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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” A atuação do psicopedagogo na escola regular/ inclusiva Juliana Pires Mendes ORIENTADORA SIMONE FERREIRA Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A atuação do psicopedagogo na escola regular/ inclusiva

Juliana Pires Mendes

ORIENTADORA

SIMONE FERREIRA

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A atuação do psicopedagogo na escola regular/ inclusiva

Rio de Janeiro

2010

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia. Por: Juliana Pires Mendes

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha família por

todo apoio e incentivo e toda dedicação. Aos meus

amigos por todo carinho. Aos diretores e funcionários do

Espaço Cultural Tocando em Você por ter me dado a

oportunidade de conhecer a realidade das pessoas com

necessidades especiais e por me oferecer muitos

aprendizados. A minha orientadora Simone Ferreira por

ter ajudado na confecção deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha mãe Márcia, que

sempre acreditou em mim, sempre me incentivou e

sempre esteve ao me lado. Também dedico ao meu pai

Francisco por toda confiança e todo amor e ao meu irmão

Marcio, pelo companheirismo e pela ajuda na confecção

deste trabalho.

Vocês são as pessoas mais

importantes da minha vida! Amo vocês!

Juliana Mendes

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RESUMO

A cada ano aumenta-se o numero de matriculas de pessoas com necessidades especiais na escola regular. Além disso, surgem novas patologias ainda desconhecidas por muitas pessoas e a necessidade de oferecer novas propostas de educação a fim de promover uma aprendizagem significativa para um aluno, seja portador de necessidades especiais ou não. Por tudo isso, iremos apresentar um trabalho no qual irá relatar a atuação do psicopedagogo na escola regular/ inclusiva, pois esse profissional, que estuda e investiga a fim de eliminar a defasagem escolar, muito poderá contribuir para que as escolas possam adequar-se quanto a nova realidade escolar assim promovendo o desenvolvimento no ensino- aprendizagem.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada destina-se a professores, psicopedagogos e

outros profissionais que buscam orientação teórica para sua prática e

complementação de seus estudos sobre a atuação do psicopedagogo.

Foram utilizados como referencia, livros e artigos de Nadia Bossa ,

Laura Monte Serrat, Piaget e Vygosty; por tratar-se, este estudo, de uma

pesquisa bibliográfica.

O todo o trabalho é realizado a fim de promover estratégias que

possam oferecer as melhores condições de estudo e de desenvolvimento

cognitivo- emocional – afetivo e social para todos os alunos, com necessidades

especiais ou não.

A proposta desta monografia é relatar a importância do

psicopedagogo, e de como ele poderá atuar nas instituições escolares a fim de

ajudar no desenvolvimento de todos os alunos. Para isso, além de citações de

importantes autores e psicopedagogos, destacam-se algumas ferramentas e

estratégias favorecedoras no processo de interação entre o psicopedagogo e o

aluno, e assim beneficiar o processo de ensino- aprendizagem.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO 1

PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR

CAPÍTULO 2

ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 19

CAPÍTULO 3

O ALUNO PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS NA ESCOLA REGULAR/INCLUSIVA 29

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 42

ÍNDICE

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INTRODUÇÃO

Esta monografia tem como propósito e hipótese apresentar a

atuação do psicopedagogo nas escolas regulares. Como já é de conhecimento

de todos, o Plano Nacional de Educação aprovou a lei no qual todos os alunos

portadores de necessidades especiais têm o direito de estudar em uma escola

regular, recebendo todas as adaptações curriculares necessárias para o seu

desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem. Porém, há barreiras

para que a inclusão realmente seja realizada com êxito, visto que muitas

escolas e professores não estão preparados para prosseguir com esse trabalho

diferenciado.

Por esse motivo, é de extrema importância, explicarmos a

importância do trabalho do psicopedagogo na escola regular, pois esse

profissional estudará as diversas patologias existentes e trilhará diversos

caminhos para ajudar no processo de aprendizagem destes alunos especiais.

Gostaríamos de ressaltar que o psicopedagogo atuará com os alunos

especiais e com os alunos que tem dificuldades de aprendizagem. Seu papel

será o de prevenir e intervir com o objetivo de ajudar no desenvolvimento

global dos alunos.

Temos como objetivo analisar o trabalho do psicopedagogo, e assim

mostraremos como ele investiga as principais causas de dificuldades de

aprendizagem e como promoverá o trabalho interdisciplinar entre professores ,

equipe terapêutica e escolar. Promoveremos a importância do trabalho do

psicopedagogo com a família para que a mesma possa apoiar o processo de

ensino-aprendizagem do aluno.

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CAPITULO I

PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR

1.1- o que é psicopedagogia? “O objeto central de estudo da Psicopedagogia está se

estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos- bem como a influência do meio (família, escola, sociedade) no seu desenvolvimento” (Kiguel, 1991, p.24)

A psicopedagoga investiga, estuda e trilha caminhos para o

aprimoramento do processo de aprendizagem. Analisa diferentes alternativas

para lidar com as dificuldades no processo educacional de modo reflexivo,

utilizando como ferramentas de trabalho, as atividades lúdicas, a vivência e a

praticidade com o objetivo de eliminar ou minimizar essas dificuldades.

O Psicopedagogo poderá atuar em escolas, hospitais e empresas, de

forma preventiva, terapêutica e remediativa, sempre contribuindo para o

processo da aprendizagem humana.

Segundo Kiguel, a Psicopedagogia surgiu na fronteira entre a

Pedagogia e a Psicologia. Porém, atualmente se faz necessário a ênfase em

seu caráter interdisciplinar, pois, para que a Psicopedagogia possa articular os

problemas de aprendizagem de um indivíduo e entender o seu estado

emocional -social- cognitivo, será necessário a comunicação com outras áreas

do conhecimento, tais como: Psicologia, Fonoaudiologia, Medicina e áreas

afins.

“Os diversos autores que tratam a psicopedagogia enfatizam o seu caráter interdisciplinar. Reconhecer tal caráter significa admitir a sua especificidade enquanto área de estudos, uma vez que, buscando conhecimentos em outros campos, cria o seu próprio objeto, condição essencial da interdisplinaridade. Ao admitir essa interseção, não nos resta outra alternativa

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senão abandonarmos a idéia de tratar a Psicopedagogia apenas como aplicação da Psicologia à Pedagogia, pois, ainda que se tratasse de recorrer apenas a estas duas disciplinas ( o que não creio) na solução problemática que lhe deu origem – os problemas de aprendizagem- não seria como mera aplicação de uma à outra, mas sim na constituição de uma nova área que, recorrendo aos conhecimentos dessas duas, pensa o seu objeto a de estudo a partir de um corpo teórico próprio , ou melhor, que busca se constituir” ” (BOSSA, pág. 8)

O Psicopedagogo é um profissional pós-graduado, que estuda e

investiga os problemas de defasagem escolar para atender crianças ou

adolescentes atuando de forma preventiva , no tratamento clinico e/ou

institucional. Esse profissional também é apto para trabalhar com os alunos

portadores de necessidades especiais, pois possui estudos clínicos quanto às

patologias existentes. Uma das principais características desse profissional é a

capacidade de escutar as pessoas, uma vez que esse é um fator fundamental

para que possa conhecer o sujeito e perceber como e o que ele aprende e

como diz Nádia Bossa, “perceber o interjogo entre o desejo de conhecer e o de

ignorar”. A escuta também é importante para saber a “queixa” da família em

relação ao aluno.

