmo na educação dos adultos, devemos investir
numa relação mais próxima entre professores e alunos promovendo um
atendimento personalizado às necessidades deles. O mais importante é
garantir que todo aluno tenha acesso ao ensino e à tecnologia de forma
igualitária, pois todos têm chances de avançar. Para lidar com isso, é
essencial pensar em maneiras de desenvolver nas escolas as habilidades que
os alunos precisarão para enfrentar na construção da sociedade da próxima
década. Devemos incluir na nossa prática o hábito de pensar criticamente, a
capacidade para resolver problemas e de tomar decisões. Devemos nos
esmerar em valorizar a boa comunicação e a disposição para o trabalho
colaborativo
Precisamos entender que, valendo-nos da tecnologia para estabelecer
uma metodologia diferente, é possível construir um novo tipo de relação com o
aluno, muito mais personalizado. A tecnologia nos permite especializar o
trabalho individual e em grupo de maneira mais eficaz. Sendo assim, a didática
que embasa o trabalho deve estabelecer metas que estejam integradas às
competências e habilidades que se desejam alcançar.
Não é possível fazer as mudanças necessárias se cada profissional
continuar pensando individualmente. O advento da Internet propiciou o
surgimento de novas formas de produção e organização do conhecimento.
Porém, frequentemente, essas formas de produção e organização aliado ao
estágio de desenvolvimento em que o aluno se encontra, não são levados em
conta no momento de análise e desenvolvimento de ambientes virtuais/digitais
47
de aprendizagem Dominar as tic's, especialmente a da internet, é um ponto
importante e que precisa de atenção. Não basta deixar que os alunos usem a
tecnologia em sala de aula. É preciso dominá-la para atribuir novo significado a
esse uso.
Algumas experiências de sucesso mostram que professores que adotam
as tic's em sala de aula constroem relações interpessoais muito mais
motivadoras e são capazes de ir além da sua prática pedagógica para
aprender cada vez mais sobre as dificuldades de aprendizagem dos alunos. O
alunos diagnosticados com algum tipo de deficiência, precisam de uma
flexibilização da aula para que suas necessidades particulares sejam
atendidas. As tic's, quando utilizadas em classe, possibilitam o acesso a
materiais de todo o mundo. Mas não basta dar liberdade para que a turma
explore tudo isso. É fundamental guiar o aluno nesse processo, ensinando-o a
usar as informações, a tirar conclusões com base nelas, definir o que é
prioritário em cada caso. O computador, quando usado com todos da classe
pode vir a torna-se um recurso valioso, principalmente no desenvolvimento da
independência do processo de aprendizagem, na memorização de conteúdo
de forma prazerosa, na identificação dos próprios erros através de corretor
ortográfico e a possibilidade de corrigir sozinho. Os textos digitados na tela do
computador ganham vida, pois dão significado real ao que o aluno está
pensando. As ferramentas disponíveis no momento da utilização de recursos
básicos do Office, por exemplo, desperta a atenção na medida e velocidade
necessária àqueles que precisam de diferentes meios para se comunicar.
Desta forma é possível observar quando um aluno com dificuldades de
aprendizagem passa a ter vontade de adquirir os conhecimentos acadêmicos,
passa a assumir de maneira mais segura seu papel ocupacional, além de
desenvolver uma melhora no desempenho no processo de aprendizagem.
De acordo com Vitor da Fonseca (2007), devemos empregar o modelo
equilátero de ensino, no qual o professor, além de dominar o currículo e sua
organização, “também leva em consideração as características do potencial de
aprendizagem, a diversidade e a heterogeneidade do perfil cognitivo (áreas
48
fortes e fracas) dos seus alunos.” Desta forma, estaremos minimizando as
dificuldades de aprendizagem e o insucesso escolar.
Segundo Nóvoa,
“Qualquer mecanismo pensado para guiar e controlar as
tecnologias precisa envolver o professor e os gestores da
escola. As disciplinas não podem mais ser vistas de modo
individual. Devem se relacionar intimamente. Isso precisa
estar previsto no currículo.” (2001)
O desafio dos educadores está em transformar a aprendizagem
baseada na transmissão da informação em construção e reconstrução do
conhecimento numa espiral contínua. A questão fundamental é pensar de
maneira interdisciplinar. Dessa forma, estaremos possibilitando a
aprendizagem do alunos de maneira mais abrangente ao mesmo tempo que o
mantemos trabalhando em diversos conteúdos ao mesmo tempo. Para isso é
necessário que os professores dominem as habilidades exigidas dos alunos,
como pensamento crítico, capacidade de resolver problemas e de tomar
decisões, boa comunicação e disposição para o trabalho colaborativo.
