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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC ANDREI MADEIRA LÓSS RAMIRO BASTO DIEGO MARQUES SANTOS UM ESTUDO SOBRE A QUALIDADE DE 3 TIPOS DE TRAÇOS DE ARGAMASSA UTILIZADOS NA CIDADE DE MACEIÓ MACEIÓ-ALAGOAS 2017/1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

ANDREI MADEIRA LÓSS RAMIRO BASTO

DIEGO MARQUES SANTOS

UM ESTUDO SOBRE A QUALIDADE DE 3 TIPOS DE TRAÇOS DE ARGAMASSA UTILIZADOS NA CIDADE DE

MACEIÓ

MACEIÓ-ALAGOAS

2017/1

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ANDREI MADEIRA LÓSS RAMIRO BASTO

DIEGO MARQUES SANTOS

UM ESTUDO SOBRE A QUALIDADE DE 3 TIPOS DE TRAÇOS DE ARGAMASSA UTILIZADOS NA CIDADE DE

MACEIÓ

Trabalho de conclusão do curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do professor Esp. Zeferino José Alencar Bezerra.

MACEIÓ-ALAGOAS

2017/1

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UM ESTUDO SOBRE A QUALIDADE DE 3 TIPOS DE TRAÇOS DE ARGAMASSA UTILIZADOS NA CIDADE DE

MACEIÓ A STUDY ABOUT THE QUALITY OF CERTAIN TYPES OF MORTAR USED IN

TRACES IN THE CITY OF MACEIÓ

Andrei Madeira Lóss Ramiro Basto

Graduando em engenharia civil

[email protected]

Diego Marques Santos

Graduando em engenharia civil

[email protected]

Zeferino José Alencar Bezerra

Professor centro universitário CESMAC

[email protected]

Resumo

Um estudo sobre o que em sendo utilizado nas obras na construção civil, é muito importante para manter o

padrão de qualidade, verificar se nas obras o que vem sendo executado está de acordo com os

parâmetros redigidos pelas normas da ABNT. Tendo em mente como foco principal, este estudo busca ter

uma noção sobre a qualidade das argamassas de assentamento e revestimento, utilizando como requisito

sua taxa de compressão a determinando a classe das argamassas que foram coletadas diretamente de

obras na cidade de Maceió. Em busca dessas analises foi realizado o estudo sobre todos os termos

exigidos que envolvam o termo argamassa. Tendo uma noção sobre toda bibliográfica direcionada as

argamassas e os diversos tipos de ensaios de qualidade que podem ser executados, já é possível verificar

se um determinado traço de reboco está sendo executado da melhor forma, e se sua aplicação irá garantir

um bom acabamento, e uma boa durabilidade da área revestida. Se todas as obras seguirem os

parâmetros exigidos, sempre teremos obras com boa qualidade de acabamento e durabilidade.

PALAVRAS CHAVE: Argamassas. Comparativo. Estudo da qualidade. Compressão

ABSTRACT

A study about what is being used in civil construction for it is very important to maintain the quality standard,

to verify if what has been executed is in accordance with the parameters drafted by ABNT standards. The

main objective of this study is to get a sense of the quality of mortars for laying and coating, using as a

requisite their compression ratio determining the class of mortars that were collected directly from

constructions in the city of Maceió. In the search for these analyzes, a study was performed on all required

terms involving the term mortar. Having a notion about all the bibliographies directed to the mortars and the

various types of quality tests that can be executed, it is already possible to verify if a certain trait of plaster is

being executed in the best way, and if its application will guarantee a good finishing, and good durability of

the coated area. If all the constructions follow the required parameters, we will always have constructions

with good quality of finishing and durability.

.

KEYWORDS: Mortars. Comparative quality study. Compression

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1: Espessuras admissíveis de revestimentos internos e externos................13

Tabela 2: Exigências mecânicas e reológicas para argamassas..............................17

Tabela 3: Composição do cimento Portland comum e composto.............................20

Tabela 4: Exigências químicas..................................................................................21

Tabela 5: Exigências Físicas.....................................................................................21

Tabela 6: Limites granulométricos de agregado miúdo.............................................23

Tabela 7: Tolerância de tempo de ruptura.................................................................32

Tabela 8: Medição da Consistência Traço 1:2:8........................................................37

Tabela 9: Medição da Consistência Traço 1:8...........................................................37

Tabela 10: Medição da Consistência Traço 1:4.........................................................38

Tabela 11: Resistencia a compressão.......................................................................39

Tabela 12: Resistência a tração na flexão.................................................................40

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura do revestimento de uma superfície.............................................10

Figura 2: Molde tronco cônico (NBR13276-2002).....................................................29

Figura 3: Preparação da argamassa.........................................................................29

Figura 4: Dispositivo de carga para compressão e flexão.........................................31

Figura 5: Misturador mecânico para argamassas.....................................................35

Figura 6: Mesa de Consistencia................................................................................35

Figura 7: Molde Tronco cônico..................................................................................36

Figura 8: Argamassa estabilizada.............................................................................36

Figura 9: Índice de consistência................................................................................37

Figura 10: Moldes confeccionados............................................................................38

Figura11: Moldes preenchidos com cada tipo de argamassa...................................39

Figura 12: Roletes de aço com 10mm.......................................................................40

Figura 13: Corpos de prova posicionados na prensa hidráulica...............................41

Figura 14: Corpos de prova posicionados na prensa hidráulica...............................41

Figura 15: Ruptura dos corpos de prova...................................................................42

Figura 16: Placas de aço para determinação da compressão axial..........................42

Figura 17: Corpo de prova posicionado para determinação da compressão axial...43

Figura 18: Corpo de prova após a ruptura na compressão.......................................44

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1: Cálculo da densidade de massa............................................................15

Equação 2: Cálculo do teor de ar incorporado..........................................................15

Equação 3: Determinação da resistência a tração na flexão....................................32

Equação 4: Determinação da resistência a compressão axial..................................33

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................7 1.2 Objetivo Geral.............................................................................................9 1.3 Objetivos Especifícos.................................................................................9 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................10 2.1 argamassas de revestimento...................................................................10 2.1.1 Estruturas do Revestimento.....................................................................11 2.1.2 Substrato..................................................................................................11 2.1.3 Chapisco...................................................................................................12 2.1.4 Emboço....................................................................................................12

2.1.5 Reboco......................................................................................................13 2.2 propriedades das argamassas de revestimento.....................................13 2.2.1 Propriedades no estado fresco.................................................................13 2.2.1.2 Trabalhabilidade....................................................................................13 2.2.1.2 Aderência inicial.....................................................................................14 2.2.1.3 – Retenção de água..............................................................................14 2.2.1.4 – Massa específica e teor de ar incorporado ........................................14 2.2.2 – Propriedades no estado endurecido......................................................15 2.2.2.1 – Aderência............................................................................................15 2.2.2.2 - Capacidade de absorção e deformações............................................16 2.2.2.3 – Retração.............................................................................................16 2.2.2.4- Resistência mecânica..........................................................................17 2.2.2.5 – Durabilidade.......................................................................................17 2.3 Materiais componentes das argamassas de revestimento...................18 2.3.1 – Aglomerantes........................................................................................18 2.3.1.1 – Cimento..............................................................................................18 2.3.1.2 – Cal......................................................................................................19 2.3.2 – Agregados (areia natural e artificial) ....................................................20 2.3.3 – Adições..................................................................................................22 2.3.4 – Aditivos..................................................................................................22 2.3.5 - Água de amassamento ..........................................................................23 2.4 Tipos de preparo e fornecimento das argamassas de acentamento...24 2.4.1 – Argamassa dosada na obra ..................................................................24 2.4.2 – Argamassa industrializada fornecida em sacos ...................................24 2.4.3 – Argamassa fornecida em silos..............................................................25 2.5 – Tipos de aderência da argamassa ao substrato.................................25 2.5.1 – Aderência mecânica ............................................................................25 2.5.2 – Aderência química ...............................................................................25 2.6 Ensaios Realizados...................................................................................26 2.6.1 Determinação do índice de consistência..................................................26 2.6.1.1 Descrição da determinação da consistência de argamassas colantes.26 2.6.1.2 Principio do método...............................................................................26 2.6.1.3 Aparelhagem..........................................................................................26 2.6.1.4 Execução do Ensaio..............................................................................27 2.6.1.5 Determinação do índice de Consistência..............................................27 2.6.2 Determinação da resistência a tração na compressão axial....................29 2.6.2.1 Corpos de prova....................................................................................29