“Torna-se psicopedagogo é um processo que, pela sua

complexidade, nos exige a criação de competências e habilidades fomentadoras de multidimensionais olhares de investigação (na e pela) ação permanente, além da consciência de que a nossa formação nunca será concluída, visto que na nossa práxis a pesquisa e a continuada formação deve ser uma constante” (BEAUCLAIR,2004a, 2004b).

O Psicopedagogo exercerá também um importante papel junto à

Escola e Família, visto que poderá intervir com o objetivo de orientá-las para

que possam contribuir no processo individual de aprendizagem do aluno.

O Psicopedagogo terá como instrumentos: entrevistas (dirigidas em

forma de anamnese ou livres), avaliação, observações e relatos sob forma de

relatórios da equipe pedagógica. Com essas ferramentas, poderá traçar um

perfil do educando e conhecer melhor a dinâmica familiar do mesmo, que é

uma importante peça no processo educacional.

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No tratamento clinico, o psicopedagogo irá utilizar vários

instrumentos a fim de identificar as causas dos problemas de aprendizagem

tais como: provas operatórias ( Piaget ) , EOCA, provas projetivas ( desenhos ).

No âmbito escolar , ele poderá realizar um diagnostico institucional com

a colaboração dos professores , solicitando relatórios sobre o aluno, a fim de

verificar possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando no

processo de ensino-aprendizagem.

Seja no âmbito escolar ou institucional o psicopedagogo sempre

utiliza diversas estratégias, jogos e as brincadeiras como importantes

instrumentos de aprendizagem bem como afirma João Beauclair no site

http://200.170.93.140/artigos/artigo.asp?entrID=552:

“Como sujeitos autônomos, que agimos/interagimos neste mundo complexo e mutante, e enquanto psicopedagogos ocupados em dar novos significados à vida daqueles que por ventura nos deparamos em nossas ações clínicas e/ou institucionais, é essencial estabelecer vínculos com nossos próprios processos de desenvolvimento humano, percebendo que os conceitos de alteridade, compreensão do ser, pensar reflexivo, ócio criativo, atividade espontânea, brincar e aprender, jogos, subjetividade, psicodrama entre outros, não são modismos, mas sim estratégias para que, enquanto seres humanos, possamos avançar, rompendo barreiras num processo permanente e desafiador, propiciador de posturas novas, que nos levem para além dos poucos minutos que nossa atenção pode deter-se.”

O psicopedagogo também estuda e investiga as patologias a fim de

orientar e atender as pessoas com necessidades especiais. Nesse trabalho

também é preciso que o psicopedagogo articule com as outras áreas de

conhecimento a fim de promover o desenvolvimento dos portadores de

necessidades especiais.

O psicopedagogo irá trabalhar com as habilidades desses alunos e

ajudar a promover a inclusão realizando assim um trabalho interdisciplinar junto

à escola e a família. E com o seu olhar holístico, com a sua formação clinica e

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institucional, o psicopedagogo poderá muito orientar e intermediar a integração do

aluno especial na escola regular.

“O psicopedagogo tendo uma compreensão abrangente sobre a deficiência poderá desenvolver um importante papel instituições escolares, discutindo novas metodologias de ensino, questões sobre o preconceito e rejeição, ou diferentes modalidades de aprendizagem, seja do aluno ou do professor. Desta forma estará desenvolvendo um trabalho preventivo e contribuindo em direção da meta, talvez utópica da equiparação de oportunidades, o que o significa a sociedade se preparar para receber a pessoa portadora de deficiência.” SITE: http://200.170.93.140/entrevistas/entrevista.asp?entrID=19

1.2- Psicopedagogia escolar

Na Escola atuará de forma preventiva, ou seja, orientando no

processo de ensino aprendizagem e buscando estratégias facilitadoras junto

aos alunos com dificuldades na aprendizagem ou portadores de necessidades

educativas especiais, sempre visando à evolução global do ser humano.

No âmbito preventivo, o Psicopedagogo irá detectar possíveis

perturbações/alterações no processo de aprendizagem, participará da dinâmica

das relações da comunidade educativa e promoverá orientações

metodológicas. Este atuará junto à direção, coordenação e as equipes

responsáveis do aluno.

“A Psicopedagogia no âmbito escolar da instituição, ao

escolher uma forma preventiva de ação, transforma a atenção individual em grupal, analisa os sintomas, considerando a gama de ralações que existem numa instituição, e propõe projetos de atuação que apontem para uma mudança global, sem deixar de atender os casos concretos que aparecem como sintomas das tensões existentes na instituição” (BARBOSA, 1998, pagina 64)

O Psicopedagogo deve também valorizar as habilidades de cada

aluno, e não apenas os conteúdos programáticos. Deverá orientar os estudos

no que se refere à organização da vida escolar do educando, o

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desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, onde uma das ferramentas

principais serão atividades lúdicas ou jogos dirigidos, visto que proporcionarão

a vivência e a prática de forma a favorecer o desenvolvimento da

aprendizagem. O conteúdo escolar será utilizado pelo psicopedagogo como

mais uma estratégia para ajudar e fornecer ao aluno o domínio de si próprio e

as condições necessárias ao desenvolvimento cognitivo.

Para Lino de Macedo, “o atendimento psicopedagógico poderá, em

determinados casos, recorrer a propostas corporais, artísticas etc. De qualquer

forma, está sempre relacionado com o trabalho escolar, ainda que com ele não

esteja diretamente comprometido”.

Na instituição escolar, o psicopedagogo orientará e mediará a

inclusão dos alunos portadores de necessidades especiais, visto que sabemos

que muitas instituições não estão preparadas para receber esses alunos, como

questiona a psicopadagoga e psicologa Elizabete Chinche Bregantini “A

integração ou inclusão do portador de deficiências supõe uma superação dos

preconceitos, metodologias de trabalho e conhecimento científico. Os

profissionais de educação estão preparados para lidar com essa questão?

Quando nos referimos a esta questão, a primeira pergunta que fazemos é

quanto ao tipo de deficiência e grau, assim obtemos diferentes classificações

em relação à deficiência mental, visual, auditiva, motora e múltipla. Desta forma

temos apenas informações em relação aos aspectos orgânicos funcional da

deficiência. Porém considerando-se a complexidade do tema é necessário

considerar os outros fatores envolvidos como: Cultural, Político ou Econômico,

Social e Psicológico. Assim sendo se o Psicopedagogo exercer uma atuação

holística pensando o sujeito como um todo inserido na família, escola, trabalho,

comunidade e sociedade poderão promover a inclusão, equiparação de

oportunidades e a transformação de modelos tradicionais de aprendizagem e

clássicos de atendimento na área da saúde. É preciso analisar e atuar com

visão crítica e reflexiva sobre as questões culturais, políticas, da formação

profissional e pessoal, envolvidos o problema.”

(http://200.170.93.140/entrevistas/entrevista.asp?entrID=19)

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O psicopedagogo irá orientar aos docentes e ajudar os discentes

quanto a prática da aprendizagem significativa, pois acreditamos que a partir

das experiências dos alunos , explorando aquilo que ele já sabe, ocorre a

verdadeira aprendizagem. O psicopedagogo também explorará muitas

vivencias, estimulando e orientando quanto a confecção de materiais, jogos,

textos que tragam o aluno mais próximo do seu dia-a-dia, pois como afirma

Novak (2000) “ a aprendizagem significativa é um processo em que novas

informações ou os novos conhecimentos estejam relacionados com um

aspecto relevante, existente na estrutura de conhecimentos de cada individuo”.

