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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O LÍDER, A INTELEGÊNCIA EMOCIONAL E A GESTÃO
Por: Jackeline de Almeida Burns
Orientador
Prof. Fabiane Muniz da Silva
Rio de Janeiro
Setembro / 2008
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O LÍDER, A INTELEGÊNCIA EMOCIONAL E A GESTÃO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em..Gestão de
Recursos Humanos..
Por: Jackeline de Almeida Burns
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AGRADECIMENTOS
Ao meu esposo, a meus pais e a todos
os meus professores.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu esposo. Aos
meus filhos, Robert júnior e Igor, que são
a razão da minha vida.
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RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar três pontos: o líder, a inteligência
emocional e a gestão. Adotamos uma análise bibliográfica de autores
envolvidos no tema para compreendermos qual a definição de cada um dos
termos. Assim, buscou-se também interrogar de forma clara e direta, através
da elaboração de um questionário, profissionais ligados à administração de
empresas, a fim de ter uma real impressão dos conhecimentos dos mesmos
em relação ao tema proposto.
O trabalho eficiente do líder está relacionado ao seu estilo e qualidades que
podem ser: liberal; autocrática, democrática. E quanto às qualidades de
liderança, muito autoritário e de pouca comunicação, mais flexível e menos
compreensível com os outros e com mais autoridade e menos flexibilidade.
Palavras Chave: líder, inteligência emocional e gestão
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METODOLOGIA
Esta pesquisa foi sobretudo desenvolvida a partir de uma análise
bibliográfica de estudo de caso, e teve um suporte em pesquisa teórica e
bibliográfica. No estudo de caso, foi estudado uma empresa, para que se
pudesse mostrar a importância do trabalho do líder dentro de uma empresa.
Foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, onde foram coletadas
informações referentes aos tópicos abordados no trabalho. Procuramos realizar
um diálogo permanente entre a integração da tecnologia da informação e a
organização.
A pesquisa teórica e bibliográfica serviu para esclarecimentos sobre o
assunto, para uma explicação do que seria este líder e suas funções.Os
principais autores e teóricos utilizados para a realização desta pesquisa foram
Goleman, Matos, Drucker e outros.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
O LÍDER E O AMBIENTE DE TRABALHO 10
1.1 – Teoria dos traços da personalidade 15
1.2 – Teoria dos estilos de liderança 18
CAPÍTULO II
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL DO LÍDER 20
CAPÍTULO III
O LÍDER E A GESTÃO 26
3.1 – O líder segundo a exigência do mercado 28
3.2 – Pesquisa em campo 31
CONCLUSÃO 34
ANEXOS 36
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 38
FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
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INTRODUÇÃO
Este trabalho se propõe a identificar o tema O líder, a Inteligência
Emocional e a Gestão, sabe-se tratar-se de um tema de extrema abrangência,
raramente dissecado em sua totalidade, apesar do grande número de
publicações sobre o assunto.
Sabe-se também que, em todo o mundo, a preocupação com a
liderança diz respeito à falta de líderes eficazes. E, essa descoberta nasceu,
provavelmente, do mito de que a competência para dirigir pessoas depende de
talentos invulgares, tais como um grande carisma pessoal.
Dessa forma, aquilo que chamamos de liderança ou que se pensa de
líderes notáveis, onde somente pessoas eleitas ou muito especiais e diferentes
podiam desfrutar do privilégio de se sobressaírem entre os demais. Assim, ser
líder, conforme muitos ainda pensam, é algo extraordinário.
Com o passar do tempo, o líder passou de uma conotação mítica para
uma conotação de qualidade superior (predeterminada), de vantagem sobre
aqueles que são por ele comandados. Logo, liderar pessoas continua a
significar ter um poder praticamente indiscutível sobre elas.
Para melhor compreensão desse tema, este trabalho foi estruturado em
três capítulos:
No primeiro capítulo, buscou-se definir, de forma geral, o líder e o seu
local de trabalho. Também foram abordadas questões referentes à importância
do conjunto de características que integram a personalidade de um líder.
O segundo capítulo, trataremos dos conteúdos básicos que envolvem o
assunto Inteligência Emocional e sua importância, pois o assunto ainda não é
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bem conhecido e utilizado adequadamente pelos profissionais. Traremos a
contribuição de GOLEMAN (2002), sobre o conceito de Inteligência Emocional.
O terceiro capítulo trata das questões referentes à gestão do líder e
também utilizaremos um exemplo prático.
Ao estudar a liderança o objetivo não é descrever como alguém chega à
posição de líder, mas configurar principalmente o tipo de atitude, característica
que o qualifica ao exercício de uma liderança eficaz.
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CAPÍTULO I
O LÍDER E O AMBIENTE DE TRABALHO
Este capítulo foi dividido em três partes. Inicialmente, abordaremos os
aspectos gerais sobre o tema, para depois discutirmos sobre a teoria dos
traços da personalidade e a teoria dos estudos de liderança. Em relação à
liderança, é comum as pessoas terem uma idéia de que a liderança sempre irá
refletir os valores e as preocupações mais gerais de sua época. O estilo mais
próximo que podemos exemplificar é o estilo patriarcal de liderança, onde o
executivo, tinha como característica principal o de estilo militar, que comandava
as grandes organizações militares. Com o passar do tempo, o líder passou a
conduzir as grandes organizações industriais, que vieram a dominar o período
da Guerra Fria.
Houve uma época onde o líder era a cabeça e a organização, o corpo.
Com a rapidez das mudanças as estatísticas mostram que a maior parte do
conhecimento mundial sobre liderança é recente. Dessa forma, mudanças
bastante freqüentes, forçam o desenvolvimento de novas formas e práticas
empresariais e, conseqüentemente conduzem a repensar novos tipos de
liderança.
