Um Manifesto Pós Capitalista Pós Socia

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UM MANIFESTO PÓS-CAPITALISTA, PÓS-SOCIALISTA, PÓS-TEOCRÁTICO MANIFESTO DA PROPORCIONALIDADE Com Democracia Direta INFORMAÇÃO VERDA! # *# || TRIÁDICA ---- #", ……………………… "\~\~\~\~ DINHEIRO PARA TODOS BUSCADORES DA PROPORCIONALIDADE, UNI-VOS! W. GREGORIE TODOS OS PARTICIPANTES DO MOVIMENTO DE CIBERNÉTICA SOCIAL PROPORCIONALISTA Fórum Social Mundial - 2005

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Anarquismo e liberdade

Transcript of Um Manifesto Pós Capitalista Pós Socia

UM MANIFESTO

PÓS-CAPITALISTA, PÓS-SOCIALISTA, PÓS-TEOCRÁTICO

MANIFESTO DA PROPORCIONALIDADE

Com Democracia Direta

INFORMAÇÃO VERDA! #*# || TRIÁDICA

----

#", ………………………"\~\~\~\~

DINHEIRO PARA TODOS

BUSCADORES DA PROPORCIONALIDADE,

UNI-VOS!

W. GREGORIE TODOS OS PARTICIPANTES DO

MOVIMENTO DE CIBERNÉTICA SOCIAL PROPORCIONALISTA

Fórum Social Mundial - 2005

2

© Waldemar De Gregori 2005

Um Manifesto Pós-Capitalista, Pós-Socialista, Pós-Sacral

MANIFESTO DA PROPORCIONALIDADE

COM DEMOCRACIA DIRETA

Waldemar De Gregori e todos os participantes do

Movimento de Cibernética Social Proporcionalista.

Kelps Editora – Goiânia – GO

Manteve-se o original apresentado no Fórum Social Mundial

de Caracas de 2006, por suas previsões.

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Waldemar De Gregori

Manifesto da Proporcionalidade

Com Democracia Direta

1a edição

Brasília

Edição do Autor

2014

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SUMÁRIO

Introdução e conceitos básicos 06

Parte 1.

Breve história evolutiva do mundo 18

Parte 2.

A idade moderna ou os últimos 500 anos 20

2.1.TRIMs-Trade related investment measures-acordo de investidores 27

Parte 3.

O Show do Jogo Mundial em que jogamos 30

Cenário 01 – Energia 31

Cenário 02 – Ambiente 32

Cenário 03 – Circuito de Feedback. Cérebro e CCF 33

Cenário 04 – Núcleo reprodutivo, família 36

Cenário 05 – Prestusuárias e agendonomia (Instituições e trabalho) 38

Cenário 06 – Organização tribal, comunitária, municipal 41

Cenário 07 – Microrregiões dentro de um estado 43

Cenário 08 – Estados de um país 43

Cenário 09 – País, comando nacional. Tipos de hegemonia ou poder 44

Cenário 10 – Países vizinhos e seus jogos triádicos 46

Cenário 11 – Países proletários ou “repúblicas do caos” 46

Cenário 12 – Países semi-industrializados, “emergentes” 47

Cenário 13 – Países pós-industriais, financistas 48

Cenário 14 – Condução planetária 49

Cenário 15 – A cultura tri-una ou o mundo virtual 50

Cenário 16 – Escatologias ou o futuro imaginado 51

Parte 4.

Manifesto 1 53

Manifesto 2 58

4.1. Comentários 60

Manifesto3 64

4.2. Plataforma 3: Sugestões para um programa em 14 subsistemas 65

Signatários 73

Glossário 74

Bibliografia 81

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA Pag.

Fig. 01. Figuração do principio tri-uno 7

Fig. 02. Visão tridimensional do cérebro 8

Fig. 03. Visão tri-cerebralgrupal 9

Fig. 04. Multiníveis. Cada subgrupo com sua hierarquia 11

Fig. 05. Lei da proporcionalidade 13

Fig. 05.1. Aproximação à proporcionalidade cujo centro é o ponto de ouro 13

Fig. 06. Do monocerebrar ao tricerebrar 16

Fig. 07. Breve História do mundo em seus grandes ciclos 19

Fig. 08. Idade Moderna e alguns de seus ciclos 21

Fig. 09. A ideologia anglo-americana 25

Fig. 10. Show do jogo mundial em 16 cenários ou círculos 30

Fig. 11. Matergia como principio tri-uno 31

Fig. 12. Sistema e fluxo da energia. 32

Fig. 13. O tricerebrar e o Ciclo Cibernético de Feedback. 33

Fig. 14. O tricerebrar como definidor de três blocos de necessidades. 35

Fig. 15. Relações triádicas na família. 36

Fig. 16. Prestusuárias, agendonomia em três blocos. 38

Fig. 17. Evolução/constituição natural de comunidades. 41

Fig. 18. Ordem em que se dá a violência tri-grupal. 42

Fig. 19. Diferentes arranjos dos três poderes máximos em luta. 44

Fig. 20. Hierarquia de países. 46

Fig. 21. Três blocos do jogo de poder planetário. 49

Fig. 22. Representação teórico/virtual das três realidades. 50

Fig. 23. Determinismo e desejo entre dois polos de tensão. 51

Fig. 24. Iscação das vítimas. 52

Fig. 25. Manifesto da proporcionalidade - 1. 53

Fig. 26. Níveis de vivência. 53

Fig. 27. Paradigma do comando mundial e os subgrupos que direcionam… 53

Fig. 28. Jogo tri-grupal da agendonomia. 55

Fig. 29. Manifesto da Proporcionalidade - 2. 58

Fig. 30. Modelo atual de município, estado, país. 59

Fig. 31. Modelo proporcionalista de município, estado, país. 59

Fig. 32. Burocracia do poder econômico anglo-americano. 61

Fig. 33. Jogo triádico entre ramos de negócios e suas prestusuárias. 61

Fig. 34. Manifesto da Proporcionalidade -3. 64

Fig. 35. Níveis de desenvolvimento e desempenho do tricerebrar 75

Fig. 36. Níveis de Agendonomia e Níveis de Vivência 78

Fig. 37. Gradação de desproporcionalidade/proporcionalidade e controle 78

Fig. 38. Sociograma/ciclo familiar e sua culminação na vida adulta 80

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INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS

Este Manifesto refere-se ao esgotamento do ciclo da Idade Moderna ou dos

últimos 500 anos e à transição para uma Idade Pós-Moderna ou da Globalização mar

cada pela sua revolução microeletrônica.

Os últimos 500 anos desencadeados pela Revolução Protestante/Burguesa

foram dominados pelo ordenamento do Estado, do mercado, do projeto científico e sa

cral-religioso feito pelos anglo-saxões, em rivalidade com outros povos europeus. Nes

te contexto, a partir do século XVII, impôs-se a hegemonia britânica que, após a Se

gunda Guerra Mundial e o Bretton Woods (tratado da nova ordem mundial que criou a

ONU, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e impôs o dólar como moeda

internacional para substituir a libra esterlina), teve que se submeter à hegemonia norte

americana, formando o império anglo-americano.

Este poder hegemônico imperial, com seu modelo de democracia, de livre

mercado, de racionalidade e de ética messiânica protestante, sofreu ataques religio

sos, científicos, econômicos e políticos de toda parte. E venceu a todos. Entre os mais

notáveis fatos históricos dessa resistência derrotada podem-se destacar as guerras re

ligiosas movidas pela Igreja Católica Romana; Napoleão Bonaparte e seu projeto impe

rial francês; a Primeira (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), lança

das pela Alemanha.

O último e mais importante desafio a essa

hegemonia anglo-americana foi a ideologia dialética –

tese, antítese, síntese - de Hegel e sua aplicação feita

por Marx/Engels, visando a substituição do paradigma

racionalista e neomessiânico anglo-americano, crian

do o correspondente experimento neomessiânico so

cialista liderado pela ex-URSS até 1991.

Com o colapso da URSS, rompeu-se o precário equilíbrio de poder mundial e

instalou-se o triunfalismo soberbo e unilateral do bloco anglo-americano com a adesão

mais explícita de Israel de cuja criação foi o patrono. Ao discurso messiânico e ideoló

gico da lei do mais forte e do ”livre” mercado, com sua pretensão de “fim da história”,

de globalização/unificação de mercados, preconizada e transformada em doutrina pelo

Consenso de Washington e, em legislação, ainda que privada, pelo TRIMs (Trade Re

lated Investment Measures – Acordo de Investidores), o mundo responde apenas com

palavras de ordem e com protestos contra a globalização, isto é, com o vazio ideológi

co e a ausência de propostas alternativas globais.

Daí a necessidade de um novo suporte teórico/ideológico para que a humani

dade se perceba de maneira nova no processo de globalização ou de transição para

um novo ordenamento político, econômico e espiritual, como parte do ecossistema

global: humanidade co-proprietária, co-responsável e co-criadora de um novo mundo

possível. Esta nova autopercepção e interpretação inclusivista começam por um novo

enfoque do planeta e de todos os seus ocupantes e elementos, chamado “Show do

Jogo Mundial” – uma nova teoria da globalidade na qual cabem todos, sem excluídos e

sem vítimas (ver Fig. 10). Daí deriva uma proposta de um outro mundo possível, cha

mada “Manifesto da Proporcionalidade” com Democracia Direta, apresentado gradual

mente, como Plataforma 1, 2, 3 etc.

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O Show do Jogo Mundial é um referencial (um gráfico, um mapa, um quadro or

ganizador e processador de conceitos) para se entender o planeta e tudo o que existe

nele, de forma integrada, como um grande ecossistema, uma grande rede interdepen

dente que se autocria, se auto-organiza e se autocomplexifica triadicamente, sem fim.

Para ler e entender o Show do Jogo Mundial mais facilmente, é necessário familiarizar

se com alguns conceitos básicos como o princípio tri-uno, o jogo tri-cérebro-grupal, o

método da tri-unidade universal e os conceitos daí derivados, alguns apresentados a

seguir e, outros, no Glossário, ao final.

O que é o princípio tri-uno ou uni-triádico?

É o macro conceito, o conceito gerador central, tomado da física quântica que

comprovou que a energia existe e se move como tri-membrada, trípode, trios, três ele

mentos que se “empurram”, se complementam, se definem, se “criam”, se enxergam,

se comunicam e se ajustam entre si, em três ou mais posições rotativas num acontecer

contínuo. A autoridade científica maior nessa área é Murray Gell-Mann1, que batizou

esses três elementos de “quarks”. Estes vivem como “triplets” (trigêmeos siameses),

mas fazem rodízio nas três posições, como num caleidoscópio. E, ao trocar de posição

e agregar-se a outros conjuntos tri-unos em dança rotativa, criam novos eventos tri

membrados, novas relações sistêmicas e toda a evolução rumo a qualquer grau de

complexidade.

“Fundo comum neutro“ quer dizer que o elemento que está nessa “terceira” po

sição é ambivalente, pode combinar-se, aliar-se tanto com o elemento da primeira co

mo da segunda posição, como o nêutron do átomo, que pode “completar” tanto o pró

ton como o elétron. “Pela rotação, cada lado se converte no seu oposto ou vai para o

fundo comum neutro” - pode-se observar muito bem em política: aquele que derruba

um governo “adquire” os vícios do que era seu contrário; e o governo que caiu se anu

la, tornando-se neutro ou passa para a oposição e “adquire” os vícios do que antes era

seu oposto.

Embora inseparáveis e “cúmplices” ao longo e largo de toda sua coreografia,

esses elementos tri-membrados marcam, ocupam e são três posições – positivo, opo

sitivo (negativo, contrário) e neutro. Mais freqüentemente, eles estão em jogos de dois

contra um ou de dois em competição e um terceiro em cooperação com um dos com

petidores, o que chamamos jogo tri-uno ou triádico, em ciclos sem fim. Todos os se

res são composições sistêmicas de um mínimo de três ou mais elemen

tos/posições/forças da energia em contínuo movimento ou jogo de inter-relações – dois

em contradição/competição e um que coopera com um dos outros dois. Tudo é três em

um – unidade tripartite - e cada um é sempre um de três: próton, elétron, nêutron; mãe,

pai, filho; eu, tu, ele; direita, esquerda, centro; superior, médio, inferior etc.

A ciência explica isso em movimentos circulares trifásicos ou campos de três fa

ces como “matéria-transição-antimatéria”; “ordem-transição-desordem”; “entropia

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homeostase-neguentropia”. As intuições religiosas explicam o mesmo como “espírito

encarnação-matéria”; “bem-neutro-mal”; “Deus-homem-diabo” etc.

Esse princípio tri-uno da energia, não importa as denominações divinas ou dia

bólicas ele possa ter recebido, é a dinâmica governante ou o motor oculto da autopro

pulsão de toda a sinfonia universal e da história econômico-política, científica e religio

sa do planeta.

Que conseqüências traz o descobrimento do princípio tri-uno e seu jogo

tri-uno?

Antes, a humanidade percebia a si mesma como produto de uma causação úni

ca, “unádica”, monádica ou monolética, simples, e assim atuava por acreditar que a

natureza é feita de partes sem um todo ou sem um desenho unificador. Depois, perce

beu-se como produto da causação “bi-una”, diádica ou dialética e tentou atuar assim

nos últimos 150 anos, porque acreditou ter descoberto a contradição como princípio

motor da história. Agora começa a perceber-se como co-produto e co-criadora em co

causação tri-una, triádica ou trialética sistêmica, e terá que começar a atuar assim pa

ra sobreviver a mais longo prazo, porque acreditamos ter descoberto que a contradi

ção, a cooperação e a neutralidade são somente os três lados de um mesmo fenôme

no, as três caras de uma mesma esfinge: a energia tri-una, o ser tri-membrado, uma

unidade tripartite.

Para a compreensão do Manifesto da Proporcionalidade com Democracia Dire

ta, é muito importante distinguir esses conceitos de forma clara: “Monádico” é uma ex

pressão que indica unidades simples e separadas na teoria e, seu correspondente mo

do de atuar individualista, segregacionista na prática; o termo “diádico” refere-se a

“unidades” duais dispostas em duplas e, a seu correspondente modo de atuar ou de lu

ta de opostos na prática; o termo “triádico” indica tri-unidades ou conjunto de partes

dispostas em jogos de três, complementares, em combinações variáveis e, seu corres

pondente modo de atuar proporcionalista na prática.

O que é o jogo tri-cérebro-grupal?

- Ao descobrir que tudo se move, se relaciona, e coexiste com um mínimo de

três, as neurociências começaram a redefinir o cérebro como um sistema tri-uno, tri

membrado2, que integra suas funções num único ciclo de informação, de criatividade e

de realização.

O cérebro esquerdo (figura à direita) se rege pela ciência e razão; suspeita da fé

religiosa e despreza os negócios. O cérebro direito se rege pela intuição, credulidade e

religião; condena a razão e se desinteressa pelos negócios deste mundo presente.

Aqui vale recordar a máxima: “O coração (cérebro direito) tem razões que a razão des

conhece” e vice-versa. O cérebro central se rege pelo trabalho e pela experiência; usa

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os dois primeiros na busca de sexo, poder e dinheiro – pragmatismo - até tornar-se um

vício ou uma paixão que nega os outros dois cérebros ou que não se deixa convencer

nem pela razão de cérebro esquerdo, nem pela fé em valores éticos e morais do cére

bro direito.

Em relação a dinheiro, o cérebro direito é esbanjador, o cérebro central é eco

nomizador e o esquerdo é só teorizador. No impulso de escalar níveis sempre mais al

tos de oficialismo, um indivíduo ou grupo se torna cada vez mais canalha e atua cada

vez mais como monstro; quando entrega, com pesar, algumas migalhas para se fazer

passar por benfeitor, acaba sendo considerado um “canalha do bem”! O cérebro cen

tral tem razões/armas que as razões do cérebro esquerdo e direito desconhecem. Ele

só se detém frente às armas/razões de outro cérebro central, ou seja, pela força.

Quando um sistema está na defensiva, e não na ofensiva ou conquista como

descrito antes, seus três cérebros se regem de maneira diferente. O esquerdo usa a

mentira, a inveja, o preconceito, a hipocrisia; o direito utiliza o orgulho, a vaidade, o es

nobismo, o desprezo, a psicopatia; e o central manifesta a raiva, a paranóia, a agres

são, o instinto assassino.

O cérebro central é o instinto inconsciente e determinista de sobrevivência de

qualquer sistema, sendo, por isso, o favorito da energia-natureza, dos genes, do jogo

triádico ou dos deuses. Porém, os três cérebros operam em conjunto e como comple

mentos um do outro, principalmente na espécie humana. Trata-se somente de diferen

tes arranjos tricerebrais, com ou sem proporcionalidade.

O que faz o tricerebrar pelo sistema que o adquiriu?

O sistema tricerebral ou sistema nervoso é o “piloto” de qualquer ser. Para tal,

faz uma tri-captação da realidade do entorno como sendo jogo(s) triádico(s), interpre

tando-o(s), recriando-o(s) ou distorcendo-o(s) para gerar estratégias vantajosas de in

formação, sobrevivência/reprodução e gozo, o que se pode sintetizar como busca de

satisfatores tricerebrais (ver Fig. 14 e ver “satisfatores no Glossário). Gerar “estraté

gias” é o mesmo que criar comportamentos ou arsenais tricerebrais para maximizar os

ganhos de satisfatores em tudo e qualquer jogo dentro de toda a rede tridimensional de

sistemas. São três subgrupos de comportamento que correspondem à estrutu

ra/posição dos três cérebros de cada sistema - ou pessoa - entre os humanos. Daí o

conceito tri-cerebral-grupal.

Como se dá a conexão entre os três cérebros e os três subgrupos?

Do cérebro central, que correspon-

de ao filho predileto da energia-natureza,deriva-se um conjunto de comportamen-

tos cujo denominador comum é o “sub-grupo oficial ou o oficialismo”, aproxima-

damente 20% de um todo. É um cérebrode lógica simplista porque é monádica.

É a lógica da conveniência unilateral: o que é bom para mim é bom para todos;

o que é bom para o patrão é bom para todos; o que é bom para os EUA é bom para

todos… Critério leonino, segundo o qual o oficialismo faz o que é de sua maior conve

niência, seja isso verdade ou mentira, legal ou ilegal, democrático ou não. Seu êxito é

sempre autodefinido como bom, verdadeiro e santo, não importa o que aconteça com

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os demais. É a encarnação da ortodoxia. O oficialismo ama a grandeza, o endeusa

mento, sente-se predestinado e autorizado a guiar e usar indivíduos, organizações e

povos, como favorito do jogo tri-cérebro-grupal que é. Se o oficialismo é moderado,

justo, responsável pelo bem comum triádico incluindo o seu – se é proporcional (ver o

que é proporcionalismo, mais adiante) – constitui-se numa bênção. Se for desproporci

onal – o máximo para ele e o mínimo para os demais – gera maldição e desgraça, in

clusive para si mesmo, porque acelera a rotação triádica.

Do cérebro esquerdo se deriva um conjunto de comportamentos cujo denomi

nador comum é o “subgrupo antioficial ou o antioficialismo”, cerca de 8% de um todo.

Sua lógica é contraditória: o contrário, o diferente, a heterodoxia, o oposto ao que está

aí, será uma alternativa melhor, sempre. O antioficialismo ama sentir-se profeta, pro

clamar desgraças e prometer redenções.

Do cérebro direito se deriva um conjunto de comportamentos cujo denominador

comum é o “subgrupo oscilante ou o oscilantismo”, cerca de 62% do todo. Sua “lógica”

são os provérbios. os slogans e as citações de seus livros sagrados. O oscilantismo

ama ser guiado, seduzido, enganado e consolado com religiões e iscações ou promes

sas inalcançáveis, sempre adiadas (ver Fig. 24)..

Como tudo está em expansão e forma hierarquias, o processo tri-cérebro-grupal

se desenvolve ou se expande num mínimo de quatro níveis – como uma divisão de

trabalho. O nível de execução que se refere ao fazer mecânico; o nível de supervisão

que se refere a animação e controle; o nível de assessoria que se refere a conheci

mento técnico e planejamento; o nível de direção que se refere a decisões macro es

tratégicas e administração (ver “Níveis” no Glossário). Pode-se dizer que tudo é um jo

go tri-cérebro-grupal para maximizar os satisfatores nos quatro níveis tricerebrais.

Pela inevitável e incessante rotação de posições, cada subgrupo/posição se

converte em seu contrário ou vai para o fundo comum neutro que é o oscilante.

O que é o jogo triádico ou tri-grupal?

É o esforço que os três subgrupos formados pelos três diferentes tipos de orga

nização tricerebral fazem para obter mais ganhos na disputa por meios de sobrevivên

cia/reprodução, chamados agora “satisfatores tri-cérebro-grupais” – porque satisfazem

às correspondentes necessidades em cada um de seus quatro níveis. O resultado de

qualquer jogo depende do arranjo tricerebral do jogador individual, empresarial, nacio

nal e de seu desempenho em cada um de seus quatro níveis.

Um dos subgrupos joga na posição oficial, que é de liderança, coordenação,

comando, imposição de burocracia para mais controle de trabalho, de produ

ção/desfrute dos satisfatores, da ordem conservadora, linear, da ortodoxia e de uma

legislação que o proteja. A desigualdade lhe parece natural, quando a seu favor.

Outro dos subgrupos joga na posição antioficial, que é romântica, anarquista,

herege, opositiva, competidora, crítica, desafiante, não linear, heterodoxa e de insur

reição para a mudança. A desigualdade lhe parece uma aberração e uma indignidade.

O terceiro subgrupo joga na posição intermediária, chamada oscilante, que é

membro/trabalhador neutro, indefinido, disponível, ambivalente como um coringa, para

seguir, cooperar e favorecer quase sempre ao oficial e, algumas vezes, ao antioficial,

na busca de equilíbrio do conjunto tri-uno, ainda que instável, sempre oscilando.

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Tomando o átomo como exemplo, o próton seria o oficial; o elétron, o antioficial;

e o nêutron, o oscilante. Em política, a direita seria o oficial; a esquerda, o antioficial; e

o centro, o oscilante. Em relação ao cérebro, o tronco e miolo central (cerebelo, corpo

caloso etc.) seriam o oficial-diretivo; o lado ou hemisfério esquerdo seria o antioficial in

formativo; e o lado ou hemisfério direito seria o oscilante-solidário. A rotação de posi

ções sempre forma hierarquia em pirâmide triangular.

O que é o oficialismo?

Usamos o conceito “oficialismo” para refe

rir-nos à soma de todos os micro, meso e macro

níveis de poder de todos os jogos triádicos -

desde o cérebro central, o pai ou a mãe de famí

lia; o diretor de escola; o porteiro do condomí

nio; o chefe da religião ou seita; o presidente do

clube, do centro de investigação; o dono ou ge

rente da micro e macro empresa, do sistema

bancário, da política local, nacional, continental

e planetária - porque formam uma só hierarquia

ou burocracia, instintivamente coerente no con

junto político-econômico-sacral, porque o cére

bro central lhes imprime uma só vontade e umsó estilo.

Como os três subgrupos são indispensáveis (veja adiante o que é oficialismo

proporcional e desproporcional, bem como antioficialismo e oscilantismo) o problema

é como tirar de cada subgrupo os meios ou poder para causar a desproporção (o mal)

aos demais. O jogo triádico não pode ser suprimido; nenhum dos três subgrupos pode

ser suprimido, como tentam em vão os ditadores e os anarquistas.

A todos os níveis de contrapoder, contracultura, contracampo, contradição ou

oposição nos referimos como “antioficialismo”.

A todos os níveis de neutralidade, indiferença, periferia ou seguidores ambiva

lentes, nos referimos como “oscilantismo”.

Os três sofrem pressão para fugir da “minimocracia” ou entropia (decadência,

pobreza, morte) e, uma atração rumo à expansão e aquisição máximas que chamamos

“maximocracia” ou neguentropia (acumulação tricerebral sem fim e sem descanso). O

medo da minimocracia e a imantação da maximocracia geram competição feroz, abun

dancia/carência, felicidade/desgraça. Nesse cenário de “luta pela sobrevivência” im

põem-se os oficialistas depredadores, em cima de uns poucos e sempre vitimados

opositores, e de um montão de impotentes vítimas oscilantes. Para controle dessas

tendências do jogo tri-cérebro-grupal nasceram todas as utopias, todas as religiões,

todas as guerras, revoluções e formas de Estado.

As “leis/regras de mercado ou de competição” são, evidentemente, as impostas

pela maximocracia do oficialismo, desafiadas pelo antioficialismo atrevido, e pagas pe

lo saqueado oscilantismo, vitimado por sua crença ingênua no mito da competição per

feita, da sabedoria da mão invisível, e no mito da igualdade de oportunidades, onde

sempre há uns poucos “mas iguais que outros”.

Que relação há entre o conceito de oficialismo, de classe social e elites?

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O conceito de “classes” refere-se ao jogo triádico visualizado na dimensão verti

cal – alta, média, baixa, como ilustrado na Fig. 4. Porém, não há somente os três sub

grupos verticais. Há divisões/jogos horizontais dentro de cada nível e, alianças trans

versais entre subgrupos de diferentes níveis, chamadas coalizões. Se, além de ver a

Fig. 4, examinamos a Fig. 10, serão muitos mais os jogos verticais, horizontais e trans

versais que se podem ver e combinar no Show do Jogo Mundial, onde o conceito de

classes é de aplicação muito restrita.

Ademais, o que constitui as hierarquias ou as classes são os jogos horizontais

em cada nível ou cenário, dos quais resulta o posicionamento vertical entre ganhado

res e perdedores. Além disso, cada uma das chamadas - classes - é, por sua vez, triá

dica, tem rachaduras ou facções que conduzem a coalizões transversais com outros

níveis ou classes. Assim, será melhor referir-se a toda a problemática do trabalho, da

distribuição da riqueza, da regulação da convivência pela política e pelas religiões, co

mo um grande jogo mundial tridimensional de subgrupos, que se pode decompor em

seus jogos triádicos menores em cada nível, em cada cenário, até a fonte de todos os

jogos que é a energia tri-una, concretizada e enraizada, para nós humanos, no jogo tri

cérebro-grupal.

O conceito de “elites” se assemelha ao de classe alta em contraposição às ra

lés. Tem, além disso, a conotação de “os melhores”, “os de cima”, “a nobreza” etc. Mas

isso só mostra o jogo triádico vertical, piramidal e impede a visão dos jogos/conflitos

horizontais e a transversais. O conceito de três subgrupos abarca e explica muito mais:

onde há um jogo triádico há um oficialismo, um antioficialismo e um oscilantismo, seja

na colméia de abelhas, na colônia de orangotangos, na tribo, na família, na escola, na

política, no mercado, numa seita religiosa etc. Vê-se por aí que “elite” é um conceito

muito restrito, de aplicação somente aos subgrupos oficiais mais altos da pirâmide so

cial, embora subgrupos oficiais existam entre as abelhas, os orangotangos, numa qua

drilha, numa família, numa escola etc.

Que relação há entre o jogo triádico e a evolução por seleção natural?

Ambos os conceitos referem-se ao processo evolutivo. Uma diferença é que a

teoria da evolução, inicialmente, referia-se à origem das espécies pelo princípio so

mente da competição, sem incluir o animal humano “civilizado”, enquanto a teoria do

jogo triádico não separa o mundo físico, do mundo animal e do mundo “civilizado”; e o

princípio que move a evolução-transformação-hierarquização não é só a competição

entre dois elementos, mas a competição-indiferença-cooperação entre três elementos.

A idéia de “seleção natural”, ou da vitória e sobrevivência do mais apto, supõe duas

coisas: a) que há jogo triádico; b) que há um só ganhador e que os demais são perde

dores. Isso se deve ao fato de que Charles Darwin era cidadão imperial britânico. Nes

se reino imperial, tudo era só competição-vitória pela força e terminava com um só ga

nhador: o império britânico. É o princípio monádico e é a entronização do cérebro cen

tral (Fig 9). A teoria do Show do Jogo Mundial é universalmente uni-triádica, ou tri

cérebro-grupal para os humanos, e o resultado dos jogos entre os três subgrupos hu

manos deve ser: ganha-ganha-ganha proporcionalmente (e não: ganha-perde-perde;

tampouco, ganha-ganha-perde).

O que é proporcionalidade?

- Pelo cérebro direito, é o belo, o harmônico, o agradável como uma obra de arte

humana ou da natureza.

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- Pelo cérebro esquerdo, é a lei matemática da média e extrema razão, como na

ilustração abaixo, no meio, que se lê: A está para b, assim como b está para c, e vice

versa. Essa razão é de 1,618 ou seu inverso 0,618 e recebeu o símbolo que se lê

PHI ou FI.

- Pelo cérebro central, é uma ordem justa na composição das partes de um todo

e na partilha dos satisfatores tri-cérebro-grupais, que está ilustrado pela tartaruga, to

mada como exemplo de distribuição pela curva de sino ou curva de Gauss, à direita.

Este modelo gráfico ilustra a lei da proporcionalidade, que se representa pela média e extrema

razão, ao centro do gráfico. O quadro à esquerda representa o retângulo áureo que expressa a mesma

lei – 62% de base e 38% de altura. No pentágono, a transversal representa a média razão. A tartaruga

está expressando a mesma lei representada pela curva de Gauss ou curva de sino.

Há proporções, limites, medidas, parâmetros e controle para evitar os extremos

em tudo, seja no hemograma, na pressão arterial, na velocidade dos veículos, no peso

dos corpos e no prazo de duração de tudo. A fórmula mais universal desses limites é a

lei da proporcionalidade.

Essa lei da composição/distribuição das partes de um todo pode ser percebida

no formato (retângulo áureo ou seção áurea) de cartazes e livros; na arquitetura; na

órbita elíptica dos planetas; na maioria dos templos etc. Os módulos proporcionais são

recorrentes ou repetitivos em escala menor ou maior, como num braço: ao dobrá-lo no

cotovelo (o ponto de seção/articulação dos dois módulos se chama “ponto de ouro”)

temos o módulo de aproximadamente 62% (mão e antebraço) ficando o braço com

aproximadamente 38%. Ao repetir a operação entre a mão e o antebraço, ao dobrar o

pulso, a escala proporcional se repetirá. Isso foi o que notaram Pitágoras, Platão, Eu

clides, Luca Pacioli e seu amigo Leonardo da Vinci, Kepler e outros. O matemático

proporcionalista Carl Friedrich Gauss defendeu isso quando propôs a lei das distribui

ções harmônicas pela curva em forma de sino, como na tartaruga.

14

Este modelo gráfico ilustra a “Proporção Áurea” ou “Ponto de Ouro” que é a distribuição em mó

dulos ou porcentagens de aproximadamente 62% por 38%, repetitivamente, embora em diferentes esca

las. A desproporção ou distanciamento do Ponto de Ouro pode dar-se em diferentes graus, como ilustra

do pelos dois triângulos opostos ao centro do modelo, um com a distribuição de pessoas e outro com a

distribuição de tri-satisfatores, quase sempre em razão inversa ainda que não tão simétrica, que se lê:

38% de pessoas/subgrupos com 62% de tri-satisfatores e 62% de pessoas/subgrupos com 38% de tri

satisfatores etc. Nas extremidades, se observa a desigualdade aberrante: enquanto 10% da população

se apropriam de 90% dos satisfatores (riquezas) 90% da população se veem obrigados a sobreviver com

10% dos satisfatores. Será possível evitar a desproporção estratosférica?

