Uma Proposta

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1 UMA PROPOSTA DE MECÂNICA PARA O NÍVEL MÉDIO: ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM EM SALA DE AULA 1 Silvia Oliveira Resquetti, 2 Marcos Cesar Danhoni Neves RESUMO O presente trabalho é um projeto de intervenção pedagógica na escola, integrado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, ano 2008, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, em parceria com a Universidade Estadual de Maringá. O Programa integra uma política de formação continuada voltada para a valorização dos professores do Ensino Básico, da rede pública estadual de ensino, junto às Instituições de Ensino Superior. O projeto teve como público alvo os professores de Física que atuam no Colégio Estadual Governador Adolpho de Oliveira Franco, do Núcleo Regional de Educação de Maringá. O trabalho objetivou promover um diálogo construtivo, para rediscutir qual Física ensinar e, mais especificamente, que tratamento deve ser dispensado à Mecânica. Entende-se que a proposta curricular desse tema deve ser amplamente debatida entre os professores da escola, no sentido de evitar o que usualmente acontece, que é reduzir o saber a ser ensinado a uma longa lista de tópicos. A metodologia aplicada durante a implementação do projeto na escola está apoiada em propostas didático- pedagógicas inovadoras na área de ensino e aprendizagem em Ciências. As atividades desenvolvidas versam sobre os conceitos, leis e teorias envolvendo a Mecânica, visando a abordagem contextualizada da História e Filosofia da Ciência, a relação do tema com a tecnologia e o cotidiano, a abordagem qualitativa dos conteúdos, a presença de elementos da Mecânica em obras de arte e obras literárias, o desenvolvimento de experimentos de laboratório com caráter investigativo, o uso de materiais didático-pedagógicos e das tecnologias da informação/comunicação como ferramentas de auxílio. Desse modo, procurou-se contribuir com o processo de ensino-aprendizagem, no sentido de lançar múltiplos olhares sobre os recursos para o desenvolvimento das práticas pedagógicas dos professores de Física envolvidos no programa. Palavras-chave: Formação Continuada. Intervenção Pedagógica. Propostas de Ensino em Ciências. Ensino de Mecânica. 1 Mestre em Educação para a Ciência e o Ensino da Matemática pela Universidade Estadual de Maringá - UEM/Pr. Professora de Física do Col. Est. Governador Adolpho de Oliveira Franco, Núcleo Regional de Educação de Maringá-Pr. E-mail: [email protected] . 2 Pós-Doutor pela Università La Sapienza Di Roma, LA SAPIENZA, Itália. Professor titular do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá - UEM/Pr. E-mail: [email protected] .

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UMA PROPOSTA DE MECÂNICA PARA O NÍVEL MÉDIO:ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM EMSALA DE AULA

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    UMA PROPOSTA DE MECNICA PARA O NVEL MDIO: ESTRATGIAS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM EM

    SALA DE AULA

    1Silvia Oliveira Resquetti, 2Marcos Cesar Danhoni Neves

    RESUMO

    O presente trabalho um projeto de interveno pedaggica na escola, integrado ao Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, ano 2008, da Secretaria de Estado da Educao do Paran, em parceria com a Universidade Estadual de Maring. O Programa integra uma poltica de formao continuada voltada para a valorizao dos professores do Ensino Bsico, da rede pblica estadual de ensino, junto s Instituies de Ensino Superior. O projeto teve como pblico alvo os professores de Fsica que atuam no Colgio Estadual Governador Adolpho de Oliveira Franco, do Ncleo Regional de Educao de Maring. O trabalho objetivou promover um dilogo construtivo, para rediscutir qual Fsica ensinar e, mais especificamente, que tratamento deve ser dispensado Mecnica. Entende-se que a proposta curricular desse tema deve ser amplamente debatida entre os professores da escola, no sentido de evitar o que usualmente acontece, que reduzir o saber a ser ensinado a uma longa lista de tpicos. A metodologia aplicada durante a implementao do projeto na escola est apoiada em propostas didtico-pedaggicas inovadoras na rea de ensino e aprendizagem em Cincias. As atividades desenvolvidas versam sobre os conceitos, leis e teorias envolvendo a Mecnica, visando a abordagem contextualizada da Histria e Filosofia da Cincia, a relao do tema com a tecnologia e o cotidiano, a abordagem qualitativa dos contedos, a presena de elementos da Mecnica em obras de arte e obras literrias, o desenvolvimento de experimentos de laboratrio com carter investigativo, o uso de materiais didtico-pedaggicos e das tecnologias da informao/comunicao como ferramentas de auxlio. Desse modo, procurou-se contribuir com o processo de ensino-aprendizagem, no sentido de lanar mltiplos olhares sobre os recursos para o desenvolvimento das prticas pedaggicas dos professores de Fsica envolvidos no programa.

