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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES-INSTITUTO A VEZ
DO MESTRE
COACHING: POSSIBILITANDO MUDANÇAS
Por: JOCÍLIA PEIXOTO DE CARVALHO GARCIA
Orientadora
Prof. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES-INSTITUTO A VEZ
DO MESTRE
COACHING: POSSIBILITANDO MUDANÇAS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão de
Recursos Humanos.
3
AGRADECIMENTOS
Aos professores, orientadores, e
colegas de turma, aos amigos que de
certa forma colaboraram com este
projeto, e minha família.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido José
Otaviano e ao meu filho Lenner Garcia,
por toda ajuda, compreensão e
dedicação.
5
RESUMO
Este trabalho apresenta algumas questões relacionadas às funções do
coaching nas empresas, e algumas etapas do processo, referente à mudança
comportamental. Considerando os diferentes processos e aplicando no campo
empresarial e pessoal possibilitando a mudança de comportamento. O
coaching pressupõe o conhecimento mútuo e a convivência constante, que
leva ao entendimento claro, por parte do coach das necessidades e das
habilidades de quem é orientado.
No ambiente de trabalho é comum o profissional se comprometer com
a melhoria do desempenho e da capacidade de aprender, e saber as
ferramentas necessárias para chegar às próprias soluções, tomar decisões
importantes e raciocinar, analisando situações e achando melhor solução para
os problemas, detectando suas dificuldades e superando-as.
O coaching permite que as pessoas percebam mais claramente as
prioridades, sejam criativas na solução dos problemas e alcancem equilíbrio
entre administrar uma tarefa, o aprendizado envolvido e os comportamentos
esperados.
Além dos aprendizados e das mudanças de comportamento individuais
e das equipes e da empresa como um todo, o que se espera do investimento
realizado são as performances nos resultados empresariais.
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METODOLOGIA
Para elaboração deste trabalho está sendo realizada uma pesquisa e
uma abordagem qualitativa sobre o processo Coaching.
A metodologia de pesquisa será bibliográfica, onde os assuntos pesquisados
são editados em livros, revistas, artigos de jornais e internet.
Os principais autores que participaram desta pesquisa:
CLUTTERBUCK; KRAUSZ e GIL.
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SUMÁRIO
Introdução 9
Capitulo I
Utilização do Coaching
1.1 Identificando a Necessidade do Coaching 11
1.2 Questionamentos Possíveis 12
1.3 Aplicação do Coaching no Mundo Empresarial 13
1.4 Como Melhorar o Desempenho 14
1.5 Coaching de Equipes 15
Capitulo II
CoachingTransformacional
2.1 Habilidades do Coaching 17
2.2 Desenvolvimento e Estabelecimentos de Uma Relação de Confiança 18
2.3 Planos de Ação do Coaching 19
2.4 Modelo Grow 22
2.5 Mensurações Sobre o Coaching 23
Capítulo III
3.1 Etapas do Processo Coaching 25
3.1.1 Relação Contratual 26
3.1.2 Comprometimento 27
3.2 Comportamento Humano 29
83.2.1 Escopo do Relacionamento 30
3.3 Estilo de Relacionamento 31
3.4 Estilos Comportamentais 32
3.4.1 Estilo Colaborativo (Baixa Assertividade, Alta Emotividade) 32
3.4.2 EstiloCcriador (Alta Assertividade, Alta Emotividade) 33
3.4.3 Estilo Condutivo ( Alta Assertividade, Baixa Emotividade) 33
3.4.4 Estilo Classificativo (Baixa Assertividade, Baixa Emotividade) 34
3.5 Processos e Relacionamentos 35
3.6 Reconhecer e Identificar as “Questões de Lacuna” 36
3.7 Como os Comportamentos Sustentam a Equipe de Aprendizagem 37
Conclusão 39
Bibliografia Consultada 40
Bibliografia Citada 41
Indice 43
9
INTRODUÇÃO
O termo coach teve origem no campo esportivo e vem sendo utilizado
para designar o papel do técnico, transformando atletas em campeões. A
palavra foi importada dos Estados Unidos, mas a idéia original é bem mais
antiga: os filósofos gregos já faziam isso com seus discípulos, os artistas da
Renascença, com seus aprendizes e os mestres do kung fu com seus
gafanhotos. Nos últimos anos, entretanto, esse termo vem sendo utilizado nas
empresas, não necessariamente para designar um cargo, mas um papel
profissional, que se compromete a apoiar alguém com vista em melhorar seu
desempenho e promover seu desenvolvimento profissional e pessoal. O
trabalho do coach lembra de certa forma, o do personal trainner. Quando ele
detecta uma discrepância entre a realidade de um profissional e onde este
deve chegar, passa a dar subsídios para que supere suas dificuldades.
A história da palavra coaching, começou a 600 anos, numa pequena
cidade da Hungria, chamada Kocs, onde foi desenvolvida uma carruagem bem
maior do que as utilizadas na época, que eram pequenas e apertadas para
quatro pessoas. A novidade húngara, que acomodava confortavelmente oito
passageiros, recebeu o nome de koczi szerér, ou vagão de kocs, que
rápidamente foi copiada por toda a Europa, virou logo sinônimo de carruagem,
de qualquer tamanho. Franceses e Espanhóis adaptaram a pronuncia para co-
che, de onde derivou o inglês coach, que significa cocheiro o que conduz.
10Coaching é um tema atual que estimula a mudança de
comportamento profissional e pessoal, capacitando o indivíduo na obtenção mento profissional e pessoal, capacitando o indivíduo na obtenção de
resultados mais eficazes, visto que o mundo está mais sujeito à pressão e
mudanças.
Uma das alternativas que se tem mostrado eficazes para tratar de dificuldades,
mudanças, questões relacionadas com aprendizagem, desenvolvimento,
potencial e talento das pessoas, no âmbito profissional e pessoal, é o processo
coaching.
Existem vários modelos de coaching e cada um deles parte de uma
fundamentação teórica específica que tende enfatizar alguns aspectos do
processo, atendendo a demanda de um seguimento do mercado ou ajustando-
se a alguma aplicação específica. É um processo com começo meio e fim,
utilizado como um gerador de novas perspectivas e oportunidades, que
conseqüentemente, resulta em um significativo aumento no nível de satisfação
e mais felicidade, e que se desenvolve, seguindo uma metodologia de
aplicação, visando resultados rápidos. Além de promover um olhar mais
profundo, um querer subir mais alto, ir mais longe, obtendo maiores realizações
e conquistas pessoais.
