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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO DESENVOLVIMENTO TÉCNICO INFANTIL Por: Raquel Carvalho de Souza Orientador Prof. Ms. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO

DESENVOLVIMENTO TÉCNICO INFANTIL

Por: Raquel Carvalho de Souza

Orientador

Prof. Ms. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO

DESENVOLVIMENTO TÉCNICO INFANTIL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Psicomotricidade.

Por: . Raquel Carvalho de Souza.

3

AGRADECIMENTOS

.... em especial à Deus por me permitir

chegar onde estou com saúde e

realizada.

Aos meus pais, meu amor, e meus

amigos; por sonharem junto comigo.

Às mais belas e lindas crianças que

com cada sorriso e sinceridade me

fizeram olhar o mundo de uma forma

melhor ....

Obrigado.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a todos os

profissionais,professores e principalmente

educadores que acreditam que ainda é

possível mudar...

5

EPÍGRAFE

Criança Inocente, não! Não se sente.

Vem, junte-se a nós.

Vamos brincar, correr,

girar, pular, sorrir.

Vamos nos divertir!

Vamos usar nossa imaginação

com muita emoção, sem medo

da frustração.

Não! Não se sinta triste,

isso é coisa de adultos

que já não sonham mais.

Assim, nos enche de

tarefas e responsabilidades

tirando nossa liberdade

de crescer como criança de verdade.

Ah, inocente criança

que mora em casas e casarões

favelas ou lixões.

Não! Não perca a esperança

dentro de suas limitações.

Ricos ou pobres somos todas

crianças querendo emoções.

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Não! Não feche a janela

para a sua criatividade;

assim como criança

vamos com ludicidade

nos tornar gente de verdade

Vamos! Vamos brincar, vamos sentir,

vamos interagir; vamos aprender

a respeitar o próximo, sem mesmo

saber, que nós somos o próximo.

Vem! Não fique de fora dessa brincadeira

Vem! Vamos entrar no mundo da imaginação;

para não perdermos a razão.

Afinal brincadeira de criança é

coisa muito séria.

Leilisângela

7

RESUMO

Em nossos dias atuais, cada vez mais toma-se consciência da

importância da dança como forma de expressão do ser humano. Ela deve

estar voltado para o desenvolvimento global da criança favorecendo todo o tipo

de aprendizado que elas necessitam.

A dança revela a alegria de ser descobrir através da exploração do

próprio corpo e das qualidades de movimento.

Este trabalho visa demonstrar o quanto é gratificante ensinar e

aprender. Desenvolvendo através do lúdico; e recebendo um resultado bem

mais satisfatório e eficaz. Mostrando que dançar pode e deve ser mais que um

ato técnico. Deve ser a demonstração das alegrias, das emoções e do prazer,

que estão interiorizados na vida da criança.

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METODOLOGIA

As atividades lúdicas e os benefícios que as mesmas proporcionam

sobressaem neste trabalho como aspectos positivos no desenvolvimento

infantil, em todas as suas áreas de atuação.

Este trabalho foi realizado através de fontes bibliográficas de:

Psicomotricidade, Psicologia, Atividades lúdicas, Recreação, Atividades

técnicas como Ballet Clássico, Dança moderna entre outros, Lateralidade e

Brinquedos Cantados, com enfoque nos autores Ione Maria Ramos, Dalal

Achar e Fátima Alves.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I - Importância do lúdico 12

CAPÍTULO II - Fatores positivos que a união da técnica

com o lúdico podem proporcionar. 17

CAPÍTULO III – Possíveis resultados com uma atividade

mais prazerosa e afetiva. 33

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

INTRODUÇÃO

10

O objetivo deste trabalho é destacar a importância das atividades

lúdicas; em especial na educação infantil. Demonstrando que através do

“brincar” pode-se ter um aprendizado mais prazeroso e consequentemente

satisfatório para todas as partes. Para aqueles que ensinam e principalmente

para aqueles que aprendem.

As formas de desenvolvimento dos componentes lúdicos na educação

da criança auxiliam o seu aperfeiçoamento acadêmico, cognitivo, social, físico,

emocional e até mesmo técnico.

É brincando que a criança aprende a conviver e a ser relacionar com o

seu próprio mundo e com o mundo de outros. Brincar para ela é, então,

fundamental.

É mais do que uma atividade sem conseqüência; é uma forma de se

divertir, recriar e interpretar o mundo em que vive.

É comunicação; é expressão.

Quando o individuo brinca, desenvolve a sociabilidade, cultiva a

sensibilidade e é trabalhado de forma intelectual, social e emocional.

E trabalhado desta forma terá resultados bem mais prazerosos em

todas as suas áreas de atuação. Inserindo todo o prazer em atividades

técnicas; consegue-se um caminho bem mais satisfatório.

Quando a criança escolhe uma atividade técnica para exercer, ela se

depara com inúmeras regras; regras estas que serão melhor compreendidas

se houver prazer. Pois tudo que se aprende com prazer fica melhor aprendido.

A prática da dança permite desenvolver e enriquecer as qualidades do

homem no seu físico, na sua mente e no seu psique. A beleza corporal, a

visão, a precisão, a coordenação, a imaginação, a expressão entre outros, são

a essência do ensino da dança.

Dançando o indivíduo consegue falar, sem sequer emitir sons;

consegue expressar-se de forma clara, através de um olhar; consegue atingir o

mais profundo das pessoas sem ao menos tocar-lhes.

Seu interior confundi-se e envolve-se com o exterior e até mesmo com

o interior de outros. Há um momento de encontro; de forma célebre, onde

sentimentos unem-se e resultados tocantes são descobertos.

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A dança hoje é percebida por seu valor em si. Muito mais do que um

passatempo, um divertimento ou um ornamento; ela deve estar voltada para o

desenvolvimento global do ser humano.

A dança educativa revela a alegria de se descobrir; através da

exploração do seu corpo e das qualidades de movimentos.

Uma vez entendido a riqueza das possibilidades de movimento de uma

pessoa; fica impossível reduzir o ensino da dança para a repetição e a

reprodução de alguns passos e gestos.

Dançar é algo que vai além; é integrar alunos, professores, pais, e

platéias; envolvendo a todos em um momento único onde as maiores palavras

são expressadas através dos mais belos movimentos; interiorizados em um só

corpo; um só coração; onde o todo torna-se um.

É necessário estabelecer um diálogo mais próximo entre a arte e a

educação; visando a apreciação e o conhecimento da dança de modo a

integrar a razão e o sensível; o individual e o coletivo.

Acredita-se que por ter a dança uma participação tão grande em nosso

desenvolvimento social e emocional, esta poderá ser aprendida e exercitada

de forma prazerosa, prática e lúdica; proporcionando através das brincadeiras,

do ato tão singelo como brincar, um resultado técnico bem mais eficaz e

prazeroso.