O psicopedagogo, no âmbito escolar, com o seu olhar holístico,

deverá trabalhar de acordo com os pilares da educação que são: Aprender a

ser, aprender a conviver, aprender a fazer e o aprender a aprender . Jacques

Delors (1998) aponta como principal conseqüência da sociedade do

conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida,

fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, do

conhecimento e da formação continuada.”Através dessa perspectiva, o

psicopedagogo poderá oferecer ao educando um desenvolvimento da

sensibilidade, do pensamento autônomo e critico, a imaginação, criatividade, a

convivência com os outros, a iniciativa , intuição e as técnicas de como se

trabalhar . Dessa forma irá promover o seu desenvolvimento cognitivo,

fortalecendo seu potencial criativo, sem esquecer que para isso é necessário

estar atento quanto ao desenvolvimento emocional e social.

Por tudo isso, pode-se afirmar que a psicopedagogia irá buscar o

prazer, a harmonia entre o ensinar e o aprender, pois já sabemos que muitas

vezes o educando não aprende por não encontrar sentido em determinada

matéria. Quando se trata de um aluno com necessidades especiais, o

psicopedagogo, sendo um profissional que estuda as patologias existentes que

prejudica o processo de ensino- aprendizagem, investiga as melhores maneiras

de desenvolver as habilidade daquele aluno. De todas as formas, o educando

sendo portador de necessidades especiais ou não, o psicopedagogo buscará

novos caminhos para o conhecimento, visando à integração do aluno e

promovendo uma aprendizagem significativa.

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“Conhecer é pensar, inventar, é descobrir e conectar as

qualidades e atributos dos objetos recompondo com a minha capacidade criadora o real externo dentro de minha mente. Este é o significado do aprender. Não aprendo aquilo que o outro me dá pronto. Aprendo em função daquilo que posso trabalhar sobre o que o outro me diz, ou daquilo que o objeto me mostra ou descubro. Construo, invento , sempre dentro das minhas necessidade e do campo de possibilidades. Esta capacidade confere a chance- afetiva, por meio do nível simbólico e, cognitiva por meio dos níveis técnico- estruturais – de sobreviver, adaptar-me e estar presente com o meu saber.” (FALSETTI, L. A. V. 1994. p.47)

1.3 - Estruturas da nova escola

Desde 2008, a Política Nacional de Educação Especial na

Perspectiva da Educação Inclusiva determina que todos os alunos com

necessidades educativas especiais sejam matriculados em turmas regulares.

Isso significou um aumento de matriculas nas escolas em geral, e que na sua

maioria, não se encontravam, e não se encontram preparadas (escola e

educadores) para esta tarefa.

É preciso adequar, adaptar, perceber o individuo com um olhar

holístico para que possamos obter êxito no processo educacional de alunos,

deficientes ou não.

“Cabe ao profissional, um olhar sensível, capaz de

identificar facilmente diferentes tipos de diversidade: física, de ritmo, de pensamento, de comportamento, de cultura. A tarefa de identificar as diferenças não é simples, pois exige a “capacidade de estranhamento”. Distingo dois tipos de estranhamento, o negativo, que é voltado para a classificação e rotulação dos alunos a partir dos parâmetros estáticos, e o positivo, aquele que desencadeia a mobilização dos envolvidos. Enfrentar o desafio das diferenças em sala de aula demanda brincar, inventar e sonhar. Essas capacidades são ingredientes essenciais da criatividade, o que caracteriza o estranhamento positivo.” Revista Psique especial

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A Estrutura da Nova Escola consiste em: Adaptação do espaço

físico, recursos, busca de materiais didáticos e de outras estratégias para

ensinar os diferentes conteúdos e investimento da formação continuada dos

professores (este de fundamental importância).

A Nova Escola Regular/Inclusiva deverá contar com a atuação do

psicopedagogo, visto que sua intervenção será abrangente e extremamente

relevante para que ocorra uma real inclusão, pois trabalhará junto à família, a

equipe pedagógica, a direção e a comunidade.

“A inclusão postula uma reestruturação do sistema de ensino com o objetivo de fazer com que a escola se torne aberta às diferenças e competente para trabalhar com todos os educandos, sem distinção de raça, classe (Y)” (GUIMARÃES, 2003, p. 46).

A escola Regular inclusiva precisa adaptar-se a todos esses

procedimentos visando o processo de aprendizagem dos alunos portadores de

necessidades educativas especiais. Realizar inclusão seria pensar em

diferenças individuais, valorização de cada pessoa, compreensão da

diversidade humana, e estimular a aprendizagem e oferecer atendimento às

necessidades educacionais especiais ou não. Ainda sobre essa nova estrutura

regular inclusiva Mantoan (1997) afirma que “A inclusão causa uma mudança

de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que

apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: professores, alunos,

pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa

geral”.

Estudar em uma escola de ensino regular/ inclusiva possibilita ao

aluno com necessidades educacionais especiais acesso aos elementos

necessários para construir uma representação de mundo que lhe permita

transformar-se num adulto autônomo e participativo.

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“Para que haja uma melhor interação entre pessoas com necessidades especiais e as pessoas sem deficiências, o primeiro passo seria sensibilizar e capacitar todos os funcionários da instituição, professores, orientadores, enfim todos os profissionais. É importante também sensibilizar os pais, sobretudo os dos não deficientes, uma vez que eles devem desempenhar um papel ativo no processo de inclusão (JOVER, 1999, p. 12).

A estrutura da nova escola regular/inclusiva visa também dar

melhores condições de aprendizagem para aqueles alunos que não são

portadores de necessidades especiais, porém precisam de um maior auxilio

para o desenvolvimento da aprendizagem. É preciso investigar a vida do aluno,

ter um contato direto com os responsáveis e zelar pelo bem estar dessa

criança ou adolescente.

Por isso o psicopedagogo é um importante profissional a fim de

integrar a equipe da nova escola regular/ inclusiva, pois poderá auxiliar tanto na

parte psquica assim como na parte cognitiva. E também se for preciso saberá

encaminhar o aluno para algum profissional especializado.

E para que haja um bom processo de ensino- aprendizagem de um

aluno especial ou não, a fim de conhecer as habilidades de cada aluno, é

necessário que o processo educativo passe por algumas mudanças. O

psicopedagogo poderá atuar junto à escola e orientá-la. Adequar seria a melhor

estratégia. Assim a escola deverá dispor e oferecer aos professores, além de

cursos de capacitação, algumas flexibilizações tais como: Espaço; para permitir

que todos tenham acesso às dependências da escola, Tempo; permitindo um

tempo maior para que as crianças e jovens possam retomar conteúdos, realizar

tarefas complexas, entregar trabalhos e realizar provas; Conteúdo; Adequar o

programa previsto no currículo ou no planejamento de cada aula com o objetivo

de garantir que estudantes com necessidades especiais aprendam bem parte

da matéria, enfrentando e superando desafios assim só dispersando aquilo que

realmente for necessário e dispondo de tempo para ajudar um aluno que não

seja portador de necessidades educativas especiais, mas que esteja com

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dificuldades com os conteúdos buscando novas maneiras, estratégicas, a fim

de promover o entendimento e a compreensão de tal matéria; e Recursos;

busca de materiais didáticos ou de outras estratégias para ensinar algum

conteúdo, promovendo a vivencia , a prática e facilitando a aprendizagem.