    Palavras-chave: Formao Continuada. Interveno Pedaggica. Propostas de Ensino em Cincias. Ensino de Mecnica.

    1 Mestre em Educao para a Cincia e o Ensino da Matemtica pela Universidade Estadual de Maring -

    UEM/Pr. Professora de Fsica do Col. Est. Governador Adolpho de Oliveira Franco, Ncleo Regional de Educao de Maring-Pr. E-mail: [email protected]. 2 Ps-Doutor pela Universit La Sapienza Di Roma, LA SAPIENZA, Itlia. Professor titular do Departamento de

    Fsica da Universidade Estadual de Maring - UEM/Pr. E-mail: [email protected].

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    ABSTRACT

    Current research comprises a project of school pedagogical intervention within the Program of Educational Development for 2008 of the Education State Secretariat of the state of Paran, Brazil, and of the State University of Maring as joint venture. The program integrates a continuous training policy for the valorization of primary and secondary government school teachers together with Institutions of Higher Education. The projects target population consisted of teachers of Physics who teach at the State High School Gov. Adolpho de Oliveira Franco, within the Regional Education Nucleus of Maring. Research establishes a constructive dialogue for the discussion on what type of Physics one should teach and, specifically, on the focus given to Mechanics. The themes curricular proposal is discussed among the school teachers so that knowledge would not be reduced to a long list of topics. The methodology applied for the execution of the project is foregrounded on innovatory didactic and pedagogical proposals within the Sciences teaching and learning fields. Activities deal with concepts, laws and theories in Mechanics with an approach towards the contextualization of the History and the Philosophy of Science, the relationship between the theme and technology and daily experience, the qualitative approach of concepts, elements of Mechanics in works of art and literary works, the development of lab experiments with investigatory traits, the use of didactic and pedagogical materials and of information/communication technologies as tools. Contributions towards the teaching-learning process are thus established so that multiple visions on the resources for the development of pedagogical practices of teachers of Physics involved in the progress could be instituted.

    Key words: continuous training; pedagogical intervention; suggestions for the teaching of the Sciences; the teaching of Mechanics.

    INTRODUO

    O presente trabalho refere-se ao projeto de interveno pedaggica na escola, integrado ao Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, ano 2008, da Secretaria de Estado da Educao do Paran SEED, em parceria com a Universidade Estadual de Maring. O projeto foi elaborado com o objetivo de ser implementado no Colgio Estadual Governador Adolpho de Oliveira Franco, do Ncleo Regional de Educao de Maring.

    O Programa instaurou uma nova poltica de formao continuada, no sentido de buscar a valorizao dos professores do Ensino Bsico que atuam na rede pblica estadual do Paran. Os professores que participam do PDE so aprovados mediante concurso pblico, de acordo com as normas estabelecidas pela SEED. O

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    Plano Integrado de Formao Continuada do Programa constitudo de trs grandes eixos de atividades: eixo 1 - atividades de integrao terico-prticas; eixo 2 - atividades de aprofundamento terico; eixo 3 - atividades didtico-pedaggicas com utilizao de suporte tecnolgico. O professor PDE, sob a orientao do professor de uma Instituio de Ensino Superior, deve elaborar um plano de trabalho, o qual contempla o Projeto de Interveno Pedaggica na Escola, a Produo Didtico-Pedaggica direcionada para a implementao do projeto na escola e um Artigo Cientfico de concluso do Programa (PARAN, 2008).

