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1 REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA - N 0 44 NUM SÁBADO ENSOLARADO, MAIS DE 9 MIL PESSOAS COMPARECERAM À FESTA JUNINA DO SANTA MARIA E SE ENCANTARAM COM AS APRESENTAÇÕES DOS ALUNOS UM DIA PERFEITO

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REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA - N0 44

NUM SÁBADO ENSOLARADO, MAIS DE 9 MIL PESSOAS COMPARECERAM À FESTA JUNINA DO SANTA MARIA E SE ENCANTARAM COM AS APRESENTAÇÕES DOS ALUNOS

UM DIA PERFEITO

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U ma das coisas que mais chamaram atenção na nossa Festa Juni-na foram as cores vivas e harmoniosas em movimento, tomando

formas e texturas bem diferentes umas das outras. É a variedade que alimenta os nossos sentidos e espíritos, por isso agradecemos a Deus também por nos ter feito tão diferentes uns dos outros. A natureza, como estamos descobrindo cada vez mais, está formada também por uma infi nidade de partículas – cada uma com sua forma única e tudo relacionado entre si. Não há seres vivos, objetos, culturas, eventos ou histórias desconectadas. Nosso desafi o é perceber a nossa inter-dependência e aprimorar as condições de vida sem destruir o fi no equilíbrio planetário.

Esta edição da nossa revista tem partes e páginas com suas particu-laridades. O que as tece e lhes dá harmonia é a interação intencional dos alunos nessas realidades. Tudo é conhecido, desconstruído, ques-tionado e reorganizado diante de cada novo desafi o.

A Matemática é construída usando o jogo, com a experiência e a problemática de outras culturas, explorando as propriedades de círcu-los e formas artisticamente e como elementos de desenhos criativos.

O texto lido e escrito é ampliado com os repertórios da música, da tecnologia e com as vivências de cada família, por meio do uso dos blogs. Quantas representações culturais nos enriquecem, cada uma com as suas “verdades” e, cada vez mais, desafi adas pela necessidade de interagir e integrar o “outro”, ora por causa de imigrações, ora porque descobrem problemas que ocorrem devido à falta de cuidado – com a água, com as plantações, com as pessoas!

Convidamos as famílias que participam da vida escolar dos fi lhos – dentro e fora do Colégio – a degustar com prazer esta edição da Caleidoscópio, porque vocês participam do colorido do nosso mundo.

CORES VIVAS

Irmã Diane Clay CundiffDiretora-geral do Colégio

Santa Maria

MENSAGEM

O QUE NÃO TEM PREÇO“Hoje fui comprar o convite da Festa Junina. Convite na portaria, R$ 18; antecipado, R$ 10. Passear pelo Colégio onde passei mais da metade da minha vida: não tem preço. Olhar para o teatro novo e lembrar dele sendo construído: não tem preço. Entrar no teatro e lembrar da coxia: não tem preço. Olhar para sala de iluminação e lembrar como havia botão naqui-lo: não tem preço. Lembrar quan-tas vezes eu subi para bater papo em cima da rede de basquete: não tem preço. Ir até o pátio, lembrar quantas calças eu rasguei no joe-lho por sair derrapando naquele piso de quadradinhos, lembrar dos lanches que estendíamos no chão com uma toalhinha, lem-brar das vezes que fui à Capela: não tem preço. Passear pelo pátio do Colegial e lembrar dele sendo construído, lembrar quantas vezes sentei naquelas pseudojanelas para relaxar (minha vida era muito es-tressante...): não tem preço. Ver a criançada levantando cavalete e lembrar da briga que era para po-der fazer isso, ver eles cortando a calça para fi car na moda, a felicida-de estampada no rosto, conversan-do no Redondo: não tem preço. O morro, o Prisma, a casa das freiras; quanta lama para descer aquele morro num pedaço de papelão...

Ah, sei lá, cada canto, cada pe-dacinho, nem sei como descrever. Cada amigo, cada festa, o troco da amizade... Eu fi caria aqui uma se-mana... É minha vida!”

Maria Manuela de Matos Faria Sarmento, ex-aluna, turma de 2001

CARTAS

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MISSA DAS MÃES“Parabéns pela Missa das Mães – ‘Mães que acolhem e cuidam da vida’. Não há como deixar de elogiar. Quando penso que já as-sisti à missa mais linda da minha vida, vocês conseguem se superar! E olha que eu já assisti a inúme-ras missas das crianças nestes dez anos de Colégio! Quanta emoção! Foi maravilhosa! A celebração es-tava linda e emocionante, sempre abordando sentimentos tão im-portantes e profundos. Os nossos pequeninos estavam uma graça, como sempre, envolvidos e muito bem preparados por vocês. Para-béns, professoras, pela preparação das crianças (eu imagino o traba-lho e a energia aplicada) e a toda a equipe que nos proporcionou esse belo resultado.

A escolha das músicas foi mui-to feliz, tornou a celebração muito alegre e trouxe muita emoção (e muitas lágrimas, claro). O telão com a projeção das fotos foi uma novidade que agradou tanto às mamães como às crianças. Esta-va uma graça: eles nomeavam cada crian ça que surgia no telão e vi-bravam quando se viam com suas mamães! A entrada das crianças e das mamães em procissão, tudo muito lindo. O trabalho tão signi-fi cativo com a creche Abrigo So-lar da Alegria, que tem envolvido as crianças de uma forma muito importante para todos, também acrescentou valor ao conjunto.

Nunca vi a Isabela tão ansio-sa para a chegada de um evento como o dessa missa das mães. Ela contava cada dia nos dedinhos da

mão. Na sexta-feira, ela pulava de alegria, dizendo: “Oba! Já é ama-nhã, mamãe, a missa das mães”. Cantava as músicas desde quando começaram os ensaios e conti-nuou cantando nesse fi m de se-mana. O lindo cartão e o presente foram uma graça, muito criativos. Eles fi cam tão felizes, orgulhosos e satisfeitos com suas produções! Ela já colocou meus colares e minhas pulseiras no porta-jóias e quis le-var tudo para a casa da vovó para mostrar, toda orgulhosa, tudo o que tinha feito para a mamãe.

É muito legal ver como eles guardam os segredinhos para nos fazer surpresa. As coisas feitas por eles são as mais valiosas que podem existir, além deles próprios, claro! Para mim, ser mãe é uma bênção divina e única. Feliz de quem rece-beu esse presente precioso.”

Maria Helena Santuche, mãe de Isabela, do Pré E

SAUDADE DOS COLEGAS“Ah, o Santa Maria... Que sau-dade! Tenho ótimas recordações, afi nal estudei aí por 12 anos, des-de o Jardim até a 4a serie do giná-sio (hoje 8o ano). O Colégio estava começando no Brasil, e as sisters nem sequer falavam português! Eu, com 5 anos, aprendi Inglês para nunca mais esquecer. Vivi aí a melhor época da minha vida. Fiz amigas para sempre, aprendi lições para a vida toda. Mas a gente se-gue rumos diferentes e perde os amigos pelo caminho. Casei-me na Capela do Colégio, em 1972, e nunca mais voltei. Não por não querer, mas a correria da vida me

impediu de voltar. Lamento não ter sabido da festa de aniversário do Colégio – quem sabe poderia ter reencontrado antigos colegas. Saí em 1963, portanto tenho qua-se a idade do Colégio. Se alguém da minha época ler este depoi-mento e quiser me contatar, eu fi caria muito contente.”

Maria Virginia de Oliveira (Vick), ex-aluna

FESTA JUNINA“Gostaria de parabenizar a Direto-ria, professores e colaboradores pela bonita e organizada Festa Junina. São eventos assim que engrande-cem cada vez mais o grande nome deste Colégio. Como sou gaúcho, e meu neto participou da apresenta-ção, fi quei emocionado.”

Paulo Roberto Santos Agrelo

Equipe de redaçãoIrmã Diane Clay Cundiff Irmã Anne V. Horner Hoe

Ana Cristina Proietti Imura Maria Lúcia Sanches Callegari Maria Soledad Más Gandini

Paula BacchiSonia Regina Yamadera

COLÉGIO SANTA MARIAAv. Sargento Geraldo Santana, 890/901

Jardim Marajoara, São Paulo, SP Telefone (11) 2198-0600www.colsantamaria.com.br

[email protected]ção editorial

Editor: Ricardo Marques da Silva Editora de arte: Maila Blöss

Fotos: Éric B., Sister Diane e acervo do Santa Maria

Impressão: CompanyGraf Foto da capa: Éric B.

Revista bimestral do Colégio Santa Maria

No 44 – Jun./jul. de 2008

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ARTIGO

U m projeto de Educação Infantil pensado com intencionalidade é construído fundamentado nos processos de desenvolvimento humano; a

criança que participa vive um dos momentos mais relevantes na caminhada do seu aprender. O huma-no, criança ou adulto, é um ser de múltiplas relações e necessita se relacionar com o outro, com os obje-tos de conhecimento, com o tempo, com o espaço, com o seu contexto e com outras culturas. A criança aprende a ler o mundo vendo, ouvindo, tocando, cheirando, saboreando, estabelecendo relações.