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2.6.2.2Execução do ensaio...............................................................................30 2.6.2.3 Preparação dos moldes........................................................................30 2.6.2.4 Preparação da argamassa....................................................................30 2.6.2.5 Moldagem dos corpos de prova............................................................30 2.6.2.6 Procedimento de ruptura.......................................................................31 2.6.2.7Resistência a tração na flexão...............................................................31 2.6.2.8 Resistência a compressão axial............................................................32 2.6.2.9Resultados..............................................................................................32 3 EXECUÇÃO DOS ENSAIOS.........................................................................33 4 RESULTADOS .............................................................................................35 4.1 Determinação do índice de consistência....................................................35 4.2 Determinação da resistência a tração na flexão e compressão axial........39 5 CONCLUSÃO...............................................................................................48 REFERÊNCIAS...............................................................................................49

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1. INTRODUÇÃO

Os traços de argamassas são materiais que se caracterizam por

apresentarem propriedades tais como endurecimento e aderência, são

resultados da mistura de aglomerantes, agregado miúdo e água, além de

poderem ser adicionados aditivos. Para que haja durabilidade e melhor

desempenho desse material deve-se dar maior importância a sua qualidade.

Para a produção de uma argamassa de qualidade algumas propriedades

devem ser levadas em consideração minuciosamente, são elas: aderência no

estado fresco e endurecido, ausência de fissuras, resistência à abrasão e

compressão, plasticidade, entre outras. Tanto as condições de preparo quanto

o tempo de mistura, o tempo de utilização, a aplicação e o acabamento.

Para que a argamassa tenha um melhor desempenho é necessário se

ater a detalhes construtivos como por exemplo juntas de dilatação, peitoris,

pingadeiras, quinas, cantos e caso seja preciso, reforçar revestimentos com

telas metálicas. Para que ocorra uma aplicação satisfatória da argamassa no

substrato é necessário que a argamassa apresente uma boa capacidade de

aderência à superfície.

As argamassas, como todo material, devem ser produzidas obedecendo

a padrões de qualidade que confirmam sua capacidade de aderência e

impermeabilidade quando aplicada à superfície. As normas que servem como

parâmetros para a produção de argamassas foram criadas pela ABNT(

Associação Brasileira de Normas Técnicas) e encontram-se na norma

NBR13281- 2005.

As argamassas, normalmente são empregadas em rebocos, emboços e

assentamento de blocos, o emboço, por definição, é a camada de revestimento

executada para cobrir e regularizar a base, propiciando uma superfície que

permita receber outra camada de reboco ou de revestimento decorativo

(CARASEK 2007).

Para a aplicação do emboço, o chapisco deverá apresentar idade

mínima de três dias de secagem, sendo que para climas quentes e secos, com

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temperaturas acima de 30ºC, este prazo pode ser reduzido para dois dias

(NBR 7200, 1998).

Ainda conforme Carasek (2007), o reboco configura-se por ser uma

massa fina, que se aplica sobre o emboço para um revestimento ou

diretamente no chapisco, proporcionando um acabamento fino, liso e pouco

áspero, para receber pintura, texturas, ou papel de parede.

Devido ao número crescente de construções, cada dia que passa vem

se tornando cada vez mais viável executar análises com os tipos de materiais

que vem sendo usados, tendo como foco a certeza de que as empresas da

construção civil se preocupam tanto com a qualidade e bem-estar dos seus

clientes como se preocupam com a economia e lucros líquidos.

Um traço mal elaborado pode adquirir menor resistência e, através

disso, pode ocasionar rachaduras ou fissuras, dentre outros vários problemas

na área aplicada. Com isso, ao final do processo, será necessária a

recuperação da estrutura, ocasionando gastos desnecessários à empresa.

Este estudo tem como foco principal a verificação de traços de

argamassa que vêm sendo executados, em algumas empresas de Maceió,

através de análises em laboratório, a fim de obter uma avaliação sobre a real

qualidade dos traços executados.

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OBJETIVOS

1.2. Objetivo Geral

Estudar os parâmetros de qualidade da argamassa de revestimento nos

traços adotados em três empreendimentos na cidade de Maceió - Al.

1.3 Objetivos Específicos

Compreender os principais requisitos de qualidades indicados para

argamassa de revestimento.

Realizar um estudo experimental em três traços de argamassas,

procurando identificar os seus principais parâmetros de qualidade.

Determinar o Índice de Consistência e a Compressão axial dos traços

estudados.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - Argamassas de revestimento

Segundo a prescrição da NBR 13281 - 2005, argamassa define-se como

uma mistura homogênea de agregado(s) inorgânico(s) e água, contendo ou

não aditivos, e que apresenta propriedades tais como aderência e

endurecimento A dosagem dos traços é variável e pode ser realizada na

própria obra (viradas em obra) ou podem ser usadas as versões prontas

(argamassas industrializadas) que serão utilizada conforme parâmetros de

decisão de acordo com as particularidades do projeto (ABNT, 2001).

Os revestimentos de argamassa apresentam certas peculiaridades e são

utilizados para garantir a proteção dos elementos de vedação das edificações

contra a ação de meios externos, atua como mecanismo auxiliar de vedações

no execução das suas funções, na regularização de superfícies dos elementos

vedantes, bem como pode funcionar como base para receber outros

revestimentos ou como acabamento Carasek (2007).

Conforme Carasek (2007), as principais finalidades das argamassas de

revestimento são:

• contribuir para acabamentos, inclusive na função estética e regularizar

a superfície dos elementos de vedação.

• integrar o sistema de vedação dos edifícios, auxiliando nas vedações e

em suas funções tais como o isolamento termo-acústico e a estanqueidade à

água e aos gases;

• proteger os elementos vedantes das construções da ação direta dos

agentes agressivos;

Segundo a NBR 13749 (ABNT,1996), o revestimento de argamassa não

deve apresentar inconformidades.

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2.1.1 - Estrutura dos revestimentos

O revestimento de argamassa constitui-se por inúmeras camadas com

especificidades e funções peculiares, de acordo com a Figura 1 Reboco,

Chapisco e Emboço.

Figura 1 – Estrutura dos revestimentos de uma superfície

(Fonte: http://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/argamassas-revestimento/ )

2.1.1.1 - Substrato

É o suporte ou a superfície em que se aplicam as camadas de

revestimento, geralmente os mais utilizados são as bases de paredes de

alvenaria e estruturas de concreto, como por exemplo colunas, vigas, entre

outras. Quando não é realizada a aplicação do chapisco no substrato, podem

ter grande influência na qualidade final do revestimento em função da

diversidade de características e textura: absorventes, impermeáveis, lisos,

rugosos, rígidos e deformáveis.

As bases de revestimentos devem atender às exigências de prumo e

nivelamento fixados nas normas de alvenaria e estrutura de concreto NBR

7200 (1998).

Quando a base for composta por outros tipos de materiais e for

submetida a esforços que gerem deformações diferenciais consideráveis, tais

como, balanços, platibandas e últimos pavimentos, deve-se utilizar tela

metálica, plástica ou de outro material semelhante na junção destes materiais,

criando uma zona capaz de suportar as movimentações diferenciais a que

estará sujeita. Alternativamente, pode ser especificada a execução de uma

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junta que separe o revestimento aplicado sobre os dois materiais, permitindo

que cada parte se movimente separadamente NBR 7200 (1998).

O preparo da base se dá pela remoção de sujeiras ou incrustações

como óleo, desmoldante e eflorescência empregando vassouras de piaçaba,

escova de aço ou equipamento de água pressurizada, devem ser removidos

pregos, arames, pedaços de madeira e outros materiais estranhos. É preciso

preencher os vazios provenientes de rasgos, quebra parcial de blocos,

depressões localizadas e outros defeitos com argamassas de mesmo traço da

que será utilizada no revestimento. Em caso de rasgos maiores para

embutimento de instalações é necessário colocar telas de aço zincada de fio

1,65 mm e malha de 15 mm x 15 mm ou similar Yazigi (2006).

