UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO

“LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ATIVIDADES PEDAGÓGICAS COMO FERRAMENTA AOS ESTÍMULOS

NEURAIS NA QUALIDADE DE VIDA DO CÉREBRO HUMANO.

Por: Sílvia Maria da Silveira Melo

Prof. Marta Relvas

Rio de Janeiro

2011

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ATIVIDADES PEDAGOGICAS COMO FERRAMENTA AOS ESTÍMULOS

NEURAIS NA QUALIDADE DE VIDA DO CÉREBRO HUMANO.

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Neurociência Pedagógica

Por: Sílvia Maria da Silveira Melo

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Jesus Cristo por estar sempre ao meu

lado, me alegrar e dar respostas adequadas à seu

tempo.

`A minha família , que seguramente acompanhou-

me dando suporte.

ÀOS meus colegas, pelo incentivo à luta, estando

nós em igual condições.

`A Marta Relvas, pelo estímulo, aprendizado,

orientação e amizade.

DEDICATÓRIA

Dedico a minha filha Estela, que renova minhas forças

através de seu lindo sorriso e carinho .

RESUMO

Este trabalho trata das atividades pedagógicas como ferramenta aos estímulos neurais

adquiridos através de instrumentos como soroban, jogos individuais e coletivos e

atividades como dinâmicas em grupo e neuróbicas, as quais auxiliam para melhorar a

qualidade de vida e a realizar maior número de conexões neurais. Numa atividade

pedagógica cada estímulo relaciona-se com funções específicas do cérebro ampliando

as habilidades condizentes a cada uma delas. Estas colaboram para uma melhor

concentração, velocidade de raciocínio, memória, relação inter e intrapessoal,

coordenação motora, emoção e desempenho na aprendizagem. Ginástica cerebral

está ancorada nos capítulos que abordam ganho sináptico através do ludico,do

raciocínio lógico e da quebra de rotina.

Palavra chave: Ginástica cerebral, lúdico, quebra da rotina.

METODOLOGIA

Este trabalho envolve a pesquisa bibliográfica que será realizada em livros

especializados em jogos, brincadeiras, comportamentos, dinâmicas em grupo e

neuróbicas, apostilas neurocientíficas, revistas acadêmicas, aulas do curso de

neurociência pedagógica e sites que abordam questões cerebrais.

A pesquisa se realizará através de investigações condizentes com atividades

pedagógicas lúdicas a luz da neurociência alicerçada em autores como: Katz, Eliane

Costa, Moreno, Suzana Herculano, Marta Relvas, Iván Isquierdo, entre outros.

A partir destas buscar-se-á experiências vivenciadas em sala de aula, as quais

completarão o trabalho científico.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - OS Benefícios dos Joos na Ginástica Cerebral 10

CAPÍTULO II - O Soroban para Melhor Desempenho do Cérebro 20

2.1- História do Soroban 20

2.2- Nomenclatura, postura, posição e colocação dos dedos 21

2.3-Colocação dos Números e Operações 22

2.4-O Soroban e as Partes Cerebrais 24

CAPÍTULO III - O Papel das Dinâmicas no Enfoque de Relacionamentos e das

Neuróbicas para o Aumento das Conexões Nervosas 29

3.1-Dinâmicas de Relacionamentos 32

3.2-Neuróbicas para Estimular Conexões Nervosas 39

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA 44

8

INTRODUÇÃO

Ginástica cerebral é a atividade a ser investigada neste trabalho. Considerando-a

como um ramo da neurociência, esta envolve o lúdico e principalmente a quebra da

rotina para a aquisição de novas sinapses nervosas daquele que a executa. Tem-se

como objetivo mostrar os instrumentos relacionados à educação como contribuintes

das conquistas neuronais, as quais estão vinculadas à neurociência pedagógica para a

realização da plasticidade cerebral. Através de um conteúdo pré estabelecido e

elaborado adquire-se ganho cerebral além de, muitas habilidades desenvolvidas pelas

atividades de ensino e educação específicas como jogos individuais e coletivos,

dinâmicas em grupo, soroban e neuróbica, cada qual com sua especialidade e

contribuição para deixar, acima de tudo, o cérebro mais ativo, estimulado e plástico.

Melhor desempenho escolar, mesmo sem conteúdo programático, memória,

raciocínio lógico, concentração e velocidade de raciocínio para as crianças,

adolescentes, jovens e adultos e grande ênfase na qualidade de vida para os idosos,

são algumas das contribuições destes exercícios para o cérebro. Com este “novo”

método, a atividade neuróbica ou ginástica para os neurônios é a maneira que o ser

humano busca para se auto-realizar, regenerando conhecimentos e habilidades que

permitem uma melhor compreensão da realidade envolvendo a capacidade de fazer

valer os próprios interesses .

A ginástica cerebral desenvolve vários campos do cérebro relacionados a parte

motora, cognitiva e emocional que contribuem uma com as outras por estarem

interligadas entre si. Por isso quando se tem uma esfera “com problemas”, a mesma

afeta as demais e quando beneficiada, esta influência positivamente as restantes. O

desenvolvimento motor adquirido através dos jogos em geral, envolve as mudanças

que ocorrem na parte física , no cérebro, na capacidade sensorial e nas habilidades

relacionadas a esta área. O cognitivo conquistado pelo soroban, trata-se das mudanças

que ocorrem na capacidade mental, o desenvolvimento psicossocial com dinâmicas

9

em grupo e jogos coletivos propriamente ditos, estão relacionados com o poder de

interação entre o meio e as relações sociais, que proporciona a formação da

personalidade e a aquisição de características próprias de cada um. Nota- se bom

resultado depois de semanas de um método dirigido e individualizado. A auto-estima é

a válvula propulsora de um novo aprendizado na implicação do social.

Apresenta-se as funções das partes do cérebro, bem como substâncias

envolvidas na execução dos instrumentos para o desenvolvimento abrangente.

A existência da ginástica cerebral e da neurociência, permite enxergar e

trabalhar com mais clareza e entendimento o ser humano, respeitando limites e

características próprias de cada indivíduo. Contribuindo então, com pedagogos,

coordenadores, estudiosos e pessoas interessadas nesta área.

10

Capítulo I- OS BENEFÍCIOS DOS JOGOS NA GINÁSTICA CEREBRAL

"O brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. O brincar é uma

experiência humana, rica e complexa." (ALMEIDA, M. T. P, 2000)

Este trabalho reflete sobre os benefícios dos jogos e brincadeiras nas atitudes

do indivíduo e nas divisões cerebrais. O cérebro é um todo que congrega várias

partes. Cada atividade realizada é atribuição de uma área específica do cérebro, que

numa fração de tempo executa a ação correspondente a atitude desejada .

Esta premissa abre espaço à necessidade do jogar que não está apenas no ato

de se divertir, mas também na aquisição de uma melhor interpretação, concentração e

estratégia, focando também o entendimento do mundo interior e exterior daquele que

brinca.

Estimulando o cérebro, o indivíduo deixa-o mais ativo e perdas de neurônios

podem ser compensadas por novas conexões nervosas chamadas de plasticidade

cerebral. Esta propriedade do sistema nervoso central, permite o aumento de

estruturas ligadas ás experiências.

Neste propósito tem-se as atividades lúdicas como sendo atrativas e benéficas

aos indivíduos de todas as idades, cuja contribuição se potencializa na aprendizagem

cognição, auto-estima, coordenação motora e memória a fim de adquirir melhor

qualidade de vida.

A liberdade de expressão que há no jogo possibilita a representação de coisas significativas. O dinamismo interno do indivíduo se transforma em fator de desenvolvimento, que encontra em si mesmo e que se manifesta pela palavra e pelo jogo. Nessa perspectiva, o jogo passou a ser visto como parte do processo de desenvolvimento, construção, interação e socialização...(TEIXEIRA,2010,p.39)

11

São visíveis as qualidades do ato de brincar, pois é nele que se apresenta

significações para a vida, como forma de expressão, à partir de objetivos pré-

estabelecidos. A pessoa que promove a sua estimulação cerebral, preserva seus

neurônios e favorecem o aumento das sinapses.

A palavra ludicidade tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo". Se achasse confinada a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogo, ao brincar, ao movimento espontâneo, mas passou a ser reconhecido como traço essencialmente psicofisiológico, ou seja, uma necessidade básica da personalidade do corpo e da mente no comportamento humano, as implicações das necessidades lúdicas extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo de modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. O lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana, trabalhando com a cultura corporal, movimento e expressão (ALMEIDA, 2006,p.14).