    As Diretrizes Curriculares da Educao Bsica do Paran so as orientaes do currculo para toda a rede pblica estadual. Os contedos propostos no documento para a disciplina de Fsica so: Movimento, Termodinmica e Eletromagnetismo. De acordo com o texto, esses contedos so denominados estruturantes porque indicam os desdobramentos em contedos especficos, permitindo trabalhar o objeto de estudo de Fsica de forma mais abrangente. Segundo as Diretrizes, a seleo de tais contedos se fundamenta na Histria da Fsica e no entendimento de que o Ensino Mdio deve estar voltado formao de sujeitos cuja cultura agregue a viso da natureza, das produes e das relaes humanas (PARAN, 2006).

    O contedo bsico trabalhado na 1 srie do Ensino Mdio a Mecnica, ramo da Fsica que estuda a relao entre fora e movimento. Normalmente, inicia-se o contedo deste tema com a Cinemtica, seguida da Dinmica, da Esttica e da Hidrosttica, a sequncia tradicionalmente indicada pela maioria dos livros didticos de Fsica mais adotados no Ensino Mdio.

    A partir da flexibilidade proposta pela nova Lei das Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB 9.394/96), observa-se que a disciplina de Fsica sofreu uma reduo em sua carga horria no Ensino Mdio. Atualmente as escolas pblicas oferecem, geralmente, duas aulas semanais de Fsica para cada uma das trs sries, porm o ensino noturno nem sempre contemplado com esta disciplina curricular ao longo dos trs anos. A carga horria reduzida tem-se mostrado um problema para o professor no momento em que ele elabora o planejamento anual em sua escola. Dessa forma, o educador acaba utilizando critrios prprios na seleo dos

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    contedos que ir abordar, direcionando as aulas de acordo com os itens apresentados no livro didtico adotado (ROSA; ROSA, 2005).

    Paz et al. (1999) destacam a influncia dos educadores na definio do objeto de ensino. Segundo esses autores, os critrios adotados pelo professor na determinao do saber a ensinar dependem, dentre outros fatores, da sua formao e de seu entendimento do que a Cincia de referncia, dos contedos de ensino e do aluno. A nfase em determinados temas, o modo como o contedo abordado, os exerccios propostos e os critrios de avaliao passam pela deciso do educador. Os autores escrevem que o fato de um saber a ensinar estar presente ou definido nos manuais e livros didticos, na proposta curricular ou nos planos de ensino, no garantia que ele chegue, necessariamente, at o aluno (PAZ et al., 1999, p. 8).

    Entendemos que o dilogo construtivo entre os professores que atuam no Ensino Mdio se faz necessrio, no sentido de rediscutir qual Fsica ensinar e, mais especificamente, que tratamento deve ser dispensado Mecnica. Assim, ao pensarmos no projeto de interveno pedaggica na escola, vinculado ao PDE, decidimos elaborar uma proposta de ensino de Mecnica que buscasse a aplicao de prticas pedaggicas em sala de aula, como forma de favorecer a transposio didtica e, ao mesmo tempo, de tornar significativo o aprendizado de Mecnica para o aluno. A inteno no apresentar novas listas de contedos ou fornecer receitas prontas, e sim, buscar caminhos que promovam um conhecimento contextualizado e integrado vida do jovem.

    PROBLEMAS COM O CURRCULO DE MECNICA

    No ensino de Fsica no Nvel Mdio, pesquisas recentes tm apontado que o currculo escolar tem sido apresentado de forma estanque e desvinculado da realidade, dando Fsica um carter de cincia pronta, acabada e imutvel, em contraposio ao carter dinmico, inovador e transformador dessa cincia (NARDI, 2001; ROSA; ROSA, 2005). Nota-se que h nfase excessiva na resoluo de exerccios algbricos e a quase-ausncia de uma abordagem qualitativa e de uma

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    discusso crtica e conceitual dos temas. A apresentao da evoluo da histria da cincia e da Fsica Moderna e Contempornea muito tmida e a prtica de atividades experimentais pouco comum. Observa-se ainda que o livro didtico uma das poucas formas de consulta empregadas por professores e alunos, tornando-se um dos principais fatores que influenciam o trabalho pedaggico (RESQUETTI, 2007).

