UEL - 005 - Monografia - Final.doc
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BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS
MÉTODOS PARA O CONFORTO TÉRMICO E ACÚSTICO EM HABITAÇÕES DE CONTÊINERES
Londrina2014
BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS
MÉTODOS PARA O CONFORTO TÉRMICO E ACÚSTICO EM HABITAÇÕES DE CONTÊINERES
Dissertação apresentada ao Curso de especialização em Projeto Arquitetônico: Composição e Tecnologia do Espaço Construído da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista.
Orientadora: Prof. Dra Ana Virginia C. de Faria Sampaio.
Londrina2014
BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS
MÉTODOS PARA O CONFORTO TÉRMICO E ACÚSTICO EM HABITAÇÕES DE CONTÊINERES
Dissertação apresentada ao Curso de especialização em Projeto Arquitetônico: Composição e Tecnologia do Espaço Construído da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________Orientador: Prof. Dr.
Universidade Estadual de Londrina - UEL
____________________________________Prof. Dr. Componente da Banca
Universidade Estadual de Londrina - UEL
____________________________________Prof. Dr. Componente da Banca
Universidade Estadual de Londrina - UEL
Londrina, _____de ___________de 2014.
AGRADECIMENTOS
Agradeço Pà minha esposa pelo apoio, incentivo, paciência e ajuda
em todas as horas.
À minha orientadora pelo incentivo e discussões sobre o tema.
Aos colegas de trabalho pelo apoio e as tarde de discussões.
Aos professores e colegas de Curso, por compartilharem as
experiências e incentivar a pesquisas.
A todos que contribuiram de alguma maneira para a realização do
trabalho e a Deus por toda minha vida.
DOMINGOS, Bruno Eduardo Mazetto.Métodos para o conforto térmico e acústico em habitações de contêineres, 2014. Monografia (Crso de Pós-Graduação em Projeto Arquitetônico: Composição e Tecnologia do Espaço Construido) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2014.
RESUMO
Atualmente há um interesse crescente no uso de contêineres na construção civil com foco em habitações residenciais. Estes "ícones da globalização" são relativamente baratos, estruturalmente sólidos e de abundante fornecimento. Embora, na sua forma bruta, os recipientes sejam escuras caixas sem janelas, eles podem ser elementos modulares altamente personalizáveis de maior estrutura. Este trabalho buscar analisar as características físicas de um contêiner, os tipos de contêineres e as obras que podem ser realizadas com eles. Por fim, é destacado o tratamento para obter o conforto térmico e acústico, tornando-os, assim, habitáveis.
Palavras-chave: Arquitetura. Conteiner. Habitação. Conforto térmico. Conforto Acústico.
DOMINGOS, Bruno Eduardo Mazetto.Métodos para o conforto térmico e acústico em habitações de contêineres, 2014. Monografia (Crso de Pós-Graduação em Projeto Arquitetônico: Composição e Tecnologia do Espaço Construido) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2014.
ABSTRACT
Currently there is a growing interest in the use of container in construction focusing on residential dwellings. These "icons of globalization" are relatively inexpensive, structurally sound and in abundant supply. Although in its raw form, the containers without windows are dark boxes, they can be highly customizable modular elements larger structure. This work seek to analyze the physical characteristics of a container, container types and the works that can be carried with them. Finally, the treatment is highlighted for thermal and acoustic comfort, making them thus habitable.
Keywords: Architecture. Container. Housing. Thermal comfort. Acoustic comfort.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 – Malcom Purcel Mclean, criador do contêiner.........................................15
Figura 02 – Mclean e sua empresa de frete por caminhões.....................................15
Figura 03 – SS Ideal X..............................................................................................16
Figura 04 – Contêiner fechado com portas nos fundos............................................19
Figura 05 – Contêiner fechado com portas nas laterais...........................................20
Figura 06 – Casa Foz Design – A casa Contêiner.........................................................24
Figura 07 – Mapa do clima brasileiro........................................................................29
Figura 08 – Desempenho térmico do contêiner........................................................35
Figura 09 – Ganhos e Perdas de calor do contêiner................................................36
Figura 10 – Esquema de isolamento térmico do container no verão 01...................36
Figura 11 – Esquema de isolamento térmico do container no verão 02...................37
Figura 12 – Esquemas de aquecimento e resfriamento de contêineres...................37
Figura 13 – Esquema de isolamento térmico do container no inverno 01................38
Figura 14 – Esquema de isolamento térmico do container no inverno 02................38
Figura 15 – Piso de cortiça.......................................................................................39
Figura 16 – Argila Expandida....................................................................................40
Figura 17 – Manta de fibra de poliéster...................................................................41
Figura 18 – Telhado verde........................................................................................42
Figura 19 – Ecotelhado sistema alveolar..................................................................42
Figura 20 – Manta de fibra cerâmica............................................................................43
Figura 21 – Lã de rocha.............................................................................................44
Figura 22 – Lã de vidro..............................................................................................45
Figura 23 – Esquemas de gesso acartonado com manta de lã de pet............................46
Figura 24 – Tinta isolante térmica................................................................................47
Figura 25 – Película solar...........................................................................................48
Figura 26 – Vidro proteção solar.................................................................................48
Figura 27 – Casa El-Tiemblo....................................................................................50
Figura 28 – Casa El-Tiemblo - Sacada.....................................................................51
Figura 29 – Casa El-Tiemblo – Cozinha/Sala...........................................................51
Figura 30 – Casa El-Tiemblo - Cozinha....................................................................52
Figura 31 – Casa El-Tiemblo – Sala de Estar...........................................................52
Figura 32 – Casa El-Tiemblo Fachada.....................................................................52
Figura 33 – Casa El-Tiemblo – Quarto Casal...........................................................53
Figura 34 – Casa El-Tiemblo – Planta Baixa............................................................53
Figura 35 – Casa El-Tiemblo – Planta Pav. Superior...............................................53
Figura 36 – 43rd st Residence + Building Lab Office - Fundos.................................54
Figura 37 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Fachada Frontal..................54
Figura 38 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Construção 01....................55
Figura 39 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Construção 02....................55
Figura 40 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Sala de Estar......................56
Figura 41 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Execução Esquadrias.........56
Figura 42 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Isolamento Externo.............57
Figura 43 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Sistema de Aquecimento do
piso...........................................................................................................................57
Figura 44 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Sala de Jantar.....................58
Figura 45 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Quarto.................................58
Figura 46 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Home Office........................59
Figura 47 – 43rd st Residence + Building Lab Office – Planta Baixa........................59
Figura 48 – Port-a-Bach – Deck de Madeira 01............................................................60
Figura 49 – Port-a-Bach – Deck de Madeira 02............................................................60
Figura 50 – Port-a-Bach – Cama Suspensa.................................................................61
Figura 51 – Port-a-Bach – Quarto................................................................................61
Figura 52 – Port-a-Bach – Banheiro............................................................................61
Figura 53 – Casa Domicela – Conteiner HC 40’ 01 .................................................62
Figura 54 – Casa Domicela – Conteiner HC 40’ 02 .................................................62
Figura 55 – Casa Domicela – Conteiner HC 40’ – Sala/Cozinha..............................63
Figura 56 – Casa Domicela – Conteiner HC 40’ – Sala/Quarto................................63
Figura 57 – Casa Danilo Corbas...............................................................................64
Figura 58 – Casa Danilo Corbas - Construção.........................................................64
Figura 59 – Casa Danilo Corbas – Sala de Estar.....................................................65
Figura 60 – Casa Danilo Corbas – Sala de Jantar....................................................65
Figura 61 – Casa Danilo Corbas – Sala de Jantar e Cozinha..................................66
Figura 62 – Casa Danilo Corbas – Esquema da Planta Baixa.................................66
Figura 63 – Casa Danilo Corbas – Esquema Pav. Superior.....................................67
Figura 64 – Casa Danilo Corbas – Perspectiva 01...................................................67
Figura 65 – Casa Danilo Corbas – Perspectiva 02...................................................68
Figura 66 – Casa Danilo Corbas – Noturna 01.........................................................69
Figura 67 – Casa Danilo Corbas – Noturna 02.........................................................69
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................
2 O Contêiner .............................................................................................
2.1 HISTÓRIA DO CONTÊINER ...........................................................................
2.2 COMPOSIÇÃO DO CONTÊINER .......................................................................
2.3 TIPOS DE CONTÊINERES – DIMENSÕES E PADRÕES .....................................
2.3.1 MATERIAL DE CONSTRUÇÃO.......................................................................
2.3.2 CAPACIDADE DE CARGA ............................................................................
3 Sustentabilidade .....................................................................................
3.1 CONTÊINER E O MEIO-AMBIENTE...................................................................
4 Arquitetura de Contêiner .......................................................................
4.1 CONTÊINER COMO ELEMENTO CONSTRUTIVO ...............................................
4.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CONSTRUÇÃO EM CONTÊINER ..................
5 Conforto Térmico e Acústico para Habitações em Contêiner
no Brasil....................................................................................................
5.1 CLIMAS DO BRASIL ......................................................................................
5.2 DEFINIÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO ...........................................................
5.3 DEFINIÇÕES DE CONFORTO ACÚSTICO ..........................................................
5.4 TÉCNICAS E SOLUÇÕES PARA O CONFORTO TÉRMICO/ACÚSTICO
EM CONTÊINERES ...................................................................................
5.4.1 Pisos, Paredes, Esquadrias e Coberturas ................................................
6 Obras........................................................................................................
6.1 Casa Contêiner 01.....................................................................................
6.2 Casa Contêiner 02.....................................................................................
6.3 Casa Contêiner 03.....................................................................................
7 Considerações Finais .............................................................................
8 Referências Bibliográficas .....................................................................
1 INTRODUÇÃO
A consciência ambiental que a sociedade está adquirindo nos faz
repensar novas formas de construção. Este trabalho tem como tema a reutilização
de contêineres na habitação, com foco nos métodos para se obter o conforto térmico
e acústicos necessários.