A coluna dos números à direita do gráfico acima é a “série Fibonacci”: seqüência numérica em

que o número seguinte é a soma dos dois anteriores - 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34,55 etc. Ao dividir

qualquer número pelo imediatamente anterior obtém-se, aproximadamente, a relação ou razão da pro

porcionalidade: 1,618; a operação inversa resultaria em aproximadamente 0,618.

As diferenças entre minivivência e os demais níveis mais altos serão proporcionais se correspon

derem aproximadamente à “série Fibonacci”. Esta serve também para estabelecer a diferença proporcio

nal numa escala de ganhos mínimos (piso mínimo) e ganhos máximos (teto máximo) entre prestusuá

rios/categorias de agendonomia (trabalho) e entre países. Nos países mais adiantados e proporcionais, a

média dos ganhos mais altos é aproximadamente 21 vezes superior aos ganhos do piso mínimo (embora

aí somente se considerem ganhos em dinheiro ou renda per capita). Nos países subdesenvolvidos, a

média dos ganhos dos subgrupos oficiais mais altos supera em mais de 100 vezes (!!!) os ganhos dos

mais baixos dos injustiçados.

A série Fibonacci serve, também, de referencial para o princípio da equivalência: cada um tem di

reito a retirar tanto quanto dá de si mesmo nos diferentes níveis de prestusuarismo (produção e consumo

de satisfatores). Ou seja, quem quer esforçar-se, capacitar-se e dedicar-se mais ao prestadismo (agen

das prestadias) de nível 2, 3 ou 4 retirará o correspondente em satisfatores ou em valor, como usuário.

Essa lei da proporcionalidade pode estabelecer as diferenças aceitáveis, “naturais”, funcionais e

de menor fricção entre vários níveis ou estratos socioeconômicos de vivência, evitando os distúrbios da

igualação e desigualação máximas num país e entre países. Não valem os extremos, nem a unilaterali

dade. Entre o individualismo e o altruísmo ou entre o individual e o coletivo, por exemplo, não vale afirmar

que se cada um cuidar de seu interesse máximo, a mão invisível ajeitará as coisas para que tudo redun

de em bem comum. Haverá sempre alguma proporção que se aproxime de uns 62% para o indivíduo e

38% para o altruísmo ou o coletivo, para que seja possível uma convivência mais pacífica.

Como e por que se dá o distanciamento do ponto de ouro rumo à despro

porcionalidade?

Como cada indivíduo e cada subgrupo buscam sempre a maximocracia - a oti

mização, a produtividade e os ganhos máximos para seu lado - organizam seus estra

tégias, meios, tecnologias e truques, que chamamos arsenais, para realizá-la.

O arsenal do oficialismo é o monopólio da força, da lei, dos satisfatores, dos

meios de comunicação e da representação dos deuses, para escravizar e explorar os

demais. O oficialismo impõe sua lógica monádica, segundo a qual ele é o eixo do bem,

da verdade e da santidade; e todos os que lhe resistem são o eixo do mal, da mentira,

do pecado e têm que ser eliminados ou derrotados. Não é a lógica da democracia, da

justiça ou do bem comum como proclama, para seguir enganando: é a lógica de sua

exclusiva conveniência, convertida em fim que justifica todos os meios.

O arsenal do antioficialismo tem o mesmo objetivo, mas apresentado ao inverso,

como num espelho, fazendo-se passar por justiceiro, restaurador do bem, da verdade

e da santidade, destruídos pelo oficialismo. Para tanto, seduz o oscilantismo e o orga

niza para a pressão, a clandestinidade, o terrorismo, a revolução para a derrubada e

substituição do oficialismo existente.

O arsenal do oscilantismo é desejar e implorar pequenos benefícios e migalhas

ao oficialismo e ao antioficialismo, alternadamente. O máximo a que chega é criar, em

15

seu reduto geográfico, pequenas e pouco duráveis organizações, imitando as do oficia

lismo ou antioficialismo, como as organizações familiares, pequenas associações,

quadrilhas etc.

Como o oficialismo anglo-americano prega e impõe o livre mercado, a livre inici

ativa - quando sabe que vai ganhar - os demais acreditam nessa lorota e querem imitá

lo. Com isso vai-se armando mais e mais competição, mais e mais violência que só fa

zem distanciar mais e mais os três subgrupos do ponto de ouro da proporcionalidade.

A desproporção criada por qualquer dos três subgrupos – nesse tipo de conduta

o subgrupo oficialista é quase sempre o campeão - gera anarquia, tirania, insegurança,

sofrimento e ímpetos furiosos de mudança por parte dos que se sentem vítimas. A

desproporção não se dá de um só golpe; ocorre ao longo de um ciclo co-evolutivo que

começa proporcional; cresce aumentando a desproporção a favor do subgrupo oficial e

do oficialismo ou oligarquias monopolistas de turno, e apodrece e finaliza porque ou

tros subgrupos usam de alguma forma de violência para sacudir a violência oficialista

que se tornou insuportável para eles.

Embora os ciclos de renovação-progresso-corrupção sejam inevitáveis em todo

o Show do Jogo Mundial, o grau de aproximação ou distanciamento do ponto de ouro

depende cada vez mais dos três subgrupos humanos. Paz, harmonia, beleza, ordem,

justiça, ética são valores para a proporcionalidade na estruturação, no funcionamento,

na cooperação/competição de todo e qualquer jogo triádico, para os três subgrupos de

qualquer cenário, esfera e nível do Show do Jogo Mundial.

O que é o método da Cibernética Social ou o paradigma da tri-unidade?

- É o conjunto de conceitos, idéias e teoria nascidos do conceito matriz de

“energia tri-una”, tudo organizado em referenciais gráficos e modelos, de maneira a

ajudar pessoas e grupos a descobrirem, entenderem e jogarem proporcionalmente o

jogo tri-uno presente em toda parte, em todas as épocas e em todos os níveis ou cená

rios do Show do Jogo Global, embora sob diferentes nomes. Toda essa formulação

teórica se denomina Cibernética Social3 (de kubernética-governética-autogovernar-se

em sociedade).

¿O que é Cibernética Social?

Cibernética Social é uma teoria que integra e condensa o essencial de todas as

ciências sociais ou comportamentais num só corpo de conhecimento. As ciências soci

ais e humanas fracassaram na construção do ser humano e de sua convivência, devi

do à sua fragmentação.

Cibernética Social, por ser sistêmica triádica, é um método transdisciplinar de

senhado para que os três subgrupos, também os dos níveis mais baixos, entendam o

“Show do Jogo Mundial” local, nacional e planetário, e para que participem em sua au

tocondução em forma mais proporcional. Haver permitido que se instalasse tão forte

oficialismo econômico, político e sacral, e haver-nos convencido a delegar

lhes/entregar-lhes todo nosso poder foi uma desgraça a ser remediada antes do “fim

da história”. Espera-se que a Cibernética Social, como método da tri-unidade global,

possa aportar as ferramentas necessárias para que o Manifesto da Proporcionalidade

com Democracia Direta se torne realidade.

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Requer-se, entretanto, uma nova conscientização do potencial do cérebro tri

uno e, dar um salto que deixe para trás a cultura monádica, que passe pela diádica até

que alcance a triádica, integrando a racionalidade, a emoção e a pragmática – o pen

sar, o sentir e o agir - num único processo, para não distorcer este método de tri

unidade global. Haverá que revisar os conceitos, as teorias, cada área de conhecimen

to, ainda ambientadas dentro do paradigma monádico que é fragmentador e excluden

te, para “triadizá-las”, ou seja, redefinir e integrar os três lados de cada coisa e redefinir

e integrar os três sentidos de cada palavra, imagem e fato.

O que é democracia direta?

É a proposta de suprimir a atual democracia representativa (vereadores, depu

tados, senadores) pelo voto direto – plebiscito-referendum – permanente, e a participa

ção corresponsável dos cidadãos nas decisões que afetam sua vida ou determinam

seu desenvolvimento. Com os meios eletrônicos da pós-modernidade, pode-se votar a

cada semana e substituir o atual modelo de Estado que se tornou usurpador e corrup

to, e já não funciona para o bem proporcional dos três subgrupos. Infelizmente, o que

está funcionando é uma “mafiocracia”. Há experiências comprovando que as decisões

tomadas por políticos são similares às tomadas por uma amostra estruturada da popu

lação, como se faz nas pesquisas de mercado ou de intenção de voto. Muito mais

quando as comunidades estiverem praticando o planejamento participativo. Com o

tempo, pode-se suprimir toda a classe política representativa, inclusive a do Executivo,

entregando a condução de cada setor da vida em sociedade a seus respectivos profis

sionais, sob o controle de um Poder Judiciário ou Arbitrador tri-uno superior.

Como entender a capa do manifesto?

O cérebro tri-uno ocupa o centro por ser o núcleo de toda criação humana, é o

resumo do universo. O colorido representa as três cores básicas. A espiral sobre o cé

rebro representa a evolução tri-una proporcional (não a de Darwin que é monádica e

justifica as bestialidades do mais forte). A linha diagonal sobre o cérebro indica que o

bem-estar, o desenvolvimento e a convivência dependem dos três cérebros e seus cor

respondentes subgrupos proporcionais, segundo a sequência Fibonacci; se não forem

proporcionais, a flecha indicará concentração excessiva na parte superior e, entropia,

fracasso, desastre na parte inferior, tudo como criação dos três cérebros, dos três sub

grupos humanos e seus três poderes máximos na organização social mundial. As li

nhas horizontais sobre o cérebro definem pelo menos quatro níveis de estrutura, com

plexização e desenvolvimento de tudo.

A “igualdade” (no verso) era a utopia do comunismo e segue sendo a utopia

dos ingênuos que não enxergam o jogo triádico que busca superação. O melhor que

se pode fazer é reduzir a desigualdade aos limites da proporcionalidade.

A “desigualdade” (no verso) é a utopia “natural” de todos os subgrupos oficiais

- ou do oficialismo de todos os níveis - impelidos pela maximocracia que é uma paixão

impossível de se contentar ou satisfazer. O dinheiro ou o capital tornou-se a via que

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mais favorece a concentração/acumulação obsessiva de riqueza em mãos de uns pou

cos, criando a desigualdade para muitos. Mas é equivocado pensar que os “males” da

humanidade vêm do capitalismo somente. Os “males” em todos os setores e níveis da

vida vêm do oficialismo desproporcional e concentrador, seja este oficialismo capitalis

ta ou socialista, cristão ou islâmico, masculino ou feminino, branco ou negro, do Norte

ou do Sul, do Oriente ou Ocidente, imperial, nacional, local ou familiar etc. O problema

é o oficialismo desproporcional. Tenham os oficialistas e suas instituições muito ou

pouco dinheiro, vão continuar com seu cérebro central escapando do controle do cére

bro direito (moral, solidariedade e confiança dos oscilantes) e do esquerdo (racionali

dade, lei, crítica e oposição de antioficiais). As sádicas e insaciáveis ganas oficialistas

de impor-se, de dominar, de oprimir e de divertir-se exercendo a crueldade sobre todos

os demais estarão sempre à solta e serão intermináveis, se dependermos só da boa

vontade do oficialismo, sem organizar-nos para impor-lhes limites.

BUSCADORES DA PROPORCIONALIDADE, UNI-VOS

VÍTIMAS DO OFICIALISMO DESPROPORCIONAL, UNI-VOS!

As vítimas do oficialismo são mulheres, homens, crianças, jovens, adultos e ido

sos pobres; são os desempregados, os trabalhadores rurais e urbanos escravizados

ou pagos desproporcionalmente; são os migrantes forçados; são os consumidores en

ganados pelo marketing, são os ludibriados por ficções religiosas, os iludidos pelos po

líticos e pelo mercado; são os discriminados por racismo e por gênero; são os excluí

dos das periferias e os dos níveis mais baixos da pirâmide social de todos os países,

também dos desenvolvidos; são todos os indignados com a injustiça, com a depreda

ção universal, com a manipulação da verdade e humilhados em seu direito de viver -

pelos abusos do oficialismo político, econômico e sacral desproporcionais, aí incluídas

também vítimas inglesas, norte-americanas e israelitas. Os protagonistas dessa luta

serão um exército de consciências indignadas e rebeladas contra os subgrupos oficiais

causadores da desproporcionalidade, em todos os macro e microespaços da convi

vência.

As vítimas estão incluídas nos subgrupos oscilantes e antioficiais. Os oscilantes

são um montão de indivíduos como grãos de areia, sem organização, sem rumo e sem

consciência do jogo. O oficialismo trata de “apoiar” organizações reivindicatórias hori

zontais, como os movimentos negro, indígena, feminista, gay, ambientalista e defensor

dos direitos dos animais etc. O oficialismo tem interesse nesses movimentos no senti

do de fazê-los lutar entre si (por isso, lutas “horizontais”: dividir para governar). En

quanto o fazem, desgastando-se entre si, perdem de vista o inimigo comum a todos

eles, que é o oficialismo, e frustram a união de todas as vítimas para a luta vertical

contra ele.

Quem une os oscilantes e os conduz a lutas verticais contra os donos do siste

ma são os antioficiais. Estes, por sua vez, somente conseguem unir-se em pequenos

subgrupos porque sofrem de um mal chamado “divisionismo interno” por excesso de

ego, de fanatismo intelectual e de amor à discussão e à divergência, como mostraram

as esquerdas do século XX e da “Revolução” Francesa. Mas terão que aprender a unir

se e a organizar-se, domando o lado perverso da engrenagem triádica que os divide e

enfrenta internamente, enfraquecendo-os. Quando os antioficiais conquistam o poder

têm que aprender a exercer o oficialismo proporcional; caso contrário, ficarão fascina

dos pela maximocracia/embriaguez do poder e pouco a pouco se irão assemelhando

aos monstros que antes combatiam.

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O oficialismo é o único subgrupo sempre organizado e eficiente, como filho favo

rito da energia-natureza que é. Isso não inocenta os membros do oficialismo quando

rompem os limites ou as proporções, como costumam reivindicar frente à forca, à gui

lhotina, aos tribunais como Nüremberg, ao “paredón” e, mais recentemente, ao jiha

dismo: “se sou rico, poderoso, opressor, exterminador impiedoso não é culpa minha –

eu somente cumpro ordens, sou vítima do sistema ou de predestinações da nature

za”…

“Sim às diferenças, mas proporcionais” (no verso) significa aceitar as dife

renças individuais, grupais, étnicas de todo tipo e as variedades de poder político, eco

nômico e sacral. Significa, também, aceitar as diferenças verticais que definimos em

quatro níveis. Porém, as diferenças e distâncias toleráveis são as determinadas pela

lei da proporcionalidade em combinação com a “série Fibonacci” para estabelecer a

variação de níveis, cujo intervalo do mínimo ao máximo não pode ultrapassar 21 vezes,

como nos países “civilizados” ou desenvolvidos (à custa do resto do planeta). Só a

desproporcionalidade e os seus causadores desproporcionais não devem ser tolera

dos.

O logo de Cibernética Social Proporcionalista contém:

- um triângulo em cor de fogo, simbolizando a energia tri-una como campo e contexto

de tudo;

- sobre este triângulo, o planeta onde irrompeu a vida;

- abraçando o planeta há três seres que representam os três subgrupos dando-se as

mãos para que todo participante de qualquer jogo triádico chegue ao “ganha-ganha

ganha”, proporcionalmente;

-“proporcional” indica critérios relacionais eqüitativos; e a forma curva de representar é

a preferida para indicar que tudo se move ondulatória e não linearmente;

Veja outros conceitos como “agendonomia”, “satisfatores”, “14 subsistemas”,

“quatro níveis”, “monetarização” etc. no Glossário, ao final.

PARTE 1. BREVE HISTÓRIA EVOLUTIVA DO MUNDO

Vejamos um possível resumo da complexização evolutiva da humanidade até

aqui, sob a perspectiva da trialética ou interação de, no mínimo, três elementos em

combinações variadas, com a sobrevivência proporcional dos três concorrentes e não

somente do mais apto, conforme ilustração no gráfico que segue (leitura “progressiva”

de baixo para cima). Depois nos concentraremos nos últimos 500 anos.

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Este modelo gráfico tem nove ciclos divididos em quatro colunas. A coluna da esquerda está

elaborada ao redor da evolução dos três cérebros e suas três culturas correspondentes. Supõe que toda

a cultura ou as criações humanas - sejam a criação e o uso primitivos de ferramentas, de pinturas e de

linguagem, ou a moderna tecnologia, arte e ciência - são extensões ou ampliações do potencial tricere

bral, cuja evolução está condensada, aqui, em somente nove ciclos verticais.

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A coluna do centro indica os ciclos de evolução/complexização da agendonomia (trabalho)

alimentar-reprodutiva em seus distintos ciclos de tecnificação e desenvolvimento ou revoluções dos mo

dos de produção de satisfatores. As duas colunas da direita indicam a evolução das formas de organiza

ção coletiva política e religiosa – subgrupos oficiais, antioficiais, oscilantes com seus níveis ou estratos –

e as relações de poder entre eles e o poder econômico.

A leitura horizontal de cada um dos nove ciclos sugere que as formas de organiza

ção/evolução coletiva na coluna da esquerda se refletem na forma de organização/evolução da agendo

nomia da coluna do centro que, por sua vez, se refletem nas formas de organização/evolução tricerebral

das duas colunas da direita; e vice-versa. Há fontes literárias suficientes sobre a evolução dos três cére

bros e suas três culturas, sobre a evolução dos modos de produção desde os coletores/caçadores, sobre

a evolução do poder político desde o poder patriarcal e clânico, bem como sobre a evolução do poder sa

cral desde as primeiras mitologias. Não há porque repetir tudo isso aqui.

Se virarmos a ilustração 90o graus à esquerda poderemos fazer uma releitura à maneira de

Karl Marx: O tricerebrar e as formas de energia usadas determinam a infraestrutura material-produtiva

que, por sua vez, determina a forma de poder político com sua superestrutura ideológica. E vice-versa.

PARTE 2. A IDADE MODERNA OU OS ÚLTIMOS 500 ANOS.

É necessário destacar o ciclo dos últimos 500 anos ou Ida

de Moderna porque é o que está enfermo e se deve ajudar a morrer

para que surja um novo ciclo. A Idade Moderna, gestada pelo Re

nascimento, começou com a tomada de Constantinopla pelo império

otomano (1492) e com o manifesto do frade agostiniano alemão,

Martinho Lutero (1517) contra o oficialismo teocrático (poder exerci

do em nome de Deus pelo clero) romano.

Era a finalização de mais um ciclo de jogo triádico europeu, chamado “medie

val”, que se jogava entre latinos cristãos (oficialistas, dominadores, corruptos, despro

porcionais); anglo-saxões (antioficialistas, oposicionistas, independentistas, invasores,

chamados “bárbaros” do norte pelos oficialistas latinos); e eslavos ortodoxos, islâmi

cos, africanos e asiáticos (oscilantes, isolados, excluídos).

O Renascimento da literatura, da arte e do pensamento gregos nos países lati

nos foi uma espécie de subgrupo antioficial de reação frente à cultura oficialista ecle

siástica. Não foi uma revolução. Foi um movimento mais de cérebro direito romântico,

de artes e literatura, de regresso ao passado, por meio do qual brilharam o poeta pré

renascentista legitimador da língua italiana, Dante Alighieri, o poeta Petrarca, o pintor

Rafael, o pintor e escultor Miguel Ângelo e outros; foi, também, um pouco de reação de

cérebro esquerdo com o início do espírito de investigação e teorização fora do controle

da filosofia/teologia do clero. Nisso, sobressaíram-se o artista e inventor Leonardo da

Vinci, o cientista político anti-teocrático Nicolau Maquiavel e outros.

Mas quem fez a revolução que derrubou o imperialismo papal não foram os ar

tistas e literatos latinos; foram os pragmáticos e científicos anglo-saxões - alemães, ho

landeses e ingleses.

O início da Idade Moderna marcou o fim do imperialismo eclesiástico/papal, que

ficou reduzido aos países latinos (Itália, Espanha, França, Portugal e respectivas colô

nias) enquanto o poder do Estado laical se tornou hegemônico nos países anglo

saxões por submeter e debilitar o Poder Sacral. Este fato permitiu a ascensão da auto

ridade da ciência que prevaleceu sobre a autoridade da Bíblia. Marcou o fim da pre

sença árabe/islâmica no sul da Europa e a ascensão do Império Turco Otomano com a

tomada de Constantinopla. Marcou, ainda, o começo do imperialismo mercantil

guerreiro europeu com as viagens marítimas ao redor do planeta, conquistando, sub

metendo e paralisando o desenvolvimento autônomo dos demais continentes. Além

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disso, marcou, principalmente, o começo e a futura consolidação do imperialismo an

glo-saxão comercial-guerreiro e industrial, iniciado pela Holanda que logo foi suplanta

da pela Inglaterra, contando com a genial influência comercial e financeira dos judeus

expulsos dos territórios católicos latinos. Essa influência ou traço cultural, mais que a

presença de judeus em pessoa, faz com que se associe o império anglo-americano ao

sionismo.

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Este modelo gráfico ilustra o surgimento do império anglo-americano desde sua revolução religi

osa por Lutero, sua revolução ética-econômica da prosperidade por Calvino e sua revolução política por

Cromwell, substituindo a hegemonia do império teocrático romano. Por isso, aparece no lado direito do

gráfico, sob o Poder Sacral: é um império econômico-político, porém de inspiração messiânica judaico

protestante. Os países africanos e asiáticos menos ocidentalizados, fora dos domínios judaico-cristãos e

islâmicos, não têm um Poder Sacral/eclesiástico ou uma igreja com poder de um quase Estado dentro do

Estado. As religiões aí são organizações particulares orientadas para o indivíduo e sua consciência e não

para a convivência social e problemas político-econômicos da coletividade.

Há que destacar, no gráfico acima, a importância de Bacon, Newton, Adam Smith e Charles

Darwin com sua espetacular revolução científica, como suporte ideológico do novo império e origem das

subseqüentes revoluções industriais e tecnológicas. Desde o tempo dos Pilgrims separatistas (1614), da

guerra de independência (1776), até a guerra civil (1865) e final da Primeira Guerra Mundial, os Estados

Unidos foram subgrupo antioficial da Inglaterra. Praticavam uma política econômica geral e, principal

mente, de algodão, como os Aiatolás do Irã e Hugo Chávez da Venezuela praticam frente aos EUA atu

almente, com o petróleo. Enquanto a Inglaterra pregava o “livre mercado” porque lhe convinha, os EUA

pregavam e praticavam um atrevido protecionismo antioficial porque lhes convinha. Agora que os EUA

são subgrupo oficial pregam e praticam o “livre mercado” e reprimem os não alinhados ou quem lhes

oferece resistência. Leis de mercado, ora, ora!!!

Depois da Primeira Guerra Mundial, os EUA foram ganhando poder. Até que, ao final da Segun

da Guerra Mundial, substituíram a Inglaterra na condução imperial do planeta – um novo imperialismo,

mais econômico que territorial e político - agora sim, reconhecendo, enfim, “o livre mercado”. “Livre mer

cado” é uma doutrina que proporciona vantagens ao oficialismo porque impõe derrotas econômicas ao

oscilantismo impotente para revidar, bem como ao antioficialismo que, este sim, em algum momento re

vidará, fatalmente. Isso é garantia da inevitável decadência dos EUA, como qualquer império da história.

“Revolução Francesa” está entre aspas porque fracassou naquilo que se propunha para o mun

do latino, que era o mesmo que a revolução dos ingleses, principalmente sob Cromwell: hegemonia do

poder político-econômico e submetimento do Poder Sacral. No lado antioficial do modelo, “alguns países

islâmicos não alinhados” resistem ao império com guerra tradicional e, muito mais, com terrorismo. Isto,

porém, não ameaça um império que é primordialmente econômico. A criação da UE e o surgimento do

Sudeste asiático como potências econômicas, podem colocar, efetivamente, dilemas graves à hegemo

nia anglo-americana-israelense.

No centro do modelo, estão alguns ciclos econômicos, o último dos quais é a financeirização, ou

seja, o império anglo-americano-israelense é o império dos subgrupos donos do capital, sustentados pela

“inteligência” das armas. Essa “inteligência” terrorista explica a ascensão do eurocentrismo: comercian

tes-guerreiros ou guerreiros-comerciantes.

Alguns eventos podem ser citados para ilustrar essa guerra dos 500 anos ou da

via inglesa e anglo-americana da história, e ilustrar a ideologia que a sustenta.

Martinho Lutero, com suas 95 teses, liderou o rompimento com o oficialismo ro

mano, apoiado, inicialmente, pelos príncipes alemães e, depois, por todos os povos

anglo-saxões, interessados mais na emancipação político-econômica do que na refor

ma religiosa. Houve, pois, uma reforma-revolução ao mesmo tempo no sacral, no polí

tico e no econômico. Os povos latinos europeus tentaram isso quase 300 anos depois,

com a semi-revolução francesa, e seguem tentando. O máximo que conseguiram foi

uma separação entre Estado laico e Estado religioso, sem jamais submeter o Poder

Sacral-religioso. Os países de Oriente Médio, em sua maioria, nunca deixaram de ser

teocráticos e nunca o foram tanto como na pós-modernidade. Os países asiáticos nun

ca foram teocráticos à maneira européia, embora seus imperadores, reis e Lamas se

declarem divinos ou reencarnações de algum deus ou entidade divina. Na África não

islâmica, embora os governos não sejam teocráticos, as famílias são teocráticas por

admitir os deuses do lar, que são os seus próprios antepassados, pais, avós, bisavós

etc.

Tudo isso não é mais que a rotação na estrutura dos três cérebros e suas três

correspondentes culturas na posição hegemônica para regular a convivência dos três

subgrupos. As teocracias se regem principalmente por intuições, valores morais, ritu

23

ais, por áreas de vida e instituições mais influenciadas pelo cérebro direito, tudo con

densado em relatos de seus mitos fundadores guardados em livros que consideram

sagrados (Tao-te-King, Baghavad-Gita, Bíblia, Alcorão, Popol Vuh etc.). Nos países

onde predomina a teocracia, as instituições do cérebro esquerdo, como o Poder Políti

co e Econômico e todas as demais, estão subordinadas ao Poder Teocrático e ao clero

que o domina.

Os Estados laicos, chamados “democracias”, se regulam, principalmente, pela

racionalidade da ciência e da lei constitucional que são de cérebro esquerdo, tratando

de conviver com as teocracias ou Poder Religioso submetendo-o ou mantendo-o à dis

tância. O Poder Econômico pós-moderno está baseado nos impulsos ferozes do cére

bro central e já não tem um Estado, nem fronteiras legais ou morais capazes de freá

lo, pois a tudo transformou em mercadoria comprável. É o renascimento dos monstros

de puro cérebro central da história antiga, sem os freios do cérebro direito moralizador

e do esquerdo legislador. Esses monstros estão à vontade para atormentar a pobre

humanidade.

No campeonato de fundamentalismo, tirania e terror, o primeiro lugar cabe às

culturas com predomínio de cérebro central – produção, finanças, guerra, com doses

colaterais e secundárias de cérebro esquerdo e direito; o segundo lugar cabe às cultu

ras com predomínio de cérebro direito – bruxarias, religiões, teocracias, com doses co

laterais secundárias de cérebro central e esquerdo; e o terceiro lugar cabe às culturas

com predomínio de cérebro esquerdo – lei, justiça, democracias, com doses colaterais

secundárias de cérebro direito e central. Entretanto, como o jogo triádico faz rotação

de jogadores e posições, um país tem títulos nos três campeonatos, de época em épo

ca. Oxalá se chegue a algum tipo de arranjo das três culturas, o mais próximo possível

da proporcionalidade.

Lutero introduziu definitivamente a Bíblia em língua nacional e autorizou cada

indivíduo a interpretá-la de forma independente, segundo sua consciência, o que liber

tou o cérebro esquerdo da autoridade eclesiástica, para o pensamento crítico e a in

vestigação científica livres. Na utilização da Bíblia, o Velho Testamento - que é judaico

- foi adotado para os subgrupos oficiais do dinheiro e do poder; e o Novo Testamento -

que é consolador dos pobres e perdoador dos opressores - foi adotado para os osci

lantes. João Calvino (l509-l564) completou a doutrina da salvação gratuita, somente

pela fé, sem ter que obtê-la, comprando indulgências. Engenhosamente, ficou acerta

do que havia um sinal que indicava a quem Deus concedia salvação: a prosperidade.

Daí a ética do trabalho do protestantismo, da produtividade – time is money - da rique

za, da corrida para chegar a ser elite (povo eleito por Deus): o judaísmo reciclado. Hoje

em dia, essa “teologia” da prosperidade unificou meios e fins: onde está o dinheiro, aí

está Deus – divino dinheiro!

A Igreja católica latina reagiu com a fundação da Companhia de

Jesus, fundada pelo ex-militar basco Inácio de Loyola, para atuar como

tropa de choque contra os protestantes rebelados. Em seguida, no

Concilio de Trento (1542-1564), reafirmou a Idade Média, o terrorismo

da “Santa” Inquisição e o poder sobrenatural e superior da Igreja em

relação ao poder dos governos e Estados, tidos como “poderes tempo

rais”.

Excomungou Lutero, Calvino e todos os protestantes. Negou sempre a renova

ção religiosa, científica, política e econômica desencadeada pelos anglo-saxões pro

testantes, e ficou remando contra a maré da história. A teocracia romana se manteve

24

ao longo desses 500 anos, principalmente nos países latinos, mas perdendo força gra

dualmente.

Para defendê-la e ajudá-la a sobreviver, apareceram muitos fundadores de

congregações religiosas e de muitos movimentos leigos de apostolado como a Ação

Católica, o Partido Democrata Cristão e outros. Pe. Teilhard de Chardin fracassou ao

tentar uma fusão/conciliação da Bíblia com a teoria evolucionista. O Concilio Vaticano

II foi a última tentativa fracassada de renovação do catolicismo romano. Alguns teólo

gos tentaram uma fusão do Evangelho com o marxismo na América Latina, originando

a Teologia da Libertação. Esqueceram-se de proclamar a libertação, também, do ofi

cialismo papal medieval que os arrasou sob o comando de João Pablo II, obedecendo

a estratégias do cardeal Ratzinger (feito Papa Bento XVI) e do Opus Dei. A humanida

de, sob Lutero e os anglo-saxões, teve muito mais êxito.

As excomunhões e condenações dos protestantes foram retiradas há apenas

alguns anos, para favorecer o ecumenismo, sem retirar a pretensão de superioridade

do catolicismo romano sobre os demais credos. O cristianismo ortodoxo, o islamismo,

o hinduismo, o zen-budismo, o confucionismo, o animismo etc. seguiram com suas tra

dições sem muito revisionismo. No mundo judaico-cristão (ortodoxos, católicos e pro

testantes) predomina a tolerância religiosa, com algumas exceções; o mesmo ocorre

no mundo semi-teocrático do hinduismo, zen-budismo, confucionismo e xintoísmo; mas

no mundo teocrático islâmico, há mais intolerância.

O rei Enrique VIII (1491-1547) foi o primeiro que aderiu ao protestantismo

rebelado, para fazer da Inglaterra um país independente e autônomo. Declarou a reli

gião uma questão nacional e a submeteu ao rei em 1534.

Bacon (1561-1626) estabeleceu as regras do método científico indutivo das ci

ências exatas para fins pragmáticos - trabalho e riqueza de acordo com a ética protes

tante.