Pesquisas demonstram que as crianças que viven-ciam a Educação Infantil apresentam melhor desen-volvimento em várias áreas do conhecimento. Não é um espaço para preparar para o amanhã, para as séries iniciais – conceito erroneamente difundido no passado –, mas para estruturar o pensamento e possibilitar melhor desempenho na vida toda, assim como na construção da identidade. Durante mui-to tempo, procurava-se preparar a criança para o depois – a formação para um futuro feliz. Hoje, a preocupação é a criança feliz aqui e agora, a infância como construção social.

A Educação Infantil, situada histórica e cultu-ralmente, trabalha as competências simbólicas da criança, as representações mentais e as descobertas

EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ESPAÇO DE CONQUISTA PARA A CRIANÇA

sensoriais; é o espaço onde o brincar e o lúdico têm seu lugar na vida infantil. Neste momento em que se vivem formas diferenciadas de organização fami-liar (presença maior da mulher no mercado de tra-balho, separação de pais, avós assumindo o cuidado das crianças, lares monoparentais, falta de tempo dos pais para estar com as crianças), transferem-se a vida e a formação da criança para a escola de Educa-ção Infantil. Assim, cabe à escola retomar o tempo e o espaço da criança, não como miniatura de adulto, mas estimulando e revelando a autoria da criança.

A Educação Infantil é reconhecida hoje como mo-mento decisivo do desenvolvimento. Para que tenha sucesso, são essenciais a parceria escola-família, a confi ança, a cumplicidade e a complemen tariedade. A escola deve trazer a família para vivenciar a evolu-ção da criança, conhecer o real olhar que se deve ter para a infância, aprender a escutá-la, conhecer suas necessidades, desejos, sonhos, medos...

Pais e professores: a escola é um espaço de orga-nização do tempo da infância, e o cuidar e o educar são indissociáveis. O educador é um mediador do processo de aprendizagem, e a família, sua parcei-ra. A Educação Infantil é um espaço de partilha, de brincar, investigar, instigar a curiosidade, valorizar atitudes, apropriar-se de linguagens. Agindo com intencionalidade, com respeito às diferenças, à di-versidade, visando à solidariedade e ao bem comum, o resultado serão cidadãos comprometidos com a vida, com a ética e com os valores humanistas.

Como co-produtora de cultura, a criança pode contribuir signifi cativamente para fazer os adultos se questionarem sobre os projetos de vida para os fi lhos e para si mesmos. Não transformem seu fi lho ou aluno em adulto antes que ele seja criança.

Professora Emilia Cipriano Sanches, doutora em Educação, mestre em Psicologia da Educação, pesquisadora e escritora

Para a criança viver o tempo da infância, é necessário que o adulto não queira transformá-la em adolescente e adulto antes de ser criança

A professora Emilia e sua fi lha Amanda Cipriano de Castro

Sanches, aluna do 7o ano do Santa Maria

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EDUCAÇÃO INFANTIL

Q ue papel o jogo ocupou em sua infância? Quando éramos pequenos, tínhamos o cos-tume de nos reunir com familiares ou amigos

e jogar por horas a fi o. Não que isso não aconteça mais, mas a diferença é que hoje, na maioria dos casos, as crianças fi cam diante das máquinas, e não reunidas com pessoas. Com isso, a escola acaba se tornando o lugar em que se joga em grupo – ou, pelo menos, acreditamos que deveria ser assim.

Jogar é uma atividade muito prazerosa, além de apresentar um aspecto social muito importante, pois favorece as relações e permite lidar com situa-ções inusitadas, com perdas e ganhos e a necessida-de de se estabelecerem estratégias e seguir critérios e regras. “As emoções do jogo geram necessidades de ordem afetiva, e é a afetividade a mola das ações. Ela mobiliza o indivíduo em uma determinada dire-ção com o objetivo de obter prazer. A ação humana é sempre fruto de uma motivação que organiza as forças do indivíduo em direção a um determinado fi m.” (Gilda Rizzo)

No Santa Maria, os jogos ocupam um lugar fun-damental em nossos planejamentos; são escolhidos e preparados com cuidado, para ajudar a criança a adquirir importantes conceitos matemáticos. O jogo motiva, por isso é um instrumento muito poderoso no estímulo à construção de esquemas de raciocí-nio, ativando-os. O desafi o que proporciona mobi-liza a busca de soluções ou de formas de adaptação a situações problemáticas.

O JOGO:

Há vários tipos de jogo, mas vamos nos ater àque-les específi cos para o desenvolvimento das habilidades matemáticas. Para destacar a importância deles, nada melhor do que exemplifi car com um dos jogos que trabalhamos no Pré, o “prato cheio”. Cada criança re-cebe uma determinada quantidade de fi chas. Jogando o dado, coloca a quantidade indicada no prato (que é coletivo). Ganha quem primeiro terminar suas fi chas – ou seja, “encher o prato”.

Podemos incluir até variações sugeridas pelas próprias crianças, adaptando as regras do jogo. Por exemplo, o prato vazio. Inicia-se o jogo com todas as fi chas no prato, e elas são retiradas conforme o nú-mero obtido nos dados. Ganha quem, ao se esvaziar o prato coletivo, tiver a maior quantidade de fi chas em seu poder. Com esse jogo simples, trabalhamos as noções de quantidade e o reconhecimento numé-rico, a relação e a comparação entre quantidades, além do cumprimento de regras, a maneira de lidar adequadamente com a emoção de perder ou ganhar e questões como honestidade e respeito ao outro.

Jogar, seja com o objetivo específi co de desen-volver alguma habilidade, seja simplesmente pelo prazer de partilhar uma vivência lúdica, sempre nos atrai e agrada, pois desafi a nossas capacidades e mo-biliza estruturas cognitivas fundamentais.

Que tal criar um espaço de jogos em casa, aprovei-tando o tempo com os fi lhos nos fi ns de semana?

Rosana Mendes Pereira e Patrícia G. de Sá Kraft Souza, professoras do Pré

MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Q uímica para crianças de 5 anos? Esse questio-namento pode ser feito por quem lê o título deste artigo. É possível, sim. Noções dessa

área tornam-se próximas dos alunos quando partem de um projeto que eles vivenciam, como formar uma horta dentro do Colégio.

Antes da plantação, muitas questões são levanta-das em sala de aula. O que é uma horta? Em qual espaço poderemos criá-la? Em qualquer solo brotará o que plantarmos? O que é solo? Será que os so-los são iguais em todos os locais disponíveis para a plantação? O estudo do meio se torna, então, uma ferramenta muito importante para que a criança de-senvolva o olhar investigativo na busca de respostas para as dúvidas apresentadas. Divididas em grupos, fazem a coleta dos diferentes tipos de solo existentes nos espaços dos parques, da mata, da composteira e da própria horta cultivada no ano anterior.

Já na coleta, valem-se dos sentidos para perceber as características dos solos, fazendo comparações quanto à aspereza da terra, à cor, à textura, a elemen-tos como folhas e gravetos, às pedrinhas no terreno arenoso do parque. Recolhidas as amostras, iniciam,

1O ANO

PROJETO HORTA: NOÇÕES DE QUÍMICA AO ALCANCE DO 1O ANO

com a orientação das professoras, experimentos em sala de aula, para perceber a permeabilidade da água nos vários tipos de solo. Garrafas plásticas são utili-zadas como depósitos e funis.

As reações dos solos, ao serem misturados com água, são observadas com atenção pelos curiosos “agrônomos”, que vão tecendo comentários sobre solubilidade. “O solo do parque virou lama!” “Será que as plantas vão crescer na lama?” “Os pauzinhos e as folhas do solo da composteira estão fl utuando! Eles vão atrapalhar as plantas.” “Olha como a areia do parque de baixo fi ca diferente com a água!”

Misturando o solo e a água com as próprias mãos, percebem qual é mais ou menos solúvel, qual pig-menta com mais intensidade. Para observar a permea-bilidade, amostras de solo são colocadas nos funis e as crianças adicionam água. Alguns solos absorvem a água com mais rapidez; outros, com menos, e ou-tros fi cam no nível intermediário – o que abre a pos-sibilidade de novas discussões e hipóteses. Podemos plantar num solo em que a água é absorvida rapida-mente? Como a planta irá captar essa água? Por fi m, sementes são plantadas nas diferentes amostras, para que observem seu desenvolvimento, relacionando-o com as características de cada solo.

Depois de tudo isso, chamamos um especialista para partilhar as hipóteses: nosso jardineiro Juran-dir. As crianças aprendem como deve ser um bom solo para plantio, com todas as combinações que devem ser feitas, e, fi nalmente, é hora de demarcar o terreno. Medidas convencionais e não-convencio-nais de comprimento e divisão nas salas do 1o ano? Sim! Mas essa é outra história a ser contada numa das próximas reportagens.

Edith Sonagere Nakao e Cássia Aparecida José Oliveira, professoras do 1o ano do Ensino Fundamental

NOÇÕES DE QUÍMICA AO ALCANCE DO 1

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CHEGANDO NO SANTA: SILVIA POLICARPO

S ilvia Regina Perez Policarpo, ex-aluna, turma de 1977, fez questão de matricular sua fi lha, Gabriela, 6 anos, na mesma escola em que

passou a infância e a juventude. Silvia fez Direito na USP e especializou-se na área tributária. Atual-mente, dedica-se ao trabalho voluntário no Centro Santa Marta, projeto social das Irmãs da Santa Cruz para mães carentes, onde é responsável pelas aulas de Gramática, dicas de etiqueta e comportamento e pela área jurídica. A seguir, ela compara o Santa Maria de sua época com o de hoje.