    Consideramos o contedo da Mecnica, de certa forma, extenso, quando levamos em conta a carga horria semanal de Fsica no Ensino Mdio. A ausncia de discusso entre os professores acerca do currculo torna o ensino de Mecnica fragmentado e estanque, tornando tambm estanque a prtica docente. Entendemos que a proposta curricular desse tema deve ser debatida entre os professores da escola, no sentido de evitar o que usualmente acontece, que reduzir o saber a ser ensinado a uma longa lista de tpicos.

    AS PROPOSTAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

    A reportagem Ensino distante da realidade desmotiva jovem (IWASSO, 2008), publicada pelo jornal O Estado de So Paulo, retrata muito bem as expectativas dos estudantes em relao ao Ensino Mdio. De acordo com a matria, uma pesquisa realizada pela organizao no-governamental Ao Educativa ouviu 880 estudantes para saber o que eles esperavam e o que encontraram no Ensino Mdio (cf. Anexos A e B). Os resultados mostraram que 43% dos estudantes esperavam ser preparados para o mercado de trabalho, mas se decepcionaram. Outros 25% responderam que entraram no Ensino Mdio para preparar-se para o vestibular e 8% afirmaram que desejavam apenas obter o certificado de concluso. A pesquisa mostra que h um desencontro entre as expectativas dos estudantes e o que ofertado pelo Ensino Mdio, evidenciando a necessidade de associar a realidade do jovem com os contedos ensinados em sala de aula. V-se, pois, que o Ensino Mdio deveria ser formativo e no propedutico, encerrando um ciclo que deveria lhe ser inerente.

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    Megid Neto e Pacheco (2001), ao realizarem um estudo sobre a trajetria do ensino de Fsica no Brasil, constataram que, desde a introduo desta cincia nos currculos escolares, o processo de ensino-aprendizagem pouco mudou. A prtica nas salas de aula tem sido principalmente na perspectiva do ensino por transmisso. Os autores escrevem:

    Ao longo de quase 160 anos, o processo escolar de ensino-aprendizagem dessa cincia tem guardado mais ou menos as mesmas caractersticas. Um ensino calcado na transmisso de informaes atravs de aulas quase sempre expositivas, na ausncia de atividades experimentais, na aquisio de conhecimentos desvinculados da realidade. Um ensino voltado primordialmente para a preparao aos exames vestibulares, suportado pelo uso indiscriminado do livro didtico ou materiais assemelhados e pela nfase excessiva na resoluo de exerccios puramente memorsticos e algbricos [...]. Um ensino que apresenta a Fsica como uma cincia compartimentada, segmentada, pronta, acabada, imutvel (MEGID NETO; PACHECO, 2001, p. 17).

    No ensino por transmisso, de acordo com Cachapuz (2000), o professor assume uma postura autoritria graas competncia cientfica, transmitindo os contedos sequencialmente atravs de exposies orais. O aluno desempenha um papel passivo, como um receptculo da informao. O conhecimento cientfico visto como mecnico, acumulativo e absoluto. A pedagogia repetitiva, de ndole memorstica. O currculo formal e o manual escolar adotado determinam, quase sempre, as aes do professor. Os trabalhos experimentais, realizados ocasionalmente, so ilustrativos, demonstrativos, com o objetivo de apenas verificar ou confirmar determinadas informaes transmitidas pelo professor. Para o autor, ... esta perspectiva ainda que com vrias cambiantes muito freqente, sem dvida ainda dominante, nomeadamente quando nos aproximamos dos nveis mais elevados do sistema de ensino (CACHAPUZ, 2000, p. 10).

    A pesquisa realizada por Rezende e Ostermann (2005), envolvendo dezoito professores de Fsica de oito escolas da rede pblica de diferentes bairros do municpio do Rio de Janeiro, procurou confrontar a prtica educacional com a pesquisa em ensino de Fsica no Brasil no perodo de 2000 a 2004. As pesquisadoras verificaram que:

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    Os professores esto conscientes de que ensinam de forma tradicional, seja pela falta de tempo para planejamento, por no saberem como mudar ou por se sentirem inseguros para tal e demonstram insatisfao com seus mtodos de ensino e sua prtica pedaggica. O ensino tradicional (de Fsica) freqentemente associado ao excessivo formalismo matemtico (REZENDE; OSTERMANN, 2005, p. 324).

