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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE AVM FACULDADE INTEGRADA A CONTRIBUIÇÃO DO EQUILÍBRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE EM CRIANÇAS DE 2 A 4 ANOS. DANIELLA NICOMEDES DE SOUZA. Orientador: Profa. Ms. Fátima Alves RIO DE JANEIRO 2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE

AVM FACULDADE INTEGRADA

A CONTRIBUIÇÃO DO EQUILÍBRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE EM

CRIANÇAS DE 2 A 4 ANOS.

DANIELLA NICOMEDES DE SOUZA.

Orientador: Profa. Ms. Fátima Alves

RIO DE JANEIRO

2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE

AVM FACULDADE INTEGRADA

A CONTRIBUIÇÃO DO EQUILÍBRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE EM

CRIANÇAS DE 2 A 4 ANOS.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicomotricidade.

Por: Daniella Nicomedes de Souza

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AGRADECIMENTOS

A Deus que permitiu minha vivência

no mundo infantil, onde encontro

inspiração para a vida.

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DEDICATÓRIA

Aos meus queridos colegas de profissão

que de alguma forma colaboraram para meu êxito.

Em especial a participação dessa pessoa magnífica

que a minha orientadora Fátima Alves.

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RESUMO

O presente trabalho evidencia a importância da psicomotricidade no

desenvolvimento do equilíbrio em crianças entre 2 e 4 anos. Tive objetivo em analisar

o equilíbrio como meio de auxílio para o desenvolvimento da psicomotricidade bem

como as contribuições do psicomotricista para o desenvolvimento das habilidades

motoras. Para isto utilizei como referencial a pesquisa qualitativa por meio de uma

revisão bibliográfica sobre o assunto, enfatizando seus principais aspectos. Dentre os

aspectos evidenciados destaquei: a história e o desenvolvimento psicomotor, o

equilíbrio e as fases de desenvolvimento motor e a relação da psicomotricidade e as

fases de desenvolvimento em função do equlíbrio. Apresentei também algumas

sugestões de exercícios possíveis de serem trabalhados pelo educador físico. O

resultado indica a importância do trabalho do psicomotricista junto as crianças durante

o desenvolvimento do equilíbrio.

Palavras-Chaves: Psicomotricidade, Psicomotricista, Desenvolvimento e Equilíbrio.

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METODOLOGIA

Esse trabalho tem como tema a importância do equilíbrio no desenvolvimento

da psicomotricidade, buscando enfatizar a importância do equilíbrio no auxílio ao

desenvolvimento psicomotor entre crianças de 2 a 4 anos. De modo que o equilíbrio

está entre as habilidades motoras mais incidentes durante as ações da vida humana

de forma intrínseca e extrínseca.

Assim visando o aprofundamento dos estudos já iniciados esta pesquisa

bibliográfica tem como objetivo investigar a importância do desenvolvimento da

psicomotricidade e suas ações de contribuição unido ao desenvolvimento do equilíbrio.

Diante disso, no capítulo 1 abordaremos a história da motricidade humana enfatizando

temas relativos a psicomotricidade. No capítulo 2, destacaremos a relação do equilíbrio

com as distintas fases de evolução dos movimentos. No capítulo 3, será enfatizado a

relação da psicomotricidade de acordo com o desenvolvimento de cada fase.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

HISTÓRIA DA MOTRICIDADE HUMANA 10

CAPÍTULO II

O EQUILÍBRIO E AS FASES DE DESENVOLVIMENTO MOTOR 21

CAPÍTULO III

DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR 30

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA 35

WEBGRAFIA 36

ÍNDICE 37

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INTRODUÇÃO

A psicomotricidade “é uma ciência que tem por objeto o estudo do homem

através de seu corpo em movimento através de suas relações humanas com seu

mundo interno e externo” (SPB, 1984), a partir desse pressuposto é que tomamos a

consciência que o homem é um ser único, livre e social. Ciente de que cada um possui

uma individualidade biológica de desenvolvimento, em decorrente de várias ciências

aplicada a ele, cada qual no seu momento a se desenvolver.

É percebido pelo educador físico a importância da melhor compreensão sobre a

diferenciação no desenvolvimento e estímulo a ser dado a cada fase de crescimento da

criança para que de modo efetivo seja trabalhado o desenvolvimento da

psicomotricidade.

A percepção da motricidade quando abordada a partir da movimentação

humana, pressuposto abordado pelo seguinte trabalho, acaba colocando em estudo o

mero porque da seguinte ação. A motricidade humana permitir deduzir que: Movo-me

logo existo. Há assim uma ínsita garantia de que a motricidade sugere aspectos

essências da existência e é, com toda certeza, a sua expressão mais imediata.

Portanto, não se pode olhar através desse movimento só enquanto parte mecânica,

mas de modo a edificação desse individuo, no sentido de evolução, crescimento e

educação. Não deixando de ratificar o lado relacional que naturalmente desenvolve-se

o todo corporal, oferecido pelo, esporte, pelo jogo e pela bola, ainda que olhemos o

lado educacional desse individuo, vale ressaltar a importância do lúdico durante a fase

do desenvolvimento, que é algo crucial para o êxito do mesmo.