“O Santa Maria era muito diferente. Entrávamos às 7h30 e saíamos às 17h, permanecendo prati-camente o dia inteiro na escola. O Colégio era só feminino, e as irmãs da Congregação tinham uma participação muito maior do que hoje. Cheguei a ter aulas de Inglês com Sister Charlita, no Jardim. O Colégio era menor, e convivíamos com meninas de diferentes séries. Virava tudo uma grande família. O esporte era importante, por isso entrei para o time de vôlei. Ganhamos muitas taças para a escola, pois, modéstia a parte, éramos muito boas!

Havia o rigor típico de um colégio religioso, mas, por onde íamos com a escola – viagens, passeios –, éramos vistas como “as noviças rebeldes”. Certa-mente demos trabalho para as Irmãs, mas éramos também mais ingênuas e infantis do que as crianças de hoje. Claro que tudo mudou e tinha de mudar. Mas o Colégio não perdeu sua essência, que é a preo-cupação em formar pessoas dignas. Creio que o de-

TUDO MUDOU, MAS NÃO A ESSÊNCIA

NOVATAS, MAS JÁ EM CASA Thaís Souza Cavalheiro, do 9o ano C; Analy da Silva Barbosa Cintra de Souza e Tamiris Abait Miranda, do 1o ano, são recém-chegadas ao Santa Maria, mas parece que sempre fi zeram parte do Colégio. Foram acolhidas com carinho por seus colegas e hoje se sentem perfeita-mente integradas.

Thaís conta: “Morava em Brasília e, por uma indica-ção, acabamos conhecendo o Santa Maria. No primeiro dia de aula, estava muito nervosa, achei que não iria conseguir me encaixar. Porém, foi bem diferente. Logo fui acolhida por ‘anjos’ que me ensinaram o sistema da escola. O trabalho voluntário foi uma novidade muito boa. Os professores também foram importantes. Apesar de ainda sentir muita saudade da turma de Brasília, hoje sei que faço parte do 9o ano do Santa Maria”.

Tamiris relata: “Mudar de escola é como entrar em uma nova fase da vida, e no Santa eu senti que entrei para uma fase ainda melhor. Nós somos sempre cobra-dos para nos tornarmos alguém com atitude e que saia do senso comum, para o aprofundamento de cada as-sunto e para fazer a diferença”.

Analy afi rma: “O Santa Maria tem sido uma experi-ência incrível, pois entrei em contato com um novo proje-to de comprometimento e exigência, com uma preocupa-ção grande em formar cidadãos conscientes. As dinâmi-cas de aula e o modo como os assuntos são abordados e trabalhados, os eventos promovidos pelo Colégio e até a forma como fui recebida na Escola têm colaborado para o meu envolvimento nos estudos”.

safi o é maior, pois as crianças de hoje são mais esper-tas, amadurecem mais cedo e têm mais informação. Minha fi lha cursa o 1o ano do Ensino Fundamental e está adorando a escola, o movimento, o espaço, a dinâmica das aulas. Ela fi ca fascinada com o tama-nho do Colégio, as áreas verdes. Tenho certeza de que fi zemos uma boa escolha, pois lhe será dada a chance de adquirir o conhecimento pessoal para ser uma boa pessoa e uma profi ssional ética.”

Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

A partir da esquerda, Thaís, Tamiris e Analy;no alto, Silvia Regina e sua fi lha Gabriela, aluna do 1o ano do Ensino Fundamental

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EX-ALUNOS

TEMPO QUE FICA NA MEMÓRIAM

uitas histórias, saudade, abraços, emoção: foi assim o encontro de diferentes gerações de ex-alunos e professores do Santa Maria,

em 10 de maio, no Colégio. A festa começou com um churrasco de confraternização, ao som do grupo de violão do professor Alessandro, do Extra-curricular. Como sempre, prevaleceram as deliciosas lembranças dos inesquecíveis momentos vividos no Colégio e a alegria de reencontrar velhos amigos.

Depois, todos se reuniram no Auditório Sister Charlita para assistir à apresentação do Coral Com-passo 22, da APM, que recebeu os ex-alunos com a música Estão Voltando as Flores. Em seguida, apre-sentaram-se o Grupo de Street Dance, composto pelas alunas do Extracurricular; o Grupo de Dança Cris Bastos, formado por mães da escola; a dupla de ex-alunos Natália Spadini e Bruno Rangel, da turma de 2007, e o Grupo Projeto Sol, com as crianças do Projeto Social da Irmã Angela.

Os ex-alunos não perderam a oportunidade de rever alguns espaços do Santa, tão diferentes de sua época, e fi caram maravilhados com as mudanças ocorridas na escola onde viveram momentos tão sig-nifi cativos, que hoje se refl etem na vida e na carreira de cada um deles.

Pouco mais de um mês depois, cerca de 200 ex-alunos de diversas turmas e gerações participaram da Festa Junina do Santa Maria. Alegres e animados, dançaram quadrilha, divertiram-se muito e relem-braram os bons tempos do Colégio.

Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

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PERFIL DO FUNCIONÁRIO

T iyomi Misawa, Elias Esaú, Sonia Maria Bohn Ferreira e Maria Dulce dos Santos Pereira são os funcionários mais antigos do Colégio, com

mais de 30 anos de casa e muita dedicação e amor à profi ssão. Com inúmeras histórias para contar, eles resumem, a seguir, a maneira com assistiram às mu-danças ocorridas no Santa em três décadas.

Tiyomi, orientadora do 4o ano, chegou ao Colé-gio há 35 anos e diz: “A escola cresceu com a cons-trução do prédio do Ensino Médio, do auditório, do refeitório, do ginásio de Esportes, da Biblioteca, do Prédio Santa Teresinha e dos quiosques e com a aquisição do Prédio São José e a canalização do cór-rego. O ensino acompanhou essas ampliações: bus-cou-se sempre uma educação de ponta, com sólida formação do corpo docente e administrativo, a fi m de preparar o aluno para o exercício da cidadania e formar jovens capazes de propor soluções para o bem coletivo. O reconhecimento da qualidade de ensino refl ete-se no aumento do número de alunos e nas diferentes gerações de famílias que freqüentam a escola. Apesar do crescimento, a direção manteve sempre o legado de seu fundador, Padre Moreau: ‘A mente não pode ser cultivada às custas do coração’”.

O professor Elias Esaú, diretor do Supletivo, tem o mesmo tempo de casa de Tiyomi: “Ao analisar es-ses 35 anos de Santa Maria, verifi quei que o tempo passou rápido demais. A razão fundamental é que o nosso trabalho foi marcado por valores éticos que nos foram transmitidos quando o Colégio fi cava ao lado de muito verde nas terras adjacentes, com pou-cos alunos, prédios e funcionários. As Irmãs da San-ta Cruz propunham uma educação humanista cristã que levasse o jovem a conhecer e ser, a compreender a realidade e nela atuar, visando à promoção social e os valores humanos. Esses valores vivenciaram as contradições e tensões do mundo contemporâneo, mas permaneceram, particularmente no Supletivo, criado em 1975 para atender trabalhadores adultos com difi culdades para voltar aos estudos. No fi m dos

PRATAS DA CASA

anos 90, a crise econômica se aprofundou e, nesse momento, as Irmãs reafi rmaram a proposta da Or-dem, ampliando as bolsas, que se tornaram totais para quem não tinha condições de pagar. Meus 35 anos de Santa Maria se fundem às crenças, valores e esperanças da escola. Por isso foram tão breves”.

Sonia Maria, responsável pelo Departamento de Pessoal, tem 30 anos de casa e conta: “O Colégio cresceu em número de alunos, em projetos, nos es-paços físicos, em gente. Está mais bonito, com fon-tes e jardins. Em todos esses anos, não passou um dia em que deixasse de admirar o verde, as fl ores, os alunos alegres no seu vaivém e os amigos mara-vilhosos que conquistei. Parte da minha vida está no Santa, minhas alegrias, minhas tristezas, minhas conquistas profi ssionais, o orgulho de poder partici-par desse sonho de justiça, de cidadania, de honesti-dade. O Colégio sempre foi meu porto seguro, onde pude crescer como pessoa e como profi ssional”.

Maria Dulce, coordenadora de Apoio Adminis-trativo, é funcionária há 30 anos: “A escola passou por muitos momentos especiais. Tenho lembranças maravilhosas e presenciei muitas histórias emo-cionantes, como a construção de novos prédios, a ampliação das áreas verdes, as festas, o surgimento dos cursos Extracurriculares. Aprendi muitas coisas e passei por mudanças que me fi zeram crescer como pessoa. Desafi os não faltam para quem quer crescer. É impossível falar de minha historia no Colégio sem mencionar o meu carinho pelas Irmãs, que confi a-ram em mim e no meu trabalho, e nos amigos que conquistei e que hoje fazem parte da minha vida”.

Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

A partir da esquerda, Elias Esaú, Tiyomi, Sonia Maria e Maria Dulce

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2O ANO

B log é uma abreviação de web log. Trata-se de um diário virtual, uma página na internet atua-lizada freqüentemente e composta de peque-

nos parágrafos apresentados de forma cronológica. É como uma página de notícias ou um jornal que segue uma linha de tempo: um fato após o outro.

