Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas,...

16
1 A N O D E Z O E T I S Parte integrante da edição nº 81 da Revista do AviSite Abril/2014 T R A Z E N D O S O L U Ç Õ E S À A V I C U L T U R A

Transcript of Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas,...

Page 1: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

1Edição Especial Zoetis

Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura

1 ANO DE ZOETIS

Parte integrante da ediçãonº 81 da Revista do AviSite Abril/2014

TRAZENDO SOLUÇÕES À AVICULTUR

A

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Page 2: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

2

Abertura

Edição Especial Zoetis

Zoetis: +25 fábricas em mais de 10 países.

POULVAC®

O equilíbrio vem da mudança.Bursa FSUA ALIADA EM QUALQUER SITUAÇÃO.

Copy

right

Zoe

tis In

dúst

ria d

e Pr

odut

os V

eter

inár

ios

Ltda

. Tod

os o

s di

reito

s re

serv

ados

. Mat

eria

l Pro

duzid

o XX

XXXX

. Cód

. XXX

XXX.

SAC: 0800 011 19 19 | www.zoetis.com.brPara informações sobre a titularidade do produto consulte o site www.zoetis.com.br.

Page 3: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

3Edição Especial Zoetis

Há um ano nos tornávamos uma compa-nhia independente, que já nasceu líder em Saúde Animal no Brasil e no mun-do. Assumíamos também a responsabi-lidade de manter a tradição de uma his-tória de mais de 60 anos de sucesso e,

ao mesmo tempo, sermos ainda mais inovadores e pio-neiros no negócio de saúde animal, agora nosso foco exclusivo.

Hoje, posso dizer que, com muito trabalho, garra e determinação, o saldo é extremamente positivo. Segui-mos desenvolvendo, fabricando e comercializando um portfólio diversificado de vacinas, medicamentos e tes-tes diagnósticos para prevenção e tratamento de doen-ças em animais de produção. Um portfólio que não para nunca de crescer e se renovar para, cada vez mais, suprir as necessidades de nossos clientes em prol da produtividade no campo e do bem estar animal.

Comercializamos nossos produtos em mais de 120 países, operando em mercados desenvolvidos e emer-gentes, dos quais o Brasil se destaca por ser o maior

mercado da Zoetis fora da matriz, nos EUA. São mais de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras, além de duas unidades industriais no país, em Campinas e Guarulhos.

Contribuindo com a avicultura nacionalNosso portfólio, construído ao longo de muitos

anos de pesquisa e desenvolvimento, une inovação e tradição ao oferecer desde antibióticos, anticoccidia-nos e vacinas até a mais alta tecnologia com os melho-res equipamentos do mundo em vacinação in ovo. Te-mos o mais completo portfólio de vacinas para frango de corte, poedeiras e reprodutoras, aliado aos serviços de uma equipe técnica especializada e reconhecida pela expertise, com atuação em todo o território nacio-nal.

Estamos cada vez mais focados em atender as ne-cessidades de nossos parceiros e clientes, não apenas no reforço do trabalho em campo e nos serviços e solu-ções complementares oferecidos, mas também no apoio aos produtores para que eles possam aprimorar cada vez mais seus negócios.

Entre os destaques que posso citar ao longo desses anos de parceria com produtores avícolas em todo o país, estão o desenvolvimento da vacina Poulvac E. Coli, para o controle preventivo dos problemas causa-dos pela bactéria Escherichia coli, GalliPro, aditivo pro-biótico que protege a flora intestinal, Embrex Inovo-ject, máquina que permite a vacinação in ovo em pe-quenos e médios incubatórios, Poulvac Maternavac IBD-Reo E., vacina inovadora para a imunização de aves contra os vírus da Doença de Gumboro e Avatec 20, anticoccidiano que controla desafios principal-mente por E. máxima. Dentro dessa gama de produtos, não poderia deixar de falar de Lincospectin, que esse ano completa 40 anos como carro-chefe da Zoetis para a sanidade da granja no combate da colibacilose aviá-ria.

Todo esse portfólio, em constante crescimento e evolução, reforça nossa bandeira de eficácia, segurança e tradição em toda nossa linha e vem de encontro ao que acreditamos, boas condições de manejo das aves como ferramenta de prevenção e garantia de sanidade nas granjas.

Zoetis: um ano como companhia independente e mais de 60 anos como

parceira da avicultura nacional

Abertura

Giankleber Diniz, Diretor da Unidade de Aves da Zoetis Brasil

Page 4: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

4

Abertura

Edição Especial Zoetis

expeDiente

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 1153

13070-147 - Campinas, SP

Edição Especial Abril 2014

PublisherPaulo Godoy

[email protected]

Redação Érica Barros (MTB 49.030)

Mariana Almeida (MTB 62.855) [email protected]

Comercial Karla Bordin

[email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e

Innovativa [email protected]

InternetGustavo Cotrim

[email protected]

Administrativo e circulaçãoCaroline Esmi

[email protected]

Vacinação in ovoFinalizando, não poderia deixar de falar da vacina-

ção in ovo, que considero uma das mais importantes contribuições de nossa empresa para o mercado avicul-tor.

Além de uniformizar o processo, a vacinação in ovo garante mais resistência às aves, redução do estresse animal e dos custos de produção, entre outros benefí-cios. Ela possibilita um ganho econômico significativo com redução dos custos de mão de obra, nas operações de incubatório, a uniformização do processo e aumen-to da eficácia da imunização, o que se reflete em me-lhoria da sanidade nas granjas.

Pioneiras na categoria, nossas máquinas de vacina-ção in ovo utilizam uma ampla gama de vacinas para proteger os embriões das aves e trazem benefícios a to-das as etapas da criação, como a separação de pinti-nhos e ovos inférteis, diminuição do estresse animal, e a redução do tempo entre o nascedouro e o aviário com a eliminação da vacinação pós-nascimento.

A automação permite que todos os ovos sejam va-

cinados da mesma maneira, com uma dosagem preci-sa, no local adequado do ovo, evitando problemas de manuseio comuns às técnicas tradicionais, sem des-perdício e proporcionando uma proteção precoce das aves.

Ao longo dessa edição, vocês verão uma série de materiais exclusivos e que visam informar e esclarecer nossos clientes sobre doenças frequentes na avicultura nacional. Nossa equipe estará sempre à disposição de vocês para esclarecer dúvidas e propor soluções para, juntos, crescermos nesse mercado em constante evolu-ção.

Boa leitura!