    O trabalho de Rezende e Ostermann revelou que os professores tm dificuldades em usar o laboratrio didtico de Fsica e as tecnologias da informao e comunicao, transpor as teorias de aprendizagem para a sala de aula e contextualizar o contedo. Alm dessas dificuldades, os professores ainda manifestaram preocupaes diante do compromisso de implementar um currculo que vise ao vestibular, das deficincias cognitivas do aluno, da atitude negativa do aluno em relao Fsica e da falta de interesse em aprender, logo que no acreditam que a educao garanta seu futuro profissional. Essas dificuldades enfrentadas pelos professores explicam a insatisfao com seus mtodos de ensino e suas prticas pedaggicas.

    De acordo com Rezende e Ostermann (2005), o levantamento das ideias prvias dos estudantes amplamente aceito como ponto de partida das estratgias de ensino. Desde a dcada de 1990, a linha de pesquisa que trata das concepes alternativas ou concepes espontneas dos estudantes vem se desenvolvendo dentro das universidades. Concepes alternativas so as ideias prvias que os estudantes apresentam em uma situao escolar. Correspondem bagagem conceitual trazida pelo indivduo, suas explicaes sobre o mundo, suas representaes sobre o meio que o cerca, que com ele interage, influenciado e sendo influenciado por ele [...] (SILVA, 1998, p. 37). A caracterstica saliente das concepes alternativas a resistncia mudana ou a transformao, o que resulta em um srio obstculo educao cientfica.

    Danhoni Neves e Savi (2005, p. 23) escrevem que as pesquisas sobre as idias dos estudantes [...] constituem hoje um divisor de guas na pesquisa em ensino de Fsica. O nmero de trabalhos publicados nesta rea enorme em todo o mundo. Estas investigaes [...] tm questionado fortemente a eficcia do ensino por transmisso de conhecimentos elaborados [...] e tm contribudo, mais que qualquer

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    outro estudo, para problematizar o ensino/aprendizagem das cincias e romper com a inrcia de uma tradio assumida acriticamente (GIL PEREZ apud CARVALHO; VANNUCCHI, 2005).

    Estudos desenvolvidos com estudantes no incio dos cursos de graduao em Engenharias (Qumica e Civil) e Matemtica, da Universidade Estadual de Maring, revelam que [...] os trs anos de Ensino Mdio deixaram quase intocadas as concepes alternativas dos estudantes [...] (DANHONI NEVES; SAVI, 2005, p. 28). Os autores concluram que os alunos que ingressam no Nvel Superior continuam mantendo suas ideias prvias, espontneas, ingnuas, como modelos explicativos do mundo fsico.

    Danhoni Neves comenta que:

    [...] a persistncia destes esquemas alternativos, em conflito com a cincia estabelecida, mostra o distanciamento dessa mesma cincia com um compromisso de construo do conhecimento. Insistindo em uma cincia dogmatizada, sem contexto, a-histrica e individualizada, o conhecimento tende a manter inalterada suas estruturas em esquemas alternativos que respondem melhor cotidianeidade do mundo (DANHONI NEVES, 1998, p. 78).

    As concepes alternativas no podem ser ignoradas, pois entendemos que elas podem nortear as aes no ensino e no planejamento do currculo. O educador deve ter conscincia de sua presena como condio para o progresso do saber, com vista ultrapassagem do senso comum para a construo do conhecimento cientfico.

    Segundo Carvalho et al. (1999), a atividade experimental, no necessariamente de laboratrio, , indiscutivelmente, uma importante estratgia de ensino de Fsica e das cincias em geral. A experimentao pode ser um recurso para o professor identificar as concepes espontneas de seus alunos e coloc-las em conflito diante das concepes cientficas. Contudo, de acordo com os estudos de Rezende e Ostermann (2005) citados anteriormente, existem obstculos para a utilizao da experimentao como estratgia de ensino-aprendizagem. As autoras relatam que os professores de Fsica entrevistados reconhecem a importncia das aulas

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    experimentais, porm os docentes ressaltam dificuldades como a falta de tempo para preparar as atividades, como tambm para desenvolver experimentos que levem efetiva aprendizagem, em funo do grande nmero de alunos por turma.