O conteúdo e o tema abrangem uma infi nidade de assuntos, que vão desde registros pessoais até pia-das, links, notícias, poesias, idéias, fotografi as – en-fi m, tudo o que a imaginação do autor permitir.

Atualmente, é cada vez mais freqüente a utiliza-ção de blogs, um canal de relacionamento que chega

BLOG EDUCATIVO: UMA FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

às escolas como mais uma ferramenta para a produ-ção e a divulgação de conhecimentos.

Atualizar um blog é como mandar uma mensa-gem instantânea em rede: você escreve e todos os que o visitam têm acesso. Na escola, é mais uma possibilidade de comunicação com o mundo, enri-quecendo novas aprendizagens. Pode-se tornar um excelente meio para praticar a leitura e a produção de textos, a refl exão, o espírito de equipe, o senso de responsabilidade e, também, uma oportunidade de ampliar conteúdos já estudados em sala de aula.

Por meio do blog do 2o ano do Ensino Fundamen-tal, os alunos do Santa Maria são estimulados a rever alguns momentos de sala de aula e a ler e escrever comentários, sempre com a mediação do professor.

Em educação, os blogs podem ser usados para:• apresentação de projetos ou trabalhos dos alunos;• divulgação das atividades da escola;• apoio a um componente curricular;• apresentação das etapas de um projeto;• divulgação de eventos. Ao ver seus trabalhos, registros e fotos no blog,

os alunos se sentem valorizados e se preocupam mais com a coerência de idéias, a ortografi a e a gramática. A cada postagem, todos discutem o retorno dos lei-tores. As crianças se envolvem e acabam envolvendo as famílias, que conseguem perceber os conteúdos trabalhados na série. Mais do que uma simples pu-blicação na internet, o blog serve de estímulo para a prática social da leitura e da escrita dos alunos.

Conheça o blog do 2o ano (Crianças que aprendem) no site www.colsantamaria.com.br, no link “Educa-cional Online”. Visite também os blogs do 5o ano nestes endereços: www.elimadechris.blogspot.com (manhã) e www.quintoanotarde.blogspot.com.

Lara Pecora Polazzo e Rosilene Moutinho Arriola, professoras do 2o ano do Ensino Fundamental

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EXTRACURRICULAR

T odos os anos, o Departamento de Cursos Ex-tracurriculares oferece aos pais dos alunos aulas abertas no fi m do primeiro semestre, para que

conheçam as atividades programadas para cada cur-so. As aulas abertas são uma forma de integração das famílias com os cursos escolhidos pelos fi lhos. Em 26 de maio foi a vez das turmas de Ginástica Rítmi-ca e Artística das professoras Karina e Tatiana, em homenagem ao Dia das Mães, em que estavam pre-sentes cerca de 40 crianças e seus familiares – mais de 120 pessoas. Ambas as modalidades desenvolvem um trabalho harmonioso de movimentos e propor-cionam a participação em festivais ou competições.

Experiências como essas são importantes para o desenvolvimento dos alunos, como explica Victó-ria Mazzone de Castro, do 4o ano: “Quanto mais apresentações fi zermos, mais estaremos preparadas e com menos medo. Adorei todas as apresentações”.

Como todos os esportes, a ginástica requer dedi-cação, força de vontade e tempo para desenvolver a

UMA AULA MUITO ESPECIALtécnica. Por esse motivo, a apresentação levou cerca de dois meses de preparação. Alunos e alunas trei-naram uma coreografi a de 20 minutos. Ana Clara Moretto Santoro, do 2o ano, comenta: “Foi minha primeira apresentação. Achava que seria difícil e que eu fi caria nervosa, mas foi tranqüilo”.

A idéia de unir as turmas para uma única apre-sentação já se tornou tradição. Julia Queiroga de Aquino, do 3o ano, diz gostar dessa prática: “Acho importante me apresentar com outras turmas, por-que assim compartilhamos o que aprendemos”.

Julia Montenegro Medeiros, do 5o ano, comenta: “Percebi que melhorei muito, mas sei que em alguns exercícios ainda preciso melhorar mais. Achei inte-ressante também a nossa apresentação ser em home-nagem às mães, pois elas merecem”.

Toda essa dedicação resultou em um evento emo-cionante, que provou a seriedade do trabalho dos cursos extracurriculares. Parabéns a todos.

Karina Barquetta de Araujo, professsora de ginástica

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FESTA JUNINA

T odos, sem exceção, tiveram seu momento de brilho na Festa Junina de 14 de junho. Come-çou com a encantadora espontaneidade das

crianças da Educação Infantil, numa manhã de céu azul, e só terminou depois das apresentação dos irre-verentes jovens do Ensino Médio e dos cerca de 200 ex-alunos de várias idades, à noitinha – e entre esses horários transcorreu um dia inteiro em que ninguém deixou de esbanjar criatividade, alegria, confraterni-zação, espírito de fraternidade e comprometimen-to com as manifestações culturais que moldaram o Brasil e com os acontecimentos da atualidade.

Como sempre, foi um evento impecável, à al-tura da comunidade do Santa Maria, com recorde de público: cerca de 9 mil convidados assistiram ao espetáculo de dança e cultura apresentado por mais de 2.500 alunos. Na cerimônia de abertura – que teve direito a sanfoneiro e show do grupo Palhaços Graças a Deus, em fantasias de animais –, Sister Anne Horner Hoe deu as boas-vindas aos convida-

dos: “Este é um dia de agradecer a Deus pelo sol, pela vida e pela presença de todos vocês, alunos, pais, professores, funcionários, amigos e colabora-dores, que tornam possível a realização do projeto do Santa Maria. Vamos celebrar também os 60 anos de existência do Colégio e aprofundar nossas raízes e nossos compromissos”, disse Sister Anne.

Os temas das séries enfatizaram tradições brasilei-ras, como os próprios festejos de junho, cuja origem foi destacada pela Educação Infantil. Em torno de nove bonecos gigantes, as crianças formaram rodas e realizaram um autêntico baile caipira. Roupas colo-ridíssimas e barcos estilizados embelezaram a apre-sentação do 1o ano, inspirada no carimbó, um ritmo indígena muito popular no Pará.

O frevo pernambucano marcou os passos dos alunos do 2o ano, enquanto as classes do 3o ano homenagearam os 100 anos da imigração japone-sa, com um show de bom gosto nas caracterizações. O 4o ano escolheu como tema algumas das danças

Todos, sem exceção, tiveram seu momento de dos: “Este é um dia de agradecer a Deus pelo sol,

OLHA QUE ISSO AQUI TÁ BOM DEMAIS!

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OLHA QUE ISSO AQUI TÁ BOM DEMAIS!típicas do Nordeste, com destaque para o cacuriá do Maranhão e a batida do coco. O 5o ano abordou as tradições gaúchas e, na dança do 6o ano, a inspiração foi a Olimpíada de Pequim, com referências ao país sede e ao esporte.

Os alunos do 7o ano homenagearam Minas Ge-rais, com destaque para sua rica história, seus artistas e os ritmos que se originaram no período da escravi-dão. A infl uência dos povos africanos, especialmen-te na música, também foi lembrada na apresentação do 8o ano. O 9o ano abordou a mistura das culturas que infl uenciaram a formação do estado de São Pau-lo, com toda a sua diversidade.

O Ensino Médio promoveu um inusitado casa-mento na roça, em que predominaram o bom-hu-mor e a descontração, preparando o clima para a quadrilha dos ex-alunos, que tradicionalmente en-cerra a festa e demonstra o espírito de companhei-rismo e amizade que permanece mesmo depois que deixam o Santa Maria, para novos desafi os.

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COMPONENTES CURRICULARES: HISTÓRIA/CIÊNCIAS

H á diferentes concepções do ensino de História. A crítica dos autores da chamada Nova História nos

apontou caminhos que negam um paradigma da histó-ria tradicional, baseada essencialmente em documentos, que expressavam o ponto de vista ofi cial. Vê-se aí um avanço para a construção de um modo de pensar que possibilita a pluralidade de visões sobre a história. Abre-se um caminho de incerteza e dúvida do qual resultou uma variedade de olhares sobre os fatos históricos, já que o documento não signifi cava mais uma verdade in-questionável, mas algo a ser interpretado.

E que há de novo a ser dito ao aluno? Alguns cami-nhos são possíveis ao se contextualizarem os fatos iden-tifi cando seus autores e o tempo no qual ocorreram. Ao demonstrar os processos históricos, podemos apontar rupturas e permanência, tanto nos âmbitos político e econômico, como na dinâmica das mentalidades. En-fi m, reconhecer relações entre as idéias que surgem de tempos em tempos ou, ainda, simultaneamente, abolir uma visão de evolução da história pura e simples.

Exemplos das nossas inquietudes aparecem no uso de imagens, poemas, músicas e fi lmes, como fontes de informação que possibilitam provocações, e não como legitimação de uma verdade. Nossos desafi os se mos-tram bem vivos, também, quando nos aventuramos nas novas tecnologias, como os projetos ligados à internet.

