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1 UNIVERSIDADE PARANAENSE - UNIPAR CURSO DE ENFERMAGEM CAMPUS UMUARAMA NAYARA VANESSA ROCHA DE OLIVEIRA SAÚDE DA MULHER: A VIVÊNCIA DA MULHER NO PERÍODO PUERPERAL UMUARAMA PR 2018

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UNIVERSIDADE PARANAENSE - UNIPAR

CURSO DE ENFERMAGEM – CAMPUS UMUARAMA

NAYARA VANESSA ROCHA DE OLIVEIRA

SAÚDE DA MULHER: A VIVÊNCIA DA MULHER NO PERÍODO PUERPERAL

UMUARAMA – PR

2018

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NAYARA VANESSA ROCHA DE OLIVEIRA

SAÚDE DA MULHER: A VIVÊNCIA DA MULHER NO PERÍODO PUERPERAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca

Examinadora do Curso de Graduação em Enfermagem

– Universidade Paranaense – UNIPAR, Unidade de

Umuarama - PR, como requisito parcial para a

obtenção do título de Enfermeiro.

Orientadora: Prof.ª Ma. Daiane Cortêz Raimondi

UMUARAMA

2018

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FOLHA DE APROVAÇÃO

NAYARA VANESSA ROCHA DE OLIVEIRA

SAÚDE DA MULHER: A VIVÊNCIA DA MULHER NO PERÍODO PUERPERAL

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para a obtenção de grau de

Enfermeiro da Universidade Paranaense – UNIPAR, pela seguinte banca examinadora:

___________________________________________

Orientadora. Profª Daiane Cortêz Raimondi. Mestre em Enfermagem pela Universidade

Estadual de Maringá – UEM. Docente do Curso de Enfermagem na Universidade Paranaense

– UNIPAR – Unidade Universitária de Umuarama

_________________________________________________

Banca: Profa Toane Camila Leme Gomes. Especialista em Gestão em Saúde pela

Universidade Estadual de Maringá – UEM e em Enfermagem do Trabalho pelo Centro

Universitário Internacional, UNINTER. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade

Paranaense – UNIPAR - Unidade Universitária de Umuarama

________________________________________________

Banca: Marcila Martins de Oliveira. Especialista em Auditoria em Saúde pelo Instituto

Eficaz. Enfermeira Responsável Técnica do Curso de Enfermagem na Universidade

Paranaense – UNIPAR – Unidade Universitária de Umuarama

Umuarama, 20 de novembro de 2018.

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APRESENTAÇÃO

O Trabalho de conclusão de curso está sendo apresentando ao colegiado do curso de

Enfermagem da Unidade de Umuarama da Universidade Paranaense – UNIPAR na forma de

artigo científico, conforme regulamento específico. Este artigo está adequado às instruções

para autores da revista ARQUIVOS DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIPAR (ISSN on line

– 1982-114X). Anexo A.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse artigo à minha família que sempre

esteve ao meu lado durante toda minha jornada,

sempre me apoiando, dando forças, erguendo minha

cabeça em situações que pensava não dar conta. À

minha Orientadora Professora Daiane Cortêz

Raimondi, que fez parte não só do meu trabalho de

conclusão de curso, mas também de toda minha

jornada acadêmica. Em especial, dedico à minha

filha Mariane Rocha Moriyama, que é todo motivo

da minha garra e determinação diária. E à minha

Irmã Enf. Nadielle Andressa Rocha de Oliveira, pelo

incentivo diário para que eu me tornasse uma

profissional competente e dedicada.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por ter me dado sabedoria e discernimento para

chegar até aqui.

Em segundo agradeço à minha família, por fazer parte dessa vitória que não é só

minha, mas sim nossa!

Meus pais que são minha vida, pois deram a mim algo tão precioso: meu estudo ao

qual segurei com muita garra.

Minha filha, que me fez sentir-me mulher e ser capaz de desenvolver qualquer função;

dedico-me a ela e ao nosso futuro.

Meus amigos, por nossa amizade que vem desde o primeiro ano; amigos que

marcaram minha vida e que levarei para toda vida.

São 5 anos vencidos com muita alegria, reconhecimento pela profissão e acima de

tudo, amor pela profissão. Tamanha gratidão diária, que faz com que honre meu diploma e me

torne, sim, uma Enfermeira qualificada.

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SAÚDE DA MULHER: A VIVÊNCIA DA MULHER NO PERÍODO PUERPERAL

Nayara Vanessa Rocha de Oliveira1

Daiane Cortêz Raimondi2

1Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Paranaense - UNIPAR,

Unidade Universitária de Umuarama- PR. Orientanda do Trabalho de Conclusão do Curso.