2.1.1.2 - Chapisco

É um procedimento que prepara a base, o qual possui espessura

irregular sendo necessário ou não, de acordo com a natureza da base

(Carasek,2007)

O chapisco tem por finalidade aperfeiçoar as condições de aderência da

primeira camada de revestimento à base em situações limitantes relacionadas

à fatores tais como capacidade de aderência da base e quando um

revestimento está sujeito a ações de maior intensidade como por exemplo os

revestimentos externos em geral e os revestimentos de teto.

2.1.1.3 - Emboço

O emboço ou massa grossa, configura-se como a camada de

revestimento que tem por finalidade cobrir o chapisco, mas pode ser também

aplicado diretamente na superfície, regularizando-a e permitindo que a mesma

receba outra camada de reboco, cerâmica ou outro revestimento com função

estética Carasek (2007).

É necessário que apresente porosidade e textura superficiais

combinantes com a capacidade de aderência do acabamento final previsto.

Características estabelecidas pela granulometria dos materiais e pela técnica

de execução.

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2.1.1.4 - Reboco

O reboco, também conhecido como massa fina, configura-se como a

camada que tem por finalidade o acabamento dos revestimentos de

argamassa, e que, segundo Carasek (2007), deve cobrir o emboço, permitindo

receber um revestimento com função estética ou constituir-se em acabamento

final.

Conforme a NBR7200 (1998), a cada nova aplicação de acamada de

argamassa deve-se umidificar a camada anterior, de acordo com o objetivo e

as condições climáticas. Não é apropriado aplicar argamassa em temperaturas

inferiores a 5ºC e em temperaturas superiores a 30ºC devem-se tomar algumas

precauções para a cura do revestimento, umidificando-o pelo menos durantes

as próximas 24 horas iniciais através de espargimento de água. Adota-se este

procedimento em casos de ventos fortes, umidade relativa do ar e insolação

forte e direta sobre os meios em que estão aplicados os revestimentos.

São estabelecidas as seguintes espessuras para revestimento interno e

externo de paredes e tetos seguindo a prescrição da NBR 13749 (1996):

Tabela 1 – Espessuras admissíveis de revestimentos internos e

externos

Revestimento Espessura(mm)

Parede Interna 5 ≥ e ≤ 20

Parede externa 20 ≥ e ≤ 30

Teto Interno e Externo e ≤ 20

Fonte: (NBR 13749, 1996)

2.2 - Propriedades das argamassas de revestimento

2.2.1 - Propriedades no estado fresco

Determina qual o estado ideal das argamassas de revestimento em seu

estado fresco.

2.2.1.1 - Trabalhabilidade

Segundo Sabbatini (1998), pode-se dizer que trabalhabilidade

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se refere à facilidade de manuseio e que esta propriedade está

relacionada principalmente à consistência. Quando uma argamassa, em seu

estado fresco, permanece em condições apropriadas (plasticidade,

homogeneidade, consistência, retenção de água, coesão, adesão inicial) para

que toda a operação de aplicação da mesma seja completada em tempo hábil.

2.2.1.2 - Aderência inicial

É a propriedade que a argamassa possui para se fixar na superfície do

substrato por meio da introdução da mesma nos nichos e proeminências.

A adesão inicial ou “pegajosidade” é a capacidade de fixação inicial da

argamassa no estado fresco a uma base Carasek (2007). Ela está

intrinsecamente relacionada com as especificidades reológicas da pasta

aglomerante, especificamente a sua tensão superficial.

2.2.1.3 - Retenção de água

Segundo Carasek (2007), a retenção de água é a propriedade que a

argamassa de manter a consistência e trabalhabilidade quando sujeita a

condições que provoquem perda de água.

A norma que prescreve a determinação de água é a NBR13277(2005).

Essa retenção promove uma hidratação mais apropriada do cimento e faz com

que o endurecimento da argamassa aconteça progressivamente. Segundo

algumas pesquisas realizadas as argamassas que produziam maior resistência

de aderência do revestimento foram aquelas com menores capacidades de

retenção de água (Carasek, 2007).

2.2.1.4 - Massa específica e teor de ar incorporado

Segundo Sabbatini (1998), se dá como massa específica a associação

entre a massa da argamassa e seu volume, podendo ser relativa ou absoluta.

Para determinar a massa específica relativa devem ser considerados os vazios

existentes no volume da argamassa e para determinar a massa relativa

absoluta não devem ser considerados os vazios.

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O teor de ar incorporado e a massa específica dos materiais

provenientes da argamassa (agregados) influenciam diretamente na variação

da massa específica. Para maior trabalhabilidade a longo prazo, indica-se uma

argamassa mais leve, no qual irá reduzir o esforço em sua aplicação,

resultando em uma maior produtividade. Carasek (2007).

O cálculo da densidade de massa (A), no estado fresco é realizado

através da equação1:

A = (𝑀𝑐 − 𝑀𝑣) ÷ 𝑉𝑟

Equação 1 – cálculo da densidade de massa

Onde:

Mc = massa do recipiente cilíndrico, contendo argamassa de ensaio, em g;

Mv = massa do recipiente cilíndrico de PVC vazio, em gramas;

Vr = volume do recipiente cilíndrico de PVC, em cm³.

Uma determinada argamassa possui volume no qual pode existir uma

certa quantidade de ar, a esta quantidade de ar denomina-se teor de ar

incorporado. Junto com a massa específica, o teor de ar incorporado influencia

na trabalhabilidade das argamassas NBR 13277 (1995).

O cálculo do teor de ar incorporado na argamassa é dado pela equação

2 (Al) NBR 13278 (1995):

Al = 100 x {1 – A/B}

Equação 2 – cálculo do teor de ar incorporado

Onde:

A = valor da densidade da massa

B = densidade de massa teórica da argamassa, sem vazios

2.2.2 - Propriedades no estado endurecido

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Determina o estado ideal que a argamassas de revestimento devem ter

após sua aplicação e cura total.

2.2.2.1 - Aderência

Segundo Sabbatini (1998), a aderência define-se como uma

característica em que as argamassas de revestimento possuem em manter-se

ancoradas à base, através da resistência às tensões normais e tangenciais

sem romper-se. Ainda conforme o autor, não há relação bijetora entre a

capacidade de aderência e um dado parâmetro. Um exemplo que pode ser

dado é no caso de aumentar-se o teor relativo de cimento no aglomerante, com

isso pode-se aumentar ou diminuir a capacidade de aderência, o que depende

das características do substrato.

De acordo com Carasek (2007), a aderência da argamassa endurecida à

base é um fenômeno mecânico pois existe a ação da penetração da pasta

aglomerante ou da própria argamassa nos poros ou nas rugosidades do

substrato em que será aplicado.

2.2.2.2 - Capacidade de absorção e deformações

É a propriedade que o revestimento possui de absorver deformações, do

próprio revestimento ou da base, sem sofrer rupturas, fissuras prejudiciais e

sem perder a aderência. Esta capacidade de absorver deformações é

responsabilidade da resistência à tração e pelo módulo de deformação do

revestimento Sabbatini (1998).

Uma das principais causas pela qual ocorrem deformações de retração é

devido a tão logo que a argamassa é aplicada ou devido à perda de água por

sucção do substrato e por evaporação.

2.2.2.3 – Retração

A diminuição do volume da argamassa através da perda de água para o

substrato por meio de sucção, evaporação ou reação química dos

componentes do cimento e da cal é dada pelo fenômeno denominado retração.

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Há alguns tipos de retração a depender do estado físico da argamassa.

A retração plástica que ocorre antes da pega do cimento, a retração no estado

endurecido que ocorre após a pega do cimento, sendo também conhecida

como retração por secagem, quando é originada pela perda de água.

Segundo Carasek (2007), a variação de volume da pasta aglomerante

em associação com a retração, tem papel essencial no desempenho de

argamassas utilizadas, principalmente quando se leva em consideração a

durabilidade e a estanqueidade.

2.2.2.4 - Resistência mecânica

A propriedade dos revestimentos de suportar esforços de origens

variadas no qual resultam em tensões internas de tração, compressão e

cisalhamento denomina-se resistência mecânica Carasek (2007).