A escola precisa ser o espaço de criação de caminhos e, com relação ao ensino de História, é vital treinar um olhar atento, plural, que possibilite interpretações diver-sas e questionadoras. Dessa forma, o diálogo constante com a escrita dos meninos precisa ser prioridade. Nas correções de avaliações escritas, por exemplo, uma críti-ca encorajadora deve ser uma prática dos professores.

A nova historiografi a aponta uma multiplicidade de procedimentos teóricos e metodológicos que visam a tornar nosso aluno um sujeito de sua trajetória. A con-cepção de história para a escola, enfi m, passa por uma refl exão crítica da história fatual, centrada somente em fatos políticos e estruturada em periodizações muito rí-gidas e externas aos temas estudados.

Resumo de artigo de Helio Moraes, professor de História do 7o ano, com colaboração de Maria Cecília Ferraiol, professora do 7o e do 8o ano

HISTÓRIA PARA A ESCOLA

E m abril, os alunos do 3o ano do Ensino Fundamen-tal tiveram a oportunidade de enriquecer e aprofun-

dar o trabalho em História e Geografi a, por meio do estudo realizado no Museu da Imigração Japonesa, na Liberdade. Durante um passeio pelas ruas do bairro, eles puderam identifi car e observar características pró-prias dessa cultura, além de conhecer e entrevistar co-merciantes japoneses que atuam na região.

No museu, viram de perto a réplica do navio Kasa-to-Maru, que, em 1908, atracou no porto de Santos com cerca de 165 famílias japonesas – marco inicial da imigração. Também conheceram a cultura trazida pelos japoneses, que infl uenciaram nossa língua, nossos hábi-tos e, principalmente, nossa alimentação.

Em seguida, conheceram a exposição “Quando vidas se tornam formas: diálogo com o futuro – Brasil/Japão”, no Museu de Arte Moderna.

No momento, estamos refl etindo com nossos alunos a respeito da inversão desse fl uxo. Há 100 anos os japo-neses saíram de seu país de origem para viver no Brasil, e hoje muitos brasileiros vão para o Japão em busca de uma nova vida. Por que isso está acontecendo? Como ocorrem essas viagens? Aproveitamos para parabenizar os pais e avós japoneses de nossa comunidade, que fazem parte dessa maravilhosa história em nosso país, e dar um “viva” aos 100 anos da imigração japonesa. Desejamos que muitos outros centenários sejam comemorados!

Ana Claudia Florindo, Cláudia Guarnieri e Renata Baldo Banzi, professoras do 3o ano do Ensino Fundamental

IMIGRAÇÃO JAPONESA

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O projeto Partículas, desenvolvido pelos alunos do 1o ano do Ensino Médio, faz parte do programa

maior da área de Ciências da Natureza da série: a pro-dução do livro O Diabo da Ciência. Com esses tra-balhos, pretendemos tornar a Ciência mais próxima, mais compreensível e mais necessária para nossos alu-nos, nas suas buscas para entender o mundo.

O trabalho em grupo, acompanhado e avaliado pas-so a passo, desafi ou os alunos a pesquisar e aprofundar conhecimentos, a planejar, distribuir e executar tarefas com prazos a cumprir. Exigiu criatividade na busca das representações, permitiu que expressassem habili-dades diversas, aprendessem com seus erros ao refazer etapas, que assumissem responsabilidades e resolves-sem problemas de convivência.

Para chegar aos modelos fi nais, o primeiro passo foi entender por que se acredita que a matéria é constituída de partículas. Depois, buscamos conhecimentos teó-ricos que mostram que essas partículas fundamentais, em alguns casos, são átomos; em outros, são grupos de átomos, ou moléculas. Associando esses conceitos às transformações físicas e químicas que a matéria pode sofrer, pudemos visualizar essas idéias tão abstratas com a construção de modelos científi cos.

Os pequenos desafi os tiveram de ser vencidos com criatividade, paciência e o maior rigor científi co possí-vel. O colorido e a diversidade dos trabalhos refl etem bem a riqueza das experiências vividas pelos alunos. São resultado de um conjunto de pequenas decisões, de acertos e desacertos, de atrasos e descasos, mas sem-pre uma oportunidade de vivências enriquecedoras.

Lígia Bresciani, professora de Química da 1a série do Ensino Médio.

ENTENDENDO O INVISÍVEL

P ara que estudar História? Que relações podemos estabelecer entre o mundo real, do dia-a-dia, e a

história dos manuais? Por que razão eu, que quero ser engenheiro ou médico, tenho de estudar História?

Essas e outras questões semelhantes nos levaram a desenvolver alguns aspectos de uma discussão que re-monta ao fi m do século 19.

A democracia moderna prevê a participação da maioria nas defi nições do que importa ou não ao cole-tivo, ao povo, e que essa maioria não se prive do direi-to de escolher seus representantes. Nesse sentido, dis-seminou-se a idéia de que apenas por meio das “luzes” propiciadas pela escolarização universal seria possível que todos, efetivamente, interferissem em seu destino, escolhendo aqueles que exerceriam o poder.

E é no sentido da efetiva intervenção dos indivíduos e grupos que os saberes se tornam, de fato, efi cazes e signifi cativos. Daí a importância dos fóruns e simu-lados, em que os alunos percebem, na prática, a im-portância de uma formação sólida e consistente, além de constatarem a relevância de seu papel político. O aprendizado adquire signifi cado.

Nesse contexto, é fundamental que os alunos uti-lizem habilidades e competências amplamente traba-lhadas pelas ciências humanas: autonomia, predispo-sição para a pesquisa, estudo sistemático, relacionar diferentes contextos, formular questões que suscitem discussões, dialogar com diversas fontes bibliográfi cas. Além disso, nessas simulações (como o Fórum FAAP e a Simulação para o Ensino Médio, organizada por estudantes dos cursos de Relações Internacionais e Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), ocorre a interação com alunos de vários colé-gios particulares de São Paulo e de algumas escolas de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

A experiência foi tão satisfatória que já está renden-do frutos: neste ano, no início de outubro, ocorrerá a Simulação Interna do Santa Maria (Sisa), organizada por um grupo de alunos da 3a série do Ensino Médio. Sigamos fazendo História!

Resumo de artigo de Adriana Freitas e Marina Mello, professoras de História do Ensino Médio

VIVENDO A HISTÓRIAHISTÓRIA PARA A ESCOLA

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J á dizia Antoine Lavoisier, cientista que viveu entre 1743 e 1794. Seu trabalho nos deixou referências para

discussões e estudos. Desde aquela época, a necessidade era parceira das invenções e do desenvolvimento tecnoló-gico. Nestes tempos de preocupação com a qualidade de vida, intensifi ca-se a busca por fontes de energia menos agressivas ao ambiente.

Uma das aplicações mais interessantes dos estudos de Lavoisier é o aperfeiçoamento de uma antiga forma de ge-ração de energia por meio do lixo orgânico ̂ para abastecer uma casa, por exemplo. Também a água do banho pode ser tratada e reutilizada na descarga dos vasos sanitários ou na lavagem de áreas externas.

Para gerar energia, em um biodigestor anaeróbico, os detritos orgânicos provenientes dos vasos sanitários, fezes de animais domésticos e restos de alimentos entram em decomposição, com a ajuda de bactérias, e viram biogás. O sistema funciona com qualquer lixo de origem orgâ-nica, inclusive restos de podas de jardins. Dessa forma os

resíduos geram gás metano, que pode ser encanado para alimentar um gerador ou um aquecedor. Que tal utilizar esse biogás na cozinha, para a preparação de alimentos?

Já pensou em transformar sua casa ou seu apartamen-to em uma mini-usina de força? Pois isso já é possível. Reaproveitar lixo orgânico para fazer adubo ou biogás é sinônimo de economia: diminui o transporte de lixo (o que signifi ca menos poluição atmosférica) e a necessidade de criar e manter áreas para aterros sanitários.

O projeto do Eco-Estudantil desenvolvido pelos alu-nos do 7o ano do Santa Maria visa a conscientizá-los para esta realidade: não existe lixo, e sim matéria-prima que muda de lugar. Dessa forma entendemos claramente o pensamento de Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.Atualmente, coloca-mos em prática essa frase e estamos caminhando para a construção das casas e dos condomínios dos sonhos – e o planeta agradece.

Luciana Giongo Ravache, professora de Ciências

“...NADA SE CRIA, TUDO SE TRANSFORMA”

ÁGUA É UM BEM PRECIOSO

COMPONENTES CURRICULARES: CIÊNCIAS/MATEMÁTICA

Á gua é sinônimo de saúde e pureza. Mas como se purifi ca a água? A in-

formação de que apenas 1% da água da Terra é própria para beber e 97% é salga-da explica perfeitamente a preocupação em praticar ações de preservação desse bem essencial. Nas discussões em classe do 4o ano, a hipótese de purifi cação da água do mar surgiu naturalmente. E veio

a pergunta: por que não realizar esse pro-cesso químico nas aulas de laboratório?

Bruna Carnavalli, do 4o F, explica o processo de dessalinização: “Aquecemos a água com sal até fervê-la e transformá-la em vapor. Resfriado com água fria no condensador, o vapor se transforma nova-mente em água, só que sem o sal”. Com essa experiência, surgem a consciência, a preocupação e a vontade de agir: “Te-mos de preservar a água que bebemos. Podemos aproveitar a água do mar, com a dessalinização”, diz Michelle Baruhm Diegues, do 4o F.