CAPÍTULO I

IMPORTÂNCIA DO LÚDICO

12

Nota-se a importância de iniciarmos este capítulo esclarecendo o

real significado do brincar.

• Brincar – vocábulo predominante na língua

portuguesa quando se trata da atividade lúdica

infantil.

O esquema do desenvolvimento é comum a todas as crianças, mas as

diferenças de caráter, as possibilidades físicas, o meio e o ambiente familiar

explicam que com a mesma idade crianças perfeitamente “normais” possam

comportar-se de maneiras diferentes.

Quando nos deparamos com uma criança brincando podemos

perceber que neste momento ela tão somente participa de uma atividade mas

também aprende e se desenvolve.

A criança quando elege uma brincadeira ou uma atividade o faz de

forma seletiva, e ao selecioná-la, explicita uma preferência que determina o

início de uma relação com o objeto ou material.

Essa relação com o objeto que a criança realiza explica porque uns

preferem uma atividade e outros preferem outras. (Santos, 2005)

A tendência da criança em um primeiro momento é de repetir o que já

sabe fazer, e em um segundo momento imitar o outro aí finalmente irá

vivenciar novas experiências.

Dessa forma, as crianças transformam os conhecimentos que

possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Por

exemplo, como já foi relatado; para assumir um determinado papel em uma

brincadeira a criança deve conhecer alguma de suas características. Seus

conhecimentos provém de imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma

experiência vivida na família, ou em outros ambientes, do relato de um colega

13

ou um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narrado em

livros. A fonte de seus conhecimentos é múltipla, mas estes encontram-se,

ainda fragmentados.

É na primeira infância que se estruturam todos os traços da

personalidade. É importante preservar esse momento, pois ele é único.

As atividades lúdicas têm um papel fundamental no desenvolvimento

do ser humano. É através delas que as crianças se expressam e interagem

com os outros grupos, permitindo conhecer o seu próximo e também a si

mesmo.

O brincar funciona para as crianças como o fantasiar e o refletir

funciona para os adultos. Podemos considerar, assim, a brincadeira como uma

forma diferente (e essencial) de comunicação.

Como construção social, a brincadeira é atravessada pela

aprendizagem, uma vez que os brinquedos e o ato de brincar, a um só tempo,

contam a história da humanidade, e dela participam diretamente, sendo algo

aprendido, e não a disposição inata do ser humano.

É na brincadeira que a criança encontra sentido para sua vida, é nelas

que as coisas se tornam, são construídas de muitos modos e repetidas

quantas vezes a criança quiser.

No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem

e significam outra coisa daquilo que apresentam ser. Ao brincar as crianças

recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem.

A brincadeira favorece a auto – estima das crianças auxiliando-as a

superar progressivamente suas aquisições de forma criativa.

É no ato de brincar que a criança estabelece diferentes vínculos entre

as características do papel assumido; suas competências e relações que

possuem com outros papéis, tomando consciência disso e generalizando para

outras situações.

Investir em um mundo de faz-de-conta pode trazer resultados

excelentes no futuro.

Graças ao faz-de-conta, a criança pode imaginar, imitar, criar ou jogar

simbolicamente e assim pouco a pouco, vai reconstruindo em esquemas

14

verbais ou simbólicos tudo aquilo que desenvolveu em seu primeiro ou

segundo ano de vida. Com isso, pode ampliar seu mundo entendendo ou

aprofundando seus conhecimentos para além do seu próprio corpo; pode

encurtar tempos, alargar espaços, substituir objetos, criar acontecimentos.

Além disso pode entrar no universo de sua cultura ou sociedade aprendendo

costumes , regras e limites. No faz-de-conta, aquilo que a criança cria está

atribuído aos objetos ou acontecimentos de sua história ou fabulação.

As atividades lúdicas supõem relação social e interação. Por isso a

participação em atividades e jogos contribuem para a formação de atividades

sociais como: respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediência às

regras, senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal. ( Leonor &

Regina HayDt, 1998 ).

É necessário que o educador insira o brincar em um projeto educativo;

o que supõe ter objetivos e consciência da importância de sua ação em

relação as desenvolvimento e a aprendizagem das crianças.

Sem reconhecer sua responsabilidade pedagógica muitos educadores

infantis, simplesmente deixam brincar. Outros preocupados em dar serventia

ao tempo passado na escola infantil e infundir respeitabilidade as suas

funções, tornam tão sério a associação aprendizagem-brincadeira que acabam

descaracterizando a brincadeira transformando-a em ensino dirigido, onde tudo

acontece menos o brincar.

“A primeira atividade cultural da criança é o ato de brincar. No

momento em que brincar, ela exterioriza o seu ser, e ao mesmo tempo,

absorve do exterior os aspectos marcantes que julga importante, e assim se

educa” ( Machado, 1989)

É muito gratificante acompanhar o desenvolvimento de crianças que

chegam com um alto grau de agressividade, de rejeição, de falta de iniciativa,

de timidez; e que a partir das atividades lúdicas e do convívio com o outro

superam tais dificuldades e resgatam da sua essência a espontaneidade

infantil que de certa forma habita em todos nós.

O espaço para o lúdico é essencial. O período que estamos com

nossos alunos precisa ser “mágico”.

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Encontrar o prazer de aprender ludicamente, mudando o rumo da

relação ensino-aprendizagem.

O brinquedo estimula a representação da realidade, ao representá-la

ela estará vivendo algo ou alguma situação remota ou irreal, ao brincar de

casinha, ao representar o papai, mamãe, a filinha e, ao conversar com o seu

coleguinha e com a sua boneca, vai reproduzir diálogos que presenciou. Vai

repetir o modo pelo qual os adultos ali representados a tratam e como

conversam com ela.

Adaptações ao longo da infância são observadas e destacam-se neste

momento como é indispensável brincar.

O corpo da criança é o seu primeiro brinquedo. Desde o início da vida

ela explora o seu corpo e a partir daí começa a conhecer os estímulos

externos, provocando assim, a adaptação do seu corpo ao meio.

Inicialmente a criança imita o que vê; e posteriormente ela já consegue

fazer uma cópia do que não vê, ou seja, representa o que já viu. Essa

representação é o início do pensamento. (Maranhão, 2007)

Nesse momento o faz-de-conta é extremamente importante.

A imitação dá origem à imagem mental, através de cenas já

interiorizadas, chamadas de jogos simbólicos. Assim por meio das brincadeiras

e dos jogos simbólicos, a linguagem vai se estruturando.

Iniciando-se normalmente a Educação Infantil, e é preciso que se dê a

devida importância a esta fase, pois não podemos aceitar que em função de

qualquer outro aspecto se retire da criança o Direito de Brincar.

O desenvolvimento infantil precisa acontecer de forma global

desenvolvendo as áreas cognitivas, psicomotoras e afetivas.