Os parâmetros mecânicos e reológicos das argamassas funcionam de

acordo com o estabelecido na NBR 13281 (ABNT, 2005) conforme a Tabela 2:

Tabela 2 – Exigências mecânicas e reológicas para argamassas

Características Identificação Limites Método

Resistência à

compressão aos 28

dias (MPa)

I

II

III

≥ 0,1 e < 4,0

≥ 4,1 e ≤ 8,0

> 8,0

NBR 13279

Capacidade de

retenção de água

(%)

Normal

Alta

≥ 80 e ≤ 90

> 90

NBR 13277

Teor de ar

incorporado (%)

A

B

C

< 8

≥ 8 e ≤ 18

> 18

NBR 13278

Fonte: (NBR 13281 – 2005)

2.2.2.5 - Durabilidade

É a capacidade que a argamassa possui de manter o desempenho de

suas finalidades no decorrer do tempo.

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Configura-se como uma propriedade complexa e que está sujeita a

inúmeros fatores, reflete o desempenho do revestimento. Alguns fatores são

contrários à durabilidade, tais como fissuração do revestimento, espessura

excessiva, a cultura e proliferação de micro-organismos, qualidade das

argamassas e falta de manutenção (SABBATINI,1998).

2.3 - Materiais componentes das argamassas de revestimentos

2.3.1 - Aglomerantes

Conforme Ribeiro (2002), aglomerante define-se como um material ativo,

ligante, em geral pulverulento, cuja principal finalidade é formar uma pasta que

promove a união entre os grãos do agregado. São utilizados na obtenção das

argamassas e concretos, na forma da própria pasta e também na confecção de

natas (RIBEIRO,2002)

2.3.1.1 - Cimento

Conceitua-se tecnicamente como Cimento Portland o material

comumente utilizado na construção civil como cimento. Sua origem e

patenteamento data de 1824. Criação do Inglês Joseph Aspdin. Araújo,

Rodrigues e Freitas (2013), contam que naquela época era moda na Inglaterra

construir com uma rocha, de coloração cinza, oriunda da ilha de Portland,

localizada ao sul da Inglaterra. A invenção de Aspdin era semelhante na cor e

na dureza à pedra de Portland, e por esta razão recebeu o nome de cimento

Portland ao ser patenteada.

O cimento caracteriza-se como um pó fino com propriedades

aglutinantes, que endurece sob ação da água, sendo, portanto, um

aglomerante hidráulico. Uma vez em contato com a água e endurecido o

cimento não volta mais ao seu estado anterior. O cimento atualmente constitui-

se como o principal dos aglomerantes utilizados na construção civil.

A Tabela 3 abaixo exibe a composição dos cimentos Portland comuns e

compostos.

Tabela 3 - Composição dos cimentos Portland comuns e compostos

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Tipo de

cimento

portland

Sigla Clínquer

+ gesso

Escoria

Granulada

de alto-

forno

(Sigla E)

Material

pazolânico

(Sigla Z)

Material

Carbonáti

co

(Sigla F)

Norma

Brasileira

Comum CP-1

CP-1 S

100

99-95

-

1-5

NBR 5732

Composto CP-II E

CP-II Z

CPII- F

94-56

94-76

94-90

6-34

-

-

-

6-14

-

0-10

0-10

6-10

NBR 11578

Fonte: (Associação brasileira de cimento portland. Bt 106 – 2002)

Em relação ao armazenamento do cimento Portland há que se ter

alguns cuidados para que não haja de forma alguma o perigo da hidratação

pois a embalagem não é impermeabilizante, por esta razão não se deve

armazená-lo por um tempo demasiadamente longo e o local de

armazenamento deve ter o piso acima do nível do solo (Bauer, 2000)

2.3.1.2 - Cal

Define-se como Cal hidratada o material em forma de pó oriundo da

hidratação da cal virgem, composto basicamente de uma mistura de hidróxido

de cálcio e hidróxido de magnésio, ou de uma mistura de hidróxido de cálcio,

hidróxido de magnésio e óxido de magnésio NBR 7175 (2003).

As etapas do processo industrial constituem-se na seguinte sequência:

extração da matéria-prima e britagem, seleção da faixa granulométrica ótima e

transporte para o forno, calcinação e controle do grau de calcinação, moagem

adequada para cada tipo de hidratador, armazenamento da cal virgem,

hidratação e moagem, ensacamento e distribuição para comercialização NBR

7175 (2003).

Na construção civil a cal é utilizada principalmente na forma hidratada,

como componente fundamental no preparo de argamassas de assentamento e

de revestimento de grande durabilidade e ótimo desempenho Boletim Técnico

BT-106 (ABCP, 2002).

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20

A cal hidratada apresenta alguns benefícios sobre a cal virgem, entre

eles a melhor maneabilidade, transporte e armazenamento.

São especificados três tipos de cal hidratada, CH-I, CH-II, CH-III e

define os requisitos químicos e físicos de acordo com as Tabelas 4 e 5

conforme a NBR 7175 (2003).

Tabela 4 – Exigências Químicas

Requisitos Limites

CH I CH II CH III

Anidrido

carbônico(CO2)

Na fabrica ≤ 5 % ≤ 5 % ≤ 13 %

No depósito ≤ 7 % ≤ 7 % ≤ 15 %

Óxidos de cálcio e de magnésio

não hidratado calculado

(CaO+MgO)

≤ 10 % ≤ 15 % ≤ 15 %

Óxidos totais na base de não

voláteis (CaO + MgO)

≥ 90 % ≥ 88 % ≥ 88 %

Fonte: (NBR 7175 – 2003)

Tabela 5 – Exigências Físicas

Requisitos Limites

CH I CH II CH III

Finura

(% retida

acumulada)

Peneira 0,600

mm

≤ 0,5 % ≤ 0,5 % ≤ 0,5 %

Peneira 0,075

mm

≤ 10 % ≤ 15 % ≤ 15 %

Retenção de água ≥ 75 % ≥ 75 % ≥ 70 %

Incorporação de areia ≥ 3,0 ≥ 2,5 ≥ 2,2

Estabilidade Ausência de cavidade ou protuberâncias

Plasticidade ≥ 110 ≥ 110 ≥ 110%

Fonte: (NBR 7175 – 2003)

2.3.2 - Agregados (areia natural e artificial)

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Agregados definem-se como materiais em forma de grãos, usualmente

inertes, em tamanho e forma definidos, que têm por função compor

argamassas e concretos. Os agregados têm por finalidades resistir aos

esforços mecânicos, desgastes e intemperismo, reduzir as variações

volumétricas e reduzir os custos Bauer (2000).

São classificados por origem:

• Naturais - originados através da exploração de jazidas naturais ou

retirados dos leitos dos rios através de dragagem.

• Artificiais - originados através de processos industriais como a britagem

de rochas.

Tamanho dos grãos:

• Miúdos: 75 µm a 4,8 mm

• Graúdos: 48 mm a 50 mm

Massa específica:

• Leves: < 2000 kg/m³

• Normais: 2000 kg/m³ a 3000 kg/m³

• Pesados: > 3000 kg/m³

De acordo com a NBR 7217, seguem os limites de apenas uma das

zonas indicadas na Tabela 6 NBR 7211 (ABNT, 1983).

Tabela 6 – Limites granulométricos de agregado miúdo

Peneiras

ABNT

Porcentagem em peso, retida acumulada na peneira

ABNT.

Zona 1

(Muito fina)

Zona 2

(fina)

Zona 3

(Média)

Zona 4

(Grossa)

9,5 mm 0 0 0 0

6,3 mm 0 a 3 0 a 7 0 a7 0 a 7

4,8mm 0 a 5 (A) 0 a 10 0 a 11 0 a 12

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2,4mm 0 a 5 (A) 0 a 15 (A) 0 a 25 (A) 5 (A) a 40 (A

1,2mm 0 a 10 (A) 0 a 25 (A) 10 (A) a 45

(A)

30 (A) a 70

(A)

0,6 mm 0 a 20 21 a 40 41 a 65 66 a 85

0,3mm 50 a 85 (A) 60(A) a 88

(A)

70(A) a 92

(A)

80(A) a 95

0,15mm 85(B) a 100 90(B) a 100 90(B) a 100 90(B) a 100

Fonte: (NBR 7217 – 1983)

Os agregados não devem conter substâncias nocivas que danifiquem as

reações e o endurecimento. Nas areias naturais podem ser encontradas

partículas de argila e silte (material pulverulento), húmus (impurezas

orgânicas), torrões de argila, gravetos, micas, sais, etc. Nas areias artificiais é

encontrado um elevado teor de material pulverulento que demanda maior

quantidade de água e diminui a aderência da pasta de cimento conforme Silva

(1991).

