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UNISALESIANO Curso de Arquitetura e Urbanismo
Projeto Arquitetônico Interdisciplinar
Prof. Dr. André L. Gamino
Araçatuba Fevereiro - 2013
Projeto Arquitetônico Interdisciplinar data:fev/2013 fl. 2
1 – Plano de Ensino, Interação Arquitetura e Estrutura, Plantas, Cortes e Sistemas de
Representação I – EMENTA Normas ABNT que regem a execução de desenhos arquitetônicos. Representações em projeção. Cortes. Perspectivas. II – OBJETIVOS Fixar as condições exigíveis para representação gráfica de projetos de arquitetura, visando à sua boa compreensão. Utilizar as normas nacionais pertinentes ao tema. Estabelecer a ligação existente entre o projeto arquitetônico e o projeto estrutural. III – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Interação entre o projeto arquitetônico e o projeto estrutural. Plantas de situação, locação e da edificação. Cortes e sistemas de representação de fachadas e elevações. Etapas do projeto arquitetônico. Representação gráfica na arquitetura: linhas, letras, números, títulos, escalas, cotas, esquadrias, acabamentos, áreas, materiais. Desenvolvimento de projetos arquitetônicos diversos. IV – AVALIAÇÃO Será feito com base nos projetos entregues:
� �∑ ������
A = Aproveitamento Pi = nota de cada projeto arquitetônico (0 a 10) n = número de projetos solicitados Obs.: não serão aceitos projetos fora do prazo estipulado para entrega. V – BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura, 1994, 27p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 13532 – Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura, 1995, 8p. MONTENEGRO, G. A. Desenho arquitetônico. São Paulo: Edgard Blucher, 2001. NEUFERT, E. A arte de projetar em arquitetura. São Paulo: Gustavo Gili do Brasil, 2004.
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1.1 Introdução
O início da concepção do projeto arquitetônico requer uma série de questionamentos:
• A edificação será inserida no meio do lote ou encostada em um dos lados?
• A cozinha ficará na frente ou atrás do lote?
• Os dormitórios ficarão voltados para qual lado do lote?
• A sala terá a mesma altura da cozinha?
• Será uma edificação com pavimento único ou assobradada?
Estas e outras dezenas de perguntas devem ser feitas pelo engenheiro no início da
confecção do projeto arquitetônico.
O projeto arquitetônico não implica necessariamente em copiar ideias de revistas
especializadas. O projeto arquitetônico é antes de mais nada uma criação, única e
exclusiva para determinado cliente segundo aquilo que o mesmo necessita.
Segundo Montenegro (2001) o “resultado de copiar ou plagiar o que se publica pode ser
uma coleção de plantas, mas nunca um projeto”.
1.2 Projeto Arquitetônico
O projeto arquitetônico constitui-se de uma série de representações gráficas (desenhos)
normalizadas cujo intuito inicial é o de atender às condições de salubridade (luminosidade
e ventilação) e a disposição que atende às necessidades do cliente.
Em segundo momento o projeto arquitetônico fornece informações relevantes de apoio
aos demais projetos civis: estrutural e hidrossanitário.
Para exemplificar a ligação entre a arquitetura e o projeto estrutural apresentam-se
algumas as elevações, cortes e plantas baixas que compõem o projeto arquitetônico de
um exemplo tomado de um edifício. Os desenhos estão fora de escala.