11
CAPÍTULO I
UTILIZAÇÃO DO COACHING
1.1 Identificando a Necessidade do Coaching
Segundo Krausz (2007) a empresa necessita realizar o diagnóstico
constante do desempenho das pessoas para verificar quando alguém está
necessitando de coaching. Identificar esta necessidade não é uma tarefa das
mais fáceis, porque o desempenho depende de muitos fatores, relacionados
tanto ao contexto físico e organizacional do trabalho quanto do nível de
competência profissional e de relacionamento interpessoal das pessoas. Pode-
se identificar, no entanto, uma série de situações que indicam a necessidade
de coaching:
• Contratação de trainees: Convém que a empresa ao contratar um trainee,
defina quem será seu coach, com vista em garantir que tenha o apoio
necessário para seu pleno desenvolvimento na empresa. Sempre que possível,
o trainee deverá ter direito de escolher seu coach, pois isso favorecerá o
relacionamento entre eles.
• Desempenho Gerencial: Diversas situações verificadas em relação ao
desempenho gerencial indicam necessidade de coaching. Por exemplo: (a)
quando as idéias costumam ser boicotadas; (b) quando se mostra inseguro na
hora de tomar decisões importantes.
• Períodos de transição: Esses períodos exigem mudança pessoal. Por essa
razão constituem momentos privilegiados para o coaching. Diversos períodos
de transição ocorrem ao longo de toda vida: adolescência, casamento,
nascimento dos filhos, etc. Na vida profissional, elas também ocorrem:
promoções transferências, expatriações etc.
12• Fracassos: Quando um empregado é descartado para uma promoção,
perde um benefício, comete um erro grave no exercício de sua função ou de um benefício, comete um erro grave no exercício de sua função ou percebe
redução da confiança de seus superiores, também se pode beneficiar dos
conselhos de um coach.
• Desempenho inadequado: O coaching pode ser de muito valor quando as
pessoas, não sabem lidar adequadamente com os materiais, equipamentos ou
com as informações requeridas por seu trabalho.
• Decisões pessoais: Um momento adequado para o coaching é quando as
pessoas, após refletirem acerca de seus sucessos e fracassos, percebem que
podem beneficiar-se da experiência e dos conhecimentos dos outros.
1.2 Questionamentos Possíveis e Contratempos
A história do comportamento e das mudanças nas pessoas é sempre
apimentada pelos contratempos. Segundo Clutterbuck (2008), às vezes
podemos prevê-los com uma boa análise do contexto e então preparar táticas
para lidar com cada situação que surgir, podendo por muitas vezes nos sentir
desanimado e querendo desistir, e muitos questionamentos irão surgir. Como
por exemplo:
- Qual é a finalidade desta nossa conversa? O que você deseja alcançar no
médio e longo prazo?
- Descreva o que é sucesso para você.
- Quanto de controle pessoal ou influência você tem sobre a meta que deseja
alcançar?
- Quando deseja alcançar a meta que se propõe?
- Como saberá que alcançou?
- Como se sentirá ao alcançá-la?
Gil, (2007) acrescenta, que assegurar que coach e coachee tenham
clareza sobre onde se encontram num determinado momento e verificar a
viabilidade de suas metas e finalidades.
Verificar onde o coachee se encontra no presente momento em relação às
13suas metas/objetivos. Nem sempre o coachee tem uma adquada noção de
realidade e do caminho a ser percorrido ate alcançar a meta desejada. Os
otimistas acham que estão mais perto e os pessimistas consideram que estão
mais longes do que realmente estão. E caberá a cada um deles, com a
colaboração do coach, concluir com base na realidade onde se encontram
nesta trajetória.
1.3 Aplicação do Coaching no Mundo Empresarial
Segundo (Gil – 2007) num ambiente de mudanças constantes, rupturas
tecnológicas, reestruturações estratégicas e competição brutal, necessitam-se
constantemente de novos hábitos de trabalho. Os empregados precisam
aprender coisas novas, desenvolver novos métodos de trabalho, adotar novas
posturas diante dos clientes. Nem sempre é possível proporcionar-lhes
treinamento ou inscrevê-los num workshop. O problema é que não conseguem
perceber o que exatamente podem fazer, ou quando conseguem, não são
estimulados a fazê-lo. As empresas já começam a perceber que a atenção
individual pode ser muito mais eficiente que o treinamento em grupo para
promover mudanças comportamentais. Surge, então, a figura do coach, que se
torna responsável pelo apoio naquilo que os empregados necessitam. O que
ocorre é um dos mais importantes desafios por que passam as empresas neste
início de século é o da retenção de talentos. Mais do que em qualquer época,
as empresas sentem o quão importante é gerir seu capital intelectual, o que
significa criar condições para seu constante desenvolvimento, pois:
• As pessoas são diferentes entre si: Um dos aspectos mais importantes no
estudo do comportamento humano é o das diferenças individuais. Como as
pessoas são naturalmente diferentes entre si, precisam receber da empresa
tratamento diferenciado tanto no referente à correção de suas falhas quanto a
seu desenvolvimento. O coach entra fornecendo orientações que não
aparecem nem nos manuais nem nos programas de treinamento da empresa.
14• As pessoas são interdependentes: Necessitam das outras para se tornarem
competentes. O coach pode ajudá-las a formar uma imagem adequada de si
mesmas e a desenvolver a confiança em suas possibilidades. Mesmo quando
são competentes, elas precisam ser apoiadas, ouvidas, reconhecidas e
valorizadas.
• As pessoas comportam-se de acordo com suas crenças: Os modelos
dominantes de gestão empresarial privilegiam seu lado racional. Há que se
considerar, no entanto, que muito do comportamento humano é determinado
não pelo conhecimento real das coisas, mas por aquilo que as pessoas
acreditam que sejam as coisas. O coach, por estabelecer uma relação
empática com o cliente, é capaz de entender melhor o significado das crenças
pessoais, e conseqüentemente, canalizá-las para alcance de alvos mais
apropriados. • As pessoas têm um potencial bem maior do aquele que demonstram ter:
Esse potencial nem sempre é identificado no processo de seleção. O coach,
por estabelecer um relacionamento privilegiado com os seus clientes, é capaz
de identificar não apenas as habilidades das pessoas, mas também a maneira
como as utiliza em situações específicas.