Com o passar do tempo, vários estudiosos têm procurado evidenciar os
problemas da liderança através de seus conceitos. Um deles, Hunter (2004)
diz, que a liderança é o processo de influenciar o comportamento e a
mentalidade de outras pessoas, com a finalidade de conduzir as ações.
Portanto, liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem
entusiasticamente, visando atingir aos objetivos identificados como sendo para
o bem comum.
O líder é normalmente identificado pelo seu carisma, que se traduz por
peculiaridades marcantes, por um traço vitorioso, exuberante, afirmativo, suave
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e doce ou severo e agressivo. É alguém que abraça uma visão e
corajosamente vai a busca dessa visão de modo que ela ressoe na alma das
pessoas.
A capacidade de se relacionar bem, de ser ouvido quando
necessário e de estar bem consigo mesmo é o direito que corresponde o
paradoxo vital do líder que possui equilíbrio emocional.
De acordo com Matos (2002) estamos vivendo uma época de
grandes transformações nas organizações, exigindo das lideranças uma
postura típica. Dessa forma, são traços característicos no perfil de um líder:
• É um formador de cultura: seus valores e idéias, complementados por
ações estratégicas, refletem-se no ambiente, influenciando atitudes e
comportamentos;
• É aquele que pensa estrategicamente, desenvolve sua competência
pensando junto com a equipe, enxergando o mundo, percebendo as
transformações, exercendo a criatividade, avaliando criticamente as
situações, reconstruindo e renovando;
• Sabe identificar forças e fraquezas e está convicto de que só se constrói
a partir do reconhecimento, nas pessoas e na cultura organizacional,
dos pontos fortes e de como construir algo sobre eles;
• Avalia os avanços da tecnologia e sabe o momento de aplicá-la;
• Atrai e desenvolve novas competências;
• Motiva sempre as pessoas e as equipes à renovação;
• Está sempre enxergando adiante, educando e buscando o consenso
para a aplicação do conhecimento inovador;
• É um formador de cultura (valores), de opinião (conhecimento), de
equipe (integração/verdades comuns), de pessoas
(autodesenvolvimento) e de empresa (comprometimento com um bem
maior);
• Trabalha com a verdade, é ético.
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De acordo com Goleman (2002) através de pesquisas realizadas
com líderes de grandes empresas, ficou comprovado que a liderança não se
nasce sabendo, aprende-se. Com isso percebe-se a importância de auxiliar as
pessoas a desenvolver suas habilidades. Para ele, existem diversos estilos de
líderes:
1. Estilo Visionário: mantém seus colaboradores valorizados, servem de
sustentáculos para apoio dos problemas explicitando seus valores
ambientais e sociais criando um clima emocional agradável onde cada
um compreende o seu papel;
2. Estilo Conselheiro: é o estilo que os líderes tendem a exibir com menos
freqüência, porém, é uma das ferramentas mais poderosas que os
líderes poderiam ter em mãos. Pois ela produz uma resposta emocional
positiva e melhores resultados. Os líderes conselheiros estabelecem
relações de simpatia e confiança com seus colaboradores procurando
dar importância às conversas pessoais em vez de vê-lo como meras
ferramentas de trabalho;
3. Estilo Agregador: promovem harmonia, mantém seus colaboradores
satisfeitos e dão prioridade as suas necessidades emocionais. Um traço
típico desse estilo agregador é ser firme nas repreensões quando
necessário;
4. Estímulo Democrático: corresponde a um estilo de líder que atua como
participação, seus membros trabalham em conjunto e tem interesse em
ouvir a opinião das pessoas, não decide sozinho. São pessoas
participativas, colaboradoras, cooperativas, transparentes, tranqüilas e
pacientes;
5. Estilo Agressivo: é o estilo de líder que cria uma ressonância, atingindo
metas desafiadoras e estimulantes. Geralmente é extremamente
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negativo e quando obtém sucesso, depende sempre de uma equipe
motivada e competente.
Hollander (1984) conceitua a liderança como um processo que envolve
relacionamento de influência em duplo sentido, orientado principalmente, para
o atendimento de objetivos mútuos, tais como aqueles de um grupo,
organização ou sociedade.
Assim, segundo o mesmo autor, a liderança não diz respeito apenas ao
cargo do líder, mas também requer a cooperação de outras pessoas. O
destaque é a liderança como um processo de dupla via entre líder e liderado.
Quase todas as teorias conservam o denominador comum de que a
liderança envolve duas ou mais pessoas e se trata de um processo de
influência exercido de forma intencional por parte do líder sobre seus
seguidores. A autora situa, como desafios centrais da liderança: motivar,
inspirar, sensibilizar e comunicar.
Para Kouzes e Posner (1997), a liderança é “a arte de mobilizar os
outros para que estes queiram lutar por aspirações compartilhadas.”. Nessa
definição, observamos que uma palavra se destaca: quere, sem ela, o
significado de liderança tornar-se-ia bastante alterado, provocando,
conseqüentemente, o desaparecimento de conceitos como escolha, motivação
interna e aspirações. Nesse caso, a liderança, implicaria em algo menos que o
envolvimento voluntário da parte dos seguidores.
Assim, se existe um aspecto característico do processo de liderança,
para os autores, a solução reside na distinção entre mobilizar os outros para
fazer e mobilizá-los para querer fazer.
Para os autores, os líderes mobilizam os outros para que queiram agir
graças à credulidade de que dispõem. De acordo com eles, há uma diferença
monumental entre arregimentar apoio e dar ordens, entre conquistar
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compromisso e impor obediência. Assim, esses líderes mantêm a credibilidade
em conseqüência de suas ações – ao desafiar, inspirar, permitir, guiar e
encorajar.
Segundo Vergara (2000), administradora e pedagoga, a liderança está
associada a estímulos e incentivos que podem motivar as pessoas para a
realização da missão, da visão e dos objetivos empresariais.