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Figura 1.5 – Corte B-B
300
275
275
275
275
275
275
275
275
275
275
275
275
275
275
175
275
200
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3
Figura 1.7 – Térreo
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8
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15
455 50 63515
251205512015
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165
15
457241457
47014051515
15
A
B B
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Figura 1.8 – Pavimento-Tipo
2420
65
120
100
1510
120
130
1540
180
401510
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15
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10
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180
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15
130
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25
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15
260
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260
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110
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260
15
260
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25
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35.5
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B B
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Figura 1.9 – Cobertura
79
1515165 185
100
35.5
35.5
10015135
152
12015
15
120
110
120
15
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15
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2420
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15
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25
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15
260
25
A
B B
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Casa de Máquinas
Caixa D´Água
Cobertura da Caixa D´Água
Figura 1.10 – Ático
171165
1515185
171
8
15135 120
15
15
120
110
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15
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15
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15
15
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10
10
6010 10
380
20
20
AA
A
320
15
515
15
B B
B B
B B
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1.3 Lançamento da Estrutura
O lançamento dos elementos estruturais é realizado sobre o projeto arquitetônico. Ao
lançar a estrutura devemos ter em mente vários aspectos:
� Estética: devemos sempre procurar esconder ao máximo a estrutura dentro das
paredes;
� Economia: deve-se lançar a estrutura pensando em minimizar o custo da
estrutura. A economia pode vir da observação de vários itens:
o Uniformização da estrutura, gerando fôrmas mais simples, menor número de
reformas das fôrmas (o que reduz o custo com fôrmas e maior velocidade de
execução);
o Compatibilidade entre vãos, materiais e métodos utilizados (ex.: o vão
econômico para estruturas protendidas é maior do que o de estruturas de
concreto armado);
o Caminhamento o mais uniforme possível das cargas para as fundações.
Apoios indiretos, de vigas sobre vigas e transições devem ser evitadas ao
máximo, pois acarretam um maior consumo de material.
� Funcionalidade: um aspecto funcional importante é o posicionamento dos pilares
na garagem. Em virtude da necessidade crescente de vagas para estacionamento,
deve ser feita uma análise minuciosa nos pavimentos de garagem, de modo a
aumentar ao máximo a quantidade de vagas, sempre procurando obter vagas de
fácil estacionamento (considerando vagas com 2,50x5,50m, um bom
aproveitamento pode ser obtido espaçando os pilares a cada 4,80 ou 5,0m, ou a
cada 7,2 a 7,5m, evitando posicioná-los nas extremidades das vagas);
A Figura 1.11 mostra uma planta de formas do pavimento do edifício obtida após o
lançamento da estrutura sobre o projeto arquitetônico.
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Figura 1.11 – Fôrmas do pavimento-tipo (planta inicial)
P18
P13P
7
P1
P2
P19
P9
P10
P3
P4
P11
P16
P5
P6
V1(
19/5
5)V
2(19
/55)
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12/5
5)
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12/5
5)
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19-1
2/55
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5(12
-19/
55)
V7(
12/5
5)V
8(12
/55)
V9(
19-1
2/55
)V
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2-19
/55)
V11
(12/
55)
V12
(19/
55)
V14(19/55)V15(19/55)
V16(12/55)
V17(12/55)
V18(12/55)
V19(10/40)
V20(12/55)
V21(12/55)
V23(19/55)V24(19/55)
(19/
40)
(40/
19)
(20/
40)
(20/
40)
(40/
19)
(19/
40)
(19/
40)
(20/
40)
(20/
40)
(20/
40)
(20/
40)
(20/
40)
(20/
40)
(40/
19)
(19/
40)
(19/
40)
(40/
19)
(19/
40)
(19/
40)
(19/
40)
(20/
40)
L1h=
10cm
L2h=
10cm
L3h=
10cm
L5h=
7cm
L7h=
10cm
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7cm
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10cm
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10cm
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L10
h=10
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1h=
10cm
V13
(19/
55)
VE
(19/
55)
V22(12/55)L4h=
10cm
357,0373,0
468,0
357,0
468,0
551,0
Y
X
280,0
271,0
157,0
200,0
138,0
280,0
271,0
178,5
178,5
P17
P8'P8
P20
P21
P22
P14
P15
P12
(20/
40)
(20/
40)
P11
'
(20/
40)
470,0
541,0
470,0
541,0
411,0287,0411,0
411,0287,0411,0
478,0
541,0
478,0
541,0
155,0
236,0 318,5
442,5245,0442,5
551,0
266,0288,5
442,5245,0435,0
288,5 318,5166,0 100,0 236,0
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1.4 Plantas Arquitetônicas
Corresponde ao conjunto de informações gráficas necessárias para a execução da
edificação:
PLANTA DE SITUAÇÃO:
Planta que compreende o projeto arquitetônico como um todo segundo sua localização.
