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TUBITEK in downtown Porto, design by Atelier Marca Roskopf A TUBITEK, mítica loja de música dos anos 80, no centro da cidade do Porto, mais precisamente na Praça D. João I, no nº 31 do edifício modernista Rialto, reabriu, após 14 anos do seu encerramento. O edifício Rialto, construído entre 1940 e 1944, é um imóvel importante na cidade, e por isso, para a remodelação desta loja, procuramos respeitar a personalidade do edifício e a sua envolvente. Propusemos 3 tempos/espaços distintos: 1- a fachada, original dos anos 40´s, foi redesenhada tendo em conta a modelação e materiais do edifício. Utilizamos, na parte superior, chapas de cobre e inox, como base do lettering e identidade da TUBITEK, e mantivemos a carpintaria original em carvalho, devidamente recuperada. 2- o espaço interior, caracteriza- se pelas linhas longitudinais da iluminação no teto e pelas prateleiras suspensas que organizam as distintas áreas de exposição (vinyl, cd’s, dvd’s e t-shirts) procurando evidenciar a profundidade e dimensões da loja. A loja dispõe de uma área de 40m 2 , o que tornou imperativo o desafio de estudarmos uma disposição dos discos, tendo em vista a exposição de um considerável número de exemplares, sem que isso pusesse em causa a boa circulação na loja. O interior da loja, contém um elemento de exceção — uma parede de azulejos biselados típicos das fachadas da cidade — que marca a área de proximidade do balcão, servindo ao mesmo tempo de cenário de fundo para a escada de acesso a uma zona privada de armazenamento. Esta parede, distingue-se ainda pelo facto de ser a única que não contém elementos expostos, como pausa visual no carrossel que o colorido dos discos impõe. As escadas de ferro, em caracol, procuram novamente conciliar características arquitectónicas da cidade, e a resolução de circulação num espaço exíguo. Destacam-se, por oposição, da parede verde de azulejos, e porque assumem a cor do chão – amarelo limão – parecendo dele brotar. O interior é também pontuado por elementos gráficos, de comunicação visual, que agilizam situações práticas e melhoram esteticamente o espaço. 3 – Para o espaço da montra (retail window), como espaço de transição entre o exterior e interior, concebemos uma estrutura modelar polivalente capaz de acolher soluções diversificadas de projetos de vitrinismo. A perfuração obedeceu a um estudo que conduziu ao desenho de diversas medidas de pinos de madeira capazes de uma sustentação eficaz dos discos de diferentes tamanhos e pesos à venda na loja. O diâmetro da furação foi estudado para receber um espectro relativamente alargado de materiais cilíndricos ou prismáticos. Assim, podem ser usados objetos de materiais diversos como, por exemplo, tubos ou varetas de metal, plástico, vidro, acrílico, ou cartão prensado, bem como lápis, ou materiais de escrita e de desenho. O propósito central que esteve presente no desenho das duas montras reside essencialmente na abertura à concepção de projetos de vitrinismo com suficiente carga estética e comunicativa para funcionarem simultaneamente como espaço de promoção da surpresa para o transeunte ocasional e como elemento de marca diferenciadora. Nesse aspeto, defendemos que cada montra pressuponha uma seleção contida e provocadora da curiosidade do transeunte para que a aproximação do público conduza à entrada de mais pessoas na loja. Nas montras que foram organizadas para a inauguração do espaço, destacaram-se as linhas amarelas oblíquas, tencionadas entre os dois planos ortogonais e convergentes numa espécie de

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TUBITEK in downtown Porto, design by Atelier Marca Roskopf

A TUBITEK, mítica loja de música dos anos 80, no centro da cidade do Porto, mais precisamente na Praça D. João I, no nº 31 do edifício modernista Rialto, reabriu, após 14 anos do seu encerramento. O edifício Rialto, construído entre 1940 e 1944, é um imóvel importante na cidade, e por isso, para a remodelação desta loja, procuramos respeitar a personalidade do edifício e a sua envolvente. Propusemos 3 tempos/espaços distintos: 1- a fachada, original dos anos 40´s, foi redesenhada tendo em conta a modelação e materiais do edifício. Utilizamos, na parte superior, chapas de cobre e inox, como base do lettering e identidade da TUBITEK, e mantivemos a carpintaria original em carvalho, devidamente recuperada. 2- o espaço interior, caracteriza- se pelas linhas longitudinais da iluminação no teto e pelas prateleiras suspensas que organizam as distintas áreas de exposição (vinyl, cd’s, dvd’s e t-shirts) procurando evidenciar a profundidade e dimensões da loja. A loja dispõe de uma área de 40m2, o que tornou imperativo o desafio de estudarmos uma disposição dos discos, tendo em vista a exposição de um considerável número de exemplares, sem que isso pusesse em causa a boa circulação na loja. O interior da loja, contém um elemento de exceção — uma parede de azulejos biselados típicos das fachadas da cidade — que marca a área de proximidade do balcão, servindo ao mesmo tempo de cenário de fundo para a escada de acesso a uma zona privada de armazenamento. Esta parede, distingue-se ainda pelo facto de ser a única que não contém elementos expostos, como pausa visual no carrossel que o colorido dos discos impõe. As escadas de ferro, em caracol, procuram novamente conciliar características arquitectónicas da cidade, e a resolução de circulação num espaço exíguo. Destacam-se, por oposição, da parede verde de azulejos, e porque assumem a cor do chão – amarelo limão – parecendo dele brotar. O interior é também pontuado por elementos gráficos, de comunicação visual, que agilizam situações práticas e melhoram esteticamente o espaço. 3 – Para o espaço da montra (retail window), como espaço de transição entre o exterior e interior, concebemos uma estrutura modelar polivalente capaz de acolher soluções diversificadas de projetos de vitrinismo. A perfuração obedeceu a um estudo que conduziu ao desenho de diversas medidas de pinos de madeira capazes de uma sustentação eficaz dos discos de diferentes tamanhos e pesos à venda na loja. O diâmetro da furação foi estudado para receber um espectro relativamente alargado de materiais cilíndricos ou prismáticos. Assim, podem ser usados objetos de materiais diversos como, por exemplo, tubos ou varetas de metal, plástico, vidro, acrílico, ou cartão prensado, bem como lápis, ou materiais de escrita e de desenho. O propósito central que esteve presente no desenho das duas montras reside essencialmente na abertura à concepção de projetos de vitrinismo com suficiente carga estética e comunicativa para funcionarem simultaneamente como espaço de promoção da surpresa para o transeunte ocasional e como elemento de marca diferenciadora. Nesse aspeto, defendemos que cada montra pressuponha uma seleção contida e provocadora da curiosidade do transeunte para que a aproximação do público conduza à entrada de mais pessoas na loja. Nas montras que foram organizadas para a inauguração do espaço, destacaram-se as linhas amarelas oblíquas, tencionadas entre os dois planos ortogonais e convergentes numa espécie de

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ponto de fuga para a mais importante zona de exposição. As linhas dinâmicas criadas pelo conjunto de fios deixaram entrar os olhos dos transeuntes pelo meio de uma enorme quantidade de pessoas ávidas do contacto direto com discos e com a música que deles emanará. A TUBITEK reabriu no mesmo local que nós esperamos venha a ser um novo espaço. info: cliente: CDV Tubitek http://www.cdgo.com/ arquitectura | design: Atelier Marca Roskopf http://ateliermarcaroskopf.blogspot.pt/ local: Porto, Portugal área: 40 m² construtor: Merbau serralharia: JMPN Serralharia fotografia: Atelier marca roskopf