TRATAMENTO EQUOTERAPÊUTICO APÓS ACIDENTE...

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CURSO DE FISIOTERAPIA TRATAMENTO EQUOTERAPÊUTICO APÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO NA ADOLESCÊNCIA: ESTUDO DE CASO Bragança Paulista 2010

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

CURSO DE FISIOTERAPIA

TRATAMENTO EQUOTERAPÊUTICO APÓS ACIDENTE

VASCULAR ENCEFÁLICO NA ADOLESCÊNCIA:

ESTUDO DE CASO

Bragança Paulista

2010

 

 

 

 

Lucas de Lima

Milena Suguiyama Bacci

TRATAMENTO EQUOTERAPÊUTICO APÓS ACIDENTE

VASCULAR ENCEFÁLICO NA ADOLESCÊNCIA:

ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco sob orientação da Profª Carolina Camargo de Oliveira como exigência para conclusão do curso de Graduação.

Bragança Paulista

2010

 

 

 

 

Lima, L; Bacci, M. S. Tratamento Equoterapêutico após Acidente Vascular Encefálico: Estudo de Caso. Monografia defendida e aprovada na Universidade São Francisco em 15 de dezembro de 2010 pela banca examinadora constituída pelos professores:

Professora Carolina Camargo de Oliveira

USF – Orientadora Temática

Professora Rosimeire Simprini Padula

USF – Orientadora Metodológica

Professora Gianna Carla Cannoniere Nonose

USF – Banca Examinadora

 

 

 

 

DEDICATÓRIA

Dedicamos primeiramente a Deus que nos deu forças para não desanimar

durante esta jornada, e especialmente aos nossos pais Beatriz da Silva Lima

e Antenor Braz Lima, Maeri Suguiyama e Ademir Bacci que sempre

estiveram ao nosso lado.

 

 

 

 

AGRADECIMENTOS

As pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a

elaboração deste trabalho:

A Profª Carolina Camargo de Oliveira que durante esse último ano se

apresentou de forma excelente, sempre com muita paciência, com muita

compreensão e auxílio para o término deste.

Aos professores: Gianna Carla Cannonieri, Katyana Rocha Mendes

Silveira, Monica Maria Emi Inoue, Patrícia Teixeira Costa, Michelle Lacerda

Ferrer, Simone Oliveira Borba, Aline Heidmann e Milena Pelosi Risk

Sperling, Cláudio Fusaro, Katiuscia Scasni Menon, Andreia Gonçalves

Vasconcelos e Rosimeire Simprini Padula pelos valiosos ensinamentos em

suas respectivas disciplinas.

Ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Equoterapêutico (CPDE)

pela gentileza em abrir as portas para realização deste trabalho, em especial

as Fisioterapeutas Juliana Cristina Constância e Meyreane Caroline

Custódio.

Aos nossos noivos Letícia Toricelli de Oliveira e Allan Corrêa da Silva

pela compreensão e paciência nos momentos que mais precisamos.

Aos nossos Irmãos Gilson Suguiyama Bacci e Jeferson Tadeu Lima

pela força ao longo do caminho.

Ao Sr. João Milton Bacci pela experiência de vida que nos transmitiu.

Aos amigos: Thais Cristina da Silva, Larissa Aparecida Nunes Medeiros,

Soraia Angelina Moura, Natália de Paula e Sandro Pinheiro Alves Perfeito,

cuja amizade será eternamente lembrada.

 

 

 

 

No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.

(Jo 16, 33b)

 

 

 

 

Lima, L; Bacci, M. S. Tratamento Equoterapêutico após Acidente Vascular Cerebral: Estudo de Caso. 2010, 50 páginas. Monografia entregue ao Curso de

Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista/SP.

RESUMO

Introdução: Com os avanços dos estudos na saúde, os recursos para tratamento das seqüelas dos transtornos neurológico vão além da prática clínica. São muitos os trabalhos com resultados positivos utilizando abordagens complementares, trazendo novas perspectivas ao tratamento e novos campos de estudo e pesquisa, como a equoterapia. Objetivo: Avaliar a independência funcional e equilíbrio de um adulto, com história de acidente vascular encefálico (AVE) na adolescência, antes e após tratamento equoterapêutico. Método: Após aprovação do Comitê de Ética e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o voluntário foi avaliado antes (avaliação inicial - AI) e após (avaliação final - AF) 28 sessões de equoterapia. Os instrumentos utilizados foram Medida de Independência Funcional (MIF) e Escala de Equilíbrio de Berg (EEB); avaliações e tratamento foram realizados no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Equoterapêutico (CPDE). Resultados: Na AI foi detectado score 99 da MIF (maioria dos itens com dependência mínima e moderada); na AF obteve score 119, apresentando melhora nas atividade funcionais de higiene pessoal, vestir-se, utilização do vaso sanitário, transferências, subir escadas, expressão, interação social e resolução de problemas. Na EEB o score da AI foi 37 evoluindo para 49 na AF, o que revelou melhora no equilíbrio e diminuição do risco de quedas. Conclusões: Houve melhora no nível de independência funcional e equilíbrio após a intervenção equoterapêutica, o que sugere ser uma importante abordagem para pacientes com seqüelas após AVE. Faz-se necessária a realização de estudos com maior casuística, longitudinais, para confirmação desses resultados, a fim de promover evidências científicas para direcionar melhor a prática equoterapêutica.

Palavras-chaves: Equoterapia, AVC, Independência Funcional e Equilíbrio.

 

 

 

 

ABSTRACT

Introduction: With the progress of the studies in health, the resources for the treatment of sequel of neurological disorders beyond the clinical practice. There are many studies with positive results using new complementary approaches, bringing new prospects for the treatment and new fields of studies and surveys, as equoterapeutic. Objective: To evaluate the functional independence and the balance of an adult, with a history of cerebral vascular accident (CVA) in adolescence, before and after treatment equoterapeutic. Method: After approval by the Ethics Committee and signing of the Term of Free and Informed Consent, the volunteer was evaluated before (initial evaluation - AI) and after (final evaluation - AF) 28 equoterapeutic sessions. The instruments were Measure Functional Independence (MIF) and scale of balance of Berg (BSE); evaluations and treatment were carried out in the Center of Research and Development Equoterapeutic (CPDE). Results: In was Initial evaluation detected score 99 MIF (most of the items minimum dependence and moderate); in obtained score 119, showing improvement in functional activity: personal hygiene, don-, use of vas sanitary, transfers, climb ladders, expression, social interaction and solving problems. The BSE AI the score was 37 evolving to 49 in, end evaluation which showed improvement in the balance and reducing the risk of falls. Conclusions: There was improvement in the level of functional independence and balance after the intervention equoterapeutic, which suggests be an important approach for patients with sequel after AVC. Dost-is necessary to perform studies with larger casuistry, longitudinal, to confirm these results, in order to promote scientific evidence to orientate best practice.