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Partindo do tema central que é a contribuição do equilíbrio aliada ao

desenvolvimento da psicomotricidade, é que temos como objetivo no capítulo I realizar

um levantamento bibliográfico sobre o tema psicomotricidade com objetivo de detalhar

a importância do seu desenvolvimento ao longo de cada fase de vida; o capítulo II tem

como objetivo refletir sobre o desenvolvimento do equilíbrio e função das diferentes

fases do movimento e no capítulo III o objetivo é relacionar o desenvolvimento da

psicomotricidade ao equilíbrio nas distintas fases de maturação.

A descrição dos capítulos acima citados fazem parte do corpo do trabalho, onde

será utilizado como referencial a pesquisa qualitativa por meio de uma revisão

bibliográfica sobre o assunto, enfatizando seus principais aspectos.

O trabalho será iniciado considerando todos os objetivos mencionados,

entretanto abordando de primeira forma um dos aspectos de grande relevância para a

pesquisa, a história da motricidade humana.

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Capítulo I

História da Motricidade Humana

A evolução da motricidade é profundamente complexa , muito mais do que parece, mesmo na forma mais automatizada, pois funciona desde o feto, em uma estreita relação com o sistema de necessidades, e

está ligada a certos reflexos primitivos e arcaicos que traduzem a fenomenologia da sua satisfação necessária.(FONSECA, 2009, p 143).

O fato é que a partir do momento é que se tem vida há movimento, seja ele

expressado de forma aleatória e simples. Ciente de que o mesmo está associado a

expressão corporal, vale ressaltar que o desenvolvimento dessa junção se dá de

acordo com o meio e o fim. O meio ao qual o feto se encontra, é o meio aquoso do

ventre da mãe. É nessa forma que o mesmo se faz presente em crescimento, dentre

outros aspectos mais sobretudo no tamanho em função do pequeno espaço que tem

para o mesmo ocupar.

Durante a gravidez, os sinais de vida do feto em relação ao mundo exterior, se

dá profundamente pela atividade motora, que evolui amplamente. O movimento contém

em si mesmo sua verdade, tem sempre uma orientação significativa em função da

satisfação das necessidades que o meio promove, portanto, o movimento e o seu fim é

uma unidade relacional. Esses dois aspectos se aperfeiçoam cada vez mais como

resultado de uma diferenciação progressiva das estruturas do ser humano (NETO,

2002, p.11).

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Eis que esse feto se faz presente ao mundo, a fim de explora-lo ao seu

beneficio, valendo-se do fato que tudo se faz novo já que ele se encontra num novo

meio habitacional, o mesmo utiliza-se de distintas formas expressivas, sejam elas,

corporais(motoras), visuais, auditivas, olfativas ou gustativas a fim de satisfazer suas

necessidades no novo meio habitado. Em face a essa situação que o mesmo simula

afim da tentativa involuntária de adaptação e desenvolvimento ao novo meio, é que se

torna presente e consciente o desenvolvimento da psicomotricidade no inicio de vida

desse individuo ao longo de toda ela, pois ainda que não seja consciente esse

desenvolvimento acontece inerente a desenvoltura do ser.

Os estudos da motricidade, (GUILMAIN, 1981, p. 24) empreendidos no começo

do século XX, orientaram em quatro direções, ainda que complementares:

• A elaboração da síndrome de debilidade motriz e busca das relações

entre essa é a debilidade intelectual.

• Estudo da evolução das funções motrizes na criança em busca de testes

de níveis de desenvolvimento de habilidade manual e de aptidões

motrizes em função da idade.

• Estudo da lateralidade dominante, dos transtornos perceptivos motores e

da busca de suas correlações com as dificuldades de aprendizagem das

técnicas escolares de base (leitura, escrita, cálculo) em crianças com

inteligência lógica normal.

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• Elaboração de testes motores que permitam a determinação das

características afetivas motrizes na criança e o estudo das relações

existentes entre o comportamento motor de um sujeito e as

características fundamentais do seu caráter.

Inicia-se desse modo o histórico da motricidade humana, pautado em várias

vertentes e em muitas descobertas. Dupré destaca-se por muitas publicações, no

entanto, o que mais chamou atenção foi uma publicação em 1907 de nome “Síndrome

da Debilidade Motriz” que mais tarde ele veio a relacionar com a debilidade mental

associando a mesma aquilo que chamou da paratomia, onde ele afirmava que a lesão

cerebral não era atribuída ao sistema piramidal mas a algum tipo de insuficiência que o

adotou desse nome. Mais tarde aproveitando os estudos de Dupré, Haeuyer em 1925,

a fim de afirmar a relação entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da

afetividade utilizou-se do termo, psicomotricidade. Dedicou-se aos possíveis estudos a

transtornos motrizes, chegando a comprovação de tratamento motriz a crianças

instáveis, com ligeiras paranoias, a jovens delinquentes e passivo de alterações

emotivas.

