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  • A MATEMTICA NOS CURSOS PROFISSIONALIZANTES DE MECNICA.

    Wagner Jos Bolzan

    UNESP Rio Claro-SP

    Introduo

    Nossas idias iniciais, sobre este fenmeno de interesse, nos levaram a considerar

    as questes:

    O que mecnica?

    O que um mecnico industrial?

    O que um tcnico em mecnica?

    visto que esses conceitos, em geral, no fazem parte do vocabulrio usual de professores

    e alunos de escolas acadmicas. Estas questes foram trabalhadas e respondidas na

    pesquisa.

    Outra questo que fez parte de nossas idias iniciais foi:

    Qual a importncia da formao matemtica para esse profissional da

    mecnica?

    Aqui, ns, como professor de matemtica, nos manifestamos querendo conhecer o

    que de importante h no ensino da matemtica que tenha reflexo na formao desses

    profissionais.

    Em O desafio do futuro: aprender sempre (1999, p.17), l-se:

    H 35 anos, o SENAI encomendou ao professor Jos Pastore1 uma pesquisa

    para saber o que os empresrios levavam em conta na hora de contratar um

    profissional de produo. A resposta foi: ser um bom ferramenteiro. Agora,

    ele repetiu a mesma pesquisa. Resposta: em primeiro lugar, lgica de

    raciocnio; depois, saber transferir conhecimento de uma rea para outra,

    saber se comunicar (e entender o que lhe comunicado), trabalhar em equipe

    e, por ltimo, ser um bom ferramenteiro.

    1 O Prof. Dr. Jos Pastore socilogo, especialista em relaes do trabalho e desenvolvimento institucional, professor aposentado da Faculdade de Economia e Administrao e pesquisador da Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas, ambas da Universidade de So Paulo USP.

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    A diferena entre como se concebia antes e como se concebe hoje esse

    profissional um fator importante que pede resposta questo: qual a importncia da

    formao matemtica para o profissional da mecnica? Como visto, Pastore falou de

    lgica de raciocnio, transferncia de conhecimento de uma rea para outra, saber se

    comunicar (e entender o que lhe comunicado) e trabalhar em equipe. Estas idias so

    de natureza matemtica e para que o aluno adquira todas essas competncias e

    habilidades necessrio que lhe proporcionemos um ambiente favorvel e desafiador.

    Nosso principal objetivo o de fazer uma ponte entre a matemtica acadmica e a

    matemtica utilizada na prtica. No queremos defender a importncia da matemtica

    apenas por sua aplicabilidade. Entendemos que sua importncia na formao desse

    profissional muito mais do que isso.

    Conjecturamos que ao usar a Metodologia de Ensino Aprendizagem de

    Matemtica atravs da Resoluo de Problemas, poder-se-ia contribuir muito para

    tornar possvel a ligao da matemtica acadmica com a matemtica da prtica em

    oficina.

    Conexes da Matemtica com Tecnologia Mecnica

    Depois de termos conhecido Os Elementos Curriculares do SENAI para

    Matemtica Aplicada Mecnico de Usinagem, fomos conhecer o material didtico

    utilizado pelos instrutores nas aulas de prtica em oficina. Todo curso devidamente

    apostilado. Uma das apostilas a que tivemos acesso tem como ttulo Tecnologia

    Mecnica Bsico SENAI SP. Numa anlise que fizemos desta apostila pudemos

    constatar que, para dar conta dos assuntos ali tratados, muitos contedos matemticos

    aparecem direta ou indiretamente ligados a um problema. Pode-se retirar bons exemplos

    da rea de tecnologia mecnica e estabelecer conexes entre tpicos matemticos que se

    deseja ensinar.