Rua Floriano Peixoto; no1917 - CEP: 87470000– Cidade: Mariluz – Paraná. Telefone: (44)

997217380. E-mail: [email protected].

2 Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Paranaense - UNIPAR,

Unidade Universitária de Umuarama- PR. Orientadora do Trabalho de Conclusão do Curso de

Enfermagem. E-mail: [email protected].

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SAÚDE DA MULHER: A VIVÊNCIA DA MULHER NO PERÍODO PUERPERAL

Resumo: O período puerperal se inicia após o nascimento do bebê e geralmente vem repleto

de alterações e mudanças na rotina da puérpera e de sua família. Diante disto, este estudo

objetivou identificar as alterações que ocorrem na mulher no período puerperal e qual a

atuação do enfermeiro na assistência à puérpera. Trata-se de um estudo de revisão integrativa

realizado entre março e abril nas bases de dados: Biblioteca Virtual de saúde (BVS), Medical

Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-americana e

do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e

Google Acadêmico, utilizando o cruzamento dos descritores: “puerpério” AND

“complicações” AND “saúde da mulher”. Utilizou-se como critérios de inclusão: estudos

inéditos, publicados entre 2008 a 2018 em português, inglês e espanhol; e como critérios de

exclusão foram utilizados: artigos não disponibilizados gratuitamente na íntegra e que não

atendessem os objetivos do estudo. Foram encontrados 438 artigos, nos quais, após leitura dos

estudos, foram selecionados 11 artigos publicados entre 2008 a 2017. Pode-se concluir que o

período puerperal pode acarretar alterações de humor, insegurança, diminuição da libido,

depressão pós-parto, insônia entre outros, além de acarretar mudanças na rotina de toda

família; assim verificou-se a importância da assistência de enfermagem para promover a

saúde e a qualidade de vida à puérpera e recém-nascido no período puerperal.

Palavras-chave: Puerpério. Complicações. Saúde da mulher. Enfermeiro.

WOMEN'S HEALTH: THE LIVING OF WOMEN IN THE PUERPERAL PERIOD

Abstract: The puerperal period begins after the baby is born and is often filled with changes

and changes in the routine of the puerperal and her family. In view of this, this study aimed to

identify the changes that occur in women in the puerperal period and what the nurse's role in

the puerperal care.It is an integrative review study conducted between March and April in the

databases: Virtual Health Library (VILS), Scientific Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE), Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS),

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) and Google Scholar, using the crossword of

descriptors: "puerperium" AND "complications" AND "women's health". We used as

inclusion criteria: unpublished studies published between 2008 and 2018 in Portuguese,

English and Spanish and as exclusion criteria were used: articles that were not freely available

in full and that did not meet the objectives of the study. A total of 438 articles were found in

which 11 articles published between 2008 and 2017 were selected after reading the studies. It

can be concluded that the puerperal period can lead to changes in mood, insecurity, decreased

libido, postpartum depression, insomnia among others. to change the routine of the whole

family, so it was verified the importance of nursing care to promote health and quality of life

for puerperal and newborn in the puerperal period.

Keywords: Puerperium. Complications Women's health. Nurse.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01

Quadro 01

Quadro 02

Seleção dos artigos......................................................................................

Distribuição dos artigos segundo título, autores, ano de publicação e

periódico de 2008 a 2017............................................................................

Identificação dos artigos............................................................................

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................10

2 METODOLOGIA................................................................................................................12

3 RESULTADO......................................................................................................................13

4 DISCUSSÃO........................................................................................................................17

5 CONCLUSÃO.....................................................................................................................22

6 REFERÊNCIAS..................................................................................................................23

7 ANEXOS...............................................................................................................................25

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1 INTRODUÇÃO

O período gravídico puerperal vem repleto de diversas mudanças internas e externas,

alterações nos aspectos psicológicos e fisiológicos, onde a assistência integral de profissionais

da saúde e o suporte familiar são essenciais para o apoio à puérpera e auxílio na prevenção de

doenças e complicações, além de promover a qualidade de vida da puérpera e família

(COELHO, 2014).

Um estudo desenvolvido no Brasil em 2011 e 2012 constatou a prevalência de

depressão pós-parto em 26,3% das mulheres participantes do estudo; essas se encontravam

entre 6 a 18 meses após o nascimento do filho (TEMA et al, 2016). Sarmento e Setubal (2003)

reforçam que a fase puerperal constitui um período de grande fragilidade emocional na

puérpera, e que 70% a 90% das mulheres apresentam um estado depressivo, conhecido na

literatura americana como “baby blues”, que está intimamente associada a ganhos e perdas

que a puérpera e seu bebê apresentam nesse período de adaptações.