Já em 1570, oficializou-se a Bolsa de Valores na City de Londres e, em 1792, na

Wall Street de Nova York. Em 1694, fundou-se o Banco Central da Inglaterra, o primei

ro do mundo. Sem dúvida, uma vocação precoce para a drenagem de dinheiro!

Thomas Hobbes (1588-1679) foi o filósofo inglês do oficialismo monádico, que

teorizou sobre o Estado absoluto. É o Maquiavel dos anglo-saxões.

John Milton, o Dante Alighieri protestante, escreveu sua epopéia religiosa: O Pa

raíso Perdido. Antes, em 1644, ele havia escrito Areopagítica, referindo-se a um novo

povo escolhido:

Deus ordena que uma grande e nova era se inicie… Então o que faz Ele senão revelar

se… em primeiro lugar a seus ingleses, como é de sua preferência?

O político e guerrilheiro Oliver Cromwell (1599-1658) foi quem

fez a primeira revolução burguesa do mundo, em 1649. Derrubou o

feudalismo na Inglaterra, enforcou o rei católico, fundou o primeiro Es

tado parlamentarista moderno, a marinha inglesa, o exército moderno,

além de universidades, e pôs o Poder Sacral puritano-anglicano defini

tivamente sob o controle do Poder Civil.

Foi o que estabeleceu as bases do império britânico, que sobrevive até hoje em

simbiose com seu rebento norte-americano. O império global! Os ingleses se orgulham

da restauração de 1688, pretendendo desconhecer Oliver Cromwell que fez o trabalho

“sujo” para criar a Inglaterra moderna.

Somos ingleses. Isso é um fato sólido! (Cromwell ao Parlamento, em 1656)

25

John Locke (1632-1704) um eminente filósofo e jurista, criou a teoria dos três

poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, acreditando conseguir assim um equilíbrio

de poder - a democracia anglo-americana. Locke e Bacon direcionaram a filosofia e a

ciência para o pragmatismo ou utilitarismo que Adam Smith depois sistematizou em

sua teoria econômica, dando continuidade à raça de Caím. Jeremy Bentham, John

Stuart Mill e William James trataram, sem êxito, de “civilizar/moderar” o bestial pragma

tismo/utilitarismo anglo-saxão que provocou, depois, a violenta reação do proletariado

e do socialismo.

O astrônomo Isaac Newton (1642-1727), desenvolveu a mate

mática e estabeleceu matematicamente a teoria do movimento dos

corpos, favorecido pelos avanços feitos por Galileo Galilei (1564

1642).

Adam Smith (1723-1790) publicou, em 1776, “A Riqueza das

Nações”. Este foi o primeiro livro de economia e a primeira teorização

do livre mercado e do pragmatismo, para justificar a pirataria pratica

da pelo império britânico, guiado por uma “mão invisível” (uma men

ção inconsciente da aliança do povo judeu com Jeová contra seusinimigos). A teoria era chamada laissez-faire ou liberalismo, que inclu

ía a maior liberdade e proteção possível para os subgrupos oficiaiseconômicos. Quer dizer, supunha a menor interferência possível doEstado para frear a maximocracia (busca insaciável de sempre maissatisfatores) dos bancos, da indústria, do comercio, da usura etc.

A industrialização e o mercantilismo desenvolveram as cidades e o nível de vida.

Como efeito colateral, provocaram a emigração rural e os abusos dos subgrupos ofici

ais em cima dos trabalhadores/prestusuários oscilantes, que tratavam de defender-se

com seus sindicatos. Outro efeito colateral, também, foi o fortalecimento do império bri

tânico e seu colonialismo, o qual provocou muitas reações, mas de poucos resultados.

O Poder Sacral estava a seu serviço para aprovar e abençoar os mais prósperos. O

socialismo utópico, os falanstérios, o marxismo/comunismo, o cooperativismo, a oci

dentalização das filosofias espiritualistas orientais, a doutrina social da Igreja Católica

Romana, as duas guerras mundiais não foram mais que reações ao imperialismo in

glês.

O biólogo inglês Charles Darwin (1808-1882) publicou, em 1859, “A

Origem das Espécies”, com a teoria da evolução monádica, segundo a lei

da sobrevivência do mais apto, do que se adapta e luta melhor entre osanimais da selva, chamada – lei da seleção natural.

Com isso, completou-se a fundamentação ideológica do império anglo

americano:

O messianismo judaico-protestante de Lutero, Calvino e Cromwell;

A teoria do livre mercado de Adam Smith e Charles Darwin;

O método científico de Bacon/Newton com aportes de Galileu e Descartes.

26

Este modelo gráfico ilustra as três faces da ideologia anglo-americana, embora insistam em afir

mar que esse império não tem ideologia. EUA levaram muito mais longe essa ideologia lançada pelos

fundadores da Idade Moderna, deturpando e estropiando quase completamente a Ética Protestante do

Trabalho, inaugurando a era da especulação financeira ou a era da cobiça mais que do trabalho. Há que

reconhecer que os três lados da ideologia ou do megaparadigma capitalista dos anglo-americanos são

bem integrados e coerentes entre si. O mesmo não ocorre com a ideologia tricerebral dos latinos católi

cos, nem dos marxistas, nem dos islâmicos, nem dos hinduístas e budistas, que tratam de adaptar-se,

desajeitadamente, ao paradigma capitalista invasor. Ao decretar a morte das ideologias, seria coerente

enterrar também a ideologia do império anglo-americano, não somente a de seus adversários!

Frederick Taylor, no fim do século XIX, desenvolveu a administração científica

ou racionalização do trabalho, elevando muito a produtividade e os ganhos. Henry

Ford, no começo de século XX, criou o “fordismo”, ou seja, a linha de montagem nas

fábricas, aumentando ainda mais a produtividade e os ganhos, fenômeno prolongado,

hoje em dia, pelo toyotismo e pela informatização.

O economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) salvou

o capitalismo que se destruía por sua maximocracia – a exploração

dos trabalhadores/prestusuários de níveis mais baixos e a quebra da

Bolsa de Nova York em 1929 com o desemprego conseqüente - e

empurrava o povo para o socialismo. O presidente americano Franklin

Delano Roosevelt convocou Keynes para fazer um plano de salvação.

Em 1935, foi lançado o plano New Deal (novo pacto social) por meio do qual o

Estado, contrariando o liberalismo clássico, interveio no mercado criando frentes de

trabalho, empreendendo obras e financiando os negócios (não há doutrina ou princí

pios a que ater-se: somente a lógica da conveniência do oficialismo). Na reunião de

Bretton Woods para definir a nova ordem econômica pós-guerra (1944/45) Keynes foi

derrotado. Morreu em seguida, cansado e desencantado. Sua proposta era4:

Criar o – Bancor – como moeda universal e seu banco mundial de compen

sação.

Impor limites de acumulação aos países mais ricos e limites de endivida

mento aos países mais pobres.

Criar outros organismos supranacionais com regras universais para controle

político e econômico da usura, da pobreza, da guerra, da democracia etc.

Os EUA impuseram o dólar em lugar da libra inglesa, o Banco Mundial, o

Fundo Monetário Internacional, a atual e impotente ONU e depois o GATT, convertido

em Organização Mundial do Comercio, para consolidar-se como império, sob lema “o

negócio de EUA são os negócios” por qualquer meio, enquanto prega “democracia”.

Como conseguiram rejeitar o que era mais decente e mais sério para impor seu ego

ísmo “democrático” contra toda a humanidade? É que os EUA deixaram que os aliados

se exaurissem na guerra de Hitler para salvá-los só na última hora e, em seguida, der

rotá-los economicamente nas negociações de Bretton Woods. Em 1972, unilateralmen

te abandonaram até o padrão ouro como suporte da moeda, impondo nova derrota ao

resto do mundo, enquanto armava o colapso da URSS pela Guerra Fria.

Houve alguns antioficiais internos do império inglês, como

Thomas Morus (1478-1535), o autor da “Utopia”; o anarquista William

Godwin (1756-1836); o escritor Thomas Paine (1737-1809), que con

tribuiu com a independência norte-americana; Robert Owen (1771

1858), com seu cooperativismo; David Thoreau (1817-1862), o símbo

lo da desobediência civil, nos EUA; os Fabianos (movimento fundado

em 1884 ao qual pertenciam os escritores Bernard Shaw e H.G.

B. RussellB. Russell

27

Wells), que defendiam a revolução branca (sem sangue) gradualista

para o socialismo; e ativistas do Século XX como o filósofo Bertrand

Russell, o cientista norte-americano Noam Chomsky e outros. Mas

ninguém deteve ou tirou dos trilhos da via inglesa o trem da história.

A criação da União Européia, para defender-se da ameaça soviética e da inva

são econômica dos EUA, terminou por dissolver o poderio britânico e obrigou a Ingla

terra a ficar numa posição de “bigamia” política – casada com EUA e obrigada a coabi

tar com a UE por sua proximidade e alguns interesses comuns. É psicologicamente di

fícil para os ingleses submeterem sua moeda e seu orgulho ex-imperial a seus ex

inimigos europeus, que sempre derrotaram pelas armas. Por isso, tanto os EUA como

a Inglaterra estão sempre tratando de debilitar ou rachar a União Européia para impe

dir que este bloco seja realmente o contrapeso do império.

Há uma continuação do jogo triádico europeu que produziu as duas últimas

grandes guerras mundiais e todas as dos últimos 500 anos: no bando oficialista o im

pério britânico (agora anglo-americano-israelense) e no bando antioficialista os latinos,

os prussiano-alemães e japoneses, e os eslavos até a sua derrota recente. A União

Européia não é outra coisa senão o retorno deste antioficialismo derrotado, dentro, po

rém, do mesmo paradigma monádico. Quer dizer que o resto do mundo fica entre o fo

go cruzado desses dois bandos de gângsteres do dinheiro, sem saída. A menos que

rejeite esse paradigma com suas perversas regras de jogo e comece algo diferente

que sirva à vida globalizada de todos.

Em lugar do profetizado fim do império anglo-americano e de seu capitalismo, ti

veram seu fim, entre 1989 e 1991, a URSS e todos seus satélites com todos seus

ideólogos. Resistem Cuba e Coréia do Norte por alguns anos mais. Mikhail Gorbachev,

acolitado pelo Papa João Paulo II, foi o mestre de cerimônias que entregou gratuita

mente o socialismo e a humanidade ao império anglo-americano, reivindicando o crédi

to por salvar-nos da corrida atômica, que nunca parou. Todos os países tiveram que se

ajustar aos vencedores da guerra da Idade Moderna, pelo velho modelito do século

XIX, rebatizado como “neoliberalismo”. Keynes e similares, como a social democracia

dos países escandinavos e outras concessões/proteções aos mais fracos, foram aban

donados, já que a ameaça socialista desapareceu.

Em 1991, em nome do Banco Mundial, do FMI e dos econo

mistas anglo-saxões, foi lançado o Consenso de Washington. Foi

uma espécie de “ordenações” do novo colonialismo anglo

americano, acompanhadas pelas TRIMs (Trade Related Investment

Measures - Acordo de Investidores ou de usurários) uma espécie de

manifesto dos donos do dinheiro do mundo (bancos, financeiras,

seguradoras, avaliadoras de risco dos países).J. Williamson, o per

verso autor do Con

senso de Washington

2.1. TRIMs – TRADE RELATED INVESTMENT MEASURES

“Com esse documento estamos escrevendo a constituição da economia mundial” (o

manifesto da usurocracia, diriam outros).

Uma vez estabelecida a supremacia do dinheiro e da atividade especulativa pe

los anglo-americanos, foi revelada a “sagrada escritura” do bezerro de ouro, guardada

28

na “arca da aliança” da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento

Econômico.

O principal objetivo das TRIMs é tornar o investimento ou empréstimo internaci

onal mais seguro e mais fácil, uniforme, diminuindo o risco das transnacionais, garantin

do-lhes novos direitos, retirando dos governos locais o poder de controle sobre os inves

tidores. Ou seja, o acordo trata de regras de proteção, salvaguarda, livre circulação, lu

cratividade e de não intervenção governamental sobre a riqueza financeira de pessoas

físicas ou jurídicas ao investir. O país que aceite o TRIMs não poderá retirar-se antes de

5 anos, se não pagará multa.

A característica principal do acordo é que será único e unificado para todo o plane

ta, reduzindo a necessidade de tantos acordos bilaterais com cada país. Só receberão

investimentos os que sejam mais confiáveis, segundo as instituições que avaliam os pa

íses (Moody‟s, Duff & Phelps, Standard & Poor‟s, Fitch Ratings etc.) em termos de risco,

segurança e rentabilidade imediata do investimento...

Por investimento, entende-se todo tipo de bens tangíveis e intangíveis, licenças, di

reitos intelectuais, bens culturais, instituições, direitos de propriedade até de águas fluvi

ais, lacustres e marítimas e outras coisas que sejam de interesse para as corporações,

como patentes sobre genes, plasma, sementes, plantas, florestas, animais, políticos, ór

gãos humanos etc., enfim, tudo o que acrescente rentabilidade para o investidor.

Além de poder investir em qualquer área sem restrições, as empresas têm o direito

de recusar qualquer ato governamental ou política pública de interesse do país em

questão, desde medidas fiscais, até regulamentação ambiental, do trabalho, do desen

volvimento regional, de apoio a pequenas e médias empresas, de reforma agrária ou de

defesa do consumidor que signifiquem restrições aos ganhos dos investidores.

Os investidores estrangeiros não têm nenhuma responsabilidade ou obrigação

com o país em que investem, mas devem exigir indenização no caso de intervenções

governamentais que afetem a capacidade de investidores e de empresas lucrarem com

seu investimento. As cláusulas incluem indenizações também no caso de greves, mani

festações sociais, como perturbações civis, revoluções, estados de emergência, toques

de recolher etc. “A perda de uma oportunidade de ganho será suficiente para reclamar

indenização”.

De volta à farra da maximocracia dos mais fortes!

Planeta e vida em perigo!!!

Por amor ao ecossistema planetário e à continuidade da vida, é necessário opor

resistência ao oficialismo matador do império anglo-americano e dos outros oficialis

mos cúmplices que descem em cascada até nós, nossas famílias, escolas e nosso co

tidiano, como ilustrado no Show do Jogo Mundial de cima até embaixo. Seriam neces

sárias, também, instituições de avaliação (para nós) de risco do império e seus cúmpli

ces. Assim como se celebra, e com justiça, o holocausto das vítimas do fanatismo ra

cista de um Reich germânico de 15 anos, seria válido celebrar o holocausto das víti

mas do fanatismo econômico do Reich anglo-americano, que dura mais de 400 anos.

Para opor resistência e contrapor alternativas válidas, propomos uma nova aná

lise do planeta e todos seus elementos por meio da trialética e seus referenciais. Não

se trata, como se verá, apenas de uma nova “ordem econômica” como pretendem vici

29

osamente os reducionistas anglo-americanos, que podem ver-se no espelho deste

conto (resumido) de Jorge Luís Borges5.

Um homem recebeu um – Zahir – que lhe disseram ser

o símbolo e a chave de todas as coisas e do próprio mistério da existên

cia. Uma vez tocado o Zahir, este não deixa mais o homem esquecê-lo,

vai tomando sua mente de forma enlouquecedora até que tudo o mais se

vai minimizando e ficando insignificante. Embora no começo o homem se

tenha aterrorizado com o poder hipnótico do Zahir, pouco a pouco ele fi

cou convencido de que, em vez de muitas aspirações e preocupações

dispersas, era melhor reuni-las todas numa só: o Zahir as condensava

todas. A própria realidade terrestre e celeste si encarnou no Zahir. O Za

hir era uma moeda...

Estaremos caminhando para um mundo de mercenários, de seres humanos

hipnotizados pelo dinheiro, incapazes de pensar/sonhar/trabalhar a não ser por

dinheiro? A vida requer muitos mais ingredientes que não se reduzem ao dinheiro ou

que não são monetarizáveis. Há que propor uma nova ordem tri-cérebro-grupal,

ecosistêmica, que o referencial do Show do Jogo Mundial representa de forma

inclusiva em seus 16 cenários.

30

PARTE 3. SHOW DO JOGO MUNDIAL

EM QUE JOGAMOS

Usando esses novos conceitos derivados do princípio tri-uno que se repete sob

diferentes formas e diferentes escalas, chegamos ao referencial/mapa do Show do Jo

go Mundial, para representar a realidade global. Esse referencial supera e substitui

conceitos divisionistas como Oriente/Ocidente, Norte/Sul, capitalismo/socialismo, pri

meiro/terceiro mundo, ciências exatas/ciências sociais, ciência/religião e outros divisio

nismos, derivados de uma percepção unilateral, de coisas separadas uma a uma. A

este modo de percepção deformada chamamos – paradigma monádico.

Este referencial está disposto em 16 cenários, cada qual formando uma tríade ou

jogo triádico horizontal que, por sua vez, é parte de outras tríades ou jogos triádicos

verticais e transversais.

31

Este modelo gráfico traz, na primeira coluna da esquerda, o número e o título de cada um dos 16

cenários ou níveis em que está desenhada a estrutura atual do planeta com seu processo evolutivo, da

base ao topo. As outras três colunas representam tríades sempre em transformação. Os movimentos li

bertários, heréticos e subversivos são de cenários subordinados – antioficialistas - em disputa com cená

rios superiores – oficialistas: correm da esquerda para a direita e de baixo para cima. A ortodoxia, o con

servadorismo e a repressão correm da direita para a esquerda e de cenários superiores para os inferio

res. Nem tudo que aparece no lado esquerdo do modelo atua como antioficial libertário hoje em dia; nem

tudo que aparece no lado direito atua como repressor atualmente, já que as peças desse xadrez global

se movimentam de modo pouco previsível.

De baixo para cima, os primeiros 5 cenários ou níveis estão formados pela matergia-natureza e

seu determinismo reprodutivo-alimentar. Do cenário 6 a 9 são os quatro níveis dentro de um país. O ce

nário 10 é de transição para os quatro cenários supranacionais de 11 até 14. O cenário 15 é a represen

tação virtual da realidade planetária; e o cenário 16 é a representação do imaginário universal ou escato

lógico (o que vem depois da morte). O modelo abrange, numa única ilustração, o que se supõe ser o co

meço, o meio e o fim da realidade universal da aventura humana, uma narrativa de origem e destino co

muns. A fraternidade universal. Esta “narrativa” é tridimensional ou triadizada, formando um continuum

do micro ao macro, sem separar o que seja “a natureza”, o humano, a organização social e o mundo so

brenatural. Sem separar “infra-estrutura e superestrutura”. Sem aceitar vidas isoladas, responsabilidades

exclusivamente individuais, grupos e países totalmente independentes e autodeterminados, já que tudo é

sistêmico e se move em cadeia. Sem aceitar campos de conhecimento “exatos” e outros “não exatos”,

superiores e inferiores, científicos e não científicos, mas apenas com campos de observação/interação

evolucionando mais lentamente ou mais aceleradamente. Sem separar vida nacional e internacional, sem

dividir cotas de carbono, de oxigênio etc. O ecossistema é tri-uno em graus progressivos de complexida

de, e não é separado ao gosto dos poderes políticos, econômicos e sacrais obsoletos, que insistem em

deter a marcha de todos os seres, saberes e poderes rumo a um destino comum. O Show do Jogo Mun

dial contém tudo o que pensam, revelam e fazem filósofos, poetas e empreendedores. É, também, o labi

rinto em que vivemos.

Recomenda-se ampliar e imprimir este quadro para acompanhar as informações

que se produzem/recebem todos os dias sobre cada um dos 16 cenários e seu entre

vero global. Cada interessado poderá ir acumulando e classificando informações até

ter seu próprio “Dossiê do Jogo Mundial”. Quanto mais alto um nível de oficialismo (os

poderosos, os de cima na pirâmide social, os donos, os detentores do comando do jo

go) mais tem e costuma apresentar uma visão eufórica do mundo, pois os oficialistas

são sempre os ganhadores máximos. O planeta é um império e, por isso, uma máqui

na imperial de centralização e hierarquização da riqueza financeira, mas não de todos

os satisfatores – porque sobram alguns que não foram monetarizados ou transforma

dos em mercadoria.

A visão que se apresentará a seguir é a visão do todo, com a dinâmica tri-una

que governa essa jaula tridimensional em cada um dos 16 cenários, com predadores e

suas vítimas, mas também com potenciais impugnadores e revolucionários. Vamos

descrever brevemente o conceito de cada cenário ou nível, apresentar algo relevante

em seu domínio e algo da problemática que requer inovação. A prospectiva e as pro

postas alternativas vêm mais adiante, na apresentação do Manifesto da Proporcionali

dade.

CENÁRIO 01 – Energia.

Este modelo gráfico, em forma ondulada, substitui a anterior idéia de átomo como um minúsculo

sistema solar, porque cada parte do átomo está composta de partículas ainda menores, que a Física

quântica representa neste formato de âncora ou hélice. É a energia “primordial” como três linhas de for

ça, como um campo eletromagnético com três posições ou vetores, como um conjunto tri-uno de cores

mutantes ou de quarks, multiplicando-se como num caleidoscópio giratório no micro e no macro, no infe

32

rior e no superior, no anterior e no posterior. É por isso que se fala de tri-membração e que tudo deve ser

visto como conjuntos tri-unos: três em um e cada qual como um de três. Referimo-nos a esse concei

to, também, como “princípio tri-uno”, unidade tripartite, o invisível “motor tri-uno” de tudo ou “dinâmica go

vernante” de tudo. Ele é universal, se repete, é recorrente na construção/evolução de tudo.

Os que captaram isso estão redefinindo a realidade como eventos ou jogos tri-unos ou tripartites;

conjuntos de relações desde um mínimo de três como o sistema tri-cérebro-grupal; como o rodízio do

“eu-tu-ele” da comunicação, as relações familiares matri-patri-filiais, as posições de direita-esquerda

centro etc. tudo recorrência, eco ou repetição do mesmo princípio e formato de três. Desde faz pelo me

nos uns 3.000 anos, as intuições religiosas sobre deuses e origem do mundo são quase todas tri

unitárias.

A Astronomia, com seus telescópios e naves interestelares, insiste em perseguir

e entender o Big Bang e outras teorias alternativas de formação do presente universo.

A última novidade é que há fragmentos cósmicos (“morte de estrelas” e sua transfor

mação noutras) que podem indicar quais estrelas antepassadas terão sido “o pai e a

mãe” do sol. Os aceleradores de partículas estão parados desde a comprovação da

estrutura tri-una das partículas elementares que criam a infinita variabilidade do univer

so. As verbas para essas pesquisas se estancaram com o fim da batalha com a ex

URSS.

A idéia de que a energia é uma “conspiração triádica”, é um parto de trigêmeos

xifópagos inseparáveis, de que os três elementos/lados/vetores/subgrupos são cúmpli

ces entre eles, são simultâneos e universais, de que os três elementos de qualquer sis

tema se autocriam, se auto-organizam se autodesorganizam e reorganizam, se auto

apóiam, se contrabalançam tri-reciprocamente, formam coalizões naturais e estão em

cadeia tri ou multidimensional do micro ao macro, essa idéia ainda não avança. A per

cepção e ação monádicas seguem imperando junto com a megalomania e falta de

humildade que isso implica. Mas é urgente passar do monólogo do uno, ao diálogo do

dois e daí ao triálogo do três, se é que se deseja vida planetária a mais longo prazo.

Olhando para o modelo gráfico do Cenário 1, a entropia (decadência, caos e

morte final) aparece como o lado oficial da energia, que terminará por predominar: será

a transformação do universo num imenso caldeirão de fogo/calor ou a morte térmica

do universo.

A neguentropia ou a composição de seres em níveis cada vez mais complexos é

o lado antioficial, significando que a vida é um milagroso nadar contra a correnteza, um

esforço anticaos, antientrópico para adiar a decomposição e a morte. E é um esforço

para deter a tendência rumo ao excesso de oficialismo e de hierarquia institucionaliza

da que criam tirania, pobreza, mistério e medo para os demais subgrupos.

Não basta altercar com o jogo triádico e sua preferência pelo oficialismo. Somos

joguetes e robôs desse jogo, tanto os oscilantes, como os antioficiais e, no final de

contas, até os oficiais. O jogo triádico se alimenta dos que o jogam. Há que aprender a

domá-lo, limitá-lo e mantê-lo o mais próximo possível da proporcionalidade tri-una.

CENÁRIO 02 – AMBIENTE.

Este modelo gráfico ilustra a idéia de sistema ou pacote de energia tri-una concentrada. Tudo é

sistema. O mundo é uma rede tridimensional de sistemas. Tudo é fluxo de transformação de energia

através de sistemas. Esse fluxo tem três momentos que se representam por conceitos como: a) estímulo

ou recepção-insumo-custo; b) metabolismo ou trabalho-processamento-transformação; c) resposta ou

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saída-entrega-produto-benefício, tudo enlaçado por um circuito de feedback reforçador ou corretivo para

controle e direção do sistema todo. Por exemplo: uma panela começa por “receber” ingredientes

insumos; durante algum tempo os ferve-processa; ao final, “entrega” um novo produto transformado, que

o circuito de feedback controla. Todo e qualquer processo sistêmico, além de seu produto, deixa sempre

algum resíduo ou lixo que vai ser ingrediente-insumo de outro sistema receptor.

Nosso organismo, o cérebro e cada célula do corpo fazem o mesmo. Um país faz o mesmo: im

porta; transforma; exporta e faz feedback ou ajustes. O planeta importa energia solar; transforma-a; e en

trega produtos ao longo da cadeia ecossistêmica, deixando resíduos recicláveis por seus delicados e au

tomáticos circuitos de feedback. Esses circuitos de autocontrole natural estão-se danificando por interfe

rência excessiva da atuação dos humanos, movidos por sua maximocracia. Um colossal egoísmo frente

aos demais seres.

Na linguagem sistêmica triádica, “insumos” e “produtos” referem-se aos (bens) satisfatores das

necessidades de um sistema qualquer. No interior do gráfico de sistema, aparece uma espécie de âncora

que representa a natureza triforme e tridimensional da energia e sua dinâmica de autopropulsão.

Os humanos, que no modelo do Show Mundial são o lado antioficial (suicida) do

ecossistema planetário-solar, seguem sem assinar ou cumprir os protocolos internaci

onais de proteção ambiental, principalmente os norte-americanos. Não param os

maus-tratos e a destruição de espécies como se o ser humano fosse um assassino em

série atuando em todo o planeta. Metem-se com os transgênicos, estão fuçando o có

digo genético, o código físico-químico e começam a assediar cometas e outros plane

tas. Demorou muito tirar o minúsculo planeta terra do centro do universo. Falta tirar o

narcisismo humano do centro do universo; falta destronar a espécie humana da sua

ilusão de ser o píncaro do mundo; e falta destronar o oficialismo de seu Olimpo.

O oficialismo anglo-americano, endeusado por suas conquistas na Idade Mo

derna, está violentando todos os limites, por sua pressa em corrigir o processo evoluti

vo cósmico ou a natureza. Seria de esperar uma redefinição e reinserção da espécie

humana na rede ecossistêmica global, com um pouco mais de humildade e reverência.

Diante da perda de biodiversidade, da ameaça de escassez de recursos, inclusi

ve de água, os subgrupos oficiais dos países dominantes apelam para a “internaciona

lização” de florestas, recursos e riquezas naturais dos países pobres e descontentes,

mas não de riquezas e privilégios dos países ricos e contentes. Guerra do império con

tra a sustentabilidade.

A pesar de tudo, a natureza ou o ecossistema continua sendo cibernético

sistêmico-triádico como sempre foi. O feedback natural tarda mas não falha em casti

gar-corrigir as desproporções. Além do excesso de oferta ou falta de demanda sufici

ente, os limites físicos do ecossistema serão a barreira instransponível do oficialismo e

seu atual processo econômico predatório. Não há planeta bastante para tanta cobiça.

CENÁRIO 03 –Cérebro e CCF: Ciclo Cibernético de Feedback ou Transformação

34

O modelo gráfico, à esquerda, ilustra o cérebro tri-uno ou tri-membrado. O cérebro é o aparelho

neuronal-nervoso dos mamíferos para seu ciclo retro-circular y neo-circular de informação, autocontrole e

orientação:Ciclo de feedback. Todos os sistemas naturais já vêm com seu aparelho de feedback, ainda

que menos elaborado. Cada um dos três blocos, se usado em suas funções sem estar conectado e em

harmonia com os outros dois, produz a esquizofrenia monádica - três “eus” ou três personalidades incoe

rentes; e produz a psicopatia, o fanatismo ou fundamentalismo coletivo, seja religioso, político-econômico

ou científico. É difícil avaliar qual fundamentalismo traz piores conseqüências:

O do mercado, finanças e guerra do cérebro central, que mata e empobrece o mundo e só enri

quece uns 10% da humanidade?

O das religiões que envenena o cérebro direito e produz uma imensidão de alienados e alguns

homens-bomba e “mártires”?

O da política que envenena o cérebro esquerdo com nacionalismos, demagogia, racismos e “he

róis”?

O uso dos três cérebros de maneira bem conjugada produz a racionalidade, a eficiência e a bele

za da vida, uma personalidade bem integrada e uma coletividade de convivência harmônica. Mas o pro

cedimento mais comum é usar os três cérebros num formato “dois contra um”, privilegiando dois deles.

Isso ainda não produz morbidez, se os três atuam dentro da proporcionalidade. De todas as maneiras, a

lógica do plural e do complexo arranca da lei do três, supõe os três cérebros e seu Ciclo Cibernético de

Feedback, funcionando em nível cada vez mais elevado.

O modelo gráfico, à direita, mostra o desdobramento das funções do tricerebrar mínimo (que se

vê ao centro – pensar, criar, fazer) articuladas num único percurso de dez passos. É o itinerário completo

requerido para tratar qualquer situação, tema ou problema, ou seja: diagnosticar, escolher estratégias e

governar/pilotar um sistema para sobreviver e ter êxito em seu entorno. O conjunto se denomina “Ciclo”

porque é repetitivo, recorrente; “Cibernético” porque é computacional; e “de Feedback” porque sua fun

ção maior é regular e controlar o que acontece com o sistema.

Ao centro do CCF expandido, à direita, aparecem linhas que indicam quatro níveis. Isso ilustra

este fato: Ainda que todos os mamíferos tenham três cérebros (os não-mamíferos têm um sistema ner

voso à sua maneira) que funcionam como um CCF integrado, seu desempenho pode dar-se em quatro

diferentes níveis de eficiência, desde o mais primitivo, inconsciente e instintivo, até o mais sofisticado,

consciente e elevado. Todos os seres têm e usam um CCF mínimo (de nível 1), que é hereditário, bioló

gico e determinista, com feedback automático. Os mamíferos que conseguem ir além do nível 1 tornam

se cada vez menos instintivos e mecânicos e cada vez mais livres e autodeterminados, conforme sua

evolução chegue ao nível 2, 3 ou 4.

Quanto mais alto o nível alcançado, entretanto, funciona cada vez menos o feedback automático,

funcionando cada vez mais a liberdade e o livre arbítrio individual. Por isso, é imprescindível impor crité

rios éticos, morais, racionais, da lei e da repressão para manter os três cérebros e os três subgrupos

dentro dos limites da proporcionalidade. Esses critérios são mais essenciais ao oficialismo que tem maior

vocação e inescrupulosidade “naturais” para impor seu cérebro central e sua maximocracia, ludibriando a

ética, a lei e os demais subgrupos.