Como funções importantes do líder, a autora aponta: perscrutar o
ambiente externo, estando atento às mudanças, contribuir para a formação de
valores e crenças organizacionais dignificantes para satisfação das pessoas e
ser hábil em classificar problemas.
Schein (1984) afirma que o modo como os líderes de uma
organização compreendem o que venha a ser motivação no trabalho e as suas
suposições a cerca do conceito, influenciarão decisivamente as ações
necessárias sobre a construção de políticas e programas direcionados a
incentivos, recompensas e outros assuntos relacionados à motivação da força
de trabalho.
De acordo com Coda (1997) entre outros fatores de natureza
comportamental, o incentivo para o desenvolvimento e o crescimento
profissional, a qualidade e a freqüência de feedback que os líderes fornecem
aos colaboradores, a reflexão conjunta entre líderes e colaboradores a respeito
de desempenhos individuais e no grupo, devem ser considerados como
elementos substanciais que agregam qualidade em termos de disposições
recíprocas nas relações de trabalho.
As tendências atuais convergem para a compreensão de que o grau
de compartilhamento de poder visto como adequado na relação entre líderes e
seguidores se encontra vinculado aos atributos da tarefa, às características do
grupo de trabalho e aos demais aspectos ambientais e históricos que conferem
sentido à realidade social dos envolvidos no processo de trabalho.
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Visto esses aspectos, a qualidade da participação nas relações de
trabalho com repercussões na motivação depende da natureza da tarefa e das
pessoas envolvidas, além das condições físicas e psicossociais do ambiente de
trabalho.
Observa-se pelos vários conceitos de liderança apresentados, neste
estudo, que há também, várias teorias de liderança, dentre as quais
destacamos as que representam as tendências contemporâneas mais
utilizadas nos modelos gerenciais:
Teoria dos Traços de Personalidade;
Teoria dos Estilos de Liderança;
A partir de agora demonstraremos tais teorias:
1.1 Teoria dos Traços de Personalidade
Essa teoria tem a premissa de que os líderes possuem traços de personalidade
que os auxiliam em seu papel de líder/chefe. Isto é, que exerceriam influência
sobre indivíduos e grupos que nascessem com determinados traços de
personalidade: físicos, intelectuais, sociais e relacionados com a tarefa.
• Traços físicos são:
- aparência;
- estatura;
- energia;
• Traços intelectuais:
- adaptabilidade;
- entusiasmo;
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- confiança
- elevado QI
• Traços sociais:
- cooperação;
- habilidades interpessoais;
- habilidades administrativas
• Traços relacionados com a tarefa:
- impulso de realização;
- persistência;
Como se observa, esta teoria, não enfatiza outras variáveis que podem
interferir na relação líder/chefe, funcionário/subordinado, como o contexto em
que está inserido e as próprias necessidades do grupo em que atua.
Dessa forma, quem nascesse com esses traços seria líder/chefe,
sempre. Quem não nascesse, certamente, seria funcionário/subordinado.
Infere-se dessa teoria que líder/chefe nasce feito, ou seja, a liderança é nata.
Um grupo de psicologistas, Adorno, Brunsils, Levinson e Sanford, depois de
anos de estudos e pesquisa chegou à conclusão de que existe um tipo de
indivíduo com uma definida predisposição emocional para três tipos de
liderança. A descrição resumida deste estudo aponta três tipos de
personalidades:
a) Personalidade Autocrática
Acha que sua cidade, o seu país, a sua língua é o que existe de melhor. Tem
espírito tacanho e maneira limitada de encarar as coisas. Sob o ponto de vista
econômico e político tende a ser conservador. Viver de acordo com os
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costumes e hábitos é de grande importância para ele e as pessoas que
infringem tais princípios tornam-se suspeitas. Desdenha a “fraqueza”, quer se
trate de indivíduos, quer de grupos. Conseqüentemente, a minoria incorre em
sua desaprovação, em maior ou menor escala.
b) Personalidade Igualitária
Tende a ser liberal a respeito de muitas coisas – quando se trata de política ou
da maneira de seu vizinho se portar à mesa. Geralmente sente que as pessoas
devem ser julgadas mais por seus méritos pessoais do que pela religião,
nacionalidade ou maior ou menor adaptação aos costumes que prevalecem no
momento. Não gosta de ser coagida e não gosta de ver outras pessoas serem
oprimidas, da mesma forma. Para ela, conseqüentemente, o líder autocrático
poderá parecer-lhe “ditatorial” e indesejável, enquanto que a liderança
democrática e os processos democráticos tais como: debate, governo da
maioria e assim por diante, é o método digno de elogios.
c) Personalidade Liberal
O grupo de psicologistas citado anteriormente afirma que não encontrou
nenhuma descrição do tipo de personalidade que pudesse corresponder ao
indivíduo com predisposição emocional para a liderança livre. Mas
descreveram o tipo de um líder que tende a ser, de certo modo, um introvertido.
Gosta de trabalhar por conta própria, tem confiança em si próprio, sente-se
capaz de executar sozinho uma tarefa, bastando apenas que lhe expliquem
para que fim é destinado.
O líder com personalidade liberal possui geralmente um cérebro
“técnico” e grandes habilidades em sua profissão. E, realmente, ele costuma
sentir atração por atividades, inclusive meios de ganhar a vida, que requeiram
precisão ou intelectualidade e tem tendência a encarar a direção de um
superior como um “controle”, costuma também confundir “controle” com
interferência.
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Naturalmente, quando os autores descrevem os tipos de personalidades,
não estão descrevendo os tipos de personalidade no seu sentido completo.
Têm como foco central apenas a reação das pessoas quanto à liderança. Mas,
as descobertas e implicações que se originam de tais estudos alargam nossa
visão a respeito das relações entre líderes/chefes e funcionários/subordinados.
Da mesma forma, os conceitos sobre as personalidades autoritárias,
igualitárias e liberais provam que os indivíduos têm predileção para
determinados estilos de liderança.