    Por outro lado, professores de Fsica dizem que montar um laboratrio na escola muito complicado. Argello (2005) escreve sobre as dificuldades de educadores em utilizarem dispositivos experimentais. Quando falta o domnio sobre o equipamento, este se torna uma caixa-preta, o que dificulta a compreenso do fenmeno estudado. A experincia nos mostra que professores tiveram receio em utilizar os equipamentos disponveis, como as caixas BENDER (kits com equipamentos para atividades experimentais), por exemplo. Muitas delas, ainda em bom estado de conservao, encontram-se abandonadas em um canto qualquer do laboratrio, e isso h mais de trs dcadas.

    Para Argello (2005), o laboratrio no imprescindvel, desde que o professor tenha liberdade e saiba utilizar a natureza e o entorno da escola para aulas prticas. Entretanto, um laboratrio bem montado reflete a preocupao e o interesse da escola com as atividades experimentais. De qualquer forma, o professor deve estar preparado no s para a utilizao de tal espao, mas tambm para a execuo de um projeto e construo/elaborao dos equipamentos experimentais.

    Argello argumenta que o baixo custo das atividades experimentais de um projeto escolar de Cincias no pode ser uma meta, a meta principal, sob risco de se converter na apologia da misria. Expresses como utilizao de sucata, experincias baratas e de baixo custo devem ser banidas para sempre dos programas escolares, porque mostram o conformismo com a situao real e atual das escolas (ARGELLO, 2005, p. 21). O autor est convencido de que qualquer projeto de educao em Cincias experimentais s ter xito se comear com uma oficina-suporte e com o treinamento dos professores.

    Entretanto, as atividades experimentais e de laboratrio devem ser de carter essencialmente investigativo, de modo que por meio delas se possa solucionar um problema apresentado. Nessa perspectiva, o professor assume o papel de mediador, conduzindo o debate entre os alunos pela argumentao e pela

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    proposio de questes, ao levantamento de hipteses acerca da atividade experimental apresentada, com o objetivo de levar estes alunos a procurar possveis explicaes causais para o fenmeno observado (CARVALHO et al., 1999, p. 42). Assim, no ensino por investigao os estudantes so envolvidos no processo de aprendizagem, assumindo uma postura ativa na busca de soluo do problema.

    Entendemos que a escola deve proporcionar um ambiente que leve o aluno capacidade de refletir, de defender seus pontos de vista, de resolver os conflitos democraticamente, construindo assim sua autonomia, autoconfiana e capacidade de deciso. Philippsen (2005, p. 233) afirma que as prprias instituies de ensino agem como inibidoras do desenvolvimento do senso crtico dos alunos, fazendo com que apenas aceitem conceitos pr-estabelecidos, sem a devida investigao de evidncias contraditrias.

    Segundo Ziman (1981, p. 17), para se compreender o estado atual da Cincia, necessrio saber-se como chegou ela a este ponto [...].

    No s os acertos, mas tambm os erros e fracassos so reveladores das dificuldades que foi preciso enfrentar para a construo do conhecimento. Segundo Koyr (1982), os esforos de grandes gnios, nem sempre coroados de xito, as polmicas envolvendo filsofos e cientistas, as revolues cientficas, que destruram as antigas idias substituindo-as por outras novas, so fundamentais para a compreenso da evoluo do pensamento cientfico (RESQUETTI, 2007, p. 17).

    Nesse sentido, no ensino de Mecnica imprescindvel abordar a evoluo histrica da Cincia, destacando o contexto social em que ocorreram as ideias cientficas, as controvrsias envolvendo conceitos, teorias e postulados, e as dificuldades encontradas pelos cientistas em vrios momentos da histria.

    Perceber as dimenses histricas e sociais da Cincia consiste tambm em reconhecer a presena de elementos da Fsica em obras literrias, peas de teatro ou obras de arte (BRASIL, 1999). Existem temas e contextos comuns ao cientista e ao artista, a diferena est nos modos de expresso adotados por cada um.

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    Consideramos importante fazer a ponte entre a cincia, a arte e a literatura, uma vez que a maneira como se apresenta o contexto cultural atualmente, decorrente da nova viso de mundo inaugurada pela fsica moderna, pede que o homem construa novas formas de sentir, pensar e agir (CARVALHO, 2006, p. 11).