Os três cérebros, criados pela realidade co-evolutiva, mas ao mesmo tempo

“criadores, inventores ou adaptadores de realidades” podem ser usados como um con

ceito central, uma encruzilhada e alfândega por onde entra e sai toda e qualquer reali

dade. Podem ser usados:

para definir e classificar triadicamente as necessidades humanas;

para definir e classificar triadicamente as profissões e seus níveis ou carreiras;

para explicar a criação das três culturas – científico-legalista, político-econômica,

e sacral-ficcional

para identificar os comportamentos humanos em três subgrupos derivados dos

três ângulos cerebrais e para superar simplificações como “bem e mal”, “espírito

e matéria“, “corpo e alma”, “separação dos três poderes de governo”, “livre mer

cado” etc.;

35

para entender o inconsciente coletivo animal-determinista, o inconsciente para

normal-onírico e o quase consciente racional-eletivo;

para mudar de método de busca da verdade, da prosperidade e da justiça, pas

sando-o de monádico a triádico;

para reorganizar o conhecimento e seus métodos nas três versões impostas pe

lo cérebro tri-uno, como reformular a saúde/enfermidade em suas três manifes

tações: psico-emoto-somáticas – antiloucura, antidepressivas e antimorte etc.

Usando o tricerebrar para classificar, por exemplo, as necessidades humanas,

teríamos:

O tricerebrar e a cultura racional-analítica são combatidos pelo oficialismo e es

tão retrocedendo, sob suspeita de formar ideologias para servir a interesses econômi

co-políticos (dos adversários). A tecnologia da informação está substituindo e mecani

zando as funções mentais, em lugar de servir para o que são: extensões amplificado

res. Por outro lado, se declara que estamos na “Sociedade do Conhecimento” e do

Knowledge Management. Ou será que a Gestão do Conhecimento é somente para que

o oficialismo se melhore na geração e gestão da idiotice dos demais?

É que pelo paradigma monádico dos dirigentes do império anglo-americano

israelense, cheio de energia e ganas de guerrear, tudo se reduz ao cérebro central e

sua cultura do dinheiro: um pouco de produção, muitos negócios especulativos e ri

queza financeira maximocrática-delirante. Triunfou a “Econocracia” sobre a democracia

racional-legal-equitativa do Estado e sobre a sacrocracia/teocracia (religiões). “O ensi

no da arte da mentira, da ganância, e da venda de seguros de vida eterna, está substi

tuindo a educação”.

Os catequistas econômicos chegaram a uma conclusão óbvia ululante: os agen

tes ou subgrupos do mercado têm “informação assimétrica” (desigual; antes proclama

vam que as partes tinham informação igual e que, por isso, a livre concorrência era

perfeita). Isso de “informação assimétrica” é um eufemismo politicamente correto para

não dizer que os oficialistas negociantes/vendedores/financistas são supremamente

mais informados, espertos e velhacos que os ingênuos subgrupos antioficiais e osci

lantes compradores. Os oficialistas se guiam pelo cérebro central agressivo, viciado e

doutorado em dinheiro, enquanto os antioficialistas e oscilantes acreditam e engolem

tudo porque são guiados pelo cérebro esquerdo e direito, que são semi-analfabetos em

negócios (mas já é hora de concluir essa alfabetização).

Para abortar o pensamento crítico e antioficial, interessa aos subgrupos oficiais

da “Econocracia” promover o cérebro e a cultura emocional: Homo eroticus, TV, carna

vais, modas e shows, reinados e concursos de beleza, superstições, religiões mitológi

cas etc. Essa avalanche de banalidades reduz a maioria da população a uma massa

36

de (re)produtores-consumidores cegos e produz uma imensidão de idiotas, desprovi

dos de pensamento crítico e revolucionário. Assim é como o oficialismo usa o tricere

brar e a tecnologia informática. Por isso se diz que toda a tecnologia informática e a

mídia são direitistas ou oficialistas. Além do mais, são grandes negócios para defender

grandes negócios: a comunicação não busca o entendimento; busca vitórias.

Para produzir uma sociedade de massas ou cultivar o oscilantismo, usa-se toda

essa tecnologia informática, distanciando a população da realidade real, substituindo-a

por sua forma virtual estética e lúdica. Por isso, adotou-se o título “Show” do Jogo

Mundial para a realidade global. Tudo se está convertendo em show ou espetáculo vir

tual: muita visibilidade, pouca informação séria, muitos vírus, spams, erotismo, arte ba

nalizada e comércio eletrônico, inclusive de órgãos do corpo humano e de virgindades.

O mundo virtual, mágico e maravilhoso, está enfeitiçando a curiosidade humana, afas

tando e quase substituindo a realidade “real” (equilíbrio proporcional entre simbólico e

real, entre subjetivo e objetivo ou entre os três cérebros). Os subgrupos oficiais mais

altos e seus meios de comunicação catequizadores são uns irresponsáveis nessa ma

nipulação descarada de cérebros para produzir otários econômicos e mongolóides so

ciais.

Perdeu-se o amor à verdade, à comunicação transparente e sincera para a coo

peração, em favor da mentira e do enganoso marketing político-econômico-sacral, acir

rando a competição e levando a comunicação e a filosofia ao colapso. Será isso, para

os humanos, o equivalente à encefalopatia espongiforme – o mal da vaca louca? A fal

ta do conceito de cérebro tri-uno impede a noção de um “eu” tri-uno com hegemonia

rotativa, variável, fluida. E dissolve a personalidade tri-una em múltiplas personalida

des, com “eus” separados e autônomos, como na esquizofrenia e loucura.

Vale recordar que o cérebro é um sistema eletromagnético e funciona com fre

qüências ou ondas de diferente intensidade, conhecidas como alfa, beta, gama, theta,

delta etc. que determinam estados mentais de agitação, reflexão, relaxamento e sono,

respectivamente. Os estados de reflexão y agitação usam freqüências mais altas, mais

apropriadas para tarefas de atenção y esforço – ondas beta e gama; e os estados de

imaginação, paranormalidade e sono usam freqüências mais baixas – ondas alfa, theta

e delta. Os manipuladores de cérebros sabem como produzir os diversos estados men

tais para estimular a produção e o consumo, para impor crenças, superstições, bruxa

rias, ocultismo e alienação, quando o indivíduo e a coletividade não conhecem e não

dominam seus estados mentais.

A pesquisa da consciência - como se dá o fluxo do pensamento e como se dá o

fluxo da auto-observação no sentir, no pensar, no fazer e seu correspondente jogo

neuronal - é a frente avançada do estudo do cérebro, mas ainda pelo método monádi

co ou monocerebral. Se fosse pelo tricerebrar quem sabe se avançaria um pouco mais

e facilitaria crescer em consciência, o suficiente para deter o holocausto global que es

tá em andamento.

CENÁRIO 04 – Núcleo Reprodutivo, família.

Este modelo gráfico ilustra a família como um sistema tri-uno cujas relações podem ser mostra

das por um sociograma ou gráfico que represente laços entre filho e mãe, filha e pai ou entre irmãos e

entre esposos. A família não é um ninho de puro amor: é um campo de jogos triádicos, proporcionais ou

não, onde atuam jogadores em diferentes ciclos de idade, com diferentes arsenais de poder, e frente a

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distintos obstáculos. Aí há um subgrupo oficial, geralmente a mulher, com o uso maior de suas estraté

gias de cérebro esquerdo e direito ou arsenal psicomoral, quase invisível; há um subgrupo antioficial in

termitente (que aparece de vez em quando), geralmente o homem ou os filhos adolescentes, com o uso

maior do arsenal físico-agressivo do cérebro central; e há um subgrupo oscilante, que são os filhos antes

da adolescência e, também, um esposo conciliador, apesar de alguns momentos de antioficialismo.

A trama da novela familiar, ou esquema de jogo desenhado pela energia tri-una, empurra o filho a

vincular-se preferencialmente à mãe e a rivalizar com o pai e outros irmãos ou figuras masculinas, salvo

alguns desvios; e a filha, a vincular-se preferencialmente ao pai e a rivalizar com a mãe e outras irmãs ou

figuras femininas, salvo alguns desvios. Estas vinculações de cooperação, de rivalidade e, às vezes, de

neutralidade ou indiferença acabam por formar três subgrupos na família e alimentar o jogo triádico até a

adolescência, no mínimo. Depois, começa o esforço de emancipação para conquistar autocondução ou

autonomia tricerebral frente ao pai, à mãe, à família, e reorganizar a personalidade para os jogos triádi

cos de adultos.

O suposto emancipado da autoridade dos pais carrega um imenso inconsciente enterrado em

seus três cérebros, que se projetará/repetirá clandestinamente (sem consciência de seu dono) em seus

relacionamentos horizontais de simpatia/antipatia à primeira vista entre pessoas e subgrupos. O mesmo

acontecerá em seus relacionamentos verticais frente a um chefe, a candidatos políticos, a líderes religio

sos, deuses e santos ou demônios. Isso explica, em grande parte, por que um político ou um chefe religi

oso despertam paixões que provocam divisões e até ódios, sem ter muito a ver com vantagens/perdas

reais implicadas. É que o político ou o religioso se insinuam no inconsciente como símbolos de

pai/mãe/irmãos amados ou odiados.

Que o adulto se tenha tornado um conservador, um rebelde ou um conformista, isso depende

principalmente do subgrupo em que se encaixou na infância, das alianças e competições que viveu e da

programação tricerebral inconsciente que foi acontecendo no jogo triádico familiar, prolongado no jogo

triádico escolar. Não depende de ser primogênito, caçula ou do meio. Jacó não era primogênito, mas era

o predileto de sua mãe Rebeca, que era o subgrupo oficial, e arranjou tudo para que ele herdasse a posi

ção oficialista, em detrimento de seu irmão Esaú.

A “atração” exercida pelos pais sobre os filhos e o “amor” dos filhos para com os pais (e mais

tarde entre noivos/esposos) são palavras do cérebro direito romântico para explicar (ocultando) um fato

de cérebro central: trata-se de artimanhas tri-cérebro-grupais para a busca de satisfatores de informação,

sobrevivência/reprodução e solidariedade. Quando a busca dá certo e satisfaz essas necessidades, fala

se romanticamente de “amor” e felicidade (porque “ganhar” produz endorfina com sensação de prazer e

convite para ficar adicto); quando não dá certo, fala-se romanticamente de “ódio” e infelicidade (porque

“perder” produz adrenalina com sensação de desprazer e aversão).

A revolução familiar e de gêneros é total: a clonagem, os casamentos gays e

lésbicos (“homoafetivos” seria uma denominação mais justa), a comercialização de cri

anças, os milhões de meninos filhos da orgia procriadora dos pobres, a criação de

mercado infantil, as crianças obesas, bipolares e assassinas precoces, o turismo sexu

al, filhos matando a seus pais, adolescentes matando nas escolas, os reality shows, a

erotização vulgar do ambiente pela publicidade etc. Os padres católicos acusados de

cometer abuso sexual homoerótico nos EUA são 4.500. Os idosos são obrigados a

trabalhar anos a mais e são roubados em sua aposentadoria porque vivem “demais” e

podem quebrar o Estado do bem-estar social... Por fim, retornamos ao começo: um tri

bunal sentenciou que o canibal alemão não é um “antropófago criminoso” e virou show

de notícias.

Algo anda mal no núcleo afetivo (família) em qualquer de suas modalidades. O

que está acontecendo com o oficialismo feminino e o acessório/oscilante do “sexo su

pérfluo”? E com os filhos cada vez mais consumistas, mais drogados, mais violentos e

mais tiranizadores de seus pais?. Onde estão a sagrada família e o “lar doce lar” ou

ter-se-á convertido em “lar insuportável lar”? A sexualidade e o erotismo vulgar preva

lecerão sobre os valores de convivência do núcleo afetivo? A formação familiar-escolar

do ser humano é tarefa em progressivo fracasso?

Estão em decadência nossas comunidades, nossas cidades e nossa convivên

cia. “O outro” conta cada vez menos e pode ser submetido aos abusos do individualis

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mo soberbo e arrogante “superior”. O racismo, embora desarmado pelo genoma deci

frado, continua fazendo vítimas e retardando o ideal da compreensão humana e tole

rância transcultural e trans-étnica.

Está em andamento, sem dúvida, por parte dos subgrupos oficialistas mais al

tos, uma estratégia de promover guerras de gênero, raciais, étnicas, religiosas, tribais,

familiares, intersindicais, que são embates horizontais ou de desgaste dentro de um

mesmo nível, para evitar que as vítimas se unam para revoluções verticais ou de com

bate ao oficialismo opressor “de cima”.

CENÁRIO 5 – PRESTUSUÁRIAS E AGENDONOMIA. “Prestusuárias” são organiza

ções, empresas, instituições da agendonomia (trabalho, ocupações), assim denomina

das porque são compostas de trabalhadores ou prestusuários de, no mínimo, quatro

níveis, que desempenham agendas que são, ao mesmo tempo, prestadias e usuá

rias. São conceitos que condensam e substituem uma multiplicidade de outros como

produtor/consumidor, vendedor/comprador, doador/receptor, oferta/demanda, esfor

ço/beneficio etc.

Este modelo gráfico ilustra os 14 subsistemas, setores ou áreas da vida em que indivíduos, em

presas, instituições, países e planeta organizam, dividem e exercem a agendonomia prestusuária: con

junto de ocupações de produção-oferta e de aquisição-consumo de satisfatores no contexto da jaula triá

dica. A primeira grande divisão-especialização da agendonomia (divisão de trabalho ou ocupações em

todos os 14 subsistemas) se deve aos três cérebros, criadores que são dos três poderes supremos – o

político, o econômico, e o sacral, como ilustrado no gráfico. Esses três poderes exercem o coman

do/controle da agendonomia, agrupada pelo tricerebrar em três culturas ou três blocos. A permanente

competição por hegemonia entre esses três poderes máximos cria uma divisão de “esferas de influência

e jurisdição” sobre os três blocos de agendonomia, mais ou menos assim:

1. O bloco das prestusuarias “regeneradoras” - porque geram e regeneram pessoas, quando se

deterioram - em que o Poder Sacral (de molde judaico-cristão e islâmico, principalmente) luta por hege

monia sobre o cérebro direito que crê e ama, manipulando os outros dois. Seus satisfatores são a repro

dução de cidadãos e prestusuários/trabalhadores pelo S01, a domesticação deles para o trabalho e a

submissão de indivíduos e famílias ao mercado; a prevenção/cura de enfermos e feridos pelo S02; a

promoção da solidariedade, com arte de amar e conviver pelo S04; a organização do descanso e desfru

te pelo S05; a oferta de sentido espiritual e compensações “celestiais” por suportar a dura existência pelo

S10; e o ideal de superação, transcendência e glória pelo S14. Estas prestusuárias são as mais tradicio

nais; e são reguladas quase totalmente dentro do território nacional, com pouca interferência externa.

2. O bloco das prestusuárias “apropriadoras”. Elas são assim denominadas porque fazem a

apropriação dos recursos ou matéria-prima da natureza, os processa/transforma em satisfatores e os põe

à disposição dos usuários. Neste bloco, o Poder Econômico – bancos, seguradoras, bolsa, indústrias, la

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tifúndio e agrobusiness, comércio, serviços etc. - luta por hegemonia sobre o cérebro central cobiçoso

guerreiro, manipulando os outros dois. Seus satisfatores são a organização do mercado-comércio-troca

ou sistema de compra-venda de satisfatores pelo S03; a circulação desses satisfatores pelo S06

Transporte; a criação e oferta de moeda como símbolo quase universal de representação, troca e guarda

de satisfatores-valores pelo S08; e a extração de matéria prima, transformação em satisfatores e entrega

ao comercio pelo S09.

Estas prestusuárias “econômicas”, típicas do oficialismo e de seu poder de opressão e explora

ção, são as que controlam a propriedade dos meios de produção, o mercado de trabalho e salários, a

produção, circulação e precificação dos satisfatores, e sua conversão em riqueza. Este bloco de prestu

suárias é o foco de debates e revoluções de sempre, mas principalmente desde metade do Século XIX,

com o socialismo. E o seguirá sendo até que se encontre alguma fórmula de proporcionalidade entre

propriedade coletiva e particular, entre produção e partilha da mais-valia, entre necessidades reais e arti

ficiais nos quatro níveis de vivência proporcionais (mini, médio, grã e maxivivência), e entre o uso do

ecossistema pelos humanos e os demais ocupantes do planeta (inter-sustentabilidade).

Como sair de, ou controlar um sistema tão enraizado de produção somente de mercadorias, e

somente a serviço de ganhos máximos, para chegar a um sistema de produção de satisfatores tricere

brais para necessidades reais e de ganhos moderados e repartidos proporcionalmente? O principal desa

fio é o fato de, com a globalização, os Estados nacionais terem pouco controle sobre essas prestusuárias

que se tornam transnacionais e, até, supranacionais. Isto significa que elas têm poder e recursos que

permitem impor suas leis e suas conveniências a governos locais mais fracos. Ou seja: um conjunto de

regras de mercado e intercâmbio desproporcional e injusto.

3. O bloco das prestusuárias “reguladoras”. Elas são assim denominadas porque regulam

administram a convivência coletiva e particular com comando, legislação e repressão. Neste bloco, o Po

der Político luta por hegemonia sobre o cérebro esquerdo racional-legalista, manipulando os outros dois.

Seus satisfatores são informação pelo S06-Comunicação; educação-ciência-capacitação pelo S07; defe

sa da ordem estabelecida e repressão aos perturbadores pelo S11; planejamento, administração e con

trole da convivência em sociedade pelo S12; e legislação que estabelece direitos-deveres e seus limites a

indivíduos, grupos e coletividades, para que a convivência seja menos anárquica e predatória, e mais pa

cifista e proporcional pelo S13.

Essas prestusuárias regulam cada vez menos as prestusuárias do processo econômico nos terri

tórios nacionais, com exceção da sede imperial. Todos os governos têm que trabalhar para elas, porque

elas pagam os políticos, ainda que explorem e não indenizem o ecossistema que é patrimônio de todos.

As atuais instituições de regulação internacional trabalham para elas e seus donos, pelas mesmas ra

zões.

Depois da especialização em três grandes blocos ou culturas, vem a segmentação

especialização dentro de cada um dos 14 subsistemas, por segmentação horizontal ou paralela. Por

exemplo: o S02-Saúde pode ter os seguintes segmentos-especializações: medicina, farmácia, enferma

ria, fisioterapia, odontologia, psicologia, veterinária, fitopatologia etc. E cada uma pode ter mais segmen

tações internas ou subsegmentações-subespecializações.

Depois, vem a divisão-especialização da agendonomia dos 14 subsistemas, dita vertical, porque

forma os organogramas, as hierarquias, os níveis de uma carreira, de uma instituição e de qualquer sis

tema. Cada um dos 14 subsistemas tem uma hierarquia própria, algumas com muitos níveis como a car

reira militar, outras com menos como a carreira de esportista. Mas pode-se condensar qualquer hierar

quia em quatro níveis essenciais, de baixo para cima: nível de execução, supervisão, assessoria, direção.

As prestusuárias apropriadoras (econômicas) se apoderaram do mundo, gover

nado pelo Poder Econômico e suas instituições/corporações financeiras, industriais,

comerciais, agropecuárias etc., muitas sendo multi e transnacionais, a maioria delas

com matriz na sede do império. A nova supremacia anglo-americana-israelense, com

sua doutrina do neoliberalismo e do Consenso de Washington em nova aliança com o

messianismo judaico-cristão estabeleceu, de vez, a econocracia ou a usurocracia –

governo mundial exercido pelo subgrupo oficial do capital. As constituições republica

nas, os direitos do ser humano, o discurso cívico e humanista, a proteção ao trabalho e

aos mais fracos, tudo isso foi substituído pela linguagem e pelas regras selvagens do

mercado, ditadas pelo império global.

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O cidadão foi substituído pelo consumidor e seus direitos não são protegidos

mais do que por um insignificante código de defesa do consumidor. Promove-se a

ideologia do êxito exclusivamente econômico, do trabalho fanático para acumular nada

mais que dinheiro; incentiva-se a demonstração do êxito pelo consumismo ostensivo e,

como “o fim justifica os meios” é parte da lógica oficialista, a corrupção tornou-se uma

virtude, tanto no Poder Econômico, como no Político e no Sacral, todos transformados

em corporações dedicadas à caça ao dinheiro. Somos governados por corporações

desgovernadas, que estão dando shows de corrupção, governadas por subgrupos ofi

ciais manipuladores e assaltantes. Enron, Worldcom, Parmalat, Tyco, Adelphia não se

rão as últimas. Se a isso acrescentarmos os bancos particulares com seus paraísos

fiscais e lavanderias de dinheiro, mais o Fundo Monetário Internacional com o Banco

Mundial e o ISB (banco central mundial), teremos um esboço arquitetônico do terroris

mo econômico oficial.

As prestusuárias do Poder Político, instituídas como reguladoras do bem comum

dos três subgrupos, se transformaram em office-boy do Poder Econômico nos países

ocidentalizados e, também, do Poder Sacral em outras partes; mesmo no Ocidente, o

Poder Político já começa a pôr-se a serviço do Poder Sacral, como nos EUA, por

exemplo. O Poder Político mercantilizou-se e corrompeu-se vergonhosamente.

As prestusuárias do Poder Sacral (pastoral), supostamente regeneradoras, pu

seram-se a serviço do Poder Econômico judaico, protestante, católico, hinduísta, xinto

ísta, confuciano e ortodoxo, quando não se mercantilizaram elas mesmas. Nas teocra

cias islâmicas, ocorre o inverso.

O direito de sobreviver, de aprender e de realizar-se por meio do trabalho está

comprometido. Está comprometido principalmente em nível operacional ou de minivi

vência, porque a tecnologia e a tirania econômica suprimem empregos e impõem uma

economia baseada em mais educação e conhecimento, o que é cada vez mais escas

so na escola pública que é a escola das classes mais baixas. Nos demais níveis, este

direito está comprometido porque prevaleceu a ideologia do trabalho mercenário, ex

clusivamente a soldo.

A confiança do povo nas instituições diminui porque as vê trabalhar cada vez

mais para os poderosos. Para os empregados terem um aumento de salários e outros

ganhos precisam fazer greves, expor-se aos cães e aos cassetetes da Polícia e às

sentenças da Justiça dos poderosos. Já os políticos e os patrões, para aumentarem

seus ganhos, basta o cartel deles decidir e seus salários e preços se instalam como

damente, sem ter que fazer passeatas, sem ter que enfrentar cães, policiais e senten

ças judiciais incriminatórias. É para isso que serve o livre jogo do mercado... “Desde os

anos 80, o 1% mais rico da população dos EUA duplicou seu patrimônio frente aos

demais cidadãos; se olharmos a cúspide da pirâmide, o 0,01% mais rico sextuplicou

sua riqueza”. Enquanto os países crescem em média 3-5% a.a. com algumas exce

ções, os milionários de cada país e do mundo crescem a uma taxa de 4,3% na China;

14,6% na Índia; 6,3% na América Latina; 13,7% na África; e 28,9% no Oriente Médio,

segundo informe das agências de avaliação de risco dos países.

O mercado globalizado impõe uma feroz e mortal competição entre médias e

pequenas empresas, enquanto as grandes empresas formam monopólios e oligopó

lios, com lucros garantidos em contratos assinados por governos fracos e venais como

no caso da privatização de empresas públicas dos países subdesenvolvidos. Os sub

grupos oficialistas do dinheiro do mundo (verifique quem são e onde têm seus guarda

costas nucleares) criaram sua própria legislação internacional para a formação de seu

próprio cartel: TRIMs – Trade Related Investment Measures –, Acordo de Investidores.

41

Essas privatizações com contratos de lucro garantido (indexação) são imposição des

se cartel de investidores do TRIMs. Antes, eram contratos de risco de ganhar ou per

der; agora, são contratos sem risco de perder...São pérolas do neoliberalismo anglo

americano-sionista que impôs a cobiça e a usura como finalidade suprema da humani

dade, do planeta e do universo. Ad majorem auri gloriam!

Com isso, pode-se prever o desmoronamento do ecossistema transformado em

castelo de moedas e a vida em túmulo vazio. Esse modelo do rei Midas está lutando

para ter uma sobrevida pela criação de mais e mais “necessidades” desnecessárias e

inúteis e de produtos com obsolescência planejada para forçar mais consumo, já que a

guerra não consome todos os excedentes. Por isso, nem todos os “bens” são bons pa

ra todos. Há cada vez mais produtos indesejáveis, seja por eles mesmos ou por suas

conseqüências, como as megalópoles, as drogas, os engarrafamentos urbanos, as

armas e as guerras, os bancos etc.

CENÁRIO 6 – MUNICÍPIOS, COMUNIDADES, TRIBOS.

Este modelo gráfico ilustra, como num mapa, os componentes essenciais da organização comu

nitária e a estrutura de seu poder local e nacional. Na parte inferior, o gráfico ilustra a evolução ou com

plexização da energia desde sua essência tri-una até o aparecimento do cérebro tri-uno dos mamíferos,

principalmente o humano. Daí em diante, o potencial tri-cérebro-grupal dos humanos criou a cultura e,

também – o trono dos três poderes para o oficialismo – uma desgraça ilustrada pelas flechas que nas

cem de cada parte do cérebro rumo ao poder político, econômico e sacral, ao alto do gráfico. Há vários

arranjos entre esses três subgrupos de poder, que se podem ver melhor no cenário 9: democracia, eco

nocracia, teocracia, bi-tri-estatismo etc.

Os catorze subsistemas, áreas ou setores de vida – na vertical - são um desdobramento das ne

cessidades tricerebrais (ver Cenários 3 e 5) do ambiente, do indivíduo, da família, da empresa

prestusuária, do país e do planeta. Cada um dos catorze subsistemas ou campos de necessidades pode

ser detalhado pelos 4 fatores operacionais – à esquerda do modelo gráfico – que indicam localização no

espaço-tempo, indicam os três subgrupos de personagens/atores e seus níveis, bem como os procedi

mentos ou conjunto de ações, técnicas, custos e resultados. Os 4 fatores operacionais são uma sistema

tização dos conhecidos pronomes interrogativos – onde, quando, quem, com quem, contra-quem, o que,

como, por que, com que.

O Show do Jogo Mundial não é mais que a representação deste mesmo modelo, desdobrado em

16 níveis ou cenários, para representar sua diversidade e hierarquia em todo o planeta.

A concentração do poder político-estatal, do poder econômico e do Poder Sacral

é, de por si, um roubo. Em tempos tão “democráticos”, nunca se havia visto concentra

ção tão grande em mãos de um oficialismo tão pequeno. Ele se proclama governo ou

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autoridade, declarando os demais como sociedade ou povo. O povo foi usurpado e es

tá abolida sua capacidade de controlar seus controladores de cima. O conceito de “Po

der Local” - que seria real poder e controle da comunidade e do país por todos seus

habitantes ou pela interação efetiva dos três subgrupos - é um mito. A comunida

de/sociedade é uma quase propriedade dos três poderes máximos: poder Políti

co/estatal (Executivo, Legislativo e Judicial/policial); Poder Econômico (associação ru

ral/comercial/industrial/financeira) e Poder Sacral (conjunto de correntes espiritualistas

com padres, pastores, gurus, dervixes, mulás, xamãs etc.).

Há, periodicamente, tentativas de independência e organização popular contra

esses três poderes, com moeda própria ou um consórcio de investimentos para o mu

nicípio; as redes de troca com moeda e “bancos” alternativos; e as comunidades ecle

siais de base etc. Mas os subgrupos oficiais superiores intervêm prontamente para dar

um basta. Acabou o conceito de “República” (res (coisa) pública, a co-propriedade co

letiva) porque tudo se privatizou. A urbanização está convertendo comunidades (luga

res para viver e desfrutar) em labirintos tenebrosos e incontroláveis. Triunfou absolu

tamente o oficialismo cuja divisão de trabalho entre os três é:

O poder político nos encurrala;

o poder econômico nos assalta;

e o Poder Sacral nos manda cobrar a conta no cemitério…

Está esgotada a fórmula política para garantir a convivência mínima; a fórmula

econômica de mercado para satisfazer as necessidades mínimas para a maioria ou pa

ra reduzir a pobreza; e a fórmula das religiões para desenvolver solidarieda

de/compaixão amorosa, elevação moral e sentido de transcendência. A promessa dos

últimos 500 anos esgotou-se. Mas seus donos continuam aí, como mortos-vivos, exer

cendo o terror primordial e permanente, legalizado e armado, que chamamos “violência

1(um).

A resistência, o protesto, a não aceitação, a utopia alternativa a essa ditadura

tri-hegemônica dos subgrupos oficiais em ruína, autores da violência 1 (um), não a

põem já os revolucionários idealistas da contraviolência 2 (guerrilha, revolução, contra

terror “ilegal” e menos armado): põem-na, infelizmente, a anarquia das gangues de

rua, de traficantes de drogas, de assaltantes, de seqüestradores e mafiosos que orga

nizam a violência 3 (assalto sem bandeira e sem limites, para arrancar qualquer forma

de patrimônio de pessoas, instituições e lugares) em sua guerra privada.

Este modelo gráfico ilustra o jogo tri-uno que, a partir de certo grau de intensidade e empenho

para ganhar, se chama violência triádica, ou seja, uso desproporcional de meios, e partilha desproporcio

nal de ganhos. Cada jogador usa todos os meios de forçamento (arsenais tri-cérebro-grupais) a seu al

cance para vencer, vale dizer, para apoderar-se dos satisfatores e do poder (liberdade) dos demais. Há

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uma escalada de intensidade no uso do respectivo arsenal, desde a persuasão verbal, a propaganda mi

diática, a legislação coercitiva, a sanção econômica até a guerra armada. Onde não há lei, a força é a lei.

Quem detém o arsenal mais poderoso é sempre o tri-oficialismo, que o usa em forma contínua

para tirar satisfatores e poder dos demais. E o faz de forma legalizada, pois fabrica leis a seu gosto. O

oficialismo é, portanto, fonte permanente da violência 1, de intensidade correspondente aos interesses

em jogo. Corresponde-lhe mais ou menos 60% de co-responsabilidade em tudo. Quando praticada pelo

poder político, econômico ou sacral, chama-se “violência ou terrorismo” de Estado ou institucional.

Quando subgrupos ou países oficialistas e ricos maltratam, exploram, bombardeiam em forma

permanente a seus inferiores, têm eles sua lógica monádica, unilateral e unidirecional de cima para baixo

para justificar a sua barbárie e ninguém se arrisca a acusá-los de terrorismo, pois será perseguido, cer

tamente. Quando, porém, alguém ou algum grupo de entre essas vítimas se defende ou responde a um

deles com golpes, bombinhas ou avionaços, aí sim se trata de terrorismo, de eixo do mal, de falta de “ci

vilização” (civilização é o conjunto de pesos e medidas glorificadoras dos abusos do oficialismo). A ONU,

a Inglaterra e os EUA impuseram bloqueio econômico por mais de dez anos ao Iraque, acompanhado de

bombardeio terrorista quase semanalmente, levando à morte mais de 500.000 crianças. Ninguém falou

de terrorismo, nem se fizeram minutos de silêncio em desagravo. Quando explodem umas bombinhas

que matam umas poucas pessoas nalguma parte do império anglo-americano, declara-se imediatamente

que se trata de barbárie e terrorismo mundial, que põem em perigo o mundo civilizado…

O chamado “terrorismo” ou violência dos revolucionários, dos hereges, das esquerdas, dos de

fensores ou vingadores de seu país invadido (“eixo do mal” segundo o oficialismo) é sempre violência 2,

que é intermitente e de intensidade correspondente à opressão causada pela violência 1 (um). Corres

ponde-lhes mais ou menos 30% da co-responsabilidade de tudo.