Cientes da função benéfica do lúdico o educador na instituição de ensino ou

em locais próprios para exercicios cerebrais, deve elaborar propostas de trabalho que

incorporem essas atividades para a consolidação da cognição particular a cada ser. A

capacidade de modificar o comportamento em relação às experiências da vida é

resultado de um reflexo da disposição do cérebro em aprender.

Numa análise neurocientífica, os jogos estimulam partes cerebrais, as quais

estão ligadas a reflexão, a lógica, a memória, a coordenação motora e a concentração.

Habilidades motoras são relacionadas com o córtex pré-motor, localizado na parte

frontal do cérebro, sendo este, responsável pela aprendizagem motora e pelos

movimentos de precisão. Neste processo a área pré-motora fica mais ativa do que o

resto do cérebro quando se imagina um movimento, sem o executar. Utilizando esta

área, a mesma torna-se mais desenvolvida e controladora da seqüencia de ações nos

lados direito e esquerdo do corpo, estimulando conexões nervosas nos dois

hemisférios cerebrais. O cérebro é dividido em dois hemisférios; o direito que recebe

as informações e controla os movimentos do lado esquerdo, e o esquerdo que recebe

informações do lado direito do corpo e controla os movimentos desta região. Cada

hemisfério tem sua particularidade apesar de trabalhar em conjunto e em harmonia

12

um com o outro. Estes são responsáveis pela inteligência e pelo raciocínio. Hemisfério

direito é sistêmico, criativo e analógico. Controla a espacialidade, as emoções, a

capacidade de síntese, a oratória, a prosódia, reconhece categorias de objetos e

pessoas e elabora esquemas técnicos. O hemisfério esquerdo é racional, sequencial

e verbal. Ele é responsável pelos cálculos matemáticos, fala, escrita, leitura,

compreensão linguística, preferências motoras lateralizadas, relações espaciais

qualitativas e identificação de objetos e animais.

Por meio da substância negra ou nigra, parte compacta do cérebro e que está

localizada no mesencéfalo rica em neurônios, possui-se uma relação íntima com o

início e a manutenção dos movimentos voluntários.

Instaurando, a partir da atividade lúdica, o fato de que ela prevalece no tempo,

desde o momento em que houve um significado para ser lembrado quando necessário,

atinge-se o âmbito da memória. Esta é um fator fundamental para que se tenha um

bom resultado nas atividades de entretenimento.

Somos capazes de lembrar o momento exato em que aquele perfume fazia parte de nossas vidas. Isso quer dizer que, de nada valeria tanta informação guardada, se ela não pudesse ser rapidamente recuperada.(RELVAS,2009,p.81)

Pode-se afirmar que todo indivíduo independente da idade está

munido de alguma memória. Esta é bastante complexa envolvendo sofisticadas

reações químicas e neurotransmissores. A memória ocorre no circuito de papez , que

engloba hipocampo, o fórnix, os campos mamilares, o septum e o núcleo anterior do

tálamo. Muitos são os tipos de memória. Numa distinção mais simples destaca-se as

de curto e longo prazo, esta deve ser transitória, pois, experiências passadas durante o

dia são consolidadas a noite durante o sono , as quais serão lembradas por muito

tempo. Aquelas temporárias são importantes no processo de compreensão do

significado à medida que ocorrem no presente.

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O sono parece estar ligado à capacidade do cérebro de adquirir e resgatar informações, como atestam experimentos que associam sono e memória. Além de dificultar a aprendizagem, a falta de sono induz modificações importantes no humor das pessoas.(BARRETO,1999,p.4)

O sono se relaciona diretamente com a programação da memória.

No entanto descrever como é sua participação é um procedimento complicado, já que

tanto o sono quanto o aprendizado, consistem em processos qualitativos de diferentes

estágios, cada um envolvendo ações bioquímicas separadas e localizações

neurológicas diferentes. Dormir ou fazer uma pausa para o descanso é importante pelo

simples motivo de que nosso corpo e nossa mente operam num período em que se

intercalam atividades e repouso. Segundo estudos a retenção de conteúdos acontece

num tempo máximo de uma hora e trinta minutos variando de pessoa para pessoa.

Esta produtividade deve ser intercalada com intervalos de pelo menos cinco minutos

para que o cérebro ordene informações sem que haja exaustão.

Como fator primordial para um bom funcionamento cerebral

destaca-se o oxigênio; as células do cérebro necessitam dele para obter um bom

funcionamento. Problemas de memória podem ser decorrentes de doenças

cardiovasculares e respiratórios, responsáveis pela dificuldade em raciocinar, aprender

e lembrar novos assuntos, por isso algumas brincadeiras de estimulação aeróbica são

eficientes. O uso prolongado de determinados medicamentos, também pode produzir

declínios de memória.

O hipocampo, localizado no centro do cérebro, é responsável pelo

armazenamento da memória. Este administra a explícita em que está ligada ao

primeiro reflexo e que se processa na medula espinhal chegando posteriormente ao

córtex cerebral.

O educador na aplicação de atividades lúdicas deverá observar o

comportamento de cada participante e pontualizar os acontecimentos enfatizando

sempre o que há de melhor. O poder de fantasiar é mais influente que o ato de

somente explicar e não participar, pois está relacionado com a experiência de vida de

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cada um. Na retomada de algo que se viveu cria-se novas versões e visões para algo

que ainda será vivido. Este exercício contribui para o pensamento, as habilidades

motoras, concentração e relação inter e intrapessoal. Considera-se a integração do

símbolo imaginário estabelecida pelo jogo coordenado a uma verdade vindoura, ou

seja esta atividade psico-motora exerce o domínio sobre a imaginação assumida pelo

indivíduo no real. A fantasia é capaz de transformar o querer e o fazer utilizando de

artifícios, tarefas elaboradas para a conquista de um aprendizado mais eficaz . Este

instrumento altera beneficamente os interesses do indivíduo, suas competências, bem

como os valores da sociedade a qual pertence.

Segundo Amarilha(1997) os objetos, sons, movimentos, espaços,

cores, figuras, pessoas, tudo pode virar brinquedo através de um processo de interação

em que funcionam como alimentos que nutrem a atividade lúdica e a enriquece.

A ciência cognitiva estuda, entre outras coisas, como o cérebro

humano desenvolve progressivamente sua capacidade perceptual. Uma criança

aprende com o tempo a perceber expressões faciais de seus pais quando eles estão,

por exemplo, zangados ou impacientes. A percepção é uma atividade contínua do

cérebro e para identificar os diversos objetos e eventos que o ser humano tem que

lidar, muito de seu aprendizado depende de correlacionar coisas que acontecem em

frente a seus olhos, ouvidos e mãos. Para executar essa correlação o indivíduo precisa

ser ativo, precisa interagir com o ambiente e testar seus limites, precisa verificar se

aquilo que aconteceu ontem também vai acontecer hoje, isto é, na essência, um dos

procedimentos fundamentais da criatividade.

Muitos costumam caracterizar uma pessoa criativa como aquele que usa em demasia a imaginação. Há um conjunto de traços de personalidade que caracterizam pessoas criativas. A personalidade humana não é, entretanto, estática, mas sim um elemento dinâmico. Ela evolui com as experiências e oportunidades que os indivíduos têm. (SILVA, 2005,p.51)

O ato de criar deve ser estimulado pelas manifestações voluntárias

é o desenvolvimento de uma capacidade perceptual apurada através da atitude

ativa. A contemporaneidade requer das pessoas mais criatividade ou seja a

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autonomia, a autenticidade e a originalidade sobrepondo a recolhida de

conteúdos e informações. Criatividade segundo Suzana Herculano é “a

experiência que nos limita, algo que se adquire e que pode ser desenvolvida”.

Quanto mais ricas em variedade forem as experiências sensoriais, mais

elementos tem para combinar de maneiras “inusitadas e criativas”. O cérebro se

mostra totalmente criativo uma vez que através de conexões existentes ele

consegue executar novas conexões para resultados diversos.