    Dentre tudo que pudemos observar nesta apostila, nos deparamos com uma

    atividade fundamental que deve acompanhar para sempre a vida profissional desses

    alunos. Trata-se do ato de medir. No dia-a-dia desse profissional comum aparecerem

    situaes nas quais faz-se necessrio, por exemplo, encaixar ou deslizar uma pea na

    outra. Para que isto ocorra, existem diversos tipos de ajustes entre as peas envolvidas

    que devem ser respeitados, em funo do tipo de aplicao mecnica que se deseja

    obter. Dado o conjunto furo/eixo, existem dois tipos bsicos de ajustes: ajustes mveis e

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    ajustes forados. Olhando apenas para os ajustes mveis, pode-se ainda conseguir trs

    tipos de ajustes: deslizante, rotativo e rotativo leve. Da o importante conceito de

    Tolerncia.

    Tolerncia o valor da variao permitida na dimenso de uma pea. ,

    particularmente, a diferena tolerada entre as dimenses limites, isto , mxima e

    mnima, de uma dimenso nominal2.

    A tolerncia aplicada na usinagem3 de peas em srie e avulsas, possibilitando a

    intercambialidade das peas, isto , a condio entre duas ou mais peas poderem ser

    trocadas entre si, sem prejuzo do funcionamento do conjunto.

    Para ilustrarmos uma aplicao, mostramos um exemplo retirado da apostila

    SENAI de como cotar as peas de acordo com o ajuste desejado. Trata-se de um ajuste

    que pede um furo (H7) para um eixo (f7)4.

    Como dito na apostila, d

    feita mo podendo girar o eixo

    2 Dimenso nominal: dimenso bsica q3 Usinagem a operao mecnica quainda a combinao destas, atravs dearrancado chama-se cavaco. 4 H7 e f7 so as designaes simblicdesejado no acoplamento furo/eixo.

    Consultando as tabelas de tolerncias para furos e eixos,

    pode-se encontrar

    Para o furo:

    50 e o dimetro real deve estar entre 50,025mm e

    50,000mm.

    T = 50,025 50,000 = 0,025mm, T = tolerncia

    permitida no furo.

    Para o eixo:

    50 e o dimetro real deve estar entre 49,975mm e

    49,950mm.

    T = 49,975 49,950 = 0,025mm, T = tolerncia

    permitida no eixo.

    250

    +

    2550

    isso resulta um ajuste rotativo, ou seja, a montagem

    sem esforo.

    ue fixa a origem dos afastamentos. e confere pea a forma ou as dimenses ou o acabamento ou arranque de material por uma ferramenta cortante. Este material

    as dadas para indicar, em tabelas especiais, o grau de preciso

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    Podemos perceber apenas nesse exemplo que para o uso eficaz de toda essa teoria,

    numa minuciosa interpretao dos conceitos de tolerncia e ajuste para a usinagem de

    peas intercambiveis, fica implcita e explcita uma importante conexo com a

    matemtica: nmeros racionais e operaes com nmeros racionais na forma decimal,

    intervalos numricos, familiaridade com o uso de tabelas, etc. Mas queremos, em

    particular, destacar a possibilidade de explorar situaes-problema que podem sair desse

    contexto para se introduzir diversos conceitos matemticos. Segundo o que pede nossa

    metodologia, preciso ter clareza sobre o objetivo da aula (nmeros racionais,

    operaes com nmeros racionais na forma decimal, intervalos numricos, etc.). O

    professor de matemtica, em conjunto com os instrutores, deve elaborar essas situaes-

    problema academicamente.

    Para que no processo de usinagem sejam garantidos os campos de tolerncia

    indicados para cada tipo de ajuste, encontramos, na apostila SENAI, os instrumentos de

    medida mais utilizados para esse fim: o paqumetro e o micrmetro. Trata-se de

    instrumentos interessantes que foram inventados para possibilitar a subdiviso do

    milmetro e da polegada em partes no vistas a olho nu e conseguir uma leitura rpida

    dessas medidas. Sem o uso e o completo domnio desses instrumentos, as tabelas

    utilizadas para indicao dos valores das tolerncias, que garantem um perfeito

    acoplamento entre o furo e o eixo, no possuem significado algum. O paqumetro, como

    exemplo, o instrumento de medida mais presente no dia-a-dia do mecnico. Atravs

    de uma escala denominada vernier ou nnio, pode-se atingir um grau de preciso de

    at 0,02mm ou "

    1281

    . Pode-se observar aqui, mais uma vez, a necessidade de se

    ocupar com o estudo dos conjuntos numricos.