Cordialmente,

Giankleber DinizDiretor da Unidade de Aves da Zoetis Brasil

Corpo Técnico Editorial Zoetis:Autores: Eduardo Muniz, Matheus Resende, Dario Kuchpel Filho, Diogo Ito Marketing: Lucielma Holtz

Este encarte especial foi produzido em conjunto pela Editora Mundo Agro e a Zoetis. O conteúdo aqui publicado é de responsabilidade da Zoetis e o material é de propriedade da Editora Mundo Agro em parceria com a Zoetis. A reprodução parcial ou total somente é permitida mediante autorização e desde que citada a fonte. Consulte a versão online deste Encarte Especial em: www.avisite.com.br/Zoetis

Tiragem: 6.000 exemplares

Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura

Sumário

Zoetis: um ano como companhia independente e mais de 60 anos como parceira da avicultura nacional

03Doença de Gumboro05Colibacilose: Um desafio presente do norte ao sul do Brasil08

Micotoxicoses11Gallipro® e Gallipro® tect e sua interação com a ave e o ambiente13

Page 5: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

5Edição Especial Zoetis

Devido à natureza intensiva da pro-dução e à alta densidade avícola, a disseminação das enfermidades en-tre lotes, granjas ou mesmo países ocorre de maneira muito mais rápi-da. As técnicas laboratoriais tam-

bém evoluíram muito, e possibilitaram um diag-nóstico mais preciso, mostrando a diversidade ge-nética do vírus de Gumboro. Em 2013, a equipe técnica da Zoetis coletou amostras de bolsa cloacal de aves aparentemente saudáveis sem doença clíni-ca de Gumboro, porém em lotes com histórico de resultado zootécnico ruim. Este estudo envolveu as principais regiões de produção avícola no Brasil, e nas amostras positivas foi realizado o PCR com se-qüenciamento gerando esta árvore filogenética abaixo.

O IBDV é um vírus não envelopado, com genoma caracterizado por um RNA fita-dupla consistindo em dois seguimentos A e B. O segmento A codifica duas proteínas estruturais (VP2 e VP3), uma autoprotease (VP4) e um pequeno peptídeo não estrutural (VP5). O segmento B codifica VP1.

A proteína VP2 é o principal antígeno viral e con-tém epítopos responsáveis pela indução de anticorpos neutralizantes específicos.

O seqüenciamento da proteína viral (VP) 2 permi-te caracterizar as distintas cepas virais. As amostras virulentas clássicas são associadas à mortalidade, he-morragia e presença de transudato em BF, enquanto que cepas variantes produzem poucos sinais clínicos. As cepas variantes antigênicas geralmente causam a forma subclínica da doença, associada à imunode-pressão.

Patogenicidade e mecanismo de ação

O IBDV infecta os frangos por via oral e inicial-mente replica nas células dos tecidos linfóides asso-ciados ao trato gastrintestinal (GALT). Durante a in-fecção, a proteína VP2 é mais prevalente na bolsa clo-acal, seguida por baço e timo. O antígeno VP2 foi identificado inicialmente no limite córtico-medular dos folículos da BC. O vírus é carreado para a BC por células migratórias como os macrófagos provenientes do intestino, o local de replicação primária, e após ga-nhar acesso à BC são capazes de invadir e colonizar novos folículos individuais.

Os sinais clínicos associados à doença aguda in-cluem anorexia, depressão, penas arrepiadas, diar-réia, prostração e morte. As lesões incluem atrofia e hemorragia da BC, desidratação e escurecimento dos músculos peitorais e hemorragias nos músculos da coxa e peito, pois o IBDV interfere nos mecanismos normais de coagulação. A coagulação sanguínea em aves infectadas com IBDV apresentam alterações como: trombocitopenia, aumento no tempo de trom-boplastina, protrombina e no tempo de recalcificação do sangue total).

As lesões microscópicas ocorrem inicialmente nos tecidos linfóides. Na BC, a partir do dia 1 de infecção há degeneração e necrose dos linfócitos da região me-dular dos folículos. Os linfócitos são substituídos por heterófilos, debris picnóticos e células hiperplásicas de tecido reticuloendotelial, e pode haver presença de hemorragia. O aumento da BC é causado por severo edema, hiperemia e acúmulo de heterófilos.

Doença de Gumboro

Saúde Animal

Page 6: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

6

Saúde Animal

Edição Especial Zoetis

A depleção linfóide da BC pode levar à intensa imunossupressão, causando grandes perdas econô-micas para a indústria avícola . É freqüente o au-mento da prevalência de infecções respiratórias vi-rais e incremento da mortalidade e ou condenações de abatedouro devido à aerossaculite e colisseptisse-mia secundária que comumente ocorre entre a 4° e 8° semanas. Também foi demonstrado que o IBDV também causa decréscimo na resposta humoral e re-dução na produção de anticorpos após a vacinação contra outras doenças o que pode levar a falhas va-cinais.

O principal alvo da replicação viral são os linfó-citos B em divisão presentes na BC. Entre 3 e 6 se-manas após o nascimento, quando a bolsa atinge o seu máximo desenvolvimento, as aves são altamen-te susceptíveis ao vírus.

Células T são resistentes à infecção com IBDV, entretanto o timo sofre severa atrofia e extensiva apoptose dos timócitos durante a fase aguda de in-fecção, porém isto pode ser um efeito indireto pois não há evidencia que o vírus realmente se replique em células do timo.

Resposta Imunológica A base molecular para supressão da resposta

imunológica pelo IBDV é resultado de uma comple-xa interação entre as diferentes proteínas virais e as células infectadas.

As células B são maturadas inicialmente na BC e predominam na maior parte dos órgãos linfóides de superfície como a glândula de Harder (80%) e tonsi-las cecais (>50%). Sabe-se que a infecção por IBDV em frangos de até três semanas de idade causa dano severo na BC com depleção de linfócitos B.

O dano na BC é transitório, os folículos são reco-lonizados com linfócitos e a arquitetura do tecido é restaurada, mas a produção de anticorpos permane-ce deprimida até cerca de sete semanas após a infec-ção, podendo haver recuperação. A duração do pro-cesso de regeneração do tecido bursal depende do indivíduo, do momento da infecção e da virulência da estirpe viral .