Vale mencionar que o puerpério é classificado em três períodos, sendo: imediato, que

corresponde às duas primeiras horas após a dequitação placentária até o 10º dia pós-parto;

tardio, do 11º até 45 dias pós-parto; e puerpério remoto, após 45 dias até a mulher finalizar o

processo de amamentação (MARTINS; RIBEIRO; SOLER, 2011). Independente do período,

o puerpério requer uma atenção multidisciplinar, visando auxiliar a puérpera nas dúvidas e

anseios através de uma escuta qualificada, fortalecer o vínculo mãe e bebê, além de identificar

as necessidades da puérpera visando à promoção da saúde e a prevenção de doenças e

complicações (SÃO PAULO, 2017).

Ainda sobre a assistência à saúde no período puerperal, o Programa Rede Mãe

Paranaense (PARANÁ, 2017) preconiza que a equipe de saúde realize a visita puerperal até o

5º dia após nascimento do bebê para avaliação e acompanhamento da puérpera e recém-

nascido. Nesta visita, é de extrema importância a presença do profissional enfermeiro para

avaliar a situação de saúde da puérpera, investigar possíveis fatores de risco e complicações,

avaliar a evolução da incisão cirúrgica, quando cesárea, episiorrafia e sangramento vaginal,

esclarecerem dúvidas, realizar orientações sobre as modificações e fases do puerpério, além

de orientá-la sobre o aleitamento materno, pega correta, curativo do coto umbilical e cuidados

com o bebê.

Estudos ressaltam que a assistência puerperal não está consolidada nas unidades de

atenção primária, na qual os profissionais se preocupam apenas com a avaliação e a

imunização do recém-nascido durante a visita e a consulta puerperal, o que resulta na

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fragmentação do cuidado com a puérpera e impossibilita a identificação de fatores de risco

para complicações que podem surgir neste período (BRASIL, 2004).

Corroborando com os dados acima citados, o estudo realizado por Corrêa et al (2017)

destaca que a visita puerperal pelo profissional enfermeiro não é realizada com frequência

pelas equipes de saúde da família, o que resulta no afastamento do profissional com a

puérpera, além de não auxiliar nas dúvidas e anseios no pós-parto imediato, na identificação e

intervenção precoce na saúde da mãe e filho.

Frente ao exposto, é válido mencionar que a visita puerperal realizada pelo

profissional enfermeiro faz-se necessário para avaliações e intervenções em tempo hábil, tanto

no que se refere à saúde da mãe quanto a do bebê, pois consiste em um momento importante

para criação de vínculo e confiança entre a puérpera e o profissional de saúde, o que pode

auxiliar na identificação de intercorrências pós-parto, sinais de depressão e risco social

(ALMEIDA; NELAS; DUARTE, 2016).

Corrêa et al (2017) destaca, que acolher e atender às necessidades da mulher na fase

puerperal, consiste em confortá-la e proporcionar segurança em um período de diversas

mudanças no corpo, mente e em toda uma rotina familiar, pois frequentemente a mulher se

sente fragilizada e incapaz de desenvolver a função da maternidade sozinha, muitas vezes

estas não possuem experiência para desempenhar cuidados ao recém-nascido. Deste modo, o

período puerperal precisa ser acompanhando pelos profissionais da área da saúde, família e

parceiro, a fim de apoiar e auxiliar a puérpera neste período de inúmeras mudanças

(COELHO, 2014).

Visto que o período puerperal é repleto de mudanças na vida da mulher e família,

verifica-se a importância do desenvolvimento do presente estudo para identificar as principais

intercorrências ocorridas no período puerperal e quais ações do enfermeiro serão primordiais

para a promoção da saúde da puérpera, identificação precoce e prevenção de complicações.

Diante disto, objetivou-se analisar a produção científica sobre as alterações que ocorrem na

mulher no período puerperal e qual a atuação do enfermeiro na assistência à puérpera.

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2 METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura científica. Segundo

Mendes, Silveira e Galvão (2008), a revisão integrativa baseia-se na pesquisa de estudos

relevantes, permitindo a síntese e o aprofundamento do conhecimento sobre determinado

assunto, contribuindo desta forma para a prática clínica e a tomada de decisões.

Para o desenvolvimento do estudo, foram seguidas as etapas: limitação dos objetivos,

questão norteadora e palavras-chave; busca dos artigos nas bases de dados; leitura dos títulos

e resumos dos artigos encontrados; leitura na íntegra dos artigos pré-selecionados, seleção dos

artigos que atenderam aos objetivos e questão norteadora do estudo; análise crítica e reflexiva

dos estudos selecionados, discussão e conclusões.

Diante do exposto, o presente estudo norteou-se na seguinte questão: “O que existe na

produção científica em relação às alterações que ocorrem na mulher no período puerperal e

qual a atuação do enfermeiro na assistência à puérpera?”. Com intuito de atingir os objetivos

propostos e responder a questão norteadora, foram utilizados os Descritores em Ciências da

Saúde – DeCS: puerpério; complicações; saúde da mulher.