O momento criativo ocorre enquanto o cérebro não está sob pressão. O instante criativo ocorre em situações nas quais o cérebro humano está descansando como, por exemplo, quando um indivíduo está dormindo, descansando, em momento de lazer e descontração. Em outras palavras, quando o cérebro não está trabalhando sobre pressão. (SILVA, 2005,p.51)

Neurocientistas afirmam que a criatividade está diretamente ligada

ao sistema límbico e que tudo o que fazemos envolve emoção. Elaborando os

pensamentos, sem momento determinado.

Jogar estimula no indivíduo a relação interpessoal (jogos coletivos)

e intrapessoal (jogos individuais) bem como a lateralidade. A habilidade interpessoal

possibilita ao ser humano a se comunicar com as pessoas através da empatia,

identificando o que os outros sentem e necessitam, gerando com isso maior harmonia.

Enquanto que a intrapessoal está relacionada com facilidade de autoconhecimento, ou

seja, confrontar com seus próprios limites, respeitando sua capacidade estabelecida

conforme o desafio proposto. Duas são as classificações do jogo: individuais e

coletivos propondo ao participante desafios que contribuirão para o seu cotidiano. Os

coletivos tem como característica principal a competição. Composto por regras,

ensinando direta ou indiretamente o indivíduo a ser mais cooperativo, a conviver com

pessoas diversas com visões de mundo diferentes, a ser mais participativo nos padrões

culturais e sociais. Com este conjunto , o jogador, se transforma ao mesmo tempo que

desenvolve a cognição, sofre modificações em relação a intuição e à operação,

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buscando com isso, a reprodução do real. Os jogos individuais são em geral de

desafios. A maioria dos jogos individuais são realizados para desenvolver o raciocínio

lógico e a agilidade mental daquele que o executa.

A educação mais eficiente é, pois, justamente aquela que proporciona autoexpressão e participação social. Dessa forma, o educador deve fazer dos jogos, brinquedos e das brincadeiras uma arte, um instrumento para promover e faciltar a educação.(TEIXEIRA,2010,p.39).

As duas características do jogo estimulam a lateralidade sendo

esta, capaz de controlar os dois lados do corpo juntos ou separados, focado pela

importância de perceber a diferença entre direita e esquerda, para isso é necessário

também que se tenha noção de distância entre elementos posicionados tanto de um

lado quando de outro. Os movimentos bilaterais envolvem o uso de ambos os lados de

modo simultâneo e paralelo, como por exemplo, pegar um bola com as duas mãos, já

os movimentos unilaterais envolvem o uso de apenas um lado do corpo. Esta

capacidade é de grande importância para formação de conceitos complexos como

espaço.

Uma mente vigorosa, ativa e cheia de músculos mentais bem desenvolvidos, é o benefício imediato de quem mentalmente articula muitos caminhos e possibilidades para se chegar a um objetivo....Cada partida estimula diversas áreas cerebrais, entre elas a que é responsável pela visão e as temporais e frontais da memória, que regem, respectivamente, o planejamento, os limites de atuação e o convívio entre pessoas.(FREITAS,2009.ART.)

Jogos desenvolvem habilidades chamadas por Gardner de

inteligência. Quando entretido no lúdico o indivíduo é quem quer ser. Neste ínterim

seus anseios, desejos e medos são liberados.

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Nota-se, com a neurociência, que ao relacionar o símbolo com a

visão de mundo, é possível conquistar maior compreensão do olhar e modo de pensar

do discente, respeitando as diferenças e limitações apresentadas em sala de aula.

A programação curricular tem, assim, incluído várias dessas

atividades lúdicas, especialmente nas escolas com crianças de 0 a 4 anos, nas escolas

para pessoas especiais e nas do ensino fundamental . Este requisito não deve

permanecer somente nas instituições de ensino, mas deve alcançar todo o público

socialmente ativo e inativo. Conforme visto, estudos e pesquisas têm comprovado a

importância das atividades lúdicas, no desenvolvimento das potencialidades humanas

do indivíduo, proporcionando condições adequadas ao seu desenvolvimento físico,

motor, emocional, cognitivo e social. Atividade lúdica pode ser caracterizada como

animação, distração e entretenimento que tem como intenção causar prazer, satisfação

e diversão a quem pratica. O ato de jogar e o brincar propiciam a experiência completa

da atualidade, associando a execução, o pensamento e o sentimento à vida. O

movimento de expressar, assimilar conhecimentos e “construir” realidade é melhor

adquirida quando se está praticando alguma das tarefas lúdicas. Esta também espelha

a sua experiência, modificando o real de acordo com seus gostos e interesses.

Entender que a vida é dinâmica e está sempre em transformação, que é um mundo onde as alternativas mudam de posição à todo momento, como exige o próprio ir e vir do viver, capacita o estudante a ter uma mente mais flexível, com disposição a se renovar sempre, o que o facultará a acompanhar com mais realismo este incrível movimento. Uma mente flexível, sabe que as alternativas existem, e nunca se contenta com respostas prontas, é por natureza curiosa, está sempre aberta ao que é novo. (FREITAS,2009.ART.)

A conquista, o jogo e a brincadeira acrescentam na aprendizagem

estratégias que contribuem para um melhor ensino, recompensa, autoestima ,qualidade

de vida e consolidação de um conteúdo proposto. Neste contexto o educador deve

observar o comportamento de cada participante e pontualizar deficiências diante de

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uma situação que cause estranhamento diante do desafio proposto. Na certeza de que

o cérebro se compõem pelas partes motoras, cognitivas e emocionais deve-se

considerar o indivíduo como um ser complexo.

Segundo Freud “o ego deve tentar retardar os ímpetos agressivos e

sexuais do id, perceber e manipular a realidade para aliviar a tensão resultante, e lidar

com a busca do superego pela perfeição”. O lado psicológico exerce papel fundamental

na vida do indivíduo. Um ambiente com maior índice de afeto e uma educação onde se

respeitam os limites possibilita ao indivíduo maior controle emocional e maior domínio

no sistema de resiliência. Significativamente o sistema de recompensa comanda as

atividades essenciais à sobrevivência responsável pelo sentimento de prazer e querer

mais de tudo o que foi bom, considerado como circuito social do cérebro, por permitir

avaliar social e moralmente pessoas e situações, comportamentos e emoções.

...uma via de circuitos neuronais, responsável pelo sistema de recompensa cerebral. Normalmente esta região do cérebro é estimulada quando sentimos prazer determinado por causas físicas, comer, por exemplo, ou por causas psicológicas, como olhar para uma paisagem bonita ou escutar uma música da qual gostamos.( PECHANSKY, ARTBLOG)

As amigdalas são a janela do sistema límbico. Para o cérebro toda

a recompensa vale a pena, desde que tenha prazer e satisfação, proveniente de

qualquer meio ou experiência vivida. Esta recompensa esta ligada ao sistema límbico

que se localiza no diencéfalo (parte intermediária do cérebro), responsável por

impulsos inconscientes como: emoção, prazer, afeto, alegria e passividade. Ainda

nesta questão estão os sentimentos negativos como: desprazer, desafeto, tristeza,

medo, fuga e agressividade. A emoção é denunciada pelo corpo e pela face; por estes

meios é possível observar a emoção de qualquer indivíduo. As repercussões mentais

são físicas, e detectáveis no organismo. “A ação do neurotransmissor é muito fugaz.

E muito concentrada, pois uma “descarga” de moléculas de neurotransmissor é

liberada na fenda sináptica ...”(Albert,2005,p.28). Níveis elevados desses hormônios

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indicam aumento de estimulação simpática. O cérebro emocional controla o ritmo

cardíaco, o apetite e até mesmo o sistema imunológico, pois as “emoções

desencadeiam no corpo reações visíveis como palidez, rubor facial, lágrimas e

arrepios”.( Albert,2005,p.29)

A comunicação entre as diversas partes do cérebro é feita através de pequenas, mas importantes moléculas chamadas neurotransmissores. Elas são fundamentais na coordenação dos movimentos, na memória, no raciocínio e também, o que nos interessa na fibromialgia, no humor e no controle da dor.(PAIVA,2010.SITE)

Substâncias como a Dopamina influencia na atividade motora,

postura além de regular o humor, a intuição, a alegria e o entusiasmo. Baixos níveis

de dopamina resultam nos efeitos opostos, tais como falta de controle motor, falta de

jeito, incapacidade de concentrar a atenção e tédio.