O chamado crime organizado, apresentado nos noticiários, com o qual o aparato policial do ofi

cialismo faz jogo de gato e rato, é somente violência 3, uma tentativa suicida e breve de oscilantes en

raivecidos para alcançar a miragem oficialista por um atalho. Corresponde-lhes mais ou menos 10% de

co-responsabilidade, condividida com a assim chamada “sociedade civil” que é co-responsável, por seu

conformismo cúmplice. “A violência não é do rio que transborda; é das margens que o oprimem (como na

violência 3 dos oscilantes em fúria).”

A escalada da violência é pela desproporção de satisfatores tri-cérebro-grupais (não somente os

econômicos de cérebro central); e a escalada do medo de todos é porque os três subgrupos vão “melho

rando” por igual seus arsenais que, antes, eram quase exclusividade do oficialismo mais alto. A violência

não a fazem as armas; fazem-na pessoas ou os três subgrupos, uns por sua maximocracia insaciável

(violência 1), outros por vingar sua dignidade ofendida (violência 2), outros por cobiçar demais e apres

sadamente o que lhes nega a via oficial do emprego-desemprego ou a rotina de uma vida pouco signifi

cativa. A violência vai aumentar enquanto cada subgrupo persistir em seus interesses unilaterais, moná

dicos e maximocráticos. A via da Paz e da menor fricção social é o proporcionalismo tri-cérebro-grupal.

CENÁRIO 07 – REGIÕES dentro de um Estado.

A idéia de dar alguma autonomia a microrregiões, bacias ou ecossistemas regi

onais (dioceses para o Poder Sacral cristão) dentro de Estados, não prospera, pela

agudização do principio da centralização e hierarquização. Entretanto, as prestusuárias

econômicas e as dioceses, sim, funcionam, porque têm autonomia e são autoconduzi

das.

CENÁRIO 08 – ESTADOS de um país.

Essa esfera intermediária entre o país e as comunidades locais depende do

pacto federativo vigente em cada país. Na Europa e nos EUA, sim, funciona. Fora daí,

há uma tensão constante entre governos dos Estados e governo federal, na hora de

dividir o fruto do saqueio das comunidades locais, com períodos em que triunfa um e

depois o outro, sucessivamente. O jogo triádico dentro de qualquer país impõe, porém,

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coalizões de Estados, ou macrorregiões, para disputarem a máquina federal e o con

trole dos negócios. Por exemplo: no Brasil está como subgrupo oficial o “Triângulo das

Bermudas Brasileiro” formado pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Ge

rais; como subgrupo antioficial está a região sul, formada pelos estados de Paraná,

Santa Catarina e Rio Grande do Sul; e como subgrupo oscilante estão a região centro

oeste, a região nordeste e a região norte. Cada país tem que explicitar esse jogo triádi

comacrorregional que é fonte de guerras civis e de golpes de Estado.

O Poder Sacral, como as arquidioceses ou federações religiosas dos estados,

não tem influência maior nesse cenário. As federações nacionais (como a CNBB -

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e outras similares) são as de maior influên

cia.

Foram criadas corporações ou superintendências técnico-econômicas para

promover o desenvolvimento de cada uma dessas macrorregiões. Mas, quase sempre

fracassam porque a máquina política, econômica e sacral federal está dominada pela

macrorregião oficialista, que impede a equidade ou proporcionalidade entre elas. Outra

vez, a centralização e hierarquização desproporcionais em favor do oficialismo.

CENÁRIO 09 – PAÍS. COMANDO NACIONAL. TIPOS DE HEGEMONIA.

Este modelo gráfico ilustra a trincheira do tri-oficialismo e a rotação no poder hegemônico supre

mo, disputado entre oficialistas de Religião, de Política e de Mercado dentro de um país e no planeta, pa

ra controlar, assaltar e consolar os mais fracos. Historicamente, o primeiro poder que se organizou foi a

teocracia - em que o governante se declara descendente ou representante de algum deus ou religião pa

ra justificar seu poder. Essa teocracia submeteu o pouco poder político e econômico existente, como ilus

trado acima à direita. Nos regimes teocráticos, os indivíduos são definidos como fiéis, ou hereges ou pa

gãos, e sua pátria é o céu, o inferno, o nirvana ou a roda das reencarnações. A história comprovou que

as teocracias são os regimes mais violentos, mais reacionários, mais fundamentalistas, e que mais frei

am o desenvolvimento tricerebral e social, porque sua aposta está num mundo extraterreno, pós-morte.

Uma teocracia encobre e leva aos extremos os piores vícios do oficialismo, porque a autoridade “divina”

é incontestável. Mesmo nas civicracias/democracias, quanto maior o Poder Sacral, maior o subdesenvol

vimento tricerebral e social.

Nos países anglo-saxões, desde a revolução/reforma protestante/burguesa, impôs-se a civicra

cia/democracia – em que o governante se declara representante do povo para justificar seu poder, sub

metendo o Poder Religioso e fazendo-se sócio do econômico, como na Inglaterra desde 1534, ilustrado

acima à esquerda. Nas democracias, os indivíduos são definidos como cidadãos, ou traidores ou estran

geiros e sua pátria é o seu território nacional ou o exílio. Fora dos países anglo-saxões, reis-imperadores

papas-lamas-aiatolás-imãs etc. continuaram por muito tempo declarando-se de direito divino/religioso pa

ra melhor defender seu poder. Depois da “meia revolução” francesa, nos países latinos criou-se o bi

estatismo político-religioso: Estado civil (governo) e Estado religioso (Igreja) lado a lado, com troca de

embaixadores e favores.

Nos países anglo-saxões, pouco a pouco o poder econômico se equiparou ao poder civil - bi

estatismo político-econômico, com o Poder Sacral garantindo a salvação eterna aos que prosperam, tor

nando-se, com isso, cúmplice na exploração do povo. Em seguida, o poder econômico foi reclamando

mais liberdade e autonomia (desregulamentação), numa espécie de anarquismo de extrema direita, até

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impor-se como poder absoluto – econocracia - mantendo o político e sacral a seu serviço como “laranjas”

e escravos do dinheiro, ilustrado no gráfico acima, ao centro. Na econocracia, as pessoas são definidas

como produtores/consumidores ou excluídos e sua pátria é o mercado formal ou o informal, subterrâneo.

Este último arranjo dos três poderes é o que se divulga como o “modelo democrático” (“usurocrático”)

anglo-saxão que querem impor de maneira uniforme ao mundo todo, derrubando as poucas civicracias e

as muitas teocracias ainda existentes.

Anuncia-se que as fronteiras nacionais estão-se debilitando e que tudo se está

globalizando. Uma questão é se todos os Estados nacionais ainda servem e outra é a

da preservação de sua essência nacional, ao mesmo tempo em que se deve fazer

abertura e integração no processo de globalização, imposto pelos mais fortes. Trata-se

das fronteiras políticas, porque as fronteiras econômicas quase não existem já. Isto se

deve examinar triadicamente: estão-se debilitando as fronteiras políticas dos países

oscilantes, neocolonizados, débeis, periféricos, em vias de desenvolvimento ou emer

gentes; e estão-se fortificando as fronteiras dos países desenvolvidos como Japão,

EUA, e as fronteiras da União Européia, onde nem uma pulga passa sem vasculhação

global. Países da cortina de ouro! O que se está debilitando em todos os países, inclu

sive do Primeiro Mundo, é a idéia e a força do Estado em seu aspecto político, porque

se deixou dominar pelo poder econômico. Falar de PIB (Produto Interno Bruto) soa fal

so, pois as empresas, os capitais e os ganhos são quase todos trans e supranacionais.

Ademais, está-se debilitando sua força como Estado laical e com supremacia

frente ao Poder Sacral. Nos países teocráticos (supremacia do Poder Religioso ou sa

cral sobre o poder político e econômico) assiste-se a uma escalada religiosa de um fu

ror fundamentalista e fanático assustador. Nos países com “civicicracia” (supremacia

do poder civil/político sobre o sacral), assiste-se a um violento assalto por parte do Po

der Sacral sobre o poder civil/laical. Nos EUA, por exemplo, o governo de George W.

Bush parece uma central bíblica. Há que recordar que a revolução protestante promul

gou uma coalizão, que ainda perdura, entre Poder Sacral do velho testamento, o poder

econômico e o poder político, apesar dos protestos dos ultraliberais, maçons e marxis

tas nos países anglo-saxões. Na França, os islâmicos estão pressionando para impor

se nas escolas, bem como em outras partes todos os demais credos. Na Turquia (e na

Argélia), que é um Estado com “civicracia”, os islâmicos provocam crises políticas e

econômicas para tomar o poder. No Brasil, o presidente Lula da Silva foi uma criação

da Teologia da Libertação e teve os próceres da mesma como assessores especiais

de seu governo.

A coligação organizada pelo império, que fez a guerra iraquiana do petróleo, ti

nha que escolher se implantava uma “democracia” laical como se tentou na Pérsia (Irã)

do Shah Reza Palhevi ou se entregava o país “libertado” a uma nova teocracia xiita.

Optou por esta e, assim, se deparou com a conseqüente guerrilha iraquiana de resis

tência.

As chamadas “sociedades abertas” permitem um razoável grau de democracia

política, econômica e sacral dentro de suas fronteiras, para o público interno; mas al

gumas dessas “sociedades abertas” praticam o vandalismo econômico e de toda es

pécie fora de suas fronteiras. As sociedades que oferecem resistência a essa demo

cracia imperialista são apelidadas de antidemocráticas, anacrônicas e inimigas, às

quais é preciso castigar com sanções econômicas, Guerra Fria e, quando não se ren

dem a tempo, com intervenção militar. Se fosse definida e implementada uma demo

cracia política, econômica e sacral universal para todos os países e para cada um dos

três subgrupos de países e do planeta, não se daria esse fenômeno contraditório da

“democracia imperial” anglo-americana.

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Como tudo foi reduzido a um “pan-economicismo”, têm muito mais poder o dire

tor do banco central e o ministro da Fazenda que o que dizem e fazem qualquer presi

dente ou primeiro ministro. Então para que votar, para que partidos políticos? Já não

há direita e esquerda, nem diferença entre partidos porque já não existe poder político,

a não ser de fachada, de palavras. Só existe poder econômico e esse é monopartidis

ta: o partido da economia e dos interesses dos dirigentes do império anglo-americano

sionista, administrado pelo FMI e pelo sistema financeiro mundial. Com isso, a gover

nabilidade política está inviabilizada, a desordem pública e a violência crescem assus

tadoramente em todos os países e nunca houve tantos cárceres e tantos encarcerados

na história.

O megaespeculador George Soros6, que é um símbolo do poder econômico

financeiro, diz: “O mercado (ou poder econômico) é excelente para resolver problemas

de produção e distribuição de bens de consumo. Mas é incompetente para resolver

problemas ambientais, de desemprego, de segurança social, de justiça social, de edu

cação, de saúde, de pobreza, de drogas e de criminalidade, de discriminações raciais,

religiosas ou de gênero; esses são “bens públicos” que requerem um novo Estado (po

der político) com força e dinheiro para isso”. A econocracia e seu catecismo chamado

“ciência econômica clássica” são uma máquina para aumentar o número de pobres e

produzir uns poucos ricaços em todos os países do mundo.

CENÁRIO 10 – PAÍSES VIZINHOS e seus jogos triádicos.

Neste cenário, começava o mundo internacional, segundo a linguagem naciona

lista de outras eras. Em todas as regiões do planeta acontece a disputa triádica. Há

dois países vizinhos em hostilidades e há medo de os demais vizinhos serem envolvi

dos no conflito. Como exemplo: Israel, Palestina e os demais; Kurdos, Turcos e os

demais; Irã, Iraque e os demais; Paquistão, Índia e os demais; China, Tibet e os de

mais; China, Formosa e os demais; Coréia do Norte, Coréia do Sul e os demais; Indo

nésia, Timor Leste e os demais; Gregos, Cipriotas e os demais; Colômbia, Venezuela e

os demais; Chile, Argentina e os demais; Brasil, Argentina e os demais; Síria, Líbano e

os demais; Camboja, Tailândia e os demais; EUA, México e os demais; Rússia, Tchet

chênia e os demais; União Européia, Inglaterra e os demais; Estônia, Polônia e os de

mais etc.

A solução vem sendo a formação de blocos político-econômicos regionais. E a

solução maior seria um governo mundial – Planeta Unido - porque a velha ONU virou a

empregada doméstica do império anglo-americano-israelense. Entretanto, os blocos

em regiões que vão contra os interesses do oficialismo da cúpula da pirâmide global

(os cenários 13 e 14) são combatidos e sabotados para que fracassem. É o caso do

bloco da Bacia do Pacífico, que nunca deslancha; do MERCOSUL que foi esquartejado

para impor a ALCA ou algum tratado de livre comércio, e outros. Por isso, só têm êxito

os blocos formados pelo oficialismo da cúpula, como a União Européia e o NAFTA.

Mesmo aí, prossegue um jogo triádico pouco equalizador, como no NAFTA, onde o

México é o maior perdedor.

CENÁRIO 11 – PAÍSES PROLETÁRIOS ou as “repúblicas” do caos.

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Este modelo gráfico ilustra a formação de hierarquia de países – níveis de ascendência e subor

dinação, quem está acima e quem está abaixo de quem - em vez de primeiro/terceiro mundo, de países

desenvolvidos e em vias de desenvolvimento, de norte/sul, de centro/periferia etc. Esse discurso de não

interferência, de autodeterminação dos povos é mais uma das muitas lorotas da “democracia imperial”.

Este é o cenário dos países pobres, enfermos, subdesenvolvidos, “os condena

dos da terra”, os não-industrializados do planeta, os supridores de matérias primas pa

ra os desenvolvidos. São países “libertados” da colonização central de países euro

peus, dos EUA e da ex-URSS ou de subcentros subcolonizadores como Japão, Indo

nésia, República da África do Sul, Turquia, China etc. Como há jogo triádico sem fim,

os países proletários “libertados” têm que estar alinhados com o neocolonialismo eco

nômico de cima; mas sobram, ainda, alguns países “socialistas” antioficiais que resis

tem e se esquivam; e um folclórico bloco dos “não abertamente alinhados”.

Nesses países, só vivem bem os subgrupos oficiais (entre 10 a 15%) e os pro

dutores e exportadores de droga. Os demais clamam por um programa mundial “fome

zero”, “epidemias zero”, “refugiados zero”, “desempregados zero” e, ainda, perdão da

dívida externa, auxílio tecnológico para sua agricultura e pobreza etc. No entanto, os

poucos oficialistas desses países dedicam–se a tumultos, reformas, revoltas (já não há

revoluções), compra de armamento, golpes de Estado sem fim e massacres

genocídios, abastecendo de fugitivos todo o planeta. Mais de dois milhões de pessoas

são vítimas desses países fracassados. Quem os faz fracassar?

Pelo método triádico pode-se ver outra coisa. Até nos países ricos, a brecha en

tre níveis de vivência dos subgrupos e das classes sociais está aumentando devido ao

modelo social (neoliberal oficialista) adotado, ou seja, há cada vez mais pobres e dis

funcionais também nos países mais desenvolvidos, o que permite a frase retórica:

“Cresce um terceiro mundo em cada país do Primeiro Mundo”. Mas é mais lúcido dizer

que cresce a desproporcionalidade triádica, em todas as partes do Jogo Mundial, ainda

que em graus diferentes para cada esfera ou cenário. Isso acontece porque o modelo

ordem mundial do império impõe regras políticas, sacrais, financeiras comerciais cada

vez mais leoninas (a lei de quem pode mais ou da vantagem máxima).

CENÁRIO 12 – PAÍSES SEMI-INDUSTRIALIZADOS, “emergentes”.

Os países emergentes podem ser chamados também países mordomos, capa

tazes, delegados subimperialistas, porque controlam uns poucos países mais débeis

de sua região para que não saiam dos trilhos impostos pela “ordem econômica mundi

al” do oficialismo de cima. Nessa posição estão, por exemplo: Brasil para América do

Sul; México para a América Central e Caribe; Turquia para a Ásia Menor; Egito e Israel

para o Oriente Médio; República da África do Sul para a África subsaariana; Rússia pa

ra os Bálcãs e a Europa Oriental; Japão para o Sudeste asiático; Austrália para a Oce

ania; China para o reduto pós-socialista asiático etc. Esses emergentes formam con

sórcios como o G-20 e subcomissões para reivindicar algumas compensações ao G-8

e G-3 pelos serviços prestados.

Esses países passaram por reestruturações ou “modernizações” violentas para

ajustar-se a suas funções dentro do neoliberalismo econocrático imperial ou para resis

tir a ele – como a China, que joga de antioficial nesse cenário, mas que é oscilante em

relação aos cenários superiores. Esses países (exceto a China, que só tem uma dívida

social impagável com seu povo) estão endividados acima da possibilidade de paga

mento. Têm sua industrialização estancada, vivem de exportação de produtos primá

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rios cada vez mais barateados pelos compradores monopsônicos (único comprador) e

pela importação de produtos industrializados cada vez mais encarecidos pelos vende

dores monopolistas. E sobrevivem de empréstimos do FMI e do sistema bancário in

ternacional para pagar os juros de um endividamento que artifícios monetários fazem

crescer qual metástase bancária.

Pela desproporcional imposição e pilhagem da cúpula da pirâmide global (vio

lência 1), os cenários 11 e 12 são fonte permanente de protestos, tumultos nacionais

internos e atos de terrorismo (violência 2) contra o oficialismo interno e do império glo

bal ou seus aliados nacionais, como uma guerra civil planetária. Está-se armando uma

guerra civil planetária. Esses países, ademais, estão reclamando a devolução de seus

tesouros roubados e guardados em honoráveis museus da Europa e dos EUA “porque

a chusma não saberia preservar esses tesouros da humanidade”… Depois desta piada

e da piada suprema da divisão do mundo em “eixo do bem e eixo do mal”, a outra que

vem em segundo lugar é: “Querem fazer do Ocidente um bode expiatório”.

CENÁRIO 13 - PAÍSES PÓS-INDUSTRIAIS.

São os desenvolvidos, países que dominam a tecnologia e que vivem de expor

tar tecnologia ou conhecimento para fabricá-la e, principalmente, emprestando dinheiro

ou aplicando-o nas bolsas pelo mundo afora como uma forma moderna de pirataria.

São países financistas. Isso foi conseguido saqueando e sacrificando outros países e o

ecossistema. Foi um enriquecimento fraudulento que implica uma dívida social, ecoló

gica e histórica que não se resgata e não se corrige perdoando a dívida de alguns dos

países saqueados. A máquina imperial de assaltar e fabricar pobres continuará fazen

do vítimas. Haverá tempo e oportunidade para um ajuste de contas com esses poucos

saqueadores planetários e para o desmonte de sua diabólica máquina de usura?

Mas esses países são, também, países caros, que estão perdendo competitivi

dade e estão voltando a exportar produtos agropecuários subsidiados, em competição

com países pobres num mundo saturado de oferta. Se não manipulassem os truques

de drenar o dinheiro do planeta para os cofres deles, sua vida seria complicada. A

competição os coloca em vias de enfrentamento entre eles mesmos. De um lado, o

bloco liderado pelos EUA; do outro, o bloco da União Européia; e, entre os dois, os

demais países desenvolvidos a que não se lhes permite ascender mais, como Japão e

outros que foram freados por golpes aplicados em suas bolsas de valores. Se o mundo

descobrisse outro modo de acumular valor e de intercambiá-lo que não fosse o dinhei

ro, se houvesse um substitutivo para o atual sistema bancário, esses países estariam

em bancarrota.

A suposta nova economia criada pela tecnologia informática não é mais que

uma bolha que já rebentou. Daí a idéia dos pobres quererem retornar à troca, ao coo

perativismo, à criação de moedas “sociais” alternativos criadas por eles mesmos…O“mal-estar do neoliberalismo” de hoje é o mesmo mal-estar criado em fins do século

XVIII pelo império inglês que produziu um “perigoso” Napoleão; é o mesmo mal-estar

criado em fins do século XIX, que produziu duas guerras mundiais com a “perigosa”

Alemanha, e que produziu um Karl Marx e o grande sonho do socialismo com a “peri

gosa” URSS. É preciso encontrar outro sonho “perigoso” que substitua o pesadelo do

velho neoliberalismo que chegará ao “fim de sua história”.

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CENÁRIO 14 – CONDUÇÃO PLANETÁRIA.

Este modelo gráfico ilustra o equilíbrio de poder mundial como um jogo triádico, em que a posi

ção oficial é ocupada, por enquanto, pelo G-3 – EUA, Inglaterra e Israel; a posição antioficial, muito inde

finida por falta de proposta realmente alternativa ao oficialismo anglo-saxão-israelense, vai-se formando

pelos BRICS e manifestantes antiglobalização; a posição oscilante é formada por instituições supranaci

onais, como ONU, G-7, blocos regionais e lideranças espirituais católicas, islâmicas, hinduístas, tibetanas

e outras, todos cooptados/dominados pelo G-3. Assim funciona o desgoverno planetário que perdeu o

equilíbrio de forças após o colapso da URSS. O mesmo G-3 tem seu jogo triádico interno: EUA na posi

ção oficialista; Israel na posição antioficialista; e Inglaterra na posição oscilante.

Por fim um império global, o “fim da história”, um só rebanho e um só pastor! Um

rebanho de seis bilhões de cabeças e o sistema financeiro internacional como pastor.

E os lobos? Bom, o pastor e os lobos, ambos se alimentam do mesmo rebanho.

Quer-se fazer crer que “o capital”, “o sistema” é o que governa o mundo e o no

vo império, como uma mão invisível, como uma força misteriosa qualquer, da qual so

mos todos vítimas, inclusive os pobres banqueiros e santos governantes do mundo.

Este é um truque de mágico que “cria” a invisibilidade de alguém para ficar como “su

jeito oculto”, invisível para os demais, e que não se encontra em nenhum lugar.

Entretanto, sim, existe um subgrupo humano, com sua ideologia tricerebral justi

ficadora, que impõe, que defende e maneja tudo, para o qual há que apontar o dedo:

esse subgrupo é a tríade anglo-americana-sionista, com seu poder econômico

financeiro, com seu poder político-guerreiro e com seu Poder Sacral oficialistas, com

seus guarda-costas nucleares. Por isso, após o 11 de setembro, as forças armadas do

império e a Al-Qaeda norte-americana (a CIA) tornaram-se ainda mais terroristas.

A União Européia ensaiou um antioficialismo na guerra do petróleo iraquiano, e

na questão de importação/exportação de bananas… Nada sério, coisa entre primos ou

facções da máfia global. Mas, alerta! Todos os jogos tendem ao topo, por sua lógica de

ascensão aos extremos.

Os ambientalistas e os idealistas de “Outro Mundo É Possível” reúnem-se no

Fórum Social Mundial para discutir; e para protestar nas reuniões do FMI, da OMC e

do Fórum Econômico de Davos. A China está diminuindo seu antioficialismo: por fim,

submeteu-se ao Supremo Tribunal do Santo Ofício Econômico Internacional - a OMC.

Das religiões mundiais, só João Paulo II, ex-sócio na derrubada do império sovi

ético, descobrindo-se traído tardiamente, protestou e inculpou a coalizão invasora do

Iraque. O G-8 é dominado pelos EUA e pela Inglaterra. A ONU deve ser fechada e

substituída por algo superior à trinca imperial, com base em direito internacional e força

de coerção, antes que seja tarde. É que o ódio do mundo (não só islâmico, não só o

anti-semitismo irracional) que se acumula contra a trinca imperial, não se detém por

nenhum tipo de armamento convencional: requer-se justiça, um compromisso de paz e

de convivência decente (proporcional) para todos os que estão neste planeta (não só

os humanos). As eleições políticas nada mudam no mundo, porque os Césares (Kai

sers, Czares) econômicos do planeta não são eleitos: se auto-impõem. O mundo está

dizendo e gritando Nããããããoooooooooo à “pax anglo-americana” (terror estatal) e pa

rece que quer uma “pax humanitatis”.

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CENÁRIO 15 – A CULTURA TRI-UNA, o mundo virtual.

Este modelo gráfico ilustra as representações ouabstrações tri-cerebrais que fazemos do mundo real, for-mando a simbolosfera - esfera do simbólico. A simbolosfera

número-verbal-científica refere-se a todas as teorias verbais-numéricas que expressam leis de funcionamento do univer-so e que necessitamos para orientar-nos.

A simbolosfera ficcional-icônica refere-se a todos as linguagens não-verbais da arte, às ima

gens/metáforas, que são as lendas, os mitos, as religiões com suas teologias e o mundo onírico ou do

sonho, que necessitamos para re-criar, embelezar e reverenciar o mundo. A simbolosfera darwiniano

monetária refere-se à moeda como símbolo de satisfatores reais, com sua ciência ficção chamada “eco

nomia” para resolver nossas necessidades práticas e melhorar o nível de vivência. Diz-se darwiniano

monetária porque na disputa pelo dinheiro é onde mais se aplica a lei da seleção natural defendida por

Charles Darwin, economistas e fundamentalistas do mercado.

Não há uma superestrutura ideológica única, nem uma única cultura como querem os monádicos

e exclusivistas; nem infinitas disciplinas acadêmicas, como quer o divisionismo cartesiano. Há três cultu

ras ou uma ideologia/cultura tri-una que teria que manter-se integrada e proporcional. “Cultura” não é

somente a produção artística e esportiva, como sugere a criação de um Ministério da “Cultura e Esporte”.

O novo, neste modelo ilustrativo, é a presença importante e maior da simbolosfera darwiniano-monetária.

Por haver-se imposto como poder absoluto e de direito divino – a prosperidade é um indicativo de salva

ção segundo o messianismo judaico-protestante - seria recomendável a criação de um catecismo do di

nheiro que se ensine desde a escola primária com importância igual à alfabetização e aritmética.

O cérebro esquerdo (ideológico) transforma o mundo em teoria racional

científica – todas as bibliotecas do mundo – mas teria que ser triádica daqui em diante:

transição do paradigma monádico do conhecimento ao triádico.

O cérebro central (ambicioso) transforma o mundo em moeda que é o símbolo

de quase todos os satisfatores de nossas necessidades tricerebrais. A moeda (ou o

capital) tem suas regras de mercado monádico, maximocrático e livre para o mais forte

– com fundamento em Adam Smith e Charles Darwin - que se teorizou na falsa ciência

econômica. “A economia é essencialmente uma ciência da burguesia7”. Traduzido para

a visão triádica, a economia visa à riqueza dos subgrupos oficiais à custa dos oscilan

tes (trabalhadores/prestusuários empregados ou desempregados), apesar dos protes

tos dos antioficiais (sindicalistas, marxistas, solidaristas etc.).

O cérebro direito (sonhador), com sua intuição/fantasia, transforma o mundo

em ficção artística, mitológica, espiritualista.

Aí estão as três simbolosferas e suas três culturas. Quando integradas e com

plementares formam a simbolosfera tri-una ou triádica. O problema é que os subgrupos

oficiais entronizaram a simbolosfera monetária e sua gramática secreta – Gramática do

Dinheiro – como a verdade única e dogmática para esses novos tempos de império

global. Quando muito, aceitam as outras duas simbolosferas para que “expliquem e

justifiquem” a veracidade, santidade e inescapabilidade da simbolosfera monetária. As

três culturas estão estancadas e mercantilizadas pela indústria cultural.

Há muito que a simbolosfera monádica do cérebro esquerdo está sob questio

namento. Os que buscam uma reformulação do conhecimento, ou a transdisciplinari

dade e integração desse mesmo conhecimento, sem divisão entre ciências exatas, so

ciais e artes (como a teoria do caos, da complexidade e a dialética hegeliano-marxista)

e os que buscam uma nova educação não têm feito progressos que se notem. Antes,

aparecem livros como “O Fim da História”, “O Fim da Ciência” etc. A própria ciência é

ágil (e financiada) mais para descobrir meios de matar do que para salvar e viver. Há

51

que descobrir uma nova “racionalidade” ou transdisciplinaridade complementar, dedi

cada à busca de informação verdadeira e entendimento geral.

A “economia” deve ser rejeitada em sua pretensão de ciência (rainha das ciên

cias sociais!), pois é claramente uma ideologia cruel do oficialismo que cria miséria,

sofrimento e cada vez mais ódio no planeta. Em seu lugar, há que desenvolver a

“Gramática do Dinheiro” ou uma “economia tri-una e proporcional” a fim de que todos

aprendam o jogo e possam jogar melhor, resultando em dinheiro para todos, ainda que

em níveis diferenciados, mas proporcionais.

O produto principal do cérebro direito são as relações afetivas, as artes e as re

ligiões ou filosofias orientais de libertação da pessoa. Por mais de um século, vem-se

tentando uma fusão das filosofias espirituais e místicas do Oriente (Blavatsky, Rudolf

Steiner, Alan Watts, a Nova Era) e do Oriente Médio como o sufismo (Gurdjieff, Ous

penski e outros) com a religiosidade e racionalidade ocidental. É um admirável intento,

mas que requer uma teoria tricerebral bem elaborada para poder avançar mais.

É preciso redesenvolver e amadurecer os valores dos quatro níveis do cérebro

direito: amor; criatividade; percepção extra-sensorial; estética y mística. Principalmente

os valores místicos e morais das religiões: há que substituir mitos e grosseiros contos

do vigário por noções básicas de psicologia; e ensinar as pessoas a usar seu cérebro

com ondas alfa para terem suas percepções e experiências pessoais do todo, meditar

e reverenciar a vida, o ser, independente de partidarismos religiosos. O cérebro direito,

por ser sacralizador, solidarista e conciliador, é a base do sentimento de justiça e de

ética que se convertem em convenções sociais, normas morais e leis de Estado. Há,

porém, que se aferrar nitidamente a uma percepção triádica, que leva ao proporciona

lismo, à justiça triádica. Do contrário, o oficialismo seguirá impondo sempre sua ética e

justiça monádicas para garantir seus privilégios exclusivistas.

CENÁRIO 16 – ESCATOLOGIAS ou o futuro imaginado durante a vida e depois da

morte individual e coletiva.

Este modelo gráfico apresenta os pólos de atração/repulsão da energia, como num ímã, tendo

como centro de equilibração na corda bamba o conceito de proporcionalismo instável, com movimento

ondulatório, entre os dois extremos. Este ponto intermediário representa o espaço possível da vida em

que somos movidos ou nos movemos, em meio ao dinamismo bipolar que nos divide ou nos imanta em

ambas as direções. No extremo à direita, está o conceito de “máximo-mais”, que indica atração fatal, as

pirações a sempre mais, buscando insaciavelmente o máximo dos três cérebros ou culturas. É o pólo

que gera esperança de ganhos ou recompensas, e seu equivalente representado pelo neurotransmissor

chamado endorfina, que produz sensação de prazer, satisfação ou plenitude. Está também o conceito da

Física “neguentropia” ou entropia inversa, que significa mais organização, crescimento e progresso. As

religiões traduzem isso como sendo aspiração à vida eterna, ao céu, ao nirvana etc.