A busca das publicações foi realizada entre março e abril nas seguintes bases de dados:

Biblioteca Virtual de saúde (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS),

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Google Acadêmico, utilizando o cruzamento

dos descritores: “puerpério” AND “complicações” AND “saúde da mulher”.

Utilizou-se como critérios de inclusão: estudos inéditos publicados nos últimos 10

anos (2008 a 2018) em português, inglês e espanhol. Como critérios de exclusão foram

utilizados: artigos não disponibilizados gratuitamente na íntegra e que não atendessem os

objetivos do estudo.

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RESULTADOS

Apresenta-se na Figura 01 o processo de seleção dos artigos nas bases de dados,

utilizando o cruzamento dos descritores em ciências da saúde e os critérios de inclusão e

exclusão.

Figura 01 – Seleção dos artigos.

Fonte: Autora, 2018.

Diante do exposto, foram selecionados11 artigos para fazer parte desta revisão

integrativa. Os artigos foram codificados de B1 a B11, conforme o ano de publicação. Assim,

objetivando identificar os estudos, foi realizado o Quadro 01.

BVS LILACS MEDLINE SCIELO Google

Acadêmico

84 estudos 19 estudos 35 estudos 05 estudos 295 estudos

Estudos excluídos:

05 teses de doutorado

392 artigos não atendem temática e objetivo do presente estudo

23 estudos não disponíveis

Total de estudos selecionados

n = 11 artigos

Estudos duplicados nas bases de dados = 07

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Quadro 01- Distribuição dos artigos segundo título, autores, ano de publicação e periódico de

2008 a 2017.

Título Artigo/Código Autores Ano

Publicação

Periódico

Crenças e tabus relacionados ao

cuidado no pós-parto: o

significado para um grupo de

mulheres/B1.

STEFANELLO,

J.;NAKANO, A. M.

S.; GOMES, F. A.

2008 Acta Paul

Enferm

Humanização de assistência à

puérpera: concepção de

profissionais de enfermagem de um

hospital público/B2

CORRÊA, A. C. P. et

al

2010 Cien Cuid Saude

Identificação dos fatores de risco

para depressão pós-parto:

importância do diagnóstico

precoce/B3

GOMES, L. A. et al 2010 Rev Rene

Puerpério imediato:

desvendando o significado da

maternidade/B4.

STRAPASSON, M.R;

NEDEL,M.N.B

2010 Rev Gaúcha

Enferm

Puerpério e revisão pós-parto:

significado atribuído pela

puérpera/B5

SANTOS, F.A.P.S;

BRITO, R. S;

MAZZO, M. H. S.

2013 Revista Min

Enfermagem.

Bipolar disorder in the postpartum

period management strategies and

future directions/B6.

POPE,C.J;

SHARMA,V;MAZA

MANIAN, D.

2014 Women’s Health

A importância da assistência de

enfermagem no puerpério para

redução da morbimortalidade

materna/B7.

SANTOS, A.K.O;

CAVEIÃO,C.

2014 Revista saúde e

desenvolvimento

Puerperal consultation from the

perspective of nurses and

puerperae/B8

PEREIRA, C.M.;

GRADIM, C.V.C.

2014 Cienc Cuid

Saude

Educação em saúde no ciclo

gravídico-puerperal: sentidos

atribuídos por puérperas/B9

GUERREIRO, E.M.

et al

2014 Rev Bras Enferm

Assistência do enfermeiro da

estratégia saúde da família na visita

domiciliar à puérpera/B10.

LUZ, V.L.E.S. et al 2016 Revista

interdisciplinar

A prática educativa realizada pela

enfermagem no puerpério:

representações sociais de

puérperas/B11

DODOU, H.D. et al 2017 Rev Bras Enferm

Fonte: Autora, 2018.

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Verifica-se que os estudos concentram-se entre os anos de 2008 a 2017, e o ano de

mais publicações sobre o tema abordado foi em 2014 com quatro publicações, seguido pelo

ano de 2010 com três publicações. Em relação aos periódicos, a maior parte se concentra na

área de enfermagem.

A fim de facilitar e proporcionar uma melhor análise dos dados representados pelos

artigos foi elaborado o Quadro 02, onde se encontra identificado o código do artigo, tipo de

estudo, objetivos e os resultados e/ou conclusão.

Quadro 02- Identificação dos artigos.

Código/Tipo

Estudo

Objetivo(s) Resultados/Conclusões

B1/

Pesquisa qualitativa

Identificar os significados do

cuidado na fase puerperal no

contexto familiar.

