Treino antienvenenamento

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Assunto: Treino antienvenenamento De: Jairo Ferrari Filho <[email protected]> Data: 13/10/2010 21:02 Para: jairoofilho <[email protected]> Treino antienvenenamento Revista Cães & Cia, n. 333, fevereiro de 2007 No artigo anterior, expliquei os perigos do uso de corrente elétrica para ensinar o cão a não pegar carne envenenada. Agora, mostrarei que esse treino não deve ser feito com qualquer cão e muito menos por pessoa não especializada no assunto Algumas soluções caseiras para ensinar o cão a não pegar carne no chão, amplamente divulgadas, podem machucá-lo e até matá-lo. Esse treino, portanto, deve ficar restrito a profissionais com conhecimento sobre fisiologia canina e corrente elétrica. Quais cães submeter ao treino? Por ser um treino arriscado, que só deve ser feito por pessoas especializadas, convém aplicá-lo apenas em cão que realmente corra perigo. Mesmo assim, é preciso certificar-se de que o curso seja dado de maneira segura, sem perigo de provocar traumas nem de machucar o cão. O que atrai envenenadores É importante entender os motivos que podem levar alguém a querer envenenar um cão. Ladrões envenenam cães para evitar latidos e mordidas e, assim, facilitar a invasão de residências. Vizinhos o fazem por se irritarem com latidos excessivos. Transeuntes podem querer se vingar do cão que late para eles e quer atacá-los, mesmo que esteja por trás de uma grade. Afastar mal-intencionados Dificulte ao máximo a invasão da sua casa aumentando a proteção dela com outros recursos, além da presença do cão. Quanto maior a dificuldade para invadi-la, tanto menor o interesse dos ladrões pela casa e menor o risco de quererem envenenar o cão. Evite também que o cão seja um distúrbio para a vizinhança. Ensine-o a não latir compulsivamente. Crie maneiras de não fazer os pedestres se sentirem ameaçados ou assustados. 1

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Assunto:Treino antienvenenamentoDe:Jairo Ferrari Filho <[email protected]>Data:13/10/2010 21:02Para:jairoofilho <[email protected]>

Treino antienvenenamento

Revista Cães & Cia, n. 333, fevereiro de 2007

No artigo anterior, expliquei os perigos do uso de corrente elétrica para ensinaro cão a não pegar carne envenenada. Agora, mostrarei que esse treino não deve ser feito com qualquer cão e muito menos por pessoa não especializada no assunto

Algumas soluções caseiras para ensinar o cão a não pegar carne no chão, amplamente divulgadas, podem machucá-lo e até matá-lo. Esse treino, portanto, deve ficar restrito a profissionais com conhecimento sobre fisiologia canina e corrente elétrica.

Quais cães submeter ao treino?

Por ser um treino arriscado, que só deve ser feito por pessoas especializadas, convém aplicá-lo apenas em cão que realmente corra perigo. Mesmo assim, é preciso certificar-se de que o curso seja dado de maneira segura, sem perigo de provocar traumas nem de machucar o cão.

O que atrai envenenadoresÉ importante entender os motivos que podem levar alguém a querer envenenar um cão. Ladrões envenenam cães para evitar latidos e mordidas e, assim, facilitar a invasão de residências. Vizinhos o fazem por se irritarem comlatidos excessivos. Transeuntes podem querer se vingar do cão que late para eles e quer atacá-los, mesmo que esteja por trás de uma grade.

Afastar mal-intencionadosDificulte ao máximo a invasão da sua casa aumentando a proteção dela com outros recursos, além da presença do cão. Quanto maior a dificuldade para invadi-la, tanto menor o interesse dos ladrões pela casa e menor o risco de quererem envenenar o cão.Evite também que o cão seja um distúrbio para a vizinhança. Ensine-o a não latir compulsivamente. Crie maneiras de não fazer os pedestres se sentirem ameaçados ou assustados.

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Mais uma iniciativa é pôr uma câmera filmadora, ou uma imitação, direcionadapara o portão, para que as pessoas mal-intencionadas se sintam vigiadas.

Usar equipamento específico

A função do equipamento específico é modificar a corrente elétrica da tomada ou de uma bateria, para que a intensidade do choque elétrico cause apenas desconforto suficiente para o cão desistir de tentar comer a carne. Assim, ele não ficará em perigo nem traumatizado ao abocanhar a carne "envenenada".

Para evitar acidente ou trauma, convém que o equipamento tenha aprovação de uma empresa idônea para esse fim, ou que seja adaptado por especialistas no assunto. O choque mais seguro é o de baixa amperagem, mesmo que a voltagem seja alta.

O equipamento específico costuma ter transformador e um mecanismo para produzir corrente pulsante, de tipo semelhante ao das cercas elétricas. Atenção: o choque de uma cerca elétrica costuma ser muito mais forte do que o recomendado para esse treino. E o choque que o cão leva quando agarra a carne com a boca molhada é bem mais forte do que quando o fio elétrico tem contato com a pele ou pêlo!

Não engolir o fio

Se o cão não se sentir incomodado pelo choque, vai querer engolir a carne. O problema é a presença do fio elétrico nela, que poderá ser engolido junto. Tentar tirar a carne da boca do cão é capaz de incentivá-lo a engoli-la ainda mais rapidamente. Para evitar isso, deve-se amarrar a carne a algo fixo ou grande, como um pedaço de madeira. Se o cão forçar, arrebentará a carne, mas não engolirá o fio. Caso a carne esteja presa a algo metálico, como um gancho de amarrar barraca, o ideal é isolar a parte em contato com ela para não funcionar como terra, o que impediria que o choque ocorresse.

Treinar diferentes situações

Normalmente, o cão associa a punição recebida com o local onde ocorreu, aos cheiros e à presença de pessoas ou animais. Se ele concluir que deve comer o alimento em algumas situações e não em outras, a eficácia do treinamento diminui. Para evitar isso, é preciso fazer o treinamento em diversas partes do quintal. A carne, ou outro alimento usado, não pode ter cheiro de pessoa conhecida pelo cão (podem-se usar luvas). Esse treino também deve ser feito sem haver gente no quintal, para não se correr o risco de o cão entender que só é proibido comer o alimento se houver pessoas por perto.

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Adoção de técnicas complementares

Para aumentar a eficácia do treino, é preciso usar um único local para a alimentação rotineira do cão. Além disso, nunca mais deverá ser jogada comida para ele no dia-a-dia. Cuidado, portanto, para que as visitas não arremessem pedaços de churrasco ao cão e para que as crianças não deixem cair comida no quintal.

É importante testar periodicamente se o cão continua rejeitando comida de risco. Simula-se uma situação na qual alimento é atirado por um estranho. Se o cão comer o alimento ou se não houver certeza da rejeição, um novo treinamento deverá ser iniciado.

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