“Assim, uma escola somente poderá ser considerada inclusiva quando estiver organizada para favorecer a cada aluno, independentemente de etnia, sexo, idade, deficiência, condição social ou qualquer outra situação. Um ensino significativo, é aquele que garante o acesso ao conjunto sistematizado de conhecimentos como recursos a serem mobilizados”. (Aranha, 2004)

Portanto, a nova escola regular inclusiva precisa adequar-se para a

inclusão das pessoas com necessidades especiais assim como deverá estar

apta para receber aqueles alunos ditos normais. É dever da escola manter uma

boa organização, limpeza, espaço, recursos , uma boa equipe escolar a fim de

promover a interdisciplinaridade e uma boa interação com a equipe

especializada e com as famílias dos docentes. Para que isso ocorra, é

necessário também uma boa gestão escolar e o apoio de um psicopedagogo a

fim de promover a interação entre os profissionais e o desenvolvimento dos

alunos com dificuldades de aprendizagem.

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CAPITULO II ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

2.1- o psicopedagogo e a equipe escolar (orientação / capacitação)

Uma escola, para que possa ser considerada inclusiva, precisa de

um bom trabalho realizado pela equipe escolar, composta por gestores,

professores, profissionais especializados e por todos os demais funcionários da

instituição.

O Psicopedagogo, que é um profissional especializado, atuará junto

à esta equipe, avaliando o plano de ensino, montando objetivos, elaborando

estratégias pedagógicas, analisando com freqüência a metodologia adotada,

sempre partindo das habilidades do alunos, criando metas em função das suas

possibilidades.

“Hoje, a escola como instituição tem recorrido à

Psicopedagogia para compreender, analisar e intervir nas práticas e relações que estão presentes no interior da escola. Psicopedagogos têm contribuindo para mudanças importantes em assessorias nas redes públicas e particular. Entende-se que a experiência clínica do psicopedagogo, por meio do modo próprio de analisar a singularidade dos conflitos, pode em muito contribuir para, senão reverter o insucesso escolar, diminuir sua exuberância.” ( PSIQUE ESPECIAL, P.44)

O Psicopedagogo realizará orientações objetivando um trabalho que

ofereça um atendimento adequado para os alunos com deficiência, a fim de

promover o pleno desenvolvimento dos mesmos. Essa intervenção é de suma

importância, pois sabemos que muitos gestores ainda não têm conhecimento e

prática na elaboração de um plano pedagógico eficiente para atender os alunos

com necessidades educativas especiais ou diferentes patologias. Apesar de

inseri-los em classes regulares, estes profissionais ainda possuem dúvidas em

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relação à eficácia da inclusão, ao trabalho de convencimento aos pais ( com ou

sem deficiência) e da equipe, à adaptação do espaço e dos materiais

pedagógicos e aos procedimentos administrativos necessários.

“A integração é, em suma, educar crianças nas classes dos não-deficientes. Para isso necessita individualizar programas, formar professores, aplicar novos processos, sistematizar os recursos, planificar as ações, avaliar as intervenções, etc.” ( FONSECA, pag 211)

A atuação do Psicopedagogo junto ao professor poderá oferecer

ferramentas de trabalho e informações para que ele possa atingir as

necessidades educacionais do aluno. Facilitará sua relação com o aluno e no

desenvolvimento do olhar holístico, para que o mesmo possa perceber a

habilidade do aluno e possa educá-lo de acordo com a sua capacidade. Se o

aluno for portador de uma necessidade especial específica, o psicopedagogo

também fornecerá informações quanto a sua patologia e buscará alternativas e

estratégias para que o professor possa obter êxito no processo de ensino-

aprendizagem.

“Os problemas mais encontrados nas instituições escolares, pelas quais tenho passado, estão ligados à relação professor/ aluno, passando pela questão da disciplina e das dificuldades de aprendizagem, decorrentes ou não deste fator referencial. Educadores encontram-se inseguros no “como” realizar sua ação, e os teóricos e técnicos que se propõem a ajudá-los repetem em seus discursos que não há “receita pronta”. Temos, portanto, professores que não sabem como agir, dos quais se espera algo bastante original. Muitas vezes, eles não podem construir uma ação inovadora por falta de referencial, ou seja, de uma “receita” que não precise estar pronta e acabada, mas que possa gerar reflexões, questionamentos e adaptações necessárias após a consideração dos ingredientes disponíveis.

Embora saibamos que a solução destes problemas não se encontra numa única ação, acreditamos que a Psicopedagogia, como área de estudo e atuação, voltada para a aprendizagem e para as dificuldades que podem surgir no

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processo, tem muito a colaborar para aperfeiçoar e ampliar as possibilidades da escola.” ( BARBOSA, pag 62)

O trabalho de capacitação dos professores e a equipe escolar, será

realizado por meio de orientações, como também o incentivo à formação

continuada da equipe docente. Reuniões com os gestores devem ser parte da

rotina, de forma que possam elaborar encontros para formação profissional e

realização de discussões em que sejam apresentadas às novas concepções

sobre a inclusão.

Conclui-se que, para o trabalho interdisciplinar e inclusivo realmente

aconteça, é preciso que a escola disponibilize/otimize tempo e espaço para que

os psicopedagogos, os professores e a equipe escolar se encontrem e

compartilhem informações. Essa integração é fundamental para a eficácia do

desenvolvimento do ensino-aprendizagem.

“A formação integral e completa de que cada

criança necessita exige a compreensão de cada criação individualmente, e isso requer um acompanhamento amplo em diferentes momentos e em diversas situações antes de se intervir. Para proporcionar a cada criança a formação integral, observação e intervenção pertinente, é necessária a participação dos pais e de uma verdadeira equipe multiprofissional.” ( González, 2007, p.404)

2.2 – O PSICOPEDAGOGO E A FAMÍLIA

É fato que a escola precisa ser bem equipada e com

equipe/professores capacitados, pois ela possui a grande responsabilidade de

alfabetizar e de fornecer conhecimento e aprendizado aos seus alunos. Porém,

outro fator de extrema importância na educação dos discentes é a participação

família neste processo, pois ela é o seu principal elo. É a família que oferecerá

o primeiro contato da criança com o mundo, estabelecerá qual ambiente ela

viverá, quais pessoas estarão inseridas nesta dinâmica e como a cultura estará

presente na sua vida.

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Segundo Vygotsky, a criança nasce, e a família será primeiro núcleo

social que estará inserida, e é nela que irá estabelecer as primeiras relações

com a linguagem do meio social.

“A Família proporciona o que consideramos as ótimas condições para o desenvolvimento da personalidade dos indivíduos jovens. Por isso, pode-se, deve-se dizer que a família conjugal, nem tanto a parental, possui, entre outras funções, a de ser um bom instrumento para transmitir as tradições, os costumes, os usos e as convicções de uma sociedade aos recém- nascidos e às gerações mais jovens.” ( González, 1987,p.115)

Portanto, a Educação como meio de aperfeiçoar as aptidões

intelectuais, físicas e morais acontece tanto no convívio familiar como em sala

de aula. A construção de mundo e a compreensão do universo escolar e do

sentido da aprendizagem serão facilitadas se houver consistência de valores

entre o ambiente de ensino e os demais contextos a que pertence.

Como parte ativa na história do filho, a família revela características,

hábitos, modalidades de relacionamento e estilos de comunicação que podem

funcionar como um ponto de partida para a construção da ligação afetiva entre

a criança e o professor. Porém, atualmente, observamos muitas dificuldades da

família em integrar-se no processo educacional dos seus filhos por diversos

motivos: correria do dia-a-dia, pais separados, pais analfabetos, mães solteiras,

falta de investimento afetivo etc.

Cabe também ao Psicopedagogo intervir junto à família dos

alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, orientando quanto à

importância de seu engajamento no trabalho realizado pela Escola para que o

mesmo possa desenvolver-se cognitivamente, socialmente e afetivamente.

Poderá utilizar diversas ferramentas como: entrevista e anamnese, as quais

serão realizadas com a família a fim de colher dados necessários ao

conhecimento do desenvolvimento biopsicossocial do educando.