Esses momentos só serão formadores se forem objeto de um esforço
de reflexão permanente. Incluir os alunos com dificuldades de aprendizagem
na nova realidade digital significa possibilitar sua inclusão digital/social.
Significa praticar a cidadania.
49
BIBLIOGRAFIA CITADA
BRANQUINHO, Livia Alves. O Processo Emocional No Desenvolvimento Da
Aprendizagem. Disponível em: http://www.artigos.com/artigos
BOSSA, Nadia. Transtornos de Aprendizagem. Coleção Psicopedagógica.
SP:Editora ATTA Mídias e Educação, 2011.
CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da Aprendizagem. 18 ed.
Petrópolis: Vozes, 1986. 304. p.
DIAMENT, Aron J.. Neurofisiologia da Aprendizagem. Revista eletrônica
Pediat. SP, nº5, p. 83-93, 1983.
DUTRA ,Claudia Pereira. Revista da Educação Especial . Secretária de
Educação Especial/MEC INCLUSÃO [online]- – Dez/2006
ETD – Educação Temática Digital. Campinas, v.8, n.1, p. 170-157, dez. 2006 –
ISSN: 1676-2592;
FERNANDES, Edicléa Mascarenhas: Uma Proposta de Educação Inclusiva.
NOVA ESCOLA, São Paulo: Abril, p. 30-32. mai, 2003.
FERREIRO, Emilia. A revolução informática e os processos de leitura e escrita.
SP: Revista Pátio. maio/julho 1999, p. 59-63;
FONSECA, Vitor da. Dificuldades de aprendizagem:na busca de alguns
axiomas. Rev. Psicopedag. [online]. 2007, vol.24, n.74, pp. 135-148. ISSN
0103-8486.
GOETHE, J.W. Fausto. Versão completa do poema Antes do compromisso
LA TAILLE, Yves de. OLIVEIRA. KOHL, Marta de. Piaget, Vygotsky, Wallon:
teorias psicogenéticas em discussão. SP: Summus, 1992
LOTITO, Márcia Padilha. GONÇALVES, Mílada Tonarelli. GONSALES, Priscila
. Internet na escola: da relevância social ao letramento digital.
(www.educarede.org.br) Acessado em 05/10/2011)
MORAN, José Manuel. Novas Tecnologias e o Reencantamento do Mundo.
Rio de Janeiro:Tecnologia Educacional, n126, set-out. 1995, p.24-26.
NOVA ESCOLA. Revista Eletrônica. SP: Ed. Abril.
50
www.revistanovaescola.abrl.com.br/edições-impressas/ Edições de janeiro de
2006 a dezaembro de 2011.
NÓVOA, Antonio. NOVA ESCOLA. Edição 142. Editora Abril, maio, 2001.
NUTTI, Juliana Zantut. Distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de
aprendizagem: algumas definições e teorias explicativas em Educação. Unicep
- Centro Universitário Central Paulista
POLATO, Amanda. Um guia sobre o uso de tecnologias em sala de aula
Edição 223, 2009. Acessado em 10/10/2011
http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/223_materiacapa_abre.shtml;
RELVAS, Marta. Fundamentos biológicos da educação. RJ:WAK Ed,2009, p.
59;
RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE SETEMBRO DE 2001. Institui
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
REZENDE, Flávia. As Novas Tecnologias Na Prática Pedagógica Sob A
Perspectiva Construtivista ENSAIO – Pesquisa em E ducação em Ciências
Vol 02 / Número 1 – Ma r ç . 2002.
ROSSINI, Mª Augusta S. Pedagogia Afetiva. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.
SANTOS, Mônica Pereira dos. Inclusão em Educação- culturas, políticas e
práticas. SP:Cortez Editora, 2006;
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
WEISS, Alba Maria Lemme. A informática e os problemas escolares de
aprendizagem. RJ:DP&A Ed, 1998
WEISS, Maria Lucia Lemme. Vencendo as dificuldades de aprendizagem
escolar. RJ:WAK Ed, 2010
51
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
As diferentes dificuldades específicas da aprendizagem e o transtornos que causam no cotidiano escolar 12 CAPÍTULO II - Desafios suscitados pelo uso das novas tecnologias como
ferramenta didática para a inserção dos alunos com transtornos específicos de
aprendizagem. 20
CAPÍTULO III – A Revista Nova Escola e a tecnologia da informação e
comunicação como ferramenta de ensino 27
CAPÍTULO IV – A importância da formação continuada de professores
mediante ao uso de novas tecnologias da informação e comunicação 38
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIA CITADA 48
ÍNDICE 50
52