Os grupos concluíram que é preciso trabalhar em coope ração e acreditar que nossas ações, por menores que pareçam, podem ajudar a construir um futuro melhor: “Quero conscientizar o mundo,

a cidade, o município, o bairro, a rua, o prédio e a minha casa de que temos que gastar menos água”, alerta Paula, do 4o G.

Nenhuma maneira de combater a escassez de água, no entanto, pode pres-cindir de uma mudança de atitude das pessoas. A solução para a crise da água passa inevitavelmente pela conscientiza-ção. Depois de ler este artigo, pare e se pergunte: você fez alguma coisa hoje que poluiu a água? Está ajudando a evitar o desperdício? Vamos seguir o exemplo de Bruno Sanzer, do 4o F: “Minha ação é e sempre será não jogar água fora e preser-var o máximo”.

Maria Teresa Merino Ruz Mastroianni e Rosana Martins de Oliveira Daher, professoras

do 4o ano

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E ntender geometria na perspectiva etnomatemáti-ca – ramo de pesquisas que leva em conta o lado

histórico, cultural e antropológico da matemática que vem do dia-a-dia, da dinâmica familiar – tem sido um desafi o para se construírem conceitos claros e abran-gentes e relações coerentes. Que geometria é essa, que há 20 mil anos, tribos africanas desenvolveram num pensar matemático? Como reconhecer a geometria e seus conceitos para compreender os procedimentos usados por pescadores moçambicanos ao empregar a defumação para conservar os peixes tão logo sejam pescados?

Esse povo, simplesmente usando um cordão e duas estacas, constrói na areia uma circunferência, possi-bilitando, então, a colocação dos peixes sobre a curva desenhada, sempre eqüidistantes da fogueira localiza-da no centro da circunferência, para que sequem por igual. O tamanho da circunferência traçada pelos pes-cadores depende do comprimento do cordão, que em matemática corresponde ao raio.

E não é somente esse povo africano que, intuiti-vamente, mostra seus saberes matemáticos. Os kolans – desenhos simétricos elaborados nas portas das casas do sul da Índia – expressam idéias matemáticas que despertam o interesse de especialistas em informá-tica. E por que não lembrar as gravuras conhecidas como sangaku, ou tabuletas matemáticas, que, desde o século 17, encontram-se nos alpendres de templos de pequenas cidades do Japão? O sangaku propunha um problema, com ou sem solução, com composições geométricas complexas, proporcionando um grande deleite visual.

Ante tantas visões e saberes matemáticos, vale ainda citar a cultura camponesa sem terra, práticas culturais e políticas do conhecimento matemático. É, portanto, enriquecedor conhecer e compreen der a grande diver-sidade de pensares e saberes matemáticos. Daí o fato de a matemática ter sido construída ao longo do tempo, com a contribuição de vários povos, tribos e raças.

Inês Angelini Namour, professora de Matemática do 7o ano

DE TODAS AS TRIBOS, POVOS E RAÇAS

O trabalho nas aulas de Geometria do 5o ano ganhou formas arredondadas e as crianças tiveram opor-

tunidades de explorar esferas, círculos e circunferên-cias, no início de uma rica seqüência para o trabalho com ângulos. Especialistas recomendam que se ensine ângulo aos alunos como uma idéia de giro – afi nal, o ângulo está na direção de cada passo que damos.

Na seqüência, foi proposta uma exploração do cír-culo, utilizando o corpo como elemento para se per-ceber na fi gura plana suas propriedades e para abor-dar noções de posição e sentido. As crianças andaram sobre o contorno de um círculo e de um hexágono desenhados no chão. O objetivo é que percebam que a circunferência é um conjunto de pontos eqüidistan-tes de um dado ponto (o centro), no mesmo plano. Rafael, do 5o E, observa: “A circunferência é um traço contínuo e, de todas as posições que eu olho enquanto ando sobre a linha, estou sempre na mesma distância em relação ao centro”. Paulo Vallada, do 5o E, resume: “O círculo é uma forma geométrica que não tem vér-tices nem arestas, diferentemente do hexágono”.

Outro recurso utilizado foi a dobradura. O traba-lho também contou com o apoio de Arte. Fizemos uma leitura da obra Formas Circulares, de Robert De-launay, e propusemos aos alunos que construíssem cír-culos e semicírculos com diferentes diâmetros. Nessa e em muitas outras atividades, o que queremos é que os alunos identifi quem o ângulo com a idéia da extensão de um movimento, e não como um número.

Resumo de artigo de Mirela Mendes Landulfo e Denise Maria Guain Teixeira, professoras do 5o ano

ENTRE CÍRCULOS E CIRCUNFERÊNCIAS

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COMPONENTES CURRICULARES: MATEMÁTICA/LÍNGUA PORTUGUESA

Q uando pensamos nos gêneros literários a adotar no 5o ano, tínhamos a in-tenção de escolher algo interessante para os alunos. Iniciamos o ano com

Rick e a Girafa, coletânea de crônicas de Carlos Drummond de Andrade. Foi uma descoberta alicerçada no prazer que só a leitura é capaz de proporcionar. “Eu adorei as crônicas de Drummond, porque, além de serem interessantes, nos ajudam a ter uma visão diferente e, muitas vezes, engraçada do que acon-tece no dia-a-dia”, diz Victória, do 5o E. Para Maryana Pedrozo, a descoberta teve um sabor especial: “Vale a pena ler livros como este, porque a cada página o interesse fi ca maior”.

As refl exões geradas a partir das histórias de Drummond ampliaram o uni-verso da leitura e da escrita, o que fez sentido e nos apresentou histórias di-vertidas e comoventes. Houve, inclusive, quem tomasse o gosto de produzir suas próprias crônicas, como Tarik, do 5o E: “Gosto muito de ler crônicas, mas prefi ro inventar minhas próprias histórias, pois estimulam minha criatividade, e adoro isso”. Laura, do 5o E, e Verena, do 5o D, têm opinião semelhante: “A crônica é um texto legal para se trabalhar, pois é, na maioria das vezes, curta, com muito humor”.

No primeiro semestre, exploramos outro gênero literário mais conhecido pelos alunos, e também muito apreciado, uma vez que está mais ligado aos sentimentos: os poemas. Várias atividades permeiam o trabalho com Poesia Fora da Estante: declamação, ilustração, produção de poemas, conhecimento de autores como Mário de Andrade, Vinícius de Moraes e Mário Quintana. Dá para perceber o quanto os alunos se identifi cam com os poemas, que dão margem à compreensão da emoção, dos pensamentos, a sentimentos do “eu lírico” e, muitas vezes, levam à refl exão.

“O livro Poesia Fora da Estante é muito bom. Já declamamos e fi zemos um sarau. Descobrimos que cada um tem um jeito diferente de declamar, como disse nossa colega Ana Carolina”, comenta Rafael, do 5o D. Giuseppe, do 5o E, diz: “São muito bons os poemas desse livro, principalmente os de Mário Quintana”. Há quem prefi ra poemas com rimas: “São excelentes e fáceis de decorar”, afi rma Paola, do 5o E. “Gosto de ler e escrever crônicas, mas me identifi co mais com a poesia, que nos permite soltar a criatividade, expressar os sentimentos, voar, sonhar”, acrescenta a aluna Beatriz Reiff , do 5o C.

Independentemente do gênero, o que nos traz grande satisfação é estimular o gosto pela leitura e pelos livros, o que renderá frutos agora e na vida adulta de nossos alunos. A leitura tem impacto sobre todas as matérias escolares e também na inserção social. Daí a importância de introduzir autores e histórias capazes de envolvê-los e ajudá-los a desenvolver habilidades de expressão oral e escrita, tão necessárias nas esferas sociais.

Christyanne Bueno e Veronice Leal, professoras do 5o ano

CRÔNICAS E POEMAS: PRAZER EM LER

E m 2007, escolhi como um dos cur-sos do currículo diversifi cado do

Ensino Médio o de Desenho Arquite-tônico, que tinha a proposta de estudar propriedades geométricas. Aprendemos a trabalhar com o software Cabri Geo-mètré, no qual as fi guras que criávamos “desmontavam” se as propriedades não fossem corretamente aplicadas.

Mais tarde, analisamos trabalhos do pintor Escher, famoso por aplicar con-ceitos matemáticos à arte. Escolhi uma malha – desenho em que as fi guras se repetem infi nitamente – de borboletas. É realmente incrível a sua complexida-de, tendo em vista detalhes que geral-mente passam despercebidos quando não olhamos com um olhar “crítico geométrico”. Pessoalmente, considero que o curso foi de extrema importân-cia para minha vida, pois consegui unir meu interesse em desenho geométrico e em artes ao prazer imenso de trabalhar com softwares e, a partir disso, fi cou muito claro que a profi ssão que gostaria de seguir é design.

Priscila Maciel Selmo, aluna do 3o ano do Ensino Médio

OLHAR GEOMÉTRICO

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A experiência com o ensino da Língua Portuguesa demonstra que é só por

meio da leitura refl exiva e da interpreta-ção de dados que se estabelece o processo efi caz para levar os alunos à competência lingüística. Hoje, nossos alunos dispõem de uma quantidade expressiva de infor-mações, mas o que se nota é que, muitas vezes, não conseguem estabelecer rela-ções claras e pertinentes entre os dados e hierarquizá-los de modo a perceberem o que é importante ou descartável. O tra-balho do professor consiste em levá-los a operar com tais informações e estabele-cer as articulações para que percebam o que se aplica ou não ao trabalho, além de orientá-los na busca de idéias que fun-cionarão como recursos argumentativos para sustentar pontos de vista. Não exis-te milagre: é só pelo texto que os alunos formarão uma bagagem intelectual, per-ceberão a si mesmos e ao mundo e de-senvolverão valores e princípios que lhes possibilitem tornar-se cidadãos.

Nas aulas de Literatura, o texto li-terário refl ete um contexto histórico-cultural vivenciado. Seu estudo traz à tona as características de uma época, a leitura do mundo, a percepção sensível de um autor inserido em um contexto diferente do vivido pelos alunos. Entrar em contato com o modo de pensar do outro pode fazê-los repensar seus posi-cionamentos diante de si mesmos e da vida; pode, por vezes, levá-los a se sensi-bilizarem por meio dessa manifestação artística. Assim, é importante nesse es-tudo despertar novamente nos alunos a importância da condição de leitor.

Dessa forma, os alunos do 2o ano do Ensino Médio realizam um trabalho au-

A TESSITURA ESCOLARdiovisual em grupo, que complementa o estudo do texto literário. Inicia-se com o Renascimento e passa pelo Barroco, o Neoclassicismo, o Romantismo, o Rea-lismo e o Naturalismo. Assim, expõem aos colegas as demais manifestações do movimento em estudo; ou seja, pintu-ra, escultura, arquitetura e música.

Além da informação em si, é fi nali-dade desse trabalho levar o aluno a per-ceber que a sala de aula pode estabelecer uma ponte com o mundo fora da escola. Pode, assim, buscar em meios que enca-ra como os de sua época a informação de que precisa. O uso do site You Tube, por exemplo, permite um passeio pela história da arte, envolvendo todas as suas manifestações. Foi o que descobri-ram Beatriz Pinedo, Caroline Pisciotti, Caroline Camargo e Stella de Paula, do 2o B, que apresentaram as imagens para os colegas. Outros alunos também des-cobriram sites que foram incorporados à rotina escolar, como complemento às informações de sala.

A tecnologia da informática faz parte do cotidiano. Não pode ser ignorada, e precisa ser incorporada ao ambiente

escolar. Além disso, vivemos em um mundo no qual a imagem é extrema-mente importante e, para tanto, nas aulas de literatura do 2o ano do Ensino Médio, ela chega com todos os matizes usados pelos artistas que nos sensibi-lizam e trazem um mundo novo a ser incorporado pelos alunos.

A música, por exemplo, chega com outros acordes, trazidos pelo tempo. Muitos conhecem as produções consi-deradas clássicas e dão aulas aos colegas sobre isso, como o fez Mariana Landi, agora no 3o ano, que toca violino e co-nhece tudo de tais autores. Aprendemos muito com ela.

O importante é que a escola seja sempre um lugar em que o aprender fl ua naturalmente, pois é certo que só aprendemos o que nos dá prazer, o que desperta a nossa curiosidade.

Que nossos alunos possam ser, onde estiverem, mais do que agentes do sa-ber e do conhecimento, e sim agentes da compaixão e da esperança de um mundo melhor.

Darci Garcia, professora de Língua Portuguesa do Ensino Médio

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ENSINO MÉDIO

5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Para marcar a data, o Ensino Médio promoveu uma pa-

lestra do professor Hélio Amorim de Oliveira, presiden-te da ONG Brasil Eco-Planetária, sobre “Cidadania, meio ambiente e sustentabilidade – Mudar para evitar a catástrofe”. O objetivo foi aprofundar a refl exão sobre a importância do envolvimento de todos para a saúde planetária e para mobilizar cada aluno para a ação.

O professor destacou a importância das fl orestas para a manutenção do equilíbrio ecológico e os riscos da as-sustadora redução da cobertura vegetal, relacionando-a com o aumento do aquecimento global. Grande parte dos problemas ambientais não está na ausência de nor-mas, mas na falta de informação e de conscientização das pessoas, que ignoram o quanto podem fazer para melhorar a qualidade da vida. A falta de informação faz com que as pessoas não refl itam sobre suas ações ou adotem uma postura de distanciamento, acreditando que apenas os governos e as grandes corporações são responsáveis pelas soluções necessárias.

A Semana do Meio Ambiente comemora o primeiro Encontro de Cúpula de Meio Ambiente, realizado pela ONU em Estocolmo, em 1972. Naquela ocasião, pela primeira vez, os governos reconheceram formalmente a necessidade de se reduzir a poluição provocada pela indústria, a agricultura e outras atividades, discutir as principais questões ambientais e apontar soluções.

O desafi o, evidentemente, é o mesmo para todos – governos, empresas e cidadãos. As ações é que são diferentes. A questão que fi cou para cada um após a palestra é esta: qual será a minha, afi nal?

Maria Soledad Más Gandini, orientadora do 2o ano do Ensino Médio

MEIO AMBIENTE: SUA ATITUDE FAZ A DIFERENÇA

M uitas vezes deparamos com assuntos considerados genericamente como questões ambientais. Somos

bombardeados por discursos que apregoam a necessi-dade de sermos “ecologicamente corretos”. De fato, tais ocorrências denunciam a urgência de pensar nas trans-formações brutais do ambiente e no quanto estão liga-das às ações do homem na sociedade industrializada. Na verdade, trata-se de temas que exigem aprofunda-mento por meio de investigação, pesquisa organizada e discussão pautada em conceitos e teorias.

O curso “(Des)ordem ecológica: desenvolvimento e sustentabilidade”, oferecido como disciplina do Currí-culo Diversifi cado do Ensino Médio, coloca o desafi o de discutir esses temas com o objetivo de desenvolver a consciência de que o homem deve interferir na natureza de forma mais racional, a fi m de evitar desequilíbrios e prejuízos para o próprio ser humano.

Caio Oliveira, Mariana Borges e Yuri Medeiros, do 1o B, afi rmam: “O curso propõe uma visão crítica dos problemas que o ser humano causa no planeta. Por isso, começa com uma análise interessante de textos que abordam desde a parte conceitual básica até assuntos mais complexos, como a questão do desenvolvimento sustentável. Aos poucos, as discussões foram se concen-trando na represa Guarapiranga”.

“Como sempre me interessei por assuntos ecológi-cos, e no futuro quero ser engenheira ambiental, optei por esse curso. A saída para o parque Ecológico da represa Guarapiranga foi planejada tendo em vista as pesquisas realizadas em sala e nos fez ter contato com uma realidade que não conhecíamos”, comenta Natalie Yoshida, aluna do 1o A.

Dennis Marques, também do 1o A, acrescenta: “Vejo ‘(Des)ordem ecológica’ como um curso cuja importân-cia é mais do que teórica; é de cidadania, já que nos instiga a fazer a diferença nessa região tão afetada por problemas socioambientais e econômicos”.

Maria Cristina Forti e Adriana de Oliveira Pires, professoras de Geografi a e Biologia do 1o ano do Ensino Médio

PENSAR GLOBALMENTE, AGIR LOCALMENTE

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N o dia 31 de maio, em parceria com a Teenager, o Santa Maria sediou a 9a Exposição de Universida-

des e Profi ssões (Uniexpo), que ofereceu plantões per-manentes de universidades, palestras com profi ssio-nais de várias áreas, apresentação de teatro, atividades práticas e workshops. Participaram alunos de diversas escolas de São Paulo e universidades como USP, Uni-camp, UFABC, Unesp, ITA, Unifestp, PUC, Cásper Líbero, Santa Casa e FGV.

As palestras permitiram que os alunos tivessem uma visão mais ampla das possibilidades de atuação profi s-sional. Pedro Ribeiro do Carmo, do 3o ano do Ensi-no Médio, afi rmou: “Com a palestra de Publicidade e Propaganda, me decidi pela carreira, pois o campo de atuação é bem maior do que eu imaginava”. O contrá-rio ocorreu com Carolina Soares, do 3o ano: “Decidi que não quero Administração, pois as disciplinas do curso não me interessaram nem um pouco”.

Os alunos de Artes Cênicas da Universidade São Judas Tadeu apresentaram a peça A Rosa do Povo, obra de leitura obrigatória na Fuvest 2009. “A encenação me ajudou a perceber melhor a mudança nos persona-gens”, disse Karen Yamanaka, do 3o ano.

Além disso, ex-alunos do Colégio realizaram um plantão para responder dúvidas e compartilhar suas experiências na universidade. Esperamos que todos tenham aproveitado o momento.

Roberta Edo, orientadora do 3o ano do Ensino Médio

EXPLORANDO O UNIVERSO DAS PROFISSÕES

A escolha da profi ssão é uma decisão importante e difícil, e a escola e a família têm papel signifi cati-

vo nesse processo. É através da profi ssão que o jovem entra no mundo adulto. Como, na maioria das vezes, a escolha acontece bem cedo, e o jovem nem sempre conhece sufi cientemente o mundo do trabalho e a si próprio, muitos escolhem profi ssões de maior pres-tígio ou em moda. Outros escolhem especialidades que propiciam ganhos maiores ou, ainda, cursos mais rápidos ou com vestibular mais acessível. Além dis-so, sofrem infl uência das expectativas dos familiares e amigos. Assim, é essencial refl etir sobre si próprio, conhecer as profi ssões e analisar as variáveis envolvidas na escolha, para tomar decisões mais conscientes.

A construção das trajetórias de carreira não é linear. Novos caminhos profi ssionais surgem e outros desa-parecem. O mercado de trabalho valoriza profi ssio-nais comprometidos e em constante aperfeiçoamento. Quer profi ssionais criativos, que estejam dispostos a atuar em várias áreas, exercendo diferentes papéis e funções dentro da empresa.

A escolha profi ssional exige essa visão do mercado. Mas os jovens freqüentemente têm uma visão idealiza-da e fantasiosa de alguns cursos. Por isso é fundamen-tal que cada um consiga identifi car o que é realidade e o que é fantasia. O projeto Semana na Empresa, do 2o ano do Ensino Médio, contribui para pôr os alunos em contato com a realidade do mundo do trabalho, por meio de estágios em empresas de áreas pelas quais têm interesse. Trata-se de uma parceria do Colégio com empresas e profi ssionais indicados por pais, ex-alunos e outros membros da comunidade escolar. É uma vivência que tem permitido que amadureçam suas refl exões e decisdam com consciência.

Temos um universo de quase 100 alunos para esta-giar nas empresas, neste ano. Toda indicação é bem-vinda. Se você quer contribuir para ampliar o repertó-rio de nossos alunos e puder fazer indicações de em-presas que possam recebê-los para essa breve vivência, não deixe de nos contactar.

Maria Soledad Más Gandini ([email protected])

ESTÁ CHEGANDO A HORA

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PRISMA

J unho e julho, momento em que os telefones do Prisma tocam e logo vem a pergunta: quando sai a programação? A cada semestre, o Prisma –

Centro de Estudos do Colégio Santa Maria – lança sua agenda de cursos para capacitação de educado-res do Ensino Fundamental e da Educação Infantil, e em cada um deles apresentamos um programa que atende às mais diferentes necessidades dos profi ssio-nais da educação quanto a sua formação.

Os programas contemplam cursos para o traba-lho pedagógico, didáticas das diversas áreas do co-nhecimento e vivências para o crescimento pessoal e profi ssional. A sociedade passa por uma crise de valores. Portanto, é mais do que necessário valorizar cada vez mais o papel do professor, por meio de cur-sos que o prepare para esse momento tão delicado.

Sempre procuramos criar espaços entre diferentes realidades de aprendizagem de novos conceitos e de conhecimento sobre pesquisas de ponta na educa-ção. Em decorrência dessas interações, contribuímos para a atuação e o enriquecimento efetivo em sala de aula. Não podemos esquecer que as aprendizagens se completam com produtos dos meios de comu-nicação eletrônicos, como a informática e, mais do

EDUCADORES EM EVOLUÇÃOque nunca, os professores e as escolas precisam estar atentos a essa realidade. Sabemos que esses cami-nhos nos deixam inseguros, mas também nos desa-fi am. Não podemos deixar de participar ativamente do momento dessa geração de alunos.

Por todas essas questões, o Prisma procura estar sempre à frente, trazendo inovações e refl exões so-bre o que acontece no mundo educacional. Temos certeza de que os professores que nos procuram con-fi am em nosso trabalho como educadores das novas gerações e, como tal, temos o dever de ser contem-porâneos. Somos formadores de gerações que estão se preocupando em criar um planeta melhor.

Ao apresentar novos desafi os aos professores, es-tamos ampliando a qualidade no trabalho educa-cional de cada um. A qualidade de nossa educação depende de todos nós, da nossa vontade, da busca pelo novo. Com espírito arrojado e coração aberto, estaremos preparados para enfrentar o que vier.

Para saber mais sobre a nossa programação, entre no site www.colsantamaria.com.br e acesse o link do Prisma, onde está o que preparamos para o segundo semestre de 2008. Venha crescer com a gente!

Maria Teresa Manzione Zanzotti, coordenadora do Prisma

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JOGOS DE INTEGRAÇÃO

EDUCADORES EM EVOLUÇÃO

O Santa Maria realiza anualmente os Jogos de Integração, dedicados em 2008 ao Ensino Fundamental I, do 3o ao 5o ano. A idéia, como

diz o nome, é integrar, fazer parte, juntar, incorpo-rar-se por meio de atividades esportivas destinadas a desenvolver o intercâmbio social e esportivo, estabe-lecendo uma união segura entre os diversos grupos e utilizando a prática esportiva como instrumento de aproximação e convivência entre os alunos.

A partir de atividades esportivas, promovemos a sociabilização dos alunos, levando-os a vivenciar atividades que priorizam a cooperação e a conside-ração do outro como indispensável na prática de atividades esportivas.

No dia 5 de abril, reunimos as turmas do 3o, do 4o e do 5o ano, formando dez equipes com alunos das três séries misturados e, por meio de propostas como a do “vôlei maluco”, conseguimos atingir os objetivos de integração.

Como competição, os Jogos não representam o ponto fi nal da prática esportiva educacional no Co-légio Santa Maria. A disputa aparece no processo de evolução do trabalho em equipe e fornece a cada evento oportunidades preciosas para desenvolver a capacidade e a competência para jogar contra o ou-tro, mas também com o outro. Essa é a principal característica do esporte educacional, em que o foco é a integração entre as classes.

Propiciamos nesse evento momentos de intera-ção, contato físico e cumplicidade na realização das tarefas, introduzindo os alunos em um contexto de atividades físicas e corporais como promotoras de bem-estar, lazer e saúde.

Portanto, a combinação e a integração entre as ações pessoais e coletivas, num contexto de pro-

ESPAÇODE PARTILHA

funda integração, poderão gerar soluções criativas capazes de atender às necessidades atuais e as das gerações futuras. Nas aulas e nos eventos esportivos, é com esse objetivo e nessa perspectiva que nós, da equipe de Educação Física do Ensino Fundamental I do Colégio Santa Maria, estamos desenvolvendo e direcionando nosso trabalho.

Rinaldo Bastos e Claudio Natacci, professores de Educação Física

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COLÉGIO SANTA MARIAAV. SARGENTO GERALDO SANTANA, 890/901 – JARDIM MARAJOARA – 04674-225 – SÃO PAULO – SPNOVO TELEFONE (11) 2198-0600 – WWW.COLSANTAMARIA.COM.BR

INSTITUTO DAS IRMÃS DA SANTA CRUZ

COLÉGIO SANTA MARIACOLÉGIO SANTA MARIA

Desta vez, o destaque do boletim informativo Santa Coleta vai para os alunos do 3o ano do Ensino Fundamental, que elaboraram a edição do mês de junho, baseada em uma idéia original: o aproveitamento integral dos alimentos.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: BOLETIM SANTA COLETA

BOLETIM INFORMATIVO SANTA COLETA – JUNHO 2008

COZINHA SEM PERDASVocê pode nem perceber, mas todos os dias ajuda a enviar para o lixo 26,3 milhões de toneladas de restos de alimentos.

Somente em São Paulo, as feiras livres produzem 1.032 toneladas de lixo por dia. Cerca de 80% desse total é composto de verduras, frutas e legumes que poderiam ser aproveitados por muitas famílias.

Já pensou em preparar pratos com folhas de cenoura, cascas de tangerina ou talos de beterraba, em vez de jogá-los no lixo?

Muitas pessoas acreditam que essas partes de vegetais são restos, sem saber que eles rendem receitas muito saborosas e repletas de nutrientes.

Os alunos do 3o ano do Ensino Fundamental estão estudando o aproveitamento integral dos alimentos. Veja algumas dicas de como aproveitá-los:

COMO HIGIENIZAR FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES– Lavar as mãos com água e sabão quando manipular alimentos– Retirar as partes estragadas– Lavar folha a folha ou um a um em água corrente– Higienizar em solução com hipoclorito de sódio por 15 minutos ou de acordo com a instrução do rótulo; o hipoclorito pode ser encontrado em mercados ou adquirido gratuitamente nos postos de saúde; por isso, exija o seu– Enxaguar em água fi ltrada– Colocar em utensílio limpo e coberto

MINUTO DE MESTRE-CUCA Suco de casca de frutasBata no liquidifi cador as cascas de um abacaxi, açúcar e água. Coe em uma peneira, acrescente gelo à vontade e sirva.Com essas pequenas dicas, evitaremos o desperdício de alimentos. Deste modo, contribuiremos para a melhor utilização dos recursos naturais.Vamos lá, atue. Seja um de nós!

“Com o feijão que sobrar, podemos fazer feijoada” Carolina O. Araújo, 3o G

“É possível aproveitar as sobras das refeições anteriores em um novo prato” Sarah T. M. Celli, 3o G

“As folhas da beterraba e do brócolis transformam-se em refogados” Theo A. N. D. da Silveira, 3o G

“Aproveitar os alimentos é transformá-los em outra coisa” Pedro de Godoy, 3o E

“Com a sobra do arroz, pode-se fazer bolinho de arroz” Mariana S. L. Fiel, 3o E

“Você pode aproveitar praticamente tudo dos alimentos, desde a casca até as sementes” Giulia Gerardi, 3o