Portanto o professor precisa preocupar-se com o modo pelo qual a

criança aprende, muito mais do que com o modo pelo qual ele vai ensinar.

Buscando meios para tornar eficiente e atraente a relação ensino-

aprendizagem.

Através do brinquedo, a criança estabelece suas relações com a vida

real. Ela vai experimentar sensações que já conhece e vai desenvolvendo

regras de comportamento que imagina serem corretas.

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Ela nem percebe que na brincadeira se comporta com deveria agir na

vida real. O mesmo acontece quando ela, na vida real, é filha e não age como

demonstra saber ser o certo de uma filha agir, mas, através da brincadeira ela

incorpora as regras de comportamento e então vai analisá-las ao compará-las

com sua conduta.

“Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel, num

instante imagino uma linda gaivota a voar no céu...” (Toquinho e Vinícius)

O aprender não está desvinculado do prazer; muito pelo contrário. O

que é a vida, se não um eterno aprender. Onde é feito de tudo para que seja

também um constante prazer.

Será que é necessário estar disciplinadamente sentados, enfileirados,

ou robotizados, sem rir, sem gostar; para que assim se consiga aprender.

A criança precisa descobrir o prazer de aprender e os professores

precisam descobrir o prazer de ensinar.

CAPÍTULO II

FATORES POSITIVOS QUE A UNIÃO DA TÉCNICA COM

O LÚDICO PODEM PROPORCIONAR

2.1 – Dança – Técnica e suas definições.

A dança visa facilitar ao indivíduo uma formação corporal globalizada;

dando ênfase a uma sutil percepção do movimento.

17

Permite a formação do processo criativo, ajuda a aprimorar

características sensoriais, desenvolve o ritmo, a coordenação, cria hábitos de

disciplina proporciona uma boa postura e faz bem ao coração.

Dançar, então não é um adorno na educação mas um meio paralelo a

outras disciplinas que formam, em conjunto, a educação do homem.

Reencontramos, então, pessoas com menos medos e com a percepção

corporal mais expressiva em relação à própria vida( Maria Fux, 1983)

- O Ballet acadêmico como hoje é conhecido apareceu quando o rei

Luiz XIV da França fundou a Academia Nacional de Dança. Embora alguns

mestres de dança já fossem renomados desde o século XV; a permanente

Academia Imperial de Dança ligada com teatro La Scala só foi aberta em 1812.

A academia de Milão influenciou Paris e especialmente Rússia através

das regras de educação elaboradas por Carlos Blasis que se tornou diretor da

academia em 1837 e rapidamente transformou-a no centro de atividades do

ballet.

A escola Russa derivou originalmente a sua técnica na França, mas

nos meados do século XIX o ballet russo era dominado por Marius Petipa;

francês, e Christian Johanansen; sueco.

Mais tarde, em 1874, Enrico Ceccheti, o último grande espoente da

escola italiana chegou à Rússia. Esses três homens, trabalhando várias

gerações de bailarinos russos desenvolveram o ballet russo, tornando-o um

sistema assim como o ballet italiano ou francês.

Dentro da tradição existem varias escolas de ballet clássico; entre elas

destacamos:

• A Escola Russa

• A Escola Americana

• A Escola Francesa

• A Escola Cubana

• A Escola Italiana

• E mais recentemente, a Escola Inglesa

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Cada grande mestre forma a sua escola, desenvolvem o princípio para

cada passo sem nunca fugir das normas gerais de Ballet Clássico.

Pequenas definições sobre variados métodos de ensino.

• Escola Russa – a musicalidade é trabalhada desde os primeiros

anos tendo como objetivo explorar a flexibilidade musical com

criatividade.

Responsáveis pelo método: Petipa, Ivanov, Fokine

• Escola Americana – características básicas : velocidade,

movimentos acrobáticos e atléticos.

Responsável pelo método: George Balanchine.

• Escola Francesa – a tradição é a marca desta escola.

• Escola Cubana – a dança é encarada como profissão. é matéria

exigida nas escolas de 1º e 2º graus; sendo a escola bastante

severa.

Responsável pelo método: Alícia Alonso.

• Escola Italiana – privilegiá-se a velocidade, a simplicidade do

gesto e a rapidez na execução.

Os braços são trabalhados como forma de aperfeiçoamento dos

pés para que os saltos sejam executados com suavidade e silêncio.

Responsável pelo método: Enrico Ceccheti

• Escola Inglesa – este é o método mais recente de todos que nos

foi apresentado em 1970. O mesmo chamado R.A.D. (Royal

Academy of Dancing)

Este método foi criado baseado em diferentes estilos unidos em um

só.

Responsável pelo método: Margot Fonteyn.

2.2 – Conhecendo um pouco das histórias.

Ø Alguns Ballets de repertório e seus respectivos autores:

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• Don Quixote – Ludwing Minkus

• Coppélia – Leo Delibes

• O Quebra Nozes – Tchaikovsky

• Giselle – Adolphe Adam

• A Bela Adormecida – Tchaikovsky

• A Floresta do Amazonas – Heitor Villa Lobos

DON QUIXOTE

(Ballet em três atos e IV cenas)

Primeiro Ato

Na Praça

A ação se passa numa aldeia da Espanha no século XVI.

Quitéria, filha de Lorenzo, o taberneiro, está a procura de seu amado

Basílio, jovem barbeiro por ela apaixonado. Suas danças cheias de vida são

interrompidas por Lorenzo, que deseja, como todo pai nesta época, que ela

faça um casamento financeiramente proveitoso, com Camacho, quarentão rico

e habituado aos modismos da corte francesa, bem mais afetada do que a

sóbria e austera corte espanhola de então.

Quitéria, de personalidade forte e petulante, recusa energicamente

este marido imposto.

A praça está fervilhando de excitação com a chegada do famoso

toreador Espada, que vem com seu séqüito de matadores e sua noiva

Mercedes. Em certo momento chega também na praça uma estranha figura de

cavaleiro, muito magro, alto e barbudo. É Don Quixote, de lança em riste,

pronto a semear justiça. Vem acompanhado pelo fiel escudeiro Sancho Pança,

sempre alegre, bonachão, esfomeado e bêbado.

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Ao ver a exuberante Quitéria, Don Quixote a confunde com Dulcinéia,

a dama de seus sonhos, e delicadamente a corteja. Embora habituada a

provocar seus admiradores, a moça percebe que aquele homem é diferente e

se mostra gentil, causando certo ciúme em Basílio. Camacho, encantado com

a ardorosa Quitéria insiste ao noivado e provoca com isso a fuga do casal de

namorados.