Uma das principais adaptações de um container para a arquitetura
inclui o tratamento de isolamento, incorporando as questões térmica e acústica, o
corte para portas e janelas para garantir iluminação e ventilação adequada do
espaço interior e os revestimentos internos, que incluem o piso e as paredes.
Aqueles que escolhem morar em tais residências são pessoas que dão preferência a
produtos sustentáveis e que também buscam economizar. Desta forma, neste
trabalho buscamos ressaltar as vantagens e desvantagens de se morar em uma
habitação em contêiner.
Para a elaboração deste estudo, foi utilizada um metodologia de
pesquisa bibliográfica com enfoque em vários aspectos passiveis de se obter o
conforto térmico e acústico em habitações de contêiner. A estruturação deste
trabalho se dará em duas partes:
Objeto de estudo: Levantamento da história do contêiner, desde
quando deixa de ser apenas uma caixa de transporte e passa a se tornar uma
habitação sustentável. Serão vistas as características físicas do contêiner,
apontando suas vantagens e desvantagens para torna-lo habitável, tendo como foco
de estudo apontar e analisar os principais materiais e métodos utilizados para obter
o conforto térmico e acústico neste tipo de construção.
12
Estudo de correlatos: seleção de projetos que de alguma forma
utilizam os métodos apresentados para obter o conforto térmico e acústico de uma
maneira eficiente e ecologicamente correta.
Por fim, demonstraremos que ao considerar o clima e o meio
ambiente em que este tipo de habitação é inserido, é preciso refletir sobre sua
viabilidade para a realidade atual do local. Assim, é possível alcançar conforto
térmico e acústico para que o local seja habitável da melhor maneira.
2 O CONTÊINER
O contêiner é, primordialmente, uma caixa, construída em aço,
alumínio ou fibra, criada para o transporte de mercadorias e suficientemente forte
para resistir ao uso constante. Possui uma padronização Internacional, o ISO
(International Standards Organization), que abrange todos os elementos envolvidos
no processo de carga e descarga e logísticas. Segundo Slawik (Container Atlas,
2010), os contêineres foram originalmente concebidas como recipientes de cargas,
mas também são usados como módulos espaciais na arquitetura. A palavra remete
a "contain" que vem do latim "continere" e significa manter unidas, para cercar, para
armazenar. Um contêiner é um recipiente que envolve um volume útil de espaço e,
portanto, define o limite espacial entre interior e exterior.
2.1 História do container
13
Com a revolução industrial, em meados do século XVIII houve o
desencadeamento e desenvolvimento da engenharia e do sistema naval, principal
meio de transporte de mercadorias e cargas neste período. Com a evolução das
embarcações os cascos dos navios passaram a ser produzidos em ferro e aço, a
quantidade peso do transporte deixou de ser um problema. A principal limitante do
transporte de produtos passou a ser o espaço.
Devido à grande variedade de dimensões e volumes de mercadorias
manufaturadas o antigo sistema de embalagens, os tonéis, que ocupava muito
espaço no navio, foi substituído por outros tipos de embalagens. Com isso, todo o
sistema mundial de transporte começou a sofrer as consequências desta
diversificação, aliada a falta de uma unidade padrão de medida, ocasionando
enormes perdas, deteriorações e desvios de mercadorias o que afetava diretamente
nos custos e no processo de operações de carga e descargas nos portos.
Segundo Slawik (2010), o empresário americano Malcom Purcell
Mclean (figura 01), dono de uma rede de frete por caminhões (figura 02),
considerado o pai do atual modelo de logística de transporte de cargas, idealizou o
contêiner intermodal e o processo de transporte em 1937 enquanto aguardava
impacientemente os estivadores descarregarem sua carga de algodão do caminhão
para o navio. O empresário refletia sobre a facilidade de um operador levar apenas a
montagem do caminhão inteiro e, em seguida, para o local de envio, somente
colocá-lo em outro caminhão ou trem de carga.
Figura 01 – Malcom Purcel Mclean, criador do contêiner
Fonte: http://premiershippingcontainers.com.au/, Acessado em 02 fev. 2014.
14
Figura 02 – Mclean e sua empresa de frete por caminhões
Fonte: http://premiershippingcontainers.com.au/. Acessado em 02 de fev. 2014.
McLean trabalhou durante duas décadas até conseguir colocar sua
ideia em prática. Foi então que em abril de 1956, de acordo com Slawik (2010), o
navio “Ideal X”, (figura 03) adaptado por Mclean, fez a primeira viagem, de forma
experimental, partindo do Porto de Newark, em Nova Jersey, com destino ao Porto
de Houston, no Texas, carregando 58 contêineres. A partir de então, o contêiner se
popularizou e começou a revolucionar o transporte de mercadorias. Nesse momento
o comércio mundial assumiu proporções inimagináveis uma vez que sua ideia
revolucionária propiciou carregar ou descarregar navios inteiros em até 24 horas,
quando o comum eram alguns dias. Com isto os custos de carregamento de carga
foram reduzidos em mais de 90%.
Figura 03 – SS Ideal X
Fonte: http://premiershippingcontainers.com.au/ - modificado pelo autor (2014)
15
Atualmente, o contêiner é o recipiente mais utilizado para transportar
mercadorias. Estima-se que existam cerca de 20 milhões de contêineres em
atividade, que representam 95% de toda movimentação de produtos do comércio
mundial. Desta maneira, nota-se que os contêineres não só revolucionaram o
sistema de transporte, mas se tornaram uma das mais importantes ferramentas para
a globalização.
2.2 Composição dos Contêineres – dimensões e padrões
Segundo o Artigo 4º do Decreto nº 80.145 de Agosto de 1977:
O container é um recipiente construído de material resistente, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, dotado de dispositivo de segurança aduaneira e devendo atender às condições técnicas e de segurança previstas pela legislação nacional e pelas convenções internacionais ratificadas pelo Brasil.
Este decreto segue as especificações da padronização internacional de
acordo com o ISO (International Standards Organization), que passa por
atualizações em intervalos regulares para se ajustar as condições técnicas e
logísticas, envolvendo toda a cadeia modal de transporte.
Tal sistema de padronização confere aos contêineres uma forma racional e modular
de encaixe facilitando o transporte marítimo, viário, ferroviário e estocagem.
No Brasil as normas e leis que tem como base o sistema ISO, e que
regem as “leis do contêiner” são:
NBR ISO nº 668: Contêineres Séries 1 – Classificação,
Dimensão e Capacidade.
NBR ISO nº 1161 – 1984: Dispositivos de Canto –
Especificações.
NBR ISO nº 1496- -1 – 1990: Contêineres gerais para propósitos
gerais.
NBR ISO nº 5973: Tipos de Contêineres - Classificação.
NBR ISO nº 5978: Padronização.
NBR ISO nº 5979: Terminologia.
NBR ISO nº 6346 – 1995: Códigos, Identificação e Marcação.
16
NBR ISO 9762:1997 - Veículo rodoviário de carga - Terminologia
Segundo o sistema de padronização internacional, todos os
contêineres devem ser produzidos com dimensionamento referente ao sistema de
unidades imperial de pés e polegadas (1 pé = 0.30479 metros). Além disso, a largura
de todos os contêineres é limitada em função do transporte rodoviário (2.438
metros).
Com base nas dimensões padronizadas, existe uma variedade
de tipos de containers que são definidas pela norma ISO 830. Os vários tipos foram
desenvolvidos com base na sua sustentabilidade para cada carga em questão, de
modo que diferentes tipos de mercadorias (peças e materiais, granel, cargas
perecíveis, pesados, volumosos ou líquidos) possam ser transportadas de maneira
uniforme e segura.
2.3 Tipos de Contêineres – dimensões e padrões
17
Estudos realizados pela ISO aprovaram somente os contêineres de 10',
20', 30', 40' e 45’ de comprimento, com altura de 4', 8' e 8'6" e com largura de 8'.
Com isso, essas medidas tornaram-se padrão, além dos tipos de engate externo e
seus pontos exatos de localização, local de fixação dos painéis com caracteres
informativos e de identificação, modos de manuseio, modos de transporte, buracos -
quando houver - para garfos de empilhadeiras, manutenção, terminologia,
segurança etc.
Tabela 01: Dimensões de contêineres
Fonte: NBR ISO nº 668 (1984)
Ao todo são 10 tipos de contêineres aprovados, segundo o padrão ISO,
onde todos devem respeitar as medidas referidas em qualquer caso, podendo ser
divididos nos seguintes tipos:
a) Para cargas em geral, fracionadas:
Containers fechados com porta nos fundos;
Containers fechados com portas laterais;
Containers sem teto e com porta nos fundos;
Containers com teto de lona removível e porta nos fundos;
18
Containers de ½ altura, com teto de lona removível e porta nos
fundos;
Containers de ½ altura, abertos no teto, com porta nos fundos.
b) Para cargas líquidas ou sólidas a granel:
Contêineres-tanque.
c) Para cargas congeladas:
Contêineres-frigoríficos.
d) Para cargas refrigeradas:
Contêineres isotérmicos.
e) Para cargas vivas:
Contêiner-bandeja.
Desses, detalharemos somente os contêineres de 20’ e 40’ com portas
nos fundos e portas laterais (mencionados na letra a) por serem os mais comumente
utilizados na arquitetura.
Figura 04 - Contêiner fechado com portas nos fundos
Fonte: http://www.containersfirst.com.au. Acessado em 02 de fev. 2014.
Figura 05 - Contêiner fechado com portas nas laterais
19
Fonte: http://www.containersfirst.com.au. Acessado em 02 de fev. 2014.