No extremo à esquerda, está o conceito de “mínimo-menos”, que indica atração a sempre me

nos, para o mínimo ou rumo ao nada e ao castigo. Este pólo gera a renúncia voluntária e a não-ação

(como nos votos religiosos) ou o medo, a paranóia, a frustração, e seu equivalente representado pelo

neurotransmissor chamado adrenalina, que é um alerta defensivo-combativo. No extremo à esquerda es

tá também o conceito da Física “entropia”, que significa deterioração, decadência, desorganização, de

52

composição e redução a pura energia térmica. As religiões traduzem isso como a condenação eterna, in

ferno, ou como ciclo de reencarnações purificadoras.

Em resumo, o que move os três cérebros? O medo de perder e o desejo de ganhar; o medo ao

desconhecido e o desejo de conhecer tudo; o medo à infelicidade/sofrimento e o desejo de felicida

de/gozo. Os extremos são viciosos; o proporcional é virtuoso.

O tri-oficialismo sempre explorou nosso imaginá

rio escatológico, nosso poder de sonho e utopia e,

nosso impulso à maximocracia, com promessas de re

compensa (que são pura iscação, na maior parte); e

explorou nossos medos, com ameaças e castigos quesão reais.

Os poderes político e econômico materialistas insistem em prometer o paraíso

na terra em forma de sociedade do ócio e da abundância, o que é uma realidade para

os subgrupos oficiais, enquanto oferecem uma sociedade de “sangue, suor e lágrimas”

– inferno na terra – para os oscilantes e antioficiais.

O Poder Sacral, em suas diferentes variedades, insiste em assediar as pessoas

e em tentar seduzi-las com ofertas para se conseguir as difíceis vagas no além. Essa

prática permanente constitui uma modalidade de terrorismo espiritual, salvo exceções

entre verdadeiros místicos e meditadores. Os estudos de tanatologia (estudos sobre a

morte), de criobiologia (congelamento de cadáveres para ressuscitá-los no futuro) e as

promessas da biotecnologia de viver até 150 anos não têm diminuído a angústia que

acompanha a transformação (morte) de cada um.

A expectativa de vida da espécie humana, a depender dos escassos recursos

que ela esbanja enlouquecidamente, parece ser de 50 a 100 anos. O Apocalipse acon

teceria pelo desgaste/derrubada da infra-estrutura ecossistêmica, de acordo com a

Avaliação Ecossistêmica do Milênio, conduzida por 1.350 cientistas de 95 países, con

tratados pela ONU. De fato, apesar do culto ao futuro, a juventude não tem muitas es

peranças e trata de viver intensamente o presente. A idolatria do progresso e do de

senvolvimentismo está-se esfumando pela crescente degradação dos povos e do meio

ambiente.

Com o triunfo absoluto da utopia oficialista anglo-americana-sionista, morreram

as demais utopias dos antioficiais (revoluções justiceiras, equitativas), enquanto os os

cilantes retornam a suas utopias extraterrestres ou sobrenaturais, oferecidas por ve

lhas religiões míticas e fundamentalistas.

53

PARTE 4. O MANIFESTO

“DINHEIRO PARA TODOS” é o lema para o nível de minivivência ou piso mí

nimo de vivência (combate à pobreza) nos 14 subsistemas. Os níveis de vivência são

quatro e incluem o bem-estar progressivo nos três cérebros – não só o do cérebro cen

tral-econômico - e são:

A Organização das Nações Unidas, consciente de que os indicadores meramen

te econômicos, como renda per capita, classes ou estratos econômicos, PIB (medida

anual do produto interno bruto de um país), taxa de crescimento econômico etc., são

muito reducionistas, criou o conceito de “Índices de Desenvolvimento Humano”, que

incluem outros satisfatores não-econômicos dos três cérebros. Por isso, propomos “ní

veis de vivência tricerebral” e, também, a substituição do conceito de PIB pelo de

PDST - Produção e Desfrute de Satisfatores Tri-cérebro/grupais, desdobráveis em 14

subsistemas.

Os níveis de vivência, entretanto, são determinados mais pelo paradigma domi

nante com suas regras de jogo do que pela dotação natural ou pelo esforço individual

ou nacional. O atual paradigma ou “ordem mundial” é mais ou menos assim:

54

Este modelo gráfico ilustra o comando do Show do Jogo Mundial pela econocracia, pela “demo

cracia/elitecracia” e pela teocracia, cada qual com seus três principais subgrupos, que se vão subdividin

do sempre. A “democracia” e a teocracia são “laranjas” da econocracia. Que tal modelo está em crise

não restam dúvidas. Mas ele se manterá enquanto puder repassar o custo aos cenários internacionais,

nacionais e subnacionais mais baixos, em cascata. O Poder Econômico que comanda a todos nós e a

todas nossas atividades pelos 14 subsistemas tem seu jogo triádico interno. Até o Século XIX, o subgru

po oficial de produção de riqueza era o industrial, que havia ocupado o lugar do modelo feudal (agora,

agrobusiness). No Século XX, foi-se impondo o modelo financeiro-comercial (pós-industrial) como sub

grupo oficial, sob o protesto do modelo industrial, que acusa os bancos, a bolsa e as corretoras financei

ras de parasitas (porque não produzem satisfatores reais tangíveis) e de desviar investimentos em pro

dução para aplicá-los em especulação ou guerra financeira. Sendo assim – que dinheiro procria dinheiro

– toda corporação ou prestusuária que puder montará seu banco ou sua cooperativa de crédito.

Os 14 subsistemas são uma ampliação do ambíguo conceito “socioeconômico”

de Adam Smith para a classificação das necessidades e dos fatos da realidade:8

S01 Parentesco – gêneros, sexualidade, família, demografia, comunidades.

S02 Saúde pessoal/pública – hospitais, farmácias, profissionais, cemitérios.

S03 Manutenção – abastecimento, feiras, comércio, cozinha, dietas.

S04 Solidariedade – amor, lealdade, união, confiança, associações, cooperação.

S05 Recreação – descanso, artes, clubes, esportes, férias, turismo.

S06.1–Comunicação – idiomas, correio, mídia, Internet, informação, marketing.

S06.2. Transporte – vias, terminais, equipamento, circulação, depósitos.

S07 Educação – escolas, educadores, manuais, pesquisa, ciência.

S08 Patrimonial – propriedade, bancos, bolsa, corretoras, seguros, negócios.

S09 Produção – energia, prestusuárias, trabalho, oferta de satisfatores.

S10 Religioso – templos, livros sagrados, ritos, fé num mundo “sobrenatural”.

S11 Segurança – forças armadas, polícias, presídios, violência, defesa, paz.

S12 Político-Administrativo – organização social, Estado, gestão do bem-estar.

S13 Jurídico – leis, moral, justiça, tribunais, poder legislativo e judicial.

S13 Precedência ou Ranking – maximocracia, fama, mérito, reconhecimento.

Com isso quer-se denunciar e substituir as teorias econômicas e de mercado

de Adam Smith e neoliberais, supostamente auto-reguladoras, mas que só e sempre

regulam a favor dos oficialistas. Chega de declarações pomposas de direitos, inal

cançáveis sem um mínimo de dinheiro: a educação é livre para todos... os que tive

rem dinheiro para comprá-la; a alimentação é livre para todos... os que tiverem di

nheiro para o supermercado ou a quitanda; todos são livres para ir e vir... se tiverem

dinheiro para a passagem; os medicamentos são livres para todos... os que tiverem

dinheiro para a farmácia; a justiça é livre para todos... os que tiverem dinheiro para

os advogados e cartórios; o direito a ser eleito é livre para todos... os que tiverem di

nheiro para comprar votos etc., etc. etc.

Trata-se, então, de garantir poder de compra para um piso mínimo de digni

dade humana, definido como “minivivência” para todos, o que requer, como contra

partida, que se estabeleça um teto máximo ou diminuição de ritmo de ganhos e de

acumulação para indivíduos, empresas e países em melhores condições.

55

Piso Mínimo

O piso mínimo, o nível de minivivência para os humanos e tudo que existe no

planeta, tem sido abordado sempre de viés, timidamente, nunca de frente. Assim o

fazem o salário mínimo, o programa da “fome zero”, o de combate à pobreza e ou

tros. Outra modalidade é o programa de salário desemprego, que é temporário. O

programa de renda negativa (quem não pode ter renda para a minivivência teria uma

complementação pelo Estado, isto é, pelo caixa coletivo formado pelos impostos de

todos nós e “administrado” pelo governo) foi aprovado em muitos países socialistas

e capitalistas. Falta, entretanto, consenso na definição do que seja minivivência pe

los 14 subsistemas; por enquanto se parece mais com a ração mínima para manter

vivos os animais de trabalho.

A organização da agendonomia dos 14 subsistemas não pode continuar as

sim, empobrecendo os empregados, empurrando cada vez mais trabalhado

res/prestusuários para o desemprego e o trabalho informal sem garantias sociais, só

para fazer crescer o número de ricos a uma taxa muito superior à taxa de cresci

mento do país e do mundo. As políticas compensatórias ou de exceção citadas aci

ma só são feitas e só servem para preservar o paraíso dos poderosos e ricos, man

tendo trancado e longe o inferno dos pobres.

Este modelo gráfico ilustra os prestusuários/tdrabalhadores da agendonomia posicionados em

três subgrupos e distribuídos por quatro níveis ou subdivisões da pirâmide invertida. Ademais, o oficia

lismo econômico e político está desregulamentando o mercado de trabalho, suprimindo direitos histó

ricos aos poucos antioficiais (inutilização de sindicatos) e aos muitos oscilantes, cortando emprega

dos, congelando os salários dos que ficam e arcam com carga dupla e propondo negociações livres

entre raposas e galinhas (e por que o governo-cão intervém a favor do oficialismo quando há greves,

se tudo tem que ser resolvido entre as mesmas raposas e galinhas?).

A tecnologia do oficialismo mundial está eliminando (e não criando) progres

sivamente empregos assalariados, exatamente os de nível de minivivência, mais

mecânicos, que exigem menos conhecimento. E está succionando (assaltando), no

varejo, as reservas anteriormente acumuladas por Estados e indivíduos. Os Estados

são assaltados pelas privatizações forçadas e a armadilha do endividamento com

taxas flutuantes; e os indivíduos são assaltados pela redução ou congelamento dos

ganhos reais dos salários e, pelo desemprego.

Será preciso providenciar renda de minivivência vinculada a outras atividades

que não sejam o emprego, mas que signifiquem ganhos para a coletividade, embora

não monetarizadas. Basta recordar o New Deal, de Roosevelt nos EUA, gerando e

financiando frentes de trabalho e novos negócios. Por isso, é melhor substituir o

conceito de trabalho, emprego e salário dos tempos da primeira revolução industrial

pelo novo conceito de “agendonomia prestusuária” dos 14 subsistemas.

“Agendonomia” é a soma de todas as “agendas” ou ocupações e atividades

nos 14 subsistemas. “Prestusuária” é composição tirada de duas palavras:

56

“prest(adia)” que significa prestação/oferta de serviços e “usuária” que significa

uso, procura, consumo. Agendonomia prestusuária inclui todas as atividades de

produção/oferta e todas as atividades de procura/consumo de indivíduos, grupos,

empresas, países e o planeta, que se podem divisar melhor pelos 14 subsistemas

em cada um de seus 4 níveis.

Teto Máximo

O exemplo mais conhecido de abordagem do teto máximo de ganhos foi a lei

americana antitruste para proteger a competição supostamente livre e leal do mer

cado. Atualmente, foi abrandada e ficou muito tolerante com os oligopólios e mono

pólios, principalmente quando são de interesse anglo-americano-israelense. O único

exemplo de teto na acumulação e no endividamento para países foi a proposta do

economista John Maynard Keynes (inglês) na reunião de Bretton Woods, convocada

para criar organismos controladores supranacionais ao final da Segunda Guerra

Mundial. Mas Keynes foi derrotado pelos negociadores norte-americanos que impu

seram o dólar, o BM, o FMI e outros músculos do império americano que nos sub

mete a uma impiedosa perseguição econômico-financeira.

Há que retomar a proposta de John Maynard Keynes para o mundo internaci

onal (ver referência na Parte 2 – Idade Moderna). Além de se obedecer a um limite

de acumulação imposto por lei, devem-se substituir porcentagens progressivas dos

salários nas empresas até suprimi-los totalmente, para que os que atuam numa cor

poração sejam automaticamente acionistas/controladores dela. Ao argumento de

que isso freia o progresso e o empreendedorismo, responde-se que o progresso que

estão defendendo é só para produzir cada vez mais ricos – totalmente descartáveis

– e cada vez mais pobres e desastres para o ecossistema – cada vez com maiores

urgências. Responde-se, também, que já é hora de dar prioridade à produção de sa

tisfatores para as pessoas e a vida nos quatro níveis, com lucro tri-grupal proporcio

nal, para corrigir o vício econômico de produzir só o que garanta lucro máximo para

uns poucos. Essa falsa economia, com sua falsa eficiência e com seu falso discur

so...

Sem essa perspectiva, as pessoas estão-se agarrando a outras propostas de

controle da livre maximocracia de acumulação. É preciso fechar os olhos para a his

tória para não ver como crescem os neonazistas, os novos entusiastas do experi

mento socialista-comunista de desapropriação radical, ou como cresce vitorioso o

recente e incontrolável terrorismo da violência 2 entre países e, o da violência 3 em

todas as cidades do mundo.

“INFORMAÇÃO VERDADEIRA” é um chamamento para suprimir a manipula

ção educacional domesticadora e a manipulação da verdade por parte do tri

oficialismo máximo e de seus meios de comunicação com enganadores profissio

nais – os marqueteiros. São magos do teledirigismo catequizador das massas por

meio do neuromarketing, impondo o consumismo como sendo a própria felicidade. É

comunicação de mão única, incontestável, selecionada e deturpada de acordo com

os interesses pouco confessáveis dos subgrupos oficiais mais altos, o que está pró

ximo da lavagem cerebral, da alienação. É o uso perverso da linguagem e da comu

nicação.

Existe a mentira política sobre a democracia (que é monocracia do subgrupo

oficial ou democracia elitista e imperial) e, a mentira profissional dos políticos. Existe

57

a mentira econômica do livre mercado, sustentada pela ideologia dos ricos, chama

da ciência econômica (na prática, quanto mais forte e mais trapaceiro, mais se pode

impor preços e condições). E existe a trapaça religiosa da invenção de mundos e

governos sobrenaturais como instâncias de recompensa e castigo para somente de

pois de mortos.

A própria ciência monádica é parcialmente viciosa por servir primordialmente

aos interesses dos subgrupos oficiais e manter-se longe do controle social. A ideo

logia do desenvolvimento e da riqueza capitalistas, para todos e sem fim, está-se re

velando como a mentira mais perigosa, porque vai contra a intersustentabilidade da

vida proporcional para todos os ocupantes humanos e não humanos de um planeta

finito.

“JUSTIÇA TRIÁDICA” é uma alternativa para o atual ordenamento jurídico

monádico/imperial do tri-oficialismo que impõe controles, perseguições, guerras e

sofrimentos aos oscilantes e antioficiais, enquanto eles, os oficialistas, se permitem

todas as liberdades, isenções, benesses e impunidades acima de toda e qualquer

lei, ética e moral. Mais ainda: autoproclamam-se “nobres” ou eleitos/favoritos dos

deuses para acobertar-se. Faltam leis globais para as três culturas – a político

científica, a econômica e a sacral - com base na lei matemática da proporcionalida

de. E faltam garantias de aplicação da lei aos três subgrupos, aqui e agora, motivo

por que se rejeitam, também, as promessas religiosas de justiça e felicidade só para

depois da morte.

A justiça para regular as três culturas será diretamente proporcional às ca

pacidades e responsabilidades de cada pessoa, subgrupo e país. Para assegurar

mútua vigilância e controlar a impunidade, recorre-se à co-responsabilidade de pa

rentesco: critério segundo o qual, qualquer atribuição de responsabilidade, de culpa

e de punição, é distribuída proporcionalmente a partir do principal responsável até

parentes em segundo grau e duas gerações anteriores e posteriores, aí incluídos

ex-esposos(as).

Para isso, faz-se necessária uma nova Filosofia do Direito, de base triádica e

proporcional, e com novos operadores, que vem sendo proposta pelos juristas Mau

ro Macedo e Sebastião Batista9.

58

Este modelo gráfico ilustra o Manifesto da Proporcionalidade num segundo grau de complexida

de, agregando cinco órbitas ou esferas entrelaçadas da vida, que denominamos “dinâmicas”. Aí estão

também palavras de ordem em cada uma delas. As “dinâmicas” são níveis de desenvolvimento dos três

cérebros e suas três culturas ou uma condensação do Show do Jogo Mundial. As dinâmicas são interde

pendentes e criam a intersustentabilidade quando há proporcionalidade entre elas; e criam entropia e re

belião quando há desproporcionalidade. Na seqüência, apresenta-se uma síntese da proposta do Mani

festo em cada “dinâmica”.

Ambiente/Ecologia: CIDADÃO DA NATUREZA!

Reintegrar-se ao ecossistema ou à natureza como rede universal, defendê-la como

mãe da vida e fonte de satisfatores a ser preservada em cada ecorregião ou município.

Abaixo os exterminadores do futuro!

Mente e Pessoa: CIDADÃO DE SI MESMO!

Elevar-se do comportamento instintivo ao mental, desenvolvido em seus três blocos e

três culturas – científica, material, convivencial. Educação básica feminina e masculina

obrigatória até os 16 anos, pelo currículo dos três cérebros e três culturas (não só o

das ciências), visando a capacitação para a autonomia, para o autoprovimento e a au

tocondução, com reciclagens periódicas. Ser consciente, ser produtivo e ser feliz soli

dariamente.

Não entregue sua cabeça a ninguém. Liberte-a!

Economia: CIDADÃO DA RIQUEZA MUNDIAL!

Reorganizar as atividades humanas em ecorregiões de co-propriedades, com inter

câmbio global de bens satisfatores, disputados triadicamente via mercado proporcio

nal. Proteção à livre iniciativa, ao trabalho, à renda que garanta a minivivência e ao es

forço para alcançar níveis mais altos, reprimindo a especulação e os modos de se ob

ter riqueza, que sejam danosos à sociedade e ao ecossistema. A propriedade individu

al, de empresas e países é garantida, mas tendo um teto que será uma porcentagem

do PIB regional, estabelecido entre os três subgrupos, por ecorregião.

59

Trabalho-Moeda-Distribuição Proporcionais!

Estado: CIDADÃO DA DEMOCRACIA DIRETA!

Reorganizar ecorregionalmente as instituições, particulares e coletivas (na proporção

de 62% e 38% respectivamente), em comunidades e sociedades de trigestores, com

supremacia do Poder Local. Como poder superior central, só um Poder Arbitrador tri

uno, eletivo por voto livre ecorregional, destituível a qualquer hora, com poder de arbi

tragem, de fisco e de segurança, articulando-se por ecorregiões, progressivamente, em

forma mais esférica e menos piramidal. O Poder Legislativo fica substituído por vota

ção direta via eletrônica. O Poder Executivo é substituído pela autogestão de cada um

dos 14 subsistemas ou áreas de interesse e suas especialidades, regulada pelo Poder

Arbitrador. A contribuição para manter o que é coletivo será por imposto sobre renda e

bens, e alguns poucos impostos seletivos, não declaratórios, baseados no valor agre

gado (IVA).

Este modelo gráfico ilustra a diferença entre o modelo de “democracia representativa” com três “Esta

dos” dentro do Estado, inventado pelos anglo-americanos nos últimos 500 anos (acima) e o modelo pro

porcionalista de “democracia direta”, que é o Estado dos três subgrupos e todos seus níveis, gerenciado

pelo Poder Arbitrador Tri-uno.

Direito Triádico: Poder Arbitrador Tri-uno!

Poder Executivo Direto: Autogestão nos 14 Subsistemas!

60

Estética e Mística: CIDADÃO DO INFINITO!

Promover uma espiritualidade mística e uma estética que inclua características da cul

tura de cada ecorregião. Criar solidarismo e fraternidade holística, incluindo todos os

seres do ecossistema, superando segregações raciais, sexistas, étnicas, nacionalistas,

religiosas, suprimindo toda forma de depredação, de violência físico-econômica, de

violência psicomoral e religiosa, em favor da paz. Promover a cidadania e a co

participação desde a local até a planetária num universo triádico único, propiciando o

desfrute de uma vida sempre mais gratificante.

Religiosidade sim! Manipulação não!

4.1. COMENTÁRIOS

ECOLOGIA E AMBIENTALISMO. Cidadão da Natureza!

Trata-se do planeta como um ecossistema total e totalmente interdependente,

incluindo a atmosfera e estratosfera. Mas trata-se, também, de macro ecorregiões co

mo os continentes, meso-ecorregiões (grupos de países) que se subdividem em micro

ecorregiões (conjunto de municípios que compartilham um mesmo ambiente de sus

tentabilidade). Cada ser humano e cada subgrupo ou país é, tão somente, um dos elos

da cadeia ecossistêmica e não o dono dela. O ecossistema é patrimônio de toda a

humanidade e não só de alguns países ou de alguns subgrupos oficiais mais fortes e

mais altos. O clima e a sustentabilidade do ecossistema são a questão mais global e

essencial das questões, que nunca admitiu fronteiras nacionais; e têm que estar acima

de ideologias políticas e de interesses exclusivos dos subgrupos oficiais.

Todos os seres do planeta são co-proprietários e, portanto, co-responsáveis. A

propriedade coletiva está acima e antes da propriedade particular ou privada. A educa

ção e as medidas ambientais, por ora, são mais de higiene e romantismo ambiental

(salvação de plantas e animais) do que de preservação e sustentabilidade do todo;

aquelas contentam os oscilantes, enquanto estas imporiam limites aos depredadores

econômicos e aos promotores do consumo irracional e ilimitado. Crescimento ilimitado

é física e matematicamente impossível num planeta limitado.

MENTE E PESSOA. Cidadão de Si Mesmo!

Primeiro, é preciso dar mais preparação e proteção às famílias para que sejam

mais estáveis e possam desempenhar melhor seu papel de construtoras do tricerebrar

individual e coletivo, dando destaque ao papel da mulher, apoiada por um esposo mais

participativo. Depois, é preciso reformular os currículos escolares e a formação dos

educadores pelo paradigma tricerebral de ensino-aprendizagem e avaliação, incluindo

nisso a avaliação relativa ao progresso na emancipação familiar ou capacidade de au

tocondução de modo a concluir-se por volta dos 18 anos. Isso é função da escola pú

blica, financiada coletivamente (o que vem do Estado não é grátis, é financiado coleti

vamente). Como tudo é co-evolutivo e co-adaptativo, todos têm direito a uma recicla

gem remunerada de 6 meses, a cada 7 ou 8 anos de vida adulta.

61

ECONOMIA. Cidadão da Riqueza Mundial!

Este modelo gráfico quer ilustrar as instituições que formam a burocracia econocrática anglo

americana, com o Poder Político e o Sacral como seus coroinhas. Na pirâmide central, mais embaixo,

temos os países “em vias de desenvolvimento” e os “emergentes”, dominados pelo capital estrangeiro

das transnacionais; eles têm como contrapeso um sindicalismo em coma, representado pela Organiza

ção Internacional do Trabalho (seria melhor dizer “do desemprego” ou “do trabalho informal”). Incluem-se,

também, aí os níveis sociais mais baixos dos países desenvolvidos (os EUA têm 36 milhões de pessoas

abaixo da linha de pobreza, entre elas 13 milhões de crianças). Na pirâmide logo acima estão o FMI e

seu “rival”BM que consolidaram sua filosofia e seu modo de operar no mafioso Consenso de Washing

ton. Acima estão as TRIMs e as TRIPs, que defendem “legalmente” os donos do dinheiro e da tecnologia.

Acima está a Organização Mundial do Comércio – o supremo tribunal mundial dos negócios, já que os

EUA não aprovam o Tribunal Internacional de Justiça (no qual seriam réus permanentes). No topo, está o

ISB, o Banco Central do sistema bancário do planeta (por que a Suíça se tornou o sésamo dos clones de

Ali Babá?). Por dentro dessa burocracia, rola o sistema monetário do planeta, baseado no dólar, tendo o

euro junto com o yuan chinês como antioficiais e o resto das moedas como oscilantes.

É tão impressionante essa máquina e seu êxito que fez um filósofo ingênuo exclamar que isso é

a glória e o fim da história. Mas é também tão esmagadora que suas vítimas buscam por todos os meios

pôr um fim a essa história.

Este modelo gráfico ilustra o jogo triádico econocrático de prestusuárias (empresas, corpora

ções e instituições), expondo o subgrupo banqueiro e comercial como novo subgrupo oficial desde a úl

tima parte do século XX, tendo a produção industrial como seu rival. No tempo de Karl Marx, o subgrupo

oficial das empresas era o industrial. O modelo indica, também, que os ramos de negócios e prestusuá

rias oscilantes estão a serviço e sob o controle do oficial e do antioficial. Não é espantoso que, neste iní

cio de terceiro milênio, os bancos sejam as empresas mais lucrativas do mundo, exercendo apenas ativi

dades parasitárias?

62

O atual poder econômico dos subgrupos oficiais virou ditadura planetária, fora

de todos os controles. Ditadura de um símbolo e uma convenção social: dinheiro –

respaldado no poderio militar anglo-americano-israelense. Os subgrupos monopoliza

dores do capital libertaram-se dos controles do seu país e dos outros países; abando

naram o padrão/amarra ouro, transformando o dinheiro numa fantasia e num jogo de

papel ou de símbolos eletrônicos de acumulação facílima. Os subgrupos monopoliza

dores do capital desvincularam-se da criação de tri-satisfatores para criar um reino arti

ficial financeiro (a bolsa) e viver de rendas e agiotagem, de especulação e de fraudes.

Banqueiros e megainvestidores criaram uma espécie de “constituição do dinhei

ro ou do Poder Econômico” privado, acima da constituição do Poder Político ou do Es

tado. Isso transformou a maioria da humanidade e dos países em reféns dos monopo

lizadores do dinheiro, e em devedores insolventes para sempre. Isso produz concen

tração de renda líquida e de miséria densa; freia o poder aquisitivo e causa excesso de

estoques (recessão) pela retração do consumo e qualidade de vida. É a nova forma de

escravatura:

não somos escravos políticos (“entregue sua liberdade ou a vida”!);

nem escravos religiosos (“entregue suas crenças ou a vida”!);

somos escravos econômicos (“entregue a bolsa e a vida”!).

Os subgrupos oficiais do poder econômico põem os políticos e as instituições

públicas a seu serviço para protegê-los. Enfim, é um jogo triádico dominado pelos mais

poderosos e mais ricos, que abusam dos mais fracos e massacram os que divergem,

nessa interminável guerra dos últimos 500 anos.

Para dar um fim a essa história, começa-se por uma batalha para deslegitimar,

negar e substituir o paradigma monádico anglo-saxão-sionista e sua correspondente

ideologia do divino dinheiro. Para a formulação de novas propostas há que se desven

cilhar das propostas e linguagens tanto do capitalismo triunfalista como do já ultrapas

sado comunismo, assumindo uma linguagem/visão tri-uni proporcional.

Para substituir o economês pela “Dinâmica Prestusuária”, pode-se começar com

alguns conceitos centrais como: mercado ecossistêmico em lugar de mercado só dos

humanos; co-propriedade coletiva e propriedade particular em lugar de pública e priva

da; prestusuárias em lugar de empresas ou organizações; desenvolvimento em 14

subsistemas em lugar de só econômico e social; agendonomia prestusuária em lugar

de trabalho; prestusuários de diferentes níveis em lugar de trabalhadores e patrões;

satisfatores em lugar de bens/mercadorias/serviços; níveis de vivência com piso míni

mo e teto máximo em lugar de classe A, B, C, D, E; uma nova Gramática do Dinheiro

para todos, em lugar dos manuais de economia etc.

A batalha cultural terá que levar a outras batalhas práticas para desprivatizar o

dinheiro que, por ter-se tornado um equivalente quase universal dos satisfatores que

se produzem com o esforço de todos, não pode ficar nas mãos de banqueiros privados

e suas mágicas. Tudo isso supõe avançar da Plataforma 1 do Manifesto para a implan

tação da Plataforma 2, a ser complementada pela Plataforma 3, que veremos adiante.

O conceito medular da nova linguagem a desenvolver e implementar é o de pro

porcionalidade em lugar de ética ou regulação pelo mercado, na questão distributivista,

já que os métodos de produção e circulação estão suficientemente desenvolvidos (re

ver a Fig. 5.1).

63

ESTADO. Cidadão da Democracia Direta!

A humanidade não tem ninguém a governá-la a não ser ela mesma, condiciona

da pela energia/natureza triádica que a gerou. Como a sobrevivência e a convivência

estão confinadas numa jaula triádica de jogos predominantemente de “dois contra um”,

a busca de um ordenamento que limite a violência dos jogos e a guerra é permanente.

A organização do clã, da tribo, da aldeia, da comunidade, da cidade-estado, das religi

ões, dos impérios, do feudalismo, dos Estados modernos, do capitalismo e do socia

lismo foram esforços nesse sentido. Essas formas de ordenamento da convivência na

jaula evoluem com a evolução nos modos de produzir a sobrevivência e sua qualidade

em diversos níveis: forma e quantidade de energia usada, com a correspondente tec

nologia; forma de organização da agendonomia (trabalho e produção) de todos; capa

citação e mentalidades dos três subgrupos de prestusuários; necessidades e aspira

ções de consumo individual-familiar, empresarial, nacional; filosofias de vida presente

e futura etc. (Rever a Fig. 7)

O atual modelo de Estado, mercado e Poder Sacral, denominado modelo demo

crático ocidental, criado na idade moderna a partir da Inglaterra e dos Estados Unidos,

foi eficiente na era industrial. Mas esta já se foi e com ela se foi também esse modelo

de Estado e organização social, porque já não atendem às novas problemáticas glo

bais.

O aparecimento da energia quântica, nuclear e da informática, rompeu as fron

teiras locais e nacionais, criando a globalização tecnetrônica do modo de sobrevivência

e convivência, que chamamos Jogo Mundial. Isso requer um novo ordenamento, que

agora há de ser da jaula total, do planeta como um todo integrado, que têm necessida

des e exigências acima dos interesses das jaulinhas nacionais. Estas têm que reformu

lar seu ordenamento em função da jaula total: Já não se admitem impérios (como o

anglo-americano-israelense) nem nacionalismos (autodeterminação absoluta e unilate

ral dos povos, como os EUA), nem poderes independentes/paralelos, nem individua

lismos absolutos. Já não serve o atual ordenamento do Poder Político, do Poder Eco

nômico e do Poder Sacral, típicos da idade moderna já esgotada. Esse atual ordena

mento deve ser substituído por um único Poder Arbitrador Tri-uno, composto de três,

cinco ou sete membros em cada esfera/nível ecorregional, com democracia direta e

com autogestão de cada setor pelos seus próprios profissionais (não mais por políticos

profissionais).