A concentração de anticorpos maternais passa-dos aos pintinhos pelas matrizes vacinadas desem-penha papel fundamental na proteção da progênie durante as primeiras semanas. O nível dos anticor-pos maternos (AMs) declina ao longo do tempo, de-pendendo de fatores relacionados ao metabolismo e à taxa de crescimento. O título de AMs normalmen-te permanece o mesmo durante os primeiros 4 dias de vida, pois a absorção da gema compensa o de-créscimo do título pelo catabolismo dos anticorpos, mas a partir do quarto dia o título reduz 1 log2 por período de meia vida. Como via de regra, considera-

-se um tempo de meia vida para frangos de corte de 3 a 3,5 dias, 4,5 dias para matrizes e 5,5 dias para poedeiras.

Os anticorpos neutralizantes gerados na respos-ta imune humoral específica podem neutralizar o vírus diretamente e de forma muito eficiente, por-tanto a vacinação ativa dos plantéis é fundamental.

Resistência e Transmissão A ausência de envelope (envoltório protéico que

age como mediador entre alguns vírus e as membra-nas superficiais das células hospedeiras) confere ao IBDV grande resistência aos desinfetantes conven-cionais, variações de pH e temperatura, possibili-tando sua persistência em instalações contamina-das por longos períodos. Esta elevada resistência do IBDV no ambiente é um fator importantíssimo para explicar o surgimento de surtos da doença e repre-senta um alto risco potencial de disseminação da enfermidade para granjas circunvizinhas que apre-sentem eventuais falhas de biosseguridade, ou mes-mo para instalações localizadas em regiões mais iso-ladas.

Os frangos de corte eliminam o vírus principal-mente por via intestinal entre os dias 2 e 5 p.i. e, posteriormente, a excreção do vírus cessa entre os dias 8 e 12 p.i. Zhao et al. (2013) estudaram a capa-cidade de disseminação do IBDV através da respira-ção das aves e também através das fezes frescas e se-cas. Estes autores observaram que não houve elimi-nação do vírus por meio do ar exalado pelas aves vacinadas, porém o vírus foi detectado nos exausto-res de ar 8 dias p.i. Esta observação comprova que após a desidratação das fezes, o vírus pode facilmen-te ser disseminado através do ar.

Vacinas Os principais objetivos da vacinação contra IBD

são: controlar a mortalidade, reduzir os sinais clíni-cos, lesões e minimizar as perdas econômicas decor-rentes da infecção clínica ou sub-clínica. As vacinas disponíveis comercialmente para a prevenção da IBD são as vacinas inativadas, as vacinas vivas ate-nuadas, as vacinas compostas por imuno-comple-xos (ICs) e as vacinas recombinantes.

As vacinas inativadas são elaboradas a partir de suspensões ou concentrados virais produzidos em ovos embrionados, cultivos de tecido ou bolsas de Fabricio (“BTO” – Bursal Tissue Origin”). Estes pro-dutos se caracterizam por conter alta massa antigê-nica e normalmente contém o vírus inteiro. Após a inativação, a fase aquosa da vacina é emulsionada em adjuvante oleoso. São utilizadas normalmente para estimular a produção de altos níveis de anticor-pos nas matrizes, visando conferir proteção passiva

Page 7: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

7Edição Especial Zoetis

Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura

à progênie, durante a fase inicial de vida. Possuem as desvantagens de alto custo, necessidade de admi-nistração individual por via injetável, e não estimu-lar resposta de base celular (os células T CD4 e CD8 não são ativadas).

As vacinas vivas pertencem a várias sub-catego-rias e contém cepas que apresentam distintos graus de atenuação e se apresentam sob forma liofilizada ou congelada, sendo administradas via água de be-bida, ocular, intra-nasal, spray, subcutânea e “in--ovo” , entre outras.

Em geral, são preparadas a partir de amostras de vírus isoladas de surtos da doença no campo. Portan-to, demandam o emprego de técnicas laboratoriais para reduzir a patogenicidade original do vírus, pre-servando sua capacidade imunogênica. Esta etapa de atenuação viral pode utilizar diferentes processos biológicos, que variam de acordo com os substratos e as tecnologias utilizadas por cada fabricante.

Conforme seu grau de invasividade, as cepas va-cinais podem ser classificadas em suaves (pouco uti-lizadas hoje em dia devido ao seu alto grau de ate-nuação), intermediárias, intermediárias plus (fortes ou “quentes”). As vacinas suaves são altamente sus-cetíveis ao efeito neutralizante dos Mas, desta forma somente devem ser administradas quando o nível de AMs já tenham diminuído.

As vacinas intermediárias são utilizadas para proteger os frangos de corte e poedeiras. Mais recen-temente, algumas vacinas mais invasivas também têm sido utilizadas em matrizes pesadas se estas ti-verem um alto risco de infecção natural ou com o objetivo de sensibilizar o sistema imune da ave para potencializar a resposta sorológica das vacinas oleo-sas aplicadas posteriormente.

As vacinas intermediárias também são suscetí-veis à presença de AMs. Elas podem ser administra-das ao primeiro dia de idade, porém seu uso depen-de de opção técnica, pois algumas empresas prefe-rem utilizar esse tipo de vacina somente no campo. Quando utilizadas no incubatório, em grande parte são neutralizas pelos anticorpos passivos, porém são efetivas para oferecer cobertura vacinal para as aves que nascem com títulos nulos ou baixos de AM’s, evitando que estas aves cheguem desprotegi-das ao campo e sirvam como porta de entrada para o vírus de campo.

As vacinas vivas do tipo imuno-complexo são elaboradas através da mistura, em proporções bem definidas, de uma suspensão de IBDV produzido em ovos embrionados com uma quantidade pré-deter-minada de anticorpos específicos anti-IBDV produ-zidos em aves SPF. Após a aplicação, sempre sob a forma injetável, ocorrerá a dissociação progressiva do complexo Ag-Ac, liberando o vírus vacinal para

colonizar a BC e estimular a resposta imune ativa, Este processo obedece à dinâmica de cada plantel, podendo ocorrer mais precoce ou mais tardiamen-te, em função da carga de anticorpos passivos trans-mitidos á progênie.

As vacinas recombinantes de IBDV utilizam Herpes Vírus de Peru (HVT) como plataforma (ve-tor), por se tratar de um vírus muito estável, utiliza-do mundialmente para prevenção da doença de Ma-rek. A proteína VP2 é extraída de um IBDV doador e inserida no genoma do HVT receptor. Este, ao se re-plicar, expressa a proteína do IBDV e induz proteção do animal vacinado. Este tipo de vacina não é sen-sível à interferência dos AM’s por não conter vírus completo na formulação. Pela mesma razão, não ocorre lesão na BC, mantendo a BC tamanho 6, pois não há replicação viral nos linfócitos da BC.