 

 

 

 

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 12

2. OBJETIVOS 17

2.1 OBJETIVO GERAL 17

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 17

3. MÉTODO 18

3.1 DESENHO DO ESTUDO 18

3.2 SUJEITOS 18

3.3 PROCEDIMENTOS 18

3.4 MATERIAIS 18

4. RESULTADOS 20

5. DISCUSSÃO 24

6. CONCLUSÃO 26

7. REFERÊNCIAS 27

8. ANEXOS. 29

ANEXO I. CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 29

ANEXO II. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 30

ANEXO III. FICHA DE AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA 32

ANEXO IV. MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL 33

(AVALIAÇÃO INICIAL)

ANEXO V. MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL 35

(AVALIAÇÃO FINAL)

 

 

 

 

ANEXO VI. ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG (AVALIAÇÃO INICIAL) 37

ANEXO VII. ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG (AVALIAÇÃO FINAL) 42

ANEXO VIII. PROTOCOLO DE ATENDIMENTO 47

ANEXO IX. FOTOS 48

 

 

 

 

LISTA DE SIGLAS

ANDE – Associação Nacional de Equoterapia

AVC – Acidente Vascular Cerebral

AVE – Acidente Vascular Encefálico

AVD – Atividades de Vida Diária

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

CID – Coagulopatia Intravascular Disseminada

CPDE – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Equoterapia

EEB – Escala de Equilíbrio de Berg

HUSF – Hospital Universitário São Francisco

MIF – Medida de Independênica Funcional

PET – Tomografia por emissão de positrons

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

USF – Universidade São Francisco

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1. INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde (2003) define o Acidente Vascular

Encefálico (AVE) como sendo provocado por uma interrupção no suprimento de

sangue ao cérebro e ocorre quando uma artéria fica bloqueada ou se rompe. O

termo acidente vascular encefálico é usado para descrever sinais e sintomas

neurológicos, usualmente focais e agudos, que resultam de doença envolvendo os

vasos sanguíneos.

Embora a vascularização do cérebro possua características anatômicas e

fisiológicas específicas para protege-lo de comprometimentos circulatórios, quando

estes mecanismos protetores falham, o resultado pode ser um AVE (CARR &

SHEPHERD, 2008).

Desordens da circulação cerebral incluem qualquer doença do sistema

vascular que cause isquemia ou infarto do cérebro ou hemorragia espontânea no

parênquima cerebral ou no espaço subaracnóideo. Podem ser isquêmico (devido à

oclusão de um vaso sanguíneo) ou hemorrágico (devido ao sangramento de um

vaso), podendo ocorrer em qualquer idade, por diversas causas, incluindo doenças

cardíacas, infecção, trauma, neoplasia, mal formação vascular e desordens

imunológicas. Os três fatores de risco geralmente mais reconhecidos na população

adulta incluem hipertensão, diabetes mellitus e cardiopatia, o mais importante

desses fatores (CARR & SHEPHERD, 2008).

A irrigação arterial encefálica é feita por dois territórios: o anterior ou

carotídeo; e o posterior ou vertebrobasilar. A artéria basilar, um tronco único, é a

artéria mais calibrosa do território posterior, irriga grande parte do tronco encefálico,

responsável por funções vitais, dois terços do cerebelo e termina se ramificando em

artérias cerebrais posteriores, que são responsáveis por parte do suprimento

arterial do mesencéfalo, tálamo e lobos temporais e occipitais, (CIRIACO, 2008).

Os AVEs são raros na infância, mas quando ocorrem podem ter um impacto

devastador para o futuro da criança. A ocorrência de um AVE na infância pode

também ser a primeira manifestação de uma doença subjacente. Apesar da

etiologia específica do AVE ficar freqüentemente obscura, a investigação

etiopatogênica deve ser a mais completa possível, não só para se determinar a

causa, mas para que o risco de recorrência, prognóstico e eventual terapia

específica sejam conhecidos (DIAMENT & CYPEL, 1996).

12 

 

 

 

A avaliação clínica evidencia as etiologias mais comuns do AVE na infância,

que são cardiopatia congênita, anemia falciforme e meningites. As causas menos

comuns incluem a encefalopatia hipoxicoisquêmica, êmbolos da placenta ou de um

feto gêmeo morto, infecções (especialmente sépsis), coagulopatia intravascular

disseminada (CID), doença vascular do colágeno ou inflamatória relacionada,

vasculite cerebral, embolia gasosa ou gordurosa acidental, policitemia, drogas

(anfetaminas, contraceptivos orais, cocaína), luxação atlantoaxial, a síndrome de

anticorpos antifosfolipídio-anticardiolipina associada ao lúpus eritematoso sistêmico

e complicações raras de enxaqueca e distúrbios metabólicos (homocistinúria,

miopatia mitocondral com acidose láctica) (BEHRMAN et al,1994).

Quanto ao tratamento na fase aguda, vários estudos que usaram a heparina

de baixo peso molecular em crianças, revelando que o agente é eficaz, seguro e

bem tolerado. As contra-indicações ao uso de um agente antitrombótico incluem

hemorragia intracerebral significativa e hipertensão arterial. O tratamento de

algumas causas de AVE é específico para o distúrbio (p.ex., transfusões

sanguíneas repetidas para a anemia falciforme, terapia imunossupressora para a

vasculite e evacuação cirúrgica de um coágulo sanguíneo grande) (BEHRMAN, et

al,2002).

As cirurgias de revascularização cerebral, com anastomose têmporo-

silviana, atualmente estão restritas a situações específicas, como na doença de

Moyamoya (KNOBEL, 1998).

Em algumas séries pediátricas de AVE inexplicado, encontraram-se

anormalidades lipídicas, como triglicerídios elevados e baixos níveis de colesterol-

lipoproteína de alta densidade, em cerca de 20% dos casos. As histórias familiares

dessas crianças revelaram uma incidência aumentada de cardiopatia coronária

prematura e doenças cerebrovasculares isquêmicas precoces (BEHRMAN, et

al,2002).

Imediatamente após o AVE, é difícil predizer a extensão de uma

recuperação eventual. Depois de cerca de duas semanas pós - AVE, um bom sinal

prognóstico inclui continência urinária, idade jovem, AVE leve, melhora rápida, boas

habilidades perceptuais e ausência de desordens cognitivas (O’SULLIVAN &

SCHMITZ, 1993).

O estado de coma que se instala após um AVE indica um mau prognóstico

presumivelmente porque ocorre geralmente em hemorragia cerebral e, quando isto

13 

 

 

 

ocorre, em relação ao infarto cerebral, reflete uma lesão grande, com edema

cerebral (DELISA, 2002).

Aproximadamente 60% das mulheres e 52% dos homens sobrevivem 5 anos, mas

após 10 anos apenas 35% dos pacientes que sofreram AVE ainda vivos estão. As

taxas de sobrevivência são dramaticamente reduzidas pela presença de doença

cardiovascular e hipertensão coexistentes (O’SULLIVAN & SCHMITZ,1993).

O resultado final de AVE pode ser adversamente afetado por uma série de

fatores, como a disfunção perceptiva ou cognitiva, AVE anterior, nistagmo, pouca

motivação e atraso no início da reabilitação. Outros fatores menos relacionados ao

resultado do AVE são: um período prolongado de inconsciência, problemas clínicos

significativos e hemianopsia (O’SULLIVAN & SCHMITZ, 1993).

As necessidades de reabilitação das crianças após um AVE geralmente são

significativas e incluem terapia fonoaudiológica, terapia ocupacional, fisioterapia,

assistência psicológica e educação especial. Tais esquemas terapêuticos são mais

eficazes quando instituídos por uma equipe multidisciplinar (BEHRMAN et al,2002).

A maioria dos pacientes admitidos em um programa de internação para

reabilitação de AVE na fase pós-aguda tem uma hemiparesia de grau suficiente

para que a deambulação seja impossível. Alguma recuperação da função de

membros inferiores quase sempre ocorre, seguida de melhora na mobilidade. Em

três meses após o derrame, 54% a 80% dos pacientes encontraram-se

independentes para a marcha (DELISA, 2002).

É comum apresentar como seqüela, a dependência na execução das AVDs

básicas, que são tomar banho, vestir-se, alimentar-se, lavar-se, pentear-se e

transferir-se. A reabilitação precoce minimiza complicações secundárias tais como

contraturas e diminuição do condicionamento, além de ajudar na motivação

(DELISA, 2002).

