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ANEXO II A DICIONARIZAÇÃO DE TERMOS EM LIBRAS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA: UMA ATITUDE EMPREENDEDORA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL COORDENAÇÃO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) SURDEZ

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ANEXO IIA DICIONARIZAÇÃO DE TERMOS EM LIBRAS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA: UMA ATITUDE EMPREENDEDORA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIALCOORDENAÇÃO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) SURDEZ

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A DICIONARIZAÇÃO DE TERMOS EM LIBRAS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA: UMA ATITUDE

EMPREENDEDORA

1° SEMESTRE 2017

ANEXO II

A DICIONARIZAÇÃO DE TERMOS EM LIBRAS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA: UMA ATITUDE EMPREENDEDORA

Julio Cesar Correia CarmonaJair de Oliveira

Necessidade de sinais específicos em libras para o ensino de biologia

Segundo Cláudio et al. (2006), o processo de ensino e aprendizagem dos alunos surdos se dará de modo eficaz com o uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras, que para ele é sua língua natural (L1), concomitantemente à modalidade escrita da língua portuguesa (L2).

Segundo a opinião e a experiência de muitos profissionais da área da surdez como Fernandes (2006), Lacerda (1998) e Quadros (1997), o melhor método de ensino utilizado na educação de surdos é o bilinguismo, ou seja, a Libras, aceita e incentivada como idioma materno em todo processo de escolarização e a língua portuguesa em sua modalidade escrita.

Esse método começou a ganhar mais força em nosso país com a oficialização de leis, como a lei e o decreto que regulamentaram a Libras (BRASIL 2002; BRASIL 2005), bem como a criação das diretrizes do MEC que regulamentam a educação especial no território brasileiro (BRASIL, 1996; BRASIL, 2009). Conforme apontam Souza e Silveira (2011), o principal aspecto que necessita ser aprimorado para que a educação bilíngue efetivamente tenha sucesso é a criação de sinais específicos para diversas áreas do conhecimento.

Muitos conceitos são complexos e a maioria destes não possui um sinal (léxico) que o identifique, fazendo com que muitos intérpretes usem a datilologia e/ou sinal soletrado para expressá-lo ou convencionando junto com os surdos alguns sinais que não refletem o real significado do termo.

Essa unidade didática parte da necessidade e dificuldades que os professores regentes de Biologia e intérpretes de Libras no Ensino Médio têm em transmitir os conceitos e significados dos conteúdos aos estudantes surdos, prejudicando seu processo de aprendizagem. Dessa maneira, propõe-se dicionarizar alguns termos presentes em artigos científicos da área de Biologia. As palavras encontradas nos artigos serão analisadas e contextualizadas. Pretende-se futuramente, criar um dicionário online com termos de biologia em Libras.

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A carência de sinais para termos científicos no ensino de ciências

Assistimos de camarote a ruína de valores humanos, incluindo ambientais, educacionais, políticos e éticos nos diversos setores em que a sociedade é composta. Como inferem Souza e Silveira (2011), essa crise tem se intensificado em certa medida pela insustentabilidade das ações em prol de melhorias na qualidade de vida do ser humano. A homogeneização das culturas, a estagnação das diferenças, a degradação dos ecossistemas e o esgotamento dos recursos têm sido fatores determinantes nesse processo de mudança no cenário mundial. Progressivamente, todos precisam indagar-se sobre essas transformações ocorridas e a educação deve agir como um dos muitos elementos decisivos e essenciais de reflexões para os indivíduos se posicionarem frente ao mundo modificado científico e tecnologicamente, como explicam Souza e Silveira (2011). Concernente a isso, o ensino de ciências assume um papel relevante nas sociedades contemporâneas como um instrumento emancipatório e colaborativo de promoção humana e social. No que tange esse assunto a Conferência Mundial sobre a Ciência para o Século XXI, idealizada pela UNESCO e pelo Conselho Internacional para a Ciência, afirmou:

Para que um país esteja em condições de satisfazer as necessidades fundamentadas da sua população, o ensino de ciências e a tecnologia são imperativos estratégicos. Como parte dessa educação científica e tecnológica os estudantes deveriam aprender a resolver problemas concretos e a satisfazer as necessidades da sociedade, utilizando as suas competências e conhecimentos científicos e tecnológicos [...]. Hoje, mais do que nunca, é necessário fomentar e difundir a alfabetização científica em todas as culturas e em todos os setores da sociedade. (CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE LA CIÊNCIA, 2000).

Conforme aclamado por esta conferência internacional, “a alfabetização científica deve ser fomentada e difundida em todas as culturas e em todos os setores da sociedade”. Nesse contexto, todos os seres humanos deveriam ter acesso pleno aos conteúdos científicos das disciplinas de Química, Física e Biologia.

No que concerne aos surdos brasileiros, usuários da Libras – Língua Brasileira de Sinais - esse cenário de expectativas é um pouco ilusório. Em primeiro lugar: passados doze anos da regulamentação da lei que oficializou a Libras em território nacional (BRASIL 2002; BRASIL 2005), há muita carência de professores e tradutores/intérpretes habilitados para atuar com estas disciplinas científicas; segundo, embora a Libras possua uma estrutura lexical rica que permita a expressão de muitos conceitos e termos, há uma carência muito grande de sinais (léxicos) que representem os termos científicos utilizados por professores e alunos dos cursos de Química, Física e Biologia.

A falta de sinais (léxicos) específicos para essas áreas do conhecimento (Biologia, Química e Física) acarretam problemas no ensino do conteúdo de tais disciplinas, bem como ocasionam barreiras linguísticas, ausência de agilidade e incoerência nas interpretações (SOUSA, 2013).

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O letramento bilíngue como estratégia de apropriação de termos das línguas orais

Vivemos, assim como muitas nações em um país onde a maioria esmagadora da população é ouvinte, ou seja, faz uso da língua de natureza oral-auditiva, no caso de nosso país, da língua portuguesa. No entanto, deve-se levar em conta o fato de haver uma minoria linguística que necessita fazer uso de outro idioma, de modalidade visuoespacial: a língua de sinais, no caso do Brasil, a Libras. Seria um fato normal considerado por muitos, no entanto, a modalidade idiomática faz com que as duas línguas, no caso em pauta, a língua portuguesa e a Libras sejam estruturalmente tão diferentes a ponto de os usuários da segunda serem considerados como estrangeiros vivendo no próprio país de origem, por não possuírem condições de adquirir a língua portuguesa desde o nascimento. (FERNANDES 2006).

Diante de tal contexto, surgem algumas incógnitas: como o indivíduo surdo aprenderá então a língua portuguesa que possui uma estrutura oral (fônica), lexical e frasal diferente da língua de sinais? Como alguns termos da língua portuguesa imprescindíveis para a aprendizagem de certos conteúdos podem ser repassados de tal modo que tenham real significado para o aluno surdo?

Segundo Fernandes (2006), a aquisição da língua portuguesa para alunos surdos se dará de maneira diferente dos não-surdos. Enquanto os alunos não-surdos (ouvintes) decodificam as palavras pela rota fonológica, ou seja, decodificam e recodificam sons, sílabas que se unem para formar morfemas (palavras) que serão reconhecidas pelo seu dicionário mental, os surdos, processarão as palavras dando um significado a estas que serão memorizadas por inteiro passando a ter um significado diante de um contexto (rota lexical). Dessa maneira, uma forma de “alfabetização” científica para surdos seria o uso de artigos e a contextualização dos termos científicos presentes por meio do letramento em que determinada palavra desconhecida seria explicada, contextualizada e então memorizada como um todo.