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“A família consiste em um lugar para se crescer como pessoas, um âmbito natural de educação, que inclui nessa possibilidade o desenvolvimento pessoal de todos os seus membros, trata-se de uma sociedade educativa incompleta, os responsáveis pelas funções educativas familiares precisam de ajuda. A educação familiar é vitima de um estranho paradoxo: mesmo sendo o âmbito mais importante da educação, tem sido o mais descuidado pelos psicólogos e pedagogos

Para todas as crianças e adolescentes, a família e a escola são os dois contextos, ambientais de aprendizagem mais significativos, e ambos terão uma influência decisiva na orientação de seu futuro pessoal.” ( González, 2007, p.403).

Importante ressaltar que em muitos casos, será difícil fazer com que

a família compreenda que diagnósticos podem muitas vezes demandar muito

tempo, principalmente quando a criança é portadora de patologia

desconhecida. Mas, o Psicopedagogo deverá enfatizar que, dentro de suas

capacidades neurológicas e com um bom planejamento, será possível ensinar

e educar aquele aluno.

“Para estabelecer um bom diagnóstico é

necessário termos conhecimento do desenvolvimento individual da criança bem como centrar-se em serviços especializados que vão além dos farmacológicos. Para que todo este processo ocorra, sabemos que há uma grande necessidade de participação da família e da instituição escolar com vistas a juntos constituirmos meios afetivos e de estimulação cognitiva de forma que estas intervenções tornem-se eficazes e alcancem seus reais objetivos que é o resgate e o gosto por aprender.” (Maluf 2009, p.5)

Nos casos em que a dificuldade de aprendizagem não está associada às

desordens neurológicas, poderá ser a via final de inúmeros fatores a serem

investigados. Dentre eles: falta de vínculo positivo da família; cobrança

excessiva; descompromisso etc. Emoção, afeto, atenção, auto-estima positiva

e segurança serão os principais fatores responsáveis para o pleno

desenvolvimento da criança.

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O fracasso escolar poderá ser evitado com a intervenção do

Psicopedagogo junto aos pais, ao professor e ao aluno, na tentativa de reverter

o quadro acima citado.

“É certo evidenciarmos que escola, família,

psicopedagogos e demais profissionais envolvidos devem trabalhar interligados e procurar maneiras de ajudá-las a potencializar suas habilidades de forma que estas venham compensar suas dificuldades tornando-as assim sujeitos ativos no processo de aprendizagem.” ( Gomez 2003)

2.3- ATUAÇÃO JUNTO AO ALUNO

“ (...) para a aprendizagem se efetivar, é necessário levar em conta o aluno em sua totalidade, retomando a questão do aluno como um sujeito sociocultural, quando sua cultura, seus sentimentos, seu corpo, são mediadores no processo de ensino e aprendizagem.” (Juarez Dayrell,1999).

O psicopedagogo irá atuar com um olhar investigativo,

diagnosticando, intervindo e buscando caminhos para solucionar as

dificuldades de aprendizagem do aluno. Como um facilitador, introduzirá novos

elementos, alternativas e planejamento de novas ações, sempre de acordo

com a habilidade e os interesses do aluno.

Segundo a revista Psique especial “o psicopedagogo é um

“garimpeiro” que busca nas diferenças o que o sujeito da aprendizagem possui

de melhor, essa é uma das nossas principais riquezas”.

O Psicopedagogo não é um professor particular. Sua intervenção junto

ao aluno deverá ser realizada em um espaço diferente da sala de aula, com

novas ferramentas que proporcionem a curiosidade do aluno. Além da

investigação do funcionamento cognitivo, atividades que explorem outros

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aspectos do desenvolvimento como: afetividade, sociabilidade e estruturas

familiares também serão exploradas. Sua intervenção deverá ser significativa e

desafiadora de forma a aprimorar e promover a evolução do educando.

Um dos instrumentos de trabalho mais utilizados pelos

psicopedagogos é o jogo, pois nesse encontramos uma ferramenta de

aprendizagem tanto para crianças como para os adolescentes. Ele possibilita a

inserção das regras, trabalha com as atividades corporais, estimula a

imaginação, o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da

concentração e atenção. Favorece a linguagem em todas as suas modalidades

( oral, corporal e escrita). Permite também a interação social e afetiva. Com os

adolescentes, é possível explorar através do jogo, além do que já foi citado, a

estratégia, a resolução de situações- problema de uma forma lúdica, o

raciocínio lógico e a vivência.

“O jogo é portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de

educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil.”( Piaget 1976, p.160).

“Todos conhecemos o grande papel que nos jogos

da criança desempenha a imitação, com muita freqüência estes jogos são apenas um eco do que as crianças viram e escutaram aos adultos, não obstante estes elementos da sua experiência anterior nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança” (Vygotsky , 1999:12)

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A atuação do psicopedagogo junto ao aluno com necessidades

especiais, acarretará uma pesquisa sobre a sua patologia e uma investigação

sobre as melhores estratégias a fim de promove-lo cognitivamente,

emocionalmente e socialmente. Assim como os alunos sem necessidades, com

os alunos portadores de necessidades educativas especiais o psicopedagogo

também utilizará os jogos como um importante instrumento de aprendizagem

visto que para um aluno com necessidades especiais é muito difícil

compreender algo abstrato e com o jogo poderá trabalhar através do concreto.

Também serão utilizados desenhos, a fim de descobrir suas vontades e

desejos através do simbólico, os textos entre outros materiais de acordo com

as características dos alunos. Os atendimentos poderão ser individuais ou em

grupo, de acordo com a avaliação do psicopedagogo.

O trabalho psicopedagógico, além de focar o grupo Escolar como

um todo, irá preencher lacunas e resgatar conteúdos que não foram

compreendidos ou estão em defasagem pelo aluno. Esses conteúdos, que são

explorados em sala de aula, como a Língua Portuguesa, Matemática, História,

Geografia e Ciências, serão trabalhados de forma interdisciplinar, com

praticidade e vivência, assim resultando em um trabalho diferenciado do da

sala de aula que, muitas vezes, explora mais o conhecimento teórico e

científico dificultando a compreensão do aluno em determinadas disciplinas e

em alguns aspectos abstratos.

Conclui-se que para obter êxito nessa atuação junto ao aluno, o

psicopedagogo irá investigar as áreas de interesse do aluno e partirá daquilo

que ele já sabe, valorizando as suas habilidades para que possa aprimorar e

descobrir outros conhecimentos. Importante também é investigar o emocional

do educando a fim de verificar se algo está prejudicando o processo de ensino

aprendizagem. Outro fator importante é oferecer atividades que possam

trabalhar a questão social a fim de promover a interação do educando e

prepará-lo para viver junto à sociedade.

“O psicopedagogo, ainda segundo Janine Mery (1985), respeita a escola tal como é, apesar de suas imperfeições,

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porque é através da escola que o aluno se situará em relação aos seus semelhantes, optará por uma profissão, participará da construção coletiva da sociedade à qual pertence. Este fato não impedirá que o psicopedagogo colabore para a melhoria das condições de trabalho numa determinada escola ou na conquista de seus objetivos. Mas, em seu trabalho, ele deverá fazer com que a criança enfrente a escola de hoje e não a de amanhã. Esse enfrentamento, no entanto, não significaria impor à criança normas arbitrárias ou sufocar-lhe a individualidade. Busca-se sempre desenvolver e expandir a personalidade do individuo, favorecendo as suas iniciativas pessoais, suscitando os seus interesses, respeitando os seus gostos, propondo e não impondo as atividades, procurando sugerir pelo menos duas vias de escolha do rumo a ser tomado, permitindo a opção. Assim, tanto no exercício na área educativa como na saúde, pode-se considerar que o psicopedagogo tem uma atitude clínica frente ao seu objeto de estudo. Isso não implica que o lugar seja a clínica, mas se refere às atitudes do profissional ao longo da sua atuação.” ( BOSSA, p.32)

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CAPITULO III O ALUNO PORTADOR DE NECESSIDADES

EDUCATIVAS ESPECIAIS NA ESCOLA REGULAR / INCLUSIVA.