O ambiente ideal para a conduta fisioterapêutica pós AVE, proporciona ao

paciente estimulação e desafios contínuos direcionados para maximizar a

recuperação (STOKES, 2000).

Com os avanços dos estudos na área da saúde os recursos para tratamento

neurológico vão além da prática clínica. São muitos os trabalhos com resultados

positivos utilizando métodos novos como: hidroterapia, pet-terapia, eletroterapia e

equoterapia, que utilizam recursos inovadores, trazendo novas perspectivas de

tratamento e novos campos de estudo e pesquisa.

14 

 

 

 

A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo

dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e

equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com

deficiência e/ou com necessidades especiais (ANDE-BRASIL, 1991).

Segundo Cirillo (1991), trata-se de “um tratamento de reeducação motora e

mental, através da prática de atividades eqüestres e técnicas de equitação".

Os recursos terapêuticos que utilizam o cavalo são considerados por Cittério

(1991), como um conjunto de técnicas reeducativas que agem para superar danos

sensoriais, motores, cognitivos e comportamentais. A autora também ressalta que a

Equoterapia caracteriza-se como uma atividade lúdico-desportiva, que utiliza o

cavalo.

De acordo com Naviaux (1988), o cavalo é um dos animais mais importantes

da história da humanidade, tendo chegado à sua forma atual em um processo de

cerca de 58 milhões de anos de evolução.

O cavalo é imprescindível na prática de equoterapia em suas várias

modalidades, pois só ele proporciona ao praticante, através de seus movimentos

tridimensionais, as condições ideais para uma boa reabilitação (ANDE-BRASIL,

1991).

Segundo Duran (1999), a equoterapia apresenta características únicas. O

instrumento terapêutico é um ser animado, dotado de reações de comportamento,

cinético e que estabelece relação ativa com o indivíduo praticante e com os

membros da equipe interdisciplinar. O ambiente no qual é realizada a terapia difere

totalmente dos outros conhecidos, oferecendo assim um ambiente “real”, isto é, os

estímulos são únicos e não podem ser reproduzidos em nenhum outro lugar onde

são feitas outras terapias e nem mesmo, fielmente, neste local. É a única terapia

que oferece ao indivíduo praticante, mesmo aos que não possuem marcha

independente, a possibilidade da percepção do ambiente em movimento.

A equoterapia tem como principais objetivos os benefícios físicos, psíquicos,

educacionais e sociais de pessoas portadoras de deficiências físicas ou mentais. As

causas podem ser por lesões neurológicas, de origem encefálica ou medular,

doenças ortopédicas congênitas ou adquiridas por acidentes diversos e disfunções

sensório motoras. Também é utilizada em pessoas portadoras de necessidades

educativas especiais ou distúrbios evolutivos, comportamentais e de aprendizagem

(BOULCH, 1996).

15 

 

 

 

Diante da gravidade e variedade da seqüela após um AVE, faz-se cada vez

mais importante o estudo e comprovação científica de abordagens mais

recentemente incluídas no processo de reabilitação, como a equoterapia. Outro

aspecto muito importante a ser estudado, é a ocorrência de AVE na infância e

adolescência, o que ainda é pouco conhecido e divulgado para a população leiga e

mesmo entre profissionais da saúde e da educação, dificultando a identificação e

tratamento precoce, bem como a reabilitação direcionada e baseada em

evidências.

16 

 

 

 

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar a independência funcional e equilíbrio de um adulto, com história de

AVE na adolescência, após tratamento equoterapêutico.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar sinais neuromotores e clínicos sequelares do paciente antes do

tratamento.

Aplicar os instrumentos MIF e EEB antes e após o período de tratamento

com a equoterapia.

Correlacionar os resultados iniciais com os finais e com dados da literatura.

17 

 

 

 

3. MÉTODO

3.1. DESENHO DO ESTUDO

Trata-se de estudo de caso, em coorte longitudinal.

3.2. SUJEITO Foi selecionado um praticante do CPDE (Centro de Pesquisas e

Desenvolvimento em Equoterapia), atualmente com 22 anos de idade, e história de

AVE na adolescência, aos 17 anos de idade, que havia sido avaliado e aguardava

vaga para atendimento.

3.3. PROCEDIMENTO

O projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

São Francisco e foi aprovado na reunião do dia 25/03/2010, protocolo CAAE:

0038.0.142.000-10 (Anexo I). Posteriormente, o voluntário foi convocado

juntamente com seu pai e foi convidado a participar desta pesquisa, tendo seus

objetivos e procedimentos esclarecidos. Concordando em participar, assinou Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo II). Em seguida, foi agendada

avaliação no CPDE, realizada pelos alunos responsáveis por esta pesquisa, e

orientadora deste projeto.

Foram realizadas, no CPDE, a avaliação neurológica (Anexo III);

posteriormente foi aplicada a MIF (Anexo IV); e a avaliação de equilíbrio utilizando a

EEB (Anexo VI).

Posteriormente foi elaborado protocolo de atendimento (Anexo VIII) em

conjunto com os profissionais do CPDE, onde os atendimentos aconteceram, em

sessões de 30 minutos, duas vezes por semana, acompanhados por dois

profissionais fisioterapeutas, um equitador, uma psicóloga e os responsáveis pela

pesquisa, utilizando cavalos com diferentes tipos de porte e passada (passo e

trote), mantas e selas (com ou sem alça), estribos e alterações de terreno (areia,

grama e terra). Após seis meses de tratamento foi realizada uma nova avaliação

com os mesmos instrumentos.

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3.4. MATERIAIS

Ficha de Avaliação Neurológica (Anexo III), MIF (Anexo IV e V) e EEB

(Anexo VI e VII).

A EEB é um teste constituído por uma escala de 14 tarefas comuns que

envolvem equilíbrio estático e dinâmico, tais como: alcançar, girar, transferir-se,

permanecer em pé e levantar-se. A realização das tarefas é avaliada com

observação e a pontuação varia de 0 a 4, totalizando um máximo de 56 pontos.

Estes devem ser subtraídos caso o tempo ou a distância não sejam atingidos, o

sujeito necessite de supervisão para execução da tarefa, se o sujeito apóia-se num

suporte externo ou recebe ajuda do examinador (COOK,2002).

A MIF é um instrumento que avalia a funcionalidade em atividades de vida

diária como: auto-cuidados, controle de esfíncteres, mobilidades, locomoção,

comunicação e cognição social. Sua classificação tem como pontuação máxima 7,

sendo independência completa, 6 independência modificada, 5 supervisão, 4

dependência mínima (=75%), 3 dependência moderada (=50%), 2 dependência

máxima (=25%) e 1 dependência completa (=0%) (COOK,2002).

19 

 

 

 

4. Resultados – Relato de Caso

O praticante selecionado para esse estudo apresentava por ocasião

da avaliação, 22 anos de idade; de cor branca; gênero masculino; ensino

médio completo. Aos 17 anos de idade durante a aula na escola apresentou

quadro de cefaléia intensa, vômitos, rebaixamento do nível de consciência,

sem respostas de comandos verbais, sonolento, torporoso, com lentificação

dos movimentos. Procurou o serviço médico do Hospital Bom Jesus do

município de Bragança Paulista onde recebeu hipótese diagnóstica de

meningite viral ou intoxicação exógena, sendo encaminhado para o Hospital

Universitário São Francisco (HUSF) para melhor investigação. Após os

exames de neuroimagem e laboratoriais, foi diagnosticado AVE tipo

isquêmico, de causa não identificada.