2.3.3 - Adições

Como conceituado na NBR 13529 (1995), adições configuram-se como

materiais inorgânicos naturais ou industriais finamente divididos, adicionados

às argamassas para alterar as suas propriedades e cuja quantidade é levada

em consideração no proporcionamento.

As adições mais ordinárias encontradas nas argamassas são as

pozolanas (materiais derivados de rochas vulcânicas, resíduos de

termoelétricas e outros que mostrem atividade pozolânica), o pó calcário,

também denominado filler (material finamente dividido constituído

essencialmente de calcário ou dolomitos), conforme Carvalho Junior (2005).

2.3.4 - Aditivos

Os aditivos configuram-se como compostos que são adicionados em

pequena quantidade à mistura, com a função de aprimorar uma ou mais

propriedades da argamassa no estado fresco ou no estado endurecido e sua

proporção é relatada conforme porcentagem do aglomerante .Normalmente

através do uso de aditivos procura-se minimizar a retração na secagem,

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23

diminuindo assim a fissuração, aumentar o tempo de pega e manter a

plasticidade, provocando a trabalhabilidade, aumentar a retenção de água e

por fim, aumentar a aderência da argamassa à base.

Conforme Silva (1991), os principais aditivos empregados nas

argamassas são:

• incorporadores de ar - produzem microbolhas de ar, são estáveis e

distribuídos de forma homogênea na argamassa, aumentando assim a

trabalhabilidade e agem à favor da permeabilidade.

• plastificantes ou redutores de água - são usados para aprimorar a

trabalhabilidade das argamassas sem modificar a quantidade de água.

• retentores de água - minimizam a evaporação e a exsudação da água

da argamassa fresca e atribuem propriedade de retenção de água à sucção por

bases absorventes.

• retardadores de pega - fazem com que a hidratação do cimento seja

retardada; propiciam maior tempo de utilização.

• adesivos - proporcionam aderência química à base;

• hidrofugantes - reduzem a absorção de água da argamassa, mas não a

tornam impermeável e permitem a passagem de vapor d’água;

• impermeabilizantes - reduzem a permeabilidade, porém não garantem

a impermeabilização total devido suas falhas quando ocorrem novas fissuras

no revestimento.

2.3.5 - Água de amassamento

Segundo Silva (1991), chama-se água de amassamento aquela que é

utilizada para a preparação da argamassa. O autor lembra também que deve

estar isenta de impurezas que alterem sua reação com o cimento.

Como regra geral, a NBR 11560 (ABNT, 1990) prescreve as seguintes

condições consideradas satisfatórias para a água de amassamento:

• pH entre 6,0 e 8,0;

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• Matéria orgânica (em oxigênio consumido) = 5 mg/l;

• Resíduos sólidos = 4000 MG/l;

• Sulfatos (em íons SO2) = 300 MG/l;

• Cloretos (em íons cl-) = 250 MG/l;

• Açúcar = ausente.

2.4 – Tipos de preparo e fornecimento das argamassas de revestimentos

Para produzir a argamassa mistura-se de maneira constante os seus

materiais constituintes, nas proporções e tempo determinados, utilizando

equipamentos propícios para esta finalidade. A argamassa pode ser virada em

obra ou industrializada, sendo embalada em sacos ou silos. A produção e o

sequenciamento, ferramentas, além da própria preparação do canteiro de

obras dependem do tipo de argamassa utilizado (Sabbatini,1998).

2.4.1 - Argamassa dosada na obra

Quando a argamassa é dosada em obra são necessários alguns

equipamentos como a betoneira ou argamassadeira, carrinhos de mão ou

padiolas, pás e peneiras.Com isso, as quantidades dos constituintes devem ser

medidas e transportadas ao equipamento de mistura.

2.4.2 - Argamassa industrializada em sacos

O suprimento em sacos é conveniente para obras com velocidade de execução

e consumo menores. Os sacos possuem 20kg ou 50 kg do produto. No rótulo

devem conter as seguintes prescrições: nome do fabricante, designação do

produto, massa líquida (em quilogramas), tipo de argamassa, composições

quantitativa e qualitativa, quantidade de água a ser incorporada (em litros), data

de fabricação e validade do produto, tempo de mistura e maturação, instruções

e cuidados necessários para o manuseio e aplicação do produto, e por último,

as informações sobre as condições de armazenamento do produto NBR 13281

(ABNT, 2001).

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25

Ao material em pó na quantidade específica já dentro do equipamento de

mistura adiciona-se água. Os equipamentos empregados são a

argamassadeira e os recipientes para a adição da água.

2.4.3 - Argamassa em silos

O suprimento em silos é conveniente para obras com velocidade de

execução e consumo maiores.Os silos contém de 10t a 20t do produto.São

entregues por empresas fabricantes ou aplicadores com opção de compra ou

aluguel do silo. Em relação à logística, o produto é mais vantajoso frente às

demais alternativas pois permite o bombeamento da argamassa até o ponto de

consumo, otimizando local de estocagem, quantidade de mão de obra, tempo e

uso de elevadores de cremalheira.

De medição é mecanizada, o equipamento de mistura deve ser acoplado

no próprio silo ou outro equipamento localizado nos pavimentos do edifício

onde ocorre a mistura.

2.5 - Tipos de aderência da argamassa ao substrato

Aderência configura-se como a capacidade do revestimento de suportar

a tensões normais ou tangenciais influentes na interconexão das bases NBR

13528 (ABNT, 1995).

2.5.1 - Aderência mecânica

Segundo Carvalho Jr. (2005), a aderência mecânica é composta pelo

intertravamento mecânico dos produtos da hidratação do cimento, transferidos

para a superfície dos poros dos blocos de alvenarias dado a decorrência da

sucção ou absorção capilar.

2.5.2 - Aderência química

Ainda conforme Carvalho Jr. (2005), a aderência química conceitua-se como a

resistência de aderência proveniente de forças covalentes ou forças de Van der

Waals, desenvolvidas entre a unidade de alvenaria e os produtos da hidratação

do cimento.

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26

2.6 Ensaios Realizados

2.6.1 - Determinação do índice de consistência

Os métodos consistem na determinação da consistência de argamassas

cimentícias no estado fresco.

Entende-se consistência como a tendência ao escoamento de

argamassas após tempos definidos de cisalhamento.

O índice de consistência é a determinação para o grau de

trabalhabilidade ideal das argamassas, explica como deve ser o processo da

dosagem de materiais, tempo de mistura e procedimento de cada tipo de

argamassa, tanto dosada em obra com cal ou aditivos, quanto para argamassa

industrializada. Determinando o índice de escoamento ideal do traço.

São descritos o seguinte método para a determinação do índice de

Consistência dos determinados tipos de argamassa NBR 13276(2002).

2.6.1.1 - Descrição da Determinação da Consistência de Argamassas Colantes

2.6.1.2 - Princípio do Método

As argamassas colantes providas de éteres de celulose em sua

composição devem apresentar comportamento tixotrópico após serem

misturadas com água, ou seja, devem fluir sob cisalhamento e tornarem-se

estáticas (formarem um gel) ao fim deste cisalhamento.

2.6.1.3 - Aparelhagem

Será necessária a seguinte aparelhagem para execução:

a) balança com resolução de 0,1 g;

b) mesa para índice de consistência, conforme a NBR 7215;

c) molde tronco cônico, conforme a NBR 7215;

d) soquete metálico, conforme a NBR 7215;

e) misturador mecânico, conforme a NBR 7215;

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f) paquímetro para medições até 300 mm, com resolução de pelo menos

1mm.

2.6.1.4 - Execução do Ensaio

Para a preparação de argamassas frescas a serem utilizadas em

ensaios de caracterização do material, recomenda-se usar, para cada mistura

com água, 2,5 kg com aproximação de 1,0 g mais próxima de material seco

(massa de argamassa industrializada ou soma das massas dos componentes

anidros, no caso de argamassa do tipo dosado em obra) NBR13276 (2002).