1.4 Como Melhorar o Desempenho
Melhor do que ensinar é ajudar a aprender: Gil (2007) enfatiza que o
coach exerce um papel importante no desbloqueio do potencial das pessoas,
visto que essa função em decorrência do seu aspecto informal favorece ajudá-
las a aprender sem ensiná-las. O coach pode, sem limitar nem deixar de lado
as opiniões e o poder de raciocínio das pessoas, estimulá-las a descobrir por si
mesmas e ajudá-las encontrar suas próprias soluções.
O aprendizado deve ser constante: Aprender passou a ser muito
importante para o crescimento profissional. As pessoas precisam obter novos
conhecimentos, desenvolver novas habilidades, e estar atentas às mudanças.
O coaching pode ajudar muito as pessoas neste processo de aprendizado
constante, não apenas aprender, mas a desaprender, ou seja, abandonar
velhos paradigmas e adquirir novas visões.
15 As pessoas e os negócios são inseparáveis. A ação do coach ajuda a
levar o nível da relação empresa empregada. O coaching pode ser entendido
como ferramenta de capacitação, motivação e desenvolvimento das
habilidades das pessoas que pretender compatibilizar suas expectativas com
os objetivos e necessidades da organização. A empresa que o utiliza deixa
claro quanto às pessoas são valiosas e necessárias, o que acaba por fortalecer
seu vínculo e a lealdade com a organização.
As pessoas precisam de estímulos ao longo de sua trajetória profissional:
As conquistas pessoais devem ser aplaudidas e o esforço pessoal deve ser
recompensado. O coach é capaz de dar pequenos empurrões, mesmo que
sejam empurrões psicológicos. É capaz de proporcionar o reforço positivo, que
faz com que os comportamentos desejados sejam mantidos e festejados; o
esforço pessoal para ultrapassar barreiras deve ser aplaudido.
Uma nova economia está emergindo: Os imperativos desta economia são
pensar globalmente, pensar rapidamente, colocar em prática imediatamente e
dotar-se das competências necessárias para reduzir o tempo de acesso ao
mercado. O coach tem importante papel no auxilio as pessoas para se
ajustarem a essa realidade.
As empresas requerem trabalho de equipe. O coach favorece a
manutenção de sólidos relacionamentos, pois envolve também a valorização
das competências individuais de cada membro da equipe, integrando-as num
desenvolvimento harmônico para que a vitória de cada um seja também a
vitória da equipe.
1.5 Coaching de Equipe
As pessoas precisam ser acompanhadas em seus períodos de
transição. O coach é quem faz a ponte entre o que as pessoas são e o que
almejam ser. É capaz de integrar, facilitar e diminuir o período de ajustamento
de maneira mais leve e coerente.
16As empresas procuram novos equilíbrios. Estão abandonando as
estruturas piramidais e hierárquicas, em favor de um modelo de redes e de
cooperação. Está deixando os valores culturais ligados a indústria em favor de
valores ligados à sociedade de informação. O coach tem importante papel
nessa transição de valores.
É mais barato consertar do que trocar: contratar uma nova pessoa para
desempenhar as tarefas pode ser muito caro para empresa. Logo, encaminhar
um funcionário com problemas para um coach pode apresentar economia.
O motivo fundamental para se investir no coaching de uma equipe é
melhorar seu desempenho. Segundo Clutterbuck (2008), o problema é que
desempenho pode significar várias coisas. Trata-se do volume de trabalho
apresentado, ou da qualidade da produção da equipe.
O case a favor do coaching de equipes, começa com a análise criativa
e motivada dessas e de outras questões similares, que raramente são
respondidas. Teoricamente, definir uma declaração sobre equipe deve
ajudar, porém, é mais comum que essa declaração sobre missão e as
prioridades de uma equipe em um dia muda no dia seguinte. Equipes de alto
desempenho não ficam perdendo tempo nem energia, tentando encontrar
respostas consistentes. Em vez disso, concentram-se em garantir que estão
fazendo as perguntas certas, no momento certo, para poder fazer frente a e-
ventuais mudanças nas solicitações que lhe são apresentadas.
17
CAPITULO II
COACHING TRANSFORMACIONAL
2.1 Habilidades do Coaching
Gil (2007) define que um bom coach é antes de tudo uma pessoa
qualificada para estimular a mudança comportamental de uma ampla variedade
de pessoas. Assim para que sua ação seja útil, é necessário que apresente
uma série de habilidades tais como:
Paciência;
Imparcialidade;
Interesse pelas pessoas;
Disposição para escutar;
Responsabilidade;
Habilidade para comunicar suas idéias com clareza e assegurar-se de
seu entendimento;
Abertura ao diálogo;
Credibilidade;
Conhecimentos e experiência;
Intuição;
Maturidade;
Flexibilidade;
Autoconfiança;
18 Empatia;
Reflexão.
2.2 Desenvolvimento e Estabelecimento de Uma Relação de
Confiança
Segundo Gil (2007), o coaching, por ser um processo, desenvolve-se
numa seqüência de etapas. Nem sempre se pode identificá-las com clareza.
Tanto é que a literatura sobre o assunto apresenta diferentes sistemas de
classificação dessas fases. Algumas delas bem construídas no ponto de vista
estatístico. Debordes(1998) , Por exemplo, apresenta o sistema MENTOR,
elaborado com base nas iniciais dos nomes em francês de cada de suas fases:
Mesurer (medir), Écouter (escutar), Negocier (negociar), Tirer (sacar), Organi-
zer (organizar) e reconnaitre (reconhecer). Para a U.Small Business Adminis-
tration existem quatro estágios: prescritivo, colaborativo, persuasivo e confirma-
tivo. Kinlaw(1999), a apresenta três estágios: envolvimento, desenvolvimento e
solução. Araujo (1999) apresenta quatro fases: estabelecimento de uma rela-
ção de confiança, criação da visão de futuro, revisão da “bagagem de mão” e
traçado do plano de ação.
Gil (2007) esclarece que a despeito, porém, das dificuldades para
caracterizar satisfatoriamente as etapas, pode-se definir algumas que são
comuns à maioria dos processos de coaching.
A relação entre coach e seu cliente requer, antes de tudo, o
estabelecimento de uma relação de mútua franqueza e confiança. Para isso é
necessário que haja profundo relacionamento entre ambos, caracterizado por
constante feedback e troca de experiências. Embora o coaching possa ser
desenvolvido também por telefone, convém que as reuniões iniciais sejam face
19a face, por favorecer esse relacionamento. Também é necessário que coach
e cliente se disponham a cooperar um com o outro. Sem essa abertura o coach
não poderá dispor de informações precisas e fidedignas para auxiliar o cliente.