Os exames de neuroimagem realizados, foram:

- Ressonância Magnética: evidência de AVE isquêmico em tronco e lobo

occipital.

- Tomografia Computadorizada: infarto em tronco/AVE isquêmico.

- Cintilografia de Perfusão Cerebral: hipoperfusão difusa dos núcleos de

base e cerebelo.

- Angiografia Cerebral: oclusão da artéria basilar.

Após alta hospitalar o paciente iniciou tratamento fisioterapêutico

convencional no centro de reabilitação do município. Atualmente apresenta

quadro sequelar de hemiparesia espástica completa e proporcionada à

esquerda, disartria, independência na maioria das AVDs e cognitivo

aparentemente preservado. Em fevereiro de 2010, aos 22 anos, iniciou

tratamento equoterapêutico no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em

Equoterapia (CPDE), por ocasião deste estudo, duas vezes por semana com

sessões de 30 minutos, totalizando 28 sessões. Neste mesmo período,

manteve tratamento fisioterapêutico, psicológico, fonoaudiológico e com

terapia ocupacional, iniciados em abril de 2009. Após o término deste

trabalho de pesquisa, o mesmo continuou com tratamento equoterapêutico

uma vez por semana, no CPDE.

20 

 

 

 

Os resultados das escalas MIF e EEB foram analisados seguindo as

instruções dos próprios instrumentos, chegando a pontuações que

representam classificações referentes à funcionalidade e equilíbrio. Serão

apresentados nos gráficos 1 a 3, os dados referentes às avaliações da MIF e

EEB antes e após 28 sessões de tratamento equoterapêutico.

O gráfico 1 apresenta os resultados da MIF, antes e após o período

de intervenção.

 

Gráfico 1. Medida de Independência Funcional (MIF) na Avaliação inicial (AI) e final

(AF).

O resultado da avaliação inicial foi 99 pontos, o que representa na

maioria dos itens, dependência mínima e moderada. Na avaliação final,

obteve pontuação de 119, detectando melhora nas atividades funcionais:

higiene pessoal, vestir-se, utilização do vaso sanitário, transferências, subir

escadas, expressão, interação social e resolução de problemas. As

avaliações completas estão em anexo (Anexo IV e V).

O gráfico 2 apresenta os resultados da EEB antes e após o período

de intervenção.

21 

 

 

 

Gráfico 2. Escala de Equilíbrio de Berg (EEB)

O resultado da avaliação inicial foi 37 pontos, evoluindo para 49 na

avaliação final, detectando melhora no equilíbrio em algumas funções, que

estão descritas no próximo gráfico. As avaliações completas estão em anexo

(Anexo VI e VII).

O gráfico 3 apresenta os resultados de cada item da Escala de

Equilíbrio de Berg antes e após o período de intervenção.

00,51

1,52

2,53

3,54

4,5

BERG

AI

AF

Gráfico 3. Itens da Escala de Equilíbrio de Berg

Pontos 

22 

 

 

 

Na avaliação inicial o praticante apresentou déficit nos itens: sentado

para em pé; em pé sem apoio; em pé para sentado; em pé com olhos

fechados; em pé com os pés juntos; reclinar a frente com os braços

estendidos; apanhar objeto do chão; virar para olhar para trás; girando 360°;

colocar os pés alternadamente sobre o banco; em pé com um pé em frente

ao outro e em pé apoiado com um dos pés. Após intervenção

equoterapêutica o praticante teve aumento da pontuação nos seguintes

itens: sentado para em pé, em pé sem apoio, em pé para sentado, em pé

com os olhos fechados, em pé com os pés juntos, reclinar a frente com os

braços estendidos, virando-se para olhar para trás, em pé com um pé em

frente ao outro, em pé apoiando em um dos pés.

O Protocolo e fotos dos atendimentos encontram-se em anexo (Anexo

VIII e IX).

23 

 

 

 

5. DISCUSSÃO

O paciente selecionado para este estudo apresentou AVE isquêmico na

adolescência, aos 17 anos, comprometendo território da artéria basilar, tendo a

etiologia não esclarecida.

Segundo Zetóla et al (2001) a definição da idade-limite para se considerar

AVE em adultos jovens não está estabelecida. A incidência de AVE é de 10% em

pacientes com idade inferior a 55 anos e de 3,9% em pacientes com idade inferior a

45 anos.

Negrão et al (2007) afirmam que na população jovem, a incidência anual de

eventos isquêmicos é estimada entre 6 e 26:100.000. Nos jovens apesar de

extensa investigação, até 40% dos casos não têm sua etiologia definida, sendo

denominados criptogênicos; o que ocorreu com o paciente do presente estudo.

Com o advento dos recursos técnicos não invasivos por imagem (ultrassom

transfontanela, doppler transcraniano, tomografia computadorizada, ressonância

magnética, angio-ressonância, SPECT, PET) tomografia por emissão, tornou-se

possível estabelecer o diagnóstico de anormalidades vasculares em crianças e

adolescentes (Moura- Ribeiro, 2005).

Os exames de neuroimagem (tomografia computadorizada de crânio,

ressonância magnética, angiografia cerebral e cintilografia de perfusão cerebral) do

paciente deste estudo, comprovam que a localização da isquemia foi em artéria

basilar. Isso permite à equipe multidisciplinar, prever com certa precisão as

prováveis seqüelas que o indivíduo pode apresentar.

Em países desenvolvidos os AVCIs ocorrem em 80% dos casos e

acometem o território vértebrobasilar em 20% (Ciriáco, 2008).

Como método para avaliação do equilíbrio do paciente estudado foi utilizado

como ferramenta a EEB, que tem em seus itens algumas tarefas relacionadas a

AVD’s. O paciente do estudo teve melhora na EEB de 12 pontos, melhorando o

equilíbrio e diminuindo risco de quedas em suas AVDs.

Meneghetti et al (2009) avaliaram o equilíbrio em 22 sujeitos com seqüela

de AVE, utilizando a EEB. O estudo evidenciou que para as atividades de vida

diária é primordial a manutenção do equilíbrio. Outro estudo com 10 voluntários de

terceira idade também constatou melhora do equilíbrio estático após intervenção de

equoterapia, diminuindo o risco de quedas (Toigo, 2008).

24 

 

 

 

No estudo de Benvegnu et al (2008) a aplicação da MIF em 26 pacientes

crônicos antes e após tratamento fisioterapêutico convencional, detectou que os

pacientes progrediram de independente modificado com ajuda mínima para

independente modificado.

No estudo realizado, a funcionalidade do paciente obteve um aumento de 20

pontos nas avaliações da MIF antes e após tratamento equoterapêutico,

progredindo na maioria dos itens avaliados de dependência moderada para

dependência mínima.

Além das sessões de equoterapia que o paciente realizava para o estudo,

também realizava tratamento fisioterapêutico convencional em outra instituição

A cinesioterapia é essencial a pacientes com seqüelas neurológicas e

associadas a esta, os pacientes podem se beneficiar de terapias alternativas como

a equoterapia (Liporini, 2005).

No local onde foi realizado o estudo foi possível trabalhar de forma bastante

motivadora e com vários graus de dificuldades, fazendo troca de terrenos, circuitos

com aclive e declive e trajetos tortuosos. Essa abordagem certamente foi

fundamental para a melhora observada em equilíbrio e maior participação nas

AVDs, repercutindo em sua auto-confiança e auto-estima.