Para cada tipo de argamassa existente, difere-se a metodologia aplicada

na execução, como existem várias fórmulas diferentes, cada uma tem sua

particularidade, tempo de cura, modo de execução, sendo então necessários

diferentes tipos de execução dos ensaios.

2.6.1.5 - Determinação do índice de Consistência

Antes de iniciar a execução desta determinação, limpar o tampo da

mesa para índice de consistência e a parede do molde tronco-cônico com um

pano ou esponja umedecida, de modo que as superfícies fiquem ligeiramente

úmidas.

Figura 2 – molde tronco cônico de acordo com a NBR13276(2002) Fonte:(http://www.kastner.com.br/2009/12/planificacao-de-chapas-revolucionadas-solidworks-2010.html )

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Logo após a preparação da argamassa, utilizá-la para encher o molde

tronco-cônico, colocado de modo centralizado sobre a mesa para índice de

consistência. Enquanto um operador segura o molde firmemente, outro deve

enchê-lo em três camadas sucessivas, com alturas aproximadamente iguais, e

aplicar em cada uma delas, respectivamente, 15, 10 e 5 golpes com o soquete,

de maneira a distribuí-las uniformemente. Se houver necessidade, completar o

volume do molde com mais argamassa.

Figura 3 – preparação da argamassa (a) e argamassa após as 30 quedas na mesa para índice de consistência (b) Fonte: Acervo próprio

O rasamento da argamassa deve ser realizado passando a régua

metálica rente à borda do molde tronco-cônico, com movimentos curtos de vai-

e-vem ao longo de toda a superfície. Eliminar qualquer partícula em volta do

molde com pano ou esponja úmida.

Acionar a manivela da mesa para índice de consistência, de modo a

que a mesa suba e caia 30 vezes em 30 s de maneira uniforme. Caso seja

utilizada mesa com acionamento elétrico, deverão ser efetuados 30 golpes.

Imediatamente após a última queda da mesa, medir com o paquímetro

o espalhamento do molde tronco-cônico original de argamassa. Estas medidas

devem ser realizadas em três diâmetros tomados em pares de pontos

uniformemente distribuídos ao longo do perímetro. Registrar as três medidas.

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O índice de consistência da argamassa corresponde à média das três

medidas de diâmetro, expressa em milímetros e arredondada ao número inteiro

mais próximo.

2.6.2 Determinação da resistência à tração na flexão e a compressão axial

Será estabelecido o método para a determinação da resistência à tração

na flexão e a compressão axial de argamassas para assentamento e

revestimento de paredes e tetos, no estado endurecido NBR13279 (ABNT,

2005).

2.6.2.1 Corpos de prova

Para a execução do ensaio os corpos devem ser moldados no

laboratório e será necessária a seguinte aparelhagem:

•Moldes prismáticos metálicos que consistem em armações abertas com

paredes removíveis formando três compartimentos quando montados capazes

de servirem de molde para três corpos de prova de 4cm x 4cm x 16cm.

• Mesa de adensamento por queda – máquina para adensamento da

argamassa nos moldes.

•Nivelador de camadas – conjunto de duas espátulas de dimensões

diferentes entre si, que permite espalhar e nivelar as camadas de argamassa

adensadas nos moldes prismáticos.

• Régua metálica.

• Máquinas para ensaios de resistência a tração na flexão e de

compressão ABNT NBR NM ISO 7500-1(2004).

•Dispositivo de carga para ensaio de resistência a tração na flexão.

•Dispositivo de carga para ensaio de resistência a compressão.

•Cronômetro.

•Utensílios para laboratório.

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Figura 4 -Dispositivo de carga para compressão e flexão. Fonte:

(https://www.slideshare.net/biancadesterro/apresentao2-42005858 )

Deverão ser moldados três corpos de prova prismáticos, por idade com argamassa recém preparada.

2.6.2.2 Execução do ensaio

2.6.2.3 Preparação dos moldes

Colocar os moldes prismáticos sobre a mesa de adensamento, fixando-os adequadamente.

Aplicar uma fina camada de óleo mineral nas faces internas dos moldes e, se necessário, remover o excesso com pano ou qualquer absorvente limpo e seco.

2.6.2.4 Preparação da argamassa

Preparar a argamassa a ser utilizada neste ensaio, conforme a ABNT NBR 13276(2005)

2.6.2.5 Moldagem dos corpos de prova

Os corpos de prova devem permanecer entre 24 e 48 horas nos moldes.

A seguir devem ser desmoldados e mantidos condições adequadas até as suas

rupturas.

2.6.2.6 Procedimento de ruptura

As rupturas devem ser realizadas nos corpos de prova na idade de 28

dias. A Tabela 7 fornece as tolerâncias de tempo com relação ao momento da

ruptura em função da idade do corpo de prova.

Quadro 1 - tolerância de tempo de ruptura

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Idade de ruptura Tolerância

24 horas

3 dias

7 dias

14 dias

28 dias

91 dias

1 hora

2 horas

4 horas

6 horas

8 horas

24 horas

Fonte: ( NBR 13279 – 2005)

2.6.2.7 Resistência à tração na flexão

Para resistência na tração na flexão deve-se posicionar o corpo-de-

prova nos dispositivos de apoio do equipamento de ensaio, de modo que a face

rasada não fique em contato com os dispositivos de apoio nem com os

dispositivos de carga.

Aplicar carga de 10 a 50 N/s até a ruptura do corpo de prova.

A resistência a tração a flexão é calculada segundo a Equação 3

Rf =1,5 F1L

40³

Equação 3 - determinação da resistência a tração na flexão

Onde:

Rf é a resistência a tração da flexão, em megapascals;

F1 é a carga aplicada verticalmente do centro do prisma, em Newtons;

L é a distância entre os suportes, em milímetros;

2.6.2.8 Resistência a compressão axial

Utilizar as metades dos três corpos-de-prova do ensaio de flexão,

posicionando-as no dispositivo de apoio do equipamento de ensaio, de modo

que a face rasada não fique em contato com o dispositivo de apoio nem com o

dispositivo de carga.

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Aplicar carga de 50 a 500 N/s até a ruptura do corpo de prova.

A resistência a compressão axial é calculada segundo a Equação 4

𝑅𝑐 =𝐹𝑐

1600

Equação 4 – Determinação da resistência a compressão axial

Onde:

Rc é a resistência à compressão em megapascals;

Fc é a carga máxima aplicada em Newtons.

1600 é a área da seção considerada quadrada do dispositivo de carga

40 mm x 40 mm, em milímetros quadrados.

2.6.2.9 Resultados da tração na flexão e compressão axial

- Resistência individual

Calcular a resistência à tração na flexão e a resistência à compressão,

em megapascal, de cada corpo-de-prova, respectivamente. O resultado deve

ser arredondado ao centésimo mais próximo.

- Resistência média

Calcular a resistência média dos três corpos-de-prova ensaiados à

tração na flexão e a resistência média dos seis corpos-de-prova ensaiados à

compressão. O resultado deve ser arredondado ao décimo mais próximo.

- Desvio absoluto máximo

O desvio absoluto máximo da série de corpos-de-prova é a diferença

entre a resistência média e a resistência individual que mais se afaste desta

média para mais ou para menos. O valor obtido deve ser arredondado ao

décimo mais próximo.

- Resistência à tração na flexão

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Quando o desvio absoluto máximo for superior a 0,3 MPa, deve ser

calculada uma nova média, desconsiderando o valor discrepante, identificando-

o no relatório de ensaio, com asterisco. O ensaio é considerado válido quando

o resultado for constituído da média de no mínimo dois corpos-de-prova, caso

contrário o ensaio deve ser refeito.

- Resistência à compressão axial

Quando o desvio absoluto máximo for superior a 0,5 MPa, deve ser

calculada uma nova média, desconsiderando o valor discrepante, identificando-

o no relatório de ensaio, com asterisco. O ensaio é considerado válido quando

o resultado for constituído da média de no mínimo quatro corpos-de-prova,

caso contrário o ensaio deve ser refeito.

3 EXECUÇÃO DOS ENSAIOS

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Para o pleno desenvolvimento deste trabalho, a primeira etapa consistiu

em um estudo bibliográfico sobre todo o conteúdo pertinente a este assunto,

focando principalmente nas normas e nos critérios de qualidade. Sendo assim,

com base no estudo realizado, serão identificados os principais ensaios, que

podem ser realizados no laboratório.