Essa etapa pode requerer mais de um encontro. Nela, o esforço do
coach deve ser principalmente o de auxiliar o cliente no reconhecimento de que
seu comportamento pode afetar outras pessoas e de que é capaz de mudar
seu estilo e atuação. Deve haver um esforço do Coach para que esse
relacionamento não conduza uma dependência. Convém considerar que o
objetivo do coach não é apenas o de auxiliar na mudança de comportamento,
mas também em sua sustentação após a finalização do coaching.
2.3 Planos de Ação do Coaching
É importante que o cliente sinta que o plano de ação está sendo
elaborado em conjunto e não imposto. Pode ocorrer que o coach necessite ser
persuasivo em alguns pontos. Convém, entretanto, utilizar a maior cautela
possível, para ser ter êxito nesta etapa. Segundo Gil (2007), a maior dificuldade
está no fato de que, de certa forma, ela corresponde a um aconselhamento.
Como o propósito do coaching não é propriamente o de aconselhar, é possível
que se verifiquem algumas resistências aos conselhos oferecidos. Assim,
convém primeiramente definir clara e concretamente o propósito do conselho.
Deve-se deixar claro a que ele se refere, depois é preciso assegurar-se de que
o cliente está de acordo com o coach em relação à natureza do problema.
Convém estar muito atento à linguagem, que não poderá despertar resistências
no cliente ser controlador.
A elaboração do plano varia de acordo com a situação. Alguns itens, no
entanto, necessariamente deverão ser contemplados.
20• Visão de futuro: Esta visão depende exclusivamente do cliente. Nem
sempre, porém ela está clara para ele. Convém que o coach o auxilie na pre, porém ela está clara para ele. Convém que o coach o auxilie na
apresentação clara de seus objetivos;
• Resultados esperados: Estes resultados devem estar diretamente vinculados
aos objetivos. Não podem ser enunciados com a maior clareza e precisão, e
sempre que possível expresso em termos que possibilitem quantificação.
• Análise da discrepância entre o real e o esperado: Esta análise é feita pelo
cortejo entre os resultados apresentados no item anterior e a situação real do
cliente;
• Identificação das competências requeridas: É necessário que o cliente esteja
consciente de suas limitações, e das competências que precisa desenvolver
para alcançar os objetivos pretendidos;
• Ações a serem implementadas: A definição das estratégias e táticas a serem
adotadas é essencial. É preciso determinar principalmente, se as ações serão
prioritariamente de correção ou desenvolvimento;
• Prazos: A determinação de prazos é essencial para a operacionalização do
plano. Claro que pode haver alguma flexibilidade. Requer-se, no entanto,
definição precisa do início e término do processo, bem como de suas principais
etapas;
• Pessoas envolvidas: O sucesso do plano depende também da cooperação de
outras pessoas. Por isso torna-se necessário definir que pessoas estão
envolvidas no processo de desenvolvimento, para que se possa obter sua
cooperação;
• Acompanhamento: Essa fase corresponde ao período de monitorização, que
tem por finalidade assegurar que o cliente encontra-se no caminho certo e está
sustentando as iniciativas aprendidas no coaching. Para que possa ser
efetivada, é necessária que se disponha de uma agenda de acompanhamento,
tanto para facilitar o feedback quanto eventuais redirecionamentos.
Analisando o coaching com outros processos desenvolvidos dentro de
uma empresa e fora dela, existem algumas características que devem ser
consideradas em relação à psicoterapia, aconselhamento, treinamento e
mentoring.
A psicoterapia enfoca fundamentalmente o indivíduo e seus problemas
pessoais, enfatiza o passado, visa modificações na personalidade, e costuma
21ser longa e profunda. Enquanto o coaching, volta-se sobre tudo para
problemas de desempenho profissional, enfatiza o futuro, e bem mais rápido,mas de desempenho profissional, enfatiza o futuro, e bem mais rápido,
superficial, visa à ação, não trabalha patologias, trabalha unicamente no âmbito
em que seu cliente está comprometido.
O aconselhamento é muito mais direto que o coaching. Quando uma
situação requer aconselhamento, sua primeira tarefa é chamar a atenção do
empregado para o problema e reconheça a necessidade de mudar, identifica a
causa do problema e reforça o comportamento correto. O coaching fornece
elementos para que o cliente decida se convém mudar e busca alternativas
possíveis para melhorar o desempenho.
Gil (2007), enfoca que o treinamento trabalha com objetivos definidos
e operacionais, geralmente é dirigido a um grupo. O coaching é individual, os
objetivos são definidos ao longo do processo e exige um relacionamento mais
franco e intenso do que o treinamento.
O mentoring apresenta muita semelhança com o coaching. Sua
aplicação na empresa, no entanto, é restrita àqueles empregados que têm
muito potenciais e que se revelam promissores, mais que precisam de ajuda
para ter um desempenho de nível mais elevado. Assim, as ações do mentoring
buscam tornar o cliente um aliado da empresa, procurando enfatizar os valores
e a estrutura política da empresa e o estabelecimento de contatos e acesso
aos recursos necessários, com autoridade suficiente para proporcionar os
meios, para o desempenho de seus clientes possa atingir o nível pretendido.
Um dos mais importantes desafios por que passam as empresas, é o
da retenção de talentos. As empresas sentem o quão importante é gerir seu
capital intelectual, o que significa criar condições, para seu constante
desenvolvimento.
Neste sentido, fica fácil reconhecer o papel do coaching na empresa e
sua importância no aspecto do comportamento humano e suas diferenças
individuais.
22
2.4 O Modelo Grow
Existem vários modelos de coaching e cada um deles parte de uma
fundamentação teórica específica que tende a enfatizar alguns aspectos do
processo, atender à demanda de um seguimento de mercado ao ajustar-se a
alguma aplicação específica.
Segundo Krausz (2007), esse modelo é um dos mais antigos e mais
citados na literatura especializada. Foi construído por Graham Alexander e
adotado por John Whitmore (2004) sendo, ainda hoje, bastante conhecido e
utilizado na Grã-Bretanha como um quadro de referências para o desenvolvi-
mento da relação entre coach e coachee. Um levantamento realizado em 2002
pela Work Foundation, e a Escola de coaching, segundo informam Dembkovski
& Eldrige (2003), indicou que 34% dos respondentes usavam este modelo.
A rigor trata-se mais de uma ferramenta simples e prática para orientar tanto
uma sessão de coaching quanto um processo de coaching.