Pelos exemplos que a História nos dá é fácil concluir que a Teoria dos
Traços de Personalidade não se sustentou por muito tempo, tendo
predominado somente entre 1920 a 1950 e seu sucesso nesse período deveu-
se muito a contribuição dada pelas pesquisas desenvolvidas pelos testes
psicológicos. Os aspectos mencionados são importantes para o exercício da
liderança, mas não são os únicos fatores. É excessivo determinismo supor que
somente aqueles que nascem com tais características possam ser líder/chefe.
Nesse caso, a crença no desenvolvimento humano (ambientalismo) através
dos estímulos (processo ensino/aprendizagem) deixaria de existir. Se a pessoa
não nasce líder, então é possível aprender a ser. Baseada, nesta premissa de
que o meio ambiente (ambientalista) é facilitador da aprendizagem, a Teoria
dos Estilos sinalizou-se para a questão da situação.
1.2 Teoria dos Estilos de Liderança
Os estudos pioneiros sobre estilos de liderança foram feitos com maior
vigor científico pelas universidades de Ohio, Michigam e Yowa, Uris (1967). As
duas primeiras universidades inspiraram a maior parte dos programas de
treinamento e de desenvolvimento, que foram avidamente consumidos pelas
organizações, em especial pelas norte-americanas. Havia grande preocupação
em melhorar a qualidade do gerenciamento de pessoas no dia-a-dia das
organizações que se agigantavam cada vez mais. Este estudo identifica o
conjunto de comportamentos que descrevem os tipos de ações eficazes do
líder.
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Dois entre os três conceitos de estilos de liderança que iremos descrever
têm suas raízes em idéias e práticas antigas. Os termos, da maneira como
vamos usá-los, não coincidem com suas contrapartes quanto ao significado.
Contudo, as idéias básicas possuem fundo histórico que remonta à
antiguidade. É interessante buscar-se esse fundo histórico, porque ajudará, de
certo modo, a explicar as atitudes atuais em relação a esses termos.
Assim, a liderança autocrática, é o mais antigo dos três conceitos, sua
origem e as primeiras aplicações desse estilo remontam aos nossos
antepassados pré-históricos, quando suas mentes e estilo de vida ainda não
haviam atingido o desenvolvimento atual.
Observa-se também, que em nossa história individual, o estilo
autocrático é o primeiro com o qual nos deparamos. As relações entre pais e
filhos representadas pela criança dependente e os pais dominantes, é uma
forma extrema da liderança autocrática.
Já as idéias democráticas têm igualmente princípios vagos, mas foi na
Grécia antiga que se desenvolveu a forma governamental descrita como
“democrática”.
A liderança livre, como método de orientar os esforços de outrem,
parece ter pouco procedente histórico. Os líderes do passado usaram tal
método indubitavelmente, mas as aplicações individuais aparentemente nunca
alcançaram o ponto da padronização dentro do qual o método fosse
reconhecido como útil em se tratando de liderança.
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CAPÍTULO II
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL DO LÍDER
Goleman (2002), elaborou uma pesquisa cuja amostra aleatória de 3.871
executivos selecionados de uma base de dados de mais de 20.000 executivos
em todo o mundo, esclarece muito sobre como ter uma liderança eficaz. A
pesquisa encontrou seis distintos estilos de liderança, cada um surgido de
diferentes componentes da inteligência emocional. Os estilos, tomados
individualmente, mostram ter um impacto único e direto na atmosfera de
trabalho de uma empresa, divisão ou equipe e, um após outro, em seu
desempenho financeiro. E talvez mais importante, a pesquisa mostra que os
líderes com os melhores resultados não contam com somente um estilo de
liderança; eles usam muitos deles em uma determinada semana,
uniformemente e em diferentes meios, dependendo das situações de negócios.
Os estilos, somente pelo nome e breve descrição, ecoarão em muitos de
nós que lidera, é liderado, ou, faz ambos:
• Líderes Coercitivos exigem obediência;
• Líderes Confiáveis ou Visionários mobilizam as pessoas em direção a
uma visão;
• Líderes Agregadores criam laços emocionais e harmonia;
• Líderes Democráticos constroem consenso através de participação
• Líderes Agressivos esperam excelência e autodireção
• Líderes Conselheiros desenvolvem pessoas para o futuro.
Segundo Goleman (2002), a pesquisa começou a ganhar uma visão mais
detalhada das conexões entre liderança e a inteligência emocional, o clima e o
desempenho.
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A equipe testou cada esfera de influência imediata do executivo por seus
climas. Clima refere-se aos seis fatores-chave que influenciam um ambiente de
trabalho da organização:
• suas flexibilidades, isto é, quanta liberdade os funcionários sentem para
inovar o não-sobrecarregado pela burocracia;
• seus sensos de responsabilidade com a organização;
• os níveis de padrões que as pessoas ajustam;
• o senso de precisão sobre o feedback de adequação; e as
recompensas;
• a clareza que as pessoas têm a respeito de missões e valores;
• o nível de compromisso para um propósito comum.
A pesquisa constatou que todos os seis estilos de liderança têm um
mensurável efeito em cada aspecto do clima. Os líderes que usaram estilos
que positivamente afetaram o clima tinham decididamente melhores resultados
financeiros do que aqueles que não usaram. Isto não quer dizer que o clima
organizacional é o único condutor de performance. As condições econômicas e
as dinâmicas competitivas importam enormemente. Mas, segundo ainda
Goleman, (2002) as análises da pesquisa sugerem que o clima conta com
aproximadamente um terço dos resultados, e isso implica impacto razoável
para ser ignorado. Examinemos, a seguir, os resultados da pesquisa, segundo
o autor sobre cada estilo de liderança:
1) Estilo Coercitivo
É menos eficaz em muitas situações. Levando-se em consideração o que o
estilo faz ao clima da organização, é na flexibilidade que acontece o mais duro
golpe. A decisão extrema do líder, de cima para baixo, destrói o nascimento de
novas idéias. As pessoas (no caso os funcionários) se sentem desrespeitadas,
da mesma forma, o senso de responsabilidade delas evapora: incapazes de
agir por sua própria iniciativa, elas perdem seu senso de posse e se sentem
pouco responsabilizadas por seus desempenhos.