A puérpera desenvolve a maternidade

em seu contexto familiar, seguindo as

crenças e costumes do dia a dia, ou

seja, apresentam a cultura familiar no

período puerperal.

B2/

Pesquisa qualitativa

descritiva-

exploratória

Analisar como os

trabalhadores de Enfermagem

concebem a assistência à

mulher da qual participam no

pós-parto hospitalar.

A falta de despreparo da equipe de

enfermagem e da gestão hospitalar

influencia no desenvolvimento da

assistência prestada à puérpera, e o

fato de a puérpera não saber seus

devidos direitos, também prejudica a

assistência oferecida.

B3/

Pesquisa descritiva

com abordagem

quantitativa.

Identificar os fatores de risco

que podem contribuir para a

Depressão Pós-parto (DPP),

bem como

identificar os sintomas que

podem caracterizá-la no

período puerperal imediato.

Muitas mulheres estão suscetíveis a

desenvolver a DPP no período do

puerpério imediato, o qual sugere que

as más condições sociodemográficas

contribuem para a doença. A DPP

compromete o humor, o físico, e o

pensamento.

B4/

Pesquisa qualitativa

de caráter

exploratório

descritivo.

Conhecer os significados da

maternidade frente às

necessidades das puérperas no

alojamento conjunto em um

hospital de Porto Alegre, Rio

Grande do Sul.

A maternidade vem repleta de

mudanças e rotinas e com ela a

responsabilidade e a insegurança de

assumir esse compromisso tão

importante na vida da mulher que é

ser mãe, visto que a puérpera precisa

desenvolver os cuidados com ela e

com o recém-nascido.

B5/

Pesquisa

exploratória e

descritiva, em

abordagem

qualitativa

Compreender o significado

atribuído por mulheres, acerca

do puerpério e da revisão pós-

parto no contexto da Estratégia

Saúde da Família.

O pós-parto é uma fase de

dificuldades para mulher, onde se faz

necessário entender a mudança de

rotina que precisará ser adequada.

Continua

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Conclusão

Código/Tipo

Estudo

Objetivo(s) Resultados/Conclusões

B6/

Pesquisa

quantitativa

Discutir a apresentação, o

curso clínico e o manejo dos

transtornos bipolares I e II

durante o período pós-parto.

No pós-parto a mulher está mais

suscetível ao transtorno bipolar

devido às mudanças ocorridas neste

período, principalmente relacionadas

ao humor, assim, destaca-se a

importância do diagnóstico precoce

do transtorno bipolar, a fim de iniciar

o tratamento melhorando a qualidade

de vida da puérpera.

B7/

Pesquisa de revisão

de literatura.

Identificar, através da revisão

bibliográfica, as modificações

físicas e

emocionais ocorridas no

puerpério, de retorno às

condições anteriores à

gestação, sejam fisiológicas ou

patológicas.

A puérpera precisa ser assistida

durante toda sua fase do puerpério, a

fim de prevenir precocemente as

complicações advindas nesse

período. Assim, é de extrema

importância a intervenção do

profissional de enfermagem para

promover a saúde da puérpera.

B8/

Pesquisa descritiva

com abordagem

qualitativa.

Avaliar a consulta puerperal

do ponto de vista tanto do

enfermeiro, que a realiza,

quanto da mãe puerperal, que

a recebe.

O período pós-parto é lembrado

apenas pelo cuidado prestado ao

recém-nascido, no entanto, a consulta

de enfermagem puerperal visa mudar

esse processo para que sejam

prestados cuidados tanto ao recém-

nascido como para mãe, visto as

inúmeras mudanças fisiológicas e

patológicas que podem acometer a

mulher.

B9/

Pesquisa descritiva,

qualitativa.

Apreender os conteúdos das

representações sociais de

puérperas sobre a educação

em saúde no ciclo gravídico-

puerperal na atenção básica de

saúde.

Destaca-se que as puérperas

adquirem conhecimento relacionado

ao puerpério, bem como cuidados

com a criança através de práticas

educativas, palestras ofertadas pela

equipe pedagógica e da saúde.

B10/

Pesquisa qualitativa

Identificar a realização da

visita domiciliar (VD) à

puérpera pelo enfermeiro da

ESF; descrever e discutir a

assistência que o enfermeiro

da ESF desenvolve na VD à

puérpera.

A visita domiciliar realizada pelo

enfermeiro é de extrema importância

para promover a saúde da puérpera e

recém-nascido, além de diagnosticar

complicações precoces e observar o

ambiente familiar em que ambos

estão inseridos.

B11/

Pesquisa descritiva e

qualitativa.

Apreender as representações

sociais de puérperas sobre os

conteúdos da prática educativa

realizada pela enfermagem

no puerpério.