De acordo com ANDE (2000) deve-se estimular o sistema vestibular e o

cerebelo com diversos graus de dificuldades a serem vencidos e ultrapassados pelo

praticante, desde trajetos fixos a tortuosos e mudança progressiva de terreno. É

interessante que se aproveitem os ganhos com controle de equilíbrio nas sessões

de outras formas de terapia, para que não haja interrupção dos benefícios

alcançados.

O praticante que, por algum motivo, tem dificuldade ou até mesmo não

consegue exercitar-se, tem no cavalo, devido à grande semelhança com os

movimentos humanos, os estímulos necessários ao cérebro a fim de que o

cavaleiro faça os ajustes tônicos necessários para manter seu equilíbrio sobre o

cavalo, o que implicará em uma forma inconsciente de exercitar-se (Queiroz, 2004).

25 

 

 

 

6. CONCLUSÃO

Com este estudo foi possível concluir que:

O praticante apresentou melhora da independência funcional e do

equilíbrio, evidenciado com as avaliações dos instrumentos MIF e Berg,

após o tratamento equoterapêutico.

Foi detectado que o praticante apresentava como diagnóstico

disfuncional hemiparesia espástica completa e proporcionada à esquerda e

independência na maioria das AVDs, com apresentações clinica de disartria

e cognitivo preservado.

Os instrumentos foram efetivos na detecção das alterações e

evolução da independência funcional e equilíbrio.

Os resultados obtidos foram compatíveis com dados da literatura

embora não tenham sido encontrados artigos utilizando os mesmos

instrumentos avaliativos e a abordagem com a equoterapia.

Faz-se necessária a realização de estudos com maior casuística,

longitudinais, para confirmação desses resultados, a fim de promover

evidências científicas para direcionar melhor a prática eqouterapêutica.

26 

 

 

 

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA - ANEq - 1º Seminário Multidisciplinar sobre Equoterapia. Brasília-DF, CORDE, 1991. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA- ANDE. História da Equoterapia no mundo. Brasília, 2000. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA- ANDE. História da Equoterapia no mundo. Brasília, 2004. BEHRMAN, R.E. Princípios de Pediatria. 2 ed.,Ed.Guanabara, São Paulo, 1994. BENVEGNU, A.B.; GOMES, LUTHIELE A.,S.; CUADROS, T.B.; PAVÃO, L. W.; ÁVILA, S. N. Avaliação da medida de Independência Funcional em Indivíduos com seqüelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE). Rev. Ciência & Saúde, Porto Alegre, vol.1,n2, jul/dez 2008. BOULCH, J. L. Rumo a uma ciência de movimento humano. ANDE BRASIL, apostila de equoterapia: Brasília, 1996.

CARR, J.H.; SHEPHERD, R.B. Reabilitação neurológica: Otimizando o desempenho motor. Barueri [SP]: Manole, 2008.

CIRILLO, L. de C. Equoterapia. ANDE-BRASIL, apostila de equoterapia: Brasília, 2001. CIRÍACO, J. G. M. Doença Oclusiva da Artéria Basilar: Aspectos Clínicos e Radiológicos, São Paulo, 2008. COOK, A.S. Controle Motor. Teoria e Aplicações Práticas. 2. Ed. Barueri, S.P, Manole, 2002

CYPEL, S. Neurologia infantil. 3. ed. São Paulo: Ed. Atheneu, 1996.

DIAMENT, A. Neurologia Infantil. 3. Ed. São Paulo: Ed. Atheneu,1996.

DELISA, J.A.; GANS, B. Tratado de medicina e reabilitação: princípios e práticas. 3. ed. vol.2, São Paulo: Manole, 2002.

FERREIRA, C.F.B. A essência do cuidado: cuidando de enfermos de AVC.

Aparecida: Santuário, 2005.

27 

 

 

 

KNOBEL, E. Condutas no paciente grave. 2. ed.,São Paulo: Ed. Atheneu, 1999. vol.2 KNOBEL, E.; CAPONE NETO, A.; FERRAZ, A. C. Terapia intensiva: neurologia. São Paulo: Atheneu, 2002-2003. MENEGHETTI, C. H. Z.; DELGADO, G. M.; PINTO, F. D.; CANONICI, A.P.,GAIANO, M.R.C. Equilíbrio em Indivíduos com Acidente Vascular Encefálico:Clínica Escola de Fisioterapia da Uniararas. Rev.Neurocienc.São Paulo, 2009. MOURA-RIBEIRO, M.V.; FERREIRA, L.S.; MONTENEGRO, M.A.; CAVALCANTE,

M.V.; PIOVESANA, A.M.S.G.; SCOTONI, A.E.; BARISON, E.; GUERREIRO, M. M.

Arq. Neuro-Psiquiatr.Doença Cerebrovascular na Infância Vol.57, n3A, São

Paulo, Sept.,1999.

NEGRÃO, E.M.; BRANDI, I. V.; NUNES, S.V.; TÁVORA, D.G.F.; NAKAYAMA, M.;

BERALDO, PAULO S. Forame Oval Patente e Acidente Vascular Cerebral em Jovens: Associação Causal ou Estatística?. Arq.Bras. Cardiol. Vol.88., n5, São

Paulo, Maio 2008.

NELSON, W.E. Princípios de pediatria - Nelson. 2. ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 1996.

NELSON, W. E. Tratado de pediatria - Nelson. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2002.

OLIVEIRA, K.T.; MOURA-RIBEIRO, M.V.; CIASCA, S.M. Doença Cerebrovascular: Aquisição de Linguagem em Pré – Escolares. Arq.Neuro-

Psiquiatr.,Vol 63, n3b, São Paulo, 2005.

O'SULLIVAN, S.B.; NASCIMENTO, F.G.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole, 1993.

STOKES, M.; OPPIDO, T. Neurologia para fisioterapeutas. São Paulo: Premier,

2000.

TOIGO, T; JUNIOR, E.C.L; AVILA, S.N. O uso da equoterapia como recurso

terapêutico para melhora do equilíbrio estático em indivíduos da terceira idade. Rio Grande do Sul, 2008.

28 

 

 

 

ZÉTOLA, V. H. F.; NÓVAK, E.M.; CAMARGO, C.H.F.; JÚNIOR, H.C.; CORAL, P.;

MUZZIO, J.A.; IWAMOTO, F.M. COLETA, M.V.D.; WERNECK, L.C. Acidente Vascular Cerebral em Pacientes Jovens. Arq.Neuro-Psiquiat.,Vol.59,N3B,São

Paulo, Set.,2001.

29 

 

 

 

Anexo I

30 

 

 

 

Anexo II TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

“ESTUDO DE CASO: EQUOTERAPIA NO PACIENTE COM ACIDENTE

VASCULAR CEREBRAL”

Responsáveis: Professora Mestre Carolina Camargo de Oliveira

Lucas de Lima

Milena Suguiyama Bacci

Eu, ____________________________________________, ____________anos, portador do RG:____________________, residente:___________________________________________________________responsável por___________________________________________________dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supracitado, sob a responsabilidade dos pesquisadores: Profa. Ms. Carolina Camargo de Oliveira, docente da disciplina de Fisioterapia aplicada às Disfunções Relativas à Criança e ao Adolescente e Supervisora da Prática Supervisionada I e II na área de Saúde da Criança e do Adolescente, do curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco – Campus Bragança Paulista; Lucas de Lima e Milena Suguiyama Bacci, acadêmicos do curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco – Campus Bragança Paulista.