2.3.1 Material de construção
Os containers estão sujeitos a condições extremas de clima, produtos
químicos e adversidades físicas durante sua utilização. Durante sua vida útil são
feitos inúmeros carregamentos e descarregamentos de diversos produtos, são
empilhados, içados e transportados por trens, caminhões e navios, além de ficar
exposta a maresia, chuva, sol, neve entre outros. Por isso, as propriedades dos
materiais empregados na construção de um container são essenciais para garantir
durabilidade e integridade da carga. Hoje em dia, o principal material utilizado é o
aço Corten, uma liga de aço muito resistente à corrosão e a tensão.
A principal característica desse metal é que sua superfície não tratada
oxida e protege o restante da corrosão. Mas se essas camadas oxidadas forem
caindo, o desempenho estrutural do container pode ser afetado. Para resolver esse
problema, os containers são revestidos com uma camada tripla de tinta à base epóxi
resistente à corrosão. Assim, pequenos danos a essa pintura são compensados com
a característica de oxidação do aço Corten.
A estrutura principal é composta por diversos tipos de perfis em aço
soldados e a menos que o container precise transportar cargas especiais, não há a
necessidade de maiores cálculos estruturais, pois a construção desse esqueleto
20
formado é padronizada. As “paredes” são compostas por chapas trapezoidais de aço
de 3 mm soldadas por todo o perímetro da estrutura e essas chapas atuam como
“travas” que estabilizam e reforçam a estrutura.
2.3.2 Capacidade de carga
A máxima carga suportada por um container é determinada
normalmente pelo seu volume e não pelo seu peso, pois apenas alguns tipos de
carga apresentam densidade suficiente para atingir esse limite de peso para o
volume de um contêiner. Por essa razão, inclusive, não há tanta diferença de peso
carregado entre seus diferentes tamanhos.
O que limita o carregamento em peso são os cantos de encaixes, pois
são eles que suportam todo o peso do container, são os pontos em que toda a
estrutura descarrega as forças e onde é direcionado o peso de outros containers
quando empilhados.
Tabela 02: Capacidade de carga.
Fonte: NBR ISO nº 668 (1990)
3 SUSTENTABILIDADE
21
A arquitetura de container tem vantagens significativas em comparação
com os métodos de construção convencionais do ponto de vista ambiental. Como os
contêineres são inerentemente recipientes desmontáveis e remontáveis, é possível
reutilizar os módulos uma vez a vida do edifício de serviços tenha acabado. O
edifício pode ser desmontado em unidades espaciais autônomas e individuais. A
modularidade também significa que o sistema pode ser ampliado.
3.1 Contêiner e o meio-ambiente
Devido ao curto tempo que se leva para construir um edifício de
contêiner, é possível reagir de forma mais rápida e flexível à crescente exigências
espaciais e mudanças de planejamento de projeto. Além disso, existe a
possibilidade de ampliação de uma maneira facilitada, onde é possível anexar um ou
mais módulos ao projeto existente.
Sendo assim, todo aço do contêiner pode ser reciclado e reutilizado
como matéria-prima, quantas vezes for necessário, ao contrário por exemplo, do
concreto. O investidor pode até mesmo recuperar uma pequena parte do custo do
investimento com a venda do aço reciclado. Dependendo do projeto, um contêiner
pode conter entre 0,5 e 4,0 toneladas de aço, que podem ser vendidos ao preço de
sucata para o ferro-velho.
De um ponto de vista ambiental, este é um sistema de construção
muito sustentável com grande potencial de desenvolvimento. Sendo um sistema
modular, com base em componentes da construção, todos as partes são unidas de
tal maneira que eles possam ser separadas, removidas com um mínimo de esforço,
podendo ser reutilizadas de diferentes maneiras, ou recicladas
4 ARQUITETURA DE CONTÊINER
22
No Brasil, ainda não é comum a utilização de contêineres para a
construção de casas, todavia, a procura pelo material está em crescimento. Para se
ter uma ideia, nos últimos dois anos o preço dos contêineres reciclados subiu de R$
3 mil para R$ 6 mil segundo pesquisas de empresas do seguimento.
Os contêineres são usados para o transporte durante dez ou 15 anos.
Usá-los na construção de casa é uma forma de reaproveitar este material, que além
de ser mais sustentável, é mais econômico. Construções com contêiner duram até
90 anos e custam muito menos do que os materiais usados tradicionalmente para
levantar uma casa.
4.1 Contêiner como elemento construtivo
De acordo com Slawik (2010), primeiramente, o container foi utilizado
diferentemente como depósitos e locais de armazenamento pessoal, sem alterações
em sua forma, estrutura e fechamento. Apenas tempos depois o container foi
pensado como lugar para se viver e trabalhar e começou a ser convertido
apropriadamente.
Como esse trabalho de conversão pode aumentar em muito o custo da
construção, principalmente por necessitar de equipamentos e mão de obra
especializados, local com boa infraestrutura e materiais de tratamento acústico,
térmico e de ruído, construções em container normalmente são utilizadas para
edificações temporárias ou emergenciais como abrigos, escritórios para canteiro de
obras e residências temporárias emergenciais para locais atingidos por inundações,
furacões, terremotos e outros tipos de desastres.
Além do uso de containers de transporte de produtos, o autor explica
que há os containers próprios para construção. Para isso, seus perfis são
modulados de forma a assegurar o seu transporte e o fechamento é feito por painéis
de vedação e aberturas. São containers novos e feitos em larga escala e como
sistemas fechados, que normalmente não são compatíveis com a padronização ISO.
A principal justificativa para a construção de edificações com
contêineres é sua utilização como uma estrutura pré-fabricada. É possível aproveitar
o máximo sua capacidade para serem utilizados como meio de transporte, seus
componentes são feitos em um ambiente industrial (mão de obra e ferramentas
23
especializadas) e em série, e a parte de montagem em loco é quase instantânea,
ganhando em tempo e com um máximo de controle de qualidade.
Uma das características do container para ser usado como edificação é
referente à suas dimensões, principalmente a altura interna que é compatível para
uma pessoa viver ou trabalhar. Mesmo com algumas dimensões que possam limitar
seu layout interno, modularmente, em conjunto, os containers conseguem oferecer
inúmeros arranjos espaciais que resolvem o problema. Além disso, o uso de
containers pode ser utilizado pelo que ele representa, pois é um elemento que por si
só carrega significados e pode remeter a lembranças e situações de seu uso
original.
O uso de containers se mostra mais presente em construções
temporárias, devido ao sua capacidade de transporte rápido e seu uso flexível.
Infelizmente, uma das características de construções temporárias é que é dada
pouca importância para qualidade arquitetônica e de conforto. Isso reflete uma
imagem negativa para construções desse tipo. Mas obras de alto padrão são
possíveis utilizando containers, com a utilização de materiais de qualidade e
pensadas de forma adequada ao lugar e o objetivo da obra.
Figura 06 – Casa Foz Design – A casa Contêiner.
Fonte: http://www.casafozdesign.com.br. Acessado em 15 de fev. 2014
24
4.2 Vantagens e desvantagens da construção em contêiner
As adaptações de um container para a arquitetura incluem o tratamento
de isolamento, incorporando as questões térmica e acústica, o corte para portas e
janelas para garantir iluminação e ventilação adequada do espaço interior e os
revestimentos internos, que incluem o piso e as paredes. Quem procura morar em
tais residências são pessoas que dão preferência por produtos sustentáveis e que
também buscam economizar. Desta maneira vale ressaltar as vantagens e
desvantagens de uma construção em contêiner.
4.2.1 Vantagens das construções em contêiner
A principal vantagem é a econômica, visto que há uma diferença de
aproximadamente 35% no custo total da residência, desde a fundação da casa até o
revestimento externo. Além disso, os contêineres apresentam uma estrutura muito
forte, pois são projetados para resistir às diversas intempéries e suportar grandes
cargas.
Para a arquitetura, a utilização de contêineres é bastante interessante,
pois permite modularidade e grande flexibilidade, dado que as dimensões são
padronizadas e as peças são facilmente encaixáveis entre si o que facilita a
construção e/ou montagem, permitindo diversas configurações. Outro fator relevante
é a agilidade na construção, visto que uma casa com estrutura de contêiner leva
geralmente entre 60 a 90 dias para ficar pronta.
Outra vantagem bastante importante para a atualidade mundial é a
questão da reutilização de materiais nobres descartáveis (os próprios containers) o
que proporciona economia de recursos naturais que não foram utilizados na
construção da casa: areia, tijolo, cimento, água, ferro etc. Isso gera uma obra mais
limpa, com redução de entulho e de outros materiais.
Quanto ao manuseio, os contêineres são relativamente leves e, com
isso, podem ser facilmente transportados para qualquer lugar. Soma-se ainda, a
facildade de serem facilmente levantados sobre estacas acima do nível do solo, o
que é extremamente útil principalmente em áreas com risco de inundação ou com
dificuldades para aterrar/ fazer piso. Isso leva a mais uma vantagem que é o respeito
25
ao perfil do terreno: mais economia e rapidez na terraplanagem. Dependendo do
terreno e do projeto, em apenas um dia, os serviços de terraplanagem e limpeza do
terreno são totalmente executados.
Outra vantagem em relação ao terreno é a questão da
impermeabilização máxima de 15% do terreno que preserva o solo e lençol freático:
o projeto respeita ao máximo o relevo natural do terreno, evitando interferências no
solo e no lençol freático. Mais de 85% do terreno fica permeável, contribuindo para
absorção da água das chuvas. Sobre isso, ainda há a possibilidade de reuso de
água da chuva, visto que os projetos podem captar água da chuva pelo telhado,
deixá-la armazenada e filtrada em reservatório próprio, para uso na irrigação do
jardim, limpeza externa, lavagem de carro e máquina de lavar roupa.
Para a ventilação e conforto térmico, os contêineres também podem
ser trabalhados com ventilação cruzada e uso de lã de PET. A ventilação cruzada é
feita com janelas e aberturas de maneira que seja possível evitar o uso de ar
condicionado (um dos grandes consumidores de energia elétrica) por causa das
correntes de vente criadas. A lã de PET serve como isolamento térmico e é feita à
base de garrafas PET recicladas.