As vacinas recombinantes apresentam como vantagens, segurança e praticidade na administra-ção, devido à conveniência de aplicação única no primeiro dia. Como principal desvantagem, não se obtém o efeito de “esfriamento do galpão”, que ocorre quando as aves vacinadas eliminam na cama uma grande quantidade de vírus vacinal conheci-do, que compete com o vírus de campo e impede que estes infectem as aves, reduzindo gradualmente a pressão de desafio. Este conceito de manejo am-biental é especialmente importante quando se faz reuso de cama por vários lotes consecutivos. Dessa forma, o estudo epidemiológico do vírus de Gum-boro e a monitoria através da necropsia e do uso do bursômetro são ferramentas fundamentais para avaliação do programa de vacinação e devem ser os indicadores para a rotação de programas vacinais com vistas ao “esfriamento dos galpões”.

Referências e literatura recomendada ALAM, J.; RAHMAN, M.M.; SIL, B.K. et al.. Effect of

maternally derived antibody on vaccination against infec-tious bursal disease (Gumboro) with live vaccine in broiler. International Journal of Poultry Science 1(4):98-101, 2002.

ALBINI, B.; WICK, G. Delineation of B- and T-lymphoid cells in the chicken. Journal of Immunology, 112:444-450, 1974. BANDA, A; VILLEGAS, P. Genetic Caracterization of Very Virulent Infectious Bursal Disease Viruses from Latin America. Avian Diseases 48(3):540-549, 2004.

BARBOSA, T.M.C.; TURPIN, E.; VERDI, R. et al. Caracte-rización Molecular del Virus de La Enfermedad de Gumbo-ro en Casos Diagnosticados en América Latina em 2010. In: XXII Congreso Latinoamericano de Avicultura, 2011, Anais… Buenos Aires - Argentina, 2011.

BAYLISS, C. D., PETERS, R. W., COOK, J. K. A. et al. (1991). A recombinant fowlpox virus that expresses the VP2 antigen of infectious bursal disease virus induces protec-tion against mortality caused by the virus. Archives of Virology 120:193-205, 1991.

ZHAO, Y., AARNINK, A.J.A, CAMBRA-LOPEZ, M., FABRI, T. Viral shedding and emission of airborne infectious bursal disease vírus from a broiler room. British Poultry Science, v. 54, n.1, p. 87-95, 2013.

Page 8: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

8

Saúde Animal

Edição Especial Zoetis

Em um país com dimensões continen-tais como o Brasil poucos agentes in-fecciosos de importância para a avicul-tura estão presentes de forma tão dis-seminada como a Escherichia coli (E. coli). De norte a sul são encontrados,

com grande frequência, casos de prejuízos zootéc-nico e financeiro relacionados a essa bactéria. Granjas que produzem aves para corte, postura comercial, assim como reprodutoras, estão sus-ceptíveis aos prejuízos gerados por este patógeno. Nos abatedouros também são grandes as perdas causadas por condenações provocadas por esta bactéria, e estas podem ser ainda maiores durante a evisceração devido à entrega de lotes com maior grau de desuniformidade.

Tradicionalmente a Colibacilose era tratada como um problema secundário a outro fator, sani-tário ou ambiental, que diminuía a resistência das aves e abria portas para o crescimento deste micro--organismo. Desta forma, o controle de diferentes agentes infecciosos continua sendo fundamental para diminuir a incidência de casos da doença. En-tretanto, amostras de E. coli patogênica para aves (APEC - Avian Pathogenic Escherichia coli) cada vez mais agressivas e mais resistentes aos antibióticos comumente usados, também tem sido incrimina-das como causadoras de problemas primários e portanto está obrigando as empresas a adotarem

medidas estratégicas específicas para o controle das diferentes formas clínicas de Colibacilose.

Entendendo o agenteA E. coli é uma bactéria Gram negativa perten-

cente a família Enterobacteriaceae que possui me-tabolismo respiratório e fermentativo e não forma esporos. A maioria das amostras é móvel e cresce em temperaturas que variam entre 18° e 44º C mul-tiplicando-se em ambientes com pH entre 4,5 e 9,0.

Tradicionalmente as amostras de E. coli vem sendo classificadas em sorogrupos e sorotipos base-ando-se na presença de diferentes antígenos em sua superfície. Atualmente, com o desenvolvimen-to das técnicas de caracterização molecular, as amostras são classificadas de acordo com os seus mecanismos de virulência, que são determinados pela presença de genes relacionados à patogenici-dade (capacidade de causar enfermidade) de cada amostra. Assim, chamamos de patotipo um grupo de bactérias que possuam um determinado con-junto de elementos comuns, que lhe permita cau-sar uma enfermidade.

Muitos estudos estão sendo publicados com o objetivo de demonstrar a presença de genes que co-dificam características responsáveis pela virulên-cia em amostras de E. coli. Algumas vezes esses ge-nes estão presentes nos plasmídeos, que são estru-turas de DNA independentes do DNA cromosso-mal. Estes plasmídeos podem carregar informações responsáveis pelas características que provocam as doenças (Plasmídeos de Virulência) ou que lhe per-mitam resistir a determinados agentes antibacte-rianos (Plasmídeos de Resistência – “R”). Através de um processo conhecido como conjugação, uma E. coli que normalmente não seria capaz de provocar lesões e resistir a um determinado antibiótico pode receber um ou mais plasmídeos de uma outra E. coli se tornando uma bactéria patogênica e resis-tente a algumas drogas. Essa capacidade de transfe-rência de informação genética da E. coli, associada ao uso indiscriminado de antibióticos, pode estar contribuindo para o aumento da presença de amos-tras patogênicas e resistentes em nossas instalações avícolas.

Amostras de E. coli estão normalmente presen-tes no trato entérico das aves e acredita-se que esta bactéria, em situação de equilíbrio, seja benéfica impedindo a colonização do epitélio por microrga-

Colibacilose: Um desafio presente do norte ao sul do Brasil

Page 9: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

9Edição Especial Zoetis

Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura

nismos patogênicos. Entretanto, estima-se que 10 a 20% das amostras de E. coli presentes no trato di-gestivo das aves são potencialmente patogênicas (APEC’s). Desta forma, podemos concluir que mes-mo as aves sadias estão constantemente eliminan-do APEC’s no ambiente, o que mantêm uma popu-lação constante desta bactéria nas granjas e propi-cia a ocorrência de casos de Colibacilose.

Infecções em aves de produçãoO termo Colibacilose Aviária é utilizado para

descrever qualquer infecção localizada ou sistêmi-ca provocada por APEC. Amostras de E. coli patogê-nica podem ser isoladas em casos de onfalite, ae-rossaculite, síndrome da cabeça inchada (SCI), pe-ricardite, perihepatite, peritonite, salpingite, doen-ça respiratória crônica complicada (DRCC), coli-septicemia, celulite, artrite/sinovite, enterite e ou-tras formas clínicas. Os sinais observados podem variar de acordo com a idade das aves desafiadas e o grande número de fatores envolvidos na patoge-nia desta enfermidade.

Dentre as formas clínicas de Colibacilose mais importantes para a avicultura estão as que acome-tem o sistema respiratório das aves. Amostras de APEC podem ser encontradas em casos de Doença Respiratória Crônica Complicada e Síndrome da Cabeça Inchada em frangos de corte, perus, poe-deiras e reprodutoras. Ambos os casos se caracteri-zam por inflamação de órgãos do sistema respirató-rio e seus tecidos adjacentes devido à colonização e multiplicação de E. coli patogênica. Esta condição pode ser favorecida pela ação de outros agentes in-fecciosos ou qualquer situação que prejudique as defesas primárias do trato respiratório. Além da mortalidade, os prejuízos decorrem do atraso no desenvolvimento, dos elevados índices de conde-nação dos lotes de frangos de corte acometidos e da queda de produtividade de matrizes e poedeiras.

Em aves de vida longa, a E. coli também costuma estar envolvida diretamente nos quadros de Salpin-gite. Durante a evolução destes quadros ocorre a di-

latação do oviduto, formação de massa caseosa no seu interior e os folículos ovarianos sofrem degene-ração tornando-se flácidos. As aves que sobrevivem ao quadro de Salpingite normalmente não voltam à produção normal de ovos. A contaminação do ovi-duto pode ocorrer devido a proximidade deste ór-gão com as membranas do saco aéreo abdominal es-querdo (via respiratória) e também através de infec-ções ascendentes a partir da cloca (mais comum du-rante o pico de produção).

Em frangos de corte, outra alteração bastante comum é a Celulite (acúmulo de exsudato caseoso no tecido subcutâneo das aves). As carcaças de aves com Celulite são normalmente condenadas por apresentarem aspecto repugnante, sendo responsá-veis por significativas perdas nos abatedouros. Para o desenvolvimento de quadros de celulite é neces-sário que ocorram lesões/escarificações da pele que permitam a colonização dos tecidos com amostras de E. coli patogênicas presentes no ambiente. Em

Esquema: transferência de plasmídeos entre bactérias

Além de controlar os fatores primários que

podem abrir as portas para a Escherichia coli, é

muito importante conhecer bem este agente

para adotar as medidas mais adequadas contra

este desafio

Page 10: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

10 Edição Especial Zoetis

geral este quadro é mais comum em situações de elevada densidade e/ou quando fatores relaciona-dos ao manejo desencadeiam as lesões iniciais na pele (estresse, equipamentos barulhentos, etc.). A ocorrência de Celulite pode ou não estar relaciona-da a outras formas de Colibacilose no mesmo lote.

Controle e PrevençãoOs tratamentos da Colibacilose tendem a ter

melhores resultados quando iniciados na fase ini-cial da doença, mas podem ser caros e pouco efi-cientes. Medicações solúveis e injetáveis podem ser adotadas quando se tem segurança de que a aplica-ção será adequada e todas as aves receberão a dose necessária durante o tempo estimado de tratamen-to. Caso contrário, pode ser feita a opção de trata-mento via ração, desde que se garanta o consumo desejado de ração tratada por cada ave e a fábrica de ração tenha as condições necessárias para isto.

O grande número de cepas resistentes aos medi-camentos mais utilizados na avicultura e o fato de alguns genes de resistência serem transmitidos para outras bactérias via plasmídeos, aumentam a neces-sidade de conhecermos o perfil de resistência das amostras, através de provas de antibiograma. Isto reduziria os gastos com medicações ineficientes ou dosagens elevadas de determinadas substâncias an-timicrobianas.

Dentre as principais medidas de biosseguridade, podemos destacar um manejo focado em ambiên-cia, visando uma boa qualidade de ar, ventilação mínima, baixa concentração de amônia e redução da poeira, medidas que reduzam os desafios para

enfermidades respiratórias, imunossupressoras e micotoxinas, além de um bom programa vacinal e boas praticas de higienização nos incubatórios e granjas.

A utilização de vacinas específicas tem sido uma arma importante na prevenção desta enfermidade. Vacinas inativadas autógenas podem ser utilizadas em matrizes e aves de postura comercial, entretan-to, o sucesso destas bacterinas é limitado ao contro-le de amostras do mesmo sorogrupo já que não pro-duzem proteção cruzada contra amostras diferen-tes.

A vacina viva Poulvac® E. coli vêm se mostran-do a ferramenta mais versátil na prevenção da Coli-bacilose. Além da facilidade de aplicação e seguran-ça (sem reações vacinais), esta vacina pode proteger as aves contra amostras de diferentes sorotipos. O uso estratégico desta ferramenta tem se mostrado muito eficiente em aves de vida longa e também em frangos de corte, pois, além de reduzir a mortalida-de em situações de desafio por APEC’s, contribui para melhoria dos resultados zootécnicos, redução de despesas com medicações e revitalização o pro-grama de antibióticos.

Conclusões

A Colibacilose é uma das principais responsá-veis por prejuízos financeiros na avicultura moder-na. Suas diferentes formas clínicas e sua relação di-reta com diversos agentes infecciosos e não infec-ciosos, tornam o seu controle um desafio constante para os sanitaristas da agroindústria.

A grande diversidade de sorotipos e patotipos com características diferentes, assim como a identi-ficação constante de amostras cada vez mais resis-tentes, exigem medidas preventivas cada vez mais criteriosas e ferramentas inovadoras e específicas, visando o máximo de eficiência no controle dos agentes que favoreçam o desenvolvimento da Coli-bacilose.