Assinando esse termo de consentimento, estou ciente de que:

1 - O presente estudo tem por objetivo avaliar a independência funcional, postura e equilíbrio de um adolescente com AVC após tratamento equoterapêutico, avaliar sinais neuromotores e musculoesqueléticos do paciente antes e após o tratamento, estudar aplicação e análise dos resultados dos instrumentos Medida de Independência (MIF) e Escala de Equilíbrio de Berg, aplicar os instrumentos MIF e Escala de Equilíbrio de Berg antes e após o estudo com tratamento de equoterapia e correlacionar os resultados iniciais com os finais e com dados da literatura;

2 - Neste estudo inicialmente o paciente passará por avaliações neurológica, postural e de equilíbrio e posteriormente será convocado a participar de atendimentos equoterápicos de duração de 30 minutos duas vezes por semana, ao final do segundo trimestre de 2010 o paciente passará novamente por avaliações para correlação de dados;

31 

 

 

 

3 - A participação neste estudo poderá gerar algum benefício terapêutico devido aos estímulos que a equoterapia oferece;

4 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a participação no referido estudo de pesquisa.

5 - Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, e a clínica Escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco não identificará o voluntário. Utilizando os resultados gerais obtidos através da pesquisa apenas para alcançar os objetivos do trabalho exposto acima, incluindo sua publicação na literatura especializada;

6 - Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa, caso não seja devidamente atendido pelos pesquisadores responsáveis através do telefone: (11) 4034- 8009;

7 - Poderei contatar os responsáveis pelo estudo, sempre que necessário, pelo telefone: (11) 7676-6410 ou (11) 7342-0415;

8 - Caso eu decida não participar mais da pesquisa não serei prejudicado em nenhum tratamento posteriormente realizado nas dependências da Clínica de Fisioterapia da USF. 9 - Não receberá qualquer quantia em dinheiro por sua participação no projeto de pesquisa.  

10 - Esse termo de consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável.

Bragança Paulista, _________ de ________________________________de 2010.

Voluntário:

_______________________________________________________

Profa. Ms.:

________________________________________________________

Docentes:

________________________________________________________

________________________________________________________

32 

 

 

 

Anexo III

Ficha de Avaliação Nome: S.P.A.P Data de nascimento: 08/08/1988

Idade: 22 anos Sexo: Masculino

Diagnóstico Clínico: AVE isquêmico (artéria basilar)

Medicamentos: AAS100mg (2cp após almoço)

Diagnostico Disfuncional: hemiparesia espástica completa e proporcionada à esquerda

33 

 

 

 

Anexo IV

Medida de Independência Funcional MIF

Avaliação Funcional – Pré Tratamento

Nome:_____________________________________________________________

Escolaridade:_________________________________________ Data: 01/02/2010

Medida de independência funcional (MIF)

Níveis

7 independência completa ( em segurança,em tempo normal)

6 independência modificada ( ajuda técnica)

Dependência modificada

5 Supervisão

4 dependência mínima (=75%)

3 dependência moderada (=50%)

2 dependência máxima (=25%)

1 dependência completa (=0%)

Sem ajuda

Com ajuda

Auto-cuidados

A. Alimentação 7

B. Higiene pessoal 5

C. Banho (lavar o corpo) 3

D. Vestir-se acima da cintura 4

E. Vestir-se abaixo da cintura 4

F. Uso do vaso sanitário 5

Controle dos esfíncteres

34 

 

 

 

G. Controle da urina 7

H. Controle das fezes 7

Mobilidade - Transferências

I. Leito, cadeira, cadeira de rodas 4

J. Vaso sanitário 4

K. Banheira ou chuveiro 3

Locomoção

L. Marcha/cadeiras de rodas M 4

C

M. Escadas 3

Comunicação

N. Compreensão A 7

V 7

O. Expressão V 3

N 4

Cognição Social

P. Interação social 6

Q. Resolução de problemas 5

R. Memória 7

Total 99

35 

 

 

 

Anexo V

Medida de Independência Funcional MIF

Avaliação Funcional – Pós Tratamento

Nome:_____________________________________________________________

Escolaridade:_________________________________________ Data: 07/07/2010

Medida de independência funcional (MIF)

Níveis

7 independência completa ( em segurança,em tempo normal)

6 independência modificada ( ajuda técnica)

Dependência modificada

5 Supervisão

4 dependência mínima (=75%)

3 dependência moderada (=50%)

2 dependência máxima (=25%)

1 dependência completa (=0%)

Sem ajuda

Com ajuda

Auto-cuidados

A. Alimentação 7

B. Higiene pessoal 7

C. Banho (lavar o corpo) 3

D. Vestir-se acima da cintura 7

E. Vestir-se abaixo da cintura 7

F. Uso do vaso sanitário 7

Controle dos esfíncteres

36 

 

 

 

G. Controle da urina 7

H. Controle das fezes 7

Mobilidade - Transferências

I. Leito, cadeira, cadeira de rodas 5

J. Vaso sanitário 7

K. Banheira ou chuveiro 3

Locomoção

L. Marcha/cadeiras de rodas M 4

C

M. Escadas 4

Comunicação

N. Compreensão A 7

V 7

O. Expressão V 4

N 5

Cognição Social

P. Interação social 7

Q. Resolução de problemas 7

R. Memória 7

Total 119

37 

 

 

 

Anexo VI

Escala de Equilíbrio de Berg – Pré Tratamento

Descrição dos Itens

1. Sentado para em pé 2. Em pé sem apoio 3. Sentado sem apoio 4. Em pé para sentado 5. Transferências 6. Em pé com olhos fechados 7. Em pé com os pés juntos 8. Reclinar à frente com os braços estendidos 9. Apanhar objeto do chão 10. Virando-se para olhar para trás 11. Girando 360 graus 12. Colocar os pés alternadamente sobre um banco 13. Em pé com um pé em frente ao outro 14. Em pé apoiado em um dos pés

Instruções gerais Demonstre cada tarefa e/ou instrua o sujeito da maneira em que está escrito abaixo. Quando reportar a pontuação, registre a categoria da resposta de menor pontuação relacionada a cada item. Na maioria dos itens pede-se ao sujeito manter uma dada posição por um tempo determinado. Progressivamente mais pontos são subtraídos caso o tempo ou a distância não sejam atingidos, caso o sujeito necessite de supervisão para execução da tarefa, ou se o sujeito apóia-se num suporte externo ou recebe ajuda de examinador. É importante que se torne claro aos sujeitos que estes devem manter seus equilíbrios enquanto tentam executar a tarefa. A escolha de qual perna permanecerá como apoio e o alcance dos movimentos fica a cargo dos sujeitos. Julgamentos inadequados irão influenciar negativamente na performance e na pontuação. Os equipamentos necessários são um cronômetro (ou relógio comum com ponteiros dos segundos) e uma régua ou outro medidor de distância com fundos de escala de 5, 12,5 e 25 cm. As cadeiras utilizadas durante os testes devem ser de altura razoável. Um degrau ou um banco (da altura de um degrau) pode ser utilizado para o item 12. 1. SENTADO PARA EM PÉ

INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé. Tente não usar suas mãos como suporte. ( )4 capaz de permanecer em pé sem o auxílio das mãos e estabilizar de maneira independente

38 

 

 

 

( x )3 capaz de permanecer em pé independentemente usando as mãos ( )2 capaz de permanecer em pé usando as mãos após várias tentativas ( )1 necessidade de ajuda mínima para ficar em pé ou estabilizar ( )0 necessidade de moderada ou máxima assistência para permanecer em pé

2. EM PÉ SEM APOIO INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé por dois minutos sem se segurar em nada. ( )4 capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos ( x )3 capaz de permanecer em pé durante 2 minutos com supervisão ( )2capaz de permanecer em pé durante 30 segundos sem suporte ( )1 necessidade de várias tentativas para permanecer 30 segundos sem suporte ( )0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem assistência Se o sujeito é capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, marque pontuação máxima na situação sem suporte. Siga diretamente para o item #4.

3. SENTADO SEM SUPORTE PARA AS COSTAS, MAS COM OS PÉS APOIADOS SOBRE O CHÃO OU SOBRE UM BANCO INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se com os braços cruzados durante 2 minutos. ( x )4 capaz de sentar com segurança por 2 minutos ( )3 capaz de sentar por 2 minutos sob supervisão ( )2 capaz de sentar durante 30 segundos ( )1 capaz de sentar durante 10 segundos ( )0 incapaz de sentar sem suporte durante 10 segundos

4. EM PÉ PARA SENTADO INSTRUÇÃOES: Por favor, sente-se. ( x )4 senta com segurança com o mínimo uso das mãos ( )3 controla descida utilizando as mãos ( )2 apóia a parte posterior das pernas na cadeira para controlar a descida ( )1 senta independentemente mas apresenta descida descontrolada ( )0 necessita de ajuda para sentar

5. TRANSFERÊNCIAS INSTRUÇÕES: Pedir ao sujeito para passar de uma cadeira com descanso de braços para outra sem descanso de braços (ou uma cama) ( x )4 capaz de passar com segurança com o mínimo uso das mãos ( )3 capaz de passar com segurança com uso das mãos evidente ( )2 capaz de passar com pistas verbais e/ou supervisão ( )1 necessidade de assistência de uma pessoa ( )0 necessidade de assistência de duas pessoas ou supervisão para segurança

39 

 

 

 

6. EM PÉ SEM SUPORTE COM OLHOS FECHADOS

INSTRUÇÕES: Por favor, feche os olhos e permaneça parado por 10 segundos ( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos ( x ) 3 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé durante 3 segundos ( ) 1 incapaz de manter os olhos fechados por 3 segundos mas permanecer em pé ( )0 necessidade de ajuda para evitar queda

7. EM PÉ SEM SUPORTE COM OS PÉS JUNTOS INSTRUÇÕES:Por favor, mantenha os pés juntos e permaneça em pé sem se segurar ( )4 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto ( x ) 3 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto, com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente e se manter por 30 segundos ( ) 1 necessidade de ajuda para manter a posição mas capaz de ficar em pé por 15 segundos com os pés juntos ( ) 0 necessidade de ajuda para manter a posição mas incapaz de se manter por 15 segundos

8. ALCANCE A FRENTE COM OS BRAÇOS ESTENDIDOS PERMANECENDO EM PÉ INSTRUÇÕES: Mantenha os braços estendidos a 90 graus. Estenda os dedos e tente alcançar a maior distância possível. ( O examinador coloca uma régua no final dos dedos quando os braços estão a 90 graus. Os dedos não devem tocar a régua enquanto executam a tarefa. A medida registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar enquanto o sujeito está na máxima inclinação para frente possível. Se possível, pedir ao sujeito que execute a tarefa com os dois braços para evitar rotação do tronco.) ( ) 4 capaz de alcançar com confiabilidade acima de 25 cm ( 10 polegadas) ( x ) 3 capaz de alcançar acima de 12,5 cm ( 5 polegadas) ( ) 2 capaz de alcançar acima de 5 cm ( 2 polegadas) ( ) 1 capaz de alcançar mas com necessidade de supervisão ( )0 perda de equilíbrio durante as tentativas / necessidades de suporte externo

9. APANHAR UM OBJETO DO CHÃO A PARTIR DA POSIÇÃO EM PÉ INSTRUÇÕES: Pegar um sapato/chinelo localizado a frente de seus pés ( ) 4 capaz de apanhar o chinelo facilmente e com segurança ( x ) 3 capaz de apanhar o chinelo mas necessita supervisão

40 

 

 

 

( ) 2 incapaz de apanhar o chinelo mas alcança 2-5 cm ( 1-2 polegadas) do chinelo e manter o equilíbrio de maneira independente ( ) 1 incapaz de apanhar e necessita supervisão enquanto tenta ( ) 0 incapaz de tentar/necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda

10. EM PÉ, VIRAR E OLHAR PARA TRÁS SOBRE OS OMBROS DIREITO E ESQUERDO INSTRUÇÕES: Virar e olhar para trás sobre o ombro esquerdo. Repetir para o direito. O examinador pode pegar um objeto para olhar e colocá-lo atrás do sujeito para encorajá-lo a realizar o giro. ( ) 4 olha para trás por ambos os lados com mudança de peso adequada ( ) 3 olha para trás por ambos por apenas um dos lados, o outro lado mostra menor mudança de peso ( x ) 2 apenas vira para os dois lados mas mantém o equilíbrio ( ) 1 necessita de supervisão ao virar ( ) 0 necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda

11. VIRAR EM 360 GRAUS INSTRUÇÕES: Virar completamente fazendo um círculo completo. Pausa. Fazer o mesmo na outra direção ( ) 4 capaz de virar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos ( ) 3 capaz de virar 360 graus com segurança para apenas um laudo em 4 segundos ou menos ( x ) 2 capaz de virar 360 graus com segurança mas lentamente ( ) 1 necessita se supervisão ou orientação verbal ( ) 0 necessita de assistência enquanto vira

12. COLOCAR PÉS ALTERNADOS SOBRE DEGRAU OU BANCO PERMANECENDO EM PÉ SEM APOIO INSTRUÇÕES: Colocar cada pé alternadamente sobre o degrau/banco. Continuar até cada pé ter tocado o degrau/banco quatro vezes. ( ) 4 capaz de ficar em pé independentemente e com segurança e completar 8 passos em 20 segundos ( x ) 3 capaz de ficar em pé independentemente e completar 8 passos em mais de 20 segundos ( ) 2 capaz de completar 4 passos sem ajuda mas com supervisão ( ) 1 capaz de completar mais de 2 passos necessitando de mínima assistência ( ) 0 necessita de assistência para prevenir queda / incapaz de tentar

13. PERMANECER EM PÉ SEM APOIO COM OUTRO PÉ A FRENTE INSTRUÇÕES: (DEMOSTRAR PARA O SUJEITO). Colocar um pé diretamente em frente do outro. Se você perceber que não pode colocar o pé diretamente na frente, tente dar um passo largo o suficiente para que o calcanhar de seu pé permaneça a frente do dedo de seu outro pé. ( Para obter 3 pontos, o comprimento do passo poderá exceder a

41 

 

 

 

comprimento do outro pé e a largura da base de apoio pode se aproximar da posição normal de passo do sujeito). ( ) 4 capaz de posicionar o pé independentemente e manter por 30 segundos ( ) 3 capaz de posicionar o pé para frente do outro independentemente e manter por 30 segundos ( ) 2 capaz de dar um pequeno passo independentemente e manter por 30 segundos ( x ) 1 necessidade de ajuda para dar o passo mas pode manter por 15 segundos ( ) 0 perda de equilíbrio enquanto dá o passo ou enquanto fica de pé

14. PERMANECER EM PÉ APOIADO EM UMA PERNA INSTRUÇÕES: Permaneça apoiado em uma perna o quanto você puder sem se apoiar ( ) 4 capaz de levantar a perna independentemente e manter por mais de 10 segundos ( ) 3 capaz de levantar a perna independentemente e manter entre 5 e 10 segundos ( ) 2 capaz de levantar a perna independentemente e manter por 3 segundos ou mais ( ) 1 tenta levantar a perna e é incapaz de manter 3 segundos, mas permanece em pé independentemente ( x ) 0 incapaz de tentar ou precisa de assistência para evitar queda PONTUAÇÃO TOTAL: 37