4.2.2 Desvantagens de construções em contêiner.
Uma desvantagem é o fato de o container ser fabricado em aço, que é
um bom condutor de calor e péssimo isolante acústico. Isso exige acabamentos e
revestimentos para garantir o conforto do usuário.
Por ser um material cujo manuseio e corte exigem mão-de-obra
especializada, isso poderia encarecer os custos, porém, o custo total da obra
continua sendo inferior a uma obra tradicional. Além disso, é necessário
equipamento especializado, como empilhadeiras e guindastes, para transportar,
movimentar e auxiliar na montagem.
O uso de estrutura metálica em residência não é muito comum, o que
pode dificultar na obtenção do aval de construção em alguns países. Além disso,
ainda há inexistência de legislação e normas que regulem o uso de container para
esse fim.
Existe uma possibilidade de contaminação tanto com relação a
manutenção e produção do container, como também em relação à carga que
26
transportava anteriormente. Por isso, é necessário exigir do vendedor um
documento que certifique que o container adquirido nunca transportou produtos
tóxicos ou prejudiciais à saúde e ainda assim recebeu tratamento adequado para
poder ser reutilizado em construções.
27
5 CONFORTO TÉRMICO E ACÚSTICO PARA HABITAÇÕES EM CONTÊINER NO
BRASIL.
Segundo Slawik (2010), as construções em contêiner estão se
tornando cada vez mais comuns com o passar dos anos. Principalmente em países
com tradição portuária, como Estado Unidos e alguns da Europa. Esses objetos
acabam sendo descartados em no máximo 10 anos de uso, e ficam esquecidos nos
portos. Porem eles tem se mostrado como uma opção viável barata, rápida e eficaz
para o mercado da construção.
No Brasil, ainda há uma certa dificuldade de aceitar o novo, pois se
preza muito a tradição, aparência e status. Porém, com os devidos cuidados e um
bom projeto, as diferenças entre uma casa feita no sistema tradicional de alvenaria
de blocos cerâmicos, pouco difere de uma residência em contêiner.
Para o acabamento externo de uma habitação em contêiner, é
necessário lixar e pintar com tinta anti-corrosiva todo o volume, protegendo-o, assim
das intemperes. Acima disso, o sistema permite a utilização de qualquer
acabamento, desde ripas de madeira a placas cimenticías, as quais, por sua vez,
aceitam todos os tipos de pinturas e texturas acrílicas. Assim como o revestimento
externo, a parte interna de uma habitação de contêiner aceita todos os tipos de
acabamento, tendo como base o sistema steel-frame.
De acordo com Slawik (2010), pelo fato de o contêiner ser,
basicamente, uma caixa metálica, é necessário um bom projeto de conforto térmico
e acústico para torná-lo habitável, além de ser necessário prever aberturas pontuais
nas laterais e uma ventilação cruzada nas aberturas da frente e atrás. Une-se a isso
a utilização de um material termicamente confortável entre o revestimento e a placa
metálica. Outro aspecto importante apontado pelo autor é a elaboração de um
estudo do entorno e do clima do local onde o contêiner será implantado. Neste
estudo, as características de cada clima e microclima, envolvendo ventos
predominantes e chuvas características são diretrizes fundamentais para elaborar
um bom projeto. A seguir iremos apresentar um breve resumo das características
climáticas do Brasil.
28
5.1 Climas do Brasil
De acordo com o IBGE, o Brasil possui uma grande variedade de climas,
devido ao seu território extenso (8,5 milhões de km2), à diversidade de formas de
relevo, à altitude e dinâmica das correntes e massas de ar. Cerca de 90% do
território brasileiro está localizado entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, motivo
pelo qual usamos o termo "país tropical". Atravessado na região norte pela Linha do
Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, a maior parte do Brasil situa-se em
zonas de latitudes baixas, nas quais prevalecem os climas quentes e úmidos, com
temperaturas médias em torno de 20 ºC.
Figura 07 – Mapa do clima brasileiro
Fonte: http://www.ibge.gov.br. Acessado em 16 de fev. 2014.
Sabe-se que as massas de ar que interferem mais diretamente no Brasil são
a equatorial (continental e atlântica), a tropical (continental e atlântica) e a polar
atlântica. Dessa forma, no país existem climas superúmidos quentes, provenientes
das massas equatoriais, como é o caso de grande parte da região Amazônica, até
climas semi-áridos muito fortes, próprios do sertão nordestino. Os principais climas
brasileiros são:
Subtropical;
Semi-árido;
Equatorial úmido;
Equatorial semi-úmido;
29
Tropical;
Tropical de altitude.
O clima subtropical é encontrado em regiões que possuem grande
variação de temperatura entre verão e inverno, não possuem uma estação seca e as
chuvas são bem distribuídas durante o ano. É um clima comum nas áreas a sul do
Trópico de Capricórnio e a norte do Trópico de Câncer, com temperaturas médias
anuais nunca superiores a 20ºC e a temperatura mínima do mês mais frio nunca é
menor que 0ºC.
O clima semi-árido, presente nas regiões Nordeste e Sudeste, apresenta
longos períodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano.
As temperaturas são altas o ano todo, em torno de 26 ºC e a vegetação típica desse
tipo de clima é a caatinga.
O clima equatorial, predominante no complexo regional Amazônico, é mais
úmido apresenta temperaturas altas o ano todo. As médias pluviométricas são altas,
sendo as chuvas bem distribuídas nos 12 meses, e a estação seca é curta. Aliando
esses fatores ao fenômeno da evapotranspiração, garante-se a umidade constante
na região.
O clima equatorial semi-úmido está presente em uma pequena porção do
país, e também é quente, mas menos chuvoso. Isso ocorre devido ao relevo
acidentado do planalto residual norte-amazônico e às correntes de ar que levam as
massas equatoriais para o sul entre os meses de setembro a novembro. Este tipo de
clima diferencia-se do equatorial úmido por essa média pluviométrica mais baixa e
pela presença de duas estações definidas: a chuvosa, com maior duração, e a seca.
O clima tropical está presente na maior parte do território brasileiro e tem
como característica as altas temperaturas, as temperaturas médias de 18 °C ou
superiores são registradas em todos os meses do ano. O clima tropical apresenta
uma clara distinção entre a temporada seca (inverno) e a chuvosa (verão). O índice
pluviométrico é mais elevado nas áreas litorâneas.
O clima tropical de altitude é predominante nas partes altas do Planalto
Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo centro de São Paulo, centro-sul de Minas
Gerais e pelas regiões serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo e apresenta
médias de temperaturas mais baixas que o clima tropical, entre 15º e 22º C. As
chuvas se concentram no verão, e o índice de pluviosidade é influenciado pela
proximidade do oceano.
30
Em relação as características de cada região do Brasil, o IBGE define:
Na Região Norte existe o clima equatorial, quente e com médias de
temperatura entre 24° e 26°C. Na foz do rio Amazonas, no litoral do Pará e no setor
ocidental da região, o total pluviométrico anual geralmente excede os 3.000 mm. De
Roraima até o leste do Pará as chuvas ocorrem com menor frequência, ficando em
torno de 1.500 a 1.700mm anuais. O período chuvoso da região ocorre nos meses
de verão/outono, com exceção de Roraima e parte do Amazonas, onde as chuvas
ocorrem mais no inverno.
A Região Nordeste é uma região de caracterização climática complexa. O
clima equatorial úmido está presente em uma pequena parte do estado do
Maranhão, na divisa com o Pará; o clima litorâneo úmido ocorre no litoral da Bahia
ao do Rio Grande do Norte; o clima tropical está presente nos estados da Bahia,
Ceará, Maranhão e Piauí; e o clima tropical semi-árido ocorre em todo o sertão
nordestino. Quanto ao regime térmico, na região nordeste as temperaturas são
elevadas, com médias anuais entre 20º e 28ºC, sendo que já foram registradas
máximas em torno de 40ºC no Piauí e no sul do Maranhão. Os meses de inverno
apresentam mínimas entre 12º e 16ºC no litoral, e inferiores nos planaltos, sendo
que já foi registrado 1ºC na Chapada da Diamantina. As chuvas são fonte de
preocupação na região, variando de 2.000 mm até valores inferiores a 500mm
anuais. A precipitação média anual é inferior a 1.000mm. Além disso, no sertão
nordestino o período chuvoso normalmente dura apenas dois meses no ano,
podendo eventualmente até não existir, causando as secas.
O clima da região Centro-Oeste é tropical semi-úmido, com frequentes
chuvas de verão. Nos extremos norte e sul da região, a temperatura média anual é
de 22 ºC e nas chapadas varia de 20º a 22 ºC. Na primavera/verão, são comuns
temperaturas elevadas, sendo que a média do mês mais quente varia de 24º a 26
ºC. A média das máximas do mês mais quente oscila entre 30º e 36 ºC. No inverno,
em virtude da invasão polar, é comum a ocorrência de temperaturas mais baixas. No
mês mais frio, a temperatura média oscila entre 15º e 24ºC, enquanto a média das
mínimas fica entre 8º a 18ºC. A pluviosidade média é de 2.000 a 3.000 mm anuais
ao norte de Mato Grosso, enquanto no Pantanal mato-grossense é de 1.250 mm.
Apesar disso, a região centro-oeste é bem provida de chuvas, sendo que mais de
70% do total de chuvas ocorrem de novembro a março, o que torna o inverno
bastante seco.
31
Na Região Sudeste prevalece o clima tropical. No litoral, predomina o clima
tropical atlântico e, nos planaltos, o tropical de altitude, com geadas ocasionais.