O termo GROW é um artifício mnemônico que provêm da combinação
das quatro primeiras letras das palavras da língua inglesa: Goal (meta), Reality
(realidade), Options (opções), e Will (vontade) e se propõe:
• Auxiliar e apoiar o coachee a estabelecer especificamente o que ele pretende
alcançar.
23
2.5 Mensurações Sobre o Coaching
Gil (2007),enfatiza que esses objetivos/metas deverão ser específicos,
mensuráveis, alcançáveis, realistas e com prazo determinado. Essa nem sempre
é uma tarefa simples e exigirá do coach a capacidade de estimular a motivação
do coachee para fazer determinadas coisas que nem sempre são fáceis para ele,
mas que o levarão a chegar onde deseja.
- O que está acontecendo agora? (O que, quando, quanto, onde, com que
freqüência?)
- Qual o efeito sobre você?
- Qual o efeito sobre os outros?
- O que você fez até agora a respeito disso?
- O que pode ser feito para mudar essa situação?
• Analisar as opções disponíveis, testar a validade de cada uma delas e
selecionara mais válida para o coachee naquele momento.
Explorar as várias alternativas apresentadas pelo coachee. Apoiá-lo na
busca de opções diversificadas para depois submetê-las ao escrutínio dele (a)
discutindo as vantagens e desvantagens das que foram selecionadas. Em
seguida, estimulá-lo a tomar sua própria decisão. Dessa forma, o coachee
tenderá a se apropriar dela e assumir a responsabilidade por ela.
A maneira mais eficaz, segundo krausz (2007),de calcular o real valor
do trabalho do coach, é por meios dos benefícios auferidos pelo coachee e
pela organização, o pelo retorno sobre o investimento, e não pelo preço de
seus honorários. Esse cálculo nem sempre é de fácil execução, pois os
24benefícios ou retornos se refletem direta ou indiretamente sobre resultados
que nem sempre são corretamente atribuídas a mudanças comportamentais
relevantes das lideranças.
Várias organizações acreditam que dispor de coaches internos é mais
barato do que contratar coaches externos. Tal crença necessita ser analisada,
pois coaches internos, pelo fato de serem funcionários da empresa poderão
eventualmente não ter a neutralidade e a isenção necessárias para atuar com o
nível executivo.
25
CAPÍTULO 3
PROCESSO COACHING COMPORTAMENTAL
3.1 Etapas do Processo Coaching
Tanto coaching executivo tanto o empresarial umas vez que ambos se
dão dentro do contexto organizacional, partilham dos mesmos princípios
básicos e das mesmas etapas.
Qualquer trabalho na área de coaching exige, como bem lembra
knudson(2002, pag. 186)
Uma compreensão sofisticada tanto das organizações, como dos
indivíduos. [...] Líderes seniores tem um papel crítico no direcionamento, na
definição de posições estratégicas e no estabelecimento do foco nas
operações negociais necessárias para a execução bem sucedida.
As fases do processo de coaching executivo e empresarial, não são
uma unanimidade na literatura especializada. Freas (2005), apontaque o
processo de coaching pode ser subdividido em cinco fases. A determinação
exata de cada linha divisória é menos importante do que a abordagem feita
para tratar das questões que surgem no processo como um todo.
Fase 0 – Levantamento preliminar sobre a organização e seu funcionamento.
Fase 1 – Contratação cuidadosa.
Fase 2 - Levantamento abrangente para identificar entre o esperado e o real
no desempenho do executivo.
Fase 3 – Feedback e plano de ação.
26
Fase 4 – Aprendizagem ativa – nesta fase nesta fase poderão ser incluídas
estratégias de desenvolvimento como dramatizações, feedback por meio de
sombra do coach, etc.
Fase 5 – Análise e sustentação do sucesso: em geral, seis meses após o
encerramento do processo, uma versão resumida do levantamento preliminar,
para determinar a natureza do impacto do processo do indivíduo na
organização. gravações de vídeo ou áudio da atuação do coachee, leituras
atuação
3.1.1 Relação Contratual
Krausz (2007) define o pré-requisito fundamental, por meio do qual as
metas do processo de coaching são explícitas e relacionadas com os objetivos
da empresa. O coaching se processa dentro de uma relação contratual entre
iguais na qual o coach se posiciona como parceiro do cliente/coachee para
alcançar as metas estabelecidas. A relação contratual envolve respeito mutuo
transparência e compromisso com resultados estabelecidos. Faz parte do
contrato a troca constante de feedback entre os contratantes afim de manter
um clima de abertura e cooperação, condição necessária para o sucesso da
parceria.
A palavra contrato, não é aqui empregada para designar
necessariamente um documento escrito com validade legal, mas sim um
compromisso ou um acordo de ordem moral e ética entre duas pessoas adultas
que envolve confiança e credibilidade.
27
3.1.2 Comprometimento
Podemos distinguir alguns níveis de comprometimento que, por sua
vez, resultam em graus crescentes de investimento de tempo,energia e
atenção para alcançar uma determinada meta e obter as respectivas
compensações.
1) Nível de Comprometimento Baixo- Resume-se no comprimento
de padrões estabelecidos, ou seja, rotinas. Esse nível de
comprometimento é insuficiente para sustentar uma relação produtiva
entre coach, coachee e a organização.
2) Nível de Comprometimento Médio- Envolve uma identificação
com uma finalidade significativa, que faz sentido para as pessoas
envolvidas. Isso cria condições para se manter determinados
comportamentos e intenções mesmo em face de eventuais
adversidades. Em outras palavras, garante uma relativa sustentabilidade
de propósitos.3) Nível de Comprometimento Alto- Implica firme intenção e
convicção que permitem perseverar na busca dos resultados mesmo em
face de adversidades. Quanto mais elevado o nível de comprometimento
entre os envolvidos no processo de coaching, maior a sua probabilidade
de processo. Trata-se de um posicionamento que inviabiliza a relação de
dominação e estimula uma relação de aprendizagem.
4) Confiança- É preciso ter em mente que confiança não pode ser
considerada uma conquista permanente. Dada a sua fragilidade e
delicadeza, é algo que precisa ser reconstituída, renovada e reiterada a
cada dia. A confiança implica selecionar as sementes, analisar o terreno
onde serão plantadas, acompanhar seu desenvolvimento, providenciar
os nutrientes necessários, regar na medida adequada, podar os galhos
que atrapalham o crescimento e colher os frutos no momento adequado.