Nota-se que as práticas educativas

realizadas pela equipe de

enfermagem são voltadas para o

recém-nascido e com isso a carência

de cuidados ofertados para a

puérpera tem sido notável. Fonte: Autora, 2018.

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4 DISCUSSÃO

Os estudos selecionados abordam a vivência da puérpera, as dificuldades e as

realizações ocorridas neste período, além da importância da assistência do profissional

enfermeiro para promoção da saúde e prevenção de complicações.

Diante da análise crítica e reflexiva de todos os estudos na íntegra, verificou-se a

necessidade de desenvolver as categorias descritivas: “Saúde da mulher: alterações no período

puerperal” e “Atuação do Enfermeiro na Assistência à Puérpera”.

4.1 Saúde da mulher: alterações no período puerperal

Estudos demonstram que o acesso da mulher no mercado de trabalho possui relação

com a redução da natalidade, pois as mulheres têm almejado a independência, autonomia

financeira, deixando para depois o sonho de se tornar mãe. Assim, a ocorrência de uma

gravidez não desejada pode acarretar desordem na vida da mulher por falta de estabilidade e

planejamento, abandono de estudos e trabalho, queda na renda familiar, dependência dos pais,

conflitos familiares entre outros (MINASI et al. 2013).

No entanto, independente do planejamento da gravidez, o período puerperal pode

ocasionar inúmeras mudanças principalmente na rotina da puérpera e acarretar patologias e

complicações. Segundo Santo e Caveião (2014), após o parto a puérpera vivencia uma

mudança na rotina diária, o que pode deixa - lá suscetível a inúmeros transtornos e patologias.

No decorrer do estudo, esses autores salientam elevação da taxa de morbimortalidade como

crise hipertensiva, hemorragias, septicemia em puérperas e de óbitos por causas preveníveis, o

que tem reforçado a importância do apoio familiar e de uma assistência multidisciplinar

qualificada capaz de identificar precocemente fatores de risco, atuando de maneira resolutiva,

prevenindo patologias e complicações.

O período puerperal vem repleto de tabus e culturas familiares, onde a puérpera pode

por muitas vezes encontrar-se confusa diante das mudanças e informações, pois os familiares

mais velhos geralmente trazem consigo uma cultura que deve ser seguida no período pós-

parto, como por exemplo, a ingestão de canja e cerveja preta justificando o aumento da

produção de leite materno, usar fumo no cuidado do coto umbilical, dentre outros, ou seja,

informações que confrontam as orientações profissionais e podem influenciar nos cuidados

puerperais, sendo assim necessária a intervenção de profissionais da saúde para sensibilizar a

puérpera sobre as mudanças ocorridas neste período e os cuidados adequados para que

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algumas tradições não acarretem prejuízos à saúde da puérpera e RN (STEFANELLO;

NAKANO; GOMES, 2008).

Uma das alterações frequentes no período gravídico puerperal é a diminuição da libido

que ocorre devido às alterações hormonais e isto pode refletir negativamente na vida da

mulher e de seu companheiro, acarretando ansiedade, medo de perder o marido, discussões

conjugais, entre outros. Este fato pode também estar relacionado com a dificuldade da

puérpera se expor devido à estética do corpo e pelo medo de poder retornar a atividade sexual

após o período de repouso e abstinência sexual pós-parto (SANTOS; CAVEIÃO, 2014).

Destaca-se como uma patologia comum neste período a depressão pós-parto (DPP),

cujo diagnóstico precoce muitas vezes é difícil pela não aceitação da própria puérpera e

familiares, sendo camuflada como cansaço extremo e desgaste de rotina. A DPP pode

aparecer nos primeiros dias após a alta hospitalar sendo influenciada pela falta de apoio do

parceiro e familiares, desgaste emocional, insegurança em realizar os cuidados necessários ao

RN, condições financeira do casal e a mudança do corpo; a doença pode ainda ocasionar a

rejeição do filho pela puérpera, deste modo, o diagnóstico precoce da patologia é essencial

para prevenir complicações e promover a saúde da puérpera (GOMES et al, 2010).

A fase puerperal para mulher tem uma relação com o medo, dúvidas e anseios. Um

estudo relata a ansiedade com o repouso puerperal, onde relacionam doenças e complicações

com a não realização do repouso até 45 dias pós-parto (SANTOS; BRITO; MAZZO, 2013).

Strapasson e Nedel (2010) salientam que a amamentação é o episódio mais temido

entre as puérperas devido à estética, cultura e sociedade. Isto reforça a necessidade de

educação em saúde durante todo o pré-natal e pós-parto, sobre os cuidados com as mamas,

pega correta do bebê, ordenha os fatores relacionados com a descida do leite e a produção do

mesmo no puerpério, livre demanda entre outros aspectos relacionados com essa prática, visto

que essas informações podem acalmar a puérpera, além de promover um pós-parto tranquilo e

saudável para mãe e RN.

Em relação ao parto, um estudo salienta que a recuperação após o parto normal é

imediato e o parto cesárea geralmente apresenta limitações, as quais as puérperas relatam ser

um ponto negativo desta prática no período puerperal (STRAPASSON; NEDEL, 2010).

Por outro lado, vale mencionar que podem ocorrer alterações no período puerperal

independente do tipo de parto, visto que a mesma vivenciará uma nova fase. Assim, durante o

pré-natal, é importante o acompanhamento da gestante na unidade de saúde, a fim de

promover uma gestação saudável e identificar possíveis fatores de risco para complicações,

isto deve ser reforçado no período puerperal, pois nesta fase a mulher pode passar por

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alterações no humor devido as alterações hormonais, conhecido como “baby blues” onde

geralmente a mulher se sente insegura, sensível e cobrada a todo o momento em relação aos

cuidados com o bebê, o que reforça a importância da assistência multidisciplinar à puérpera

logo nos primeiros dias pós-parto para orientações, apoio e identificação de possíveis

alterações, iniciando assim assistência precoce e em tempo hábil para prevenir complicações

(POPE; SHARMA; MAZMANIAN, 2014).

Reforça-se que a mulher no puerpério esta suscetível a mudanças. Mesmo que a

gestação seja planejada e a puérpera já possua filhos, esta pode ser surpreendida pela

insegurança, receio e medo, além de insônia, angústia, diminuição da libido, preocupação com

o retorno do corpo, dentre outros. Com isso faz-se necessária a informação e orientação da

equipe multidisciplinar para tranqüilizar a puérpera sobre a vivência puerperal, alterações

esperadas e as que necessitam de intervenções para prevenção de complicações. Assim, a

informação no puerpério é uma grande aliada da equipe para trazer segurança a puérpera

(GUERREIRO et al., 2014).

Por fim, é válido salientar que o puerpério não acarreta apenas alterações ruins para

vida da mulher e sim mudanças boas, pois é na fase do puerpério que a mulher ganha o

instinto materno que a faz realmente sentir mãe, forte, com um amor jamais imaginado, se

realizando como mulher. Nessa fase a puérpera começa a repensar na vida, o que antes ela

faria hoje talvez ela não faça mais, ou por medo, ou por não demonstrar ser um espelho de

admiração para o filho. Ser mãe é uma mistura de sentimentos, adrenalina, compaixão. A

maternidade traz consigo muitas alterações inesperadas, ao mesmo tempo em que a mulher é

guerreira, forte, ela consegue ser delicada; ao mesmo tempo em que ela briga, orienta e

aconselha. São surpresas que esse dom divino da maternidade traz para mulher

(STEFANELLO; NAKANO; GOMES, 2008).

4.2 Atuação do Enfermeiro na Assistência à Puérpera

Estudo realizado por Luz et al (2016), destaca a importância da visita domiciliar

realizada pelo enfermeiro na assistência à puérpera, onde salienta que esta prática

proporciona a confiança e aumenta o vínculo da puérpera com o serviço, sendo um momento

de oportunidade para observar as condições de moradia, higiene e rotina da puérpera, além de

ser fundamental para avaliar a condição geral da mesma, os aspectos fisiológicos,

psicológicos, sangramento vaginal, amamentação e também orientá-la sobre os cuidados com

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o recém-nascido, como a limpeza do coto umbilical, imunizações, testes de triagem neonatal,

incentivando sempre o vínculo da mãe/bebê.

É através da visita domiciliar que o enfermeiro conhece a moradia e a rotina da

puérpera, o que possibilita traçar um plano de cuidado que se adapte à rotina puerperal, pois

para prestar assistência qualificada e humanizada, o enfermeiro precisa conhecer a realidade

da puérpera, realizar uma escuta qualificada, além de respeitar sua cultura. Durante a visita é

fundamental que sejam realizadas orientações e cuidados com a puérpera, pois muitas se

queixam que os cuidados e orientações geralmente são voltados para o recém-nascido, o que

pode prejudicar a identificação de fatores de risco para complicações puerperais (DODOU, et

al. 2017).

Segundo estudos, a consulta puerperal está sendo bem recebida pelas puérperas,

ressaltando que quando realizada em domicílio com o profissional enfermeiro, a puérpera

agrega mais informações, além de se sentir confortável e confiante, fortalecendo assim o

vínculo usuário/profissional (PEREIRA; GRADIM, 2014).