    Fiolhais e Trindade (2003) afirmam que, entre as razes do insucesso na aprendizagem em Fsica, so apontados aos professores mtodos de ensino que se mostram desajustados das teorias de aprendizagem mais recentes. Rohling et al. (2005) escrevem que a produo e utilizao de filmes didticos de curta metragem, popularmente chamados de vdeos, e de CD-ROMs, so recursos adicionais disponveis atualmente no ensino de Fsica. Esses autores esto certos de que ferramentas dessa natureza representam mais uma estratgia de ensino para o professor que busca possibilitar uma compreenso mais clara do contedo em questo.

    O computador oferece, inegavelmente, um grande nmero de possibilidades para resolver alguns problemas de ensino. O laboratrio de informtica, instalado nas escolas da rede pblica do Paran, permite a produo de material para a TV Multimdida/Pendrive, outro importante suporte adicional que temos hoje, possibilitando trabalhar de forma criativa imagens, filmes didticos de curta metragem ou recortes de filmes, sem tirar o aluno da sala de aula.

    As principais modalidades de utilizao do computador no ensino das cincias em geral, e da Fsica em particular, so: a) a aquisio de dados experimentais em laboratrio; b) a modelizao e simulao; c) a multimdia on-line ou off-line; d) a realidade virtual; e) a internet, que se relaciona com os ltimos trs meios listados anteriormente (FIOLHAIS; TRINDADE, 2003).

    A modelizao/simulao , talvez, o ambiente mais popular de aprendizagem da Fsica com o uso do computador. Segundo Fiolhais e Trindade (2003, p. 10), embora as simulaes no devam substituir por completo a realidade que representam, elas so bastante teis para abordar experincias difceis ou impossveis de realizar na prtica (por serem muito caras, muito perigosas, [...]). Todavia, afirmam os autores que softwares de simulao na realizao de

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    experincias e na apresentao audiovisual no oferecem garantia de sucesso pleno, ou seja, cabe ao professor o papel essencial no uso desses meios pedaggicos e, ao aluno, um efetivo esforo de aprendizagem.

    Aprender a acompanhar o ritmo das transformaes do mundo em que vivemos exige um leitor crtico e atento s notcias veiculadas pelos diferentes meios de comunicao. Nosso aluno deve ser capaz de avaliar a veracidade de informaes e emitir opinies de juzo de valor em relao a situaes sociais em que os aspectos fsicos so relevantes. Julgamos fundamental considerar o mundo vivencial do estudante, os objetos e fenmenos em seu entorno, ou os problemas e questionamentos que movem sua curiosidade, no sentido de levar a compreender a Fsica presente nos equipamentos e procedimentos tecnolgicos, no cotidiano domstico, social e profissional (BRASIL, 1999).

    METODOLOGIA

    A implementao do projeto de interveno pedaggica teve como pblico alvo os professores de Fsica que atuam no Colgio Estadual Governador Adolpho de Oliveira Franco, do Ncleo Regional de Educao de Maring. Os encontros de implementao foram realizados durante os horrios da hora-atividade dos professores.

    Na produo didtico-pedaggica, pertinente ao objeto de estudo/problema, elaborada como subsdio ao trabalho desenvolvido junto aos professores, constam as atividades que foram planejadas para a implementao do projeto. Assim, de acordo com o cronograma apresentado escola, foram aplicadas as seguintes atividades:

    a) Reunies de discusso e anlise de bibliografia-suporte: Discutimos e analisamos a bibliografia-suporte para estudo e preparao de aula, como as listadas nas referncias e outras, peridicos de ensino de Fsica, dissertaes e teses disponveis na internet na rea da Mecnica e os livros que se encontram na biblioteca do professor.

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    b) Leitura crtica de textos previamente escolhidos: Realizamos leituras crticas de textos envolvendo a Histria e Filosofia da Cincia, as concepes alternativas dos estudantes, o laboratrio aberto de Fsica e as teorias inovadoras de ensino-aprendizagem em Cincias. Apresentamos e comentamos artigos e imagens que possibilitam fazer a ponte entre a Mecnica, a Arte e a Literatura.

    c) Discusso sobre laboratrio de baixo custo e anlise do ensino experimental nos livros textos: Discutimos, junto aos professores, sobre a utilizao dos equipamentos das caixas BENDER que se encontram disponveis no laboratrio do colgio, como tambm a possibilidade de produo de material de baixo custo para atividades experimentais. Desenvolvemos alguns experimentos sobre fora e movimento como demonstrao de modelo de metodologia de ensino, com o intuito de motivar o trabalho neste ambiente educacional. Analisamos e discutimos as atividades experimentais propostas nos livros didticos utilizados pelos professores em suas prticas docentes.

    d) Anlise de mdias-suporte: Desenvolvemos a atividade no laboratrio de informtica, com o intuito de analisar mdias-suporte disponibilizadas na Rede Mundial de Computadores (Internet), como, por exemplo, o YouTube, os recursos audiovisuais do portal da Secretaria de Estado da Educao do Paran SEED, da Sociedade Brasileira de Fsica (SBF) e de universidade brasileiras.

    e) Anlise crtica de vdeos-suporte para o Ensino Mdio: Levantamos discusses visando analisar criticamente a utilizao de filmes em vdeo e DVD que abordam experimentos de Mecnica e a Histria e Filosofia da Cincia, documentrios cientficos e recortes de filmes cinematogrficos em que leis e conceitos de Mecnica possam ser explorados. A discusso das diversas formas de utilizao e das dinmicas de anlise teve como base o trabalho de Moran (1995), Vdeo em sala de aula.

    f) Produo de material verbovisual para o ensino: Discutimos sobre a produo de material verbovisual como ferramenta de auxlio para o ensino-aprendizagem de Mecnica. Sugerimos, ento, a elaborao de um plano de ensino que relacionasse a Mecnica com a tecnologia e o cotidiano, tal que fossem utilizados

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    os recursos proporcionados pelas mdias-suporte e vdeos-suporte e a produo de material para a TV Multimdida/Pendrive.

    g) Elaborao de um Blog (dirio virtual): Pensamos na elaborao e implementao de um Blog na Web, com os objetivos que animam o presente projeto.

    CONCLUSES

    Durante os encontros programados de implementao do projeto na escola, descobrimos que nossas observaes iniciais so compatveis com os resultados de pesquisas j realizadas. Notamos que os professores no levam em considerao as concepes alternativas dos estudantes. Demonstram pouca familiaridade em relao s teorias de ensino-aprendizagem em Cincias e evoluo histrica de conceitos e temas de Mecnica. Sentem-se inseguros em utilizar o laboratrio experimental de Fsica, como tambm os recursos proporcionados pelo laboratrio de informtica. Entretanto, consideramos que os encontros foram muito positivos, uma vez que conseguimos envolver os professores nas atividades propostas e, principalmente, despertar o interesse pela aplicao de propostas pedaggicas inovadoras.

    A interveno pedaggica na escola proposta aqui foi justamente dar aos professores um suporte didtico-pedaggico, de modo que pudssemos contribuir com o processo de ensino-aprendizagem de Fsica, no sentido de lanar mltiplos olhares sobre os recursos para o desenvolvimento de suas prticas pedaggicas. Essa contribuio dever continuar em encontros futuros.

    REFERNCIAS

    ALMEIDA, M. J. P. M. de. Prescries e recomendaes ao professor na soluo de problemas do ensino na educao em cincias. Cincia & Ensino, v. 1, n. 1, p.47-51, dez. 2006. Disponvel em: Acesso em: 15 maio 2008.

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    ANEXOS

    As anexos A e B referem-se a uma pesquisa realizada pela organizao no-governamental Ao Educativa, publicada no jornal O Estado de So Paulo, em junho de 2008. Tema: O que pensam os alunos. Anexo A: O que voc esperava ao entrar no Ensino Mdio? Anexo B: Na prtica, para que est servindo a escola?

    Anexo A - O que pensam os alunos: O que voc esperava ao entrar no ensino mdio?

    Fonte: O Estado de So Paulo, 8 jun. 2008. Caderno Vida &, p. A26.

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    Anexo B - O que pensam os alunos: Na prtica, para que est servindo a escola?

    Fonte: O Estado de So Paulo, 8 jun. 2008. Caderno Vida &, p. A26.