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Agora, pode-se achar que nunca se deve aplicar esse estilo de liderança. Nada
disso, Goleman afirma que a pesquisa desvelou algumas ocasiões em que
esse tipo de liderança funciona admiravelmente. Contudo, o estilo coercitivo
deve ser usado somente com extrema cautela e em algumas situações em que
seja absolutamente imperativa, tais como:
• durante uma crise;
• uma hostil tomada do poder se aproxima.
• catástrofe (terremoto, incêndio)
• funcionários – problema
Percebe-se, assim, que é sempre apropriado durante uma genuína
emergência. Mas, quando a emergência passa, o impacto da insensibilidade
coercitiva para com o moral e os sentimentos dos funcionários é danosa.
2) Estilo Confiável ou Visionário
As pesquisas indicam que dos seis estilos de liderança, o confiável é o mais
eficaz, conduzindo para cima todos os aspectos do clima que adquiri clareza. O
líder confiável é um visionário, ele motiva as pessoas por meio de
esclarecimentos a elas de como seus trabalhos se encaixam dentro de uma
grande visão para a organização. As pessoas que trabalham para tais líderes
entendem que o que eles fazem importa e por quê importa. Essa liderança
também maximiza o compromisso com os objetivos e com a estratégia da
organização. Dessa forma, ao enquadrar a tarefa individual dentro de uma
grande visão, o líder confiável define padrões que giram em torno dessa visão.
Os padrões para o sucesso são claros para todos, assim como as
recompensas.
Os líderes confiáveis dão às pessoas a liberdade para inovar, experimentar e
assumir os riscos calculados. O estilo confiável, por causa de seus impactos
positivos, trabalha bem em quase todas as situações de negócios,
principalmente, se o negócio está à deriva. Esse líder direciona para um novo
curso e vende a seu pessoal uma visão nova de longo prazo. Mas, embora
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poderoso como pareça ser, não funcionará em todas as situações. Quando o
líder está trabalhando com uma equipe de experts ou colegas que são mais
experientes do que ele, podem vê-lo como pomposo ou desligado. Uma outra
limitação deste estilo de liderança confiável é que o líder, ao tentar ser
confiável, pode se tornar autoritário e, nesse caso, pode minar o espírito de
igualdade de uma equipe eficaz.
3) Estilo Agregador
O estilo agregador gira em torno das pessoas – propõe valores individuais e
emocionais mais do que tarefas e objetivos. O líder agregador aspira por
manter os funcionários felizes e criar harmonia entre eles. Controla, através da
construção de fortes laços emocionais e, então, colhe os benefícios dessa
abordagem denominada intensa lealdade. Tem efeito positivo na comunicação.
O estilo conduz para cima a flexibilidade; amigos confiam um no outro,
permitindo inovações. Dão às pessoas a liberdade de fazer seu trabalho na
forma que elas pensam ser a mais eficaz. Apesar dos benefícios, o estilo
agregador não deve ser empregado sozinho. Seus focos exclusivos nos elogios
podem permitir que desempenhos medíocres sigam sem correção levando os
funcionários a perceber que a mediocridade é tolerada. Isto porque os líderes
agregadores raramente oferecem conselhos construtivos de como melhorar, os
funcionários devem compreender como fazê-lo por si mesmos. Por isso que
muitos desses líderes usam esse estilo em conjunção próxima com o estilo
confiável.
Os líderes confiáveis estabelecem uma visão, determinam padrões e deixam
as pessoas saberem como seus trabalhos estão promovendo os objetivos do
grupo. Alternando-se com cuidado e cultivando a abordagem do líder
agregador, tem-se uma combinação eficiente.
4) Estilo Democrático
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O líder democrático abastece-se por desprender seu tempo obtendo idéias das
pessoas, construindo confiança, respeito e compromisso. Ao deixar os
membros de sua equipe participarem das decisões que afetam seus objetivos e
como fazer esse trabalho, o líder democrático conduz à elevação da
flexibilidade e da responsabilidade.
Por poderem opinar no estabelecimento de seus objetivos e nos padrões para
avaliar o sucesso, as pessoas que operam em um sistema democrático tendem
a ser muito realistas a respeito do que pode e do que não pode se executado.
Entretanto, esse estilo tem suas desvantagens, que determinam porque seu
impacto no clima não é tão alto como alguns dos outros estilos. Uma das mais
sérias conseqüências pode ser as reuniões intermináveis nas quais as idéias
são confundidas, o consenso permanece evasivo e o único resultado visível é
marcar mais reuniões, o que faz com que os membros da equipe terminem por
se sentirem confusos e sem líder, podendo até mesmo agravar conflitos.
Este estilo é ideal quando um líder está incerto a respeito da melhor direção a
tomar e necessita de idéias e orientação de funcionários capazes. Se o líder
tiver uma forte visão, o estilo democrático funciona bem na geração de idéias
novas para executar essa visão. Porém, quando os funcionários não são
competentes, ou mal informados, o estilo democrático faz menos sentido, e,
construir um consenso em momento de crise é pura teimosia. Em caso de
crise, uma liderança ocasionalmente democrática e agregadora, deve contar
com o estilo confiável especialmente nos primeiros meses.
5) Estilo Agressivo
O líder estabelece padrões de desempenho extremamente altos, é obsessivo a
respeito de como fazer as coisas melhor e mais rápidas, e pede o mesmo de
todos a sua volta. Aponta com exatidão os desempenhos medíocres e exige
mais dessas pessoas. Se, por acaso eles não se elevam com a oportunidade, o
líder os substitui por pessoas que possam fazer a tarefa. No entanto, este estilo
de liderança não melhora os resultados, pelo contrário destrói climas.