Estamos numa nova era pós-moderna, na qual “um outro mundo tem que ser

possível” – um mundo com o governo proporcional dos três subgrupos, sem a delega

ção/renúncia do poder que tem legitimado o gangsterismo dos atuais subgrupos ofici

ais que não prestam contas a ninguém. Na era da tecnetrônica podem-se fazer plebis

citos diários ou semanais (como exemplificam as inúmeras loterias semanais), para

debater e votar projetos encaminhados pelo Poder Tri-uno e suas agências operado

ras. Isso nos livrará de toda uma classe de “representantes” que se viciou em trair elei

tores e em usurpar e manipular o interesse e o dinheiro coletivos em função de suas

carreiras político-econômicas. O Poder Arbitrador Tri-uno terá, como fundamento, a

nova Filosofia do Direito triádico-proporcionalista, no qual deverão formar-se todos os

candidatos a cargos eletivos e operadores da Justiça. Haverá dispositivos de vigilância

interna e externa desse Poder Arbitrador Tri-uno, que determinarão automaticamente

eleições eletrônicas diretas para legitimação ou deslegitimação dele ou parte dele e as

devidas sanções de acordo com o “critério de co-responsabilidade familiar até o 2o grau

de parentesco (ver S01-Parentesco, no Manifesto 3).

64

ESTÉTICA E MÍSTICA. Cidadão do Infinito!

As guerras e confrontações religiosas mostram que o ideal ecumênico fracas

sou, porque as atuais religiões ainda estão identificadas com nacionalismos, regiona

lismos étnicos e culturas que não superaram as teocracias (o truque de declarar-se es

colhido por Deus ou de governar em nome de Deus ou de decidir guerras depois de

“falar” com Deus...). Cada qual tem que descobrir sua relação com o todo maior e su

perior em que se move, evitando aderir a deuses inventados pelo inconsciente como

recorrência de pai, mãe, governos e suas cortes. Ou negando deuses inventados pelos

subgrupos oficiais para servir de álibi para suas atrocidades – alegando que é vontade

de Deus, que é imposição das circunstâncias, que é a força do destino, que é a mão

invisível do mercado etc.

Trata-se de conquistar a autonomia no uso do tricerebrar, principalmente docé

rebro direito amorizador, crente, ético, místico-estético, buscador do infinito. É neces

sário começar amorizando o ecossistema com todos os seus participantes e ir em bus

ca de uma nova consciência espiritual, acima dos partidarismos religiosos, de livros e

mestres dogmáticos, das divisões exclusoras do lado que não é o meu. A isso se che

ga pelo conhecimento melhor dos três cérebros para corrigir mitologias, superstições, e

para não considerar fenômenos paranormais produzidos pelo cérebro em ciclagem re

duzida (abaixo de 10 ciclos por segundo) como sendo algo religioso, sobrenatural ou

miraculoso.

O universo é uni-triádico. A energia tem muitas freqüências e níveis vibracionais

entrelaçados, mas não um mundo dividido em dois andares, um natural e outro sobre

natural. A função da meditação e da busca da espiritualidade é estabelecer novos valo

res que favoreçam uma convivência de solidariedade e de paz, religando tudo que está

dividido, segregado e isolado, para desvelar o grande ser tri-unitário e único que o uni

verso é, na intimidade do ser. Tudo que vai contra este sentido de humanismo e de

mais e melhor vida para todo o jogo mundial deve ser descartado, superado e abando

nado, sejam regimes políticos, ideologias econômicas ou credos religiosos.

65

Este modelo gráfico ilustra o Manifesto da Proporcionalidade em sua Plataforma 3, mais comple

ta, por apresentar propostas mais detalhadas nos 14 subsistemas.Os

pequenos triângulosem

cada um

dos subsistemas do modelo proporcionalista indicam a autogestão por seus próprios profissionais. É uma

proposta para substituir o carreirismo vicioso dos políticos.

Com essa apresentação gradual, espera-se uma apreensão progressiva de toda a proposta do

Manifesto, que cada qual pode reconstruir usando as mesmas ferramentas da trialética. Quem tiver en

tendido e dominado o ponto de partida poderá refazer todo o caminho: princípio tri-uno; paradigma tri

cérebro-grupal com proporcionalidade em seus quatro níveis; sua aplicação mediante os referenciais do

Show do Jogo Global; as “dinâmicas” e os catorze subsistemas com seus quatro fatores operacionais.

4.2. ESBOÇO DO CONTEÚDO DO MANIFESTO DA PROPORCIONALIDADE 3

EM SEUS 14 SUBSISTEMAS. Coleção de sugestões para um país ou bloco.

S01. PARENTESCO. Reforma urbana com fins ecossistêmicos e de qualidade de

vida nos 14 subsistemas. Limite de crescimento dos aglomerados urbanos até 800.000

habitantes. A desvantagem do campo sobre a cidade é compensada com impostos

menores para o campo e maiores para a cidade, progressivos segundo cresça o tama

nho da cidade.

Direito a ter família, moradia e inviolabilidade de domicílio. A família passa a

chamar-se “núcleo afetivo”. Desestímulo às etnias (raças), descendências, genealogias

para promover a grande família humana e ecossistêmica. Abolição de declaração de

cor em documentos. Abolição da herança familiar, com exceção da empresa familiar

considerada de utilidade social. Controle de natalidade, limitada a um máximo de três

paternidades e três maternidades, pelas quais o Estado pagará. Bebês incrementados

geneticamente e neuroeletronicamente para todos, por serviço financiado coletivamen

te.

Criação da carreira de “mãe construtora de cérebros”, em tempo integral nos pri

meiros 6 meses e em meio período por mais 6 anos, com carteira assinada, contando

tempo para aposentadoria, com remuneração de professora do ensino fundamental, fi

nanciada coletivamente, se aceitar e assimilar a formação correspondente. Assistência

profissional ao núcleo afetivo. A criança tem direito de saque (antecipação financeira)

sobre o futuro. Direito de feedback aos pais, educadores, catequistas e apresentadores

de programas de TV, pelos filhos, quando completarem 16 anos, que é a idade da

maioridade, depois de completar seu ano de preparação para a cidadania, dos 15 aos

16 anos, em escolas ou centros adaptados para isso. Criminalizar a violência psicomo

ral ou mental tanto quanto a violência física e econômica.

Valorização da vida em todos seus ciclos, sem mitificação de nenhum deles. Di

reito de liberdade ou preferência sexual. Os contratos para formar núcleos afetivos

(familiares) são redigidos pelas partes, privadamente. Se houver filhos ou intenção de

tê-los, o contrato se registra no Poder Arbitrador, com cláusulas a respeito. Paternida

de sempre reconhecida e responsabilizada. É proibida a clonagem de seres humanos,

exceto a de órgãos. A finalidade da família ou núcleos afetivos é o suporte mútuo e a

formação de novos seres sadios, autoconduzidos e de valor como indivíduo e cidadão.

Co-responsabilidade familiar: é o critério segundo o qual, qualquer atribuição de

responsabilidade, de culpa e de punição, é distribuída proporcionalmente a partir do

principal responsável até parentes em segundo grau e duas gerações anteriores e

posteriores, aí incluídos ex-esposos(as).

66

S02. SAÚDE. Incluir noções de medicina alopática e métodos alternativos de sa

úde nos currículos escolares da educação fundamental, priorizando a saúde preventiva

e a complementaridade dos métodos. Criar o profissional intermédio em todas as áreas

da saúde humana, animal, vegetal e ecoambiental, com redes de atendimento primário

familiar, verticalizando-se em poucos centros especializados. Validar métodos de sua

vização da morte e ajuda a pacientes terminais.

Reduzir a fabricação de marcas de drogas e a quantidade de laboratórios. Saúde

preventiva, ginecológica e do trabalho, paga por financiamento coletivo. Não haverá

medicina privada. O tratamento de saúde curativa é gratuito para o nível de minivivên

cia e deverá ser pago a partir do nível de mediovivência, proporcionalmente a cada ní

vel. Proibido o uso do DNA do indivíduo em documentos legais, em seleção de traba

lhadores/prestusuários, em contratos de seguro. A Psicologia se distribui parte na Psi

quiatria e parte na escola, entregue a um “Esclarecedor do Inconsciente”. Serão impos

tos limites aos excessos poluidores dos cinco sentidos provocados por tecnologia, por

publicidade, por condições de vizinhança. A saúde ambiental e sua preservação são

compulsórias dos micro ao macrocenários do ecossistema mundial.

S03. MANUTENÇÃO. Desestímulo ao consumismo supérfluo e de ostentação,

respeitados os quatro níveis de diferenciação. Valorização da simplicidade e qualidade

de vida. Extinção da publicidade de consumo por meios massivos, substituída por in

formação técnica. Redução progressiva do grande comércio e substituição dele por

pequenas e médias instituições prestusuárias (cooperativas e similares), abastecidas

por prestusuárias (cooperativas) centrais. Os itens da cesta básica de minivivência a

que todos têm direito são adquiridos por horas dedicadas a agendas prestadias ou

agendas de capacitação para o prestadismo, ou pelo adiantamento sobre agendas fu

turas, ou por dinheiro. Bebidas alcoólicas e drogas ficam liberadas depois da maiori

dade e sob responsabilidade pessoal. Rígido controle de qualidade de produtos, edu

cação para o consumo esclarecido e um código único regulador/defensor do produtor e

do consumidor.

S04. SOLIDARIEDADE. Direito e promoção da livre associação, exceto para so

ciedades secretas e quadrilhas ou gangues. Todas as associações são prestusuárias

abrangendo os três subgrupos, sem disjunção entre capital/trabalho dos subgrupos ofi

ciais e capital/trabalho dos oscilantes e antioficiais, com direitos e obrigações proporci

onais. A greve de um subgrupo de uma prestusuária contra os outros será livre só de

pois da arbitragem compulsória de representantes da rede de sistemas prestusuários

em que está inserida a prestusuária.

O valor máximo universal é o solidarismo para alcançar proporcionalidade de ní

veis de vivência entre os três subgrupos humanos e no ecossistema global. Os promo

tores de hostilidade e competição excessivas ou desproporcionais serão submetidos a

cursos de reciclagem ou detidos por outros meios. O sentido maior da vida é que todos

os membros do ecossistema tenham, aqui-agora-sempre, como viver e conviver de

maneira mais amorosa e feliz e, não, a busca maximocrática da riqueza ou do poder,

nem a busca de uma suposta “vida eterna”.

S05. LAZER. Generalização do esporte, educação do movimento e desfrute para

todos enquanto ecologia corporal e vitalidade, em proporcionalidade com os demais

subsistemas e horários. Valorização da arte, da cultura e do folclore ecorregionais, do

67

turismo transcultural e horizontal. O jogo será monopólio do Poder Arbitrador, como

fonte de recursos. Observar a proporcionalidade nas três culturas para contrabalançar

o excesso de cultura “corporal/física” do cérebro central, das academias, dos esportes,

dos shows e da moda. O tempo necessário para o lazer capaz de repor energias, de

propiciar o desfrute, de dar condições à criatividade não é “tempo livre”.

S06. VIÁRIO. Reforma de línguas e da informação para o entendimento social e o

solidarismo triádico. Repressão à enganação publicitária. Ensino da língua da ecorre

gião e da que predomine no planeta. Acesso universal à informática e Internet desde a

primeira série do primeiro grau. Ensinar aos cidadãos e subgrupos seus direitos e os

truques para defender-se da invasão e espionagem eletrônica do oficialismo e das cor

porações violadores da privacidade sob qualquer pretexto. Distribuição proporcional de

horários aos três subgrupos nos meios de comunicação televisivos (que serão de pro

priedade coletiva, ou repartidos proporcionalmente pelos três subgrupos). Treinamento

dos usuários para interpretação crítica da comunicação triádica. A própria mídia tem

por função as pesquisas de opinião e de dados dos 14 subsistemas da realidade ecor

regional, apresentando resultados e avaliações periódicas.

Preferência de transporte aquático e por ferrovia, reservando as rodovias para in

terconexões de capilaridade. Redução progressiva do transporte individual e melhora

mento do coletivo. Desconcentração geográfica das atividades industriais e comerciais

para diminuir a necessidade de deslocamento de produtos e pessoas e aliviar os pro

blemas ambientais e outros causados pelo transporte.

S07. EDUCAÇÃO. Educação familiar-escolar pelos 3 cérebros e pelos 14 subsis

temas até os 16 anos, para todos, financiada coletivamente. Essa educação inclui o

esclarecimento do inconsciente familiar e suas recorrências sociais e religiosas. Cada

qual é educado para aprender a aprender sempre, para a autocondução triádica e ca

pacidade de feedback (ser menos joguete e melhor jogador), como condômino ou só

cio co-proprietário do planeta, capacitado para o autoprovimento, via mercado. Em ca

so de incapacitação, o indivíduo tem direito automático à minivivência.

Depois da nona série, a educação será pré-profissionalizante nos 14 subsiste

mas, oferecida presencialmente e eletronicamente, paga em dinheiro ou em horas de

serviço à comunidade, após a graduação. A ascensão a níveis superiores é livre e es

timulada, mas paga dentro do proporcionalismo, com proteção à iniciativa e ao trabalho

pessoal. Não se requer diploma acadêmico ou universitário para trabalhar, com exce

ção das profissões que acarretem riscos de vida ou de inter-sustentabilidade do ecos

sistema. A cada 7-8 anos, o adulto tem direito a 6 meses de reciclagem de seu capital

tricerebral.

Prioridade à pesquisa e evolução transdisciplinares ou unificadoras do conjunto

das ciências sociais e humanas para que estas solucionem o problema da convivência

pacífica (redução da violência), para a superação da alienação (redução da exploração

política e religiosa), para a superação da pobreza (redução da exploração econômica)

e para fortalecer valores de solidariedade, complementaridade social na diferença,

dentro dos limites da proporcionalidade.

S08. PATRIMONIAL. Há um limite de propriedade privada e acumulação de tri

satisfatores para indivíduos, famílias, empresas e países ou blocos, que será uma por

68

centagem do PST (Produção de Satisfatores Tri-cérebro-grupais), segundo a micro,

média, grã e maxi ecorregião. Haverá um limite de endividamento presente e futuro pa

ra indivíduos, famílias, grupos, prestusuárias e países (aproximando-se da proposta de

Keynes ao final da Segunda Guerra Mundial). Ultrapassado esse limite, primeiro have

rá aviso e dois ou três prazos de enquadramento, depois do que, ficam automatica

mente suspensas as garantias de propriedade, de autodeterminação e de vida.

O abuso econômico, judicial e sacral por qualquer pessoa, subgrupo, empresa e

instituição de qualquer nível e ecorregião é julgado por tribunais populares segundo o

novo Direito de base triádica proporcional e o critério de co-responsabilidade familiar.

Como somos todos co-responsáveis e co-favorecidos, esse controle “interno” é mais

barato, eficiente e justo que o controle externo.

Supressão dos atuais bancos privados. Os públicos/coletivos ficam sob controle

do Poder Arbitrador de cada ecorregião. O poder Arbitrador da ecorregião mais ampla

supre e controla o meio circulante, podendo ser criada moeda alternativa ou social pa

ralela numa ecorregião ou num município. Ficam suprimidos os juros. O custo do di

nheiro é só o de sua administração. Os empréstimos serão parcerias de negócio entre

o banco e o tomador do empréstimo. Bolsa, câmbio, sociedades limitadas e anônimas

atuam livremente dentro dos limites ou das porcentagens de acumula

ção/endividamento frente ao PST. A parte de bolsa de futuros ou bolsa-cassino fica

suprimida.

A propriedade de meios de produção estará limitada a um teto ou a uma porcen

tagem da ecorregião, segundo as características da tecnologia, da necessidade de

produção e o modelo de desenvolvimento ecorregional vigente. O arrendamento de

terra é proibido. A terra improdutiva/especulativa se confisca após aviso e decurso de

prazo de enquadramento. A terra, além do limite de propriedade permitido, se venderá

mediante financiamento coletivo, como no financiamento habitacional.

As contas bancárias clandestinas, no país ou no exterior, se confiscarão. A remu

neração mínima por cidadão ocupado na agendonomia reconhecida ou legal, será a

equivalente à minivivência, sendo que todos os prestusuários serão progressivamente

acionistas/controladores das prestusuárias onde atuam. A diferença de ganhos entre

os níveis de vivência serão os da proporcionalidade ou da seqüência Fibonacci (1, 1, 2,

3,5,8, 13, 21. 33 etc.). O intervalo entre piso mínimo e teto máximo dos 4 níveis de vi

vência será de até 21 vezes, o máximo.

Aposentadoria aos 55 anos para os cidadãos considerados de minivivência e a

partir de 65 anos para os demais. O valor da aposentadoria para todos será o corres

pondente ao nível de mediovivência. A aposentadoria é custeada pelo trabalha

dor/prestusuário e pelas instituições/prestusuárias por onde passe, em contribuições

depositadas em conta pessoal de poupança, liberadas na data da aposentadoria.

Criação de moeda nacional ou por blocos, enquanto se cria uma moeda ou um

denominador comum planetário com o respectivo sistema bancário, como símbolo para

todos os satisfatores cujo valor possa ser expresso em moeda. Minerais, vegetais e

animais silvestres, plasma, genoma, transgênicos, o ambiente físico, o ecossistema em

geral não podem ser propriedade privada absoluta de indivíduos, empresas ou países:

são patrimônio holístico, são condomínio ou co-propriedade de todos os humanos e

demais seres, proporcionalmente.

S09. PRODUÇÃO-AGENDONOMIA. As agendas prestusuárias dos 14 subsiste

mas (e segmentos ou aglomerados de subsistemas) funcionam pela auto-organização

69

e autogestão de profissionais de cada subsistema, formando seu próprio poder tri-uno

específico, em redes municipais e ecorregionais, sob o controle de agências regulado

ras do Poder Arbitrador Tri-uno máximo ou generalista, ao qual o poder tri-uno de cada

subsistema estará subordinado. A meta maior não é a produção de mercadorias ou sa

tisfatores só para gerar lucro e riqueza, mas sim produzir satisfatores autocusteados,

para atender necessidades reais, escalonadas pelos 4 níveis de vivência dos três cé

rebros ou dos 14 subsistemas. A falsificação de produtos por alguma prestusuária pro

vocará automaticamente seu confisco e sua dissolução. A iniciativa de produção é li

vre, mas, pelo menos 62% será particular e o restante, mista ou coletiva.

Todos, a partir dos 17 anos, estão obrigados a estar ocupados em agendas pres

tadias ou de capacitação para o prestadismo regular de mercado, ou em frentes muni

cipais de trabalho, com direito a descanso e férias. Os horários da agendonomia e das

prestusuárias funcionarão em cascata ou em forma escamada, sete dias por semana,

para evitar picos e congestionamentos de transporte (por que todos têm que trabalhar

de 8. horas às 18h. e fazer descansos e refeições nos mesmos horários?).

Os dias “úteis” de trabalho não seguirão a semana tradicional de segunda a sex

ta-feira; e os de descanso não serão todos aos sábados e domingos:, qualquer dia é

começo de semana, qualquer dia é dia de descanso, ficando os dias de trabalho e de

descanso em cascata ou escamados (e por que têm que ser tais e tantos dias de tra

balho por tais e tantos de descanso ou tais e tantas horas de trabalho por tais e tantas

de descanso?).

Estão proibidos os monopólios, os cartéis, e qualquer tipo de concentração de

força, poder e riqueza que possa distorcer a proporcionalidade em qualquer dos sub

sistemas, de seus segmentos e de seus níveis. A prioridade de financiamento é para

setores que contribuam com a produção de satisfatores de minivivência e mediovivên

cia e para o apoio científico, técnico, organizativo e comercial para o mesmo, dentro

das normas de sanidade ecológica (limitação de tecnologia poluente), mantendo a pro

porcionalidade entre produção e preservação.

Desenvolver-se-ão a energia solar, o hidrogênio, mini-hidroelétricas e recursos

renováveis. A reciclagem e o reaproveitamento serão critérios de medida do índice de

“eficácia energética” exigível de cada prestusuária. Além da reciclagem, as prestusuá

rias pagarão taxas de uso do ambiente e dos recursos naturais no valor equivalente ao

custo de sua reposição.

S10. RELIGIOSO. Esclarecimento a respeito do que seja reverência e espirituali

dade universal. Liberdade de culto espiritual, mas não para “religiões” que praticam vio

lência psicomoral para manipular populações inconscientes de suas recorrências fami

liares, nem para “religiões” usadas para disfarçar negócios ou formação de poder.

Conscientização crítica e proporcional entre limbização (fenômenos parapsicológicos

com ondas alfa do cérebro direito), racionalidade (com ondas beta do cérebro esquer

do) e pragmatismo (com ondas gama do cérebro central).

As prestusuárias religiosas têm autonomia local e ecorregional, somente; têm que

ser de pequenos grupos e dedicar-se essencialmente ao cérebro direito para elevação

do ser humano à estética e mística, sem disjunção dos outros dois cérebros.

Essas prestusuárias estarão subordinadas ao Poder Arbitrador, sem poder recla

mar um poder independente ou de estado religioso equiparado ao político. Os calendá

rios de todas as religiões estarão subordinados a um só calendário civil do Poder Arbi

trador, que promoverá celebrações ecumênicas. Não haverá tribunal eclesiástico, por

70

que não haverá teocracias e todos estarão subordinados somente ao Poder Arbitrador

Tri-uno.

S11. SEGURANÇA. Abolição da guerra, extinção progressiva das Forças Arma

das, da produção de armamento de guerra, da tortura e do sofrimento físico. Em caso

de declaração de guerra, os combates devem dar-se de cima para baixo: primeiro os

casais governantes ou do Poder Arbitrador mais alto de cada lado, que, ao morrerem,

irão sendo substituídos por seus vices e esposas(os); depois por seus ministros e es

posos(as); depois pelos banqueiros e esposas(os); depois pelos generais e pelas auto

ridades religiosas mais altas e seus esposos(as); depois pelos coronéis e esposos(as),

em cascata, até chegar aos pares de namorados jovens, que entrarão como soldados

rasos.

Enquanto não esteja abolida completamente a guerra, serão criados pequenos

núcleos de defesa militar em macro ecorregiões sob controle do Poder Arbitrador, com

ação e poder só quando haja invasão externa. Neste caso, o núcleo de defesa militar

se tornará subgrupo oficial, cessando sua autoridade assim que termine o conflito, re

tornando-a ao Poder Arbitrador Tri-uno. Não haverá tribunal militar. Os abusos da For

ças Armadas serão julgados sem direito a anistia, sem direito a pagamento de fiança e

sem direito a abreviação de pena. Parte da atual estrutura das Forças Armadas será

reciclada para dedicar-se ao programa de formação da juventude em seu ano de for

mação para a cidadania, entre os 15 e 16 anos. Outra parte se transformará em Polícia

Ecorregional Comunitária a serviço do Poder Arbitrador; e a parte restante será trans

formada em prestusuárias de segurança comunitária privada, subordinadas às prestu

suárias que as contratem e paguem.

A vítima de qualquer crime ou a respectiva família receberá seguro-indenização

pago pela Polícia comunitária. A Polícia, por sua vez, será paga pelo criminoso e pelos

parentes, conforme ao critério de co-responsabilidade familiar. O policial do Poder Arbi

trador terá pelo menos a nona série, complementada por formação específica de segu

rança, de psicologia, sociologia, arte e de controle de tecnologia eletrônica. A popula

ção não poderá ter armas que não sejam requeridas pelo exercício da profissão e, re

gistradas. Os corpos carcerários são especializados em reeducação pelo trabalho, es

tudo e pela espiritualidade. As penas são de pagamento aos prejudicados, de serviços

à comunidade ou aos prejudicados, de cárcere ocupacional-albergue; e, para os mais

perigosos, de cárcere ocupacional-residente. A reincidência em crime grave é tratada

por recondicionamento comportamental.

S12. POLÍTICO-ADMINISTRATIVO. Substituir o conceito de fronteiras jurídicas e

políticas pelo conceito de Condomínio Ecorregional. A organização social se compõe

de redes de pequenas e médias prestusuárias nos 14 subsistemas a serviço das ne

cessidades tri-cérebro-grupais do indivíduo, do núcleo afetivo, das próprias prestusuá

rias e da comunidade. Por isso, substitui-se o atual Poder Legislativo por votação dire

ta. O Poder Executivo e seus ministérios ficam substituídos pela autogestão de um po

der tri-uno específico de profissionais de cada um dos 14 subsistemas ou blocos agru

pados, eleitos e remunerados como os representantes sindicais atualmente, articula

dos por ecorregião por blocos supra-regionais, todos sob o Poder Arbitrador e suas

agências. O conjunto de poderes tri-unos de gestão nos 14 subsistemas forma a As

sembléia de Coordenação prestusuária.

71

Normas, leis e decisões se fazem por plebiscito direto eletrônico, semanalmente

ou na periodicidade requerida. Os partidos, os políticos profissionais e as imunidades

ficam suprimidos. Três meses antes da data das eleições para o Poder Arbitrador, este

indica nomes para organizarem a Frente Continuísta, do subgrupo oficial de turno; a

Frente Renovadora, do subgrupo antioficial; e a Frente Equilibrante, do subgrupo osci

lante. Terminada a eleição, os três partidos ficam automaticamente dissolvidos.

O Poder Arbitrador é exercido por Juizes seguidores da concepção da Justiça tri

ádica e do correspondente Direito triádico. Se o colegiado fosse de sete membros, se

riam dois da Frente Continuísta; um da Frente Renovadora; e quatro da Frente Equili

brante. O Estado é só a personalidade jurídica de todos os cidadãos maiores de 16

anos e seus dependentes, organizados em três subgrupos, dentro de um território, e

não o Governo ou o Poder Arbitrador. Este é tão só o subgrupo oficial, pago como ad

ministrador do condomínio nacional e planetário. A cada subgrupo, funcionário e cargo

que se forme, criar-se-á um dispositivo de vigilância, com função de feedback e, em

caso de desproporcionalidade continuada, com poder de formação de tribunal popular.

A estruturação dos três subgrupos deve ser tal que se moderem um ao outro para

manter a proporcionalidade. Como poder público, só existe o Poder Arbitrador ecorre

gional-municipal, interregional, nacional e planetário, com suas redes ou seus pactos.

O Poder Arbitrador é eletivo por períodos entre 5 a 8 anos, conforme o programa

a executar, com direito a reeleição. Mas pode ser revocado a qualquer momento, por

maioria simples, como qualquer outro subgrupo oficial, mediante plebiscito eletrônico

em que participem pelo menos 38% dos cidadãos maiores da ecorregião, do país ou

bloco em questão. Para as funções da ecorregião, contratar-se-ão e demitirão servido

res de acordo com a lei de agendonomia vigente.

O direito de decretar impostos para manutenção do condomínio (cinco ao máxi

mo) é da Assembléia de Coordenação das prestusuárias ecorregionais, de baixo para

cima ou do local ao nacional, com a aprovação do Poder Arbitrador que os recolherá e

administrará eletronicamente. O conjunto do poder tri-uno de autogestão de cada sub

sistema pode, por meio da Coordenação Prestusuária e apoio do Poder Arbitrador,

propor projetos ecorregionais ou inter-redes regionais, cujas cotas de financiamento

serão votadas eletronicamente pela população, como nos condomínios residenciais.

Nos plebiscitos semanais, pode-se legislar até contra o Poder Arbitrador e contra o po

der tri-uno de autogestão dos subsistemas e sua Coordenação Prestusuária, em defe

sa da proporcionalidade dos direitos do cidadão, das prestusuárias e da comunidade.

Os plebiscitos são soberanos. Distorcê-los, descumpri-los ou contrariá-los decre

ta, ipso facto, a sentença de morte dos seus autores (a pena de morte só existirá para

autoridades e só para esses casos). A função principal do Poder Arbitrador é propor e

manter limites proporcionais em tudo e em cada ecorregião: na agendonomia prestu

suária dos 14 subsistemas, no usuarismo e prestadismo de todo o ecossistema, man

tendo ritmos e limites de crescimento de cada subsistema e de cada um dos três sub

grupos com previsões de longo prazo, de forma a reduzir o tamanho, a duração e in

tensidade das oscilações cíclicas de abundância e escassez dos satisfatores triádicos.

S13. JURÍDICO. Reformulação do Direito e da carreira de leis pelos 14 subsiste

mas: um Direito Sistêmico Triádico aplicando os princípios do Proporcionalismo entre

as três ou mais partes envolvidas. As sanções por uma mesma infração são diferentes

e proporcionais segundo o perfil do nível de vivência do réu: quanto mais alto o perfil,

maior a sanção pela mesma infração; e quanto mais baixo o perfil do ofendido, maior a

pena para o ofensor. Todos os julgamentos e todas as sanções envolvem três partes

72

proporcionalmente, formadas por indivíduos, subgrupos, prestusuárias e países mais

diretamente co-responsáveis pela situação em questão. Far-se-á a miniaturização do

Poder Arbitrador com Juízes de paz, tribunais populares, moderadores e mediadores

por toda parte.

Unificação, simplificação da documentação identificadora biométrica do cidadão,

completamente aberta a seu titular. Não haverá agências de inteligência ou de infor

mação secreta, nem nada semelhante para espionagem da vida do cidadão. Cada

ano, formar-se-ão tribunais populares para atribuir sanções premiativas a pessoas e

prestusuárias mais proporcionalistas.

S14. PRECEDÊNCIA. A instituição de concursos, copas, competições municipais

e ecorregionais, a distribuição de distinções e monumentos estarão sob controle do co

legiado de autogestão deste subsistema. Todo sistema de avaliação abrangerá o trice

rebrar ou os três blocos de subsistemas, cuidando para que as premiações sejam pro

porcionais aos três cérebros e aos três subgrupos, premiando o mérito, a cooperação

e o esforço proporcionais. A principal tarefa deste subsistema é regular a corrida ma

ximocrática de indivíduos, subgrupos, prestusuárias e países em todos os demais sub

sistemas para evitar a lei da selva ou a lei da seleção natural pela superioridade de

força.

Na reverência à memória do passado (museus e monumentos) incluir amostras

da paisagem, da flora, da fauna e de experimentos sociais notáveis. No estudo da His

tória e da Geografia, começar pelo aqui e agora (da ecorregião e do presente, para

longe e para trás). Valorizar mais o que poderá nascer do futuro do que o já morto no

passado.

OUTRO MUNDO É POSSÍVEL!

Convite:

Prepare-se para “o dia seguinte” juntando idéias e propos

tas para o Manifesto 4 a ser divulgado em 2015:

Uma Constituição para o Planeta!

73

Alberto Escobar

Alix Madrid

Aura Mariela Aldana

Beatriz López

Carlos del Valle

Carlos Fernandes

Carlos Macôo

Carmen Cibils

Carmen Guanipa

Carmen Lucia Sandoval

Célia Loyola Zolet

Cesar A. Barrionuevo

Cielo Tovar S.

Cléia Campos Mello

Colandi Carvalho de Oliveira

Crisanto Velandia

Davina Maia

Diego Rivadaneira

Edson Luiz Campos

Elisabeth Nogueira de Melo

Eduardo Lizarazo

Eleonardo Di Fiori

Elvia Marina Reyes de G.

Enrique Forero

Enrique Rondón

Evelio Barazarte

Fabio Suárez G

Félix Arturo Armas

Francisco Labriola Neto

Gerardo Cardozo Rojas

Germán Rodríguez R.

Gianni Rinaudo

Gilda Maria Giovanoni

Gloria Nogueira

Guillermo Cañon Arce

Hamilton Carlos Pereira

Heloísa Primavera

Heriberto González

Hernán Darío Urrea

Janneth Pérez Villaroel

João Camolez

John Fernando Sandoval

Jorge Panizza

Jorge Quijano

Jorge Roberto Spínola

José Salcido

Juan Canelones.

Juan Miguel Esteves

Juan Prieto

Leda Carvalho

Leoneide De Gregori

Luis Manuel Espinosa

Luis Enrique Rodríguez G.