3.1- Deficiência x dificuldade

Para que haja um bom desenvolvimento no processo de ensino-

aprendizagem é necessário que o professor e a equipe escolar conheçam os

seus alunos, suas habilidades e dificuldades de acordo com as suas

individualidades. É preciso saber que o processo de aprendizagem está ligado

às relações humanas. De acordo com Sara Pain, os indivíduos possuem quatro

estruturas que influenciam no processo de aprendizagem: organismo, corpo,

estrutura simbólica ou desejo e estrutura cognitiva ou inteligência. Por isso,

para que possamos entender as dificuldades de aprendizagem que podem

levar ao fracasso escolar, é preciso considerar cada um destes fatores ou

então, investigar se o fracasso escolar está ligado a uma patologia da

aprendizagem.

Um problema recorrente nas escolas é a dificuldade da equipe

escolar em estabelecer e diferenciar uma dificuldade de aprendizagem de uma

deficiência mental, que prejudica o processo de desenvolvimento da estrutura

cognitiva do docente.

Deficiência é um desenvolvimento insuficiente, em termos globais ou

específicos, ou um déficit intelectual, físico, visual, auditivo ou múltiplo( quando

atinge duas ou mais dessas áreas), associado à um prejuízo das funções

adaptativas.

As dificuldades na aprendizagem podem ser conseqüências de

fatores orgânicos , emocionais e sociais. A dificuldade de aprendizagem deve

ser investigada juntamente com todos que convivem com o aluno ( família,

escola, comunidade, sociedade, etc.). Um aluno com dificuldade de

aprendizagem não é um aluno com deficiência mental, na verdade, há lacunas,

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seja na linguagem ou no raciocínio lógico entre outros aspectos, que precisam

ser investigados e trabalhados, a fim de obter um melhor rendimento no

processo de ensino- aprendizagem. Esses alunos possuem dificuldades por

causas naturais ou primárias, ou seja, dificuldades que todos nós passamos,

seja no aspecto emocional, ou pela falta de entendimento da proposta

pedagógica, conflitos pessoais, sentimento de pressão quanto as exigências da

família e da escola entre outros. Há também as dificuldades por razões

secundárias que se referem às patologias existentes que causam danos

cognitivos, tais como: Retardo mental; sensoriais; quadros neurológicos e

transtornos mentais.

“ As dificuldades de aprendizagem não estão ligadas apenas aos sistemas biológicos cerebrais, mas podem ser causadas por problemas passageiros, como, por exemplo, um conteúdo escolar, que nem sempre oferece à criança condições adequadas para o sucesso. Nessa categoria, incluem-se as dificuldades que a criança pode apresentar em algum momento da vida, como a separação dos pais ou a perda de alguém, trazendo então problemas psicológicos/ comportamental, falta de motivação e baixa autoestima” ( RELVAS, 2009, p.52)

Cabe ao psicopedagogo esclarecer e auxiliar a equipe escolar no procedimento

e na melhor adaptação do conteúdo e do planejamento, para que possam obter

êxito no processo de ensino-aprendizagem.

O psicopedagogo inicialmente irá realizar uma avaliação a fim de

constatar se a dificuldade de aprendizagem é especifica, ou seja , se ela é

causada por fatores orgânicos. Na avaliação, uma pessoa com deficiência

mental terá um baixo rendimento intelectual e mais duas habilidades

adaptativas comprometidas, tais como: comunicação, saúde, segurança, auto-

cuidado e locomoção. Já o individuo que possui dificuldades, sem ser causada

por fatores orgânicos, terá somente um baixo rendimento escolar sem o

comprometimento das funções adaptativas. Avaliações como essa serão de

extrema importância para que a escola possa auxiliar os seus alunos.

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Ressalta-se que o aluno com diagnóstico de TDAH, dislalia

(transtorno fonológico), disortografia, disgrafia, discalculia possuem uma

dificuldade de aprendizagem e não são deficientes , pois esses transtornos não

causam deficiência mental.

Já alunos que possuem deficiência mental apresentam

diagnósticos como: Síndromes genéticas, problemas perinatais, traumatismos,

autismo não verbal ou pouco verbal, hidrocefalia, microcefalia /macrocefalia,

agnesia ou disgnesia do corpo caloso, seqüelas de doenças infecto-contagiosa.

Esses alunos tem dificuldades de aprendizagem , porém dá-se pelo baixo nível

cognitivo decorrente da deficiência. Importante ressaltar que esses alunos

também possuem habilidades que terão de ser investigadas e desenvolvidas

pelo professor, psicopedagogo e toda equipe escolar a fim de proporcionar o

desenvolvimento do aluno.

“ As dificuldades de aprendizagem podem ser

secundárias para outros quadros avaliados, tais como: alterações das funções sensoriais , doenças crônicas, transtornos psiquiátricos, deficiência mental e doenças neurológicas. As doenças neurológicas mais freqüentes que causam dificuldades de aprendizagem são a paralisia cerebral e o transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade.” ( RELVAS, 2009. p.53)

Conclui-se que muitas vezes o aluno com dificuldades (seja

deficiente ou não) não tem nenhum diagnostico definido pelos profissionais da

área clinica, que é importante para o embasamento do trabalho do

psicopedagogo e da equipe escolar. Porem é relevante o psicopedagogo

ressaltar que devemos procurar conhecer o aluno e utilizar as mais diferentes

estratégias para desenvolver o seu raciocínio e proporcionar o conhecimento

de acordo com as suas aptidões e habilidades.

“A contribuição da Psicopedagogia, hoje, ultrapassa os

limites da clínica dos problemas de aprendizagem. Ela foi criada primeiramente para dar conta das dificuldades que a escola não conseguia resolver de forma adequada. A partir do trabalho clínico, foi se construindo uma interlocução entre os terapeutas psicopedagogos e os profissionais da escola. Se no início

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apenas era escutado o pedido da escola em recuperar o aluno, hoje existe um movimento direção contrária: os psicopedagogos mostram para os profissionais da escola um novo discurso, que sintetiza três postulados: 1) Dificuldades não necessariamente, são sinônimo de patologia 2) Para compreender e avaliar dificuldades, os testes padronizados não são determinantes. Através da observação criteriosa da criança em ação, de seu estilo próprio de lidar com o conhecimento e com o saber, da compreensão do contexto onde ela se insere, contexto cabe aos profissionais levantarem as possíveis hipóteses, sobre as dificuldades que se apresentam. 3)Considerar a singularidade do sujeito e a relação vincular professor/aluno; pais/filhos podem contribuir para minimizar os efeitos da inadaptação escolar.” (Edith Rubinstein )

3.2- Avaliação e intervenção escolar

Uma importante etapa do processo de aprendizagem é a avaliação

escolar. Será preciso colocar a aprendizagem em foco e considerar cada aluno

com as suas particularidades para que o professor obtenha êxito na sua

elaboração e aplicação.

