Um auto de gil vicente

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Almeida Garrett

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Almeida Garrett

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Sinopse Um Auto de Gil Vicente Nesta obra perpassam figuras da época como André de Resende, Bernardim Ribeiro, Paula Vicente e o pai, o qual preparou o  texto dramático que  foi  representado para festejar o casamento da princesa D. Beatriz, filha de D. Manuel I.A  crítica  elogiou  a  obra:  "Felizmente  um  drama  original  português,  engenhosa produção de um talento, que assaz avultava  já na nossa  literatura, veio  trazer-nos a aurora da verdadeira restauração do teatro português, e marcar uma época na nossa história dramática".A  peça  não  dá  relevo  à  intensidade  emotiva  das  personagens  mais  em  foco:  Paula Vicente  amando  em  vão  Bernardim,  este  a  viver  um  forte  conflito  sentimental  pois ama a princesa que vai casar com Carlos de Sabóia e D. Beatriz, obrigada a unir o seu destino  a  um  homem  que  não  conhece,  amando  apaixonadamente  o  poeta  das "Saudades".

Lilaz Carriço, in Literatura Prática II, pp. 22-23, Porto Editora, 1990 

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Drama histórico da autoria de Almeida Garrett, representado pela primeira vez 

em Agosto de 1838, no Teatro da Rua dos Condes, e publicado posteriormente 

em volume. 

No  prefácio  teórico  do  autor,  este  debate  o  problema  do  declínio  da  arte 

dramática  em  Portugal  e  defende  a  urgência  de  se  fazer  ressuscitar  o  teatro 

nacional, projeto a que a obra se encontra concretamente  ligada: "o drama de 

Gil Vicente que tomei para título deste não é um episódio, é o assunto mesmo 

do meu  drama;  é  o  ponto  em que  se  enlaça  e  do  qual  se  desenlaça  depois  a 

ação; (...) Mas eu não quis só fazer um drama, sim um drama de outro drama, e 

ressuscitar Gil Vicente a ver se ressuscitava o teatro". 

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Nesta  peça,  evoca-se  a  corte  de  D.  Manuel  I  e  as  duas  grandes 

individualidades  literárias que nela evoluíram: Bernardim Ribeiro 

(representante da poesia aristocrática) e Gil Vicente (defensor do 

teatro). 

Garrett conseguiu, assim, a proeza de abordar o Teatro através do 

teatro, tendo como pano de fundo os ensaios para a peça Cortes

de Júpiter,  escrita  por  Gil  Vicente  para  celebrar  a  partida  da 

Infanta D. Beatriz para Sabóia, onde se casaria com Carlos III.

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Contexto histórico-cultural

Obra com o objetivo de criar ou restaurar um teatro nacional, 

reatando  a  tradição  vicentina,  assenta  no  auto  de Gil  Vicente 

Cortes de Júpiter aparecendo assim uma peça dentro de outra 

peça.

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Personagens

Além  das  personagens  antes  referidas,  destacam-se,  de  entre  as  muitas 

outras, Garcia  de Resende, Gil  Vicente  e  o  rei D. Manuel que  aparecem 

para evocar um pas sado de grandezas, embora a peça deva considerar-se 

pouco movimentada. Além disso, as personagens e os seus problemas não 

constituem mais do que motivos decorativos de um espetáculo exterior.

Na existência de algumas personagens, mistura-se o  cómico e o  grotesco 

(Bernardim no papel de  Joana Taco e Pêro Sáfio) e o  trágico e o  sublime 

(Bernardim e D. Beatriz).

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Estrutura

A obra divide-se em três atos e cada ato em cenas. 

Tem,  como  fio  condutor,  um  assunto  nacional  de  uma  época 

grandiosa  reforçado  com  a  apresentação  de  perso nagens 

verdadeiramente relevantes.

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Enquadramento estético-literário

Definem Um Auto de Gil Vicente como um drama romântico:  a falta de unidade de tempo e de lugar; um historicismo pretensamente espetacular; o sentido crítico pessoal na fala de Paula a propósito do pai e de D. 

Beatriz; D. Beatriz casa com o pensamento noutro homem como acontece 

no Frei Luís de Sousa', Bernardim, no ousado encontro do galeão,  reflete a psicologia do 

Carlos  das  Viagens na Minha Terra: - Oh Beatriz, eu sou um monstro, eu não te mereço.'

o subjetivismo disseminado pelas várias cenas; o sentimentalismo de muitas personagens.

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Literatura PortuguesaProfª: Helena Maria Coutinho