A Serotonina regula a temperatura, o sono, o humor , o apetite e a

dor, além de permitir que um indivíduo tenha um comportamento adequado ao

contexto.

O Cortisol conhecido também como hormônio de estresse,

produzido pelas glândulas supra-renais durante estresse prolongado.

A noradrenalina age no sistema simpático para coordenar a reação

de luta e fuga .

A acetilcolina responde pela contração muscular e estimula a

secreção dos hormônios.

20

Capítulo II- O Soroban para melhor desempenho do cérebro

A consciência de que existem formas diferentes de aprender e de ser inteligente é importante para que os professores possam adequar o ensino à diversidade dos seus alunos e para que estes se conheçam melhor e o seu trabalho adotando um método de estudo suas características. ( ZENHAS, O PORTAL DA EDUCAÇÃO 2011)

2.1 História do soroban

Trazido da China para o Japão há 360 anos pelo professor

Kambei Moori, tem sua origem que se perde nos negros da antiguidade. Este

instrumento , segundo estudiosos era utilizado para facilitar os cálculos antes da era

Cristã.

Considerado objeto de luxo por seus discos serem de metal

valioso, espalhou-se tanto no ocidente quanto no oriente.

Natural de Tokyo, Japão, o professor Fukutaro Kato foi o divulgador

do Soroban moderno. Em 1956, no bairro de Pinheiros em São Paulo, o professor

demonstra seu material. Esta atitude abre caminhos para novos campos de ação e

pela vasta procura a necessidade de criar cursos para o manuseio do ábaco.

Hoje a divulgação está sob a responsabilidade da Associação

Cultural de Shuzan do Brasil com sede em São Paulo. Dentre algumas atividades

estão a apresentação e demonstração em colégios, firmas comerciais, rádios, jornais e

televisões.

Em 1949, Joaquim Lima de Moraes, criador do Soroban Adaptado

para Cegos e administrador da Oficina Protegida de Trabalho para Cegos da antiga

Fundação para o livro do cego no Brasil, hoje Fundação Dorina Nowill, possuía curso

ginasial incompleto, interrompido por uma alta miopia progressiva, sempre teve

predileção por Matemática e podia calcular a lápis, com máquina e régua de cálculo.

Após aprender a técnica ensinada por imigrantes japoneses, abrasileirou o termo para

21

Sorobã. Estabeleceu-se , com isso, algumas diferenças não só na nomenclatura, mas

também no instrumento com a colocação de borrachas para a retenção dos

movimentos.

Figura 1 - Soroban para pessoas sem deficiência visual ( bolas que deslizam com mais

facilidade). www.google.com.br

Figura 2 - Sorobã adaptado brasileiro para cegos ou deficiêntes visuais com bolas arredondadas e borrachas. www.google.com.br

2.2 Nomenclatura, postura, posição e colocação dos dedos

A moldura no ábaco é chamada de WAKU. A régua que divide parte superior da

inferior e chamada de HARI. A parte superior TEN e a inferior TI. Separadas em

metadas tem-se a esquerda KAMI e a direita SHIMO. Hastes que correspondem as

partes numéricas são KETA. As de cima com valor 5 são GODAMA e as de baixo com

valor 1, ITIDAMA. Os pontos de referência são TEIITEN.

O tronco deve estar ereto curvado levemente para frente, com os glúteos bem

encaixados na cadeira. Os braços devem estar apoiados sobre a mesa pelo antebraço.

Uma curiosidade é que todo exercício elaborado no soroban deverá ser

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executado com a mão direita independente da lateralidade dominante do sorobanista.

O instrumento deve ser segurado com a mão esquerda. Somente os dedos

indicador e polegar deverão ser usados aconselhando o fechamento de todos os outros

para que não toquem nas contas.

Segurando o lápis o indicador é usado para levantar e baixar as contas de valor

5 e baixar as de valor 1. O polegar é usado exclusivamente para levantar as contas de

valor 1. Os estudantes canhotos seguram dois lápis realizando as operações como os

destros.

Para colocar números em que são utilizadas contas de cima e de baixo como 6,

7, 8 e 9 utiliza-se os dois dedos simultaneamente. Para remover tais valores usa-se o

indicador baixando primeiramente as de baixo, valor 1 e em seguida as de cima, valor

5.

É necessário, para o início de qualquer cálculo, zera o soroban ou seja não

deixar nenhuma bola encostada na haste do meio. Para isso inclina-se o ábaco para si,

colocando cuidadosamente sobre a mesa e passando o indicador em baixo das de

valor 5.

2.3 Colocação dos números e operações

A noção de número e suas extraordinárias generalizações estão intimamente ligadas à história da humanidade. E a própria vida está impregnada de matemática: grande parte das comparações que o homem formula, assim como gestos e atitudes cotidianas, aludem conscientemente ou não a juízos aritméticos e propriedades geométricas. Sem esquecer que a ciência, a indústria e o comércio nos colocam em permanente contato com o amplo mundo da matemática.( DICIONÁRIO CONHECER)

O soroban conhecido como ábaco japonês é um instrumento de cálculo

matemático. Com ele é possível fazer operações como soma, subtração, multiplicação

23

e divisão estes por mais de dois algarismos, além de raiz quadrada, cúbica, decimais,

câmbio, juros, números negativos e porcentagens. Quando treinado, o indivíduo faz

cálculos mentais, neste o estudante deverá imaginar o ábaco fazendo os movimentos

adequados para a execução do exercício. O Cálculo mental possibilita ao indivíduo

realizar extensas contas sem o auxílio de qualquer instrumento. Usando o ábaco

desperta o prazer pela matemática e pelos cálculos numéricos estimulando, com isso a

cognição.

Os números, no ábaco, são sempre colocados da esquerda para a direita,

geralmente como se fala. Um exemplo é o número 125, em primeiro lugar, partindo de

um ponto de referência, na terceira casa(centena) levanta-se uma bola, após esse

movimento no mesmo sentido, na casa da dezena, levanta-se duas bolas de valor 1 e

na unidade baixa-se uma de valor 5.

Eixos verticais representam as ordens: unidade, dezena, centena, milhar e

assim por diante. Dependendo da ordem deste, o mesmo terá o seu valor relativo a sua

ordem. Os pontos em relevo localizados sobre a régua indicam a separação de classes

servindo de referência para o ponto de partida ou seja, unidade.

Na adição os números são colocados na ordem do maior para o menor.

Exemplo 132 + 241. Inicialmente devemos marcar 132 no Soroban. Levantar 1 bola na

haste 3, correspondendo a centena, em seguida levantar 3 bolas na haste 2,

correspondendo a dezena e por fim levantar 2 bolas na haste 1, correspondendo a

unidade. Com o dedo indicador posicionado no ábaco contar novamente partindo da

unidade em direção a centena 3 casas e acrescenta e em baixo do valor 1 mais 2

bolinhas, em baixo das 3 mais 4 bolinhas. Atentamente o sorobanista não poderá se

esquecer da bola de valor 5 ,fazendo o seguinte procedimento:somar a de valor 5 e

tirar a diferença de 5 para 3. Em baixo do número 2 somar mais 1 obtendo como

resultado o valor 373.

Para a subtração basta tirar o desejado partindo da mesma ordem esquerda

para a direita. É necessário que a quantidade a subtrair seja menor ou igual a que

existe no soroban.

24

A multiplicação e executada a partir de um ponto de referência a contagem dos

algarismo. Exemplo 21 x 32, tem-se o 21 como multiplicador o 32 como multiplicando.

No soroban posicionar o 32 a partir da 6º haste. Para a contagem utilizar o eixo da

direita para a esquerda 1 x 2 = 2, aproximar 2 no 1º. eixo; 1 x 3 = 3, aproximar 3 no

2º. eixo; afastar o 1 do multiplicador; 2 x 2 = 4, aproximar 5 e afastar no 2º eixo; 2 x 3

= 6, aproximar 5 e 1 no 3º eixo. Para isso é necessário afastar o 2 do multiplicador e

recuar 2 e 3 respectivamente nos eixos 5º. e 6º, obtendo um resultado de 672.

O processo da divisão é um pouco mais complexo. Numa primeira fase

sempre acrescenta o valor de mais 1 na soma do divisor. Fazer a diferença entre

dividendo e divisor. A linha de referência passará a ter os seguintes valores: 0 para o

referencial, negativo ao lado direito e positivo ao lado esquerdo. Quando o algarismo

da ordem superior do dividendo é maior ou igual ao algarismo da ordem superior do

divisor ; o quociente é colocado na dezena, pulando uma ordem à esquerda e quando

for menor , o quociente é colocado logo na unidade à esquerda. Exemplo 6 : 2. Neste

caso pergunta se o dividendo é maior ou é igual a 2. Coloca-se o quociente na segunda

ordem à esquerda do dividendo e subtrai 6 do produto tendo o resultado final 3.

O uso pedagógico do soroban está sistematizado através da Portaria nº 657,

de 7 de março de 2002, do Ministério da Educação. Essa portaria indica diretrizes e

normas para uso e ensino do soroban e para difundir seu uso como recurso aplicado

ao desenvolvimento sócio-acadêmico das pessoas com deficiência visual.

2.4 O soroban e as partes cerebrais

O Ser Humano possui um cérebro único: não existe outro igual. É um órgão distintivo que, em cada indivíduo, resulta da interação dinâmica entre natureza (genética) e ambiente (estimulação). Ambos os hemisférios, esquerdo e direito, estão envolvidos em praticamente todas as atividades humanas. Tudo o que o sujeito realiza acontece a partir de uma comunicação entre neurônios. Os neurocientistas afirmam que este é o momento em que a aprendizagem ocorre. A pessoa usa o cérebro inteiro para existir e funcionar. (RAMOS, MBC,2010)

25

Recentemente com o reconhecimento do valor do soroban na formação do

homem integral pelo Ministério de Educação e Cultura através do Departamento de

Ensino Médio e Cenafor; e Secretaria de Educação e Cultura do Estado de São Paulo

através do Departamento de Ensino Agrícola, o soroban esta tornando-se familiar no

seio brasileiro e não mais apenas, para deficientes visuais.

Apesar de ter mais de 360 anos o ábaco acompanha o desenvolvimento

cognitivo nas tarefas intensas. O mesmo estimula a visão, a concentração, a

audição, a atenção, a percepção, a coordenação motora e principalmente o

raciocínio lógico-matemático. Sendo um aparelho para se fazer contas ajuda no

aprendizado, na criatividade e na capacidade de resolver problemas. A

significação obtida por este instrumento organiza o pensamento, potencializa as

habilidades e auxilia o estudante a compreender e transformar seu cotidiano.

Sobre os estímulos citados acima descrevemos partes cerebrais utilizadas. Para

a cognição temos o córtex frontal .

...o desenvolvimento do cérebro se deve a partir da informação visual e o movimento dos dedos ao manusear o soroban. Além do mais, pessoas que utilizam as apostilas de alto nível tiveram um maior desenvolvimento do cérebro. ...focalizar o ensino de soroban, de adição e subtração para os melhoramento do órgão cerebral dos idosos e potencialização do cérebro na criança. (UCHIKANDA,2006,P.17)

O estudo do soroban agiliza e estimula a : concentração numa definição

dicionarizada é a capacidade centralizar o pensamento em um só objetivo

estabelecendo um foco apenas. Vários pensamentos pairam o cérebro, por isso a

dificuldade da atenção e concentração. A mesma funciona como filtro da percepção

permitindo a identificação do contexto vivido de forma detalhada e precisa. Os

exercícios do ábaco treinam o sorobanista a focalizar apenas um ponto, pois se não

acontece a utilização do mesmo se torna quase que impossível. Este fato esta

diretamente relacionado com o córtex pré frontal e parietal. A parte da frente do lobo

frontal, o córtex pré-frontal, está relacionado com as estratégias e consequentemente

26

com a decisão das sequencias de movimento utilizado e em que ordem e avaliar o seu

resultado. Os lobos parietais, localizados na parte superior do cérebro, são constituidos

por duas subdivisões - a anterior e a posterior. A parte anterior recebe as sensações e

a posterior analisa, interpreta e integra as informações recebidas pela área anterior ou

primárias.

Com a execução dos ditados de números e problemas orais, a audição é

estimulada, implicando ao indivíduo a ser mais atencioso, a mesma acontece nos lobos

temporais localizados na parte de cima das orelhas tendo como principal função

processar os estímulos auditivos. Tudo o que soa, impressiona o sentido do ouvido e

estimula área auditiva primária . A área auditiva secundária que recebe os dados a

qual interage com outras zonas do cérebro atribuindo significado a tudo o que se ouve

permitindo ao homem reconhecer os sons.

A visão do sorobanista é estimulada pelas quantidades de contas existentes no

soroban e pela extensão dos exercícios que são alongados conforme o nível de

dificuldade, implicando ao indivíduo a ser um bom observador. Relacionada a ela

estão os lobos occipitais localizados na parte inferior do cérebro. Coberta pelo córtex

cerebral, esta área é também designada por córtex visual, porque processa os

estímulos visuais. É constituida por varias subáreas que processam os dados visuais

recebidos do exterior depois de terem passado pelo tálamo: há zonas especializadas

em processar a visão da cor, do movimento, da profundidade, da distância, etc. Depois

de percebidas por esta área - área visual primária- estes dados passam para a área

visual secundária. É aqui que a informação recebida é comparada com os dados

anteriores que permite, por exemplo, identificar um cão, um automóvel, uma caneta. A

área visual comunica com outras áreas do cérebro que dão significado ao que vemos

tendo em conta a nossa experiência passada, as nossas expectativas. Por isso é que o

mesmo objeto não é percebido da mesma forma por diferentes sujeitos. Para além

disso, muitas vezes o cérebro é orientado para discriminar estímulos. Uma lesão nesta

área provoca agnosia, que consiste na impossibilidade de reconhecer objetos, palavras

e, em alguns casos, os rostos de pessoas conhecidas ou de familiares.

27

O raciocínio lógico-matemático com ressonância magnética é possível observar

as diferentes áreas cerebrais que são estimuladas ao resolver problemas lógicos e

cálculos numéricos. Desse modo,alguns estudos mostram que a inteligência lógico-

matemática se situa na região têmporo-parieto-occipital do hemisfério esquerdo. No

entanto, noutros estudos, parece não existir uma região específica para o raciocínio

matemático. Alguns mostram haver uma ativação das zonas responsáveis pela

linguagem verbal, pelo raciocínio abstrato e pela visão. Gardner considera o raciocínio

lógico-matemático como uma inteligência. Esta habilidade pode ser estimulada por um

repertório simbólico, facilitando posteriormente a apropriação de regras sistemáticas

para o manuseio do soroban.

É importante considerar algumas visões sobre a inteligência lógico-matemática.

Para Poincaré, descrito com frequencia como o último universalista da disciplina

matemática,distingue duas habilidades nos matemáticos: a memória para etapas numa

cadeia de raciocínio e o reconhecimento da natureza das ligações entre as

proposições. Em Adler criador da corrente psicológica conhecida como "Psicologia

Individual", acredita que é possível chegar-se a um nível de pensamento extremamente

abstrato e geral. Há ainda uma poderosa atração em direção a encontrar expressões

mais simples e a retornar às noções fundamentais dos números. Enquanto que para

Piaget autor da concepção construtivista da formação da inteligência diz que esta é o

equilíbrio entre assimilação e acomodação da realidade para a realidade. O mesmo

discerniu as origens da inteligência lógico-matemática nas ações da criança sobre o

mundo físico confirmando que a imitação diferida proporciona significativa inteligência

que se aplica a vários significados, onde as esferas dos números, matemática, lógica e

ciência formam uma família de competências interconectadas.

A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações físicas ou mentais sobre objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação ou, acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em construção de esquemas ou conhecimento. Em outras palavras, uma vez que a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta fazer uma acomodação e após, uma assimilação e o equilíbrio é, então, alcançado.(LOPES, XI,95)

28

Segundo Piaget o entendimento lógico-matemático deriva em primeiro lugar das

nossas ações sobre o mundo. Partindo de atividades simples para as mais complexas,

divididas por estágios. O primeiro estágio é o sensório motor onde a criança adquire

habilidades motoras em resposta aos estímulos ambientais. O segundo é o pré-

operacional onde a criança passa a reconhecer as similaridades entre de- terminados

objetos, tornando-se capaz de produzir agrupamentos. O terceiro é o das operações

concretas que ocorre entre 7 e 10 anos onde , a criança apresenta maior capacidade

de classificações complexas, de executar operações como adição e subtração que

implicam na noção de conservação ou variância e equivalência. O quarto e último

estágio é o das operações formais ocorridas na adolescência onde o indivíduo é capaz

de afirmar um conjunto de hipóteses e inferir as consequências de cada uma(método

hipotético-dedutivo), opera sobre palavras, símbolos ou sequência de símbolos que

correspondem a objetos e ações sobre objetos, alcançando a essência da matemática,

com os símbolos correspondendo a objetos, relações e funções.