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Os líderes agressivos não se expressam claramente, eles esperam que os
liderados saibam o que fazer, embora as linhas de direção de trabalho estejam
bem nítidas em suas cabeças. Quanto às recompensas, o agressivo tanto não
dá retorno sobre o que as pessoas estão fazendo, quanto se enerva e assume
o comando quando pensa que elas não estão correspondendo às expectativas.
6) Estilo Conselheiro 21212103
O líder conselheiro ajuda os funcionários a identificar suas forças e fraquezas
exclusivas e atá-las às suas aspirações pessoais e de carreira. Encoraja os
funcionários a estabelecer em um desenvolvimento de objetivos de longo prazo
e os ajuda a idealizar um plano para alcançá-los.
O líder faz acordos com seus funcionários a respeito de seus papéis e
responsabilidades em desempenhar planos em desenvolvimento e dá
suficiente instrução e “feedback”. Sobressai na delegação de poderes, dá aos
funcionários, tarefas desafiadoras, mesmo que isso signifique que as missões
não serão executadas rapidamente.
Este Estilo de liderança requer um constante diálogo e esse diálogo tem uma
forma de incrementar cada condutor do clima. É o menos freqüente dos estilos
de liderança, entretanto seu impacto no clima e no desempenho é
acentuadamente positivo. O progressivo diálogo garante que as pessoas
saibam o que é esperado delas e como o seu trabalho se encaixa em uma
grande visão ou estratégia, afetando a responsabilidade e a clareza.
Esse método funciona melhor com funcionários que mostrem iniciativa e
desejem mais desenvolvimento profissional, por outro lado, fracassa quando o
funcionário não tem motivação ou requer demasiada direção e feedback
pessoais, ou quando faltam ao líder o conhecimento ou a sensibilidade
necessários para ajudar seus subordinados.(Goleman, 2002).
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26
CAPÍTULO III
O LÍDER E A GESTÃO
Neste capítulo iremos estudar a relação do líder e a sua forma de
gerenciar uma empresa. Logo, existe uma compreensão de que liderança e
gerência, mesmo que distintas, não são excludentes, e sim complementares
(FAGUNDES, 2000). Contudo, a tentativa de “somar” essas competências para
lidar com a complexidade não expressa a noção da complexidade do problema.
Já Motta (1996) sugere a utilização da palavra gestor para sinalizar a co-
existência, tanto dos aspectos de liderança, quanto dos aspectos gerenciais.
Inspirados nessa idéia propomos a seguinte figura ilustrativa:
GERENTE + LÍDER = Gestor
Na literatura sobre o tema liderança, observamos que a discussão sobre
essas duas dimensões da gestão é pouco privilegiada e, com efeito, percebe-
se que muitas vezes a expressão “líder” aborda competências que não
contemplam práticas mais objetivas, próprias do gerente, presente no cotidiano
de quem atua em gestão. A exemplo disso apresentamos a seguir o quadro de
Competências de Liderança apontadas por Goleman, Boyatzis e Mcke (2002):
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COMPETÊNCIAS DE LIDERANÇA DOMÍNIO PESSOAL DOMÍNIO SOCIAL
AUTOCONSCIÊNCIA: - Autoconsciência emocional - Auto-avaliação precisa - Autoconfiança
CONSCIÊNCIA SOCIAL: - Empatia - Consciência Organizacional - Serviço
AUTOGESTÃO: - Autocontrole - Transparência - Adaptabilidade - Superação - Iniciativa - Otimismo
ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTOS: - Inspiração - Influência - Desenvolvimento dos demais - Catalisação de mudanças - Gerenciamento de conflitos - Trabalho em equipe e colaboração
Quadro 1: Competências de liderança
Fonte: Adaptado pela autora de Goleman, Boyatzis e McKee (2002)
Goleman, Boyatzis e McKee (2002) destacam que tais competências de
liderança fomentam relacionamentos, trazem à tona, no ambiente de trabalho,
condições de criar sinergia nos grupos, permitindo que os valores sejam
compartilhados e agregados no desempenho organizacional. Na dimensão
individual, ao expressar tais competências, os líderes tendem a tornarem-se
mais flexíveis e informais, mais abertos e mais atentos às relações entre
pessoas e às redes.
As competências de liderança aportam fatores fortemente relacionados
com a atitude, e pouco se alteram, independente do segmento organizacional
em questão, isto é, seja em uma organização hospitalar, metalúrgica ou
educacional, a necessidade, por exemplo, de ter empatia, iniciativa e
capacidade para gerenciar conflitos, são competências inquestionavelmente
desejáveis para um gestor. Já as competências gerenciais são identificadas ou
“desdobradas” a partir da definição das competências organizacionais
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(BITENCOURT, 2005), isto é, estão atreladas a conhecimentos e habilidades
demandados pela estrutura organizacional, seus processos, diretrizes e metas
a serem atingidas através da ação gerencial, nos distintos lugares de poder
outorgado, definidos na organização.
Não há dúvida de que o exercício da liderança está impregnado de
poder. Krausz (1991, p. 15) define poder como “a capacidade potencial de
influenciar as ações de indivíduos ou grupos no sentido de atuarem de uma
determinada maneira”. Destaca que o poder é um fenômeno essencialmente
subjetivo, que têm repercussões intrapessoais, interpessoais, grupais e sociais,
visto que seus efeitos se processam nas relações entre indivíduos.
Para Tolfo (2004) o poder no interior das organizações está
tradicionalmente relacionado ao comportamento gerencial, uma vez que os
gerentes estão investidos de uma posição na hierarquia que lhes confere maior
ou menor grau de influência na tomada de decisão.