285) Consideração / Proteção/ Lealdade Como Coachee /
Cliente
O bem-estar e a auto-estima equilibrada são considerados aspectos que
reforçam a expansão da consciência, a criatividade e a capacidade de
processar feedbacks. Por esta razão, o coach respeitará as
necessidades e solicitações do cliente, desde que caibam dentro do
contrato estabelecido e dos limites da ética profissional, será construtivo
e honesto em seus feedbacks, direito, autêntico e respeitoso ao tratar de
questões como conflitos de interesse, questionamento, confrontações.
6) Confidencialidade- Nos casos em que o coaching é subsidiado pela
organização e esta solicita algum tipo de relatório, esse fato deverá ser
comunicado ao coachee e as informações fornecidas deverão ser
levadas ao seu conhecimento previamente. Essa é a prova mais
evidente da transparência entre parceiros e da ética profissional do
coach.Caso essa condição não seja preservada, haverá o risco de
resistência, defensividade ou deverá representar algum tipo de ameaça,
forma de controle ou abuso de poder.
7) Conflito de Interesse- Qualquer eventual conflito de interesse será
discutido abertamente e equacionado tendo-se em mente a integridade,
a proteção e o bem estar do coachee. Um exemplo típico será o do
coach que esteja prestando serviços para o executivo de uma empresa
com quem o coachee tem alguma pendência de ordem pessoal ou
profissional, ou atendendo a dois potenciais candidatos a uma mesma
posição.8) Concentração/foco na Ação e Nos Resultados
O trabalho de parceria entre coach e coachee cria uma oportunidade
ímpar para aplicação de horizontes para a análise de metas e ações sob
diferentes perspectivas e valores, para a diversificação de opções, ao
mesmo tempo em que estimula a criatividade, a ação e a reflexão
direcionadas para a busca de resultados. Em ultima análise, o coachee
é convidado e apoiado a romper com padrões repetitivos de
comportamentos que o aprisionam, trocando o círculo vicioso no qual se
encontra por um círculo virtuoso de desenvolvimento, de descoberta e
reconstituição de sua visão do mundo.
29
3.2 Comportamento Humano
A analise transacional é uma teoria do comportamento humano que
oferece um quadro de referencia teórico/pratico claro. Segundo Krausz (2007)
esse quadro tem se mostrado eficaz e apropriado em processos de mudança
comportamental, uma vez que foca ao mesmo tempo dois aspectos
intimamente relacionados: o relacionamento inter pessoal e o processo de
comunicação.As razões são as seguintes:
- As características comportamentais de cada posição existencial são
mutuamente exclusivas;
-As características comportamentais tendem a se repetir;
-As características comportamentais refletem no estilo de comportamento;
-As características comportamentais de cada uma das posições existenciais
prevêem, com elevada probabilidade de acerto, as reações mais prováveis das
pessoas diante de determinadas situações;
-As características comportamentais impactam e direcionam os
relacionamentos, seu grau de estabilidade e a qualidade dos resultados;
-Embora cada ser humano tenha uma posição existencial predominante ele
tem a capacidade de circular pelas outras posições existenciais, mais sua
tendência e retornar a que se predomina e exibir mais freqüentemente os
comportamentos que dela derivam.
30
3.2.1 Escopo do Relacionamento
É óbvio que o coaching de equipe envolve pessoas; porém há mais
uma dinâmica em jogo, o coaching entre os membros da equipe. Clutterbuck
(2008) enfoca que o coaching de equipe funciona melhor quando estimula e
apóia o ato de aplicar esse processo. Um dos recursos mais úteis consiste em
identificar, por um coaching individual, as questões que são significativas para
a equipe toda. Então estimulo aquele indivíduo a ser coach, do resto da
equipe,passando pela mesma evolução de pensamento, que ele mesmo
experimentou. Essa estratégia não só permite o compartilhamento do
aprendizado como também aprofunda e expande a aprendizagem que cada
indivíduo adquire.
Em muitas equipes, uma decisão pode ser tomada em graus muito
variados de compreensão e comprometimento. Esse fenômeno pode ser
observado, com nitidez especial, quando os integrantes da equipe são de
diversas nacionalidades.
31
3.3 Estilo de Relacionamento
Por melhor que sejam as ferramentas, as técnicas, os conhecimentos e
experiência na área de coaching, Krausz (2007) descreve que os resultados
não serão compatíveis se o coach não for capaz de estabelecer um
relacionamento produtivo com o coachee. Daí a necessidade de não só
desenvolver e aperfeiçoar constantemente sua competência interpessoal, como
também de reconhecer o estilo do relacionamento.
- Criação de um ambiente de compreensão, e aceitação mútuas: Esse tipo de
ambiente se instala quando o coachee se sente respeitado, ouvido,
considerado reconhecido em suas percepções, opiniões e pontos de vista.
- Otimização do uso do potencial das forças do coachee: É importante que o
coachee se familiarize com os recursos que dispõe e não utiliza como também
aperfeiçoar aqueles cuja utilização adequada poderá ajudá-lo a alcançar os
resultados desejados em menos tempo, com menos esforço e mais segurança.
-Ampliação da consciência das limitações do coachee: Trata-se aqui de entrar
em contato com áreas que, com algum aperfeiçoamento, poderão facilitar o
alcance de metas e resultados.
-Apoio/suporte para descobrir, desenvolver e testar habilidades. Essa questão
está diretamente ligada ao direito de não estar sempre certo, de rever refletir a
respeito das novas experiências e seus resultados
-Manutenção das mudanças comportamentais adotadas e desenvolvimento de
estratégias para evitar recaídas de velhos hábitos: Dessa forma, desenvolve-se
a autonomia do coachee e sua capacidade de auto- observação e autogestão.
Dessa forma, aperfeiçoa sua competência relacional e sua inteligência social,
isto é, sua capacidade de lidar construtivamente com a diversidade das
pessoas, das culturas, hábitos valores e tentativas de jogos de poder.
32
3.4 Estilos Comportamentais
Estas diferentes combinações entre estilos comportamentais, Krausz
(2007) descreve, que poderão impactar o relacionamento coach e coachee, e
qual o comportamento mais adequado para o coach trabalhar
Com coachees utilizando alguns estilos desenvolvidos por Tomas Crane (2000,
p. 145-156), uma tipologia de quatro estilos de comportamento, a partir de duas
variáveis: a intensidade da assertividade e a intensidade da emotividade.
3.4.1 Estilo Colaborativo (Baixa Assertividade, Alta
Emotividade)
Características: pessoas sensíveis, conscientes dos sentimentos das
pessoas, flexíveis na busca de soluções ganha/ganha para os problemas, são
membros produtivos da equipe e tolerantes com pessoas.
Áreas prováveis de coaching: excesso de tolerância, dificuldade em
confrontar pessoas submissas, excessivamente emotivas, dificuldade de dizer
não e de estabelecer limites.
No papel do coach: tende a ser confiável, mantém contato com os
sentimentos do coachee. Corre o risco de ser demasiado paciente e pouco
assertivo no estabelecimento do contrato, nas confrontações, e na passagem
da fase de planejamento para a ação.
33
3.4.2 Estilo Criador (Alta Assertividade, Alta Emotividade)
Características: demonstram energia e entusiasmo pelo trabalho, geram
uma variedade de idéias e opões, comunicam-se com fluência e são intuitivos.
Tendem a impulsividade, não observam detalhes, não são hábeis no
planejamento e acompanhamento das atividades.
Áreas prováveis de coaching: tomada de decisão imediata sem
considerar adequadamente as conseqüências e sem dados e informações
confiáveis, prometem muito e entrega pouco, falam muito e produzem poucos
resultados, falta de foco, o entusiasmo inicial não se sustenta o tempo
suficiente para atingir as metas propostas.
No papel de coach: fala muito, tende a não dispor das informações que o
coachee necessita, tem dificuldade de ver a realidade causada pela visão
distorcidamente otimista.
3.4.3 Estilo Condutivo (Alta Assertividade, Baixa Emotividade)
Características: Assumem o comando e a iniciativa dos projetos, tem
pensamento independente, são disciplinados, focados em resultados e bons
organizadores ( de processos e pessoas). Poderão entretanto não estar
conectados com os sentimentos e necessidades dos outros, tendem a tomar
decisões autocráticas, ser impaciente e não ter boa escuta.
Áreas prováveis do coaching: desenvolver capacidade de escuta, o
autoconhecimento,empatia e compaixão.Analisar e rever seus níveis de
34exigência consigo e com os outros, delegar, confiar na capacidade das
pessoas, questio
nar de forma construtiva, conviver com a diversidade e aprender a elogiar de
forma aberta e autêntica.
No papel do coach: manter seus limites e respeitar os limites do
coachee, evitando muita proximidade que poderá redundar em invasão. Ser
claro, objetivo, direto, relevante e focado em resultados, evitar críticas, basear-
se em dados, conhecimento e intuição.
3.4.4 Estilo Clarificativo (Baixa Assertividade, Baixa
Emotividade)
Características: pessoas sistemáticas e firmes em seu pensamento e
planejamento, capazes de manter uma perspectiva baseada em fatos e dados
minuciosos. São monótonas em suas interações e perfeccionismo e detalhismo
emperra o fluxo do diálogo. Dificuldade em tomar decisões e assumir
responsabilidades, pois temem correr riscos.
Áreas prováveis do coaching: desenvolver a flexibilidade, ampliar as
perspectivas,desenvolver a visão de conjunto, a dinâmica de funcionamento do
sistemas humanos e sociais, analisar valores e preconceitos, expressar
sentimentos e desenvolver a rede de relacionamentos.
No papel de coach: caminha devagar, enfatizando questões como a
variedade de opções, pontos de vista, valores e conceitos. Não aceitar convite
para aceitar o perfeccionismo no coachee, de modo a desenvolver um
equilíbrio entre detalhes relevantes e visão geral, mantendo o foco em
resultados.
35
3.5 Processos e Relacionamentos
Segundo Clutterbuck (2008), a vida numa equipe estável tende a formar
as próprias rotinas. Se são confortáveis ou não, é algo que depende do nível e
da natureza do estresse existente dentro da equipe. Quando a fase difícil, as
pessoas evitam desafiar os pressupostos com base nos quais o trabalho é
executado porque, se fizessem isso, teriam a chance de passar por um
possível trauma com eventuais mudanças. Quando estão numa costuma
acontecer, por exemplo, que uma equipe demonstre sinais constantes de
melhora no desempenho aumentando as vendas ou produzindo mais, sem que
isso contribua de maneira significativa para suas metas de longo prazo,
digamos, de consolidar uma parcela do mercado. Por exemplo, no mercado
crescente de telefonia celular, praticamente todas as equipes de venda acham
que estavam fazendo um grande trabalho. Quando deram de cara com a
realidade, mascarada como saturação do mercado, muitas ficaram totalmente
atônitas. O coach pode ajudar a equipe a achar tempo para estender o olhar
mais além do que o negócio habitual, combinando momentos em que seus
integrantes se reunirão para pensar criativamente sobre suas metas e como
pretendem alcançá-las. O coach da equipe também pode ajudar a equipe a instalar processos
nos quais:
Cada membro deve sugerir, pelo menos uma vez no bimestre, um
desafio significativo tanto para si como para a equipe;
Sejam criadas oportunidades para que os demais parceiros envolvidos,
como clientes internos e externos, por exemplo, confrontem e desafiem a
equipe como um todo.
36
3.6 Reconhecer e Identificar as “Questões de Lacuna”
As pessoas estabelecem um consenso mudo para deixar alguém
totalmente isolado porque é uma pessoa difícil de lidar. A necessidade de
coesão social dentro do grupo pode com freqüência, levar a uma aliança
silenciosa, na qual os comportamentos de um ou mais membros da equipe são
ignorados pelos outros por causa do medo de piorar a situação. Clutterbuck
(2008), enfoca que na pior das hipóteses, inventar historinhas elaboradas para
evitar encarar a realidade,( por exemplo, dizendo que a pessoa contribui muito
quando fica nos bastidores., para descrever o diretor-executivo que não tinha a
menor noção do negócio, mais era parceiro de futebol do presidente!).
O coach pode ajudar a lidar com esta questão, incentivando a equipe a
desenvolver maior clareza sobre seus papeis e responsabilidades, com um
monitoramento mais preciso e relevante, e mais feed-backs pertinentes;
facilitando a discussão sobre expectativas e normas de comportamento, assim
como sobre processos consensuais de desenvolvimento afim de obter
feedbacks interpessoais construtivos e desafiando os membros da equipe a
explorar suas motivações e condutas buscando receber feedback dos colegas.
Naturalmente, o problema pode não ser de comportamento. Pode ser
uma questão relativa a processos de trabalho que a equipe está muito
temerosa de enfrentar, como o possível encerramento de sua unidade ou a
possibilidade de um tanque de combustível vazar e poluir o rio adjacente.