A criação de sinais para o ensino de biologia: uma atitude empreendedora

O termo empreendedorismo é pouco conhecido ou muitas vezes associado a uma atitude ligada apenas ao mundo dos negócios. Entretanto, segundo Liberato (2007), ser empreendedor:

[...] pressupõe, acima de tudo, a realização do indivíduo por meio de atitudes de inquietação, ousadia e proatividade na sua relação com o mundo. Define-se também, como o tipo de comportamento que favorece a interferência criativa e realizadora no meio, em busca de um crescimento pessoal e coletivo, através do desenvolvimento da capacidade intelectual para investigar e solucionar problemas, tomar decisões, ter iniciativa e orientação inovadora.

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Desse modo, ser empreendedor implica entre outras coisas muitas atitudes, entre elas a interferência criativa diante de uma situação e a capacidade intelectual para investigar e solucionar problemas que carecem de uma intervenção.

Para Souza, Salmen e Ferreira (2013) empreender torna-se um movimento educacional em que as transformações são profundas no que tange o plano individual e coletivo, configurando-se como uma movimentação social.

Partindo deste pressuposto de solução de problemas, tomadas de decisões e movimentos sociais e educacionais, alunos surdos poderão atuar em um trabalho voluntário na dicionarização dos termos de Biologia que não constem em dicionários especializados de Libras, como o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue de Capovilla e Raphael (2006), em dicionários online e que nem sejam ainda utilizados por uma comunidade surda que demandam destes tipos de vocabulários científicos.

OBJETIVOS GERAIS

Identificar termos e conceitos de Biologia presentes em artigos científicos que não constem em dicionários de Libras.

Aula 1 e 2: Contextualização visual do texto (artigo científico) associação

de linguagem verbal e não-verbal.

Objetivos das aulasReconhecer termos conhecidos e delimitar termos desconhecidos dentro do artigo

científico.

Aula 1 - Tempo estimado para sua realização: 2 aulas de 45 minutos1) Distribuir para cada aluno o texto “Proposição do Modelo de DNA: Um exemplo

de como a história da Ciência pode contribuir para o ensino de Genética” . Explicar sobre o conteúdo do artigo.

2) Deixar que observem livremente. Neste momento não haverá intervenção por parte do professor.

Aula 2 - Tempo estimado para sua realização: 2 aulas de 45 minutos1) Explorar em Libras os termos científicos que eles veem e reconhecem no texto.2) Examinar em Libras termos científicos que eles desconhecem presentes no texto.

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Aula 3 e 4: Exploração do conhecimento prévio e de elementos intertextuais

Objetivos das aulasVerificar o conhecimento de palavras em Língua Portuguesa (LP) conhecidas pelos

alunos associando com o sinal da Libras e sua significação.

Aula 3 – Tempo estimado para sua realização: 2 aulas de 45 minutos.1) Solicitar a indicação de palavras e expressões conhecidas;2) Organizar perguntas como: No ponto de vista de vocês qual o significado das seguintes palavras: clonagem,

trangênese, recombinante, cromossomo, gene, DNA, RNA. As perguntas conduzirão à ‘adivinhação’ das palavras e/ou expressões desconhecidas no texto.

Aula 4 – Tempo estimado para sua realização: 2 aulas de 45 minutos.1) Levar os alunos a relacionar as informações do texto científico com seu contexto

de vida:O que vocês veem? De que se trata? Onde encontramos este texto? Para que ele

serve? Que informações ele contêm? Quem o lê?2) Escrever cada palavra e expressões desconhecidas pelos alunos no quadro de giz

e/ou lousa digital, simultaneamente à explicação relacionada a seus significados através de perguntas formuladas em Libras.

3) Chamar a atenção para os aspectos gramaticais que permitirão a compreensão na leitura.

Aula 5: Leitura individual do texto e discussão das hipóteses de leitura no grupo

Objetivos da aulaDiscutir hipóteses de leitura e significação do texto.