Vale ainda destacar Wallon e Piaget que foram grandes responsáveis por

salientar análises aos estágios e os transtornos do desenvolvimento motor e mental da

criança, tornando-os pilares fundamentais na construção teórica do campo da

psicomotricidade; e de Freud e Spitz, com um olhar psicanalítico mais com grande valia

atento as distintas características, marcante e relevante para a contribuição dos

estudos.

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Continuados estudos aconteciam na ciência buscando a todo tempo novas

descobertas que pudessem somar cada vez mais para o crescimento e

desenvolvimento nesta área. Assim dois alunos de Heuyer, Ajuriaguerra e Diatkine dão

inicio ao que se podia chamar de busca da identidade da motricidade humana. A

preferência por estudos crítico da debilidade motriz, deu espaço a uma base científica

para a sequência do tratamento em crianças, esses tratamentos possibilitaram uma

série de publicações que foram se aperfeiçoando de modo como aconteciam, até dá

espaço à primeira carta de reeducação motriz na França, publicada em 1960, onde seu

conteúdo tinha a base da fundamentação teórica do exame motor, uma série de

métodos e técnicas de tratamento de diversos transtornos motrizes. Sendo assim essa

metodologia é considerada como a estrutura que configura as grandes bases da

motricidade atual: Coordenação Dinâmica e Oculomanual, Equilíbrio, Organização

Espacial e Temporal, Esquema Corporal e Lateralidade.

Outros trabalhos importantes surgem de autores russos, como Ozeretsky,

Vygotsky e Luria, sobre o desenvolvimento do cérebro, entre outros aspectos (Rosa

Neto, F. 2002).

1.1 A Psicomotricidade

“A Psicomotricidade consiste na unidade dinâmica das atividades,

dos gestos, das atitudes e posturas, enquanto sistema expressivo,

realizador e representativo do “ser – em – ação” e da coexistência

com outrem. (Citado por Fátima Alves de Jaques Chazaud, 1976).

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O estudo da psicomotricidade começou na França, por volta de 1950, sua

evolução veio da psiquiatria. É uma técnica mista por vários olhares distintos da ciência

tais como: a Biologia, a Psicologia, a Psicanálise, a Sociologia e a Linguística (Coste,

1975).

Visto que as mesma vislumbram o desdobramento e aprofundamento da

psicomotricidade, dado que a mesma tem como objeto de estudo o homem, através do

seu corpo em movimento e sua relação com o psiquismo e motricidade.

Psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da educação, pois

indiferentes da diversas escolas, psicológicas, condutista, evolutista, genética, etc, ela

visa à representação e a expressão motora, através da utilização psíquica mental do

individuo. (Ajuriaguerra em COSTE, 1989, p.33). A seguinte afirmativa nos propõe a

conclusão de que a mesma está presente a todo momento da vida do indivíduo, visto

que a base escolar é responsável por toda iniciação de estímulo e desenvolvimento.

Uma vez que a psicomotricidade visa a educação em função da integridade do

ser, ou seja, um ser pleno e desenvolvido nas mais distintas áreas da sua vida, é

preciso privilegiar a qualidade da relação efetiva, a mediatização, a disponibilidade

tônica, a segurança gravitacional e o controle postural, a noção do corpo, sua

laterização e direcionalidade e a planificação práxica, a fim de torna-los componentes

essenciais e globais da aprendizagem.

1.1.1 Funções Psicomotoras

Apresentamos abaixo os elementos envolvidos do durante o desenvolvimento

motor, inspirados nos referenciais propostos por Vitor da Fonseca (Psicomotricidade:

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Filogênese, Ontogênese e Retrogênese, 2009) , Fátima Alves (Psicomotricidade:

corpo, ação e emoção) e uma Apostila de Psicomotricidade do Prof. Ms. Ricardo Alves

do ano 2006.

• Imagem Corporal

A imagem corporal nada mais é do que a decodificação do corpo em si. É a

tomada de consciência da existência corporal e física no espaço. Logo quando nasce a

criança traz consigo alguns signos fetais, movimentos involuntários, ações sem

significados que vão ganhado significado de acordo com o desejo da mãe.

Muitas mães dizem que o choro tem distintos significados, segundo Lacan a

criança não tem um tipo de choro para cada significado ( sono, fome, sede e dor), ele

diz que a mãe e que dá significado aos diversos choros da criança, incutindo nela o

significado que aquele choro vai ter, inconscientemente, através do seu desejo de se

comunicar e atender seu filho repete ações fazendo com que o choro da criança fique o

mesmo pra cada situação.

Esse mapeamento que a mãe vai fazendo na criança, em seu corpo, em sua

imagem, vai escrevendo nela, as primeiras impressões dela mesmo e no transcorrer do

tempo tornando esse ser consciente da sua imagem.

• Esquema corporal

“O esquema corporal pode ser considerado como uma intuição de conjunto ou

um conhecimento imediato que temos do nosso próprio corpo, seja em posição estática

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ou em movimento, em relação às diversas partes entre si e, sobretudo, nas

relações com o espaço e os objetos que o circundam.” ( Le Boulch, 1983, p37).