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    Nossa metodologia de trabalho e um momento da aplicao de nosso Projeto

    Pedaggico.

    Como j foi dito, a idealizao de nosso Projeto Pedaggico apoiou-se na

    Metodologia de Ensino-Aprendizagem de Matemtica atravs da Resoluo de

    Problemas.

    Essa metodologia se apresenta como um caminho para se ensinar matemtica e

    no apenas para se ensinar a resolver problemas. Estabelecemos que problema tudo

    aquilo que no se sabe fazer, mas que se est interessado em resolver, que o problema

    passa a ser um ponto de partida e que, atravs de sua resoluo, os professores devem

    fazer conexes entre os diferentes ramos da matemtica, gerando novos conceitos e

    novos contedos.

    Ainda podemos dizer que o ponto de partida das atividades matemticas no a

    definio mas o problema; que o problema no um exerccio no qual o aluno aplica,

    de forma quase mecnica, uma frmula ou uma determinada tcnica operatria; que

    aproximaes sucessivas ao conceito criado so construdas para resolver um certo tipo

    de problema e que, num outro momento, o aluno utiliza o que j aprendeu para resolver

    outros problemas; que o aluno no constri um conceito em resposta a um problema,

    mas constri um campo de conceitos que tomam sentido num campo de problemas; que

    a resoluo de problemas no uma atividade para ser desenvolvida em paralelo como

    aplicao da aprendizagem, mas como orientao para a aprendizagem.

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    Em maio de 2001, assumimos nosso trabalho com alunos matriculados no curso

    de mecnica de usinagem do SENAI. Logo aps as aulas de matemtica, os alunos

    realizavam atividades com o instrutor de prtica de oficina. Numa dessas aulas, o

    instrutor trabalhou com os instrumentos de medida e, em particular, com o paqumetro.

    Ns, como professor de matemtica dessa turma de reviso, estvamos presente nesta

    aula.

    Enquanto os alunos mediam peas de plstico com o paqumetro utilizando o

    sistema ingls de medidas, um dos alunos nos fez uma pergunta que parecia ir alm

    daquilo que o instrutor pretendia.

    Dada a pea, na forma de um bloco retangular, os alunos deveriam medir com o

    paqumetro o comprimento a, a largura b e a altura c do bloco, em polegadas.

    Ao encontrar a medida b ="

    1281212

    esse aluno nos perguntou: qual deve ser a

    abertura do paqumetro em polegadas para conseguir a metade de b?

    A resposta a essa pergunta ele no sabia achar e parece que sentia que o

    paqumetro poderia no lhe dar. Ento, resolveu perguntar ao professor de matemtica

    que estava perto, como poderia fazer isso.

    Comeamos a responder com outra pergunta: Se quer achar a metade de b, isso

    significa que voc deve dividir b por quanto? Ele respondeu: Por dois.

    Como b um nmero misto, ele disse que no sabia fazer essa conta. Visto

    que no podamos deixar o aluno sem resposta, juntos comeamos a trabalhar. O

    professor foi dizendo, buscando usar conhecimentos do aluno, que

    "

    1281212

    2 ="

    1281212

    + 2 =

    "

    1281212

    +

    21

    =

    "

    212

    +

    "

    21

    128121

    =

    "

    2561211

    + =

    "

    2561211

    mostrando que o nmero misto tem uma parte inteira e

    mais uma parte fracionria

    lembrando que dividir por dois o mesmo

    que multiplicar por 21

    usando a propriedade distributiva

    voltando forma de

    nmero misto

    executando as operaes indicadas

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    O professor perguntou: - Como abrir o paqumetro com essa medida se a parte

    fracionria corresponde exatamente metade da menor diviso exibida no paqumetro?