A segunda etapa é representada pela coleta de dados, onde várias

empresas serão visitadas e questionadas sobre os principais traços de

argamassa adotados. Dentre os traços identificados, serão escolhidos três

levando em consideração a similaridade das proporções dos materiais

empregados.

Por fim, será realizado um estudo experimental com amostras dos três

tipos de traços, permitindo identificar se os mesmos respeitam os requisitos de

qualidade estabelecidos em normas técnicas.

Serão realizados 2 tipos diferentes de analises, cada uma determinada

por uma norma especifica, tendo como norma principal a NBR 13281(2005)

que, orienta todos os requisitos existentes para cada tipo de analise a ser

efetuada sobre argamassas para revestimento.

Entre os tipos de análises escolhidos serão realizados: a determinação

do índice de consistência da argamassa a ser utilizada na realização de

ensaios necessários à caracterização do material (NBR13276-2002).

O método para a determinação da resistência a tração na compressão e

a resistência axial (NBR13279-2005).

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4 RESULTADOS

Foram coletados alguns tipos distintos de argamassas que tem sido

muito utilizada na cidade de Maceió, dentre elas foram escolhidos os três

traços no qual suas formulações pareciam ser as mais similares umas das

outras.

Os traços que foram escolhidos para a determinação da análise foram:

Traço 1:2:8, onde equivale a 1 lata de cimento, para duas latas de cal

hidratada e para 8 latas de areia.

Traço 1:8 + aditivo, onde equivale a 1 lata de cimento, para 8 latas de

areia e o acréscimo de vedalit na formulação.

Traço 1:4 + aditivo, onde equivale a 1 lata de cimento, para 4 latas de

areia e o acréscimo de vedalit na formulação.

Para a execução dos traços em menores quantidades, foi estabelecida,

a quantidade em volume de cada agregado com a utilização de uma proveta,

assim estabelecendo a quantidade exata de cada item e cada traço

determinado.

4.1 Determinação do Índice de Consistência

Cada argamassa foi elaborada seguindo todos os parâmetros redigidos

pela NBR 12376(ABNT 2002), que determina como deve ser elaborado cada

tipo de argamassa e o procedimento de ensaio especulando cada

característica distinta na sua formulação.

A Figura 4 mostra, o misturador mecânico, para a execução dos Traços

conforme a NBR 7215(1997).

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Figura 5 - Misturador mecânico para argamassas, NBR7215.

Fonte: (Acervo próprio)

Antes do enchimento dos moldes prismáticos para a determinação da

resistência a tração na flexão e a compressão axial, foi determinado o índice de

consistência de cada traço, para assim determinar a trabalhabilidade adequada

de uma argamassa de assentamento. Cada traço obteve uma trabalhabilidade

distinta, mas sempre obedecendo ao valor de consistência dito pela norma

NBR 13276-2005, equivalente a 255(±5) mm.

A Figura 5 mostra o molde tronco cônico, centralizado na mesa para o

índice de consistência.

Figura 6 - Mesa de consistência.

Fonte: (Acervo Próprio)

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A Figura 6 mostra o molde tronco cônico completamente cheio de

argamassa, já sendo realizados todos os golpes e camadas para a execução.

Figura 7 - Molde tronco cônico.

Fonte: (Acervo próprio)

A Figura 7 mostra a argamassa estabilizada após a retirada do molde

tronco cônico, sem seguida serão efetuadas 30 quedas em 30 segundos para a

determinação do índice de consistência.

Figura 8 - Argamassa estabilizada.

Fonte: (Acervo próprio)

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A Figura 8 mostra o espalhamento que a argamassa sofreu após as 30

quedas da mesa de consistência, em seguida passa-se uma régua na

argamassa, para medir em três lados, sua dimensão, sem seguida tem, o

índice de consistência da argamassa.

Figura 9 - Índice de consistência.

Fonte: (Acervo próprio)

Cada tabela indica a medição em mm que a argamassa cedeu após a

retirada do molde tronco cônico e a execução das 30 quedas em 30 segundos

de acordo c a norma, cada tabela redige sua medição em 3 lados diferentes da

argamassas, todas estabelecidas dentro dos padrões para uma argamassa de

revestimento.

Para o Traço 1:2:8, obteve-se as medições de acordo com a tabela

8,sendo frontal, lateral e diagonal com o circulado formado pela argamassa.

Tabela 8 – Medição da consistência traço 1:2:8

Medição frontal 250mm

Medição lateral 250mm

Medição diagonal 250mm Fonte: (Acervo próprio)

Sendo os 3 valores iguais, a média e o Índice de consistência desta

argamassa, foi igual a 250mm, encaixando dentro dos padrões para

argamassa de revestimento.

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Para o Traço 1:8 + adição de vedalit, obteve-se as medições de acordo

com a Tabela 9, sendo frontal, lateral e diagonal com o circulado formado pela

argamassa.

Tabela 9 – Medição da Consistência Traço 1:8

Medição frontal 250mm

Medição lateral 255mm

Medição diagonal 250mm Fonte: (Acervo próprio)

Considerando os valores encontrados, a média e o Índice de

consistência desta argamassa, foi igual a 251,6 mm encaixando dentro dos

padrões para argamassa de revestimento.

Para o Traço 1:4 + adição de vedalit, obteve-se as medições de acordo

com a Tabela 10, sendo frontal, lateral e diagonal com o circulado formado pela

argamassa.

Tabela 10 – Medição da Consistência Traço 1:4

Medição frontal 260mm

Medição lateral 260mm

Medição diagonal 260mm Fonte: (Acervo próprio)

Considerando os valores encontrados, a média e o Índice de

consistência desta argamassa, foi igual a 260mm encaixando dentro dos

padrões para argamassa de revestimento.

4.2 Determinação da Resistência da Tração na Flexão e a Compressão

Axial

Logo após a determinação do índice de consistência a argamassa foi

utilizada para o enchimento dos moldes prismáticos, de acordo com a (NBR

13279-2005), os moldes devem ser prismáticos, medindo 40x40x160(±10) mm.

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Figura 10 - Moldes confeccionados.

Fonte: (Acervo próprio)

Para a execução deste ensaio, foram confeccionados molde de Madeirit

plastificado de acordo com a Figura 8, onde esse material passa por um

processo de impermeabilização, justamente para ser usado como molde para a

concretagem de obras entre outras utilizações. Cada molde foi confeccionado

com todos os parâmetros ditos pela norma, com suas paredes removíveis para

a retirada do corpo de prova, e com todas as medições internas nos

parâmetros exigidos.

Foram elaborados três moldes, com três compartimentos cada, e após a

determinação do índice de consistências os moldes foram preenchidos, com a

argamassa recém-elaborada, para agora aguardar o tempo de cura necessário

para a determinação da resistência a compressão e tração axial de cada tipo

de traço.

Figura 11 - Moldes preenchidos com cada tipo de argamassa.

Fonte: (Acervo próprio)

Cada compartimento foi identificado com o tipo de traço a qual o

corresponde, após dois dias, serão desmoldados dos moldes e em seguida,

ficaram em repouso no tanque com água até o prazo de 28 dias para a

execução da ruptura.

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Após 28 dias de cura foi realizado o rompimento dos corpos de prova,

afim de determinar os seus níveis de resistência especificados pela

NBR13281(ABNT 2005).

As Tabelas 8 e 9 especificam as classes das argamassas de

assentamento de paredes e ao revestimento de paredes e tetos, argamassas

destinadas a esses serviços devem obedecer aos parâmetros ditos nesta

norma.

Tabela 11 – Resistência a Compressão

Classe Resistência a compressão

MPa

Método de ensaio

P1 ≤ 2,0

NBR 13279 - 2005

P2 1,5 a 3,0

P3 2,5 a 4,5

P4 4,0 a 6,5

P5 5,5 a 9,0

P6 >8,0

Fonte: (NBR 13281-2005)

Tabela 12 – Resistência a Tração na Flexão

Classe Resistência a Tração

MPa

Método de Ensaio

R1 ≤1,5

NBR 13279 - 2005

R2 1,0 a 2,0

R3 1,5 a 2,7

R4 2,0 a 3,5

R5 2,7 a 4,5

R6 >3,5

Fonte: (NBR 13281-2005)

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Para a determinação da resistência a tração na flexão foram elaborados

três roletes de aço, com 10 mm de espessura e 50 mm de comprimento, como

especificados na (NBR13279-2005). A Figura 12 ilustra os três roletes

utilizados.