Para aprovação em órgãos oficiais, esta planta deve conter informações completas sobre
localização do terreno conforme a Figura 1.12.
Figura 1.12 – Planta de situação
PLANTA DE LOCAÇÃO OU IMPLANTAÇÃO:
Planta que compreende o projeto como um todo, contendo, além do projeto de
arquitetura, as informações necessárias dos projetos complementares, tais como
movimento de terra, arruamento, redes hidráulica, elétrica e de drenagem, entre outros.
Nota: A locação das edificações, assim como a das eventuais construções
complementares são indicadas nesta planta.
A Figura 1.13 ilustra um exemplo de planta de locação.
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Figura 1.13 – Planta de locação ou implantação
PLANTA DA EDIFICAÇÃO:
Vista superior do plano secante horizontal, localizado a, aproximadamente, 1,50 m do piso
em referência.
Nota: As plantas de edificação podem ser do térreo, subsolo, andar-tipo, cobertura, entre
outros.
As Figuras 1.14 e 1.15 ilustram o esquema de construção da planta da edificação.
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Figura 1.14 – Esquema de representação da planta da edificação
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Figura 1.15 – Projeção da planta da edificação
1.5 Cortes
Plano secante vertical (Figura 1.16) que divide a edificação em duas partes, seja no
sentido longitudinal, seja no transversal.
Nota: O corte, ou cortes, deve ser disposto de forma que o desenho mostre o máximo
possível de detalhes construtivos. Pode haver deslocamentos do plano secante onde
necessário, devendo ser assinalados, de maneira precisa, o seu início e final. Nos cortes
transversais, podem ser marcados os cortes longitudinais e vice-versa.
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Figura 1.16 – Representação esquemática de um corte
Na prática deve-se evitar as linhas de chamada por cima da planta. Os elementos
cortados pelo plano são feitos com traços de espessura superior. No restante usa-se traço
mais fino.
Lembrar que a planta baixa também é um corte (Figuras 1.14 e 1.15) e, portanto, esta
convenção de espessuras de linhas vale também para a planta baixa.
Alguns termos técnicos são importantes quando da confecção de cortes conforme a
Figura 1.18.
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Figura 1.17 – Representação de um corte em projeção
Figura 1.18 – Termos técnicos importantes usados em cortes
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1.6 Sistema de Representação
As projeções ortogonais da geometria descritiva são usadas no desenho arquitetônico
mudando-se apenas os termos técnicos conforme a Figura 1.19.
Figura 1.19 – Rebatimentos usados em desenho arquitetônico
A Figura 1.20 representa as projeções ortogonais. A projeção 1 corresponde à vista
superior ou em planta, a projeção 2 será a vista frontal ou elevação e a projeção 3 será a
vista lateral esquerda segundo a teoria de Geometria Descritiva (GD). O conjunto de
projeções 1 e 2 dá-se o nome de épura. O esquema apresentado na Figura 1.20 está em
1o diedro (mais comum no Brasil) uma vez que a vista superior ou em planta está abaixo
do conjunto de projeções que formam a épura. A simbologia normalizada do 1o diedro
encontra-se na Figura 1.21.
Alguns nomes de projeções usados em GD apresentam variações em desenho
arquitetônico conforme a Figura 1.22.
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Figura 1.20 – Projeções ortogonais usadas em desenho arquitetônico
Figura 1.21 – Simbologia normalizada pela ABNT para o primeiro diedro
Figura 1.22 – Representação das projeções em desenho arquitetônico
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1.7 Exercícios
São aqui apresentados dois projetos, sendo cada um deles representado por duas
perspectivas. Pedem-se os desenhos em escala 1:100 da planta de cobertura, fachada
principal, fachadas laterais (esquerda e direita) e a fachada posterior.
Projeto 01:
Perspectivas “A” e “B” respectivamente ilustram a região frontal e lateral direita da
edificação. Cotas em “m”.