Aula 5- Tempo estimado para sua realização: 1 aula de 45 minutos.1) Propor a leitura individual.2) Confrontar hipóteses de leitura: perguntas e interpretação (em Libras), retomar

o roteiro de leitura, solicitar leituras de trechos, lançar hipóteses absurdas sobre o texto e questionar a veracidade, entre outras.

AULA 6 e 7: Reconhecimento dos termos conhecidos com seu respectivo sinal e dicionarização de termos novos com sinais criados pelo grupo de alunos.

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Objetivos das aulasReconhecer e dicionarizar em Libras termos científicos que não estejam presentes

em dicionários especializados.

Aula 6 - Tempo estimado para sua realização: 2 aulas de 45 minutos1) Elencar termos presentes no artigo científico que não tenham um sinal

correspondente em Libras.2) Identificar em dicionários especializados tais como o Dicionário Enciclopédico

Ilustrado Trilíngue de Capovilla e Raphael (2006) e dicionários online, termos científicos já interpretados em Libras.

Aula 7 - Tempo estimado para sua realização: 4 aulas de 45 minutos1) Significar por meio de interpretação os termos elencados anteriormente.2) Definir um sinal específico em Libras para cada palavra científica não dicionarizada.3) Registrar os sinais criados por meio de filmagem.

ENCAMINHAMENTO DIDÁTICO E RECURSOS METODOLÓGICOS

Entende-se que a prática do ensino de conteúdos científicos para os alunos ouvintes está baseada na oralidade, leitura, escrita e análise textual, porém, ao trabalhar com alunos surdos, optou-se por utilizar o letramento em que consiste no ensino e aprendizagem da escrita e leitura lançando mão de processos simbólicos visuais e não auditivos, considerando que a aprendizagem está sempre atrelada a práticas sociais significativas. Sendo assim, usando uma metodologia qualitativa:

a) Será escolhido um artigo científico da área de Biologia para análise: A Proposição do modelo de DNA: Um exemplo de como a história da ciência pode contribuir para o ensino de genética de Scheid, Ferrari e Delizoicov (2003).

b) Serão selecionadas palavras desconhecidas e conhecidas pelos alunos que terão seu significado explicado em Libras;

c) As palavras selecionadas serão procuradas em dicionários de Libras tais como o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue de Capovilla e Raphael (2006);

d) Sinais correspondentes que não tenham sido dicionarizados em Libras serão escolhidos (pelo grupo de alunos participantes) para cada palavra que não possua um sinal (léxico) equivalente;

e) Os novos sinais serão filmados para uma posterior utilização.

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AVALIAÇÃO

O processo de avaliação será contextualizado dentro da realidade sócio-econômica e cultural que os cerca, englobando os aspectos da Libras, envolvendo ainda participação, interesse e criatividade (atitude empreendedora). Tal processo se dará em diferentes momentos:

• discussões em grupo utilizando a língua de sinais;• realização das atividades propostas;• participação na criação dos sinais (léxicos novos);• Apresentação de seminário.A partir da verificação acima, será possível perceber se o conteúdo foi assimilado

pelos alunos, tornando possível o acesso dos mesmos a outros textos científicos, ampliando o conteúdo proposto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todos, sem exceção, têm direito ao acesso a educação, como é garantida pela Constituição Federativa do Brasil (BRASIL, 1988). Essa educação formal abrange todas as linhas do conhecimento presentes no currículo escolar, entre elas a aprendizagem de ciências.

Com a ascensão de leis, decretos e declarações, a inclusão de alunos surdos é um fato inegável nas escolas que ofertam o ensino regular. Como defendem Oliveira, Melo e Benite (2012), “com a inclusão, os deficientes auditivos passam a ser colocados dentro do ensino regular e, surge a necessidade de um novo agente imprescindível para sua integração, o intérprete da língua de sinais brasileira (libras)”. É sabido da necessidade de tal profissional para a intermediação efetiva entre os professores das disciplinas e os colegas de classe com os alunos surdos, no entanto, é ilusório imaginar que os tradutores/intérpretes por si só darão conta de intermediar o processo educacional sem sinais específicos, tais como na disciplina de Biologia.