Existe ainda uma grande diversificação no que diz respeito à temperatura. No limite
de São Paulo e Paraná, a temperatura média anual situa-se entre 20 ºC, enquanto
ao norte de Minas Gerais a média é 24 ºC, e nas áreas mais elevadas das serras do
Espinhaço, Mantiqueira e do Mar, a média pode ser inferior a 18 ºC, devido ao efeito
conjugado da latitude com a frequência das correntes polares. No verão, são
comuns médias das máximas de 30 a 32 ºC. No inverno, a média das temperaturas
mínimas varia de 6º a 20 ºC, com mínimas absolutas de -4 a 8 ºC. Em relação à
pluviosidade, a altura anual da precipitação nessas áreas é superior a 1.500 mm,
chegando a 2.340 mm no alto do Itatiaia e 3.600 mm na serra do Mar, em São
Paulo. Os menores índices pluviométricos anuais são registrados nos vales dos rios
Jequitinhonha e Doce, em torno de 900 mm.
A Região Sul tem predominância de clima subtropical, responsável pelas
temperaturas mais baixas do Brasil. Na região central do Paraná e no planalto
serrano de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, o inverno costuma registrar
temperaturas abaixo de zero, com o surgimento de geada e até de neve em alguns
municípios. A temperatura média anual situa-se entre 14 e 22 ºC, sendo que nos
locais com altitudes acima de 1.100 m, cai para aproximadamente 10 ºC. A média
das máximas mantém-se em torno de 24 a 27 ºC nas superfícies mais elevadas do
planalto e, nas áreas mais baixas, entre 30 e 32 ºC. No inverno, a temperatura
média oscila entre 10 e 15 ºC na maior parte da região. A média das máximas
também é baixa, em torno de 20 a 24 ºC nos grandes vales e no litoral, e 16 a 20 ºC
no planalto. A média das mínimas varia de 6 a 12 ºC, sendo comum o termômetro
atingir temperaturas próximas de 0 ºC até índices negativos, devido à invasão das
massas polares. Em relação à pluviosidade, a média anual oscila entre 1.250 e
2.000 mm, exceto no litoral do Paraná e oeste de Santa Catarina, onde os valores
são superiores a 2.000 mm, e no norte do Paraná, com valores inferiores a 1.250
mm.
5.2 Definições de conforto térmico
32
Segundo a ASHRAE Standard 55 (Norma 55 da Sociedade Americana
dos Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar-Condicionado - American
Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers), Conforto Térmico
é definido como:
Um estado ou condição de sentir satisfação com relação ao ambiente térmico em que a pessoa se encontra. Se o resultado das trocas de calor a que o corpo da pessoa se encontra submetido for nulo, e a temperatura da pele e suor estiverem dentro alguns limites aceitáveis, é possível dizer que a pessoa sente Conforto Térmico.
Em outras palavras, o conforto térmico pode ser definido pela sensação
de bem estar, relacionada à temperatura ambiente e umidade. Isto envolve equilibrar
o calor produzido pelo corpo com o calor perdido para o meio ambiente circundante.
De acordo com Olygay (1973) a temperatura interna do corpo humano
mantém-se constante. E para isso, o corpo é obrigado a dissipar todo o calor que
gera. O equilíbrio da temperatura corpórea depende de 7 variáveis ou parâmetros,
sendo que 3 deles dependem apenas do próprio indivíduo e são metabolismo,
temperatura da pele e vestimentas que o indivíduo usa. As quatro variáveis
restantes dependem do ambiente em que o indivíduo está, ou seja, do ambiente que
envolve o seu corpo. Estas variáveis são temperatura do ar, umidade relativa,
temperatura radiante média (temperatura na superfície dos elementos no local
envolvente) e velocidade do ar.
5.3 Definições de conforto acústico
De acordo com a NBR 10152: níveis de ruído para conforto acústico, pode-se
dizer que existe conforto acústico existe quando o ambiente proporciona boa
inteligibilidade da fala (ou clareza musical) e ausência de sons indesejáveis no
ambiente, criando uma sensação de paz e bem-estar. Dependendo do caso, o
conforto acústico pode depender de uma boa absorção sonora, de um eficiente
isolamento acústico, ou de ambos simultaneamente.
Os materiais construtivos e de acabamento, a mobília e até mesmo as
pessoas presentes exercem influência significativa sobre a acústica de um ambiente.
O forro é o elemento que mais contribui para a qualidade da acústica em áreas
internas e sua finalidade é absorver os sons e eliminar a reverberação (eco). A
33
aplicação de um forro acústico altera favoravelmente a absorção dos sons aéreos,
propiciando uma considerável melhora interna e mais conforto aos usuários.
No entanto, não é possível dizer que a simples instalação de um forro
absorvedor acústico será o suficiente para resolver por completo problemas de
reverberação. O forro isoladamente não impede a transmissão de sons provenientes
de ambientes vizinhos, que passam através de paredes, vãos de piso ou teto, dutos
de ar condicionado ou de ventilação e até mesmo pela estrutura da construção, no
caso de vibrações causadas por máquinas em geral. Nessas situações é necessário
adotar conjuntamente soluções de isolamento acústico, que são barreiras capazes
de impedir ou reduzir a transmissão direta do som da fonte até o receptor. As
soluções variam conforme o tipo de ruído e a forma de transmissão.
De acordo com a NBR 10152, a seguinte tabela estabelece os níveis
de ruídos medidos em decibéis (dBA).
Tabela 03: Níveis de ruídos medidos em decibéis (dBA)
Fonte: NBR 10152 (1990)
5.4 Técnicas para o conforto térmico/acústico em container
34
De acordo com Garrido (2011), os contêineres são estruturas pesadas,
mas com pouca espessura de matéria que separa o ambiente interno do externo.
Isso leva a um ganho excessivo de calor durante o dia e uma perda muito rápida
quando não há radiação do sol incidindo sobre ele a noite ou em dias nublados.
Figura 08: Desempenho térmico do contêiner
Fonte: GARRIDO (2011)
Segundo o autor, o tratamento térmico com materiais isolantes e o tratamento
acústico são muito importantes na construção de edificações em container. A
instalação pode ser feita diretamente ou nos painéis, quando o fechamento do
container for substituído. Teoricamente, os containers são compatíveis com qualquer
sistema e material de isolamento e tratamento térmico e acústico, mas é preciso
considerar que espessuras muito grandes de material isolante podem diminuir o
espaço interno. A seguir alguns esquemas do comportamento térmico de um
contêiner com o ambiente externo:
Figura 09 – Ganhos e Perdas de calor do contêiner
35
Fonte: GARRIDO (2011)
Figura 10 – Esquema de isolamento térmico do container no verão 01
Fonte: GARRIDO (2011)
Figura 11 – Esquema de isolamento térmico do container no verão 02
36
Fonte: GARRIDO (2011)
Figura 12 – Esquemas de aquecimento e resfriamento de contêineres.
Fonte: GARRIDO (2011)
Figura 13 – Esquema de isolamento térmico do container no inverno 01
37
Fonte: GARRIDO (2011)
Figura 14 – Esquema de isolamento térmico do container no inverno 02
Fonte: GARRIDO (2011)
Garrido (2011) destaca que os containers precisam de cuidados quanto à
proteção do fogo, pois mesmo o aço não sendo um propagador, é bom condutor
38
térmico e pode perder resistência se submetido a altas temperatura. Portanto, deve-
se tomar medidas como revestimento em gesso interno, para que a construção fique
dentro de limites de incêndio definido pelas normas vigentes de cada região. A
seguir apresentaremos algumas soluções para se obter o conforto térmico/acústico
em contêineres.
5.4.1 Pisos, paredes, esquadrias e coberturas
Piso de cortiça: As folhas de cortiça são populares como material de
isolamento, uma vez que utilizam as propriedades naturais da cortiça com o melhor
proveito. A cortiça oferece um desempenho de isolamento superior e tem ampla
aplicação em diversos aspectos da indústria da construção. As folhas de isolamento
de cortiça são utilizadas como isolamento de revestimento externo e podem ser
integradas tanto em sistemas de parede como em sistemas de telhado.
Figura 15 – Piso de cortiça
Fonte: http:www.corkdobrasil.com.br. Acessado em 20 de fev. 2014.
Os pisos de cortiça abafam o som ao contrário dos pisos de madeira,
que amplificam o som. As propriedades de isolamento acústico da cortiça tornam-na
39
ideal para o revestimento de andares superiores, pois ajuda a amortecer o ruído de
pessoas que andam no andar de cima.
Argila expandida: Agregado leve e com formas arredondadas, a Argila
Expandida pode ser utilizada em coberturas de habitações de contêiner. Por possuir
micro porosidade fechada, possibilita uma elevada capacidade de isolamento
térmico e acústico, o que melhora consideravelmente o conforto e o bem estar onde
ela é utilizada.
Sua aplicação como isolante térmico e acústico é feita espalhando o
material sobre a laje em uma espessura de 5 a 10 cm, dependendo do isolamento
que deseja. A Argila Expandida pode ser empregada solta ou sob a forma de
concreto isolante sobre a superfície.
Figura 16 – Argila Expandida
Fonte: http:www.minasit.com.br. Acessado em 20 de fev. 2014.
Segundo o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações, a Argila
Expandida, além da propriedade térmica e acústica, é um material de alta
resistência; apresenta inércia química; possui estabilidade dimensional e resistência
ao fogo.
40
Manta de fibra de poliéster: Composto por fibras recicladas
fabricadas a partir de garrafas PET, com espessura média de 8mm, tem como
principal função o isolamento acústico de superfícies. Pode ser aplicada entre a
chapa do contêiner e o piso, garante alta eficiência na absorção das vibrações
produzidas pelo ruído de impacto em pisos por ser altamente resiliente/elástica.
Atende o nível de desempenho superior da norma NBR 15575-3 com isolamento
L'nT,w 49 dB.
A marca mais conhecida no mercado atualmente é a Ecosilenzio.
Figura 17 – Manta de fibra de poliéster.
Fonte: www.ecosilenzio.com.br/. Acessado em 20 de fev. 2014.
Telhado verde - Sistema Alveolar Ecotelhado: O telhado verde,
telhado vivo, telhado ecológico, biocobertura ou outros nomes que se apresentam, é
uma espécie de jardim suspenso. Com uma ótima relação custo-benefício, esse tipo
de telhado incorpora vegetação ornamental à cobertura de casas, edifícios,
quiosques ou lajes. A finalidade da vegetação é proporcionar o conforto térmico no
interior dos ambientes abaixo de si pela evaporação e transpiração. Também é
41
possível aumentar o conforto acústico pela massa, além de eliminar a reflexão dos
raios de sol e diminuir o aquecimento em prédios vizinhos. Outros benefícios são:
aumentar a geração de oxigênio (fotossíntese); reter a água da chuva; e
proporcionar biodiversidade em áreas urbanas.
O sistema Alveolar Ecotelhado é composto pelos seguintes itens:
1º Membrana Anti-raízes Ecotelhado (PEAD 200 micras);
2º Membrana Alveolar Ecotelhado (2 cm) - Retem água e por baixo forma
canais drenantes;
3º Membrana de Retenção de Nutrientes Ecotelhado;
4º Substrato Leve Ecotelhado (1 cm ou mais). Cada 10 litros/m²
correspondem a 1 cm de altura.
5º Vegetação
Figura 18 – Telhado verde
Fonte: www.ecotelhado.com.br. Acessado em 21 de fev. 2014.
Figura 19 – Ecotelhado sistema alveolar
Fonte: www.ecotelhado.com.br. Acessado em 21 de fev. 2014.
Quanto ao isolamento térmico: No verão, o teto verde pode diminuir em
90% a transmissão de calor pelo telhado. O mesmo ocorre no inverno, onde é
42
possível observar uma diferença na temperatura de mais de 10°C entre o interior e o
exterior. Isso se dá devido ao colchão de ar entre a vegetação, à massa térmica da
camada de terra, à reflexão dos raios infravermelhos pelas plantas e até à liberação
de calorias pelas plantas ao condensar o orvalho da manhã. Além disso, há um
aumento da eficiência energética nos edifícios pelas suas propriedades isolantes,
reduzindo assim os custos de aquecimento e refrigeração sem necessitar de
isolamento térmico (roofmate).
A respeito do isolamento acústico: Apesar da vegetação de um teto-
grama absorver apenas 2 a 3dB, uma camada de terra úmida de 12cm de espessura
reduz a transferência de som em 40dB, atuando como barreira acústica.
Fibra cerâmica: Fornecidas nas formas de flocos, mantas, painéis,
módulos, placas, tecidos, cordas e coatings, as fibras cerâmicas são fabricadas a
partir da eletrofusão de alumina com sílica (fibra cerâmica). É um produto muito leve,
e totalmente isento de amianto, podendo ser usada em diversos locais de difícil
acesso, além de apresentar excepcional resistência mecânica e ter grande
capacidade de isolamento térmico – é possível trabalhar sob temperatura de até
1.260°C e mantem-se estabilidade química e térmica. Apresenta boa resistência à
tração, corrosão e não sofre ataque de produtos químicos e apresenta baixa
condutibilidade térmica e baixíssimo armazenamento de calor.
Figura 20 – Manta de Fibra Cerâmica
Fonte: www.unifrax.com.br. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Lã de rocha: Apresentada em forma de placa ou manta, a lã de rocha
provém de fibras minerais de rocha vulcânica, rochas basálticas especiais e outros
43
minerais que aquecidos à cerca de 1500°C são transformados em filamentos que,
aglomerados com soluções de resinas orgânicas, permitem a fabricação de produtos
leves e flexíveis até muito rígidos, dependendo do grau de compactação. Além de
não reter água, uma vez que possui uma estrutura não capilar, as alterações perante
eventuais condensações são nulas. Somada aos excelentes níveis de isolamento
térmico e acústico, a lã de rocha é um material incombustível, inócuo e perene.
Fabricada em todo o mundo, a lã de rocha devido a suas
características termo acústicas atende os mercados da construção civil, industrial e
automotivo entre outros. Garante conforto ambiental, segurança e aumento no
rendimento de equipamentos industriais, gera economia de energia com aumento de
produtividade.
Figura 21 – Lã de Rocha.
Fonte: www.diviacorn.com.br. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Lã de vidro: Mundialmente reconhecida como um dos melhores
isolantes térmicos, a lã de vidro é um dos produtos de melhor desempenho no
tratamento acústico de ambiente graças ao seu ótimo coeficiente de absorção
acústica e é caracterizada por baixa condutibilidade térmica e elevado índice de
absorção acústica. Sua aplicação, portanto, é indicada para forros ou na confecção
de paredes duplas, no processo construtivo conhecido como massa-mola-massa,
44
que substitui as paredes pesadas e dificulta a transmissão dos sons graças a sua
descontinuidade e a grande elasticidade.
Em geral a lã de vidro, é utilizada na construção civil e em indústrias para
aplicação em coberturas, forros, telhas metálicas, divisórias, paredes, dutos de ar
condicionado, equipamentos industriais, tanques, tubulações, estufas e
aquecedores, dentre outras. A lã de vidro está disponível em vários formatos: feltro
de lã de vidro, manta de lã de vidro, painel de lã de vidro, calha de lã de vidro, flocos
e forro de lã de vidro. Também pode ser fornecida com algumas opções de
revestimento: lã de vidro ensacada, lã de vidro com véu, lã de vidro com papel kraft
aluminizado, entre outros.
Figura 22 – Lã de vidro.
Fonte: www.isar.com.br. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Lã de Pet – ISOSOFT: Feita a partir de matéria prima reciclada
(garrafas pet), é uma alternativa adequada para o isolamento térmico e acústico de
pisos, paredes, coberturas e telhados. O ISOSOFT é uma lã de pet de excelente
performance que pode substituir a lã de vidro e a lã de rocha, contribuindo para a
aprovação de construções ecologicamente corretas, que almejam o selo Leed de
Sustentabilidade (reconhecido internacionalmente pelo Green Building). O ISOSOFT
oferece ótima proteção contra ruídos e melhora a sensação térmica dos ambientes,
pois adequa-se aos mais exigentes projetos arquitetônicos. É fabricado em diversas
densidades e dimensões.
Figura 23 – Esquemas de Gesso Acartonado com Manta de Lã de Pet
45
Fonte: http://www.casafozdesign.com.br. Acessado em 21 de Mar. 2014.
A Lã de Pet cria uma barreira à passagem do calor. Quando colocada
na subcobertura de telhados e fachadas de edifícios e galpões, melhora o conforto
térmico, reduzindo o consumo de energia com os condicionadores de ar. Também
pode ser usada em sistemas acústicos para coberturas, fachadas e paredes através
de sanduíches de telhas e a combinação de lãs de diferentes densidades e
espessuras ou para paredes secas tipo drywall e revestimento de dutos de ar
condicionado.
Tinta isolante térmica: Indicada principalmente para atenuar o calor, a
tinta isolante térmica é um revestimento elastomérico à base de água que incorpora
em sua formulação polímeros acrílicos combinados com microesferas de cerâmica.
Essa tinta é utilizada para a impermeabilização de lajes, telhados, caixas d'água,
paredes, galpões, depósitos etc. O poder de isolamento térmico das microesferas de
cerâmica proporciona excelente performance ao produto, pois diminui o calor
causado pela incidência da radiação solar e reduz em até 65% o calor absorvido
pelas chapas metálicas e telhados.
Outras vantagens da tinta isolante térmica: Reduz os custos de
manutenção dos telhados com a eliminação do choque térmico:
aquecimento/dilatação - esfriamento/contração; Elimina as goteiras com o
46
tratamento dos parafusos de fixação e eventuais trincas; Prolonga a vida útil das
chapas metálicas, formando uma barreira, não permitindo o contato com o ar
atmosférico; Isolante Térmico: reflete até 60% da radiação solar. Impermeabilizante:
revestimento elastomérico que acompanha a movimentação das chapas metálicas
formando uma camada monolítica de emborrachamento; Isolante Acústico: reduz o
barulho da chuva em até 60%. 100% Acrílico: composto com polímeros acrílicos
especiais, não trinca, não descasca e não envelhece; Resistente aos raios UV:
100% acrílico, não contém plásticos que envelhecem, permanecendo flexível
durante todo o tempo; Pode ser lavada sem alterações de suas propriedades;
Tempo de secagem: 3 horas a 21 ºC - 50% de umidade relativa; Tempo de cura: 3
dias.
Figura 24 – Tinta Isolante Térmica
Fonte: http://www.sustpro.com/. Acessado em 21 de Mar. 2014.
Películas para vidros – 3M Prestige: Película transparente que utiliza
nanotecnologia não metalizada para criar refletividade inferior à do vidro, o que dá
mais transparência e proporciona mais proteção ao calor. Este filme espectro
seletivo rejeita até 97% da luz infravermelha solar que produz calor e 99,9% dos
raios UV, mantendo o ambiente fresco, confortável e protegido.
Figura 25 – Película Solar
47
Fonte: www.binnosfilm.com.br. Acessado em 21 de Mar. 2014.
Vidros de Proteção Solar: Com a função principal de filtrar os raios
solares, os vidros de proteção solar diminuem a entrada de calor para o interior do
ambiente entre 30 e 70%. A temperatura mantem-se sempre agradável e o espaço
muito mais confortável, sem afetar a luz natural recebida, o que também garante
economia, tanto com a redução do uso da iluminação artificial, como também com o
uso do ar condicionado. Além disso, o vidro promove a interação das pessoas com o
meio externo e, quando laminado, atua como barreira impedindo a entrada dos raios
ultravioletas (UV) em quase 100% durante todo o dia e assim é capaz de evitar o
desbotamento de móveis, tecidos e pisos e proteger as pessoas dos danos
causados à pele.
Figura 26 – Vidro proteção solar
Fonte: www.binnosfilm.com.br. Acessado em 21 de Mar. 2014.
48
O vidro de proteção solar recebe esta característica já na linha de produção e,
por isso, tem alta resistência e não trata-se apenas de uma película aplicada após a
instalação do vidro. Em residências, qualquer tipo de janela pode receber um vidro
de proteção solar, seja instalando um nova ou substituindo somente o vidro da atual.
49
6 OBRAS
6.1 Casa El-Tiemblo
Arquiteto(s): James & Mau Arquitectura; Localização: El Tiemblo, Ávila,
Espanha; Área do Projeto: 190,00m²; Ano do projeto: 2010.
Projetada pelo estúdio James & Mau Arquitectura e construída
por Infiniski, a Casa El Tiamblo é Localizada em El Tiemblo, na província de Ávila,
na Espanha, o projeto possui cerca de 190 metros quadrados e foi construída em
seis meses, com um orçamento de 140 mil Euros. A casa foi feita de quatro
containers de 40 pés que não foram escondidos em seu exterior. As paredes
internas receberam tratamento térmico/acústico com placas de madeira OSB e lã de
rocha e para a cobertura foi composto um telhado verde que ajudou no conforto
térmico.
Figura 27 – Casa El-Tiemblo
Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.
50
Figura 28 – Casa El-Tiemblo - Sacada
Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.
Figura 29 - Casa El-Tiemblo – Cozinha/Sala
Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.
51
Figura 30 – Casa El-Tiemblo - Cozinha.
Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.
Figura 31 – Casa El-Tiemblo – Sala de Estar.
Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.
Figura 32 – Casa El-Tiemblo - Fachada
Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.
52
Figura 33 – Casa El-Tiemblo – Quarto casal
Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.
Figura 34 – Casa El-Tiemblo – Planta baixa.
Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar.2014.
Figura 35 – Casa El-Tiemblo – Pavimento Superior.
Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.
6.2 43rd St Residence + Building Lab Office
53
Arquiteto(s): Stephen Shoup – Building Lab; Localização: Oakland,
Califórnia, USA; Área do Projeto: 120,00m²; Ano do projeto: 2010.
Stephen Schoup, designer e proprietário da empresa Building Lab Inc,
projetou seu novo escritório para que este fosse ampliado de maneira mais
sustentável e concluiu que a utilização de containers, em forma de L, seria uma
ótima forma de incorporar muitos dos materiais que sobraram e suprimentos que
tinha ao seu redor.
Figura 36 – 43rd St Residence + Building Lab Office - Fundos.
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
O novo escritório criou um equilíbrio entre a casa de estilo armazém e
o pátio no meio. No interior, o espaço de trabalho é aquecido com pisos hidráulicos,
ou seja, um sistema de água quente solar no telhado faz com que ela passe por uma
tubulação no piso e o aqueça, fazendo o mesmo com o ambiente.
Figura 37 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Fachada Frontal.
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Figura 38 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Construção 01
54
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Figura 39 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Construção 02
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
O piso foi executado com placas de cortiça que ajudam no isolamento
térmico. As faces externas do contêiner foi revestidas com placas cimentícias, e
recheio com placas de fibra de celulose, conhecidas como Homasote.
Figura 40 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Sala De Estar.
55
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Figura 41 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Execução da Esquadria.
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Figura 42 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Isolamento Externo.
56
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Figura 43 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Sistema de Aquecimento do
Piso.
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Figura 44 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Sala De Jantar.
57
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Figura 45 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Quarto.
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Figura 46 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Home Office.
58
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
Figura 47 – 43rd St Residence + Building Lab Office – Planta Baixa.
Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.
6.3 Port-a-Bach
59
Arquiteto(s): Atelierworkshop; Localização: Hangzhou, China; Área do
Projeto: Aprox. 15 m²; Ano do projeto: 2010.
Desenhado pelos neozelandeses Cecille Bonifait e William Giesen de
oficina Atelier, o Port-o-Bach (a palavra Bach é um termo Kiwi coloquial
originalmente derivada de "Batchelor Pad" e é frequentemente associada com casas
de férias e casas de praia) é um lar portátil feito de contêineres recondicionados. A
casa do recipiente é facilmente transportável e pode ser usada para situações de
catástrofe, suas paredes têm a capacidade de se dobrar para ficar aberta e permitir
maior incidência de luz com a criação de uma varanda. As portas de contêineres
podem até mesmo abrir e apoiar uma cama e o recipiente pode ser dobrado quando
precisar ser protegido para armazenamento ou transporte.
Figura 48 – Port-a-Bach – Deck de madeira 01
Fonte: http://www. atelierworkshop.com. Acessado em 13 de Mar. 2014.
Figura 49 – Port-a-Bach – Deck de madeira 02
Fonte: http://www. atelierworkshop.com. Acessado em 13 de Mar. 2014.
A casa não ocupa muito espaço e requer apenas 40 m² de terreno
plano e seis bases de concreto para servir como fundações.
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Figura 50 – Port-a-Bach – Cama suspensa.
Figura 51 – Port-a-Bach – Quarto.
Fonte: http://www. atelierworkshop.com. Acessado em 13 de Mar. 2014.
Figura 52 – Port-a-Bach – Banheiro.
Fonte: http://www. atelierworkshop.com. Acessado em 13 de Mar. 2014.
6.4 Casa Domicela
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Arquiteto(s): Danilo Corbas; Localização: Balsa Nova, Paraná; Área do
Projeto: 30m²; Ano do projeto: 2012.
A cidade de Balsa Nova (PR), a 50 km de Curitiba, foi o lugar escolhido
pela professora de ioga Domicela Stanczyk para montar sua casa feita de contêiner.
A professora teve a ideia durante uma viagem, quando passava por uma estrada
entre as cidades de Las Vegas e San Francisco, nos Estados Unidos, onde é
encontrada uma maior quantidade de casas desse tipo.
Figura 53 – Casa Domicela – Contêiner HC 40’ 01
Fonte: http://www.superinformado.com.br/brasil-mundo/casa-de-conteiner. Acessado em 14 de Mar.
2014.
A residência de Domicela tem 30 m² e foi feita a partir de um único
contêiner marítimo de 40 pés. Segundo ela, a casa custou R$ 65 mil, incluindo as
mobílias de sala, cozinha, quartos e banheiros, e levou 60 dias para ser erguida.
Figura 54 – Casa Domicela – Contêiner HC 40’ 02.
Fonte: http://www.superinformado.com.br/brasil-mundo/casa-de-conteiner. Acessado em 14 de Mar.
2014.
Figura 55 – Casa Domicela – Sala/Cozinha
62
Fonte: http://www.superinformado.com.br/brasil-mundo/casa-de-conteiner. Acessado em 14 de Mar.
2014.
Figura 56 – Casa Domicela – Contêiner HC 40’ – Sala/Quarto.
Fonte: http://www.superinformado.com.br/brasil-mundo/casa-de-conteiner
O empresário Shemuel Shoel, do grupo IRS, conta que cerca de 70%
da casa é montada dentro da empresa e 30% no terreno do cliente. Ele conta que os
contêineres são transportados por caminhão e as instalações ficam ocultas em
paredes de dry-wall ou outros materiais de revestimento.
A construção de uma residência varia de R$ 1.100 e R$ 3.000 por metro
quadrado e o projeto arquitetônico custa, em média, R$ 65 por m². Por não ser
necessário fazer fundações do mesmo tipo das casas de alvenaria, essas moradias
custam de 20% a 30% menos que uma casa de tijolos e cimento.
6.5 Casa do Arquiteto – Danilo Corbas
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Arquiteto(s): Danilo Corbas; Localização: Cotia, São Paulo; Área do
Projeto: 196m²; Ano do projeto: 2012.
Uma residência sustentável pode ser, sim, descolada, estética e
confortável como o projeto do arquiteto Danilo Corbas. A moradia do próprio
arquiteto, com 196 metros quadrados, foi estruturada com quatro contêineres
marítimos reaproveitados.
Figura 57 – Casa Danilo Corbas
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
Além da área social, com sala de estar, jantar e cozinha gourmet
integradas, a residência conta com escritório, três quartos, três banheiros, área de
serviço, garagem e varandas.
Figura 58 – Casa Danilo Corbas – Construção
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
Figura 59 – Casa Danilo Corbas – Sala de Estar
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Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
Figura 60 – Casa Danilo Corbas – Sala de Jantar.
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
Figura 61 – Casa Danilo Corbas – Sala de Jantar e Cozinha
65
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
Figura 62 – Casa Danilo Corbas – Esquema da Planta Baixa
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
Os quatro contêineres formam a estrutura da casa, sendo dois
dispostos no pavimento inferior e outros, perpendicularmente sobre os primeiros,
formando o pavimento superior. Segundo o arquiteto, o objetivo era reciclar
materiais e evitar a utilização de areia, tijolo, cimento, água e ferro para a estrutura
66
para maior limpeza. O projeto previa uma terraplanagem suave do terreno, utilizando
sistema de compensação entre corte e aterro, para manter um único platô quase em
sua cota original. Os serviços de terraplanagem e limpeza do terreno foram
executados em um dia.
Para a fundação da casa, foram utilizadas sapatas isoladas nas
extremidades dos contêineres e sob as colunas de reforço, colocadas para aguentar
os contêineres superiores. De acordo com Corbas, pelo peso da construção, de 18 t
(4,5 t por contêiner), não foi necessária a colocação de ferragens nas sapatas.
Figura 63 – Casa Danilo Corbas – Esquema Pavimento Superior
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
Figura 64 – Casa Danilo Corbas – Perspectiva 01
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
Figura 65 – Casa Danilo Corbas – Perspectiva 02
67
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
O isolamento termo acústico do contêiner formado por chapas de aço
foi um dos quesitos que exigiu maior atenção do projetista. A lã PET e o drywall
foram empregados para o isolamento das paredes, enquanto no teto foram utilizadas
telhas térmicas com uma camada de poliuretano, juntamente com lã mineral
basáltica.