O psicopedagogo irá auxiliar o professor quanto aos avanços

cognitivos do aluno, e dará as orientações necessárias para que o aluno

portador de necessidades especiais seja considerando em suas

particularidades, e desta forma realizar as adaptações necessárias, como

também a flexibilização do processo avaliativo. A Escola não se limitará ao

diagnóstico médico, e poderá propor situações de aprendizagem desafiadoras

para descobrir até onde pode chegar e avançar com cada aluno.

O Psicopedagogo irá orientar o professor na investigação do

conhecimento prévio do aluno, considerando as suas possibilidades individuais,

para que depois possa confrontar com desempenho da sua avaliação. Será

sinalizado também o aspecto comportamental do professor, uma vez que é de

máxima importância evitar a comparação de alunos diferentes, ou querer

nivelar o desenvolvimento da turma. Isso vale para crianças com deficiência ou

sem deficiência.

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Para que possa alcançar bons resultados na avaliação e no processo

de ensino aprendizagem, a Escola, por meio do Psicopedagogo, poderá

auxiliar quanto os objetivos que o professor irá traçar, estratégias a serem

utilizadas e os conteúdos a dominar. A metodologia adotada deve sempre ser

analisada.

Toda a equipe deverá avaliar outros aspectos importantes para o

desenvolvimento de uma criança com necessidades especiais. Atitudes

simples, como se reunir em grupo, permanecer sentado, se alimentar, cuidar

da higiene pessoal sozinho e utilizar os materiais escolares corretamente,

devem ser considerados grandes avanços para estudantes com deficiência

intelectual. A observação de todos no dia a dia é sempre de grande valia para o

professor.

Para acompanhar a aprendizagem e realizar uma avaliação

adaptada adequada, será preciso que seja realizado registro diário e a

organização do material realizado em sala de aula.

“É sabido que o rendimento de crianças com

necessidades educacionais especiais nem sempre será no mesmo nível que o rendimento das crianças que não apresentam necessidades educacionais especiais, mas haverá um desenvolvimento que deve ser avaliado e quantificado, mas lembre-se avaliando também as dificuldades. Para que essa avaliação seja mais significativa, os pais devem estar cientes da forma que seus filhos serão avaliados, e principalmente estar cientes da necessidade especial da criança, bem como do progresso da criança. Esse processo deve ser de acordo com a professora, com os pedagogos, com os pais, ou seja, há que haver uma concordância entre as partes, e, se levando em consideração as dificuldades que a criança apresenta para que não seja prejudicado seu processo de aprendizagem. Só com um trabalho conjunto alcançaremos o sucesso na aprendizagem de nossas crianças mais que ESPECIAIS.” (Michele Oliveira Pereira em www.educacaoeinclusao.blogspot.com)

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Na maioria dos casos, um aluno com dificuldade de aprendizagem é

encaminhado para o psicopedagogo para que este possa auxiliá-lo no

processo de ensino-aprendizagem. Para conhecer e entender a dificuldade de

aprendizagem do docente, realizará uma avaliação psicopedagogica. Uma das

características principais desta avaliação é o caráter integrador, visto que

considera todas as aprendizagens do aluno para determinar o que o docente

necessita. A avaliação consiste em anamnese com os pais, analise do

conteúdo escolar, aplicação de diferentes atividades, começando

preferencialmente pela comunicação, pois ela desenvolve pensamentos; e

realização de atividades com a linguagem, que busca interação, pensamentos

e inteligência; e raciocínio lógico. São aplicados testes para a avaliação do

desenvolvimento cognitivo, o qual analisa suas habilidades e verifica quais

dificuldades serão apresentadas. Como instrumentos, podem ser usados jogos,

pois eles possibilitam avaliar o raciocínio matemático, a leitura , os aspectos

motores , emocionais, afetivos e sociais entre outros; e atividades que revelam

o nível de pensamento e escrita. O desenho também é outro recurso.

O Psicopedagogo deverá avaliar cada aspecto referente às funções

executivas do educando, pois estas envolvem todos os aspectos importantes

do processo cognitivo, tais como: estado de alerta, atenção seletiva e mantida,

tempo de reação ao estímulo; flexibilidade do pensamento e sua fluência.

Aspectos emocionais e ambientais devem ser analisados, pois

esses influenciam de forma contundente a vida do educando e seu

desempenho no processo de ensino- aprendizagem.

Com o resultado dessa avaliação, o psicopedagogo finalizará com um relatório

para encaminhamento a instituição escolar.

A partir dos dados coletados, o psicopedagogo e a equipe escolar

deverão atuar de forma interdisciplinar a fim de ajudar no processo cognitivo do

aluno.

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“Desta forma, acreditamos que a avaliação deva ser utilizada como um processo sistemático, a fim de que se possa receber informações de como o nível de modificabilidade, em determinadas áreas do desenvolvimento da sujeito, vem se processando, como também das características dinâmicas de seu potencial de aprendizagem. Esta avaliação deve ser constante, fazendo parte do processo de ensino-aprendizagem do aprendente, o que irá possibilitar, necessariamente, uma modificação na intervenção do educador, neste processo. Permite-nos avaliar a coerência do modelo interventivo e a relação das estratégias encadeadas e interdependentes, atingindo uma dimensão totalizadora, não dando chance a que o problema de aprendizagem se instale. Fica claro, assim, que o educador, seja professor, seja psicopedagogo, estará, junto com o aprendente, em constante processo também de aprendizagem. Consideramos também importante ressaltar que uma avaliação psicopedagógica deve levar em consideração os vários sujeitos e sistemas que se encontram muito inter-relacionados.” (Maria das Graças Sobral Griz).

3.3 - O trabalho interdisciplinar

A interdisciplinaridade é a junção, o diálogo entre as disciplinas.

A fragmentação da disciplina gera o desinteresse, visto que

diferentes assuntos são abordados de diferentes maneiras. Com a

interdisciplinaridade a construção do conhecimento é realizada de maneira

global, rompendo com as fronteiras das disciplinas e promovendo a integração

entre as mesmas.

“ O simples ensino de disciplinas, como parte de um elenco determinado para tal curso, não servirá para os objetivos da cidadania. Ensinar / aprender Português, Matemática, História, Geografia, Ciências, Artes etc. só tem sentido se vistos na dinâmica do ensinar / aprender como conhecimento que, ao mesmo tempo construídos, são transformados, passíveis de contribuírem para a compreensão, para a pesquisa, para a modificação da realidade , seja ela física, social, humana ou exata.

As disciplinas escolares devem ser ensinadas como instrumento de transformação, e não como conteúdos prontos e acabados, que se bastam por si só e que ficam mofando nas

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prateleiras de nossa consciência e inconsciência para um dia, talvez, serem utilizados numa prova final ou vestibular” ( BARBOSA, p.79, 2001)

Mas para que a interdisciplinaridade aconteça na sala de aula, é

preciso começar pela gestão escolar. É dever dos diretores promover o

trabalho interdisciplinar entre a direção, professores, equipe escolar, equipe

especializada e os demais profissionais. O psicopedagogo auxiliará os gestores

quanto essa importante prática, pois somente através do diálogo, da troca e do

consenso que será possível realizar um trabalho integrador e satisfatório.

Todos concordam que é preciso implementar adaptações quando um

aluno portador de necessidades especiais é matriculado em uma escola

regular. Esse aluno necessitará de suporte terapêutico externo a ser realizado

por profissionais das seguintes áreas: fonoaudiologia, psicologia,

psicopedagogos, médicos entre outros. A equipe escolar deverá adaptar-se a

essa nova realidade e manter uma relação freqüente de troca com esses

profissionais.