Luiz Antonio de Carvalho

Luiz Geraldo Seixas

SIGNATÁRIOS

Manolo Aquino

Manuel Fernández

Margarita Sánchez

Margarita Siabato Patiño

Maria Auxiliadora Vaz de Mello

Maria Célia Costa

Maria Coeli Falriano Rodríguez

Maria Cristina Requiz

Maria del Carmen Villarreal

María del Cristo

Maria Judith Hurtado

Maria Magali da Silva Lima

Mariela Chica de García

Mario Zolet

Maristella Salazar

Marlon Sánchez Ronquillo

Martha Santacruz

Matilde Larrea

Melquisedec Guerra Moreno

Mercy Arteaga

Miguel Angel Ramero

Myriam Cardona Mejía

Nesle Maia

Nestor Galindo

Neiva Ribeiro de Castro

Neusa Marise Juliano

Nimia del Águila

Nivaldo Rodrigues

Norma Bidal del Valle

Olinda Viana

Orlando Pérez

Orlando Santana

Pilar Pérez Riesco

Pio Garcia

Ricardo Castellanos

Ricardo Pereira da Silva

Rosa Ruiz

Rosalina G. Alves

Roselino Albarracín

Ruth Flores Ch.

Sebastião Batista

Sigifredo Ospina

Sílvio Luiz Sant‟Anna

Stella Betancourt

Teresinha Moreira

Tivizay Molina

Vanderlino Horizonte Ramage

Victor Delgado

Waldemar De Gregori

Wilfrido Ruiz

Yessenia Cedeño

Yolanda Gaitán

.

74

GLOSSÁRIO

Algumas palavras estão neste glossário porque são novas. Outras, porque são pouco conheci

das. Mas a maior parte delas, porque são redefinidas ou relativizadas por seus três ângulos, três signifi

cados, três modos de serem usadas/significadas desde o ângulo de cada um dos três subgrupos. É co

mo estabelecer um dicionário triádico, negando que as palavras tenham significado único ou unívoco,

como querem o oficialismo, suas academias e suas gramáticas, quando postulam o conceito monádico

de língua culta ou de língua “correta”. Há, no mínimo, três linguagens e três significados para cada pala

vra, para cada texto/contexto, porque são três os subgrupos que se comunicam, com cérebros que têm

três modos de ver, perceber, dar significado e expressá-lo. Por isso, repetiremos “tri” antes de algumas

palavras para recordar sua triplicidade de significado, seu desdobramento em três facetas, três ângulos:

tri-membração; tri-lateralidade; tri-significação; tri-democracia; tri-grupal; tri-oficialismo; tri-satisfatores; tri

custos; tri-ganhos etc.

AGENDONOMIA – todas as agendas ou ocupações prestusuárias dos 14 subsistemas. Substitui

o conceito de “trabalho” da era industrial, porque “agendonomia” é mais amplo. “Prestusuário

da agendonomia” é mais abrangente e mais claro que “trabalhador da cadeia produtiva” e defi

ne melhor a oferta/prestadismo e a demanda/usuarismo. Quando se faz a “divisão de traba

lho/agendonomia”, instalam-se pelo menos quatro níveis de agendas/cargos convergentes ho

rizontal, vertical e transversalmente, uma pirâmide por onde entram, escalam e descem os

prestusuários/trabalhadores dos 14 subsistemas, sem segregação entre empregados “traba

lhadores” e patrões “não trabalhadores”. Esta confusão provinha da disputa pela partilha da

mais-valia que era, como ainda é, drenada para os níveis mais altos da pirâmide. Aqui, essa

eterna disputa pelo excedente gerado pela mais-valia é caracterizada como “jogo triádico” en

tre subgrupos de prestusuários com seus respectivos arsenais, mas não como subgrupos de

pobres que trabalham e de ricos que não trabalham.

AUTO-SUSTENTÁVEL - Uso do ecossistema pelo subgrupo humano de modo a permitir que

possa e tenha tempo para repor as florestas que consumimos, para renovar os nutrientes do

solo, converter o dióxido de carbono em oxigênio para impedir o aquecimento e derretimento

das calotas polares, renovar as águas fluviais e marítimas, livrar-se da intoxicação química dos

defensivos agrícolas e resíduos industriais, para a reprodução das espécies não humanas. O

subgrupo humano do ecossistema tem que admitir e respeitar os demais subgrupos não

humanos, pois fazem parte indispensável da cadeia de sustentação do ecossistema que com

partilhamos. O mesmo ocorre com qualquer empresa ou comunidade, no seu balanço de ga

nho-empate-perda, investimento-processo-rendimento, consumo-transformação-reprodução

etc.

CAOS, Teoria do Caos - é o nome popular dado à Teoria dos Sistemas Dinâmicos, dos fluxos etc.

O novo é que estão conseguindo métodos para provar que tudo é dinâmico, evolutivo, e que

as tais ciências exatas não são tão exatas e regulares. Também, que em seus movimentos, os

sistemas se bifurcam, se trifurcam, mas sem seguir uma trajetória linear no espaço, nem

constante no tempo. Com isso, rompe-se a concepção monádica e a concepção do progresso

linear. Tudo é sistêmico triádico, em fluxo um pouco previsível, mas, em sua maior parte, im

previsível ou, apenas, probabilístico.

CAPITAL INTELECTUAL – avaliação da empregabilidade e da competitividade segundo o nível

de capacitação/conhecimento de um indivíduo ou de uma equipe empresarial. É um conceito

monádico, como o das inteligências múltiplas, que é preciso articular/desdobrar triadicamente:

capital tri-intelectual ou capital tricerebral com seus quatro níveis, cujo desempenho se nota no

ciclo mental que os integra ou no CCF – Ciclo Cibernético de Feedback.

CARTESIANO - referente ao francês René Descartes (1596-1650), complementador do método

científico-matemático inaugurado por Bacon, que procede por análise, separação, decomposi

ção das partes até chegar à última e fundamental. É o método das ciências quase-exatas. Isso

teria criado divisionismo e mecanicismo entre sujeito e objeto, entre disciplinas científicas, en

tre profissões, visando a unicidade na verdade, na política, na religião etc. Cartesiano e moná

dico (reduzir a um só ponto de vista, a um só poder, a um monopólio) se usam como sinôni

mos. O não cartesiano se diz – diádico – quando analisa a realidade por pares opostos; e tri

75

ádico quando analisa a realidade por tríades – dois lados em oposição e um terceiro intermé

dio. Daí monolética, dialética, trialética etc.

CIBERNÉTICA - vem do grego "kubernetes" - "governética", governo, arte de dirigir, conduzir.

Nome dado por Norbert Wiener, um dos inventores dos foguetes teleguiados e do computador,

à ciência da auto-informação e autocontrole nas máquinas, devido ao mecanismo de feedback:

auto-observação, retrocarga e auto-regulagem. Essa é a Cibernética eletrônica, robótica.

CIBERNÉTICA SOCIAL - é a ciência e arte da auto-informação, da criatividade e do agir dos gru

pos humanos, para autocondução e a intercondução do Show do Jogo Mundial, guiando-se pe

la proporcionalidade. É teoria sistêmica-triádica que integra num só corpo interdisciplinar o es

sencial das ciências sociais e humanas para lidar com a complexidade do Show do Jogo Mun

dial.

CICLO CIBERNÉTICO DE FEEDBACK – soma articulada e seqüencial das operações dos três

cérebros como processo de informação, estratégia e direcionamento de um sistema individual

ou societário. Diz-se “ciclo” porque gira sem cessar; “cibernético” porque é computacional; de

“feedback” porque serve para o autocontrole e auto-regulagem do sistema e para dar-lhe rumo

ou direcionamento. O Ciclo Cibernético que conjuga os três processos mentais pode ter de

senvolvimento e desempenho mais simples ou mais elevados. Pode-se representar isso em

quatro níveis:

Como se trata de um paradigma tri-cérebro-grupal ou tricultural integrador, existe um Ciclo

Cibernético de Feedback Tricultural societário, representado pelos três poderes máximos e

respectivas culturas ao alto da ilustração.

COACHING – ver Upaya.

COSMOVISÃO ou paradigma – modo de sentir, perceber, interpretar e usar o universo, que de

pende do uso que se faz (regras orientadoras) do cérebro e de seu tricerebrar. Ver Paradig

ma.

DEMOCRACIA – etimologicamente significa “autoridade ou poder que emana do povo”. Mais que

isso, refere-se às liberdades de pensamento, de ação/negócios e de relações, isto é, nas três

culturas. Como sempre há três subgrupos, não se pode deixar de ver que o oficialismo mani

pula o conceito de democracia a seu favor. A reformulação triádica da famosa definição do

presidente Abraão Lincoln seria:Governo dos três subgrupos de todo um povo, pelos três sub

grupos de todo um povo e para os três subgrupos de todo um povo (povo se toma aqui como o

conjunto de membros de uma nação ou de um país com seus três subgrupos e não como a

parte de baixo de uma sociedade de classes). A democracia anglo-americana garante essas li

berdades para o oficialismo de suas sedes e de seus cúmplices, e as nega aos subgrupos os

76

cilantes e antioficiais de seu próprio país e aos três subgrupos de todos os demais países. Por

isso se fala em “democracia das elites” e “democracia popular” (esta como reação do povo „de

baixo‟ contra as elites „de cima‟, que é uma maneira diádica e não triádica de raciocinar). O que

falta é a tri-democracia proporcional para os três subgrupos. Daí a reformulação de Lincoln, daí

o slogan da Plataforma 2 do Manifesto: Pela Democratização Universal!

DESDOBRAMENTO TRIÁDICO – interpretação do discurso, das expressões não-verbais e dos

atos de cada pessoa e de cada subgrupo, para revelar as intenções latentes, inconscientes ou

camufladas que se manejam como tática para vencer os demais no jogo triádico. O desdobra

mento nos aproxima da informação verdadeira, nesse mundo de mentiras e trambiques.

DI e DE – Domínio Interno e Domínio Externo indicam o “lado de dentro” e o lado de fora de um

sistema ou de um conjunto deles. Cada sistema tem uma pele, uma fronteira, um campo ele

tromagnético, uma jurisdição com “alfândega” ou válvulas e filtros para o que entra (inputs) e o

que sai (outputs). Uma empresa tem atividades de domínio interno (DI) que é a produção e

tem atividades de domínio externo (DE) que são as relações com os fornecedores, com o mer

cado de trabalho e com os compradores.

DINÂMICAS - é um referencial, um esquema classificatório que organiza a realidade em esferas

concêntricas, de amplitude progressiva. São contextos, são círculos de vida, vibração, esforço

e movimento triádico para sobreviver ou alcançar algum objetivo. Distinguimos vários círculos,

“redemoinhos” ou esferas deste dinamismo, todos articulados entre si: Dinâmica Energística

(energia quântica, atômica, física, química, etc.); Dinâmica Potencial/ambiental (natureza, re

cursos, matérias primas, ambiente); Dinâmica Mental (os três cérebros e seus processos); Di

nâmica Individual (personalidade, trajetória de vida de um indivíduo a partir da família); Dinâmi

ca Prestusuaria (produção e distribuição de satisfatores de nossas necessidades); Dinâmica de

Grupo (relações, poder, competição, cooperação, Estado); Dinâmica Futuro/Universal (tudo o

que transcende nossa existência, como o infinito, o eterno, o superior). O Show do Jogo Mun

dial é um desdobramento progressivo dessas “dinâmicas”.

ECONOCRACIA – entronização do poder da produção e do dinheiro, devida ao excesso de cére

bro central. Ao regime do dinheiro e seus abusos se diz “usurocracia”. Aristóteles chamou de

“crematística”.

ECO-REGIÃO - Visão e gestão do planeta por esferas - mini, médias, grandes, máxi - auto

abastecidas e auto-sustentáveis por seu modo de articular em rede prestusuária proporcional

as “dinâmicas” mencionadas antes. Com isso quer-se criar uma alternativa para a geometriza

ção do planeta por continentes, países, municípios, reinos e espécies, devido à nova consciên

cia ecológica, ecossistêmica.

EFETUADOR – sinônimo de sistema. Chama-se “efetuador” porque o sistema efetua a transfor

mação de inputs em outputs, de ensino em aprendizagem, de insumos em produtos, de inves

timento em renda, de custo em benefício etc., ao longo da cadeia ou do fluxo prestusuário.

ENSINAGEM – contração e fusão de “ensino” e “aprendizagem”. Como somos todos simultanea

mente prestadores e usuários de serviços, criou-se a palavra prestusuário. Como somos todos

simultaneamente produtores e consumidores, criou-se a palavra “prodsumidores”. Como todos

ensinam e aprendem, criou-se a palavra ensinagem.

ENTROPIA/NEGUENTROPIA – rumo, sentido da energia para mais ou para menos; para melho

ria ou decadência; para mais organização ou desorganização; para mais vida ou morte.

EPISTEMOLOGIA – é questionar erevolucionar o conhecimento, a arte, as religiões, a tecnologia

econômico-política e tudo o mais. É a busca constante de evolução, de integração sempre

mais inclusiva e de sentido para as três culturas (dos três cérebros).

FACTUAL – refere-se ao mundo fáctico, à esfera do real, factosfera, em contraposição à esfera

do virtual, à simbolosfera. A “comunicação factual” é a comunicação que não usa palavras.

Não avisa, nada diz: apenas faz.

FEEDBACK – dispositivo e capacidade de auto-regulação, ajuste e direcionamento de um siste

ma, tanto em relação a variações em seu domínio interno como externo ou do meio ambiente.

Tudo se move, evolui, muda: tudo é variação. É o eterno vir-a-ser que requer sempre feedback

(usa-se a palavra em inglês porque em nossa língua não há equivalente para descrever todo o

processo de avaliar-corrigir-redirecionar. Diz-se feedback reforçador ou positivo, quando con

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firma, mantém o rumo e a ação; diz-se feedback corretivo ou negativo, quando limita, modifica

a ação e o rumo.

FLUXO PRESTUSUÁRIO – nome dado ao processo, seqüência ou torrente de intercâmbios entre

sistemas através de suas válvulas e filtros de recepção/transmissão de inputs-transformação

outputs. Entre os humanos isso é chamado “processo econômico” ou cadeia de produção e

consumo. Fluxo prestusuário ou usuprestadio (segundo a ponta desde a qual se olhe o pro

cesso) representa melhor esse fenômeno, comum aos sistemas humanos e aos não-humanos

com os quais estamos em cadeia. É o fluxo prestusuário ecossistêmico universal.

FRACTAL – vem de “frações”, fracionar. É um dos conceitos que mais caracteriza a teoria do

caos: todas as formas/silhuetas dos sistemas são como frações de curva que se vão repetindo

em escalas diferentes. Dizer “fractal” significa “composto de curvas que se repetem. É preferí

vel a palavra “recorrência” que é réplica de um mesmo padrão, com variações, nos quatro fato

res operacionais e não só na forma física, geométrica. Daí saiu a Geometria Fractal, diferente

da Geometria Euclidiana de linhas retas. A lei da relatividade provou que não há linhas retas.

Tudo são vibrações, curvas e ondulações.

GANHOS - lucro, mais-valia, valor agregado, excedente, são conceitos referentes à diferença

superavitária dos outputs (produto, faturamento) em relação aos inputs (insumo, investimento)

ou custo-benefício. Pelos três cérebros são 3 custos: know-how (cérebro esquerdo); dinheiro

(cérebro central); risco, criatividade, estratégia, autoconfiança (cérebro direito). Os ganhos

também são três: aprendizagem e conscientização; lucro financeiro e experiência; satisfação e

glória. Ou se substitui o dicionário monádico por um triádico ou se terá que reformular os con

ceitos com um trina frente: tri-custos; tri-ganhos; tri-satisfatores; tri-propaganda etc.

HOMEOSTASE - a energia de um sistema tende a dois extremos (puxa-empurra): neguentropia

(sempre mais, rumo ao máximo); entropia (sempre menos, rumo à desintegração, ao nada, ao

mínimo). O ponto móvel, flutuando entre a explosão por excesso e a implosão por carência,

chama-se homeostase, numa espécie de dança na corda bamba, ou de equilibração do surfis

ta sobre a prancha e as ondas. As margens de flutuação entre a explosão e a implosão são

dadas pelos números do Proporcionalismo.

ÍCONES – imagens, símbolos. Linguagem icônica refere-se a linguagem não-verbal, artística, por

símbolos, sons, cores, movimento, por analogia, metáforas, lendas e mitos etc. A televisão, o

cinema, a expressão corporal e todo tipo de arte é linguagem icônica.

INCLUSIVISMO - atitude de quem, em suas atitudes mentais e práticas, vê, aceita, admite, as

sume os três subgrupos. O oposto é - exclusivismo, monadismo - a imposição de um só lado e

exclusão dos demais.

ISCAÇÃO – estratagema, usado pelo Poder Político, Econômico e Sacral desproporcionais, pro

metendo recompensas futuras inalcançáveis, para conseguir que os oscilantes façam força,

se submetam, façam sacrifícios e renúncias no presente, com a esperança de recompensas

maiores no futuro, apesar dos fatos em contrário. Empulhação dos pobres.

LATINOAMÉRICA ou América Latina – denominação confusa de uma confusa região e cultura.

É uma denominação que ecoa o jogo triádico europeu de 1500 para cá, quando os anglo

saxãos (Inglaterra, Holanda, Alemanha, Dinamarca, Península Escandinava e outros) derrota

ram os latinos (Itália, Espanha, França e Portugal) prolongando essa luta no tal “Novo Mundo”.

De um modo geral, dizem-se “latinos” as culturas e regiões originalmente dominadas pela

França (Canadá “francês”), o estado de Louisiana nos EUA que foi vendido por Napoleão, a

Guiana Francesa, o Haiti e outras ilhas do Caribe; e as dominadas por Espanha e Portugal.

Muitas vezes, Latinoamérica é usada para referir-se só à Hispanoamérica, omitindo o Brasil

que também é Latinoamérica. O tal “mundo novo” não era nada novo: quando os europeus o

invadiram, ele era povoado havia mais de 40.000 anos. Dada toda essa ambigüidade e bus

cando uma nova identidade mais condizente com a história, preferimos a denominação “Indo

américa”. Indoamérica do norte, do centro e do sul; Indoamérica do Atlântico, do Pacífico e

Continental.

MAXIMOCRACIA - ímpeto de propulsão dos sistemas a ser, ter e querer sempre mais de tudo

(sempre mais energia, crescimento, saúde, poder, dinheiro, riqueza, glória, vida, etc. infinita e

eternamente) evitando cair, descer, perder, retornar ao nada, ao mínimo (minimocracia). São o

pólo positivo (que empurra para cima, para a neguentropia) e o pólo opositivo, negativo (que

78

puxa para baixo, para a entropia). Há, em tudo, esses dois pólos imantados que criam o puxa

empurra para cima e para baixo. Equilibrar-se no trapézio entre as duas forças, é sabedoria

proporcionalista.

MINI-MAXIVIVÊNCIA prestusuária - é o resultado do jogo triádico de sobrevivência que a lingua

gem econômico-social denomina classes A, B, C, D, E. Aqui se redenomina em maxivivência,

granvivência, mediovivência, minivivência e subvivência. Mas a classificação não é só como

usuário de um padrão de consumo é também como prestadio de um padrão de produção, con

tribuição ao todo.

MONÁDICO - hábito de ver e tratar tudo por unidades separadas, isolando-as do contexto sistê

mico que é sempre plural. Ser monádico é erro de percepção que conduz à maximocracia uni

lateral, impondo competição ilimitada.

MONETARIZAR – fazer com que um satisfator tenha seu valor expresso e intercambiável por

moeda. O oficialismo da econocracia quer transformar tudo em mercadoria, ou seja, que tudo

seja monetarizado e comercializável. “Uma árvore em pé não vale nada”!

NEGUENTROPIA – ver entropia.

NÍVEIS DE AGENDONOMIA E VIVÊNCIA – como não há igualdade/desigualdade absolutas e,

sim, diferenças proporcionais, os sistemas se organizam em níveis ou hierarquias em formato

piramidal. Daí as classes, os degraus de uma carreira, os organogramas, o ranking etc. Para a

divisão e hierarquização de agendas, capacidades e autoridade, fala-se em quatro níveis de

Agendonomia; para a divisão de tri-satisfatores, de padrões de vida ou bem-estar, fala-se em

quatro correspondentes níveis de vivência:

OFICIALISMO – pilha de pessoas, grupos, classes, países, com poder de mando/controle sobre

os demais, devido ao uso predominante do cérebro central e seu arsenal: influência, liderança,

ordem, coordenação, autoridade, controle dos empregos, das normas, do dinheiro, da força etc

Quando o oficialismo é desproporcional, se dedica à intimidação, violência econômica, legal,

até ao extermínio. Mas numa situação qualquer, é preciso avaliar os três subgrupos em seus

diferentes graus de proporcionalidade/desproporcionalidade, embora o oficialismo seja sempre

o mais propenso a criar desproporcionalidade. Depois de rever a Fig. 5.1, uma grade simples

para fazer essa avaliação pode ser a que segue (lê-se: 90% da população com 10% dos tri

satisfatores e vice-versa).

79

PARADIGMA – modelo, método, maneira de usar os três cérebros ou de comportar-se e de atuar

em qualquer jogo. Ver cartesiano e cosmovisão.

PDST – Produção e Desfrute de Satisfatores Tri-cérebro-grupais em cada um dos catorze subsis

temas. É uma alternativa ao atual medidor PNB e seu complemento IDH, que são típicos do

paradigma econômico-social do império anglo-americano.

POSITIVAR – tornar positivos/proporcionais os três subgrupos. Que sejam mais proativos e cola

borativos que reativos e obstrutivos uns com os outros.

PRESTUSUÁRIO - palavra formada por "prestadio" (cidadão, trabalhador que presta serviços,

que faz oferta de algum bem, como mão-de-obra ou força de trabalho) e "usuário" (cidadão,

trabalhador que usa, que é consumidor, que procura ou demanda algum bem). Na visão sistê

mica todos somos ao mesmo tempo prestadios/produtores e usuários/consumidores. Então to

dos somos prestusuários, só que em níveis diferenciados de responsabilidade e remuneração.

Às organizações nos referimos como prestusuárias porque prestam/vendem serviços e são

usuárias dos benefícios produzidos. Em assim sendo, qualquer organização seja ela família,

empresa, igreja pode ser chamada "prestusuária".

QT – Quociente Tricerebral – medida do potencialmental ou tricerebral e seus quatro níveis por

meio de um questionário. Diz-se, também, Revelador do Quociente Tricerebral.

QUADRO DE REFERÊNCIA – ver REFERENCIAL.

REALIDADE VIRTUAL – é a representação simbólica da realidade. O mesmo que simbolosfera.

Existe realidade virtual gráfica, verbal-lógica, que são as palavras, os escritos e teorias; a reali

dade virtual icônica, imagética, artística que é não-verbal e também verbal não-lógica como a

poesia, os mitos, a ficção; e a realidade virtual monetária que é não verbal, é simbólica, com

posta de moedas, selos, títulos de crédito etc. O oposto ou reverso da realidade virtual é a rea

lidade real, factual. O oficialismo está conseguindo que muitos se admirem e se dediquem

mais à realidade virtual que à factual. Mais à ficção que à realidade. O planeta todo está viran

do caverna de Platão.

RECORRÊNCIA - conjunto de características ou padrão que se repete numa escala diferente, ou

que ocorre numa época e volta a ocorrer depois. Ex.: o padrão da proporcionalidade de um

dedo se repete no braço e no corpo todo; padrões de comportamento da infância se reprodu

zem na vida adulta, etc.REFERENCIAL - diz-se também quadro de referência e marco referencial. É um conjunto de

conceitos, soltos ou ordenados nalgum esquema ou gráfico, que usamos para classificar, pro

cessar e orientar nossas atividades de pensamento, de planejamento etc. Dada a complexida

de pós-moderna, é recomendável passar do uso da linguagem discursiva linear, para o uso de

quadros de referência gráficos que funcionam como modelos condensadores e “visualizado

res” de processos sistêmicos. Estes raramente são lineares e alcançáveis só pela linguagem

discursiva. Por mais sofisticada que esta seja, não alcançará a densidade dos modelos e qua

dros de referência gráficos. Exemplos de quadros de referência: o Show do Jogo Mundial; os

14 subsistemas; as “dinâmicas” usadas no Manifesto 2; os quatro fatores operacionais (espa

ço, tempo, personagens, procedimentos); e todos os modelos que ilustram o Manifesto.

RELATIVIZAÇÃO - ver um mesmo fato sob, pelo menos, três diferentes ângulos sucessivamente,

desde cada um dos três cérebros ou desde cada uma das três posições subgrupais, já que es

tamos todos num dos três cantos da jaula piramidal que o planeta é. Ter um referencial nessa

hora, ajuda muito a relativizar: se usarmos os 14 subsistemas, relativizar é ver a mesma coisa

pelo ângulo de cada um deles, sucessivamente. Se usarmos os três cérebros ou os três sub

grupos, relativizar é ver sob o ponto de vista de cada um deles e de seus respectivos interes

ses.

RELIGIONIZAR - limbizar, sacralizar, proclamar que algo é sagrado, é da esfera do cérebro direi

to, portanto sob a jurisdição de Deus e de seus autoproclamados representantes. Moisés reli

gionizava quase tudo, para conseguir que, por temor a Deus, lavassem as mãos antes da co

mida, evitassem a perigosa carne de porco, e a mulher parturiente se protegesse de infeções,

já que não havia noção e percepção racional de causa e efeito entre contaminação, doença e

morte. Onde não prevalece a racionalidade, prevalece a religionização.

SACRAL – refere-se a uma propriedade do cérebro direito que atribui caráter sagrado, religioso,

misterioso, extra-natural a tudo que está sob sua área de influência como: amor; arte; inspira

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ção-criatividade; percepção extra-sensorial, esoterismo e fenômenos paranormais do cérebro

com ondas alfa, theta e delta ou ciclagem reduzida das ondas cerebrais; religiosidade; nasci

mento e morte; tempo e eternidade etc. Quem mais se sobressai são as religiões organizadas

e seus líderes e adeptos. O verbo que representa essa propriedade é – sacralizar, religionizar

e “limbizar” (este porque uma parte do cérebro direito se chama, também, cérebro límbico).

SÉRIE OU SEQÜÊNCIA FIBONACCI – série em que cada número é a soma dos dois imediata

mente anteriores: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21 etc. É também uma maneira de pensar na comple

xização cumulativa da evolução. Os espaços entre os números da série são considerados “di

ferenças proporcionais” na distribuição dos satisfatores e seus níveis de vivência.

SIMBOLOSFERA – ver realidade virtual.

SISTEMA (ver Fluxo Prestusuário) – concepção dos seres como pacotes de energia tri-una e em

fluxo, ou seja, que se gasta, que entra, se transforma e se dissipa. Por isso, todos os se

res/sistemas estão engatados/plugados uns nos outros, uns alimentando outros, formando a

cadeia alimentar/reprodutiva.

Mas a palavra “sistema” é usada, também, como sinônimo de organização social, de ordem

estabelecida (em inglês: establishment; em latim: status quo). É nesse sentido que se deve en

tender a queixa dos pobres quando se declaram “vítimas do sistema”; e também a reivindica

ção dos ricos/poderosos para escusar-se: “não tenho culpa, é o sistema que é assim. Desde a

perspectiva triádica, “o sistema” é o conjunto do Poder Político, Econômico e Sacral, ao que

chamamos, também, “tri-oficialismo”.

SOCIOGRAMA FAMILIAR (familiograma) - é o estudo das relações familiares para descobrir

quem busca quem, e por quem é buscado (ou rejeitado ou deixado indiferente), a partir da in

fância. Nessa busca, imposta pelo principio tri-uno para a informação, a sobrevivência

reprodução e a convivência de qualquer sistema, formam-se 3 blocos (subgrupos) disputantes,

com alianças de cooperação, de neutralidade e de competição, do que decorre a programação

tri-cérebro-grupal inicial. Essa matriz inconsciente terá comportamentos recorrentes/repetitivos

na escola, no namoro, no trabalho, na política e no imaginário sobrenatural pelo resto da vida.

SUCEDÂNEO – fonte não-humana de satisfatores emocionais– objetos e bichos de estimação,

plantas, jogo, Internet, um esporte, bebida, drogas, dinheiro etc. quando se convertem em ví

cio, quando passam a subordinar a vida da pessoa.

TRICEREBRAR – palavra criada para afirmar que é preciso usar os três cérebros ou seus três

processos – informação, criatividade, concreção – de forma integrada, sempre, formando um

ciclo que só se completa quando se cumprem cabalmente as três etapas. Caso contrário, tra

tar-se-á de uso fragmentário do cérebro tri-uno.

VIOLÊNCIA – alguém forçando outros a fazer algo contra sua vontade e seus interesses. O con

junto de meios ou arsenais para isso derivam dos três cérebros: do central nasce a força físico

econômica; do esquerdo nasce a força psicológica-ideológica; e do direito nasce a força moral

afetiva. As duas últimas somadas conhecem-se como força psico-moral. Quando o uso desses

arsenais vai além do âmbito da proporcionalidade, qualificam-se como – violência.

A violência físico-econômica é muito visível e tem leis para reprimi-la. Só como último recur

so, o tri-oficialismo usa a violência física. Prefere o uso da violência psico-moral que é a mais

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difícil de ser percebida e combatida porque é suave, subtil, permanente, insistente, cheia de

promessas; é argumentativa ainda que sem lógica (como o marketing), está coberta de apa

rências de afeto, de serviço que, na realidade, é manipulação, crueldade mental, enganação,

suborno, doutrinação massacrante, chantagem emocional, corrupção criação de complexo de

culpa e inferiorização frente aos demais; é ameaça com poderes sobrenaturais mágicos, é ter

rorismo espiritual, ideológico, é noofagia (matar, comer a mente), resultando em perda de au

toconfiança e autonomia da vítima.

A violência psicomoral é a mais destrutiva, a mais perigosa e a mais bem disfarçada forma

de violência porque mata psiquicamente. Por agora, isso é tratado, timidamente (porque de

nuncia abuso de poder do oficialismo) como “assédio moral”. Mas tem que, urgentemente, ser

transformado em crime por lei, tanto quanto a violência física.

BIBLIOGRAFIA

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Paulo: Rocco, 1996.

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Outras obras similares do mismo autor: A Triune Concept of the Brain and Behaviour”,

and “The Triadic Brain in Evolution: Role in Paleocerebral Functions, 1990.

Não se pode deixar de associar essa teoria à de Sigmund Freud: o paleoencéfalo cor

responde ao id; o límbico corresponde ao ego; e o superego corresponde ao neocór

tex.

3. GREGORI, W. Cibernética social – um método interdisciplinar das ciências sociais e

humanas. São Paulo: Perspectiva, 1988.

MONBIOT, George. A era do consenso – Um manifeso para uma nova ordem mundial.

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MÜLLER, A.R. Teoria da organização humana ou dos 14 subsistemas sociais. São

Paulo: Editora Sociologia Política, 1958. Versão modernizada dessa teoria se encontra

nos escritos de W. Gregori, como Cibernética Social; Sociologia Política Pós-Capitalista

& Pós-socialista; Capital Intelectual e Administração Sistêmica etc.

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ca- descripción de su estructura, dinámica y finalidad (tesis de doctorado). Universidad

de Almería, Almería – España, 2004.

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