Para deixar a casa mais sustentável, foram utilizados sistemas como o
de reuso de água pluvial, ventilação cruzada nos ambientes, telhado verde, telhas
brancas, iluminação em LED, sistema de aquecimento solar e uso de salamandra
para aquecimento. A iluminação também é sustentável: o vão formado entre os dois
contêineres inferiores foi fechado com vidro, além de janelas basculantes, instaladas
por toda a casa que permitem luz natural.
Figura 66 – Casa Danilo Corbas – Noturna 01
68
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
Figura 67 – Casa Danilo Corbas – Noturna 02
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/contêiner-sustentavel. Acessado em 14 de
Mar. 2014.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Novas formas de construção têm sido exigidas para atender a
consciência ambiental cada vez maior da sociedade. Existe um interesse crescente
no uso de contêineres na construção civil para habitações residenciais exatamente
por essa razão, visto que esse tipo de estrutura permite maior reaproveitamento de
materiais e técnicas mais sustentáveis.
Os contêineres são relativamente baratos, estruturalmente sólidos e de
abundante fornecimento. Apesar de os recipientes serem escuras caixas sem
janelas, eles podem ser elementos modulares altamente personalizáveis de maior
estrutura depois de trabalhos na arquitetura.
As vantagens da construção em container são incontestáveis: a obra
chega quase pronta ao terreno, já revestida, é necessário apenas conectar os
containers e ligá-los às redes de luz e água. Em zonas de difícil acesso, uma obra
rápida que não requer tanto trânsito de veículos é ideal, e com a utilização desse
material é possível se construir uma casa em até 3 semanas. O uso de contêiner
também é ecologicamente correto. O aproveitamento de material nobre descartado
gera economia de recursos naturais que seriam utilizados na obra, como areia, tijolo,
cimentos, água, ferro e etc. A arquitetura de container tem vantagens significativas
em comparação com os métodos de construção convencionais do ponto de vista
ambiental, existe a possibilidade de reutilização e reciclagem dos módulos além de
um grande potencial de desenvolvimento.
A principal vantagem é a econômica, visto que há uma diferença de
aproximadamente 35% no custo total da residência, desde a fundação da casa até o
revestimento externo. Além disso, os contêineres apresentam uma estrutura muito
forte, pois são projetados para resistir às diversas intempéries e suportar grandes
cargas.
Atualmente, existem contêineres próprios para construção. Para isso,
cada caixa é modulada de forma a assegurar o seu transporte e o fechamento é feito
por painéis de vedação e aberturas. São containers novos e feitos em larga escala e
como sistemas fechados, que normalmente não são compatíveis com a
padronização ISO. Uma das características do container para ser usado como
edificação é referente à suas dimensões, principalmente a altura interna que é
compatível para uma pessoa viver ou trabalhar.
70
A principal justificativa para a construção de edificações com
contêineres é sua utilização como uma estrutura pré-fabricada. É possível aproveitar
ao máximo sua capacidade para serem utilizados como meio de transporte, seus
componentes são feitos em um ambiente industrial (mão de obra e ferramentas
especializadas) e em série, e a parte de montagem em loco é quase instantânea,
ganhando em tempo e com um máximo de controle de qualidade.
Para a arquitetura, a utilização de contêineres é bastante interessante,
pois permite modularidade e grande flexibilidade, dado que as dimensões são
padronizadas e as peças são facilmente encaixáveis entre si o que facilita a
construção e/ou montagem, permitindo diversas configurações. Outro fator relevante
é a agilidade na construção, visto que uma casa com estrutura de contêiner leva
geralmente entre 60 a 90 dias para ficar pronta.
Quanto ao manuseio, os contêineres são relativamente leves e, com
isso, podem ser facilmente transportados para qualquer lugar. Soma-se ainda, a
facildade de serem facilmente levantados sobre estacas acima do nível do solo, o
que é extremamente útil principalmente em áreas com risco de inundação ou com
dificuldades para aterrar/ fazer piso. Dependendo do terreno e do projeto, em
apenas um dia, os serviços de terraplanagem e limpeza do terreno são totalmente
executados como observado na casa de Daniel Corbas.
Outra vantagem em relação ao terreno é a questão da
impermeabilização visto que mais de 85% do terreno fica permeável,
contribuindo para absorção da água das chuvas. Assim, existe a possibilidade de
reuso de água da chuva, visto que os projetos podem captar água da chuva pelo
telhado, deixá-la armazenada e filtrada em reservatório próprio, para uso na
irrigação do jardim, limpeza externa, lavagem de carro e máquina de lavar roupa.
Para a ventilação e conforto térmico, os contêineres também podem
ser trabalhados com ventilação cruzada e uso de lã de PET. A ventilação cruzada é
feita com janelas e aberturas de maneira que seja possível evitar o uso de ar
condicionado (um dos grandes consumidores de energia elétrica) por causa das
correntes de vente criadas. A lã de PET serve como isolamento térmico e é feita à
base de garrafas PET recicladas.
Para o acabamento externo de uma habitação em contêiner, é
necessário lixar e pintar com tinta anti-corrosiva todo o volume, protegendo-o, assim
das intemperes. Acima disso, o sistema permite a utilização de qualquer
71
acabamento, desde ripas de madeira a placas cimenticías, as quais, por sua vez,
aceitam todos os tipos de pinturas e texturas acrílicas. Assim como o revestimento
externo, a parte interna de uma habitação de contêiner aceita todos os tipos de
acabamento, tendo como base o sistema steel-frame.
Por fim, apesar de todas as vantagens, pelo fato de o contêiner ser,
basicamente, uma caixa metálica, é necessário um bom projeto de conforto térmico
e acústico para torná-lo habitável, além de ser necessário prever as questões de
ventilação. Une-se a isso a necessidade de utilização de um material termicamente
confortável entre o revestimento e a placa metálica. Outro aspecto importante é a
elaboração de um estudo do entorno e do clima do local com base nas informações
apresentadas com base nos dados do IBGE para o local onde o contêiner será
implantado. Neste estudo, as características de cada clima e microclima, envolvendo
ventos predominantes e chuvas características são diretrizes fundamentais para
elaborar um bom projeto.
Sendo assim o contêiner, quando bem utilizado, resolve problemas do
seu acúmulo em portos e depósitos, pode dar soluções de habitação e consegue ter
uma resposta rápida a situações emergenciais. Como qualquer sistema construtivo,
é preciso avaliar seu custo benefício em relação a outras possibilidades e é possível
afirmar que, ainda que sejam necessárias intervenções para conforto térmico e
acústico, considerações sobre o clima e o terreno, as obras realizadas com
contêineres são, em média, de 20% a 35% mais econômicas do que as tradicionais
de alvenaria. Soma-se a isso, as técnicas sustentáveis e de reaproveitamento que
podem ser aplicadas nos projetos, o que trará, além de benefícios para o mundo,
economia futura quanto a energia, utilização de água, etc.
No Brasil, ainda há uma certa dificuldade de aceitar o novo, pois a
tradição, aparência e status são muito valorizados. Porém, com os devidos cuidados
e um bom projeto, as diferenças entre uma casa feita no sistema tradicional de
alvenaria de blocos cerâmicos, pouco difere de uma residência em contêiner e,
atualmente, é possível afirmar que esse tipo de construção está ganhando outros
olhares, com mais valor e interesse.
72
REFERÊNCIAS
Livros:
GARRIDO, Louis De. Sustentainable Architecture Containers. Ed. Morisa, 2011.
HELBERS, Jill. Prefab Modern. Ed. Glitterati Incorporated, New York, 2004.
MÜLLER, Mary. S.; CORNELSEN, Julce S. Normas e padrões para teses, dissertações e monografias. 6ª ed. Atual. – Londrina: Eduel, 2007.
OLGYAY, Victor, OLGYAY, Aladar. Design with Climate: Bioclimatic Approach to
Architectural Regionalism, 1973.
SLAWIK, BERGMANN, BUCHMEIER, TINNEY. Container Atlas, a Practical Guide to Container Architecture. Ed. Gestalten, Berlin, 2010.
Normas:
NBR 10152: Níveis de Ruídos para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987
NBR 15575-2013. Norma de Desempenho.
NBR 15220-2003 - Conforto Térmico.
NBR ISO nº 668: Contêineres Séries 1 – Classificação, Dimensão e Capacidade. NBR ISO nº 1161 – 1984: Dispositivos de Canto – Especificações.
NBR ISO nº 5973: Tipos de Contêineres - Classificação.
NBR ISO nº 5978: Padronização.
NBR ISO nº 5979: Terminologia.
NBR ISO nº 6346 – 1995: Códigos, Identificação e Marcação.
NBR ISO nº 1496-1 – 1990: Contêineres gerais para propósitos gerais.
73
Sites:
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Argila Expandida. http:www.minasit.com.br. Acessado em 20 de Fevereiro, 2014.
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Lã de Pet. http://www.casafozdesign.com.br. Acessado em 21 de Março, 2014.
Lã de Rocha. http://www.diviacorn.com.br. Acessado em 20 de Março, 2014.
Lã de Vidro. http://www.isar.com.br. Acessado em 20 de Março, 2014.
Manta de Fibra Cerâmica. http://www.unifrax.com.br. Acessado em 20 de Março, 2014.
Manta de Fibra de Poliéster. http://www.www.ecosilenzio.com.br. Acessado em 20 de Fevereiro, 2014.
Piso de Cortiça. http:www.corkdobrasil.com.br. Acessado em 20 de Fevereiro, 2014.
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Telhado Verde Alveolar. http://www.ecotelhado.com.br. Acessado em 21 de Fevereiro, 2014.
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74