Paz (2004, p. 382) entendem que o sucesso organizacional é função do
modo como os trabalhadores coordenam suas próprias atividades, e isso
remete ao seu exercício de poder. Nesse sentido, a crise de liderança nas
organizações pode ser resultado da falta de habilidade política, dos que as
comandam, ao exercer o poder, e por isso “os membros organizacionais,
sobretudo as gerências e lideranças, precisam conhecer aspectos do poder da
organização para que possam compreender a dinâmica do funcionamento
organizacional”.
3.1 O líder segundo a exigência do mercado
Na opinião de Covey (1996), cada vez mais o mercado está procurando
que as instituições se transformem, de tal maneira que elas possam ser
capazes de produzir bens e serviços, com a finalidade de empregá-los de
forma rápida e amigável, atendendo às necessidades do seu público alvo: tanto
o público interno quanto o externo.
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29
Para que isso aconteça, as organizações são levadas a buscar novas
alternativas de produção dos seus produtos, serviços, e práticas empresariais,
lançando mão da criatividade e da inovação para continuarem a árdua tarefa
de sobrevivência no acirrado mercado.
Um profissional competente tem como características: a iniciativa, a
criatividade e a capacidade empreendedora. Todas elas dentre outras
competências serão cada vez mais características desejáveis num profissional.
A cultura geral continuará sendo um ativo importante em qualquer organização.
Devido às mudanças, e as forças dinâmicas e competitivas , administrar
e liderar uma organização nessa nova era do conhecimento, é um desafio
extraordinário.
Segundo Covey (1996), esse desafio somente será atingido por líderes,
com visão, coragem e humildade para aprender e crescer continuamente.
Aprender com entusiasmo, observar tendências do mercado, avaliar os erros e
sucessos do passado, é de suma importância para resistirem à mudança. Para
esse autor, os líderes eficazes baseiam-se em um modelo de liderança
alicerçada em princípios. Em outras palavras, quando um indivíduo ou
organização orienta-se por princípios que envolvem competência, e confiança,
torna-se um modelo.
Conforme Covey (1996) a liderança pode ser desmembrada em três
funções: explorar, alinhar e dar autonomia - empowerment. A primeira função,
respectivamente, relaciona-se com uma visão futurista e instigante voltadas à
necessidade do cliente, mediante um plano estratégico.
A segunda, compreende um esforço e compromisso de todos para
realizar a missão e visão de atender às necessidades do cliente. E finalmente,
a terceira função aborda o poder que é dado às pessoas para que se tornem
mais autônomas e mais capazes.
Dessa forma, poderão expressar seus talentos, habilidades e
inteligência. Portanto, se o líder quiser obter resultados diferentes, terá que
internalizar princípios para que possa desenvolver uma força de trabalho
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30
voltada ao conhecimento e ao aprendizado. Vale ressaltar que tais princípios,
também envolvem uma dose de humildade, coragem e energia para orquestrar
uma organização.
Para Drucker (1999) o período de mudanças, os únicos que sobrevivem
são os líderes de mudanças. Ele acrescenta ainda, que é importante que toda
organização seja uma grande aliada à mudança. Ou seja, o líder deve saber
focalizar e aproveitar as oportunidades o que o torna essencial para sua
eficácia. O autor apresenta quatro requisitos para ser um líder de mudanças:
políticas de mudanças, métodos sistemáticos, criador de mudanças e políticas
para equilibrar mudanças. Veja a seguir:
1. O primeiro deles, enfatiza que o líder precisa abandonar o ontem,
deixando de lado aquilo que não produz mais resultados, incluindo os
diferentes processos na organização, objetivando principalmente os
bens que são os produtos e os serviços com valor agregado entre outros
fatores. Deve também, explorar o sucesso. Essa política requer uma
grande dose de esforço, capacidade comprovada e ser praticada de
forma sistemática e contínua. Com esse procedimento pode-se chegar a
uma inovação genuína.
2. O segundo, corresponde em estabelecer métodos sistemáticos para se
criar mudanças. Tais métodos consistem em introduzir uma política de
inovação sistemática no contexto organizacional. A freqüente exploração
dessa ação pode conduzir a organização à uma nova mentalidade.
3. Já o terceiro requisito, refere-se a maneira correta para introduzir
mudanças dentro e fora da organização. O melhor procedimento,
segundo Drucker (1999), é o teste da realidade, onde pesquisas de
mercado ou de modelos de computador não o substituem. Além disso, o
líder deve basear-se em políticas contábeis e orçamentárias, para dar
continuidade as mudanças. O ideal é disponibilizar dois orçamentos
separados, visando uma melhor compreensão da realidade
organizacional.
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4. Finalmente, o quarto requisito abrange as políticas para equilibrar as
mudanças, bem como, dar continuidade as mesmas. Nesse momento, é
preciso ter esforços receptivos às mudanças, e criar um clima agradável
onde as pessoas necessitam "saber onde estão, conhecer com quem
trabalham, saber o que podem esperar e conhecer os valores e as
regras da organização" como salienta Drucker (1999, p.77). Contudo, o
líder deve estabelecer uma relação de parceria entre a organização e
seus colaboradores. Nesse sentido, é importante certificar-se que os
mesmos sejam informados continuamente, para não haver surpresas.
Concorda-se com o dizer de Senge (2000, p. 5) que "só se consegue o
comprometimento de todos em relação à mudança quando a organização
possui a capacidade de construir aspirações comuns". Os líderes de mudanças
devem ter um autoconhecimento do indivíduo, da organização e do ambiente
externo, e manter relacionamentos mais estreitos e contínuos também com
seus fornecedores e distribuidores.
3.2 – Pesquisa em campo
Neste capítulo ainda estaremos demonstrando perguntas com
profissionais de administração sobre os temas ora abordados. Para estudar o
efeito da liderança, decidimos realizar um levantamento. A abordagem desse
levantamento foi exploratória e qualitativa, usando um questionário. A análise e
conclusão baseiam-se nos dados fornecidos pelos respondentes e em uma
revisão bibliográfica.