Segundo Ato

Cena I: No acampamento Cigano

Quitéria e Basílio procuram refúgio nos moinhos de vento, quando são

surpreendidos por ciganos que, a princípio, tentam roubá-los. Logo, chega Don

Quixote, cansado e exaurido pela sua luta contra os moinhos de vento, trazidos

por Sancho Pança. Eles são escolhidos pelo rei dos ciganos e convidados a

participarem dos festejos de aniversário de sua filha. Da festa participam

também Quitéria e Basílio, já vestidos de ciganos. Don Quixote continua a

confundir Quitéria com a sua amada Dulcinéia.

Os ciganos dançam alegres ao redor de Don Quixote que perturbado

vê de novo os moinhos, torna a atacá-los e acaba caindo ao chão semi-

inconsciente.

Cena II: O Delírio do Cavaleiro

Don Quixote, quase desfalecido, sonha que é transportado para um

lugar encantado, em recompensa de sua coragem e fidelidade.

Através do Amour (cupido), a rainha das Dríades o conduz à Dulcinéia,

a quem Don Quixote confessa seu amor. Mas o sonho se acaba...

Cena III: No acampamento Cigano

Furiosos, Lorenzo e Camacho chegam ao acampamento a procura dos

dois amantes, sendo confundidos, não encontrando assim o casal.

Cena IV: A Taberna

Na taberna todos festejam a passagem pela aldeia de Espada,

Mercedes e seus companheiros. Don Quixote chega para refazer-se, trazido

por Sancho Pança. Quitéria e Basílio também aparecem disfarçados de

ciganos.

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Em meio às danças aparecem Lorenzo e Camacho à procura de

Quitéria. Apesar do disfarce, Lorenzo logo a encontra e mais uma vez insiste e

a obriga a marcar o casamento com Camacho, abre sua navalha e comete

suicídio perante os atônitos amigos e aldeões. Ainda moribundo, faz seu último

pedido a Don Quixote: ter a permissão de casar-se com Quitéria antes de

morrer. Lorenzo recusa violentamente, mas Don Quixote o obriga a ceder e

Camacho acaba resignando-se a desposar, no dia seguinte, uma Quitéria

viúva.

Ao final – surpresa geral! Basílio levanta-se lepidamente e abraça sua

amada. Era tudo uma engenhosa farsa imaginada pelo jovem barbeiro para

conseguir o que queria.

Terceiro Ato

A Festa do Casamento

Em meio a grande alegria, todos se confraternizam. Don Quixote é

saudado com herói. Camacho já consolado, faz novas conquistas. Lorenzo

está feliz, pois foi gratificado pelo rei dos ciganos.

Don Quixote e Sancho Pança seguem seu caminho ao encontro de

novas aventuras.

FIM.

COPPÉLIA

(Ballet em 3 atos)

Primeiro Ato

Numa pequena vila polonesa um inventor vive isolado. É o Dr.

Coppélius

Sua última invenção Coppélia é colocada à janela como se estivesse

lendo um livro. Julgando-a real Franz se apaixona por ela. Provocando ciúme

em sua noiva Swanilda. Enquanto eles discutem os outros moradores dançam.

Vem o burgomestre. Ele conta que a oca que possui uma espiga de trigo com

ruído de chocalho tem o verdadeiro amor de seu namorado. Swanilda finge

que a sua espiga não tem.

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Segundo Ato

Na casa misteriosa Swanilda e as amigas descobrem o mundo mágico

dos bonecos e verificam que Coppélia também é uma boneca. Vem o Dr.

Coppélius; as moças amigas fogem, menos Swanilda que se esconde junto a

Coppélia. Entra Franz que ao se encontrar com Dr. Coppélius declara o seu

amor pela jovem misteriosa.

Dr. Coppélius embriaga Franz e tenta passar a sua vida para a boneca

que é na verdade Swanilda.

Vestida com as roupas de Coppélia, Swanilda aceita o jogo. Mas

preocupada com Franz abre o jogo para o velho.

Franz acorda e vê como havia sido enganado.

Desesperado Dr. Coppélius abraça Coppélia; uma boneca sem vida.

Terceiro Ato

A vila se alegra; é festa de casamento de Franz e Swanilda.

Dr. Coppélius furioso quer cobrar o prejuízo.

Os noivos arrependidos se propõem a indenizá-lo com seu dote.

O Burgomestre oferece uma sacola de dinheiro ao invento de bonecos.

Tudo resolvido todos festejam o acontecimento.

O QUEBRA NOZES

(Ballet em dois atos)

Primeiro Ato

Noite de Natal na casa de Clara. A grande árvore de Natal está

terminando de ser decorada e alguns presentes são colocados junto dela. O

casal stahlbaumns está recebendo seus convidados. As crianças brincam.

Chega o padrinho de Clara, Drosselmeyer (mágico fabricante de relógios e

criador de brinquedos mecânicos) que traz um belíssimo quebra nozes de

brinquedo, um soldadinho de presente para ela.

Fritz, ciumento cobiça o brinquedo, daí se originam uma briga entre os

irmãos. Fritz atira o brinquedo no chão, que se parte. Clara chora mais é

consolada. Os convidados se retiram mas Clara não consegue dormir. Vai em

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busca do quebra nozes. Os brinquedos adquirem vida. Entra o rei dos ratos e

inicia uma luta entre brinquedos e camundongos, isso para se vingar de

Drosselmeyer que quando trabalhava no Palácio real inventou uma ratoeira

que eliminou metade da população de ratos de lá. A vingança foi enfeitiçar o

sobrinho dele transformando-o num boneco.

Clara vence o rei dos ratos, ajudada pelo Quebra Nozes que graças a

ela recupera a sua aparência normal transformando-se logo após num belo

príncipe que a convida a visitar o Reino dos doces.

Segundo Ato

Clara e o príncipe atravessam uma floresta de pinheiros, coberta de

neva a caminho do maravilhoso Reino dos Doces, onde são recepcionados

pela fada açucarada, que ordena uma grande festa em homenagem aos dois.

O príncipe conta suas aventuras mágicas e a seguir acontece a

seqüência de várias danças, terminando com a apoteose. Drosselmeyer se

encontra de volta em sua oficina e descobre que o sobrinho havia então

retornado.

O feitiço fora mesmo quebrado por Clara que por compaixão salvou-lhe

a vida.

Sonho ou realidade?

FIM

GISELLE

(Ballet em dois atos)

Primeiro Ato

O Conde Albrecht, apaixonado por Giselle, uma camponesa que

acreditava ser ele apenas um rapaz da Vila chamado Loys, chega de seu

castelo para cortejá-la e esconde sua capa e espada em uma cabana,

sabendo que estas podem revelar sua verdadeira identidade. A mãe de

Giselle, Berthe, deseja ver a filha casada com um amigo da vila, Hilarion, que

está loucamente apaixonado por ela. Hilarion interrompe o idílio de Giselle e

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Albrecht, lembrando a ela o seu amor e avisando-a que não confie em Loys.

Mas Giselle, acreditando no amor e devoção de Loys, não se convence das

suspeitas de Hilarion nem do desagrado de sua mãe para com Loys, juntando-

se alegremente a seus companheiros, que comemoram o fim da colheita de

uvas. Ouve-se à distância as trompas e um grupo de caçadores se aproxima.

Hilarion observa o encontro e na primeira oportunidade entra na cabana de

Loys a fim de desvendar o mistério acerca de sua identidade. Chegam

Bathilde, futura noiva de Albracht, e sua corte que são hospedados no castelo

para a cerimônia do noivado. Eles pedem para descansar na casa de Berthe.

Bathilde se encanta com a dança de Giselle, e descobrindo que ela também

está apaixonada e comprometida, dá-lhe um colar de presente. Antes de entrar

na cabana, Bathilde ordena que deixem uma trompa do lado de fora, para

chamá-los em caso de necessidade. Isso oferece na cabana, finalmente, tendo

em mão a prova que procurava para desmascarar Loys, Hilarion escolhe o

momento certo para contar a Giselle a verdade. A princípio, Gisele não

acredita nele mas, quando Bathilde declara que Albrecht é seu noivo o choque

tira a razão de Giselle que, em sua loucura, revive seu amor por Loys e, em

seguida morre de um ataque do coração.

Segundo Ato

Hilarion está de vigília na Tumba de Giselle, quando soa meia-noite.

Esta é a hora em que as Willis se materializam (almas de jovens que foram

enganadas e morreram antes do dia do casamento). Elas se vingam fazendo

dançar até a morte qualquer homem que encontrem na estrada aquelas horas

da noite. Myrtha, sua rainha, aparece e chama as Willis. Nesse momento, elas

tiram Giselle da sepultura, para iniciá-la em seus ritos. Quando Albrecht

aparece trazendo flores, Giselle surge para ele. Logo, as Willis retornam,

perseguindo Hilarion, a quem levam à morte, dançando até a exaustão. Em

seguida, elas se voltam para Albrecht e Myrtha o condena a dançar até morrer.

Giselle, porém, leva-o à proteção da cruz em seu túmulo, mas Myrtha usa seu

poder sobre Giselle para forçá-lo a dançar. Na luta Giselle, tentando sustentá-

lo e ajudá-lo a medida em que a noite passa, ele dança até a exaustão.

Quando parece estar quase à morte, surge a aurora e a luz do dia, quebrando

25

o poder das Willis. Giselle também desaparece e Albrecht é deixado sozinho e

abandonado em sua dor.

FIM

A BELA ADORMECIDA

(Ballet com um prólogo e três atos)

PRÓLOGO

No palácio do Rei Florestan se comemora um faustoso acontecimento,

o batizado da princesa Aurora. Entre os convidados pelo Rei, estão as

madrinhas, fadas que vêm desejar todos os dons de bondade da Terra.

Subitamente um relâmpago anuncia a chegada de um visitante inesperado que

não tinha sido convidado, a fada má Carabosse. Furiosa pro ter sido

esquecida, diz trazer um presente e profetiza, para horror dos presentes, que a

princesinha morrerá, ao espetar o dedo em um fuso de tear.

Felizmente, a fada Lilás, uma das madrinhas que ainda não tinha dado

o seu presente, pode tornar menos terrível a profecia da Carabosse. Assim é

que, ao invés de morrer, a princesa Aurora dormirá durante cem anos e só

despertará quando um garboso príncipe a beijar.

Primeiro Ato

A côrte festeja o aniversário de Aurora.

Quatro príncipes vem pedir a sua mão em casamento e cada um deles

lhe oferecem uma rosa. É o célebre “Adágio da rosa”.

Entre os convidados, uma velha mulher traz em suas mãos um objeto

estranho que desperta a curiosidade de Aurora. Esta, intrigada, procura tocar o

objeto que nada mais é do que um fuso de tear que havia sido proibido pelo

Rei, seu pai, de entrar no reino. Sem nada suspeitar, ela segura o fuso e

começa a dançar com ele. De repente, o fuso lhe espeta o dedo e ela

desmaia, deixando todos os presentes ansiosos.

26

A velha mulher volta a sua verdadeira identidade. É a fada má

Carabosse que dá com acento uma terrível gargalhada e se retira vitoriosa.

Aparece a fada Lilás que vem cumprir a sua promessa, e com um

gesto, faz toda côrte adormecer.

Segundo Ato

Um jovem príncipe caça próximo á floresta. Aparece a fada Lilás que,

numa visão de encantamento, apresenta-lhe a linda Aurora, por quem o

príncipe fica perdidamente apaixonado. Terminada a visão desconsolado, o

príncipe pede auxílio da fada que promete ajudá-lo a alcançar o seu amor.

Quando a encontra, ele a beija e a bela princesa desperta para o amor!

Terceiro Ato

No palácio do Rei Florestan, realiza-se as “bodas de Aurora”,

comemorada com um grande divertisement.

FIM

FLORESTA AMAZÔNICA

(Ballet em dois atos)

Primeiro Ato

Ballet se inicia com a intenção de reproduzir o clima da selva

amazônica, sua fauna e sua flora misteriosas. Uma tribo indígena entoa contos

religiosos que pedem caça e pesca farta a sua deusa. A seqüência das cenas

mostra o cotidiano ingênuo da comunidade indígena com casais dançando

pacificamente adágios românticos. Ao findar o dia na boca da noite, como se

diz na Amazônia a luz e o verde vão sumindo e a floresta é domidada pelas

sombras. Ao novo amanhecer, um clima de sonhos e mistério! Numa cachoeira

banham-se as ninfas donzelas acompanhantes da deusa que some e

reaparece com por encanto. Um homem branco surge de repente assustando

as ninfas. Parece perdido e cansado; bebe bastante, deita-se e dorme. As

ninfas se aproximam e o conduzem à presença da deusa. O encontro é

27

naturalmente suave e mágico. Eles se tocam, se descobrem, apaixonam-se e

entregam-se ao amor. A deusa percebe que também é humana; o homem

branco serviu-lhe de espelho! Celebra-se o amor, mas, subitamente, quebra-se

o encanto. Índios caçadores descobrem os amantes, e a tribo, como um todo,

reage ao que lhes parece impróprio e profano: o amor carnal da deusa! No

entanto, o casal de apaixonados permanece alheio ao conflito, extasiado com

tal plenitude, fundidos à natureza paradisíaca.

Segundo Ato

A harmonia é quebrada pro prenúncios de um incêndio na floresta. Os

índios profundamente enciumados, tocam fogo na mata para se vingar da

deusa e assustar o homem branco. São ingênuos a ponto de não perceberem

o perigo trágico e inútil, já que morrem nas chamas. Toda floresta se petrifica e

a musica é tomada de angustiante melodia, até interromper-se bruscamente.

Mas, a força do amor revigora a brisa e o verde, a musica sugere uma

movimentação lenta e suave. O jovem casal desperta de seu sono de morte e

eleva-se num vôo longínquo mais alto do que a asa dos pássaros tornando-se

eterno. Cruzando a floresta em seu vôo celestial, os namorados acenam um

adeus à floresta, aos índios, às flores e aos animais petrificados. Apenas os

dois se movem em cena desaparecendo num horizonte de luzes!

FIM

As escolas profissionalizantes devem adotar um único método de

ensino para seus alunos, para não confundir e não atrapalhar o bom

desempenho na execução dos movimentos; exceto em casos de níveis

superiores e capacitados para entender a diferença dos mesmos.

- Destaca-se neste capítulo outra modalidade importante; a Dança

Moderna; criada nos últimos anos do século XIX.

Esta teve suas raízes e intenções bem distintas. Sua pioneira foi

Isadora Duncan.

Se constitui numa autêntica revolução aberta contra o sistema de

regras rígidas da dança clássica, caracterizando-se por isso mesmo pela

28

inteira liberdade dos movimentos e expressão, com o necessário cuidado para

não prejudicar a beleza de formas, de linhas e de equilíbrio estético.

Os bailarinos dançam descalços, trabalham contrações, torções,

desencaixes, entre outros, e seus movimentos são mais livres, embora

respeitem uma técnica fechada. ( Achcar, 1980)

- Como terceira modalidade é necessário relatar a forma de expressão

pessoal denominada Jazz; criada e sustentada pelo improviso. Com

características marcantes; inclui a isolação e a exploração de energia, que se

irradia dos quadris. É também um ritmo pulsante que oferece o balanço correto

e a qualidade dos movimentos. ( Achcar, 1980)

- Tão interessante como as demais relata-se agora um pouco da

história do Sapateado.

Comemora-se no dia 25 de maio “O Dia Internacional do Sapateado”.

Os primeiros passos surgiram na Irlanda; com o arrastar e bater dos

pés. Quando “os dançarinos de tamanco” (clog dancers) vieram para os

Estados Unidos nos meados do século XIX, aceitando o sapateado dos negros

e enfeitando-o de leve com seus próprios ritmos. (Achcar, 1980)

- Por último falaremos da Dança de Salão.

São danças usadas em reuniões sociais, executados por pares.

As aulas de dança de salão faziam parte antigamente da educação da

mocidade, quando o minueto, a polka e a mazurka (basicamente danças

folclóricas) e depois a valsa, tiveram o seu grande império. (Dalal Achar, 1980)

É impossível dançar sem musicalidade e ritmo. Estes dois sentimentos

atraem fortemente a criança que deseja estudar ballet. Mas os requisitos para

se tornar um bailarino ou dançarino são tantos e tão difíceis que após alguns

anos de estudo, a criança que não os possui abandona este esforço, dirigindo-

os para outros interesses. ( Achcar. 1980)

2.3 – A dança na vida da criança (novas aulas, novas

alegrias).

29

Brincando a criança vai adquirindo as primeiras noções de equilíbrio e

sustentação. E este brinquedo que é a dança, traz felicidade e recordações à

criança. Os alongamentos e flexões já unidos atuam com a palavra em um

todo e eles se encontram em seu mundo, não contaminado e com forças

riquíssima de movimento que lhes são novos. Logos chegam as novas

canções e vão transformando a aula.

A linguagem nesta fase deve ser a mais clara e estimulante possível.

Trazendo a dança como um elemento novo, porém, ao mesmo tempo muito

próximo e familiar.

Podemos utilizar o zoológico; a nomenclatura dos animais, para que

ocorra a associação com os movimentos realizados.

A tartaruga com a sua lentidão e suas contrações é uma pequena

figura redonda, dobrada sobre si mesma, que de cócoras se contrai e se

estica.

Também aparece dona Girafa com grandes alongamentos, e assim

desfilam a cabra, o elefante, o pingüim, motivos para mudança de ritmos onde,

se dá existência ao salto e movimentos no solo, lentos e rápidos.

Para cada um se introduzem ritmos e formas diferentes. Eles

executam os movimentos que correspondem aos animais; uns mais rápidos

outros mais lentos (como por exemplo a tartaruga), sem precisar

necessariamente falar-mos de ritmo; já está presente. Os grupos são

visualizados pelos movimentos que vão adquirindo e se enriquecem quando

observam os outros a trabalhar. E durante esse tempo marcam com palmas os

ritmos novos que fazem surgir os novos animais. (Fux, 1983)

Ter sempre o cuidado de não exigir esforços desnecessário, criar,

transformar e transformar-se.

Observar as crianças atuando no abandono da criação, expressando-

se depois de terem trabalhado uma hora com consciência e alegria; recebendo

um maior conhecimento da técnica, não mecanizada mas de uma forma livre

fazendo com que o encontro da criança com o movimento e a criação se

convertam em realidade.

30

2.4 – Atividades Lúdicas – Brinquedos e Brincadeiras.

A partir da descoberta da infância e da associação da criança ao

brincar, termos como brinquedos e brincadeiras conotam a criança. (Santos,

2005)

A brincadeira fornece, pois, ampla estrutura básica para mudança de

necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao

real. Nela aparecem a ação na esfera imaginativa numa situação de faz-de-

conta, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida

real e das motivações volitivas.

As crianças devem jogar e brincar pelo prazer que estas atividades dão

a elas, jogando uns com os outros em lugar de uns contra os outros. (Paiva,

2006)

Muitas crianças trazem de casa traumas e dificuldades de

relacionamento, entre outras coisas. Comportam-se de forma agressiva e,

muitas das vezes, inconseqüente decorrente da educação fornecida pelos

seus pais, ou até mesmo pela ausência dos mesmos. Todos esses problemas

e sentimentos acabam gerando uma baixa auto-estima, que

consequentemente dificultará a aprendizagem da criança impedindo sua

participação e concentração em diversas áreas e atividades.

O trabalho de cooperação realizado em sala de aula ou em outros

ambientes; aumenta a auto-estima e melhora a competência social e física;

assim despertando e desenvolvendo talentos e vocações.

Os brinquedos cantados e jogos têm um papel fundamental no

desenvolvimento da criança, e são uma excelente forma de trabalhar a

afetividade, a emoção, prazer e alegria. Através da música podemos, então,

observar o efeito significativo e positivo que esta apresenta sobre o

comportamento das crianças.

Cantar e dançar ajuda a interação corporal e musical e

consequentemente emocional entre as crianças. ( Paiva, 2006)

31

Através dos brinquedos cantados a criança pode partilhar sua própria

história, bem como suas emoções; trazendo através das letras expressões de

carinho e contatos afetuosos. Estes contatos são necessários para o

desenvolvimento infantil.

Brincando a criança se desenvolve tanto física, psicológica e

socialmente, ou seja, desenvolve-se de forma integral.

32

CAPÍTULO III

POSSÍVEIS RESULTADOS COM UMA ATIVIDADE MAIS

PRAZEROSA E AFETIVA

A experiência tem mostrado que muitos professores ainda adeptos da

concepção, que o educador é o que sabe, pensa, disciplina; e que os

educandos são os que nada sabem, os que escutam e os que são

disciplinados; e a educação seria por fim o ato de depositar conhecimento;

onde o educador seria o depositante, e os educandos meros objetos.

O papel do professor de pré-escola é ao mesmo tempo importante e

difícil; pois ele lida com a criança em processo inicial de desenvolvimento, em

uma etapa básica de formação de sua personalidade.

O desenvolvimento motor obedece às mudanças biomecânicas

ocasionadas pelo crescimento físico, pela maturação neurológica e pelo

desenvolvimento cognitivo. As mudanças do desenvolvimento motor ocorrem

demoradamente e, principalmente na infância, sendo que os seis primeiros

anos são cruciais para o desenvolvimento do indivíduo. As experiências

vivenciadas pela criança neste período determinarão, em grande extensão, o

tipo de adulto que a pessoa se tornará. (Faria, 2001)

O corpo é um ponto de referência para qualquer aprendizagem.

Em várias atividades utiliza-se a aprendizagem baseada na execução

repetida do movimento. Isso leva a criação de movimentos condicionados. Se

variarmos a proposta, poderemos estar facilitando o desejo de descobrir; bem

como incentivando a criatividade. Este método se aplica quando o professor

propicia a resposta motora à criança.

O movimento ajuda a escrever a história do percurso da vida, através

do contato e do estabelecimento inicial de um diálogo afetivo; nas primeiras

comunicações corporais e emocionais travando nesse início de percursos o

estabelecimento de trocas. Estabelecem-se então relações afetivas e

33

significantes, traduzidas pelos movimentos, pelos gestos, onde escreve um

universo criativo e afetivo.

É preciso não ter medo de expressar esta afetividade, que certamente,

não está desarticulada do cognitivo.

A prática pedagógica perde o sentido quando a afetividade se afasta.

Acredita-se que a solução para a educação está no afeto.

Pode-se perceber que a partir de experiências significativas, os

professores que interagiram afetivamente com seus alunos contribuíram para a

construção do conhecimento destes, bem como para o futuro emocional da

maioria. Isso significa que a educação calçada no afeto tem importância

relevante no processo ensino-aprendizagem e principalmente no gosto de

aprender. (Paiva, 2006)

Educar exige cumplicidade, exige troca. É um ato de amor ao próximo

e a si mesmo, constantemente. Dando e recebendo, amando e sendo amado,

ensinando e aprendendo.

O educador deve ensinar pelo prazer, para que o aluno possa

aprender de forma prazerosa.

Deve-se ensinar respeitando a curiosidade do aluno, sua linguagem,

sua liberdade de movimentar-se de alegrar-se.

Através do afeto, atividades lúdicas, de brinquedos e brincadeiras,

consegue-se um resultado técnico bem mais prazeroso. Criando na vida da

criança um bem estar e uma nova forma de ver e viver em diferentes situações

e ocasiões.

Algumas atividades reproduzem na vida da criança uma concepção

unidimensional centrada somente na organização do ensino técnico motor.

“As crianças de hoje” portam-se como adultos vestem-se como

adultos, manifestam angústias e depressões com adultos; e muitas das vezes

que brincam demonstram constantemente competições, aumentando seu

individualismo, gerando uma sensação de incapacidade, rebelião e baixa

estima.

Jogos, brincadeiras e atividades técnicas são apresentados às

crianças acompanhadas da falta de prazer, principalmente quando o resultado

34

não é favorável, seja para a criança ou até mesmo para o professor. Assim

nasce o professor adestrador, pragmático.

O professor deve rever sempre seus métodos de ensino; ensinando

através do afeto, da emoção. Tornando as aulas envolventes e com um

resultado satisfatório para todas as partes. Afinal, o que aprende com prazer,

não se esquece nunca mais. (Paiva, 2006)

Ele deve resgatar sua infância que se faz presente cada dia com as

crianças. É importante esquecer-nos por completo do adulto que somos;

trabalhar com alegria para que esta seja a base para qualquer trabalho com

movimento.

Para Werneck (1996)...

Importante lembrar que temos em nossas mãos pedacinhos especiais

da arte; um coração de criança esperando que você o utilize da forma mais

colorida e alegre possível

Professor: Diante de você há uma tela em branco apoiada num

cavalete. Ela é sua vida profissional, a paisagem você já escolheu: é sua

profissão. Agora cabe a você dar o colorido que quiser e a iluminação que

desejar.

.“Quem se rende à tentação do ninho jamais aprende a voar; quem

não se aventura pelos mares, verá o casco de seu barco apodrecer em pleno

cais; quem não ousar na vida profissional, ficará superado porque não foi

capaz de dialogar com as mudanças que o tempo ofereceu.

A ousadia de ser mestre, mediador, professor, educador está em suas

mãos.

Tenha orgulho de sua profissão. Encha o peito e diga o que você é

capaz de fazer.

Sua vida é um quadro lindo demais para não ter moldura, sua

sabedoria é uma escultura de uma arte única que pertence só a você. A

sociedade precisa conhecer a sua imagem dentro da moldura que você

escolher.

Professor, professora, não tenham vergonha de ser!”

35

Devemos aproveitar a grande oportunidade que temos de observar as

nossas crianças, quando estão brincando e jogando, pois certamente estão se

desenvolvendo, aprendendo a lidar com suas próprias emoções e com o

mundo onde vivemos. Cada oportunidade dessas, com certeza, é única e

inédita. Um espetáculo original e ímpar de crescimento e convivência.

Afeto – Sentimento de amizade, dedicação, objeto de afeição,

afeiçoado, dedicado, partidário.

É indiscutível que o afeto desempenha um papel essencial no

funcionamento da inteligência entre outras áreas. Sem este não haveria

interesse nem motivação, nem necessidade.

Vygotsky explicita claramente sua abordagem unificada entre as

dimensões cognitiva e afetiva do funcionamento psicológico. Afirma ele que

(1996):

“A forma de pensar, junto com o sistema de conceito que nos rodeia,

inclui também os nossos sentimentos.”

Acredita-se que o professor que seguirá no tocante aos seus alunos

certamente será aquele que acredita: na mudança, na solidariedade, e no

amor.

Cantinho da Família...

Um menino com voz tímida e os olhos cheios de admiração, pergunta

ao seu pai, quando este retorna do trabalho:

- Pai, quanto o senhor ganha por hora?

O pai em um gesto severo responde:

- Escuta aqui meu filho, isto nem sua mãe sabe. Não me amole, estou

cansado.

Mas o filho insistente, insiste na pergunta...

- Mas pai, por favor, diga quanto o senhor ganha por hora?

A reação do pai, foi menos severa e ele respondeu:

- Três reais, eu ganho três reais por hora meu filho.

Nisto o filho sorridente lhe diz:

- Então papai, o senhor poderia me emprestar um real?

36

O pai, novamente cheio de ira, e agora tratando o filho com a maior

brutalidade lhe responde:

- Então é essa a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e

não me amole mais.

Já era noite alta, quando o pai começa a pensar no que havia

acontecido e sentiu-se culpado. Talvez quem sabe, o filho precisasse comprar

algo. Querendo descarregar a culpa de sua consciência doida, foi até o quarto

do filho e, em voz baixinha, perguntou:

- Filho está dormindo?

Ao que o garoto respondeu sonolento e choroso:

- Não pai!

Então falou

- Olha aqui o dinheirinho que você me pediu... um real!

- Muito obrigado papai!

Disse o menino levantando-se alegre e retirando mais dois reais de

uma caixinha que estava sob a cama...

- Agora já completei, papai! Tenho três reais. O senhor poderia me

vender uma hora do seu tempo?

Na maioria das famílias modernas, há uma grande falta de amor. Por

isso nossas crianças são conduzidas a uma vida de extrema exigência, de um

corpo forte e disciplinado; tendo que cumprir ordens e horários; e ser sempre o

melhor,o tempo todo. Com isso nossas crianças não possuem mais tempo

para brincar.

O afeto e a empatia, juntamente com a compreensão dos problemas

que afligem as crianças são fundamentais para o seu equilíbrio. (Paiva, 2006)

A afetividade é um dos principais fatores do desenvolvimento humano.

É através do afeto, e com afeto que transformamos; e restauramos diferentes

situações em nossos dias e em nossas vidas.

37

CONCLUSÃO

A atividade docente não está desvinculada da atividade discente.

Ser um educador, é uma vocação; e toda vocação nasce de um

grande amor, e uma grande esperança.

38

A educação lúdica não é encarada como um passatempo para o aluno,

mas como um complemento na processo de aprendizagem. Brincando,

podemos levar o aluno a compreender e interagir com o mundo.

Muitas vezes ouvimos de nossos alunos...

“- Tia , já acabei; agora posso brincar?” Como se o aprender, o

construir, o conhecer, estivesse desvinculado do prazer, da alegria.

Através das brincadeiras espontâneas e das dirigidas, brincando e

jogando, elas aprendem sobre o mundo que as cerca, tomando consciência

das competências necessárias para o seu desenvolvimento.

Felizmente a criança se desenvolve, e de repente quebra-se o

encanto? Chegou a hora de deixar de brincar; esquecer-se por completo do

lúdico; do prazer; pois chegou a hora de aprender.

Mas não precisa ser sempre assim, aprender pode e deve ser algo

extremamente prazeroso, trazendo consigo uma enorme satisfação.

Ao escolher qualquer atividade; seja ela cognitiva, corporal ou técnica,

a criança levará consigo um coração infantil, cheio de sonhos e desejos; e

antes de qualquer atleta ou bailarino ela continuará sendo uma criança.

É possível sonhar, apaixonar-se pelo aprender. É possível preservar o

gostinho de quero mais que tantas vezes podemos ver em nossas crianças,

quando dizem:

“ - Mãe, eu não quero ir agora, deixa eu ficar só mais um

pouquinho?...”

Fica dentro de nós esta frase ecoando e a doce sensação de que

conseguimos o principal: conquistamos nosso aluno para sempre.

É possível transformar! É só tentar!

A dança é algo belo e prazeroso demais, para matar os sonhos de

uma criança. Transformar a sua pureza em “apenas” um “plié” não fará dela

uma criança mais bonita; e nem mais feliz.

É necessário retirar de todo sauté, posé, fondu a sutileza dos

movimentos e a certeza do prazer.

Dançar é algo que vai além; é algo que está muito mais no interior que

propriamente no exterior.

39

É o que está dentro que se deve ser primeiramente trabalhado; para

que o que está fora possa ser observado e “aplaudido” com a convicção de

que o prazer de aprender sobressaiu a qualquer conduta meramente técnica.

Professor; todo processo de mudança requer um esforço significativo.

Para mudar precisamos estar conscientes da necessidade da mudança e da

busca de novos caminhos.

Aprender cada dia algo mais para poder aproximar-se das pessoas e

dar até o infinito, buscando isto que está dentro de mim e já não me pertence

mais. É de vocês.

Aplausos a toda conduta lúdica, prazerosa e eficaz. Que traz dentro de

cada criança a pureza de um sorriso cada dia mais feliz.

40

BIBLIOGRAFIA

ACHCAR, Dalal. Ballet (arte, técnica, interpretação). Rio de Janeiro, 1980.

ALVES, Fátima. Como aplicar a psicomotricidade. Rio de Janeiro. Editora

WAK.

FARIA, Alcidia Magalhães. Lateralidade, implicações do desenvolvimento

infantil. Rio de Janeiro. Editora Sprint,2001.

FUX, Maria. Dança, experiência de vida. São Paulo. Editora Summus

editorial,1983.

GOMES, Vera Miranda. Prática psicomotora na escola. Rio de Janeiro. Editora

Ática, 1995.

MARANHÃO, Diva. Ensinar brincando. A aprendizagem pode ser uma grande

brincadeira. Rio de Janeiro. Editora Wak, 2007

PAIVA, Ione Maria Ramos. Cantando e brincando. Desenvolvendo a

afetividade. Rio de Janeiro. Editora Sprint, 2006

RIZZI, Leonor & HAYDT, Regina Célia. Atividades Lúdicas na educação de

crianças. São Paulo. Editora Àtica, 1998)

SANTOS, Santa Marli Pires. Brinquedoteca (O lúdico em diferentes

contextos).Rio de Janeiro. Editora Vozes, 2005.

WERNECK, Hamilton. Como vencer na vida sendo professora. Depende de

você. Rio de Janeiro. Editora vozes, 1996.

ÍNDICE

41

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

EPÍGRAFE 5

RESUMO 7

METODOLOGIA 8

SUMÁRIO 9

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I

A IMPORTANCIA DO LÚDICO 12

CAPÍTULO II

FATORES POSITIVOS QUE A UNIÃO DA TÉCNICA

COM O LÚDICO PODEM PROPORCIONAR 17

2.1 – Dança – técnica e suas definições 17

2.2 – Conhecendo um pouco das histórias 19

2.3 – A dança na vida da criança

(novas aulas, novas alegrias) 29

2.4 – Atividades lúdicas – brinquedos e brincadeiras 31

CAPÍTULO III

POSSÍVEIS RESULTADOS COM UMA ATIVIDADE

MAIS PRAZEROSA E AFETIVA 33

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 42

42

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: