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Resposta a artigo sobre a Unção dos Enfermos.

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Uno com leo - Rev. Ludgero Bonilha

A ORAO DA F E A UNO DE ENFERMOS, ONTEM E HOJEUma anlise de Tiago 5.14-16 em seu contexto histrico-gramatical-teolgico e sua aplicao hoje na igreja

Por Rev. Ludgero Bonilha MoraisComentrios de Gledson Meireles

Os comentrios esto em recuo.

Dirijo-me aos presbteros da igreja com profundo respeito, apelandohumildemente para a autoridade das Escrituras com o fim de, no Senhor,orient-los no que segue.

A autoridade das Escrituras um fato consagrado e reconhecido por todos os cristos, tanto catlicos como protestantes. O que o reverendo Ludgero demonstrar a posio reformada, o que acredita ser aquela esposada pela autoridade da Bblia. No presente comentrio analisar-se- o fato, de forma pormenorizada, seguindo o texto do reverendo e seus argumentos.

O que desejo expor encontra-se sucintamente registrado em Provrbios 28.13explicitamente em Tiago 5.14-16.

Portanto, h testemunho em ambos o Antigo e Novo Testamentos.

As palavras de Provrbios 28.13 so simples e diretas. No h nada de obtusonelas; dizem exatamente o que querem dizer, e querem dizer precisamente oque dizem.

Ento, oportuno l-las: Quem dissimula suas faltas, no h de prosperar; quem as confessa e as detesta, obtm misericrdia. Realmente, a Palavra de Deus ordena a confisso. O dissimulador no prosperar, e o confessor receber misericrdia de Deus.

O remdio que Deus tem para os problemas do homem a confisso.Ocultar as transgresses traz desgraa, derrota e runa, mas a confisso e oabandono do pecado traro o perdo misericordioso e a paz.

Nas palavras de Tiago 5.14 no se pode duvidar de que Tiago ensinou que hpossibilidade de uma doena provir do pecado. Tiago orientou os cristos queao adoecerem chamassem os presbteros da igreja. Este texto, portanto,convida-nos, a ns presbteros, a uma detalhada reflexo, porquanto,refere-se especificamente a uma ao para a qual temos sido chamados emnosso ministrio presbiterial. necessrio, sem dvida, entendermos o maisperfeitamente possvel o que Deus quer nos ensinar ali.Essa ligao entre doena e pecado aparece nas Escrituras. Portanto, o texto tem uma profunda ligao com a confisso dos pecados, e o perdo e a cura. Esta proviso escriturstica lana a Igreja de Jesus Cristo tarefa detrabalhar com os que ficam doentes por causa do pecado. A obra dos oficiaisda igreja no pode ser transferida aos psiquiatras ou aos msticos. Apsiquiatria no tem meios para curar as enfermidades hamartiagnicas*, e osmsticos, por outro lado, no levam a srio as Escrituras.

Deve-se reconhecer, no entanto, que as enfermidade so tambm efeitos do pecado original, e o texto diz apenas: Est algum enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes faam orao sobre ele, ungindo-o com leo em nome do Senhor. (v. 14) Est algum enfermo? e a pergunta. No especifica o tipo e a origem causal da doena, mas apenas se est algum enfermo. Isso leva a Igreja a ter a obrigao de atender os chamados dos fieis para tratamento espiritual de um doente.

Tiago disse que os presbteros deveriam orar pelo paciente, ungindo-o comleo. Explicou que a orao da f restabelece o membro doente e, se houvercometido algum pecado, ser-lhe- perdoado. Tiago, alm disso, exortou osenfermos a confessarem uns aos outros seus pecados para serem curados (v.16). O que parece que Tiago viu forte correlao entre doena e pecado.Ele presumia que muitas doenas resultam de pecado.Se o apstolo presumia isso o texto no limita-se ao fato. Na verdade, ele alarga a questo para todo tipo de doena. A orao da f salvar o enfermo e o Senhor o restabelecer. Se ele cometeu pecados, ser-lhe-o perdoados. (v. 15) No fim dito: se ele cometeu pecados. Essa possibilidade exclui a suposio de que o apstolo estivesse ensinando que o ministrio presbiteral devesse tratar de doenas hamartiagnicas. Entretanto, e muitos casos no haveria necessidade de perdo, apenas da cura fsica. A realidade nos confirma que isso se d somente quando o Senhor julga oportuno, pois nem sempre h restabelecimento da sade, mas podemos crer que sempre h aumento da graa naqueles que recebem o sacramento da uno dos enfermos.A clusula se doversculo 15 admite a possibilidade de que haja doenas provenientes dedisfunes, ferimentos ou outras causas inocentes. evidente que Tiagoreconhecia duas fontes de doena: orgnica e inorgnica. Mas se, por umoutro lado, a causa desconhecida (e qui mesmo no caso de algumas causasconhecidas), Tiago dizia que quando o paciente debate a sua doena com ospresbteros e se faz orao, deve-se discutir a possibilidade de que adoena seja causada por algum pecado, e, se achar pecado por detrs doproblema, deve ser confessado.Essa explicao acima introduz alguns elementos no texto. A clusula de possibilidade foi comentada anteriormente. Ela diz que h ou no possibilidade de o enfermo ter cometido pecados que devem ser confessados. No se sabe se h inteno de fazer a distino orgnica e inorgnica da doena. Outro elemento no encontrado no texto o seguinte: Tiago dizia que quando o paciente debate a sua doena com ospresbteros e se faz orao, deve-se discutir a possibilidade de que adoena seja causada por algum pecado, e, se achar pecado por detrs doproblema, deve ser confessado. Em que momento o texto manda que haja tal debate sobre a causa da enfermidade? Onde est que somente aps isso que deve ser confessado? Na verdade, o fato um pouco mais simples. O doente far exame de conscincia e confessar o pecado. Os presbteros viro para ungir o enfermo com leo. No se trata de qualquer um fazer a uno, mas isso dever dos ministros da Igreja.

Ao mencionar a confisso de pecado causador de doena, Tiago referia-seprimordialmente confisso feita a Deus. Mas ele falou tambm de confessaros pecados uns aos outros.

De onde pode-se concluir isso? No est no texto. De fato, ele no falou de uma confisso feita a Deus e de outra feita a algum mais. Ele escreveu adiante: Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados. A orao do justo tem grande eficcia. Quem foi chamado para ungir o doente? Quem ser beneficiado com a cura, o perdo e o restabelecimento geral da sade corporal e espiritual? Tudo isso recebido pelo enfermo, o qual ter do presbtero a uno e a absolvio do pecado confessado. , portanto, ao presbtero que o doente confessa, e no final recebe perdo de Deus. A expresso uns aos outros no recproca no contexto, assim como no o em Ef 5,18-22 e 6, 1-2. A confisso do fiel enfermo ao presbtero.

A pessoa enferma orientada no sentido de querevele e confesse os seus pecados queles contra os quais pecou.

Essa afirmao no est no texto em lugar algum. gratuita. uma suposio introduzida no texto de que no poderia haver confisso sacramental de pecados aos presbteros. Ento, diz-se que esses aconselhariam aos doentes a confessar a quem havia ofendido. Essa ordem geral da epstola no faz o menor sentido se assim o fosse. A simplicidade do texto sagrado mostra que o uso da uno dos enfermos era j estabelecido. Manda-se apenas chamar os presbteros quando houvesse doentes na Igreja.

Se devaconfessar aos presbteros tambm, problemtico. Provavelmente soconsiderados como conselheiros nessa questo, pois a passagem afirma quedepois de orarem juntos, d-se a cura.

Algum deveria questionar: por que problemtico? Como explicado antes, a explicao foi inserida para livrar da realidade da confisso aos presbteros. Uma vez que essa patente no texto, t-la como fato problemtico, mas somente para a Teologia Protestante, em especfico, a Teologia Reformada. Calvino negou o sacramento da uno e da confisso. Assim, nos passos de Calvino no se pode aceitar que o texto afirme o que est afirmando, e deve-se explic-lo luz da Teologia Reformada. Doutro modo, ter-se- problema insolvel. Por outra parte, a Teologia Catlica aceita o texto como est, e explica porque ele assim. A explanao que trata-se de um sacramento para acompanhar os doentes, e para curar a alma dos pecados.

Parece que o melhor modo de entenderessa poro bblica que o crente enfermo confessara os seus pecados aospresbteros. Talvez seja esta a nfase do on (pois) com o qual comea oversculo 16 no texto grego. A generalizao contida no versculo 16(confessai, pois os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros,para serdes curados) parece evolver da experincia descrita nos versculos14 e 15, que pressupem que fora feita confisso aos presbteros. A palavraexomologo (confessar) empregada em Tiago 5.16 significa literalmente,declarar a mesma coisa. A ideia nela contida a de dizer publicamente (ouao menos abertamente) a outra pessoa que voc concorda com seu julgamentoadverso acerca de sua conduta. Significa admitir a algum mais que vocpecou contra ele.

Pode ento ser entendida que o pecador doente tinha pecado contra o presbtero? No possvel supor. A ordem geral exclui tal possibilidade. A confisso dever ser feita quando houve pecado. Deve-se lembrar da clusula se j comentada.

A confisso de Westminster coloca-o nestes termos:

como todo homem obrigado a fazer a Deus confisso particular das suasfaltas, pedindo-lhe o perdo delas, fazendo o que, achar misericrdia, sedeixar os seus pecados, assim tambm aquele que escandaliza a seu irmo ou aigreja de Cristo, deve estar pronto, por uma confisso particular ou pblicado seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu arrependimentoaos que esto ofendidos; isto feito, estes devem reconciliar-se com ele ereceb-lo em amor. (XV, VI)

Se fosse assim, segundo os cnones de Westminster, somente haveria confisso quando algum escandaliza a seu irmo ou aigreja de Cristo, o que remete a pensar que o presbtero s ouviria confisso de pecados cometidos contra ele pelo fiel doente. Tal coisa no encontrada em toda a passagem, mas oriunda da Teologia Reformada que est analisando o pensamento bblico do texto em apreo.

Mas o que dizer do leo?

Sem dvida, ns os presbteros, a quem esta passagem de Tiago faz meno,temos de ser orientados a respeito da uno com leo.Primeiramente, incerta e provavelmente sem importncia a questo se Tiagopensava na uno como simultnea ou precedente orao. O leo de oliva eratido como remdio. De fato, nos tempos bblicos o uso do leo comomedicamento era universal. Observem-se, por exemplo, Lucas 10.34 (onde se vo bom samaritano tratando do homem que cara em mos de salteadores,aplicando leo em seus ferimentos). Isaias lamentava a condio do povo deDeus que ele descreveu empregando a figura de uma pessoa machucada cujasferidas no foram amolecidas com leo (1.6)

Esse fato deve ser considerado, pois assim como o uso da gua no batismo deve-se pelo seu simbolismo de lavagem, de limpeza. E nem por isso algum pensaria que o seu uso seria assim para limpar as sujeiras corporais. Do mesmo modo, o uso teraputico do leo nos tempos antigos servem para entender melhor a cura das faltas na uno dos enfermos.

Portanto, Tiago no tinha em mente mgica nenhuma, quando mencionou o uso doleo. Muito menos estava se referindo ao sacramento romanista da uno, emenos ainda, a poderes sobrenaturais conferidos a leos, lquidos, etc.Realmente, no h meno de mgica nenhuma referente ao leo. Mas, por que o autor excluir o sacramento romanista da uno. O que a Igreja ensina no tem a ver com magia, misticismo. O sacramento sinal sensvel da graa, no uma forma mgica para alcanar um bem. Essa afirmao do autor no afeta em qualquer grau o sacramento da uno. Pelo que j foi comentado acima, pelo contrrio, o sacramento da uno est exarado nessa passagem da Epstola de So Tiago.Como questo de fato, Tiago no escreveu sobre nenhum tipo de unocerimonial. A palavra grega ungir (aleipho) empregada por Tiago, noindica uno cerimonial. A palavra para unes cerimnias, que ocorriam noAntigo Testamento, era chrio (cognata de christs, ungido- Cristo, oungido).Nesse ponto, o autor passa a fazer uma anlise gramatical, semntica do termo usado por So Tiago. E por haver diferena do uso da uno nos originais do Antigo Testamento em relao ao termo empregado na epstola, o reverendo ensina que no refere-se a nenhum tipo de uno cerimonial. Ser mesmo isso possvel? Todo o contexto testemunha o contrrio. No haveria necessidade de chamar os presbteros para fazer um uso teraputico, como um mdico ou enfermeiro, de forma totalmente alheia ao significado espiritual, sacramental, ou como disse, cerimonial daquele ato. Portanto, ao chamar os presbteros para ungir os doentes est-se referindo a algo espiritual, ao sacramento da uno. Desse modo, a anlise gramatical serviu apenas para detectar a diferena de termos usados para referir-se uno, mas no refuta o fato de tratar-se do sacramento da uno, presente em toda a passagem.Em contraste com a palavra chrio (ungir), o vocbulo utilizado por Tiago(aleipho) geralmente significa friccionar ou simplesmente aplicar. Apalavra aleipho era usada para descrever a aplicao pessoal de unguentos,loes e perfumes que em geral tinha uma base de leo o termo relaciona-secom lipos, gordura. Era empregado significando at argamassa para paredes.O vocbulo cognato exaleipho intensifica o conceito de esfregar ou aplicar oleo, e d ideia de untar, apagar, enxugar, raspar, etc. Aleiptes era otreinador que massageava os atletas numa escola de ginstica. Emportugus: alipta. a.lip.ta sm (gr aleptes) O que, entre os gregos eromanos, esfregava leo nos que saam do banho, ou nos atletas que sepreparavam para a luta. (Moderno Dicionrio da Lngua Portuguesa Michaelis). O termo aleipho ocorria muitas vezes nos tratados de medicina(vide: Synonyms of the New Testament Trench).Assim que vem a tona que o que Tiago pretendia com o uso do leo: era oemprego dos melhores recursos mdicos daquele tempo.Esse o clmax da negao de toda a passagem. Essa afirmao torna os presbteros os mdicos da poca para a igreja. Tiago estaria preocupado com o uso dos avanos tecnolgicos em prol da sade dos fieis. E lamentavelmente uma introduo de sentido no texto, o que tecnicamente chamado de eisegese.Tiago simplesmentedisse que se aplicasse o leo (frequentemente usado como base de misturas devrias ervas medicinais) no corpo e que se fizesse orao. O que Tiagodefendia era o emprego da medicina aceita e consagrada. Nessa passagem eleapregoou que as doenas fossem tratadas com recursos mdicos acompanhados deorao. Ambos os elementos devem ser usados juntos; nenhum deles deveexcluir o outro. Portanto, ao invs de ensinar a cura pela f, independentedo uso de medicamentos, a passagem ensina justamente o contrrio.Como dito acima, nada disso encontra-se no texto. H valor no que diz, mas no em explicao para a passagem bblica. Os presbteros no eram os mdicos, mas pastores de almas, e vinham para aplicar o leo em contexto espiritual: uno, orao, confisso, perdo, que a cursa espiritual, e cura fsica. No h preocupao, nesse relato, de emprego de medicamentos consagrados pela medicina vigente aos doentes. Trata-se, esse, de um princpio correto, todos devem admitir. O que no convm inserir tal sentido como se o mesmo fosse oriundo do texto bblico, que no o conhece. Talvez o autor equivocou-se aqui para refutar a ideia pentecostal e neo-pentecostal de abandono do uso de medicamentos e cuidados mdicos para viver da f. importante que diga-se isso, mas que no introduza questes estranhas em passagens das Escrituras com o fim de elucid-las, pois o resultado um ofuscamento delas.Mas, quando se usam medicamentos, estes devem ser usados conjuntamente comorao. A est a razo por que Tiago disse que a orao da f cura o doente.

No esse o motivo. O texto afirma como est escrito: a orao da f salvar o enfermo. Reconhecemos o sentido absoluto em termos espirituais. Em momento algum o texto usa de introduo de um sentido cientfico aliado ao exerccio da f, como objetivo do autor expressar.

Mas Tiago no considera o emprego de remdios e da orao eficientes s noscasos em que o paciente haja cometido pecados. Nesses casos, a orao temque incluir especificamente a confisso de pecados. O pecado est na raiz dealgumas enfermidades e pode ao menos ser um fator corroborativo de certascomplicaes de algumas outras doenas. E Tiago explicou ainda que aconfisso de pecados deve ser feita no s a Deus, mas tambm uns aosoutros. Por certo a confisso no um fim em si mesmo. O arrependimento ea confisso so apenas meios para a reconciliao, sendo esta o objetivoltimo.Neste passo o autor perdeu-se em explicaes psicolgicas, ou mesmo psiquitricas, dos benefcios da confisso. resultado do afastamento do sentido real da passagem como sacramento. O autor deveria reconhecer esse afastamento e explic-la como a Igreja sempre fez.O Novo Testamento ensina que doenas podem provir de pecados, e da advertiusobre a necessidade de confrontao bblica realizada pelos presbteros daigreja. Devemos estar sempre cientes do nosso dever nesta questo, quandovisitarmos os enfermos. Esta confrontao requer coragem e piedade parafaz-la. Fica-se perguntando quantas doenas (ou pelo menos complicaes dedoenas) poderiam ter sido curadas mediante cuidadosa ateno s palavras deTiago e sua aplicao contextual e sbia. Ns presbteros precisamosaprender a levar Tiago a srio.

O reverendo elabora seu pensamento j no sentido que explicou acima, afastado da verdadeira significado do texto. Os presbteros seriam assim como que os psiclogos cristos. verdade que a confisso sirva para esses fins tambm, mas o sentido ltimo dela sacramental, sendo os bens fsicos oriundos das consequncias da fora da graa agindo na alma do corao contrito perdoado e reconciliado.

Portanto, bom que consideremos o seguinte quanto ao uso do leo:

1 A Igreja Presbiteriana do Brasil no omissa nesta questo, mas,historicamente tem entendido que o uso do leo, recomendado por Tiago, no nenhum tipo de uno cerimonial (nossa denominao admite somente duascerimnias de valor sacramental, a Santa Ceia e o Batismo).

Entende-se perfeitamente que, fiel Tradio Reformada, a Igreja Presbiteriana no poderia adicionar sacramentos seno os dois j reconhecidos nos tempos da Reforma. O problema que j antes da Reforma a Igreja reconheceu e exerceu em sua prtica crist os sete sacramentos. um momento de pensar na Tradio Catlica bimilenar, e confrontar com a Tradio Reformada de metade de um milnio.

2 O uso do leo em Tiago 5:14, ao invs de ensinar a cura pela f,independentemente do uso de medicamentos, ensina justamente o contrrio.

3- O uso do leo no contexto do Novo Testamento e, neste caso especfico,tem valor medicinal medicamentoso.

Como visto, essa concluso no provm do texto. correta em seu uso comum, pois provem de um princpio certo, mas no encontra-se na Escritura analisada. expresso do pensamento do autor, que no caso no concorda com o dado escriturstico.

4- O leo, sem sua legtima aplicao medicamentosa, no produz qualquerefeito.

Talvez, aqui, o autor tenta refutar a ideia de uso mgico do leo. preciso saber que a f crist catlica abenoa o leo para uso nos enfermos mas no cr que o mesmo tenham qualquer efeito alm daquele que expresso nas Escrituras como proveniente do sacramento. O leo a matria para o sacramento apenas, como a gua o para o batismo.

5- A orao no prescinde o uso do medicamento aplicvel a cada casoespecfico.

Continua com a suposio de um uso mdico do leo.

6- A frase: os presbteros da igreja em Tiago 5.14 deixa entender a aodo corpo coletivo dos presbteros e no ao individual.

conveniente saber que no possvel que cada vez sejam chamados todos os presbteros para atender um doente cristo. Trata-se de uma ordem que remete a saber a ao prpria do ministrio presbiteral.

7- O crente pode, e est sujeito a se enfermar. Doena no resultadodireto de pecado especfico.

Esse ponto j foi comentado no incio da presente anlise. Em concordncia.

8- Fica estabelecido, no entanto, que este contexto de Tiago 5.14 ensina aospresbteros a caminhar para uma confrontao bblica com o enfermo,inquirindo dele, o enfermo, a possibilidade de o pecado estar na raiz dadoena.

Isso pode estar subentendido na passagem, mas no trata-se do sentido da mesma, como j mostrado na resposta.

Calvino, a grande referncia interpretativa dos presbiterianos, afirma nocomentrio a esta passagem, quanto ao uso do leo:

Foi isto (a uno com leo) nos dado de tal forma que deveria estar em usoentre ns nos nossos dias? A isto respondo, no...

A referncia interpretativa dos catlicos toda a tradio bimilenar de acordo com os dados apostlicos, sem perigo de mudanas. Algo contra o sacramento da uno no encontra-se nessa referncia, e portanto est excludo.Cerrar os olhos para as lies da histria, fatalmente nos levar acometermos os mesmos erros que reiteradas vezes condenamos no passado. Otexto de Tiago 5.14, interpretado equivocadamente pela igreja romana,trouxe luz a doutrina da extrema uno, dos santos leos e, mais tardeo popularmente conhecido surgimento das benzedeiras.A Igreja no equivoca-se nesses assuntos, pois tem a ao constante do Esprito Santo. (Jo 16,13.26) De fato, a passagem diz respeito ao sacramento da uno dos enfermos. No refere-se ao surgimento das benzedeiras, bvio, pois nesse caso nem mesmo a Igreja Catlica reconhece. A afirmao do reverendo, como antes j exarada, gratuita nesse sentido.Descobriram eles queesta manipulao da credulidade popular lhes confere domnio sobre osincautos.Nesse momento, o reverendo julga a Igreja como manipuladora da credulidade popular. Fica a resposta do que j est dito acima.Hoje, cumpre-nos o dever de analisar criteriosamente os textos dasEscrituras e aplic-los luz de seu contexto histrico-gramatical-teolgico.No podemos ficar aqum do propsito recomendado e nem ultrapassar oslimites fixados pela Palavra de Deus.Como pode ser visto no artigo, o autor ultrapassou os limites da Palavra introduzindo princpios e fato que no encontravam-se no texto, a partir de anlise gramatical, por exemplo, indo alm da passagem, e construindo a concluso sobre isso. Portanto, o resultado do seu ensino est de acordo com a Teologia e Tradio Reformadas, mas no de acordo com a Palavra de Deus expressa h quinze sculos antes dessa tradio.Na esperana de dirimir toda e qualquer dvida sobre a passagem de Tiago 5.14-16 e no anseio de que vejamos cumprida a recomendao paulina: completaia minha alegria de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor,sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento (Fp 2.2), registro minhaconfiana nos propsitos eternos do Deus que dirige a vida de sua Igreja e,de forma carinhosa, a vida de seus oficiais.

Este texto foi produzido por ordem do Presbitrio Belo Horizonte da IgrejaPresbiteriana do Brasil, com adaptao autorizada. A pastoral vem acrescidada seguinte declarao:

Declarar que o posicionamento doutrinrio e prtico inserido no documento emapreo recebe irrestrito apoio deste Conclio, requerendo de seus pastores epresbteros comportamento em harmonia com suas concluses.

* Enfermidade hamartiagnica , literalmente, enfermidade gerada pelopecado. Conquanto toda a doena resulte, em ltima anlise, do pecado deAdo, sendo, nesse sentido indireto, hamartiagnica, algumas doenas resultamdiretamente de pecados especficos. Neste ltimo sentido que a palavra aqui empregada.

Concluindo, temos que os doentes, tradicionalmente em perigo de morte, pois o sentido o substantivo grego para doentes, empregado no texto, recebem dos ministros o sacramento da uno. Um ou mais presbteros podem celebrar o sacramento. Todos os sacramentos devem ser recebidos com f no Redentor Jesus Cristo.Que o Senhor conceda entendimento a todos os que leem esse artigo e sua respectiva resposta.