Contudo na educação moderna o soroban age em primeiro lugar como sublimador

mental colocando em função atributos físicos como os movimentos do pulso e dos

dedos tornando-os firmes, precisos e rápidos e mentais desenvolvendo á partir daí a

auto-confiança e a serenidade diante de situações conflitantes.

29

Capítulo III - O Papel das Dinâmicas no Enfoque de Relacionamentos e das Neuróbicas para o Aumento das Conexões Nervosas

“O homem nunca está só. Mesmo que esteja fisicamente só, sempre estará

acompanhado mentalmente de pessoas”. (COSTA,2007,p.20)

O homem é um ser social e por isso vive constantemente numa dinâmica de

grupo envolvidos pelas relações familiares, trabalho, escolas, e na maioria de suas

ligações de vida. Quando se trata de atividades de integração específicas ,elas tem

por finalidade tratar das relações de pessoa para pessoa retratando comportamentos,

visão de mundo, respeito, empatia, controle emocional, autoconhecimento, disciplina,

capacidade de ouvir e criatividade para que ocorra uma boa integração do indivíduo

para com os outros. É através do grupo que muitas vezes se retrata a cultura, a

educação, o dinamismo de cada indivíduo e principalmente traços de personalidade.

A dinâmica se apresenta como uma atividade reveladora de cada ser, por

técnicas específicas é possível identificar características particulares do indivíduo.

Enfaticamente se caracteriza como uma ferramenta de estudo de grupos composto por

duas ou mais pessoas que estão mutuamente conectadas por relacionamentos sociais.

Por interagir e influenciarem mutuamente, grupos desenvolvem vários processos

dinâmicos que os separam de um conjunto aleatório de indivíduos,sem se esquecer de

que o mesmo é composto por pessoas envolvidas em suas particularidades. Estes

processos incluem normas, papéis sociais, relações, desenvolvimento, influência social

e efeitos sobre o comportamento.

Se materialmente somos por igual dependentes das mesmas coisas, psicologicamente, nossa estrutura interna, nossa psique, nos dirá como devemos nos comportar, nos relacionar diante

30

desse mundo, diante das coisas e pessoas que nele habitam...(CARTAGO).

A demarcação da realidade e da fantasia é bastante flexível . O adulto quando

brinca na dinâmica em grupo, corre o risco de representar e encenar situações que são

favoráveis a ele, o que leva a diminuição da espontaneidade interferindo na qualidade

do contato da situação lúdica. Leva-se em conta também a capacidade que o adulto

tem em se expressar, situar-se no mundo e se organizar. Um indivíduo mais

independente e destemido tem a capacidade de antecipar, postergar, tolerar e

mentalizar fortalecendo ainda mais sua atitude e segurança fortalecendo assim sua

autoconfiança. A forma de interação é particular a cada relação. A dinâmica se

apresenta como um recurso de interação com interesses próprios condizentes com

cada situação.

Na etimologia da palavra dinâmica vem do termo dynamis sentença grega que

significa força, energia e ação. Esta constitui um valioso instrumento educacional que

pode ser utilizado para trabalhar o ensino-aprendizagem quando opta-se por uma

concepção de educação que valoriza tanto a teoria como a prática e considera todos os

envolvidos neste processo como sujeitos. A opção pelo trabalho com dinâmica de

grupo permite que as pessoas envolvidas passem por um processo de ensino-

aprendizagem onde o trabalho coletivo é colocado como um caminho para se interferir

na realidade, modificando-a. Isso porque a experiência do trabalho com dinâmica

promove o encontro de pessoas onde o saber é construído junto e em grupo. Logo,

esse conhecimento deixa de ser individualizado e passa a ser de todos, coletivizado.

Ainda tem a qualidade de ser um saber que ocorre quando a pessoa está envolvida

integralmente (afetivamente e intelectualmente) em uma atividade, onde é desafiada a

analisar criticamente o grupo e a si mesma, a elaborar coletivamente um saber e tentar

aplicar seus resultados.

A evolução dos grupos sociais abre caminho para a classificação dos indivíduos,de acordo com seu desenvolvimento dentro deles, o que, por sua vez

31

possibilita a construção destes grupos (MORENO,1992,p.86)

A importância da dinâmica no processo coletivo do ensino-aprendizagem não

deve ser, no entanto, absolutizada ou subestimada. Sua utilização deve responder a

objetivos específicos de uma determinada estratégia educativa, no sentido de estimular

a produção do conhecimento e a recriação deste conhecimento tanto no grupo

coletivo, quanto no indivíduo singular, uma vez que a técnica da dinâmica não é um

fim, mas uma ferramenta a ser usada. Ao optar pelo uso da técnica de dinâmica de

grupo o educador poderá, através de jogos, brincadeiras, dramatizações, técnicas

participativas, oficinas vivenciais e um ambiente descontraído, discutir temas

complexos, polêmicos , além de estimular a externação de conflitos individuais e do

grupos, estimulando cada participantes a alcançar uma melhoria qualitativa na

percepção de si mesmo e do mundo e, conseqüentemente, nas relações estabelecidas

consigo mesmo e com o outro; enfim, dinâmica de grupo é um caminho para educar

junto. É importante saber que algumas fases ocorrem no desenvolvimento de um

grupo e que não se fixam em nenhuma etapa. A primeira fase é a do isolamento ,

quando recém formado no momento inicial ocorre o distanciamento entre os indivíduos.

Nesta , não existe ação conjunta por desconhecer o outro. O clima é de desconfiança e

de análise, podendo ocorrer medo, nervosismo e fechamento. A segunda etapa é a

chamada de diferentes identidades que aproxima e afasta indivíduos num

reconhecimento da empatia. Esta ação é individual e os sentimentos mais comuns são

os de prazer e frustração, por valorizar as diferenças e a diversidade. A terceira e

última etapa é a de identificação. Nesta, a cooperação começa a ser possível e a

organização começa a tomar forma, aparecendo também a disputa, a curiosidade, a

admiração e o prazer, bem como a raiva a inveja e a luta pelo espaço.

As vivências centradas na espontaneidade apresentam frequentemente situações metafóricas, em que personagens não humanos (como bichos, elementos da natureza ou estado de alma) tem vida no palco psicodramático, dando voz ao imaginário coletivo. Figuras arquetípicas, mitos pessoais e coletivos emergem constantemente nesse tipo de trabalho.(FONSECA,2010,p.343)

32

Depois das fases ultrapassadas e vivenciadas o grupo estabelece paralelos

entre histórias vividas, dinâmica grupal ou momento social. A força da fantasia, valida o

grupo confirmando o esforço de cada componente. Contudo este recurso se torna

eficaz na retomada do curso do desenvolvimento saudável e interpessoal. Algumas

dinâmicas são específicas como: a de quebra-gelo que desinibe, tira a tensão e

descontrai o grupo, a de apresentação que auxilia na descoberta do eu e na

informação sobre o pessoal, a de integração que permite analisar os comportamentos

pessoais e grupais, a de relaxamento que tira cansaço, fadigas e tensões, de

capacitação destinada em descobrir talentos, e as litúrgicas que integram diálogo,

leituras bíblicas, indivíduo e Deus.

3.1 Dinâmicas de Relacionamentos

Saber conviver em grupo, é mais do que isso, ser capaz de mobilizar os esforços das pessoas para um trabalho em grupo, num clima de abertura, honestidade e confiança é uma das habilidades mais requisitadas ao profissional contemporâneo, independente de sua formação acadêmica. (COSTA,2007,p.17)

Na tentativa de auxiliar grupos, algumas atividades são propostas como meio de integração .

1- Relato de um Problema

Objetivo: possibilitar habilidade de empatia entre os integrantes do grupo.

Material: Folha ofício e caneta.