É imperativo, portanto, a criação de sinais (léxicos) específicos que facilitarão a transmissão do conhecimento científico aos alunos surdos, o que se configura em uma atitude empreendedora que não só facilitará a comunicação em sala, como também a apreensão dos conteúdos e a efetivação do processo de ensino-aprendizagem.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal/Centro Gráfico, 1988.

________. Ministério da Casa Civil. Decreto n° 5626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 25 nov. 2013.

________. Ministério da Educação. Lei Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em:<portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2013.

________. Ministério da Casa Civil. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10436.htm>. Acesso em: 25 nov. 2013.

BENITE, A. M.; MELO, A. C. C.; OLIVEIRA, W. D. Educación de La Ciencias para niños sordos: un estudio sobre la producción de narrativas en lãs clases regulares inclusive. Goiânia, GO: UFG, 2012.

CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. (Ed). Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da língua de sinais brasileira. 2. ed.. Ilustrações de Silvana Marques. São Paulo, SP: USP/Imprensa Oficial do Estado, 2006. v. 1-v. 2.

FERNANDES, S. F.. Práticas de letramento na educação bilíngue para surdos. Curitiba, PR: SEED, 2006.

LACERDA, C. B. F.. Um pouco da história das diferentes abordagens na educação dos surdos. Caderno CEDES, v. 19, n. 46, p. 68-80, 1988.

LIBERATO, A. C. T.. Empreendedorismo na Escola Pública: Despertando Competências, Promovendo a Esperança. In: SILVA, B. A. D.; BORBA, M. S. (Org.). Histórias de Sucesso do Empreendedor Potiguar. Natal, RN: SEBRAE-RN, 2006. v. 1. p. 119-137.

MARINHO, M. L. O Ensino de Biologia: O intérprete e a geração de sinais. 2007. 145 fls. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Departamento de Lingüística, Português e Línguas Clássicas - Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

PARANÁ. Secretária de Educação do Estado do Paraná. Diretriz curricular de língua portuguesa para a educação básica. Curitiba, PR: SEED, 2008.

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QUADROS, R.. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1997.

SCHEID, N. M. J.; FERRARI, N.; DELIZOICOV, D. A proposição do modelo de DNA: um exemplo de como a história da ciência pode contribuir para o ensino de Genética. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 4., 2003, Bauru, SP. Anais eletrônico... Bauru, SP: ABRAPEC, 2003. (CD-Rom).

SILVA, V.; SILVA, F. I.. A criação de novos sinais na disciplina de informática do curso de educação de jovens e adultos surdos com profissionalização em desenho técnico: iniciando uma leitura. Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação de Surdos - IFSC. 2012. Disponível em:<http://www.sj.cefetsc.edu.br/~nepes/docs/a_criacao_%20de_novos_sinais%20.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2013.

SOUSA, D. V. C.. O Tradutor/Intérprete de Libras no Contexto Educacional: Desafios Linguísticos no Processo Tradutório. Revista Virtual de Cultura Surda e Diversidade, ed. 8, set. 2011, 2013. Disponível em:<http://editora-arara-azul.com.br/novoeaa/revista/?p=656>. Acesso em: 30 mar. 2014.

SOUZA, S. F.; SILVEIRA, H. E.. Terminologias Químicas em Libras: A Utilização de Sinais na Aprendizagem de Alunos Surdos. Química Nova na Escola, v. 33, n. 1, p. 37-46, fev. 2011.

VALES, L. S.. Pequeno Dicionário Regional de Libras para Artes. 2008. 48 fls. Monografia (Especialização em Pedagogia da Arte) - Faculdade de Arte, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.