Isto é, o esquema corporal, é a concepção de existência do próprio corpo no

espaço, uma consciência corporal, onde deve haver o reconhecimento do seu corpo

em relação ao mundo que pertence.

• Tônus / Tonicidade.

“ A função tônica é a chave da articulação córtico-postural-motora). FONSECA,

Vitor da, p.210, em 2009).

O tônus é atuante corporal de tensões para o movimento de todo o corpo, com a

função de controlar, regular e atuar no desenvolvimento do mesmo.

A tonicidade é dividida em alguns graus:

ü Hipotonia – movimentos mais soltos e mais coordenados.

ü Hipertonia – multiplicidade de reações, exagerada produção motora.

ü Catatonia – persistência de atitude por bastante tempo.

ü Paratonia – incapacidade ou a impossibilidade de descontração

voluntária.

ü Sisinesias – reações parasitas de imitação de movimentos contralaterais,

peribucais e linguais não intencionais e desnecessários.

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ü Diadocosinesias – é uma ação coordenada, antagônica e sucessiva de

movimentos com ambas as mãos.

• Equilíbrio.

“...o tônus que prepara e guia o gesto é simultaneamente a expressão da realização ou

frustração do indivíduo”. (Citado por Fátima Alves de Ajuriaguerra em 1972).

Isto nos deixa claro que o tônus é a diretriz do equilíbrio, partindo desses

principio fica claro a interdependência de ambos, mais principalmente a grande

relevância do trabalho de tonicidade para o desenvolvimento dos diversos tipo de

equilíbrio, sendo eles: estático e dinâmico.

O equilíbrio estático denuncia sua função estática, ou seja, o mesmo fica

responsável por movimentos onde não há deslocamentos, como por exemplo, ficar de

pé. ficar em pé.

O equilíbrio dinâmico fica responsável por toda e qualquer tipo de locomoção

nas mas diversas formas.

• Lateralidade.

Segundo Jackson (1876) e Zazzo (1976) “a dominância funcional de um lado do

corpo é determinada não só pela educação, mas pela predominância de um hemisfério

cerebral sobre o outro”, denominada dominância cerebral.

São esses hemisférios com suas funções próprias e específicas em cada área,

que permite aos ser humano a realização de suas ações motoras, psíquicas, afetivas,

de linguagem e etc.

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A lateralidade pode ser dividida em indivíduos:

ü Destro – quando existe um predomínio claro do lado direito para

exucução de todo e qualquer tipo de movimentação corporal.

ü Sinistro ou canhoto – quando esse predomínio se faz presente do lado

esquerdo.

ü Ambidestro – quando não existe um lado somente dominante para todas

as ações corporais.

• Organização Espacial e Temporal.

A organização espacial desenvolve a capacidade do individuo se orientar no

espaço em que lhe é permitido a sua vivência, percebendo a relação de proximidade

de coisas entre si, estando ciente pra determinar as ações de perto, longe, em cima,

embaixo, dentro, fora e etc.

A organização temporal tem a função de situar o individuo em função do tempo

a atividade a ser executada, como por exemplo, o correr e saltar para um arremesso, o

atravessar a rua. Tem a função de definir a ação a uma determinada dimensão de

tempo.

A psicomotricidade tem a função de unir essa organização espaço-temporal a

fim de desenvolver ações num determinado espaço físico, numa sequencial de tempo

estipulada

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• Dissociação de movimentos.

É a execução de diferentes movimentos corporais ao mesmo tempo, segundo

Vitor da Fonseca, é a capacidade de individualizar vários segmentos corporais que

tomam parte na planificação e execução motora de um gesto ou de vários gestos

intencionais sequencializados.

• Coordenação motora.

A capacidade de coordenação envolve uma ou mais movimentos corporais nas

mais distintos tipos, sejam elas: fina, ampla, visório-motora, audiomotora e facial.

A coordenação se dá través da capacidade de controle e consciência do corpo

em relação a execução de determinada movimentação executada.

A coordenação fina e ampla normalmente são muito estimuladas na educação

infantil, a fina trabalhando pequenos grupamentos musculares (mãos e dedos poe

exemplo) através dos gestos, pintura, dentre outros e a ampla trabalhando os grandes

grupamentos musculares através das brincadeiras de correr, pular que nessa época

são as preferidas.

• Ritmo

É o compasso de acordo com o movimento exercido, de acordo com Meinel e

Schabel, trata-se de movimento, o ritmo é a organização específica, característica e

temporal de um ato motor.

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• Relaxamento

É a descontração muscular depois de alguma atividade física, utilizando também

diante de momento de tensões, segundo Mello, é o fenômeno neuromuscular

resultante de uma redução de tensão musculatura esquelética.

Pode ser dividido em:

ü Total: Envolve todo o corpo e está diretamente vinculado a processos

psicológicos onde o trabalho mental é determinante no alcance da redução da

tensão muscular.

ü Diferencial: Descontração de grupos musculares que não são necessários à

execução de determinado ato motor específico.

ü Segmentar: Designa o relaxamento alcançado em partes do corpo.

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Capítulo II

O Equilíbrio e as Fases de Desenvolvimento Motor

Segundo David Gallahue o processo de desenvolvimento motor revela-se

basicamente por alterações no comportamento motor, isto é, as alterações provocadas

pela vida diária é que evidência esse processo onde todos nós estamos envolvidos.

Enfatizando que a individualidade e realidade cultural do indivíduo irá influenciar esse

desenvolvimento.

Segundo David Gallahue o processo de desenvolvimento motor pode ser

considerado sob o aspecto de fases e sob o aspecto de estágios. O movimento é

observável em três categorias segundo ele:

• Movimento estabilizador - refere-se a qualquer movimento no qual algum

grau de equilíbrio é necessário. É um movimento não-locomotor e não-

manipulativo.

• Movimento locomotor refere-se a movimento que envolve mudança de

localização do corpo relativamente a um ponto fixo na superfície. Como

por exemplo, caminhar, correr, saltar, pular e etc.

• Movimento manipulativo refere-se tanto a manipulação motora rudimentar

quanto a manipulação motora refinada.

Em suma, entende-se que grande parte das atividades executadas

instintivamente por nós requer a junção dos três tipos de movimentos. Ou seja, os

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distintos movimentos serve como ponte para o processo de desenvolvimento motor, já

que o mesmo busca o estudo do amadurecimento por fases dessa movimentação.

A seguir destacaremos então distintas fases de desenvolvimento motor,

segundo David Gallahue:

• Fase de movimentos reflexos – são movimentos que ocorrem

subcorticalmente, ou seja, de forma involuntária e impensável. São esses

movimentos que desde a fase fetal iniciam o desenvolvimento motor da

criança, de modo a dar estímulo a iniciação de outras movimentações. Os

reflexos se subdividem em: reflexos primitivos que são os movimentos

agrupadores de informações como mecanismos de sobrevivência e os

reflexos posturais que são movimentos que mais tarde serão utilizados

como equipamentos de testes neuromotores para mecanismo

estabilizadores, locomotores e manipulativo. Esse movimento se divide

em duas fases: a fase de codificação de informações que acontece da

8ª semana de vida uterina até o 4º mês de nascimento, caracterizado

pela atividade motora involuntária e a fase de decodificação das

informações que acontece do 4º mês de vida a 1 ano de idade

caracterizada pela substituição da atividade sensório-motor pela

habilidade motor-perceptiva.

Inicia-se então nessa fase, o trabalho de reconhecimento corporal em virtude

das sensações e capacidades que o individuo tem sobre o seu corpo. No que tange o

aspecto de desenvolvimento do equilíbrio, desde o oitavo mês de vida esse feto vem se

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desdobrando em movimentações a fim de encontrar uma estabilidade corporal no

ventre de sua mãe, sendo esse um indicio importante para o destaque do trabalho de

desenvolvimento motor em virtude do mesmo.

• Fase de movimentos rudimentares - são movimentos que caracterizam a

primeira forma de movimentos voluntários, observados desde o

nascimento até, aproximadamente os 2 anos de idade. Esse movimento

se desenvolve de acordo com a maturação sequencial, que varia de

acordo com cada criança e sua especificidade no que tange os fatores

biológicos, ambientais e da tarefa. Essa fase representa formas básicas

de sobrevivência do movimento voluntário, envolvendo tais como:

movimentos estabilizadores obtendo o controle de cabeça, pescoço e

músculos, tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar e ainda os

movimentos locomotores de arrastar, engatinhar e caminhar. Essa fase é

dividida em dois estágios: estágio de inibição dos reflexos: inicia-se no

nascimento e conforme o desenvolvimento do córtex, os movimentos

reflexos são inibidos dando lugar aos movimentos voluntários, apesar de

objetivos os movimentos rudimentares parecem descontrolados e

grosseiros, apresentam falta de controle; estágio de pré-controle: a partir

de um ano de idade , a criança começa a ter maior precisão e controle

nos movimentos, principalmente devido ao processo de diferenciação

entre os sistemas sensorial e motor e a integração significativa e coerente

de informações motoras e perceptivas, a aprendizagem da obtenção e

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manutenção do equilíbrio, manipulação de objetos e locomoção pelo

ambiente, com um certo controle e eficiência.

Nessa fase inicia-se um desenvolvimento específico do equilíbrio, ou seja, a

maturação biológica da criança onde o mesmo ocorre de forma inerente a estímulo, os

primeiro passos do equilíbrio naquilo que chamamos de sobrevivência existêncial,

acontece inicialmente quando a criança busca o equilíbrio da cabeça, o deslocamento

no engatinhar destacando então o ínicio desse desenvolvimento de modo a ratificar sua

importância.

• Fase de movimentos fundamentais - esses movimentos acontecem na

primeira infância, sequencialmente a evolução dos movimentos

rudimentares desde o período neonatal, onde a criança estará envolvida

com a exploração e experimentação das capacidades motoras de

movimentos estabilizadores (andar com firmeza e o equilíbrio em um pé

só), movimentos manipulativos (arremessar e apanhar) e movimentos

locomotores (correr e pular), inicialmente isolados e depois de modo

combinado, mas que essencialmente deveram ser trabalhados nessa

primeira infância . A fase de desenvolvimento motor fundamental propicia

a autonomia, a reação do controle motor e competência motora a vários

estímulos experenciados pela criança. Afim de esclarecer em maiores

detalhes alguns autores subdividem em estágios essa fase: estágio

inicial, este é caracterizado pela tentativa natural e exagerada da criança

de desempenhar os movimentos fundamentais mas até os dois anos essa

criança exerce essa movimentação de forma imprópria ciente de que o

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ritmo e a coordenação são deficientes, ressaltando ainda que

normalmente a movimentação dessa criança se encontra na fase inicial

de desenvolvimento; estágio elementar é caracterizado pelo melhor

controle rítmico e coordenação, isso não quer dizer que seja o ideal,

mesmo porque muitos indivíduos, tanto adultos quanto crianças, não vão

além do estágio elementar em muitos padrões de desenvolvimento. A

tentativa dessa criança de 3 a 4 anos nesse estágio é a orientação

específica para a maior desenvoltura no exercício de movimentos

fundamentais, aprimorando a sincronização dos elementos espaciais e

temporais ciente de que alguns movimentos ainda são restrito, no

entanto, bem coordenados; estágio maduro é caracterizado pelo

desempenho e exercício dos movimentos fundamentais essencialmente

eficientes, controlados e coordenados, de acordo com os autores essa

fase é observada nos 5 a 6 anos de idade, ciente de que essa criança

precisa de meios para que essas habilidades sejam desenvolvidas, a

maturação das mesmas aliada a estímulos e influências do meio,

instruções e até mesmo encorajamento são essenciais para que essa

criança possa dar continuidade ao processo de desenvolvimento que é

natural da mesma, no entanto é necessário que haja interferências para

que cada fase seja desenvolvida de forma geral, plena e global.

• Fase de movimentos especializados - essa fase caracteriza-se pela

consequência da evolução de todas as fases anteriores visto que, as

habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas se encontram

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num momento de progressivo refinamento, evolução e pleno

desenvolvimento, para que de modo combinados as mesma possam

favorecer a vida desse indivíduo em distintos aspectos, pois o mesmo não

só pula num pé só mas como também, executa um salto em distância,

brinca de pular corda. Sendo este o principal momento das grandes

descobertas de habilidades específicas. Dado que como citado

anteriormente o meio é uma variável muito influenciável pra o sucesso

dessa fase. A mesma é dividida em três estágios, sendo eles: estágio

transitório compreende o período de 7 ou 8 anos de idade, caracteriza-se

por herdar muitas características da fase anterior, no entanto, a precisão

adquirida é muito relevante, visto que a mesma dispõe da descoberta das

combinações motoras, sendo elas presente nessa fase transitória de

habilidades especializadas principalmente no esporte e em atividades

recreacionais. Este estágio causa tamanha mudança comportamental na

criança visto que, vemos consequentemente a alteração de

comportamento de pais e professores, mesmo porque as mesmas,

sentem-se satisfeitas e orgulhosa de sua capacidade evolutiva em

determinadas situações, onde de modo atuante deve estar pais e

professores a fim de estimular toda capacidade e controle motor nessa

fase, fazendo com que a mesma não se restrinja a nada e possa fazer

todo e qualquer tipo de experimentação, ciente de que a ausência de

restrições nesse primeiro estágio dos movimentos especializados é sinal

de sucesso para os estágios seguintes; estágio de aplicação caracteriza-

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se pelo refinamento e perfeição das habilidades, dado que esse estágio é

o tempo das escolhas esportivas do indivíduo diante de seu melhor

refinamento de movimentos e habilidades, acontecendo

aproximadamente entre os 11 a 13 anos. Esta época acontece a busca

do refinamento das habilidades motoras mais complexas e específica do

envolvimento esportivo que o indivíduo optou por se dedicar, sendo

também a época em que o mesmo evitara as atividades que não lhe

propiciam o sucesso, sendo então o momento para refinar e utilizar as

habilidades mais complexas em jogos avançados, atividades de liderança

e em esportes selecionados; estágio de utilização permanente como o

próprio nome já diz esta fase se inicia aos 14 anos e permanece por toda

vida, evidente que a mesma é um apanhado de tudo o que ocorreu no

período de desenvolvimento das outras fases, ressaltando que esse

indivíduo ainda é uma criança e não pode ser responsabilizado por está

ou aquela ação de sucesso ou ausência dele, o destaque é que não

podemos esquecer que o mais importante é estruturar experiências

motoras significativas apropriadas pra seus níveis de de desenvolvimento

particular, pois é fato que o meio influência totalmente nesse

desenvolvimento. Quando se fala do meio é tudo aquilo que está ou que

pelo deveria está e pode influenciar de alguma forma esse

desenvolvimento, no entanto, o ideal é que deixemos essa criança livre

pra explorar aquilo que lhe julga confortável e não tentar forçar a criança

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a desenvolver algo que não é de sua eficiência como ocorre em muitas

das vezes por parte dos pais apenas pra satisfazer um capricho pessoal.

Diante desse detalhamento em mínimas fases é possível perceber, a grande

relevância de cada partícula do desenvolvimento psicomotor, sendo o mesmo iniciado

e estruturado corretamente desde os primeiros tempos de vida ainda no ventre da mãe.

Dado que a atuação da psicomotricidade ocorre inerente ao ser, em virtude do

desenvolvimento autônomo em determinadas momentos.

Segundo Vitor da Fonseca, a lei Cefalocaudal de Gesell, explica-nos, os

princípios desse desenvolvimento:

1. A organização neuromotora elabora-se a partir dos segmentos centrais para os

segmentos periféricos, desde a cabeça a bacia, na direção do eixo longitudinal:

é o princípio do desenvolvimento próximo-distal. Esta é a lei da coordenação

descendente correlativa, que vai desde a raiz do membro às extremidades.

2. Relação precisa entre os órgãos simétricos e opostos: o princípio do

entrelaçamento recíproco.

3. A lateralidade representa uma forma simétrica e dinâmica: é o princípio de

assimetria funcional.

4. Existem diferenciações específicas nas esferas que são governadas pelo

princípio de maturação individualizante

5. O organismo pode autolimitar os estados do desequilíbrio, por um princípio de

flutuação reguladora.

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Segundo Vitor da Fonseca, em todo desenvolvimento motor, estes

princípios interferem uns nos outros, mas é fundamentalmente o princípio

encefalocaudal que denomina o conjunto de desenvolvimento do equilíbrio,

sendo um estudo sucessivo da: manutenção da cabeça, posição do sentado,

posição ereta e a marcha.

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Capítulo III

A relação da psicomotricidade e suas fases de

desenvolvimento motor do equilíbrio

No capítulo anterior, encerramos citando o princípio encefalocaudal de Gesell,

que segundo Vitor da Fonseca, auxilia no estudo do desenvolvimento do equilíbrio,

desde a manutenção da cabeça até a marcha. Nesse capítulo analisaremos mais

profundamente esse desenvolvimento.

Segundo Vitor da Fonseca, inicialmente a criança só mantem a cabeça aos três

meses, havendo variações de inclinação em virtude da posição em que esta se

encontra e oscilações no equilíbrio da cabeça até que a mesma realmente consiga se

manter. A posição de sentado é algo que requer um pouco mais de amadurecimento

corporal dessa criança, pois desde o nascimento até os quatro meses, as costas do

bebê são cifóticas, tornando impossível a posição de sentado, no entanto a partir dos

quatro meses esse tronco vai se desenvolvendo desde a parte superior até a parte

inferior, o equilíbrio ainda é precário, fazendo com que a criança volta e meia caia, mas

a partir dos oito meses, a posição de sentado é dominada, a criança é capaz de da

posição deitada sentar-se sozinha e ainda liberta suas mãos para manipular objetos

virando-se para ambos os lados sem perder o equilíbrio. Segundo Vítor da Fonseca,

Stamback, defende a íntima relação que há entre evolução da manutenção da cabeça

com a posição sentado em virtude do eixo corporal que as mesmas formam. A posição

ereta é alvo de especulação de muitos autores, no entanto, é algo muito particular e

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intrínseco de cada criança, visto que o meio influência muito e a expectativa dos pais e

avanço no momento inexato pode também dificultar essa fase. O momento de se

manter em pé deve acontecer com a espontaneidade expressada pela criança e assim

auxiliada pelos pais , na medida que o mesmo tem mais tendência de locomoção do

que estação, mas aos nove meses a criança se mantém em pé com apoio e aos dez é

capaz de se por em pé sozinha. A marcha exige uma propulsão anterior unido aos

movimentos alternados de membros inferiores. Aos nove e dez meses a criança

começa esboçar através de movimentos corporais o ensaio para a marcha com a

suspenção dos braços e os onde e doze meses é capaz de andar sozinha com uma

mão, iniciando então os primeiros passos da independência para o desenvolvimento

global da criança.

Dado que esse desenvolvimento ocorre desde o ventre da mãe, como descrito

anteriormente, a partir de agora descreveremos, segundo Vitor da Fonseca na sua

escala de desenvolvimento 1977, todo o processo de desenvolvimento motor se

tratando do tema central, o equilíbrio, na dada faixa etária pesquisada no trabalho.

Aos 2 anos a criança coloca-se em posição bípede e anda, o processo da

corrida acontece, embora não caia muito o processo correr ainda acontece com

dificuldade. Sobe escadas, apoiando os dois pés em cada degrau e salta de modo

desajeitado.

Aos 3 anos a criança apresenta postura automatizada e melhor equilíbrio, pode

correr, saltar e subir escadas com um pé em cada degrau, para com um pé só por

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alguns momentos, equilibra-se na ponta dos pés e salta com os pés juntos sobre uma

corda estendida no solo.

Aos 4 anos a criança apresenta total integração da autonomia postural, apto a

jogar bola, andar de bicicleta, aprender a nadar, salta para frente com os dois pés

juntos, dar saltos no mesmo lugar, fica de pé sobre uma perna só, caminha na ponta

dos pés.

A evolução alcançada nesse período, é algo muito significante para o

desenvolvimento corporal para toda a vida dessa criança, visto que, essa é a fase

inicial de equilíbrio da marcha. Ao alcançar esse momento é ciente de que essa criança

já passou por toda estruturação do equilíbrio corporal desde o nascimento e nesse

momento está apto a desenvolver a etapa da marcha.

A fim de auxiliar esse desenvolvimento corporal, citaremos alguns tipos de

atividades que pode auxiliar o desenvolvimento dos três diferentes tipos de equilíbrio.

Para trabalhar o equilíbrio estático o teste do saci é uma atividade que gira em torno

do lúdico dentro do mundo infantil, assim estimularemos de forma estática como o

nome diz, estimulando a criança com um pé, para saber quem pode ser ou estar apto a

ser o saci do grupo. Para exercitar o equilíbrio dinâmico, o circuito montado com

cordas, bambolês, cones e banco, exemplifica de modo bastante calistenico e

conservador os distintos estimulo a serem dados ao mesmo, pular com os dois pés

dentro dos cones ou pular com um pé só, correr entre os cones, andar em cima da

corda, andar em cima do banco, e percorrer dessa forma todo o circuito estimulando de

modo completo todo o eixo corporal se tratando do equilíbrio. Para estimular o

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equilíbrio recuperado a batatinha frita, é uma atividade que demonstra muito bem essa

habilidade, dado que a mesma acontece de acordo com o estímulo auditivo, onde a

execução do movimento corporal acontece, e a permanência do movimento estático é

essencial para o objetivo da brincadeira ser alcançado.

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Conclusão

A pesquisa propôs informar a relevância da habilidade psicomotora, equilíbrio,

sobre o desenvolvimento da psicomotricidade, relacionando todas as fases de

desenvolvimento juntamente ao que chamamos de fase do movimento.

Mostra como desde que a criança está no ventre da mãe o equilíbrio na fase

fetal se dá em função da posição ao qual o mesmo se sinta um tanto confortável, por

diante começa em tão as distintas fases, onde o bebê sai de um meio aquoso para o

meio terrestre, a diferença é intensa. Daí ele precisa encontrar equilíbrio para manter

sua cabeça sobre o pescoço, dado que sua coluna quando nasce encontra-se

cifóticamente desenvolvida, ou seja, sem possibilidade de postura aparente, ciente de

que os estímulos psicomotores e o tempo de maturação atuaram para o

desenvolvimento do mesmo. Falando disso não chegamos em momento de

deambulação, o que queremos dizer com isso é ratificar a intensa importância do

desenvolvimento do equilíbrio em todos os aspectos de vida desse indivíduo não

somente com a questão do andar, correr ou saltar.

O desenvolvimento do equilíbrio vai ser a base de auxilio de iniciação do

trabalho psicomotor, evidenciado pelo importância que o mesmo tem na vida do feto

desde que o mesmo se encontra na ventre de sua mãe até o restante da sua vida.

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Bibliografia

ALVES, Fátima. Psicomotricidade: Corpo, Ação e Emoção – Rio de

Janeiro – 5ª edição: Wak Editora, 2012.

COSTE, Jean Claude. A Psicomotricidade – Rio de Janeiro – 5ªedição:

Guanabara, 1989

FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade: Filogênese, Ontogênese e

Retrogênese. 3ª edição: Wak Editora, 2009.

FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto

Alegre: Artmed, 2008.

GALLAHUE, David. OZMUN, C. John. Compreendendo o

Desenvolvimento Motor. Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos. São

Paulo: Phorte, 2003.

LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor; do nascimento até os

6 anos – a psicocinética na idade pré-escolar. 7ª edição: Porto Alegre:

Artes Médicas, 2001.

NETO, Francisco Rosa. Manual de avaliação motora. 1ª edição: Porto

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Webgrafia

NUNES, Érika Anderson. Psicomotricidade na Educação Infatil.

Psicopedagogia, 2007 - http://www.google.com/webhp?source=search_app#hl=pt-PT&gs_nf=1&cp=39&gs_id=6l&xhr=t&q=Psicomotricidade+na+Educa%C3%A7%C3%A3o+Infantil+%C3%89rika&pf=p&sclient=psy-ab&oq=Psicomotricidade+na+Educa%C3%A7%C3%A3o+Infantil+%C3%89rika&gs_l=&pbx=1&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.r_qf.&fp=18d6f29086e7492a&biw=1366&bih=667> acesso: 30 de Maio 2012.

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Índice

Folha de Rosto 2

Agradecimentos 3

Dedicatória 4

Resumo 5

Metodologia 6

Sumário 7

Introdução 8

Capitulo I

História da Motricidade Humana 10

1.1 Psicomotricidade 13

1.1.1 Funções Psicomotoras. 14

Capitulo II

O Equilíbrio e as Fases de Desenvolvimento Motor. 21

Capitulo III

A relação da psicomotricidade e suas fases de desenvolvimento motor do

equilíbrio. 30

Conclusão 34

Bibliografia 35

Webgrafia 36

Índice 37

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