Procedimento: O facilitador distribuirá folha ofício e caneta para cada integrante do

grupo. Aquele solicitará aos participantes a descrição de um problema pessoal que

gostariam muito que fosse resolvido. Em seguida, o facilitador recolherá os relatos e

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distribuirá um relato a cada participante tomando o cuidado para que cada um não

fique com o seu próprio relato, ou seja, cada participante ficará em mãos com o relato

de um colega participante do grupo. Após, o facilitador instigará uma explosão de

idéias, ou seja, possíveis soluções dadas pelo grupo a cada problema relatado. No

final, o coordenador faz um feedback de todos os relatos enfatizando a importância de

se colocar no lugar do outro para que cada um possa assimilar as diferenças pessoais,

a individualidade possibilitando maior aceitação e empatia ao próximo. Deve-se deixar

claro ao grupo a não identificação do problema ao respectivo participante, a fim de

evitar constrangimento entre os membros do grupo.É importante que esse exercício

seja realizado com fundo musical despertando a sensibilização no grupo.

2- Diferenças

Objetivo: Respeitar as diferenças.

Material: Folhas de papel ofício e caneta.

Procedimento: O coordenador distribuirá papel e canetas para o grupo. Em seguida, o

coordenador pede a todos que citem sua raça, religião, costumes, nome dos pais, onde

nasceu, e seus gostos prediletos em fruta, comida, bebida, hobby, música, cor,

programa de TV, disciplina, etc. Quando todos descreverem suas citações, o

coordenador pede que cada um leia para todos suas características. Reflexão:

Pergunta-se a todos se eles ouviram dois ou mais participantes terem todas as suas

respostas idênticas? Portanto, o coordenador ressalta que todos são diferentes dentro

de sua unicidade, beleza e importância de ser e que ninguém é melhor ou mais

importante que o outro, por isso, é necessário respeitar as diferenças para que se

possa conquistar o respeito de todos.

3- Identificação Pessoal

Objetivos: Ampliar o conhecimento de si e interpessoal. Promover a participação de

todos com maior espontaneidade.

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Material: brinquedos diversos relacionados a profissões (diferentes ou não).

Procedimentos: Todos em círculo, sentados. O coordenador espalhará brinquedos pela

sala e solicitará aos participantes que cada um escolha um brinquedo e sente-se após

escolher o brinquedo. Poderá acontecer que dois ou mais alunos façam a mesma

escolha do brinquedo, portanto, pede-se que sentem próximos. Após, todos terem feito

suas escolhas, solicita a todos que façam reflexão sobre as seguintes perguntas:

O que esse brinquedo representa?

Por que a escolha desse brinquedo e não outro?

Se tivesse que dar esse brinquedo a um amigo(a) do grupo, quem você escolheria e

por quê?

Esse brinquedo lembra alguém (familiar, amigo, artista, professor, vizinho,...)? Por quê?

4- Automotivação

Objetivo: Despertar o indivíduo para automotivação.

Material: caneta e xerox

Procedimento: O facilitador distribuirá caneta e uma folha ofício para cada um dos

integrantes com as seguintes frases abaixo a serem completadas:

- Eu me orgulho de mim quando faço ................................

- O que eu mais gosto do meu corpo é...............................

- Eu me sinto feliz quando..................................................

- Me destaco mais em.........................................................

- Eu faço muito bem...........................................................

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- Minha capacidade maior é ..............................................

- Eu acredito que eu possa conquistar................................

5- Entrevista

Objetivo: despertar confiança pessoal, no grupo e respeitar a individualidade.

Material: folha A4, cartolina e caneta.

Procedimento: O facilitador distribuirá as folhas e caneta para cada integrante do

grupo.

Explicar a todos que serão instigados a responder uma entrevista. Cada um terá a

função de entrevistador e entrevistado em cada dupla. A entrevista será baseada nas

seguintes perguntas que estarão expostas no cartaz:

1) O que mais lhe deixa feliz?

2) O que mais lhe deixa triste?

3) Qual a profissão que você mais admira?

4) Qual a pessoa que você mais admira no grupo e por quê?

5) Qual a dinâmica que mais lhe agradou até o momento?

6) Quem se parece mais com você no grupo?

7) Que recado você deixaria ao grupo quanto à importância da confiança?

Após, todos sentados em círculo, cada um irá ao centro e apresentará o seu colega ao

grupo baseado nas respostas que obteve. O facilitador deverá propiciar um momento

de reflexão intervindo quando houver qualquer indício de desvalorização de algum

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membro do grupo por qualquer outro, evitando que rótulos sejam tomados como

crenças verdadeiras.

6- Desenhar o Sonho

Objetivo: Despertar no indivíduo a capacidade de expressar seus sentimentos e

sonhos.

Material: Folha A4, lápis, canetinha hidrocor, lápis de cera, borracha e apontador.

Procedimento: Com fundo musical o orientador deve motivar os participantes a

fecharem os olhos e pensarem em seus sonhos.

Perguntar:

- O que gostaria de ganhar de presente de um amigo?

- O que gostaria de ganhar de presente dos pais?

- Qual a pessoa que mais admira?

- Que profissão admira?

- O que pretende ser quando crescer?

Após essa reflexão, pede aos participantes que abram os olhos e desenhem o que viu

em seus pensamentos, o que veio em sua mente, após essa reflexão. Em seguida o

orientador distribui folhas A4 para todos. Deixa a disposição dos integrantes canetinha,

lápis de cor, lápis de cera, caneta, lápis, borracha e apontador. Nesse trabalho no qual

será expressando a inteligência pictórica é aconselhável fundo musical para que todo o

grupo fique descontraído de forma confortável para expressar seus sentimentos.

7- História Continuada

Objetivo: Treinar a memorização e atenção.

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Procedimento: Todos devem estar posicionados em círculo de forma que todos possam

se ver.

O organizador da dinâmica deve ter em mãos um objeto pequeno e direcionando a

todos deve começar a história dizendo: Isto é um... (Ex. cavalo). Em seguida deve

passar o objeto à pessoa ao seu lado que deverá acrescentar mais uma palavra a

história sempre repetindo tudo o que já foi dito. (Ex. Isto é um cavalo de vestido...), e

assim sucessivamente até que alguém erre a ordem da história pagando assim uma

prenda a escolha do grupo.

8- Vai e Vem

Objetivo: Interação interpessoal.

Material: Nenhum.

Desenvolvimento: sentados no chão em círculo, um aluno fica por fora do círculo, em

pé dando início a brincadeira. O jogador que está fora do círculo correrá ao redor e

tocará nas costas de um colega dizendo: "Vem" ou "Vai"; o colega que receber o toque

deverá correr atrás dele se for dito "Vem", ou correr em sentido contrário de costas se

for dito "Vai", tentando disputar o seu lugar no circulo com este colega que lhe tocou.

Quem ficar em pé continua a brincadeira batendo em outro colega e assim

sucessivamente.

9- Dinâmica: "Recital das Almas Gêmeas”

Objetivo: É uma atividade muito divertida, que tem como objetivo a descontração e a

aproximação entre os membros do grupo.

Material: papel e caneta

Procedimento: Divide-se a turma em duas equipes. Em papeis serão escritas

mensagens que se completam (perguntas e respostas ou parte 1 e parte 2). Cada

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participante deverá pegar um papel, ou mais conforme a quantidade de papeis e

participantes, sem deixar que seus colegas vejam o que está escrito. A mensagem será

ex: 1 - 'eu sou um jardim sem flor', 2- ' eu sou a flor do teu jardim'. A segunda parte

complementa a primeira. É importante que as mensagem sejam criativas e engraçadas.

É preciso demarcar quais são as primeiras partes, para que sejam recitadas

primeiramente, sendo completadas pela sua respectiva segunda parte.

10- Dinâmica: "Para Quem Você Tira o Chapéu"

Objetivo: Estimular a autoestima

Materiais: um chapéu e um espelho

O espelho deve estar colado no fundo do chapéu.

Procedimento: O animador escolhe uma pessoa do grupo e pergunta se ela tira o

chapéu para a pessoa que ver e o porquê, sem dizer o nome da pessoa. Pode ser feito

em qualquer tamanho de grupo e o animador deve fingir que trocou a foto do chapéu

antes de chamar o próximo participante.