“a Psicopedagogia encontra-se em fase de organização

de um corpo teórico específico, visando à integração das ciências pedagógicas, psicológica, fonoaudiológica, neuropsicológica e psicolingüística para uma compreensão mais integradora do fenômeno da aprendizagem humana.” KINGUEL (1983)

O psicopedagogo sendo um profissional que atua tanto na área da

saúde como área institucional poderá promover junto à equipe escolar e a

equipe de profissionais especializados essa interdisciplinaridade no ambiente

escolar, auxiliando a direção a realizar reuniões com debates e trocas de

informações, explanando o que cada profissional poderá trabalhar com

individuo, investigando casos e buscando a melhor estratégia de atuação para

o sucesso do processo de ensino- aprendizagem.

Destaca-se que para que haja um bom desenvolvimento no processo

de aprendizagem, sendo o aluno portador de necessidades especiais ou não, é

importante a interdisciplinaridade entre a equipe escolar, a equipe

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especializada e principalmente com a família. O psicopedagogo orientará e

será um profissional que poderá realizar essa intermediação. Essa

interdisciplinaridade é de extrema importância visto que é dever da instituição

escolar não somente desenvolver o individuo cognitivamente, mas

emocionalmente e prepará-lo para viver na sociedade com os seus direitos e

deveres.

Para que essa interdisciplinaridade aconteça com êxito, poderão ser

utilizados relatórios dos atendimentos realizados com o aluno, troca com a

família a fim de saber o que mais sobre os interesses do aluno e também para

orientar a família como poderá ajudar no processo educativo ; troca entre as

equipes especializadas, pesquisas a fim de investigar determinada patologia, a

escolha de um tema para ser utilizado por todos os profissionais junto ao aluno

e reuniões constantes a fim de trilhar novas diretrizes.

No âmbito escolar, o psicopedagogo poderá apropriar-se de um

grupo de alunos com dificuldades, no contraturno, e realizar um trabalho

interdiscipliar com o professor, orientando os alunos quanto as técnicas de

organização dos estudos e promovendo mais vivencias e práticas dos temas

que possuem dificuldades assim também promovendo a interação entre os

educandos.

Importante ressaltar que esse trabalho interdisciplinar deverá ser

realizado como rotina, e não somente com os alunos portadores de

necessidades educativas especiais.

Portanto, o trabalho integrado entre a Escola e a equipe da área

clínica não só deve incluir os profissionais, mas também a família e a

comunidade em que o aluno se insere, desta forma objetivando uma

abordagem global da criança, favorecendo efetivamente o processo de

ensino/aprendizagem.

“(...) o objeto de estuda da Psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois enfoques: preventivo e terapêuticos. O enfoque preventivo considera o objeto de estudo da Psicopedagogia o ser humano em desenvolvimento, enquanto

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educável. Seu objeto de estudo é a pessoa a ser educada, seus processos de desenvolvimento e as alterações de tais processos. Focaliza as possibilidades do aprender, num sentido amplo. Não deve se restringir a uma só agencia como a escola, mas ir também à família e à comunidade. Poderá esclarecer, de forma mais ou menos sistemática, a professores, pais e administradores sobre as características das diferentes etapas do desenvolvimento, sobre o progresso nos processos de aprendizagem, sobre as condições psicodinâmicas da aprendizagem, sobre as condições determinantes de dificuldades de aprendizagem. O enfoque terapêutico considera o objeti de estuda da psicopedagogia a identificação, análise, elaboração de uma metodologia de diagnostico e tratamento das dificuldades de aprendizagem” ( GOLBERT, 1985, p. 13)

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CONCLUSÂO

Para que a atuação do psicopedagogo na escola regular seja

realizada com êxito, é necessário primeiramente entendermos que a

psicopedagogia investiga, analisa e trilha caminhos a fim de contribuir no

processo de aprendizagem do educando. Destacamos que o psicopedagogo

também possui o seu caráter clinico, o que muito facilita no em caso de

encaminhamento de aluno a um profissional especifico, como também na

orientação da equipe, visando um trabalho de qualidade.

“Mesmo que a escola passe a se preocupar com

os problemas de aprendizagem, nunca conseguiria abarcá-los na sua totalidade, algumas crianças com problemas escolares apresentam um padrão de comportamento mais comprometido e necessitam de um atendimento psicopedagógico mais especializado em clínicas. Sendo assim, surge a necessidade de diferentes modalidades de atuação psicopedagógica; uma mais preventiva com o objetivo de estar atenuando ou evitando os problemas de aprendizagem dentro da escola e outra, a clínico-terapêutica, onde seriam encaminhadas apenas as crianças com maiores comprometimentos, que não pudessem ser resolvidos na escola.” FERREIRA (2002)

O psicopedagogo atuará na escola regular, de forma preventiva,

terapêutica ou remediativa, porém sempre com o enfoque na inclusão de

pessoas com deficiência ou com algum tipo de dificuldade/diferença. Com o

seu olhar holístico, o psicopedagogo muito contribuirá junto á escola mostrando

de que forma é possível fazer a inclusão virar uma realidade escolar. O

psicopedagogo irá orientar a escola quanto à capacitação dos profissionais, a

realização do trabalho interdisciplinar na escola e com profissionais

especializados, na melhoria do trabalho da gestão escolar, na atuação junto à

família e principalmente na atuação junto ao aluno a fim de descobrir as razões

da defasagem escolar e ajudar os docentes quanto à evolução cognitiva- social

e afetiva. Importante ressaltar, que o psidopedagogo muito contribuirá para a

inclusão do aluno com necessidades especiais, visto que é um profissional

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qualificado através de pesquisas e estudos sobre as diferentes patologias e

muito poderá orientar aos professores quanto ao melhor trabalho a ser

realizado em sala de aula junto á esses alunos.

Ressalta-se que o principal interesse do psicopedagogo é promover o

desenvolvimento cognitivo do educando, trabalhando também a questão

emocional e social, pois são fatores fundamentais para que ocorra a

aprendizagem. E essa aprendizagem tem que ser significativa para isso ele

atribui-se de varias ferramentas e estratégias a fim de que o educando possa

vivenciar, experimentar , debater e assim aprender efetivamente.

Conclui-se que a atuação do psicopedagogo é muito importante na

escola regular/inclusiva, pois o psicopedagogo irá atuar junto à direção,

funcionários, professores, toda equipe escolar, e principalmente com os alunos,

assim podendo favorecer um trabalho interdisciplinar e esclarecedor a fim de

promover o processo de ensino aprendizagem de forma dinâmica, educativa e

com estratégias individuais atendendo assim a necessidade de cada aluno. Por

tudo isso, podemos concordar com Césaris na seguinte afirmação: "Esse é o

papel do psicopedagogo nas instituições: olhar em detalhe, numa relação de

proximidade, porém não de cumplicidade".

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Bibliografia

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RELVAS, Marta Pires. Neurociência e transtornos de aprendizagem- Editora Wak, 2009. Revista Psique especial

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WEBGRAFIA

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ÍNDICE

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPITÚLO 1 9

PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR

1.1 O que é a psicopedagogia? 9

1.2 Psicopedagogia escolar 12

1.3 Estrutura da Nova Escola (Regular/Inclusiva) 15

CAPÍTULO 2

ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 19

2.1 O Psicopedagogo e Equipe Escolar (orientação/capacitação)

2.2 O Psicopedagogo e a Família 21

2.3 Atuação junto ao Aluno 24

CAPÍTULO 3

O ALUNO PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCATIVAS

ESPECIAIS NA ESCOLA REGULAR/INCLUSIVA

3.1- Deficiência x Dificuldades 28

3.2 - Avaliação e Intervenção Escolar 31

3.3 - O Trabalho Interdisciplinar 34

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CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 42

ÍNDICE 43