Figura 12 – Roletes de aço com 10 mm.

Fonte: (Acervo próprio)

Foi executado a ruptura dos nove corpos de prova na prensa hidráulica,

sendo três corpos de prova de cada tipo de traço diferente, mesmo sendo

executado cada ensaio de acordo com os parâmetros exigidos, com a

aplicação de carga especificada, o tipo de prensa hidráulica que se fez

disponível para a realização do ensaio, não capturou nenhum dado de força,

para assim ser executado o nível de resistência a tração de cada corpo de

prova, como a prensa não capturou nenhum valor, foram realizadas as rupturas

de todos os corpos de prova, para em seguida realizar o ensaio de resistência

a compressão.

A Figura 13 e 14 ilustram os corpos de prova posicionados na prensa

hidráulica, com os roletes posicionados nas medições solicitadas, pela NBR

13279.

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Figura 13 – Corpo de prova Posicionado na Prensa Hidráulica, Traço 1:2:8. Fonte: (Acervo próprio)

Figura 14 – Corpo de prova Posicionado na Prensa Hidráulica, Traço 1:4.

Fonte: (Acervo próprio)

Após o posicionamento dos corpos de prova foi aplicada a carga pela prensa

hidráulica até a sua ruptura, onde a mesma não identificou a carga que foi

efetuada.

Devido o equipamento disponível para o ensaio possuir uma elevada

sensibilidade e a maioria das argamassas de revestimentos não conterem um

grau de resistência elevado.

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Figura 15 – Ruptura dos Corpos de Prova. Fonte: (Acervo próprio)

Após a ruptura dos corpos de prova, todos foram partidos ao meio, onde

cada metade rompida será utilizada para a determinação da resistência a

compressão.

Para a determinação da compressão axial, foi necessária a elaboração

de duas placas de aço com dimensões de 40 mm x 40 mm e com 10 mm de

espessura, usadas como suportes para concentrar a carga da prensa

diretamente nos corpos de prova.

A Figura 16 ilustra as duas placas confeccionadas, para a obtenção da

compressão.

Figura 16 – Placas de aço para a determinação da compressão axial.

Fonte: (Acervo próprio)

Com as placas de aço, as metades dos corpos são posicionadas na

prensa hidráulica, sendo com uma placa em baixo e outra em cima, ambas

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bem posicionadas e alinhadas, em seguida e aplicada a carga com a prensa

para a obtenção da força máxima aplicada.

A Figura 17 ilustra o corpo de prova posicionado com as placas na

prensa hidráulica.

Figura 17 – Corpo de Prova Posicionado para a determinação da compressão axial. Fonte: (Acervo próprio)

Após a ruptura foi obtido os valores FC EM kgf de cada corpo de prova,

como esse valor é possível à determinação da compressão axial. Os corpos de

prova 2 e 3, representando os traços 1:2:8 e 1:4 respectivamente computaram

valores pela prensa hidráulica, já o traço 1:8 não foi registrado nenhuma carga,

do mesmo jeito que ocorreu com todos na resistência a tração. Sem os valores

do traço 1:8 não foi possível identificar, qual a classe que ele se encaixa na

compressão axial. Considerando também que ele apresenta uma resistência

inferior as outras duas amostras, onde com certeza, sua classe também se

encaixaria inferior aos outros.

Após a ruptura foram registrados vários valores de FC, dentre eles foi

eito uma média dos valores encontrados, que no traço 1:2:8 corresponde a

925,15 kgf, quando transferido para Newton, corresponde a 9072,62 N.

A Figura 16 ilustra os corpos de prova após a ruptura.

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Figura 18 – Corpo de Prova após a ruptura da compressão axial.

Fonte: (Acervo próprio)

Utilizando a equação da compressão axial 𝑅𝑐 = 𝐹𝑐

1600.

No traço 1:2:8, a compressão axial será de:

𝑅𝑐 = 9072,62

1600

𝑅𝑐 = 5,67 𝑀𝑃𝑎

No traço 1:4 a média corresponde a 876,20 kgf, quando transferido para

Newton, corresponde a 8592,6 N.

Utilizando a equação da compressão axial 𝑅𝑐 = 𝐹𝑐

1600.

No traço 1:4, a compressão axial será de:

𝑅𝑐 = 9072,62

1600

𝑅𝑐 = 5,37 𝑀𝑃𝑎

No traço 1:8 não foi possível registrar valores devido ao tipo de prensa

hidráulica disponível no ensaio não registrar os dados da ruptura. Mesmo sem

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executar o ensaio é possível concluir que sua resistência a compressão é

inferior aos demais traços, portando um tipo de traço pouco aconselhável a ser

utilizado.

Considerando os resultados de compressão das duas argamassas que

foram realizados, a argamassa do traço 1:2:8 utilizado para revestimento de

paredes e tetos se encaixa na classe P5 da tabela, onde o indica como uma

boa taxa de compressão garantindo sua estabilidade.

O traço 1:4 também obteve uma boa média final o encaixando como

classe P4, onde também é um valor aceitável de qualidade.

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5 CONCLUSÃO

Foram verificadas como vem sendo trabalhadas as argamassas para

revestimento e assentamento de paredes e tetos na cidade de Maceió, a fim de

ter uma análise concreta sobre a qualidade de alguns traços executados,

dentre os coletados, três amostras foram selecionadas para a execução do

ensaio, dentre eles duas obtiveram uma boa taxa de compressão, no entanto

uma delas não apresentou uma boa resistência após a cura, apesar da prensa

hidráulica utilizada, não ter registrado nenhum dado de carga, já se tem uma

noção de que esse traço não estaria dentro das conformidades requisitadas

pela norma.

Mesmo buscando e adquirindo todos os itens para a plena realização

dos ensaios seguindo as normas mais atualizadas, não foi possível ter a plena

certeza, de que a amostra de traço 1:8 + vedalit, estaria ou não dentro das e

conformidades. Devido a o seu grau de resistência ser visivelmente inferior aos

das outras duas amostras. Apresentando uma porosidade muito elevada, ou

seja após a execução do ensaio no traço 1:8 a prensa não detectou carga nem

no ensaio de tração na flexão e nem no ensaio de compressão axial, então

devido a não conter os resultados o concluímos que o traço 1:8 não estava

dentro das conformidades, diferentemente das outras duas amostras.

Entretanto as outras duas amostras, sendo de traço 1:2:8, onde

conseguiu uma classe P5, uma boa qualificação dentre os parâmetros exigidos,

e a argamassa 1:4 + vedalit, conquistou a classe P4, onde aparenta uma

menor resistência, mas que também está dentro dos níveis exigidos pela

norma.

Entre os ensaios que foram realizados com sucesso, pode-se concluir

que duas das três argamassas usadas para os testes, podem ser utilizadas na

construção civil, respeitando os parâmetros redigidos pela norma da ABNT

NBR 13281(2005), que apresenta todos os requisitos para uma argamassa de

qualidade.

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REFERÊNCIAS

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ALVES, José Dáfico. Materiais de Construção. 8ª Ed. Goiânia: UFG, 2006.

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50

BASTOS,Pedro K.X.; COUTO,Mariana L. Influencia de condições de produção de argamassa em obra na classificação segundo NBR13281. 2009. 11f.Disponível em: http://www.ufjf.br/pares/files/2009/09/ARTIGO-VII-SBTA-BASTOS-Pedro1.pdf. Acesso em 25/10/2016.

BAUER, L.A. Falcão. Materiais de Construção. 5ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

CARASEK, Helena. Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. São Paulo, IBRACON, 2007. Carvalho Júnior, A. N. Avaliação da aderência dos revestimentos argamassados: uma contribuição à identificação do sistema de aderência mecânico. 2005. 331 f. Tese de Doutorado apresentado ao curso de Pósgraduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas - Universidade Federal de 50 Minas Gerais, Minas Gerais, 2005. FIORITO, Antônio J. S. I. Manual de Argamassas e Revestimentos. 1ª Ed. São Paulo, PINI, 2003.

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