    Aquilo que o aluno sentia confirmou-se ento. Como medir com segurana essa frao

    se a escala no mostra subdivises dessa parte? A resposta prtica a essa questo que,

    com esse paqumetro, no se consegue essa abertura com segurana.

    Se o paqumetro no responde, diz o professor, vamos procurar na matemtica da

    sala de aula a resposta.

    A idia matemtica envolvida, para a abertura b ="

    1281212

    , trabalhada ao

    observar a escala do paqumetro, onde cada polegada se apresenta dividida em 16 partes

    iguais.

    Como

    "1 = "

    1616

    =

    "

    1615

    +

    "

    161

    =

    "

    1615

    +

    "

    1288

    temos que "

    1281212

    = + "2

    "

    128120

    +

    "

    1281

    = 2 + "

    "

    1615

    +

    "

    1281

    Olhando na escala vemos que para se atingir 3 falta exatamente ""

    161

    . Mas

    "

    1281

    =

    "

    161

    81

    e o vernier corre apenas

    81 de

    "

    161

    .

    Mas o problema levantado pelo aluno o de se obter metade de "

    1281212

    .

    Com o paqumetro no foi possvel abrir a metade de "

    1281212

    , ou seja,

    "

    2561211

    . A grande dificuldade seria achar a metade de

    "

    1281

    .

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    O aluno ficou convencido de que, com o paqumetro, que um instrumento

    limitado, no foi possvel medir "

    1281212

    21

    , mas que matematicamente possvel

    fazer isso e chegar a "

    2561211

    .

    Na aula de matemtica posterior, apresentamos para toda classe a situao-

    problema ocorrida nessa aula de Tecnologia Mecnica. Comeamos com a pergunta

    colocada pelo aluno e mostramos que ela estabelecia uma conexo direta com a

    matemtica ensinada academicamente. Esta questo serviu-nos de gancho para

    introduzir o conceito de nmero racional.

    Como se pode perceber, o ambiente proporcionado em sala de aula, contribuindo

    para que o aluno se torne protagonista de seu prprio processo de aprendizagem,

    aconteceu de forma bastante natural, uma vez que colocamos em prtica nossa

    metodologia de trabalho.

    Um dos problemas que estava programado para esse encontro o problema VII

    de nossa lista de problemas. A maioria dos encontros foi realizada com atividades em

    grupos de no mximo quatro alunos.

    Problema VII

    Uma pea dever ter um furo centralizado, como mostra o desenho. Qual ser a

    medida da abertura do paqumetro, para que se possa marcar na pea a medida x

    desejada?

    Os objetivos desse encontro eram:

    1. apresentar o paqumetro,

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    2. rever, aprofundar e aplicar o conceito de nmero racional com sua notao

    barra fracionria: ba (a barra b), indicando uma frao, isto , uma

    relao parte/todo.

    3. relacionar fraes com atividades do paqumetro,

    4. mostrar que no paqumetro as medidas das espessuras podem ser

    apresentadas tanto no sistema decimal quanto no sistema ingls.

    Alguns enganos foram cometidos na resoluo desse problema. Vejamos um

    deles:

    Grupo 1

    Neste grupo os alunos fizeram a seguinte confuso: em vez de considerar o

    nmero misto 812 , entenderam que se tratava da multiplicao

    812 . Confundir

    nmero misto com multiplicao de nmero inteiro por frao um erro comum por

    parte de muitos alunos.

    A maioria dos grupos chegou soluo correta desse problema.