O critério de seleção dos respondentes foi sua participação como
profissionais da carreira de administração. Responderam 5 profissionais de
empresas diferentes. Para avaliar os conhecimentos deles em relação ao líder
e sua função e sobre a Inteligência Emocional. Na análise, foi levado em
consideração o tratamento estatístico dado às informações.
A quantidade de questionários previstos era de apenas 10. Após a
mensuração quantitativa e qualitativa dos dados coletados, a análise traçou
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32
que existem pouco preparação teórica por parte dos profissionais. Dos dez
profissionais, apenas dois souberam descrever a melhor forma de liderar.
Todos responderam de forma afirmativa que sabiam do que se tratava ser um
líder, em contra-partida não souberam definir o que é inteligência emocional.
Entre os sujeitos pesquisados, 60% têm menos de 30 anos e 70% são
homens.e 30% mulheres.
Entre os homens, de acordo com o questionário, 10% considera-se com
uma baixa inteligência emocional, 60% acredita que possui uma média e 20%
tem alta inteligência emocional.
Entre as duas mulheres ouvidas, uma diz que têm baixa inteligência
emocional, e as outras duas têm média inteligência emocional.No geral, 70%
apresentaram média inteligência emocional, o que indica que a forma como as
pessoas se vêem e como se relacionam com os outros pode melhorar se
conseguir controlar a ansiedade e a impulsividade. Para se aumentar a
inteligência emocional deve-se elevar a auto-estima, concentrando-se nos
pontos fortes (no trabalho e na vida pessoal) e investindo na contínua
manifestação deles.
Os que acreditam ter uma inteligência emocional baixa o problema está
em como reagir em momentos de dificuldades. Para aprimorar isso deve-se
explorar o medo de uma forma construtiva, como um instrumento de
ponderação, e não como um bloqueador de iniciativas.
Os outros indivíduos de alta inteligência emocional, onde se destacam
as pessoas que encaram a carreira de forma positiva e madura, aprendendo
com os erros e acertos e com as situações do cotidiano. Por lidar bem com as
próprias emoções, percebe mais facilmente o impacto que elas causam em si
mesma e naqueles que a rodeiam.
Resumindo, o mérito está na análise dos problemas sob prismas
construtivos, o que acaba influenciando beneficamente os outros. Com tudo
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33
isso, tende-se a ser bem-sucedido nas negociações profissionais e nas
relações em geral, ser um líder e firmar-se como alguém com quem todos
queiram conviver.
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34
CONCLUSÃO
Este trabalho monográfico proporcionou ampliar nossos conhecimentos
sobre a o líder, sua inteligência emocional e a gestão. A partir desta pesquisa,
verificou-se que alguns estudiosos vêm, há muitos anos, procurando desvendar
os mistérios da arte de liderar e a utilização da sua inteligência afim que ele
consiga ter uma gestão de sucesso.
Entende-se que todo indivíduo nasce com um potencial de inteligência e
se desenvolve conforme as influências e os estímulos recebidos no contexto
cultural em que está inserido. E cada indivíduo aprende e desenvolve-se de
uma forma específica, utilizando a sua inteligência de uma maneira
extremamente pessoal, afinal, nem todos têm os mesmos interesses e
habilidades.
Demonstrar como Goleman, que os seres humanos possuem duas
inteligências: a racional e a emocional. Ambas estão interligadas, afim de que
haja um equilíbrio. Ele explica que elas precisam estar em harmonia e devem
complementar-se para que decisões coerentes possam ser tomadas.
Pessoas que aprendem a desenvolver a inteligência emocional passam
a elaborar melhor suas idéias, definem uma personalidade própria e têm mais
probabilidade de obter sucesso na vida. Têm habilidade para o trabalho em
equipe, conseguem manter o equilíbrio consigo mesmo e com os outros e,
além disso, são mais eficientes e cooperativas.
Como vivemos um tempo onde se tem o privilégio de conviver com um
enorme aprimoramento científico e tecnológico, é natural que se busque
inúmeras formas de desenvolvimento da gestão. Portanto, é de fundamental
importância aprender a utilizar a inteligência emocional para criar laços de
empatia e para colocar em prática algumas habilidades necessárias para o
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desempenho de um bom trabalho, além de expressar-se bem nos
relacionamentos.
Logo, afim de que haja um bom desempenho e melhor qualidade de vida
no segmento trabalhista é necessário, em primeira mão, ter o
autoconhecimento, para que, a partir desse entendimento, seja possível
compreender o outro e então haja entrosamento das pessoas no grupo.
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36
ANEXO
QUESTIONÁRIO UTILIZADO
ENTREVISTA
PERGUNTAS:
01- Nome:
02- Função:
03- Habilidades Acadêmicas:
04- Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
05- Idade: ( ) 18 a 20 ( ) 21 a 30 ( ) 31 a 40 ( ) 41 a 50 ( ) 51 a 60
06- Setor de Atividade:______________________________________
07- Categoria Profissional: ( ) administrador ( ) gerente ( )
outro_________________
08- Você sabe o que é ser um líder? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) Não sei
09- Qual a melhor forma para se liderar?
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
10- Você sabe o que é Inteligência Emocional? ( ) Sim ( ) Não
11- Você acredita que existe alguma relação entre liderança e inteligência
emocional? ( ) Sim ( ) Não
12- Você acha que sua inteligência emocional é:
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Boa : ( ) Sim ( ) Não
Média: ( ) Sim ( ) Não
Baixa: ( ) Sim ( ) Não
Espaços Acolhedores e Confortáveis: ( ) Sim ( ) Não
Horário Flexível de Trabalho: ( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES - AVM
Título da Monografia: O LÍDER, A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E A
GESTÃO
Autor: Jackeline de Almeida Burns
Data da entrega: 23 de setembro de 2008
Avaliado por: Fabiane Muniz da Silva Conceito: