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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O ASSOCIATIVISMO COMO ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPETITIVIDADE DAS FARMÁCIAS E DROGARIAS INDEPENDENTES Por: Rogério Pereira Macedo Orientador Prof. Mário Luiz Trindade Rocha Rio de Janeiro 2008 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O ASSOCIATIVISMO COMO ESTRATÉGIA PARA O

DESENVOLVIMENTO DA COMPETITIVIDADE DAS FARMÁCIAS

E DROGARIAS INDEPENDENTES

Por: Rogério Pereira Macedo

Orientador

Prof. Mário Luiz Trindade Rocha

Rio de Janeiro

2008

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O ASSOCIATIVISMO COMO ESTRATÉGIA PARA O

DESENVOLVIMENTO DA COMPETITIVIDADE DAS FARMÁCIAS

E DROGARIAS INDEPENDENTES

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Finanças

e Gestão Corporativa.

Por Rogério Pereira Macedo

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AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que colaboraram para

realização deste trabalho, em especial ao

corpo docente do curso de Finanças e Gestão

Corporativa.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus pais Edson e

Glória, minha esposa Michele e ao meu filho

Guilherme, que sempre estiveram ao meu lado.

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RESUMO

O processo de globalização aumentou de forma muito incisiva a

concorrência entre as empresas, exigindo que os gestores repensem suas

organizações a cada dia, buscando estratégias que garantam a sobrevivência e

desenvolvam a competitividade de seus negócios. As pequenas empresas

sentiram muito o peso desse processo, e muitos empresários perceberam que

não conseguiriam sobreviver isolados nesse novo contexto global, buscando na

associação com outros empresários, uma forma de fortalecer seus negócios

aumentando seu potencial competitivo. Para analisar o tema estudou-se o

associativismo no setor de farmácias e drogarias independentes. O estudo

mostra a revisão da literatura que sugere ser esta uma solução que contribui

para o desenvolvimento da competitividade no setor e, para confirmar essa

hipótese, realizou-se um questionário com proprietários desses

estabelecimentos existentes no Estado do Rio de Janeiro, visando identificar os

fatores de sucesso atingidos com a entrada no associativismo. Também foi

realizada uma entrevista com um importante gestor de uma federação que

agrega mais de vinte redes de farmácias e drogarias associativistas, focando-

se o aspecto financeiro da gestão desses estabelecimentos. O resultado da

pesquisa de campo veio corroborar a hipótese, confirmando que o

associativismo é uma estratégia para o desenvolvimento da competitividade

das farmácias e drogarias independentes.

Palavras-chave: Associativismo. Farmácias. Drogarias.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................7

CAPÍTULO I

REDE DE EMPRESAS E O ASSOCIATIVISMO..............................................10

CAPÍTULO II CONTEXTO: O SETOR DE FARMÁCIAS E DROGARIAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO..............................................................................................19 CAPÍTULO III ESTRATÉGIAS PARA SOBREVIVÊNCIA NO SETOR DE FARMÁCIAS E DROGARIAS.....................................................................................................23 CAPÍTULO IV A GESTÃO FINANCEIRA NAS FARMÁCIAS E DROGARIAS ASSOCIATIVISTAS..........................................................................................32 CAPÍTULO V ESTUDO DE CASO...........................................................................................41 CONCLUSÃO....................................................................................................51 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................53 ANEXO 1...........................................................................................................56 ANEXO 2...........................................................................................................61 COMPROVANTES DE ATIVIDADES CULTURAIS..........................................65 ÍNDICE...............................................................................................................66

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INTRODUÇÃO

A globalização aumentou de forma muito incisiva a necessidade das

empresas se tornarem mais competitivas em todos os setores e, quem não se

atualizar, buscando soluções novas e alternativas, estará fora do mercado.

Para isso, é preciso haver um espírito empreendedor, como afirma Chiavenato

(2005), tendo em vista o mundo dos negócios ser altamente competitivo.

Dessa maneira, gerenciar negócios é fundamental para a moderna

organização e, de acordo com Drucker (1999, P.24), “existe a maneira certa

para se gerenciar pessoas - ou pelo menos deveria haver”, e que a

“organização deve ser adequada à tarefa”.

Dentre as estratégicas utilizadas pelas farmácias e drogarias

independentes para o desenvolvimento da competitividade, tem-se a união

desses estabelecimentos em redes chamadas associativistas. A união de

pequenas empresas em redes é uma solução que vem sendo utilizada na Itália

e em diversos outros países, com muito sucesso.

Sendo este o macroambiente do presente estudo, podemos definir

como microambiente o setor de farmácias e drogarias independetes no Brasil

e, mais especificamente, no Estado do Rio de Janeiro.

Em relação ao microambiente de pesquisa, Casarotto Filho e Pires

(2001) afirmam que, com o processo de globalização, as empresas precisam

rever suas estratégias empresariais, sobretudo ao se considerar a evolução

tecnológica e a estabilização econômica, que levam a rápidas mudanças. E,

nesse novo ambiente, terá mais sucesso quem:

“Arrisca-se mais. Aspectos qualitativos prevalecem sobre

quantitativos. Antes de ter um bom projeto, é necessário ter uma boa

estratégia. Projeto precisa ter aderência estratégica. Capacidade de

adaptação. Alianças podem ser decisivas. Ganhos são pela

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produtividade e não pela especulação.” (Casarotto Filho e Pires,

2001, p.25).

Para desenvolver o tema, serão analisadas obras de caráter teórico e

conceitual sobre redes de empresas, empreendedorismo, associativismo; e

obras de caráter específico, sobre o desenvolvimento do setor de farmácias e

drogarias independentes e as perspectivas para este setor.

A formulação do problema implica em discutir que com o surgimento das

grandes redes de farmácias e drogarias nas últimas décadas, de forma geral

mais competitivas, além das mudanças na economia e uma legislação rígida,

entre outros fatores, os estabelecimentos independentes se viram em situação

muito difícil, praticamente sendo alijados deste mercado, e somente

conseguirão sobreviver se possuírem estratégias eficazes, que lhes garantam

competitividade.

O objetivo geral é analisar se o associativismo é uma estratégia eficaz

para o desenvolvimento da competitividade das farmácias e drogarias

independentes. Os objetivos específicos são: analisar os dados do setor de

farmácias de uma forma geral no Brasil, focando melhor o setor no Estado do

Rio de Janeiro, e apresentar as bases teóricas do associativismo.

A hipótese de trabalho é que sendo o varejo farmacêutico um setor que

demanda às empresas serem muito competitivas para que sobrevivam no

mercado, principalmente a partir do surgimento e crescimento das grandes

redes, o associativismo é uma saída e uma solução para desenvolver a

competitividade das farmácias e drogarias independentes.

O capítulo I aborda o surgimento das redes de pequenas e médias

empresas independentes e a questão do Associativismo, onde as empresas

atuam através da cooperação e ajuda mútua como estratégia para se garantir a

sobrevivência e competitividade em um mercado cada vez mais internacional e

globalizado.

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O capítulo II traz uma análise do setor de farmácias e drogarias no Brasil

e as transformações ocorridas nas últimas duas décadas, focando-se mais na

realidade presente na região Sudeste, em especial o Estado do Rio de Janeiro.

No capítulo III apresenta-se o estudo relativo às estratégias

desenvolvidas pelas farmácias e drogarias para se garantir a sobrevivência e a

competitividade diante da nova realidade apresentada, principalmente após o

Plano Real.

O capítulo IV aborda a questão relativa à gerência financeira das

farmácias e drogarias associativistas frente às demandas do mercado atual.

O capítulo V demonstra o estudo de caso realizado, assim como a

metodologia de aplicação do estudo, onde após a revisão da literatura, foi

apresentado a nove proprietários de farmácias e drogarias associativistas um

questionário semi-estruturado visando-se o enriquecimento do estudo através

das opiniões daqueles que lidam com o setor no seu dia a dia.

Também se optou por realizar uma entrevista com um importante gestor

de uma federação que agrega mais de 20 redes associativistas, onde se foca

mais o aspecto financeiro da administração, sendo seu conteúdo explorado no

capítulo IV.

Ressaltamos que, embora os estudos sobre associativismo

estejam bem desenvolvidos, são poucas as análises que entrelaçam

associativismo e redes ao setor de farmácias e drogarias, sendo, portanto de

relevância científica a presente pesquisa, no sentido de analisar e propor

estratégias que possam ser realizadas por farmácias e drogarias

independentes, para se manterem de forma competitiva neste mercado.

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CAPÍTULO I

REDE DE EMPRESAS E O ASSOCIATIVISMO

A globalização e a crescente internacionalização das economias

tornaram necessária a reorganização dos fatores produtivos e as técnicas de

gestão, para a organização se adequar aos padrões internacionais de

qualidade e produtividade, desenvolvendo sua competitividade.

Para De Souza (1993), o momento é de transição no qual se observa

um aumento no ritmo das mudanças tecnológicas, que tornam obsoletos com

extrema rapidez máquinas, processos e produtos, assim como crescentes

flutuações dos mercados com a diluição das fronteiras e o aumento das

condições de incerteza e de risco em que devem ser tomadas as decisões dos

agentes econômicos.

Todas essas mudanças criam novas relações entre empresas, entre

empresas e trabalhadores e entre empresas e instituições.

Novas formas de gestão de trabalho são adotadas nos produtos e

processos para que a organização se enquadre perante as exigências

mundiais. O uso da tecnologia tem grande importância nos processos

produtivos forçando as empresas a adotarem novas estratégias.

“Entre essas estratégias encontram-se a formação de redes de

empresas, uma prática atual que pretende garantir a sobrevivência e

competitividade principalmente das pequenas empresas, criando

desta forma uma nova arquitetura organizacional e inovando na

formação de relacionamento entre empresas.” (Olave e Amato Neto,

2001, p.290).

No atual ambiente organizacional se torna imperativo que as empresas

atuem de forma conjunta e associada.

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“Desta forma, surge como possibilidade concreta para o

desenvolvimento empresarial os modelos organizacionais baseados

na troca e na ajuda mútua tomando como referência o conceito de

redes advindo, principalmente da Sociologia. As redes de empresas

representam uma forma inovativa de obter competitividade e

sobreviver no mundo globalizado.” (Olave e Amato Neto, 2001,

p.289).

Nesse novo ambiente as relações de cooperação são incentivadas para

se reduzir as dificuldades que se traduzem como custos de transação, que vão

além dos custos de produção. A cooperação reduz os custos de transação

aumentando a eficiência econômica e por conseqüência aumentando a

competitividade, através da tecnologia que se torna disponível.

Para Olave e Amato Neto (2001) existem vários tipos de alianças

estratégicas entre empresas grandes, médias e pequenas, as quais em geral

são formalizadas visando atacar mercados de forma objetiva, anulando o poder

da concorrência que se encontra em desvantagem em relação àquelas

empresas ligadas por uma aliança estratégica.

“A estratégia subjaze em vários objetivos: a dimensão crítica a partir

da qual se pode ocupar uma posição dominante no mercado; o

reforço das redes de distribuição, para reforçar ainda mais esse

domínio de mercados; a colocação em comum de atividades

complementares de pesquisa e desenvolvimento por vezes chamada

de cross fertilization.” (Olave e Amato Neto 2001, p.292).

Kanter apud Olave e Amato Neto (2001), cita os seguintes tipos de

alianças:

a) Alianças Multi-Organizacionais de Serviços ou Consórcios: organizações

que tenham uma necessidade similar juntam-se para criar uma nova

entidade que preencha a necessidade de todas as empresas envolvidas.

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b) Alianças Oportunísticas ou Joint Venture: as empresas enxergam a

possibilidade de obterem algum tipo de vantagem competitiva imediata,

mesmo que temporariamente, por meio de alguma aliança que as levam à

cosntituição de um novo negócio ou ampliação de alguma que já exista.

c) Alianças de Parceria envolvendo Fornecedores, Consumidores e

Funcionários: Existe o envolvimento de diferentes parceiros no processo de

negócio, em seus diferentes estágios de criação de valor. Os parceiros são

as parte de que a empresas depende, como fornecedores, clientes e

funcionários.

Olave e Amato Neto (2001) consideram a rede de empresas como uma

forma de associação “por afinidade de natureza informal e que deixa cada uma

das empresas responsável pelo seu próprio desenvolvimento” (p.293), sendo

uma escolha ideal para as pequenas e médias empresas.

“A sociedade de empresas, por vezes chamada rede de empresas, é

um modo de agrupamento de empresas destinado a favorecer a

atividade de cada uma delas sem que estas tenham forçosamente

laços financeiros entre si. As empresas em rede complementam-se

umas às outras nos planos técnicos (meios produtivos) e comerciais

(redes de distribuição) e decidem apoiar-se mutuamente em

prioridade; mas a constituição em rede pode também traduzir-se, por

exemplo, pela criação de uma central de compras comum às

empresas da rede.” (Ribault et al. apud Olave e Amato Neto, 2001,

p.293).

Conforme Leon apud Olave e Amato Neto (2001), as redes de empresas

são formadas para se diminuir o grau de incertezas e riscos através da

atividade econômica organizada e coordenada entre empresas. Nas redes de

pequenas e médias empresas aparece a possibilidade destas configurarem

como clusters de empresas (agrupamentos), como redes de cooperação,

atuando como organizações virtuais ou ainda como suply chain management

ou gerenciamento da cadeia de suprimentos.

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Casarotto Filho e Pires (2001) analisam outros tipos de redes,

mostrando que a pequena empresa tem duas opções quando quer crescimento

rápido: optar por ser fornecedor em uma rede topdown ou ser participante de

uma rede flexível de pequenas empresas.

No caso de redes topdown, uma pequena empresa pode se tornar

fornecedora de uma empresa-mãe ou, então, uma subfornecedora. “É uma

rede na qual o fornecedor é altamente dependente das estratégias da empresa

mãe e tem pouca ou nenhuma flexibilidade ou poder de influência nos destinos

da rede” Casarotto Filho e Pires (2001, p. 36-37). Neste caso, tanto empresa-

mãe quanto suas dependentes competem pela liderança de custos.

As empresas de rede flexível têm sido o sustentáculo das economias

mais desenvolvidas no mundo, como é o caso das empresas analisadas pelos

autores na Itália. Essas empresas estão unidas por um consórcio que tem um

objetivo comum traçado. As empresas reúnem-se a partir da formação desses

consórcios, com cada uma das empresas sendo responsável por uma parte do

processo de produção, ou seja, o conjunto atuando como uma grande

empresa. Neste caso, as empresas conseguem competitividade por obterem

boa relação entre flexibilidade e custo.

“Num consórcio de formação de produto, por exemplo, várias

empresas podem produzir partes de um equipamento, que é

comercializado, divulgado e assistido tecnicamente por um consórcio.

Esse consórcio simula a administração de uma grande empresa, mas

tem mais flexibilidade de atendimento a pedidos diferenciados. Isso

significa uma agregação de valor.” (Casarotto Filho e Pires, 2001,

p.37).

A formação de consórcios não ocorre repentinamente, pelo contrário,

pois depende dos modelos de desenvolvimento regional e pelas ações que são

exercidas por associações patronais de pequenas empresas, asseveram os

autores supracitados. No entanto, esse tipo de cooperação pode contribuir

para o desenvolvimento sustentado e para a geração de empregos.

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Empresas de um mesmo segmento e de uma mesma região não são

concorrentes e, sim, irmãs, e devem colaborar entre si, juntando as forças para

gerar uma escala maior e maior capacidade inovativa para sua viabilidade

competitiva.

Para Casarotto Filho e Pires (2001, p.49-54) “O consórcio é um

mecanismo que vem sendo utilizado com eficácia e eficiência na promoção da

capacitação e no suporte às empresas”, mostrando vantagens competitivas,

como explicam os autores supracitados, segundo os quais, existem três tipos

principais de consórcios: a) setorial; b) territorial; c) específico. No caso das

farmácias independentes e drogarias, o consórcio é do tipo setorial.

Conforme Casarotto Filho e Pires apud Olave e Amato Neto (2001), a

crescente complexidade das tarefas nas organizações mostra que é preciso

procurar parcerias para trabalhar de forma associada. Para os autores é

improvável que uma pequena empresa sozinha consiga dominar todas as

etapas do processo produtivo, e que ao formarem redes de cooperação, essas

empresas mais ágeis e flexíveis nos seus processos, se tornam igualmente

competitivas agregando as vantagens que as grandes têm como tecnologias e

logística.

1.1 Associativismo

Chiavenato (2005) conceitua associações como sendo as entidades de

direito privado dotadas de uma personalidade jurídica, caracterizadas pelo

agrupamento de pessoas com vistas a realizar e alcançar objetivos comuns,

sem finalidade econômica ou lucro. Dessa maneira, as associações não

podem ter fins econômicos e suas principais características são: “a) ausência

de finalidade lucrativa; b) reunião de diversas pessoas para a obtenção de um

fim ideal, que pode ser alterado pelos associados; c) o patrimônio é constituído

pelos associados ou membros; d) reconhecimento de sua personalidade por

parte da autoridade competente” Chiavenato (2005, p.113-114).

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Romeu (2008) analisa que a união de vários empresários de um mesmo

ramo de atividade melhora a competitividade face às grandes empresas e

trazem, ainda, outras vantagens, como maiores lucros. Para isto, é necessário

abolir alguns raciocínios errados, como considerar o segredo como a alma do

negócio ou desejar o desaparecimento do concorrente. Para este autor,

associativismo se define como sendo:

“o ato de se associar, agregar, juntar, unir forças para um fim comum.

Numa definição ampla, dizemos que associativismo é qualquer

iniciativa formal ou informal, que reúne um grupo de empresas ou

pessoas, com o objetivo principal de superar dificuldades e gerar

benefícios econômicos, sociais ou políticos.” (Romeo, 2008, p.1)

Dessa forma, quando se forma um consórcio, o objetivo pode ser

variado, desde a fabricação do produto até a capacitação ou exportações,

desde que atenda aos interesses de todos os partícipes de uma rede flexível.

“O Associativismo está presente em entidades como associações

comerciais, industriais e rurais; sindicatos; cooperativas; parcerias ou

associações de interesse econômico, social ou político. Vamos nos

ater, mais especificamente, ao associativismo de interesse

econômico, que reúne empresas de uma mesma atividade para

praticar compras conjuntas, ações de marketing, programas de

qualidade, produção compartilhada etc.”(Romeo, 2008, p.1)

Complementando essa visão, Allevato Júnior (2006) conceitua

associativismo como uma prática antiga, em que o poder de barganha, de

negociação e de persuasão aumentam de acordo com o tamanho da empresa

ou do setor, consolidando novas alianças, verticalizando algumas empresas

(aquisição das menores) e concentrando o setor em um número menor de

empresas, em um cenário onde somente irão sobreviver as empresas maiores

e mais eficazes.

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“O resultado prático disso é que as redes pequenas começaram a ter

poder de negociar promoções e preços tão competitivos quanto os

obtidos pelas redes médias. O que já se vê é o uso de Centrais de

Compras, que passaram a ser batizadas de Centrais de Negócios,

entre as redes de médio porte, o que era apenas uma opção para

melhorar as negociações dos pequenos.” (Allevato Júnior, 2006,

p.1).

Para o autor, o associativismo é essencial para dar chances de

sobrevivência e sustentabilidade às pequenas empresas, que quando estão

sozinhas, são frágeis e juntas são uma organização de forças, permitindo aos

pequenos empresários a consolidação dos negócios em redes independentes.

A idéia inicial foi a de se conseguir força, desenvolver a competitividade

e garantir a sobrevivência da empresa. A informatização, o relacionamento,

visando parcerias com fornecedores, o treinamento com a qualificação do

empresário e seus colaboradores, a padronização visual das lojas, a

racionalização do mix de produtos, a abrangência de prestações de serviços e

a qualidade no atendimento, são outras prioridades que visam à Fidelização

dos Consumidores.