Cabem os mesmos princípios. Além disso, o coach pode ajudar a equipe a
construir processos robustos de análise de risco. A administração de riscos nas
organizações é tipicamente aplicada ao nível corporativo ou de
macroprocesso, como ocorre com a construção de uma fábrica ou o
37gerenciamento de um departamento clinico de um hospital. Entretanto pode
estar integralmente aplicada às equipes em geral.
O desenvolvimento de análises processuais detalhadas oferece a
oportunidade de dialogar dentro da equipe sobre a possibilidade de haver
problemas (freqüência estimada) e de impactos caso ocorram. O coach pode
estimular um maior rigor neste diálogo do que viria a ocorrer sem sua interven-
ção, e assim garantir que todos os passos do processo sejam cobertos, e que a
equipe, adote uma visão realista tanto da freqüência possível de problemas
como de um impacto potencial. Uma pergunta fundamental neste coaching:
Quais as evidências para esta estimativa?
3.7 Como os Comportamentos Sustentam a Equipe de
Aprendizagem
Uma noção comum de propósitos é alcançada quando os membros da
equipe compartilham um claro conjunto de metas. Na equipe ideal, estas metas
têm resultados definidos. Clutterbuck (2008), explica que uma ligação com as
metas da organização e um consciência das forças e fraquezas de cada um
serve entendimento comum do que a equipe toda precisa fazer para cumprir a
tarefa. A clareza das metas informa os membros d a equipe o que seus
integrantes precisam aprender e por quê.
Uma noção comum de prioridades decorre da existência de metas
compartilhadas. Saber o que é importante e o que capacita as pessoas a
tomarem decisões sobre as quais são as necessidades mais importantes de
aprendizagem.
38 Disponilibilidade para falar abertamente é uma atitude indispensável
na criação de um diálogo genuíno. Caso os membros da equipe trabalhem
juntos há muito tempo, e sejam extremamente unidos, dificilmente conseguiram
ter uma postura crítica em relação aos seus companheiros. Superar essa
relutância e ser capaz de oferecer feedbacks honestos uns aos outros é uma
atitude que endossa a manutenção da aprendizagem.
Ter consciência das forças e fraquezas de cada um serve de plataforma
para a mutua assistência, e o coaching interno.
Valorizar as diferenças cria um clima de respeito mútuo, que construir
uma disponibilidade para dividir conhecimentos e expertise, de maneira que
não existe espaço para o conceito de que “ saber e poder” dentro dessa
equipe.
Por fim, todas as equipes mais bem sucedidas, e todos aqueles que se
lembravam de equipes que para eles tinham sido experiências, significativas de
aprendizagem, falaram de causar alvoroço. Aqui existem, de fato dois
aspectos: alvoroço e efervescência. Alvoroço é o prazer experimentado em um
ambiente social, oriundo de se trabalhar com outros com quem é possível
aprender. Efervescência, é o sentimento é o prazer causado pelo próprio
trabalho. Juntos, o alvoroço e a efervescência tornam-se poderosos
motivadores tanto para aprendizagem quanto para realização de tarefas.
39
CONCLUSÃO
O coaching executivo, empresarial e pessoal, tem se mostrado eficaz e
com elevado potencial de influência no desenvolvimento, na mudança
comportamental e na aprendizagem. Seus efeitos podem ser observados por
meio dos resultados, significando assumir o compromisso de fazer algo, num
determinado período de tempo.
Quando coach e coachee concordam em se comprometer e assumir a
responsabilidade que lhes cabe no processo, o coach oferece apoio,
assistência, estímulo, disponibilidade, atenção, informações, proteção e
permissão para o coachee superar as eventuais dificuldades e entraves
sempre que necessário, mesmo confrontando o não-cumprimento de algum
item do contrato, o coachee se propõe a tomar decisões, implementá-las e
responder pelos resultados.
Dessa forma, ambos, o coach e o coachee estarão sendo
beneficiados com um contrato nivelado, igualitário e de grande parceria e
humanização, focando uma real e efetiva mudança comportamental.
40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CLUTTERBURCK, David.
Coaching Eficaz – Como orientar a sua equipe de trabalho para potencializar
resultados. / David Clutterbuck; tradução Maria Silva Mourão Netto. – São
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GEHRINGER, Max. O que é coaching? Você S.A, São Paulo Abril, 2000.
Gestão de Pessoas: enfoque nos papeis profissionais/ Antonio Carlos Gil – 1
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define o que é ser inteligente – Rio de Janeiro : Objetiva, 2001.
Jornal O Globo; Caderno Boa Chance: O real valor do coaching/ Domingo 21
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Krausz, Rosa R.
41
BIBLIOGRAFIA CITADA
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rersultados/ David Clutterbuck; tradução Maria Silva Mourão Netto. – São
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Krausz, Rosa R.
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CRANE, T. The heart of coaching. San Diego Ca.: (5 rd Printing).
FREAS, A.M. O coaching de executivospara resultados no negócio. In:
GOLDSMITH, M. et al. (Org.) Coaching. O exercício da liderança. Rio de
Janeiro: Campus. 2003
43
ÍNDICE
Introdução 9
Capitulo I
Utilização do Coaching
1.1 Identificando a Necessidade do Coaching 11
1.2 Questionamentos Possíveis 12
1.3 Aplicação do Coaching no Mundo Empresarial 13
1.4 Como Melhorar o Desempenho 14
1.5 Coaching de Equipes 15
Capitulo II
CoachingTransformacional
2.1 Habilidades do Coaching 17
2.2 Desenvolvimento e Estabelecimentos de Uma Relação de Confiança 18
2.3 Planos de Ação do Coaching 19
2.4 Modelo Grow 22
2.5 Mensurações Sobre o Coaching 23
Capítulo III
3.1 Etapas do Processo Coaching 25
3.1.1 Relação Contratual 26
3.1.2 Comprometimento 27
3.2 Comportamento Humano 29
3.2.1 Escopo do Relacionamento 30
3.3 Estilo de Relacionamento 31
3.4 Estilos Comportamentais 32
3.4.1 Estilo Colaborativo (Baixa Assertividade, Alta Emotividade) 32
3.4.2 Estilo Criador (Alta Assertividade, Alta Emotividade) 33
3.4.3 Estilo Condutivo ( Alta Assertividade, Baixa Emotividade) 33
3.4.4 Estilo Classificativo (Baixa Assertividade, Baixa Emotividade) 34