11- Dinâmica do Papel

Objetivo: Descontração

Materiais: pedaço de papel, caneta

Procedimento: Forma-se um círculo e em seguida será distribuído um pedaço de papel

para cada um, e uma caneta. Logo após a pessoa irá escrever qualquer pergunta que

ela quiser, ex: Porque hoje fez sol? Logo após o instrutor irá pegar os papéis de todos

os participantes, embaralhar e entregar um para cada sem que sejao próprio.Em

seguida a pessoa vai responder o que estiver naquele papel que ela pegou. Depois

que todos responderem sem um ver o do outro, deverá dobrar seu papel e passar duas

vezes no sentido horário . Uma pessoa começa lendo o que está em seu papel, em

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seguida a pessoa do lado direito ou esquerdo ,vai ler a resposta que está no papel e

assim sucessivamente, a mesma que respondeu a resposta vai ler a sua pergunta e o

vizinho ao lado responderá a sua resposta .

12- Dança da Cadeira

Objetivo: essa dinâmica serve para quebrar o gelo e fazer com que os participantes

pensem sobre cooperação entre o grupo.

Materiais: 1 cadeira

Procedimento: consiste na brincadeira da dança da cadeira, só que ao invés dos que

ficarem sem se sentar sairem, terão que se sentar no colo do amigo, de modo que

ninguém fique em pé.

3.2- Neuróbicas para Estimular Conexões Nervosas

“Criar deliberadamente novos padrões associativos é uma parte fundamental do

programa da Neuróbica”. (RUBIN,2000,p.30)

Com base na neurociência vale desmembrar, antes de mais nada, o regente de

todas as atividades trabalhadas neste estudo – o cérebro. O mesmo é envolto por

peles bem finas, que lhe dão proteção chamadas meninges. A mais extensa é a dura-

mater, depois vem a aracnóide e a pia-mater. Todas estão dentro de uma caixa óssea"

que é o crânio. O cérebro é o principal órgão do sistema nervoso numa versão

dicionarizada é a parte súpero-anterior do encéfalo , possuidor de uma vasta rede de

circuitos, responde pelas partes cognitivas, motoras e emocionais enviando respostas

para todo o corpo, coordenando ações voluntárias e involuntárias, operando também

nas sensações e pensamentos. Se comparado a um computador a sua estrutura

causa admiração aos estudiosos, pois se mostra de forma muito mais rica e minuciosa

do que a de uma máquina. Sua biologia sofisticada e diferenciada em relação a sua

construção e constituição, define o papel dos dois hemisférios cerebrais responsáveis

pela inteligência e pelo raciocínio. O cerebelo chamado de pequeno cérebro o qual

40

responde pelo equilíbrio, postura, memória de longo prazo. O tronco cerebral ou

encefálico localizado na parte central do mesmo é responsável por receber

informações sensitivas de estruturas craniana, controlar os músculos da cabeça,

transmitir informações da medula espinhal até outras regiões cerebrais em direção

contrária - do encéfalo para a medula espinhal,além de regular a atenção através de

ações integradas do bulbo, ponte e mesencéfalo. O cérebro é composto por três

divisões: O prosencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo. O primeiro é responsável

pela análise das informações sensoriais e de experiência. O segundo recebe e

coordena informações referentes ao estado de contrações dos músculos e postura

além de alguns reflexos e o terceiro é responsáveis pelas funções corporais que

acontecem independentes da vontade como: respiração, regulação do fluxo sanguineo,

coordenação e locomoção. Ainda na constituição cerebral encontra-se o bulbo

raquiano que está implicado na manutenção das funções involuntárias, bem como o

coração que continuamente bombeia o sangue. Pode-se concluir que o cérebro se

encarrega do funcionamento harmônico de todo o corpo humano aliando-se a realidade

e pelo controle de todas as funções mentais. Dentro do crânio a massa encefálica

pesa cerca de 1,3 kg de acordo com o tamanho do indivíduo. Nas mulheres o tamanho

é um pouco menor que nos homens o que não diminui seu potencial ativo. Sua

coloração é cinza arrosado com 100 bilhões de células nervosas denominadas

neurônios conectadas umas às outras. Além das células nervosas (neurônios), o

cérebro contém células glia (células de sustentação), vasos sangüíneos e órgãos

secretores. As glias também chamadas de neuróglia, nevróglia exercem a função de

isolar neurônios através da bainha de mielina , uma substância gordurosa que ajuda os

axônios a transmitirem mensagens com mais velocidade, sendo essenciais para o

aprendizado e para a construção de lembranças.

Dentro desta anatomia encontramos os neurônios que são célula do sistema

nervoso responsável pela condução do impulso nervoso , no cérebro há cerca

de 100 bilhões delas. O neurônio é constituído pelas seguintes partes: corpo

celular onde se encontra o núcleo celular, dendritos, axônio e telodendritos. O

corpo cellular está localizado em área restrita do sistema nervoso, próximo da

41

coluna vertebral, o qual recebe informações derivada dos dendritos. Os

dendrites são prolongamentos especializados na recepção de estímulos

nervosos. Os axônios respondem pela condução dos impulsos elétricos que

partem do corpo celular chegando até músculo ou até outro neurônio e o

telodendritos região terminal do axônio. O espaço entre o dendrito de um

neurônio e os telodendritos de outro é o que se chama uma fenda sináptica.Os

neurônios são divididos em sensitivos, conectores, motores e espelhos. O

primeiro reage aos estímulos exteriores. O Segundo transmite o sinal desde os

neurônios sensitivos até o sistema nervoso central ligando também neurônios

motores entre si. O terceiro tem a função de transmitir o sinal desde o sistema

nervoso central até órgão efetor ou seja, aquele que se movimenta e o quarto

permite simular internamente as ações dos outros , ou seja, copiar ações

anteriormente executadas por outro indivíduo. Para os impulsos é possível

definir dois tipos de reação a química e a elétrica.

d experimentos indicam que os circuitos neurais em cérebros adultos possuem a capacidade de passar por mudanças impressionantes, uma capacidade que os cientistas pensavam estar perdida depois, da infância.(KATZ,2000,p.16)

Com o avanço da neurociência surgiu a neuróbica chamada popularmente de

ginástica para os neurônios, criada pelo neurocientista americano Larry Katz, a qual

tem por objetivo estimular o indivíduo a manter um nível permanente de capacidade,

força e flexibilidade mental. A proposta da neuróbica é tirar o cérebro da zona de

conforto ou seja, mudar o comportamento rotineiro aumentando e estimulando as

neurotrofinas responsáveis por alimentar os neurônios garantindo a sobrevivência

destes.

Exercícios específicos estimulam os neurônios como:

• Usar o relógio de pulso no braço que geralmente não se usa;

• Andar pela casa de costas;

• Vestir-se de olhos fechados;

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• Escrever com mão contrária;

• Comer comidas diferentes;

• Mudar o supermercado e procurar os produtos desejados;

• Trocar os móveis de lugar;

• Ouvir as notícias na rádio ou na televisão pela manhã e recordá-las pela tarde;

• Ler uma palavra e atribuir cinco funções com a mesma inicial e

• Sempre aprender coisas novas.

43

CONCLUSÃO

No início deste trabalho foi proposto uma ginástica cerebral como estímulo para

a realização das conexões neurais.

Prefere-se antes de mais nada abrir veredas para este campo, já que o mesmo,

ainda é pouco notável na sociedade brasileira. A complexidade deste assunto amplia a

visão neurocientífica e trata a pessoa como indivíduo único capaz de interagir com o

outro e capaz de reconhecer suas próprias habilidades, respeitando acima de tudo

suas limitações. Para anunciar conclusões sobre a ginástica cerebral é necessário

fazer um apanhado geral. Toma-se como ponto de partida os jogos individuais e

coletivos. composto por regras, ensinando direta ou indiretamente o indivíduo a ser

mais cooperativo, a conviver com pessoas diversas com visões de mundo diferentes,

além de ser mais participativo nos padrões culturais e sociais.O soroban é responsável

por estimular na resolução dos problemas ligados também a realidade. As dinâmicas

retratam os grupos sociais pertencentes na sociedade e as neuróbicas execitam os

neurônios.

Com base nessas atividades percebe-se o aumento das sinapses neurais em

todas as áreas do cérebro reforçando a concentração, a velocidade de raciocínio, a

memória , a criatividade, a autoestima, acima de tudo contribuindo para uma melhor

qualidade de vida àquele que exercita.

Entretanto esta se mostra como benefício neurocientífico e pessoal ,

possibilitando maior investigação nesta área.

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