“A impressão para um observador externo é de que ocorreu uma

Associação para ampliar o poder de negociação de um grupo de

empresas com seus fornecedores. No entanto, a essência do

conceito transcende o aspecto comercial, na medida em que essas

empresas estão cada vez mais conscientes das suas realidades

presentes e, buscam serem mais competitivas. A contingência não

deve se restringir apenas a ter preço, ela se amplia à necessidade de

informação, de tecnologia, da profissionalização da operação e, de

muitas outras prioridades.” (Allevato Júnior, 2006, p.1).

Para o associativismo ter sucesso, deve se operar as centrais de

negócios de forma profissional, administrando também as diferenças entre os

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afiliados, evitando assim as vaidades, individualidades e confrontos. É

necessário, ainda, apresentar uma aliança estratégica de sobrevivência.

”O negócio de Centrais tem crescido de diferentes formas. Pela

expansão do número de Centrais - só no último ano foram

identificadas mais de 50 novas, pela diversificação de segmentos,

pelo aumento do número de associados, pelo aumento do número de

lojas dos associados, pelo crescimento das vendas e do número de

funcionários. A integração de pequenos operadores independentes

sob uma mesma bandeira, negociando e comprando em conjunto,

promovendo e anunciando, desenvolvendo atividades de logística e

tecnologia de informação de forma compartilhada, implantando

cartões de crédito e produtos de marca própria, além de cuidar do

próprio amadurecimento empresarial e profissional, formam a mais

importante alternativa para a viabilização de pequenas empresas ante

um cenário de irreversível consolidação de mercado.” (Allevato

Júnior, 2006, p.1).

De acordo com Allevato Júnior, mais da metade das centrais de

negócios no Brasil são do setor de supermercados, sendo seguido pelo setor

de farmácias, materiais de construção, papelarias, e lojas de móveis.

“O formato mais tradicional de Centrais é aquele formado por

operadores independentes que se agregam para criar uma alternativa

para sua sobrevivência e crescimento. Mas outras formas têm

surgido, usando o mesmo conceito, porém sendo patrocinadas. São

os Atacadistas patrocinando Redes de lojas com operação

diferenciada, para criação de uma aliança, mutuamente interessante.”

(Allevato Júnior, 2006, p.1).

A formação de alianças de maior porte, ocorridas pela consolidação de

algumas centrais, têm contribuído para o amadurecimento do setor de forma

cada vez mais acelerada, devido à atenção que os fornecedores passaram a

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dar a essa alternativa, construindo dessa maneira, uma estrutura própria para

atender ao segmento.

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CAPÍTULO II

CONTEXTO: O SETOR DE FARMÁCIAS E DROGARIAS

NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Uma das mais precisas análises do setor de farmácias e drogarias foi

elaborado em 2004 por Lucas Callegari, traçando o Panorama Setorial.

Segundo esse importante documento, o setor de varejo farmacêutico é

responsável, no Brasil, por 80% das vendas de medicamentos, tendo um

faturamento geral em torno de R$ 16,7 bilhões - dados levantados pelo CFF -

Conselho Federal de Farmácias (2002).

Conforme Callegari (2004), existe um excesso de farmácias e drogarias,

sendo da ordem de 1 para cada 3,2 mil brasileiros, o que traz alguns problemas

que serão analisados a esse respeito.

Conforme Bigatto e Moretti (2008), citando dados da OMS (Organização

Mundial de Saúde), o número ideal de farmácias seria de uma para cada grupo

de 10 mil pessoas. O Brasil, segundo os autores, ocupa o 8º lugar no mercado

mundial de medicamentos, o que prova a importância desse segmento para a

economia do país.

O início da modernização do setor de farmácias e drogarias foi na

década de 1980, com a informatização dos estoques e do empreendimento.

Nesta década houve uma expansão das redes, levando à abertura de diversas

lojas, de forma que o estoque precisava ser informatizado para atender a toda

a rede.

Naquele momento, as lojas passaram por outra transformação, no

sentido de inserir o conceito de auto-atendimento, oferecendo também um mix

de produtos variados e passando a realizar o atendimento telefônico.

Os anos 1990 viram a intensificação desse processo, mas a

estabilização das taxas de inflação levou o setor a grandes dificuldades, pois

não havia um controle dos custos operacionais eficiente, sendo os mesmos

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ocultados pelos ganhos financeiros, quando as farmácias e drogarias

compravam as mercadorias antes da elevação de preços e as vendiam com o

aumento.

Com a estabilização das taxas inflacionárias, havia a expectativa de

aumento no consumo de medicamentos, porém, após 1997, constatou-se que

não houve esse incremento na demanda, pelo contrário, ocorreu queda no

consumo em unidades produzidas.

“O consumo de medicamentos reflete a distribuição de renda no

país. Estima-se que 48% dos produtos são consumidos por 15% da

população que tem renda superior a dez salários mínimos. Já as

classes mais pobres, que ganham até quatro salários mínimos,

compram apenas 16% dos remédios produzidos no país.” (Callegari,

2004, p.53)

Naquele novo cenário, com as taxas de inflação mais baixas, os lucros

reduziram-se drasticamente. As redes de drogarias começaram a oferecer

descontos significativos a seus clientes, pois possuíam maior capacidade de

negociação devido ao volume considerável de compras, assim como

começaram a realizar campanhas agressivas de promoção e marketing

voltadas para a fidelização do cliente.

Esse movimento tornou o ambiente extremamente competitivo para as

farmácias independentes. As independentes, para competir com as redes

intensificaram parcerias com distribuidores e formaram grupos ou redes de

farmácias independentes denominado associativismo. Outra estratégia das

independentes foi adotar a bandeira das franquias.

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2.1 Estrutura do Setor

As farmácias e drogarias são os principais pontos de venda legal de

medicamentos no Brasil. Cerca de 85% dos medicamentos vendidos são do

tipo que só podem ser prescritos com receita médica. O restante, 15%, é de

remédios considerados não éticos ou over-the-counter - OCT (Callegari, 2004).

Os medicamentos podem ser divididos entre similares, genéricos e de

referência (ou de marca), sendo que esta última categoria foi reconhecida pela

Lei de Patentes, de 1997. Os similares sempre existiram no país (quando não

havia propriedade intelectual), e hoje são conhecidos como genéricos.

Os primeiros genéricos foram lançados no país em 2000, após a

regulamentação por meio da Lei n. 9.787, e este é um segmento que vem

crescendo de forma incisiva. A Anvisa programou medidas para viabilizar o

setor de genéricos e, por este motivo, os similares vêm perdendo espaço no

mercado farmacêutico.

Vale mencionar que os similares são mais rentáveis para as farmácias, e

as inovações nesta área não deverão prejudicar o setor, devido ao fato de que,

por outro lado, os genéricos beneficiam o consumidor que passa a comprar

mais os medicamentos de que precisa.

O mercado tem seus preços controlados pela Portaria n. 37, de 1992,

que instituiu o controle da margem máxima de comercialização:

”A margem máxima de comercialização permitida no varejo é de

42,85% sobre o preço do fabricante, o que equivale a 30% do preço

máximo ao consumidor. Essa margem refere-se à receita bruta das

farmácias e drogarias na venda de medicamentos, devendo, portanto,

cobrir os custos e remunerar o capital desses estabelecimentos.”

(Callegari, 2004, p.8).

A legislação obriga que cada farmácia tenha um farmacêutico em tempo

integral, no entanto, o setor é formado, em sua maioria, por farmácias

independentes, que não têm condições financeiras de ter um farmacêutico em

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tempo integral, pois isto inviabilizaria a sobrevivência destes estabelecimentos.

Para solucionar essa questão, é permitido pelo órgão de fiscalização local que

cada estabelecimento fique sob “a responsabilidade técnica de um ‘prático de

farmácia’, oficial de farmácia ou outro igualmente inscrito no Conselho Regional

de Farmácia” (Callegari, 2004, p.9).

O Brasil possuía 69,1 mil estabelecimentos em 2001/2002, sendo que

4,2 mil são lojas de redes (6.1% do total). Dessa forma, as farmácias

independentes são maioria, tendo peso de 93,9%, representando 64,9 mil

empresas. Dez anos antes, a participação das independentes era 91,7%,

mostrando ter havido um crescimento entre 2001 e 2004.

Especificamente em relação aos dados disponíveis sobre a Região

Sudeste, segundo os dados da ACNielsen (2002), com 36,8 mil lojas, a região

Sudeste tem peso de 53,2% sobre o total nacional, sendo que em São Paulo,

principal estado da região havia em 2002, 21,7 mil estabelecimentos,

equivalendo a 31,3% do total do Brasil.

“A área formada pelos estados de Minas, Espírito Santos e pelo

interior do Rio de Janeiro concentra 11,4 mil estabelecimentos,

respondendo em 2002 por 16,5% das farmácias em funcionamento

no país. Nos municípios da Grande Rio de janeiro, com peso de

5,5%, estão presentes 3,8 mil lojas,ou 5,5% do total.” (Callegari,

2004, p.13).

Em relação às lojas de rede, 391 estão na Grande Rio e 356 espalhadas

pelos estados de Minas, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro.

Quanto às lojas independentes, 34,82 mil estão na região Sudeste. A

região também é responsável pela concentração do maior número de

farmácias independentes do país: 53,6% do total.

No Grande Rio, como a pesquisa redefine a região em torno da cidade

(englobando municípios vizinhos que não são discriminados pelo autor), temos,

3,38 mil lojas independentes com participação de 5,20% do mercado nacional.

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CAPÍTULO III

ESTRATÉGIAS PARA SOBREVIVÊNCIA NO SETOR DE

FARMÁCIAS E DROGARIAS

O planejamento estratégico, sendo um conjunto de atividades que têm

por objetivo elaborar um plano, contribui para novos direcionamentos ao

negócio, definição das prioridades e das conseqüências futuras das ações do

presente e, ainda, para tomada de decisões, controle das atividades, respostas

a novas situações e desenvolvimento expertise. É preciso notar, porém, que o

estabelecimento de um planejamento estratégico pode gerar resistências ao

novo, mesmo que os resultados sejam evidentes. Afinal, o planejamento não

possui um fim em si mesmo, já que ele é uma técnica que contribui para o

processo de tomada de decisões.

Visto isto, é importante que se tenha uma proposta que parta do

princípio que uma instituição tem valores e visão voltados para um objetivo.

Essa visão deve ser a base das ações da empresa, gerando seus valores e

seus princípios que irão pautar o planejamento estratégico. É preciso que

todos conheçam os objetivos, para que políticas eficazes e pertinentes sejam

implementadas.

As etapas para o estabelecimento de um planejamento estratégico são

as seguintes: análise interna e externa: busca de oportunidades, ameaças,

pontos fortes e fracos, projeção e avaliação das forças; fixação dos objetivos:

definir prazos, quem será atendido, quais os projetos a serem realizados e

quais os recursos disponíveis; criação de estratégias e ações para alcançar os

objetivos; implementação das estratégias e ações; e avaliação por meio de

monitoramento das ações e dos resultados alcançados.

Para Cohen (2004), não basta ter habilidades para cuidar da gestão de

uma empresa; é preciso saber enfrentar as dificuldades que ocorrem no

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cotidiano das empresas e, para isso, em termos pessoais, o empreendedor

precisa estar atento.

“Automotivação e força de vontade para investir e administrar a

própria carreira são algumas das características indispensáveis para

o seu sucesso. O empresário em busca de resultados também

precisa ter um comportamento irrequieto e uma boa dose de

insatisfação para não se limitar a conduzir a empresa – mesmo em

tempos de vacas magras – como se tudo fosse uma questão de

vender o necessário para pagar faturas e funcionários.” (Cohen,

2004, p.13).

Assim, Cohen (idem) sugere que a primeira atitude a se tomar é manter

um olho voltado para o futuro, arregaçando as mangas e buscando

oportunidades para além dos problemas que surgem, pois só assim se poderá

ter um negócio mais competitivo. Agir com profissionalismo implica, ainda, em:

estar de olho na conjuntura; costurar estratégias; seduzir a clientela; reger a

administração de vendas; monitorar as finanças, lidar com a mão de obra; e

administrar a produção, dentre outras tarefas para as quais é necessário um

clima organizacional harmônico.

Todo empreendedor deve ser inovador, persistente em suas idéias

sejam elas para satisfazerem as suas necessidades ou dos clientes, saber

quais são suas expectativas, seus valores e necessidades, vendo na inovação

uma oportunidade de sair na frente de seus concorrentes.

Inovação é um efeito na economia e sociedade, mudança no

comportamento de clientes, professores, dos oftalmologistas – das

pessoas em geral. Ou ela é uma mudança no processo, isto é na

maneira como as pessoas trabalham e produzem algo. Portanto, a

inovação sempre precisa estar junto ao mercado, concentrada no

mercado, e, deveras, guiada pelo mercado (Drucker, 1996, p.96).

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Nesse contexto, os empreendedores independentes, assim como os

franqueados, possuem fortes responsabilidades para o sucesso do

empreendimento. Os independentes assumem todas as responsabilidades

sobre suas atividades dentro da empresa desde a implantação de suas idéias

até as atividades desempenhadas.

O empreendedor independente possui autonomia total na condução de

seus negócios, devendo ter certeza daquilo que pretende iniciar, pois sua

implantação e desenvolvimento vão depender totalmente dele. A avaliação e

capacitação do funcionário ficam a critério do empreendedor, assim como

escolha da parte física da empresa, as atividades desempenhadas, a

implantação de idéias e os clientes. Ele possui liberdade ilimitada, com maior

grau de risco. Não há plano de negócios e a coleta de informações sobre o

mercado corre por sua própria conta.

Para Blessa (2008), os gestores de farmácias pequenas geralmente não

têm o efetivo controle de seu negócio, ocorrendo muitas vezes a falta de

produtos essenciais em suas prateleiras, o que pode gerar a perda de

credibilidade do cliente em relação ao estabelecimento, sendo, portanto uma

ameaça à sobrevivência do estabelecimento.

Conforme a análise de Rose (2008), o empresário de farmácias e

drogarias independentes é um solitário que carece de informações técnicas do

setor, assim como conhecimento e treinamento em marketing e gestão, e que

teme o crescimento das grandes redes, sentindo-se indefeso perante o

concorrente, mas acredita no seu negócio e é potencialmente um otimista. A

improvisação está sempre presente na administração, assim como as decisões

isoladas relativas aos fornecedores e consumidores.

O setor varejista das farmácias e drogarias independentes está repleto

de ameaças e oportunidades.

As principais ameaças analisadas por Rose (idem), são: a entrada de

concorrentes na venda de medicamentos (empresas de assistência e de

seguro saúde), novos estabelecimentos, processos de fusão do setor, novas

redes, venda em supermercados, venda direta ao consumidor, custos

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crescentes, falta de crédito, pequena diversificação, pouco poder aquisitivo da

população, fiscalização rígida, falta de barreiras a novos entrantes, insatisfação

dos clientes (quanto a preço, qualidade, atendimento), altos custos, vendas a

prazo, falta de capitalização, falta de segurança, dentre outros.

Rose (ibdem) aponta como principais oportunidades o fato de que o

mercado de medicamentos está com demanda crescente no país, e outras

oportunidades tais como, oferta de diferenciais competitivos, união de

pequenos varejistas, aumento de vendas com os genéricos; preferência dos

clientes pela proximidade, formação de alianças estratégicas, potencial das

classes de menor renda, nichos de mercado em aberto, “vales” de empresas,

aumento de convênios, variedade de produtos e serviços para todas as classes

e a integração com os clientes.

As ameaças e oportunidades podem ser sentidas de imediato, basta que

o empresário tenha o discernimento para identificá-las e neutraliza-las ou

explorá-las.

Diante de um cenário onde as mudanças ocorrem de maneiras

extremamente velozes, é preciso que o empresário repense a organização

constantemente.

3.1 Estratégias para o Setor

Para Santos (2006), dois recentes seminários (I Seminário de

Implementação dos Serviços de Assistência Farmacêutica na Atenção Básica,

Brasília maio de 2006 e Seminário Novos Rumos dos Serviços Farmacêuticos

na Farmácia Comunitária, Brasília junho de 2006), tiveram grande importância

ao delinear estratégias para o setor de farmácias e drogarias.

O primeiro, por incluir ações e serviços farmacêuticos na atenção

básica e garantir recursos federais para seu custeio, organizando todo o setor;

e o segundo, por propor um modelo inspirado na Farmácia Cruz Verde, da

França, o qual contempla o aspecto sanitário do estabelecimento

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farmacêutico, sem sufocar a harmonia que deve prevalecer entre a

necessidade de lucro do estabelecimento particular e a necessidade de

oferecer serviços de saúde que precisam caracterizar a farmácia.

“A implantação deste novo modelo não deve ser uma meta apenas

do Conselho Federal de Farmácia (CFF), mas das autoridades

sanitárias brasileiras e de toda a sociedade, porque ele representaria

uma conquista para a saúde.” (Santos, 2006, p.1).

A partir de 1994, com o advento do Plano Real, os custos das empresas

deixaram de ser cobertos pelos ganhos financeiros, obtidos com a compra de

mercadorias antes do aumento de preços e a venda após esse aumento.

“O movimento das redes, que se tornaram cada vez mais fortes

dentro do mercado, tornou o ambiente mais competitivo para as

farmácias independentes. As crescentes dificuldades fizeram com

que uma parte das independentes adotasse estratégias para melhor

competir com as redes. Assim, então intensificaram as parcerias

com distribuidores e formaram grupos ou redes de farmácias

independentes, num movimento denominado “associativismo”. Outra

estratégia das independentes foi adotar bandeiras de franquias.”

(Callegari, 2004, p.2).

As redes associativistas foram criadas para aumentar o poder de

negociação juntos aos fornecedores, organizando centrais de compras,

buscando-se a redução dos custos operacionais. Além de maior

representatividade juntos aos fornecedores, os proprietários dos

estabelecimentos independentes conseguiram alcançar posição de destaque

perante seus clientes, através da modernização da loja, campanhas de

marketing, treinamento do proprietário e funcionários e ampliação do mix de

produtos.

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Nas franquias, o empresário franqueado recebe assistência por parte do

franqueador para implantação do seu negócio. O empreendedor franqueado

possui certa vantagem em relação ao independente porque ele recebe apoio

desde a instalação da empresa até o seu gerenciamento, assim como conta

com treinamento; liberdade limitada, com menor grau de risco; consultoria para

escolha do local físico para instalação da empresa e assistência constante por

parte do franqueador.

O empresário adepto do sistema de franquias, não possui autonomia

para implantar idéias de forma direta em sua empresa assim como plano de

negócios, plano de marketing etc.

“Com o associativismo ou com as franquias, as independentes

alcançaram melhores condições de negociações junto aos

fornecedores, possibilitando oferecer maiores descontos ao

consumidor final, equiparados aos oferecidos pelas grandes redes.

Além disso, essa estratégia possibilitou fazer investimentos em

propaganda, com a otimização dos recursos, o que seria quase

impossível de ser realizado por uma farmácia independente de

pequeno porte.” (Callegari, 2004, p.2).

Outra tática adotada pelos empresários do setor de farmácias e

drogarias foi o cartão de fidelização, hoje adotados em praticamente todas as

redes do país. Vale ainda mencionar a tática de associação com planos de

saúde, entrega em domicílio, o comércio eletrônico, e outras estratégias que

vem sempre se renovando.

Importante lembrar, também, que o setor se transforma, adotando outros

produtos em suas lojas e, além dos itens de higiene pessoal e de perfumaria,

muitas farmácias e drogarias apostam nos não medicamentos, como leite em

pó, balas, pilhas, filmes fotográficos, colas, chocolates, sorvetes, doces,

celulares e até mesmo sandálias havaianas, que são talvez mais fáceis de

encontrar em uma farmácia do que em uma sapataria.

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As grandes redes têm investido no segmento de saúde e beleza,

através da abertura de grandes lojas voltadas para o consumidor de maior

poder aquisitivo. As farmácias e drogarias, seguindo o exemplo dos

supermercados, vêm trabalhando com produtos de marca própria, visando

aumentar sua receita e estreitar o relacionamento com seus clientes para levá-

los a retornar à loja.

Conforme Blessa (2008), cerca de 25% a 35% do faturamento das

drogarias é oriundo do segmento de higiene e beleza. Cerca de 30% das

pessoas que entram no estabelecimento, procuram por produtos desse

segmento.

Uma concorrência de peso é a área de supermercados, pois muitos vêm

abrindo setores de farmácia e de drogarias em suas lojas, disputando

diretamente com o setor.

A tendência atual é a criação de grandes redes nacionais, pois muitas

redes têm inaugurado lojas em outros estados, sobretudo nas capitais. Isto

ocorre com maior intensidade no Sul e no Sudeste.

“Embora as maiores redes do país tenham conseguido expandir o

número de lojas e aumentar suas vendas, nos últimos anos as

dificuldades aumentaram para o varejo farmacêutico como um todo.

Entre os principais entraves ao desenvolvimento do setor estão as

limitações do mercado consumidor, onde boa parte da população

não tem renda para adquirir medicamentos, agravadas com a queda

do poder de compra e o crescimento do desemprego nos últimos

anos; o acirramento da concorrência, com aumento do número de

farmácias; e o impacto dos tributos e das taxas, principalmente sobre

os estabelecimentos de pequeno porte.” (Callegari, 2004, p.3).

Hoje, o setor reconhece que o grande diferencial das farmácias e

drogarias no futuro será a prestação de serviços ligados à saúde e ao bem

estar dos clientes.

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“Para esses analistas, não será um grande mix de produtos,

semelhante ao modelo norte-americano que irá orientar as

estratégias das empresas, mas os serviços nos quais o farmacêutico

exerceria um papel mais importante dentro da área de saúde, dando

suporte ao paciente e complementando o atendimento dado pelo

médico.” (Callegari, 2004, p.4).

Conforme o artigo Farmácias unidas no associativismo (2008), as

farmácias independentes contam muitas vezes com estratégias voltadas ao

atendimento personalizado, prática esta não adotada pelas redes. Nesses

casos muitas vezes o processo transcende as fronteiras da loja, quando o

funcionário vai até a casa do cliente e realiza o atendimento voltado à troca de

curativos, aplicação de injeção e medição de pressão, assim como

monitoramento de glicose.

Segundo declara a consultora Ana Vecchi, no artigo Nova Farmácia,

Boa Oportunidade (2005), “Existe concorrência, mas sabendo trabalhar, tem

espaço sim” (p.1). Para enfrentar a concorrência, principalmente as grandes

redes, algumas independentes apostam na diferenciação através da entrega

em domicílio com tempo pré-determinado.

“Mesmo que o inimigo seja mais forte em tropas, podemos impedi-lo

de combater. Planeje de forma a descobrir seus planos e a sua

probabilidade de sucesso. Provoque-o e descubra a base de sua

atividade ou inatividade. Force-o a revelar-se, de forma a exibir seus

pontos vulneráveis. Compare meticulosamente o exército adversário

com o seu, de forma a saber onde a força é superabundante e onde

é deficiente.” (Clavell, 2004, p.41).

Outra tendência para o setor é o aumento da especialização das

farmácias e drogarias, como por exemplo, a venda de genéricos.

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Na visão de Fiaschetti (2006), o aumento da competitividade exige que

os administradores de farmácias e drogarias tenham profissionalismo,

adquirindo novos conhecimentos e desenvolvendo habilidades.

“Portanto, à medida que os desafios aumentam, também aumenta a

necessidade de uma administração estratégica como forma de se

estabelecer diretrizes para o atingimento de metas e objetivos de

curto, médio e longo prazos, calcular e minimizar riscos, aplicar na

prática conceitos e aspectos teóricos às decisões administrativas e

gerenciais diárias, conceber sistemas de medição para o

acompanhamento dos planos operacionais e avaliar lucratividade e

rentabilidade como indicadores de desempenho.” (Fiaschetti, 2006,

p.1).

O cenário atual, em constante mutação, demanda dos gestores do setor

varejista farmacêutico o desenvolvimento de políticas de gestão estratégicas,

fazendo com que o mesmo esteja constantemente conectado com o mundo à

sua volta, repensando seu negócio a todo instante para que seja viável a

sobrevivência em um mercado extremamente competitivo.

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CAPÍTULO IV

GESTÃO FINANCEIRA NAS FARMÁCIAS E

DROGARIAS ASSOCIATIVISTAS

A estabilização das taxas inflacionárias ocorridas com o Plano Real no

início da década de 90, transformou profundamente a gestão financeira das

farmácias e drogarias, que até então era realizada quase que de forma

instintiva, em que as mercadorias eram compradas e revendidas com valores

aumentados em até duas vezes em único mês, obtendo assim seu ganho

financeiro.

Como não havia um controle de custos eficiente, pois os mesmos eram

ocultados pelos ganhos decorrentes do próprio processo inflacionário, as

farmácias e drogarias encontravam-se diante da necessidade de aprimorar sua

gestão financeira para que conseguissem sobreviver nesse novo cenário com

taxas de inflação estáveis.

O aumento da concorrência, percebida principalmente com o

aparecimento e o crescimento das grandes redes, aliada à queda no

orçamento das famílias ocorridas nos últimos anos, assim como uma legislação

extremamente rígida em que os preços dos medicamentos são controlados

pelo governo e o surgimento de uma classe de consumidores mais exigentes,

torna necessário o aprimoramento da gestão financeira das farmácias e

drogarias independentes, para que estas consigam aumentar sua

competitividade e até mesmo sobreviver.

“Os métodos empíricos, usando a intuição, não atendem mais às

necessidades empresariais, sendo o controle financeiro, ainda que

de maneira simplificada, o mais procurado e utilizado para evitar

surpresas desagradáveis e maximizar resultados.” (Souza, 2007,

p.2).

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Ainda segundo Sousa (2007), ao utilizar métodos empíricos, a empresa

poderá até obter lucros, porém estes seriam com certeza maiores se utilizadas

técnicas de gestão financeira e se o negócio se desenvolver, os métodos

empíricos deverão ser menos utilizados.

Para Schinetz (2007), existe urgência em que haja mudanças na cultura

administrativa farmacêutica, afirmando existirem muitos farmacistas os quais

acreditam que o modelo administrativo de 20 anos atrás (época das altas taxas

inflacionárias) é adequado ao mercado atual.

Em entrevista com o gestor de uma federação que agrega mais de vinte

redes de estabelecimentos associativistas, o mesmo afirma que com o atual

modelo de tributação ainda é possível sobreviver no curto prazo, utilizando

modelos intuitivos, porém, verifica-se nestes estabelecimentos uma grande

falta de sensibilidade na administração, até mesmo na relação com os clientes

e suas reais necessidades, o que ao longo do tempo inviabilizará o

estabelecimento.

Percebe-se na entrevista que existe um grande esforço por parte da

federação, em conscientizar os gestores com relação à importância da

administração financeira para seus estabelecimentos, porém não são todos os

empresários que dão a devida importância ao assunto.

A federação desenvolveu um sistema que consiste em receber

mensalmente por parte das lojas de suas redes, planilhas com dados

financeiros e de vendas do estabelecimento, que são compiladas e

processadas para após serem devolvidas aos associados com vários

indicadores devidamente analisados, visando à orientação do empresário na

gestão financeira do seu negócio.

O sistema engloba reuniões mensais com consultores onde são

analisados os resultados operacionais, assim como ocorre a troca de

informações relativas às melhores práticas adotadas, a partir de soluções

adotadas pelos próprios empresários. Nessas reuniões são debatidos

conceitos importantes para gestão financeira do negócio, como a importância

da curva ABC, o ponto de equilíbrio do negócio entre outros.

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Conforme a entrevista já citada anteriormente, os resultados dos

estabelecimentos em que seus gestores participam do sistema desenvolvido,

são sempre melhores do que as lojas que não têm participação, sendo dessa

forma obrigatória a participação do associado por parte de algumas redes.

“O Ritmo da mudança tornou-se tão rápido que a Capacidade de

Mudar e de Aprender tornou-se uma Vantagem Competitiva. Falta ao

Pequeno Varejista capacidade e ação para Medir seus próprios

Custos, Identificar seus Desperdícios, Reconhecer seus Pontos

Fracos, Corrigir seus Erros e Aprimorar seus Acertos.” (Allevato

Júnior, 2006, p.1).

4.1 Curva ABC

A curva ABC permite ao administrador ter uma ampla visão dos itens

comercializados em seu estabelecimento.

Segundo Dias (1993, p.76), “Ela permite identificar aqueles itens que

justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração”. Os

itens são ordenados na curva ABC conforme a sua importância relativa.

A curva ABC possui uma ampla utilização, seja para a própria

administração de estoques, para a definição de políticas de vendas e

estabelecimentos de prioridades na administração da empresa.

Para se construir a curva ABC, primeiramente deve-se construir uma

tabela, como por exemplo, a tabela 1, discriminando-se os itens

comercializados no estabelecimento com seus respectivos preços unitários,

consumo anual, valor de consumo anual e na última coluna, deve-se classificar

os itens começando pelo de maior consumo anual, recebendo este o nº 1, logo

após classifica-se o de segundo maior consumo anual com o nº 2 e assim por

diante até o último item.

Depois dos itens devidamente classificados, deve ser construída uma

segunda tabela ordenando-os em ordem decrescente do valor de consumo

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anual (tabela 2). Para Dias (1993, p.78), “A definição das classes A, B e C,

obedece apenas a critérios de bom senso e conveniência dos controles a

serem estabelecidos”.

Geralmente são colocados no máximo, 20% dos itens na classe A, 30%

na classe B e os outros 50% na classe C.

Tabela 1

Material Preço Unitário Consumo

Valor do Consumo Classificação

Anti Gripal 1,21 123 148,83 4 Estimulante 11,90 15 178,50 3 Antibiótico 3,64 89 323,96 2 Dengue x 5,98 12 71,76 7 Xarope 11,20 75 840,00 1

Revigorante 11,98 6 71,88 6 Desodorante 1,60 22 35,20 9 Grampo 0,38 84 31,92 10

Preservativo 5,12 19 97,28 5 Xampu 21,60 3 64,80 8

Tabela 2

Material Valor do Consumo

Valor do Consumo acumulado

% sobre valor total acumulado

Classificação ordenada

Xarope 840,00 840,00 45,06 1 Antibiótico 323,96 1.163,96 62,44 2 Estimulante 178,50 1.342,46 72,02 3 Anti Gripal 148,83 1.491,29 80,00 4 Preservativo 97,28 1588,57 85,22 5 Revigorante 71,88 1660,45 89,07 6 Dengue X 71,76 1732,21 92,92 7 Xampu 64,80 1797,01 96,40 8

Desodorante 35,20 1832,21 98,29 9 Grampo 31,92 1864,13 100 10

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Figura 1- Gráfico da Curva ABC

Fonte: O Uso da Curva ABC nas Empresas. (Pereira, 1999, p.1)

Dessa forma, os itens da classe A que são 20% do total, ou seja, 2 itens

correspondem a 62,44% do consumo. Os itens da classe B que são 30% do

total, no caso, 3, respondem por 22,78%, enquanto os 5 itens da classe C, 50%

do total respondem apenas por 14,78% do consumo.

A partir da análise ABC, concluí-se que os itens da classe A merecem

tratamento administrativo rigoroso e especial, devendo ter estoques de

segurança pequenos. Os itens da classe C devem ter tratamento bem mais

simples, pois seu baixo valor não justifica um controle rígido e oneroso,

podendo existir estoques de segurança maiores, enquanto os itens da classe C

deverão ter tratamento intermediário.

4.2 O Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio de uma empresa, dentro da análise de custo-

volume-lucro (CVL), demonstra o valor financeiro ou as quantidades que

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deverão ser produzidas ou vendidas, para que a empresa não obtenha lucro

nem prejuízo, ou seja, seu resultado operacional seja nulo. Para Horngren,

Foster e Datar (2000, p.45), “A análise de CVL pode ser usada para examinar

como várias alternativas de simulação levadas em consideração por um

tomador de decisão afetam o lucro operacional”.

Conforme Sousa (2007, p.109), “É o menor valor de vendas necessário

para que não ocorra prejuízo nem lucro. Isto é, pagam-se todos os custos

variáveis e todos os custos fixos, nada sobrando como resultado”.

Dessa forma, segundo Horngren, Foster e Datar (2000), para

determinar-se o ponto de equilíbrio (PE) em unidades, pode-se utilizar o

método da margem de contribuição (MCU). “A margem de contribuição é igual

às receitas menos os custos dos produtos ou serviços, que variam em função

do nível de atividade” (Horngren, Foster e Datar, 2000, p.45).

O ponto de equilíbrio físico é obtido dessa forma dividindo-se os custos

fixos pela margem de contribuição unitária.

Figura 2 – Gráfico de Custo – Volume - Lucro (CVL)

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O conhecimento do ponto de equilíbrio é de grande importância para o

administrador, auxiliando o mesmo no processo de tomada de decisão, de

forma a orientá-lo quanto à aplicação dos recursos face às necessidades da

organização.

4.3 Demonstração do Resultado Exercício (DRE)

Segundo Iudícibus et al. (1998), a Demonstração do Resultado do

Exercício (DRE), elaborada juntamente com o Balanço Patrimonial (BP),

traduz-se no relatório onde são apresentadas as operações realizadas pela

empresa durante determinado período. “Nele sobressai um dos valores mais

importantes às pessoas nela interessadas, o resultado líquido do exercício do

período, Lucro ou Prejuízo” (Iudícibus et al. 1998, p. 145).

O Balanço Patrimonial e a DRE, utilizados como relatórios

complementares, demonstram a situação patrimonial e econômico financeira

da empresa em dado momento, sendo utilizados para a obtenção de

informações, realização de previsões, análises, estimar variações e tirar

conclusões de ordem patrimonial e econômico financeira, orientando o

administrador no planejamento e controle de seu negócio.

COMPANHIA ABC – CGC nº 00.000.000./0000-00

Demonstração dos Resultados dos Exercícios Findos em 31/12

19x2 19x1

Receita Bruta de Vendas

Mercadorias $19050 $18601

Serviços $2155 $1210

$21205 $19811

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Fonte: Contabilidade Introdutória. (Iudícibus et al.,1998, p.146)

“Sem dúvida, quanto maior o número de informações que o analista

dispuser, além do Balanço Patrimonial e da Demonstração do

Resultado do Exercício, tanto melhores e mais exatas são as

análises e conclusões.” (Iudícibus et al. 1998, p. 146).

Impostos sobre Vendas ($3130) ($2901)

Receita Líquida de Vendas $18705 $16910

Custo Mercadorias e Serviços Vendidos ($14807) ($13105)

Lucro Bruto $3988 $3805

Despesas Operacionais

Despesas com Vendas ($606) ($619)

Despesas Administrativas ($993) ($969)

Despesas Financeiras Líquidas ($525) ($347)

Outras Receitas e Despesas Operacionais

Resultado de Participações Societárias ($125) $5

Resultado Operacional $1739 $1875

Resultado não Operacional $48 $$10

Ganhos não operacionais ($10) ($85)

Perdas não Operacionais

Resultado Antes do Imposto de Renda $1777 $1800

Imposto de Renda e Contribuição Social ($586) ($594)

Participação no Resultado

Dos Empregados ($119) ($121)

Dos Administradores ($59) ($108)

Lucro Líquido $1013 $977

Lucro por Ação $2,25 2,17

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As redes associativistas de uma forma geral procuram conscientizar os

empresários associados da importância de uma gestão financeira profissional

em um cenário de extrema competitividade, onde o negócio deve ser

administrado com profissionalismo, distante do amadorismo e das práticas

empíricas, muito comuns há algumas décadas, mas que perdem cada vez mais

espaço.

O conhecimento dos números do negócio se tornou ponto de grande

importância nesse novo universo globalizado. A utilização de recursos, como a

Curva ABC, o conhecimento do Ponto de Equilíbrio da empresa, as análises

oriundas da Demonstração dos Resultados do Exercício e de outros

instrumentos de gestão, vêm aparecendo cada vez mais no dia a dia da

administração das farmácias e drogarias associativistas.

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CAPÍTULO V

ESTUDO DE CASO

Optou-se por realizar uma pesquisa de campo com proprietários de

farmácias e drogarias adeptos do associativismo e uma entrevista com o gestor

de uma federação que agrega mais de 20 redes de farmácias e drogarias

associativistas, pois assim seria possível enriquecer o estudo teórico com as

opiniões daqueles que lidam com o setor no seu dia a dia.

Para tal realização, após a revisão de literatura, decidiu-se por

apresentar um questionário semi-estruturado a alguns proprietários de

farmácias e drogarias associativistas, visando investigar a importância do

associativismo como estratégia de competitividade e de sobrevivência para as

farmácias e drogarias independentes.

A entrevista (vide Anexo 1), realizada através de correio eletrônico com

o gestor da federação, teve seu conteúdo explorado no capítulo IV, onde o

aspecto financeiro relacionado à gerência dos estabelecimentos

farmacêuticos associativistas teve uma maior abrangência.

A amostra é qualitativa e não quantitativa. A pesquisa de campo foi

realizada no primeiro semestre de 2008, nos meses de maio e junho, e foi

apresentado o questionário (vide Anexo 2), enviado por correio eletrônico a

proprietários de farmácias e drogarias que fazem parte de uma rede. Nem a

rede nem os respondentes foram ou serão identificados neste estudo.

Assim como os respondentes dos questionários, o gestor da federação

entrevistado não foi nem será identificado no estudo.

É importante definir que o questionário foi aplicado a gestores de

empresas ligadas a uma associação, funcionando em diversas cidades do

Estado do Rio de Janeiro. As respostas, embora não reflitam todo o universo

de proprietários do setor, visam enriquecer o estudo com a interpretação dos

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próprios donos dessas farmácias e drogarias, que melhor do que ninguém

podem dizer o que pensam e como vêem o associativismo em seus

empreendimentos.

No método de tratamento dos dados foram utilizadas as técnicas

manuais de cálculo, a partir das respostas preenchidas pelos respondentes ao

questionário.

As respostas fechadas foram tabuladas. As respostas abertas (solicitou-

se a opinião livre, podendo ou não responder à questão) foram selecionadas

para que as mais conclusivas estivessem presentes neste trabalho.

Foram nove respondentes, todos proprietários de farmácias e drogarias

pertencentes a uma Associação, com empresas no Estado do Rio de Janeiro,

sendo a maioria no Grande Rio.

5.1 Análise e Resultado da Pesquisa

Analisando o perfil dos entrevistados, percebemos que 56% possuem

o curso superior completo, distribuídos nas áreas de Administração, Farmácia,

Estatística e Desenvolvimento de Software, 22% têm o 2º grau completo,11% o

curso superior incompleto e 11% o 2º grau incompleto.

NÍVEL DE ESCOLARIDADE

56%11%

22%11%

Superior completo Superior incompleto2º Grau completo2º Grau incompleto

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Dos estabelecimentos presentes na amostra, 44% estão localizados no

interior do Estado do Rio de Janeiro e o restante, 56%, estão concentrados na

região da Grande Rio.

LOCALIZAÇÃO

56%

44%

Grande Rio Interior do Estado

A maioria (5, com percentual de 56%) dos entrevistados afirmou que a

empresa existe no mercado há mais de 26 anos, mostrando que se trata de

uma empresa consolidada. Dos entrevistados, 33% disseram ter a empresa

entre 11 e 25 anos, e somente 11% tem a empresa há menos de dez anos.

EXISTÊNCIA DA EMPRESA

56%33%

11%

Menos de 10 anos Entre 11 e 25 anos mais de 26 anos

Dois terços (67%) dos respondentes afirmou que a empresa está em

rede associativista entre 6 e 10 anos, sendo que 33% está há menos de cinco

anos e nenhum respondeu participar de associativismo por mais tempo.

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TEMPO NA REDE

33%

67%

0%

Menos de 5 anos Entre 6 e 10 anos Mais de 11 anos

Ao serem indagados sobre o porquê da busca pelo associativismo,

demonstraram que essa decisão veio da necessidade de se obter maior

competitividade, face aos desafios do mundo globalizado, através da parceria e

união.

O faturamento das empresas aumentou em até 10%, segundo 56%

dos entrevistados, sendo que para 22%, o aumento está na faixa

compreendida entre 11% e 20%. Para os outros 22%, não houve alteração no

faturamento da loja.

VARIAÇÃO DO FATURAMENTO

56%22%

0%

0%

22%

0%

Até 10% Entre 11% e 20%

Entre 21% e 30% Mais de 31%

Não houve alteração Houve queda

Para 67% dos entrevistados, houve melhora na gestão financeira após

a associação, enquanto que para 33% a situação não se alterou. Nenhum dos

respondentes acusou piora na gestão do estabelecimento.

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GESTÃO FINANCEIRA PÓS ASSOCIAÇÃO

67%

33%

Melhora na gestão Sem alteração

Todos os respondentes (100%) afirmaram existir suporte por parte de

associação com relação à gestão financeira do negócio.

Todos os respondentes informaram utilizar um software indicado pela

empresa para gestão financeira e controle dos estoques, sendo que 3, ou 33%,

utilizam também o Excel e 1 utiliza além do Excel, outro software não

discriminado.

Antes de optar pela associação, 56% dos empresários afirmaram já ter

participado de treinamento de capacitação, assim como seus funcionários. O

restante (44%), afirmou nunca terem participado de treinamentos.

Participação em treinamentos antes da associação

56%

44%

Sim Não

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Três ou 34% dos entrevistados disse que já realizou mais de cinco

treinamentos na empresa, depois que passaram a fazer parte da rede, ficando

em segundo lugar nas respostas a participação em quatro treinamentos,

apontada por dois respondentes (22%). As demais respostas se dividiram em

11% que só teve um treinamento; 11% que teve dois treinamentos; 11% teve

cinco treinamentos e 11% nunca teve nenhum treinamento.

Treinamentos após a associação

11%11%

11%

0%22%11%

34%

Nunca Um Dois Três Quatro Cinco Mais de 5

Todos os respondentes afirmaram que houve melhora no layout da

empresa após o ingresso na rede.

Dos nove respondentes, 7 (78%) disseram que aumentou o número de

clientes na empresa depois que se associaram, enquanto dois (22%) disseram

que não houve aumento.

44% dos respondentes disseram que houve aumento no valor médio

de compra por cliente após o ingresso na rede, e 56% disseram que não

ocorreu esse aumento.

Aumento do número de clientes

78%

22%

Sim Não

Aumento do valor médio de compra por cliente após a associação

44%

56%

Sim Não

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Antes de pertencer à rede, nenhum dos entrevistados realizava

campanhas de marketing através da TV e outdoors. 56% utilizavam o rádio

como ferramenta de publicidade, 33% utilizavam jornal, 33%, faziam uso de

panfletos. Outras formas de campanhas de marketing foram apontadas por

22% dos respondentes.

Após a associação, a TV passou a ser utilizada por 33% dos

entrevistados. 67% utilizavam o rádio, ou seja, 6 respondentes,

representando um aumento de 20%. 78% utilizavam os jornais (aumento de

133%) e todos os respondentes passaram a utilizar panfletos (aumento de

200%). O outdoor passou a ser utilizado por 56% dos respondentes, antes da

associação, nenhum entrevistado utilizava outdoors. Outras ações foram

apontadas por 11% dos entrevistados.

0

3

56

3

7

3

9

0

5

21

0

2

4

6

8

10

TV RADIO JORNAL PANFLETOS OUTDOORS OUTRAS

Campanhas publicitárias - Antes e depois da associação

Antes

Depois

Todos os entrevistados apontaram que houve melhora após o ingresso

na rede, distribuídas da seguinte forma: Todos afirmaram melhora da

competitividade, 67% mencionaram melhora em seus estoques, 78%

afirmaram que estão com preços melhores, 67% disseram que os serviços

prestados melhoraram, 67% apontaram aumento de vendas, 78% perceberam

melhora na satisfação do cliente e 11% apontaram outras melhorias (melhora

na imagem rede).

Todos os respondentes afirmaram que a associação desenvolve

estratégias de centralização de compras. Os respondentes afirmam que as

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estratégias de compras centralizadas, aumentam o poder de negociação e

barganha, conseguindo-se dessa forma preços melhores, resultado de um

volume maior de compras e em alguns casos até a dependência dos

distribuidores em relação à rede.

56% dos entrevistados disseram que a associação desenvolve

políticas de recursos humanos comuns, ao passo que 33% afirmam não haver

políticas de RH e 11% não responderam. As políticas de RH descritas

resumem-se ao recebimento de currículos por parte da central e arrecadação

de recursos perante aos fornecedores para realização de cursos e palestras.

Um respondente afirmou que as políticas de RH não funcionam.

Desenvolvimento de políticas comuns de RH pela rede

56%33%

11%

Sim Não Não responderam

Dos nove respondentes, seis (67%) disseram que a associação

desenvolve estratégias de mercado para todos os associados, enquanto três

(33%) disseram que não. As respostas mostram o universo do empreendedor,

buscando o consenso entre seus pares com vistas à sobrevivência no

mercado. Para isso, consideram primordial a fidelidade aos compromissos por

parte dos lojistas, a concentração de compras com um fornecedor, planilhas,

pesquisas, campanhas. Foram esses os principais itens apontados por eles.

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Desenvolvimeto de estratégias comuns pela associação

67%

33%

Sim Não

Cinco associados ou 56% afirmam que a associação proporcionou

uma redução nos custos das mercadorias adquiridas, devido à centralização

das compras; Dois, ou 22%, afirmam que o maior benefício percebido foi o

aumento no giro dos estoques da empresa, enquanto os outros dois dizem ser

o maior profissionalismo e o controle mais preciso na gestão dos fluxos de

caixa o maior benefício oriundo da associação.

MAIORES BENFÍCIOS RELACIONADOS ÀS FINANÇAS

56%22%

22%

Diminuição no custo das mercadorias

Aumento no giro dos estoques

Maior profissionalismo e melhor controle dos fluxos de caixa

As considerações finais apresentadas pelos respondentes, relativas à

importância do associativismo para as farmácias e drogarias independentes,

enfatizam a bandeira da rede como um símbolo do sucesso que o empresário

pode ter ao se associar a outros empresários, demonstrando que, no mundo

globalizado, o associativismo é uma troca de informações e experiências para

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um resultado comum e satisfatório, sem perder o que cada um tem de pessoal

e de bom. Pelo contrário, somando para vencer.

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CONCLUSÃO

O setor varejista de farmácias e drogarias vem passando por profundas

mudanças nas últimas décadas, em especial devido ao surgimento e

crescimento das grandes redes ocorridos a partir dos anos 80 e a estabilização

da economia com o advento do Plano Real.

A situação se agravou devido ao rigor imposto pela legislação do setor,

cada vez mais intensificando ações de fiscalização e limitando suas margens

de lucro, forçando o empresário a ampliar sua visão e a racionalizar a

administração de seu negócio.

O pequeno empresário, de forma geral, se vê cada vez mais sufocado

pela concorrência com as grandes redes, que possuem melhores condições de

negociação com distribuidores, podendo ofertar seus produtos a preços

melhores, além de possuírem melhor estrutura de gestão do negócio,

amparados por profissionais de marketing, recursos humanos, finanças entre

outros.

Este novo cenário torna quase impossível o sucesso de um

estabelecimento independente que atue isoladamente, por não possuir os

recursos necessários para encarar tal concorrência. Conforme visto na

literatura, o empresário independente do varejo farmacêutico é um solitário,

carente de informações sobre o setor, assim como não possui conhecimentos

técnicos sobre gestão e marketing.

Alguns estabelecimentos, mesmo atuando isoladamente, conseguem

sobreviver inseridos em um mercado tão competitivo, isso porque têm anos de

funcionamento e uma clientela fiel devido aos serviços personalizados

oferecidos, possuindo diferenciais não ofertados pelas grandes redes.

As redes flexíveis que ocorrem em empresas italianas, criadas a partir

da necessidade de encararem os grandes empreendimentos, em parte

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oriundos da globalização, demonstram que a união entre empresas de

pequeno e médio porte, obtidas através de consórcios, em que as empresas

participam em conjunto do processo produtivo, atuando como uma única e

grande empresa traz como resultado um aumento de competitividade.

Da mesma forma, o estudo de caso realizado comprova que com a

associação, os farmacistas independentes obtiveram melhorias em vários

índices, como aumento no faturamento, acesso a diversas formas de

campanhas publicitárias, inclusive à televisão, treinamentos, melhoria no layout

de suas lojas, aumento do número de clientes entre outros, confirmando a

hipótese de estudo e demonstrando que a estratégia escolhida por essas

empresas para se manterem no mercado é ideal, frente as dificuldades

crescentes do setor.

A gestão financeira nos estabelecimentos associativistas ganhou um

aspecto mais profissional, onde se procura empregar um maior racionalismo

nas questões administrativas, deixando de lado o empirismo, visando adequar

os estabelecimentos à realidade do mercado atual.

Consolidando os resultados do estudo de caso com a análise da

literatura, conclui-se, portanto, que o associativismo aparece como sendo uma

estratégia extremamente eficaz para as farmácias e drogarias independentes.

As empresas atuando sob uma mesma bandeira, centralizando suas

compras, desenvolvendo ações comuns de marketing, recursos humanos e

estratégias de mercado e algumas vezes tornando os distribuidores

dependentes dessas associações conseguem desenvolver sua competitividade

e encarar em termos de igualdade uma concorrência que seria praticamente

imbatível se confrontada isoladamente.

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ANEXO 1

Entrevista

Visando o enriquecimento deste estudo, foi realizada uma entrevista

através de correio eletrônico com um importante gestor de uma federação que

agrega mais de vinte redes de farmácias e drogarias associativistas. Por

questões de privacidade, o mesmo não foi e nem será identificado.

A entrevista foi realizada entre os meses de abril e junho do ano de

2008.

Mensagem nº 1 18/04/2008

Tenho algumas perguntas a fazer para elaboração do trabalho, e se não for

incomodá-lo, gostaria que me ajudasse com as respostas.

1- Quais as ferramentas utilizadas para auxílio à gestão financeira das

farmácias associativistas?

2-Existe orientação por parte das associações com relação à gestão financeira

perante os empresários?

Resposta: 28/04/2008

Rogério,

Vou tentar discorrer sobre o assunto fazendo uma abordagem isenta de paixão,

pois gostaria muito que todos meus associados dessem a importância devida

ao aspecto financeiro de suas empresas, entretanto isso não ocorre,

infelizmente ainda temos muitos associados que não conhecem seus números

e alguns mesmo conhecendo não dão a importância devida ao tema.

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Se você acessar a pagina xxxxxx e ir na seção artigos verá que abordamos

esse assunto com freqüência e em todas as oportunidades que tenho de estar

junto ao associado recorro ao tema, mas nem sempre isso surte efeito.

Aqui na federação buscamos ajudar os associados das seguintes formas:

1) A homologação de software para gerenciamento das lojas não é uma função

nossa, mas estamos sempre orientando nossos associados a utilizarem

sistemas operacionais que sejam eficiente na retaguarda de loja, nesse caso

posso garantir que estamos obtendo, pois praticamente todas as redes já

utilizam ou estão migrando para sistemas recomendado por nós.

2) Desenvolvemos também um sistema que consiste em receber mensalmente

planilhas com dados financeiros e de venda das lojas, assim que recebemos

esse material compilamos as informações e devolvemos para os associados os

indicadores com os dados que medimos, alem dessas informações

promovemos uma reunião mensal com os participantes para discutir os

números e levar alguns conceitos acadêmicos da administração financeira

Mensagem nº 2

De: rogerio macedo [mailto:[email protected]]

Enviada em: segunda-feira, 28 de abril de 2008 19:36

Para: xxxxx

Assunto: RE: RES: Associativismo

Muito interessante esse sistema. Essas lojas que participam do sistema,

através do feedback dado pela federação com a análise dos índices, vêm

conseguindo corrigir suas estratégias e obter melhores resultados? Esse

feedback vem acompanhado de conselhos para o administrador de como se

portar frente às diversas situações? De que forma essas informações são

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repassadas aos associados? Eles conseguem "digerir" bem essas

orientações? E os resultados em relação às outras que não participam do

programa? Existe alguma orientação, tipo cursos básicos de administração

para o associado promovidos pela associação?

Obrigado pelas informações xxxx. Como sempre são muito valiosas para o

estudo.

Abraços

Rogério macedo

Resposta: 30/04/2008

Rogério,

O sistema demanda reunião presencial 01 vez por mês com um consultor (no

caso eu) onde analisamos os números, trocamos idéias sobre as melhores

praticas adotadas a partir de uma solução implementada por algum dos

participantes, levamos também conceitos acadêmicos dos seguintes temas:

Ponto de equilíbrio, Pró-labore X Retirada, Curva ABC de estoque, Gestão

Patrimonial e Demonstrativo de resultados, etc.

A Reunião é regional com discussões das características locais de

concorrência e procuramos colocar na sala o maximo de 20 empresários para

que todos tenham condições de se manifestar e o tempo de duração desses

eventos é de aproximadamente 04 horas.

Quando a digerir as informações, vale ressaltar que no inicio eles tem

dificuldade de preencher a planilha, mas ao longo do tempo vai melhorando,

ate porque eu utilizo linguagem coloquial com exemplos do nosso segmento e

sobre a evolução não tenha duvidas que melhora muito, por isso seus

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resultados são sempre melhores do que as lojas que não participam, tanto é

verdade que em algumas redes a participação é obrigatória.

PS. A planilha é auto explicativa e serve para orientação, mas os dados são

preenchidos diretamente na internet na pagina xxxxxxx

Mensagem nº 3

De: Rogerio Macedo [mailto:[email protected]]

Enviada em: quarta-feira, 4 de junho de 2008 09:32

Para: xxxxxx

Assunto: Trabalho de Pós Graduação

Bom dia xxxxx,

1- Você acredita que ainda haja espaço para uma administração financeira

intuitiva no varejo farmacêutico com métodos empíricos, diante do cenário atual

ou existe a latente necessidade do gestor se conscientizar e utilizar

ferramentas de gerenciamento financeiro para o sucesso e sobrevivência de

seu negócio?

Resposta: 04/06/2008

Diante do modelo atual de tributação do segmento ainda é possível sobreviver

no curto prazo em modelos intuitivos, sobretudo para aquelas empresas que

tem na informalidade uma fonte de lucratividade, é bem possível que este

empresário não tenha a mínima noção do que é lucro e do que é informalidade

na sobra de caixa existente.

Outro fator a ser considerado para essas farmácias é o descompasso

comportamental perante o cliente, normalmente quem não gerencia também

não percebe que a troca de medicamento a todo custo imposta pela ação do

balconista afugenta os clientes, portanto se você verificar junto a este

estabelecimento verificará que não existe mais venda de produtos

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propagandas, basicamente o mix de produto é composto apenas por similares

e genéricos, isso ao longo do tempo inviabiliza o estabelecimento.

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ANEXO 2

Questionário

Este questionário tem como objetivo investigar a importância do associativismo como estratégia de competitividade e de sobrevivência para as farmácias e drogarias independentes.

1 – Nível de escolaridade: ( ) 1° grau incompleto ( ) 1° grau completo ( ) 2° grau incompleto ( ) 2° grau completo ( ) Superior incompleto. Qual curso? R:______________ ( ) Superior completo. Qual curso? R:______________ 2 – A farmácia em que trabalha está localizada em que bairro/cidade? Bairro: ______________________ Cidade: ______________________ 3 - A empresa existe no mercado há quantos anos? ( ) Menos de 10 anos ( ) Entre 11 e 25 anos ( ) Mais de 26 anos 4 - A empresa pertence a uma rede associativista há quantos anos? ( ) Menos de 5 anos ( ) Entre 6 e 10 anos ( ) Mais de 11 anos 5 - O que levou a empresa a entrar para a rede associativista? 6- Após tornar-se associativista, houve aumento no faturamento da empresa? ( ) Até 10% ( ) Entre 11% e 20% ( ) Entre 21% e 30% ( ) Mais de 31% ( ) Não houve alteração ( ) Houve diminuição

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7- Houve melhora na gestão financeira após a associação? ( ) Sim, houve melhora ( ) Não melhorou nem piorou ( ) Não, piorou 8- Existe um suporte por parte da associação com relação à gestão financeira? ( )Sim ( ) Não 9- Dentre as ferramentas utilizadas para a gestão financeira do negócio, quais as que você utiliza? ( )Excel ( ) Software de gestão financeira e controle de estoques indicados pela associação ( )Outra. Qual?__________________ 10- Antes de associar-se, você e seus funcionários já haviam participado de treinamento de capacitação? ( ) Sim ( ) Não 11– Quantos treinamentos você e seus funcionários participaram após o ingresso na rede? ( ) Um ( ) Dois ( ) Três ( ) Quatro ( ) Cinco ( ) Mais de cinco ( ) Nunca houve treinamento 12- Houve melhora no lay-out e fachada da empresa após a associação? ( ) Sim ( ) Não 13- Houve aumento no número de clientes da empresa? ( ) Sim ( ) Não 14- O valor médio das compras por cliente aumentou após o ingresso na rede? ( ) Sim ( ) Não 15- Marque as ações de marketing utilizadas pela empresa, antes de pertencer à rede: ( ) TV ( ) Rádio ( ) Jornal ( ) Panfletos ( ) Outdoor ( ) Outra. Qual?______________

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16- Marque as ações de marketing utilizadas pela empresa, depois de pertencer à rede: ( ) TV ( ) Rádio ( ) Jornal ( ) Panfletos ( ) outdoor ( ) Outra. Qual?______________ 17 - Marque M para o que mudou para Melhor e P para o que mudou para pior desde que a empresa passou para a rede associativista? ( ) Competitividade ( ) Estoque ( ) Preço ( ) Serviços ( ) Aumento nas vendas ( ) Satisfação do cliente Outros. Quais? Melhor:_____________ Pior: ______________ 18- A associação desenvolve estratégias de centralização de compras? ( ) Sim ( ) Não 19- Se existe uma estratégia de compra centralizada, quais as vantagens desta estratégia? 20- A associação desenvolve uma política de Recursos Humanos comum a todos os associados? ( ) Sim ( ) Não 21- Se existe uma política de Recursos Humanos comum a todos, como ela funciona? 22- A associação desenvolve estratégia de mercado comum a todos os associados? ( ) Sim ( ) Não 23- Se existe uma estratégia de mercado comum a todos, como ela funciona?

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24- Qual o maior benefício em relação às finanças da empresa, que a associação proporcionou? ( ) Aumento no giro dos estoques ( ) Diminuição no custo das mercadorias devido à centralização das compras ( ) Maior profissionalismo e controle mais preciso na gestão dos fluxos de caixa ( ) Outro. Qual?__________________________________ 25 -Se você quiser, pode fazer abaixo algum comentário sobre a importância do associativismo para o desenvolvimento da competitividade no setor de farmácias independentes e drogarias.

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COMPROVANTES DE ATIVIDADES CULTURAIS

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.....................................................................................................7

CAPÍTULO I

REDE DE EMPRESAS E O ASSOCIATIVISMO..............................................10 1.1 Associativismo...........................................................................................14 CAPÍTULO II CONTEXTO: O SETOR DE FARMÁCIAS E DROGARIAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO..............................................................................................19 2.1 Estrutura do Setor.....................................................................................21 CAPÍTULO III ESTRATÉGIAS PARA SOBREVIVÊNCIA NO SETOR DE FARMÁCIAS E DROGARIAS.....................................................................................................23

3.1 Estratégias para o Setor............................................................................26 CAPÍTULO IV A GESTÃO FINANCEIRA NAS FARMÁCIAS E DROGARIAS ASSOCIATIVISTAS..........................................................................................32 4.1 Curva ABC..................................................................................................34 4.2 O Ponto de Equilíbrio................................................................................36 4.3 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)...................................38 CAPÍTULO V ESTUDO DE CASO...........................................................................................41 5.1 Análise e Resultado da Pesquisa.............................................................42 CONCLUSÃO....................................................................................................51 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................53

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ANEXO 1...........................................................................................................56 ANEXO 2...........................................................................................................61 COMPROVANTES DE ATIVIDADES CULTURAIS..........................................65 ÍNDICE...............................................................................................................66