Referências Bibliográficas BARNES, H.J.; VAILLANCOURT, J.; GROSS, W.B. Colibacillo-sis. In Diseases of poultry. 12th ed. 2003JANSSEN, T., C. SCHWARZ, P. PREIKSCHAT, M. VOSS, H. C. PHILIPP, AND L. H. WIELER. Virulence-associated genes in avian pathogenic Escherichia coli (APEC) isolated from inter-nal organs of poultry having died from colibacillosis. Intl J Med Microbiol. v.291, 371-8, 2001JIRJIS et al. Effects of bacterial coinfection on pathogenesis of avian pneumovirus Infection. Avian Diseases 48: 34-49, 2004 PIANTINO, A.J.P.; KNOBL, T. Colibacilose In. Doenças das Aves, BERCHIERI et al, 2a Edição, FACTA, 2009, Campinas, cap. 4, 4.2; p. 457-471LA RAGIONE, R. M.; WOODWARD, M. J.; KUMAR, M.; RO-DENBERG, J.; FAN, H.; WALES, A. D.; KARACA, K. Efficacy of a Live Attenuated Escherichia coli O78:K80 Vaccine in Chickens and Turkeys. Avian Diseases 57: 237-239, 2013

Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura

Page 11: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

11Edição Especial Zoetis

Temos observado que o potencial genético das aves tem proporcionado lotes cada vez mais produtivos, para tanto, a dependência por conhecimento técnico e aplicação práti-ca dos conceitos está cada vez mais acirrada.

A pressão por custos de produção cada vez menores é necessária para a sobrevivência do setor, mas fatores como queda na qualidade das matérias pri-mas, dificuldades operacionais na obtenção de dados confiáveis têm prejudicado a obtenção deste objetivo.

Infelizmente, está cada vez mais difícil evitarmos a entrada de matérias primas consideradas abaixo dos pa-drões mínimos de qualidade para alimentação animal, aumentando o risco de oscilações indesejáveis causadas por oscilação na qualidade das matérias primas.

Com base numa nutrição sustentada pelos grãos (como milho, sorgo, milheto, derivados de trigo) as mi-cotoxinas são substâncias importantes a serem estuda-das porque tendo como base estes grãos, elas têm poten-cial para prejudicar aspectos relacionados à nutrição e sanidade das aves.

Condições relativas à produção de grãos como clima e armazenagem influenciam nos níveis de contamina-ção destes grãos. Dentro da fábrica de ração, as condições de manutenção e dimensionamento da fábrica podem gerar pontos críticos para aumento destas contamina-ções, bem como a estrutura e manejo dos silos e granelei-ros nas granjas.

O controle de qualidade das matérias primas durante o recebimento nos auxilia como ponto inicial em rela-ção ao tipo de desafio que as aves serão submetidas. Po-rém, ao longo do processamento temos pontos críticos

que podem proporcionar aumento do nível de contami-nação, por exemplo, infiltrações em silos de armazena-gem, pontos de acúmulo de ração.

Desta maneira, quando se pensa no controle e moni-toria efetivos, precisaremos entender todo o processo desde o recebimento das matérias primas até bico da ave.

Micotoxinas – características geraisPrincipais micotoxinas, fungos produtores e limites

de segurança (ppb)(Frangos de Corte e Matrizes/Poedei-ras):

Estas substâncias são termoestáveis e não são degra-das facilmente através das tecnologias disponíveis nas fá-bricas de ração. Bem como não estão disponíveis subs-tâncias capazes de desnaturar estes compostos.

Estes são alguns exemplos de micotoxinas que po-dem ser encontradas nas rações, e não necessariamente são encontradas isoladamente. Com isso, suas interações e consumo concomitante possibilitam prejuízos econô-micos mesmo quando são detectados níveis de contami-nação mais baixos do que estes. Outro ponto a ser consi-derado é de que tais limites foram estabelecidos em aves que não sofreram nenhum outro tipo de desafio (sanitá-rio, manejo, ambiental), com isso é esperado que os desa-fios encontrados no campo sejam exacerbados.

Além disto é possível ocorrer diferenças entre linha-gens comerciais de aves quanto à sensibilidade a estas di-ferentes substâncias.

Micotoxinas – Principais sinais clínicos e lesões observadas

As micotoxinas são absorvidas e direcionadas para os diversos órgãos da ave, com isso, assume-se que elas são responsáveis por causar problemas relacionados ao mau funcionamento destes órgãos. Os órgãos mais afe-tados são o fígado e os rins. Por estes motivos, as mico-toxinas podem ser consideradas como fatores antinu-tricionais, pois prejudicam o aproveitamento dos nu-trientes interferindo nos processos de digestão das aves, seja alterando a estrutura morfológica dos órgãos e/ou aumento a demanda por nutrientes para regene-rar os danos causados.

No caso de aves produtoras de ovos, é comum encon-trarmos alterações nas aves em produção e não encon-trarmos o mesmo quadro clínico em aves em período de cria/recria. Porém, a ingestão de micotoxinas nesta fase de formação da ave pode influenciar negativamente no desenvolvimento do sistema imune da ave, bem como prejudicar a formação adequada dos folículos ovarianos.

Micotoxicoses

Aflatoxinas Aspergillus flavus

Frangos de Corte Matrizes/Reproduoras

0 a 5 ppb 10 ppb

Fumosininas Fusarium sp.

Frangos de Corte Matrizes/Reproduoras

100 – 500 ppb 1000 ppb

Desoxinivalenol (DON) Fusarium sp.

Frangos de Corte Matrizes/Reprodutoras

200 – 500 ppb 1000 ppb

Tricotecenos Fusarium sp.

Frangos de Corte Reprodutoras/Matrizes

0 – 50 ppb 100 ppb

Saúde Animal

Page 12: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

12 Edição Especial Zoetis

Monitoria de Micotoxinas:O envio de amostras de ração para análise laborato-

rial é importante para quantificar o nível de contami-nação.

A formação de um pool de amostras coletadas em diferentes horários do dia, diferentes rações e diferentes semanas do mês reduzem a possibilidade de não reali-zarmos uma amostragem adequada.

O valor encontrado na ração coletada nas granjas é o determinante da dosagem do adsorvente de micoto-xinas. As quantificações encontradas na fábrica de ra-ção nos ajudam a suspeitar de pontos no processo que favoreçam a elevação nos níveis de contaminação.

Quando a fábrica de ração fornece ração para outras espécies como suínos, a troca de informações entre os responsáveis de cada setor pode ser útil na identificação de possíveis desafios, uma vez que cada espécie é mais susceptível a uma diferente micotoxina.

De posse das diversas análises realizadas ao longo do ano é possível realizar análises comparativas em re-lação ao desempenho dos lotes no mesmo período e com isso identificar possíveis relações de causa:efeito.

Uma vez quantificado o efeito causado pelas mico-toxinas é possível o estudo de medidas preventivas e de controle.

Adsorventes de micotoxinas: modo de ação

Os adsorventes de micotoxinas, através de suas ca-racterísticas físico-químicas, evitam que as micotoxi-nas sejam absorvidas pelas aves.

As micotoxinas previamente acumuladas na ave não são atraídas pelos adsorventes, mas o uso destes permite que a ave tenha “tempo” para desintoxicar-se evitando novas intoxicações.

Quanto maior o nível de contaminação, maior a necessidade de substância capaz de carrear estes meta-bólitos para fora do organismo.

A avaliação in vivo é o melhor parâmetro para ava-liação dos produtos disponíveis no mercado.

Adsorventes de micotoxinas: características desejá-veis

Como características desejáveis dos adsorventes de micotoxinas podemos citar:

- Não interferir na absorção de outros nutrientes- Não ser prejudicial para a ave em altas dosagens- Capaz de reduzir os efeitos nocivos das micotoxinas- Ser estável em rações peletizadas/extruzadas- Não apresentar problemas de dispersão na ração

Considerações FinaisMesmo após a descoberta das micotoxinas, por lon-

gos períodos estivemos obrigados a adotar medidas pa-leativas devido a ausência de produtos que fossem capa-zes de neutralizar estes agentes.

Os adsorventes de micotoxinas possuem caracterís-ticas e modos de uso distintos, mesmo entre aqueles pertencentes a um mesmo grupo, como os aluminossi-licatos.

Conhecer a dinâmica da qualidade de matérias pri-mas que utilizamos nos auxilia a elaborar critérios para o uso dos adsorventes.

Os efeitos nocivos das micotoxinas sobre as aves são vastamente conhecidos nos dias atuais, e com base nas ferramentas disponíveis é possível elaborarmos ajustes nutricionais e sanitários que nos permitem neutraliza--los.

Desta maneira conseguimos aproveitar o máximo de benefícios destes produtos a fim de proteger o rendi-mento zootécnico e econômico das empresas.

A integração e troca de informações entre o nutri-cionista, sanitarista, responsáveis pela qualidade e da fábrica de ração, comprador e gestor da unidade é im-portante para importantes tomadas de decisão em rela-ção ao controle das micotoxicoses.

Referências BibliográficasLEDOUX, D.R. et al., Efficacy of a hydrated sodium calcium aluminosilicate to ameliorate the toxic effects of aflatoxin in broiler chicks, Poultry Science, 78:204-210, 1999.MALLMANN, C.A. et al, Micotoxinas e micotoxicoses em avicultura, IN: Doença das aves, Editores: Berchieri Júnior, A.et al., FACTA, 2009.MILES, R.D.; HENRY, P.R. Safety of improved Milbond-TX when fed in broiler diets limiting in available phosphorus or contai-ning variable levels of metabolizable energy, J. Appl. Poult. Res., 16:412-419, 2007.

1. Má absorção e ração mal digerida

2. Esteatorréia

3. Palidez de mucosas e pernas

4. Aumento e alteração da cor do fígado

5. Congestão dos rins

6. Redução na produção de ovos

7. Redução no peso corporal

8. Aumento de mortalidade embrionária

9. Alterações de comportamento (apatia)

10. Aumento de susceptibilidade a doenças

11. Redução de síntese proteica

12. Redução de síntese de imunoglobulinas

13. Lesões de moela

14. Diminuição na qualidade dos ovos

15. Lesões de bico e língua

16. Peroxidação de gorduras

17. Aumento na demanda por vitaminas

18. Aumento de mortalidade

19. Hemorragias

Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura

Page 13: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

13Edição Especial Zoetis

Um dos maiores desafios dentro da sanidade é atuar no ambiente onde estão os animais. A produção in-dustrial pressupõe a criação das aves sobre condições de adensa-mento e isso por si só aumenta sig-

nificativamente o risco de disseminação de doen-ças. A cama onde vivem os animais é o principal ponto de contato das aves com o ambiente externo e a transmissão horizontal é um importante com-ponente de dificuldade no controle das enfermida-des. Observações práticas demonstram que as do-enças tem capacidade de se difundir rapidamente de ave a ave e de lote a lote através da cama.

Grande parte do investimento no sentido de controlar doenças é realizado com foco nos ani-mais seja por intervenções terapêuticas (medica-ções) ou por medidas de profilaxia (vacinação). O uso destas ferramentas é imprescindível para ga-rantir a produtividade e saúde das aves, porém cada vez mais a indústria avícola vem demonstran-do interesse em desenvolver formas de reduzir também a contaminação ambiental, de modo a ga-rantir a produção segura dos animais.

Estudos científicos demonstram que a cama dos aviários é um complexo ecossistema onde en-contramos grande quantidade de bactérias, vírus e protozoários. Normalmente a composição de mi-croorganismos presentes na cama dos aviários acompanha a microbiota presente no intestino das aves sendo a maioria dos microrganismos apatogê-nicos.

Dois grupos de bactérias são encontrados na cama. O primeiro é composto por bactérias que

não representam risco tanto a saúde das aves quan-to dos humanos, mas afetam as condições ambien-tais da cama. Eles participam do processo de de-composição do ácido úrico presente nas excretas das aves resultando em produção de amônia. O se-gundo grupo é representado por bactérias patogê-nicas e podem representar risco potencial também para os humanos.

Muitos fatores podem influenciar a viabilidade e a reprodução das bactérias na cama. Entre estes fatores estão o pH, atividade da água, temperatura, umidade e concentração da amônia. Estes fatores podem ser modificados por diferentes métodos de manejo e tratamento da cama. A cama reutilizada é uma complexa mistura de substrato, excreta de aves, ração não digerida, penas e pode conter mais que 1.0 x 109 bactérias aeróbicas/g, predominante-mente bactérias gram-positivas.

No sistema moderno e intensivo de produção avícola, múltiplos lotes são criados utilizando a mesma cama seqüencialmente. Neste sistema de produção em escala, as aves recém nascidas são alojadas nas granjas tendo contato direto com a cama já no primeiro dia de vida. Dessa forma, a microbiota ambiental irá se transferir para as aves recém-nascidas de forma bastante precoce visto elas não terem a sua flora microbiana estabelecida. Dessa forma, a fermentação através do enlonamen-to, amontoamento ou mesmo a adição de cal no in-tervalo dos lotes tem sido utilizados para controlar a qualidade microbiológica da cama a fim de redu-zir esta transmissão de doenças.