    Grupo 2

    Esse grupo escolheu o algoritmo certo para resolver o problema e acertou a

    resposta. Com essa soluo colocada na lousa, perguntamos aos alunos como haviam

    operado. O que um desses alunos disse foi que, junto com seus colegas de grupo,

    tiveram a idia de observar a medida colocada pelo problema numa dessas rguas de

    plstico que apresenta medidas em polegadas. Localizaram "

    812

    . Contaram 34

    espaos at o zero. Dividiram esta quantidade por dois e concluram que, para achar a

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    metade de "

    812

    "

    , deveriam contar, partindo do zero para a direita, dezessete espaos.

    Como em 1 temos dezesseis espaos, bastou acrescentar mais um e conseguir "

    1611

    . Uma forma muito interessante se resolver o problema!

    Os objetivos propostos para este encontro foram atingidos. Depois desse trabalho

    com os alunos e de esclarecidas as dvidas, o conceito matemtico envolvido foi

    formalizado.

    Concluso

    As oportunidades de usar e melhorar conhecimentos, vistos no Ensino

    Fundamental pelos alunos, ao estabelecer conexes com a prtica em mecnica, devem

    ser muito bem aproveitadas. Queremos que o aluno tenha oportunidade de ver essa

    matemtica para que possa aplic-la, na prtica, com segurana. O modo que estamos

    propondo fazer essa retomada de construo de conceitos e contedos matemticos, no

    curso de Mecnica de Usinagem, adquire um carter muito mais profundo. Deve-se tirar

    do aluno a idia errada de que fazer matemtica apenas fazer contas.

    A falta de hbito e a no facilidade que cada aluno possa apresentar diante de uma

    situao-problema dada s podero ser corrigidas por meio da aplicao de vrias

    situaes-problema. Com o apoio do professor e sempre com objetivos bem definidos

    para cada problema, o aluno ser colocado diante de situaes que o faam pensar,

    levando-o a superar cada barreira existente.

    O professor, procurando meios para trabalhar a auto-estima do aluno, deve

    valorizar os acertos, os caminhos escolhidos para a resoluo de um problema, alm de

    fazer do erro uma oportunidade de aprender.

    Cada problema escolhido deve ser gerador de novos conceitos ou contedos e,

    sempre que possvel, que seja tirado da prtica desses alunos. Problemas da prtica de

    oficina bem preparados cumprem esta funo, pois so situaes de interesse desses

    futuros profissionais.

    Vrias situaes-problema tiradas dessa prtica podem e devem ser abordadas nas

    aulas de matemtica, sendo uma motivao importante para a construo e reconstruo

    do conhecimento matemtico necessrio a esses estudantes. A oficina um ambiente

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    muito rico de problemas que servem bem para a aplicao de nossa metodologia de

    ensino-aprendizagem.

    Um exemplo de que o trabalho colaborativo entre professor e instrutor d certo,

    aconteceu no dia em que acompanhvamos os alunos, com os quais aplicamos o projeto,

    numa aula sobre o uso do paqumetro. Aquela situao criada por um aluno pde

    desenvolver um trabalho coletivo, dentro de um objetivo colocado pelo professor.

    Por fim, essas ocasies buscam levar cada aluno a perceber que, o que acontece na

    realizao de todas essas coisas da mecnica, no mgica, mas a matemtica

    tornando visvel o invisvel.

    Palavras-chave: 1. Educao Matemtica. 2. Resoluo de Problemas. 3. Transferncia

    de conhecimento.

    Referncias

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    ONUCHIC, L. R. Ensinando Matemtica atravs de Resoluo de Problemas. Rio

    Claro: UNESP; Secretaria de Estado da Educao; So Carlos: USP, Projeto Inovaes

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    Matemtica, So Paulo, ano 8, n. 8, p. 27 30, 2003.

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    Paulo, So Paulo, 01 de maio de 1998. Disponvel em:

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    http://www.josepastore.com.br/artigos/emprego/072.htm