Trauma Avançado 1) Trauma cervical zona 02
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Trauma Avançado
1) Trauma cervical
• A zona 02 é a mais frequentemente atingida, sendo que os sinais de alarme, indicando uma possível
necessidade cirúrgica: comprometimento de via aérea, enfisema maciço subcutâneo, hematoma
expansível/pulsátil (lesão de grandes vasos), sangramento ativo e déficit neurológico
• Enforcamento: a primeira causa de morte é por fratura de processo odontóide (C2 à comprime zona
bulbar pontina levando a morte súbita), seguida por hipóxia/isquemia (morte mais lenta e sofrida...). O
paciente que “erra” o enforcamento, portanto, é o que
consegue chegar no PS.
o Proteção de VA (IOT – se laringe estável; crico –
se laringe instável)
• Lesão cortante por faca: esgorjamento completo (corta
tudo) ou não (corta apenas parte – comum em bicicleta e
moto)
• PAF cervical: possibilidade de lesão de grandes vasos...
Controle com tamponamento por balão (aumento na
pressão justaposta a grandes vasos)
• OBS: o trauma em zona II pode ter tratamento conservador na ausência de sinais de alarme
• OBS: traumas de zona I e III devem ser avaliados por angio-TC, por serem muito vascularizadas!
2) Trauma torácico
• São de difícil manejo, por atingirem as “três primeiras letras” do ABC (hemorragia + hipóxia)
• A maioria dos traumas é contuso (principalmente por colisão), seguido por traumas penetrantes.
• A taxa de indicação de toracotomia abrange 10% nos fechados e 15-10% dos penetrantes.
1. Pneumotórax hipertensivo.
o QC: colapso cardiovascular por mecanismo de válvula unidirecional
§ Hipotensão por compressão do miocárdio + desvio de traqueia
o TTO: toracocentese de alívio ou drenagem fechada de tórax.
§ Na toracocentese de alívio, o peitoral maior “forte” pode prejudicar ou impossibilitar a
drenagem por toracocentese de alívio no 2 EI. Por isso, protocolos mais recentes indicam
a drenagem por perfuração na linha axilar média no 5 EI!
2. Tórax Instável: fratura em duas costelas adjacentes com dois segmentos intercostais ou mais. Nessas
situações, um “pedaço” do tórax oscila de forma isolada durante a respiração (movimento paradoxal).
A depender do grau, pode levar a IR grave!
o QC: contusão pulmonar + dor
o TTO: estabilização de caixa torácica + oxigenoterapia (IOT ou não
invasiva!)
3. Lesão cardíaca: existem diversas possibilidades... Geralmente ocorre em
trauma na Áea de Zigler, levando a lesões valvares, contusão cardíaca ou
ruptura de câmara cardíaca (a qual pode ser tamponada ou não).
o QC: tríade de Beck (hipotensão + bulhas abafadas + elevação da
pressão venosa)
o DX: ECG (sinais de isquemia) + angio-TC (se estável
hemodinamicamente) + FAST
o TTO: nunca reanimar pacientes com trauma penetrante com massagem cardíaca externa
(indicação de toracotomia imediata – é necessário tratar diretamente a lesão – caso contrário
aumentaremos o tamponamento!).
§ Pericardiocentese pode ser realizada em casos de tamponamento.
4. Trauma Hepático: esses pacientes costumam sangrar lentamente, pelo fluxo venoso da região ser
baixo... Entretanto, é extremamente fatal (lesão de cava); e de difícil tratamento...
o Traumas que não atingem a veia cava intra-hepática costumam ter um melhor prognóstico.
Podemos, nesses casos, realizar um tamponamento por balão ou com cola de fibrina.
3) Trauma pélvico
• Mecanismos de injúria: compressão lateral (grau I – atropelamento de moto
ou bicicleta, risco de lesão intra-pélvica), compressão AP (grau II – “livro
aberto”) ou
• TTO: cintas pélvicas/lençol para comprimir as articulações
4) Trauma abdominal
• Trauma em zona 1: cirurgia imediata
• Trauma em zona 2: se estável, exame de imagem para averiguar lesões (se podem ser tratadas por via
conservadora).
• Trauma em zona 3: raramente cirúrgicas
5) Trauma cranioencefálico
• Hipóxia pode predispor a lesões cerebrais (hipóxia
à vasodilatação à cérebro sangra!)
o Garantir oxigenação (IOT – bons níveis de
O2 e CO2)
o Garantir PAM
o Manter PIC dentro da normalidade
• Se necessário, encaminhar para seviço de ncr.
• TC de crânio
o Hematoma epidural (biconvexa)
o Hematoma subdural (meia-lua)
• Sua abordagem pode ser conservadora, caso não haja
desvio relevante da linha média/sem efeito de massa
relevante (não há aumento da PIC relevante)
• TTO: solução hipertônica ou SF 0,9% (nunca usar
ringer) + PCO2 (28-35 mmHg)
o Se PIC alta: hiperventilar (PCO2 de 30 mmHg + manitol 20% 0,25-1g/kg)
§ Volemia adequada: parâmetros clínicos + 0,5 ml/kg/h