Probióticos são microrganismos vivos suple-mentados através da dieta que afetam benefica-mente o hospedeiro melhorando seu equilíbrio in-testinal. Eles mantém o equilíbrio da microbiota do trato gastrointestinal favorecendo a integridade e a funcionalidade do epitélio e consequentemente melhoram a saúde e performance da ave. Aves que recebem dieta com probióticos apresentam uma diversidade e complexidade maior na sua micro-biota intestinal com predominância das bactérias ácido láticas. Este efeito é conhecido como modu-lação da flora intestinal. Além disso, os probióti-cos, utilizados na ração das aves também tem im-pacto sob a microbiota da cama. Especialmente aqueles que tem capacidade de esporular e portan-to apresentam resistência frente as condições am-bientais. No caso dos produtos a base de Bacillus

Gallipro® e Gallipro® Tect e sua interação com a ave e o ambiente

Saúde Animal

Papo e moela Esporos

sobrevivem intactos

Esporos germinam no intestino

Cólon/Ceco Células

vegetativas reesporulam

Consumo dos esporos

Excreção dos esporos para

a cama

Ciclo do probiótico Gallipro® na ave e na cama

Page 14: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

Edição Especial Zoetis14

Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura

spp esporulados, como o Gallipro® e Gallipro® Tect, existe um ciclo de germinação de parte do es-poros dentro do intestino e parte dos esporos são eliminados no ambiente por meio das fezes (ver imagem).

Os benefícios do uso dos probióticos estão rela-cionados com a modulação da microflora intesti-nal. Trabalhos científicos tem demonstrado que o índice de contaminação por Salmonella spp reduz significativamente na cama quando as aves são ali-mentadas Bacillus subtilis. Isso é resultado de uma menor eliminação da Salmonella spp pelas fezes e também do efeito da modulação da microbiota no ambiente, mas especificamente a cama das granjas onde estão as aves.

Existem microrganismos utilizados como pro-bióticos que também atuam produzindo bacterio-cinas que combatem microrganismos patogênicos específicos. O Bacillus licheniformis do Gallipro® Tect é um deles e por conta disso, apresentam capa-cidade de inibir o crescimento do Clostridium per-fringens in vitro e in vivo. Além disso, os probióticos a base de Bacillus spp podem ser contados na ra-ção, no intestino ou mesmo na cama onde vivem

os animais e portanto, é possível medir seu efeito em diferentes locais.

A avicultura é um dos setores que mais tem aplicado o conceito dos probióticos. Dia após dia, aumenta a quantidade de trabalhos científicos nes-ta área. Os benefícios práticos do seu uso racional se evidenciam por meio de ganhos nos índices zoo-técnicos e na redução da colonização intestinal por patógenos e representam avanço tecnológico, pois transferem os efeitos benéficos da natureza para a criação dos animais e para o ambiente onde eles vi-vem. Assim, consegue-se produzir animais saudá-veis que revertem em ganho no desempenho e le-vam a oferta de produtos de origem animal com maior segurança ao consumidor. Esta é a tendência na produção segura de alimentos, onde buscam-se produtos sem resíduos químicos e livres de micror-ganismos patogênicos.

Referências e literatura recomendadaLOURENÇO, M.C.; KURITZA, L.N.; MUNIZ, E.C. ; WES-TPHAL, P.; PICKLER, L.; SANTN, E.. Effects of Bacillus subti-lis in the Dynamics of Infiltration of Immunological Cells in the Intestinal Mucosa of Chickens Challenged with Salmo-nella Minnesota. International Journal of Poultry Science, v. 11, p. 630-634, 2012.PICKLER, L.; LOURENÇO, M.C.; MIGLINO, L.B.; KURITZA, L.N.; WESTPHAL, P.; MUNIZ, E.C.; SANTIN, E.. Bacillus subtilis significantly reduces Salmonella Minnesota in broi-lers and in the surrounding environment. Georgia World Poultry Congress – International Poultry Scientific Forum. Atlanta:Georgia, January 23-24, P209, 2012.MUNIZ, E.C.; CARRIJO, A. S.; FASCINA, V.B.; PIRES, P.P.; GUIMARÃES, E.B.. Histomorphology of Bursa of Fabricius: Effects of Stock Densities on Commercial Broilers. Revista Brasileira de CiênciaAvícola / Brazilian Journal of Poultry Science, v. 8, p. 217-220, 2006. MUNIZ, E.C.; PICKLER, L.; LOURENÇO, M.C.; WESTPHAL, P.; KURITZA, L.N.; SANTIN, E. Probióticos na ração para o controle de Salmonella Minnesota em frangos de corte. Archives of Veterinary Science, v.18, n.3, p.52-60, 2013.MUNIZ, E.C.; MESA, D.; CUASPA, R.; SOUZA, A.; SANTIN, E. Presence of Salmonella spp. in reused broiler litter. Revis-ta Colombiana de Ciencias Pecuarias, v. 27, p.12-17, 2014.RESENDE, F.M.S.; GALVÃO, C.Z.; RIOS, R.L. ET al. Efeito da Fermentação da Cama de Aviário sobre a infecciosidade dos Vírus das Doenças de Newcastle e Gumboro. In: Con-ferência APINCO 2010 de Ciência e Tecnologia Avícolas, 2010. Anais... Santos – Brasil, 2010.

Competição por espaço e por sítios de

ligação

Mecanismos de ação dos probióticos dentro da luz do intestino.

Depleção de substratos essenciais para sobrevivência do

patógeno

Excreçção de bacteriocinas que

neutralizam o patógeno

Inativação das toxinas produzidas pelo

patógeno

Page 15: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

15Edição Especial Zoetis

SAC: 0800 011 19 19 | www.zoetis.com.brPara informações sobre a titularidade do produto consulte o site www.zoetis.com.br.

Copy

right

Zoe

tis In

dúst

ria d

e Pr

odut

os V

eter

inár

ios

Ltda

. Tod

os o

s di

reito

s re

serv

ados

. Mat

eria

l Pro

duzi

do J

UL/2

013.

Para manter a saúde da sua produção, é fundamental manter a imunidade das aves bem protegida. Para que isso aconteça, co n te co m Milbond-TX® , o adsorvente comprovadamente eficiente contra as micotoxinas dos grãos.

O adsorvente testado e aprovado.

Page 16: Um ano de Zoetis, trazendo soluções à avicultura · de 750 colaboradores nas áreas técnicas, de vendas, fá-bricas, regulatório, serviço ao cliente e marketing, en-tre outras,

16

Saúde Animal

Edição Especial Zoetis