De acordo com Gomes e Santos (2017) o enfermeiro é o principal responsável pelo

cuidado da gestante/puérpera na atenção básica de saúde, realizando consultas de pré-natal e

puerperal, além de visitas domiciliares. É através desse cuidado que ocorre a promoção da

saúde e prevenção de doenças, além da identificação da rotina da gestante e possíveis fatores

de risco. O presente estudo salienta uma falha de comunicação e acompanhamento da

puérpera entre a unidade hospitalar e a atenção básica, onde, na alta hospitalar, os

profissionais geralmente não orientam a puérpera sobre a importância do acompanhamento na

unidade de saúde, ocasionando algumas vezes em distanciamento da puérpera ao cuidado de

saúde. Porém, deve-se ressaltar a importância da visita domiciliar puerperal e do vínculo do

enfermeiro para a atenção básica com a gestante/puérpera, reforçando que a mesma

compareça na unidade após o parto para o acompanhamento.

Vale mencionar que o enfermeiro possui papel fundamental na assistência

multidisciplinar na fase puerperal, realizando orientações com a finalidade de esclarecer

dúvidas da puérpera, onde a prática, o vínculo e o conhecimento teórico do enfermeiro

possuem destaque nessas situações, proporcionando intervenções em tempo hábil e uma

assistência qualificada (DODOU et al, 2017).

Destaca-se que as atividades educativas realizadas pelo enfermeiro e demais

profissionais nas unidades básicas de saúde, promovem o conhecimento das puérperas, sendo

esta uma estratégia para prevenir doenças e complicações, reduzir a angústia e dúvidas do

período puerperal, além de sensibilizar hábitos de vida adequados. No entanto, salienta-se que

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geralmente as práticas educativas ainda são desenvolvidas no modelo tradicional, focadas na

transmissão de conhecimento, não incentivando a discussão, interação e participação da

puérpera como protagonista das decisões que envolvem a sua própria saúde, assim há

necessidade de readequação deste processo, a fim de incentivar a troca de experiência e a

autonomia da mulher (GUERREIRO et al., 2014).

O enfermeiro deve oferecer à puérpera, assistência integral e humanizada, a fim de

promover um pós-parto saudável e tranquilo. Para isto, o processo de cuidados deve abranger

toda família, visto que o nascimento de uma criança ocasiona uma mudança na rotina familiar

e não apenas da puérpera, assim promover o vínculo familiar e oferecer assistência

humanizada a toda família é fundamental para um pós-parto sem complicações (CORREA et

al, 2010).

Em relação ao atendimento da puérpera no âmbito hospitalar, destaca-se que a

assistência hospitalar é precária de orientações claras sobre cuidados, pois as puérperas

recebem alta com dúvidas, medos e insegurança. A unidade hospitalar está sendo verbalmente

falada entre puérperas e caracterizada como um ambiente de profissionais grosseiros,

estressados que descontam todo o nervosismo e a rotina do serviço nos usuários, o que pode

acarretar prejuízos para vivência da puérpera durante o atendimento, além de causar possíveis

complicações. Deste modo, é primordial que a equipe de enfermagem atue com humanização,

promovendo a confiança e a segurança da puérpera, proporcionando um parto saudável e

tranquilo com foco na mãe e no RN, permitindo assim a troca de experiências e saberes entre

ambos (GOMES; SANTOS, 2017).

Portanto, o enfermeiro e sua equipe, precisam estar capacitados para lidar com a

puérpera desde o pré-natal, parto e puerpério. Salienta-se que durante o internamento

hospitalar realizado para o parto, é necessária a assistência humanizada pré-parto, bem como a

assistência de qualidade e periódica após o nascimento do bebê, onde devem ser avaliados os

sinais de hemorragia, avaliação dos sinais vitais, orientação sobre amamentação, palpação de

Pinard para regressão uterina, orientação sobre deambulação após 4 horas, caso seja parto

normal e 6 horas após cesariana a fim de evitar gazes, prevenir trombose e promover

regressão do útero, além de orientações gerais de cuidado com o puerpério e RN (GOMES;

SANTOS, 2017).

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6 CONCLUSÃO

O desenvolvimento do presente estudo permitiu identificar que o período puerperal

pode acarretar inúmeras alterações e mudanças na rotina da puérpera e sua família. Salienta-se

que o puerpério é um período que a mulher está mais suscetível a alterações de humor,

sentimentos de insegurança, medo, receio, além de morbidades como a depressão.

Diante do exposto, verificou-se que a assistência realizada pelo profissional

enfermeiro através da consulta de enfermagem, visita domiciliar e atividades de educação em

saúde, são essenciais para promover um pré-natal, parto e puerpério saudável, integral e de

qualidade, intervindo precocemente para evitar complicações.

Destaca-se a importância de novos estudos sobre a temática, a fim de contribuir para

assistência integral à gestante/puérpera e prevenir complicações.

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Anexo A – Instruções para autores da Revista Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR

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Anexo B – Declaração de revisão ortográfica, gramatical.