42 

 

 

 

Anexo VII

Escala de Equilíbrio de Berg – Pós Tratamento

Descrição dos Itens

1. Sentado para em pé 2. Em pé sem apoio 3. Sentado sem apoio 4. Em pé para sentado 5. Transferências 6. Em pé com olhos fechados 7. Em pé com os pés juntos 8. Reclinar à frente com os braços estendidos 9. Apanhar objeto do chão 10. Virando-se para olhar para trás 11. Girando 360 graus 12. Colocar os pés alternadamente sobre um banco 13. Em pé com um pé em frente ao outro 14. Em pé apoiado em um dos

Instruções gerais Demonstre cada tarefa e/ou instrua o sujeito da maneira em que está escrito abaixo. Quando reportar a pontuação, registre a categoria da resposta de menor pontuação relacionada a cada item. Na maioria dos itens pede-se ao sujeito manter uma dada posição por um tempo determinado. Progressivamente mais pontos são subtraídos caso o tempo ou a distância não sejam atingidos, caso o sujeito necessite de supervisão para execução da tarefa, ou se o sujeito apóia-se num suporte externo ou recebe ajuda de examinador. É importante que se torne claro aos sujeitos que estes devem manter seus equilíbrios enquanto tentam executar a tarefa. A escolha de qual perna permanecerá como apoio e o alcance dos movimentos fica a cargo dos sujeitos. Julgamentos inadequados irão influenciar negativamente na performance e na pontuação. Os equipamentos necessários são um cronômetro (ou relógio comum com ponteiros dos segundos) e uma régua ou outro medidor de distância com fundos de escala de 5, 12,5 e 25 cm. As cadeiras utilizadas durante os testes devem ser de altura razoável. Um degrau ou um banco (da altura de um degrau) pode ser utilizado para o item 12. 1. SENTADO PARA EM PÉ

INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé. Tente não usar suas mãos como suporte. ( x )4 capaz de permanecer em pé sem o auxílio das mãos e estabilizar de maneira independente

43 

 

 

 

( )3 capaz de permanecer em pé independentemente usando as mãos ( )2 capaz de permanecer em pé usando as mãos após várias tentativas ( )1 necessidade de ajuda mínima para ficar em pé ou estabilizar ( )0 necessidade de moderada ou máxima assistência para permanecer em pé

2. EM PÉ SEM APOIO INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé por dois minutos sem se segurar em nada. ( x )4 capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos ( )3 capaz de permanecer em pé durante 2 minutos com supervisão ( )2capaz de permanecer em pé durante 30 segundos sem suporte ( )1 necessidade de várias tentativas para permanecer 30 segundos sem suporte ( )0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem assistência Se o sujeito é capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, marque pontuação máxima na situação sem suporte. Siga diretamente para o item #4.

3. SENTADO SEM SUPORTE PARA AS COSTAS, MAS COM OS PÉS APOIADOS SOBRE O CHÃO OU SOBRE UM BANCO INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se com os braços cruzados durante 2 minutos. ( x )4 capaz de sentar com segurança por 2 minutos ( )3 capaz de sentar por 2 minutos sob supervisão ( )2 capaz de sentar durante 30 segundos ( )1 capaz de sentar durante 10 segundos ( )0 incapaz de sentar sem suporte durante 10 segundos

4. EM PÉ PARA SENTADO INSTRUÇÃOES: Por favor, sente-se. ( x )4 senta com segurança com o mínimo uso das mãos ( )3 controla descida utilizando as mãos ( )2 apóia a parte posterior das pernas na cadeira para controlar a descida ( )1 senta independentemente mas apresenta descida descontrolada ( )0 necessita de ajuda para sentar

5. TRANSFERÊNCIAS INSTRUÇÕES: Pedir ao sujeito para passar de uma cadeira com descanso de braços para outra sem descanso de braços (ou uma cama) ( x )4 capaz de passar com segurança com o mínimo uso das mãos ( )3 capaz de passar com segurança com uso das mãos evidente ( )2 capaz de passar com pistas verbais e/ou supervisão ( )1 necessidade de assistência de uma pessoa ( )0 necessidade de assistência de duas pessoas ou supervisão para segurança

44 

 

 

 

6. EM PÉ SEM SUPORTE COM OLHOS FECHADOS

INSTRUÇÕES: Por favor, feche os olhos e permaneça parado por 10 segundos ( x ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos ( ) 3 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé durante 3 segundos ( ) 1 incapaz de manter os olhos fechados por 3 segundos mas permanecer em pé ( )0 necessidade de ajuda para evitar queda

7. EM PÉ SEM SUPORTE COM OS PÉS JUNTOS INSTRUÇÕES:Por favor, mantenha os pés juntos e permaneça em pé sem se segurar (x)4 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto ( ) 3 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto, com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente e se manter por 30 segundos ( ) 1 necessidade de ajuda para manter a posição mas capaz de ficar em pé por 15 segundos com os pés juntos ( ) 0 necessidade de ajuda para manter a posição mas incapaz de se manter por 15 segundos

8. ALCANCE A FRENTE COM OS BRAÇOS ESTENDIDOS PERMANECENDO EM PÉ INSTRUÇÕES: Mantenha os braços estendidos a 90 graus. Estenda os dedos e tente alcançar a maior distância possível. ( O examinador coloca uma régua no final dos dedos quando os braços estão a 90 graus. Os dedos não devem tocar a régua enquanto executam a tarefa. A medida registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar enquanto o sujeito está na máxima inclinação para frente possível. Se possível, pedir ao sujeito que execute a tarefa com os dois braços para evitar rotação do tronco.) (x) 4 capaz de alcançar com confiabilidade acima de 25 cm ( 10 polegadas) ( ) 3 capaz de alcançar acima de 12,5 cm ( 5 polegadas) ( ) 2 capaz de alcançar acima de 5 cm ( 2 polegadas) ( ) 1 capaz de alcançar mas com necessidade de supervisão ( )0 perda de equilíbrio durante as tentativas / necessidades de suporte externo

9. APANHAR UM OBJETO DO CHÃO A PARTIR DA POSIÇÃO EM PÉ INSTRUÇÕES: Pegar um sapato/chinelo localizado a frente de seus pés ( ) 4 capaz de apanhar o chinelo facilmente e com segurança ( x ) 3 capaz de apanhar o chinelo mas necessita supervisão

45 

 

 

 

( ) 2 incapaz de apanhar o chinelo mas alcança 2-5 cm ( 1-2 polegadas) do chinelo e manter o equilíbrio de maneira independente ( ) 1 incapaz de apanhar e necessita supervisão enquanto tenta ( ) 0 incapaz de tentar/necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda

10. EM PÉ, VIRAR E OLHAR PARA TRÁS SOBRE OS OMBROS DIREITO E ESQUERDO INSTRUÇÕES: Virar e olhar para trás sobre o ombro esquerdo. Repetir para o direito. O examinador pode pegar um objeto para olhar e colocá-lo atrás do sujeito para encorajá-lo a realizar o giro. ( 4 ) 4 olha para trás por ambos os lados com mudança de peso adequada ( ) 3 olha para trás por ambos por apenas um dos lados, o outro lado mostra menor mudança de peso ( ) 2 apenas vira para os dois lados mas mantém o equilíbrio ( ) 1 necessita de supervisão ao virar ( ) 0 necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda

11. VIRAR EM 360 GRAUS INSTRUÇÕES: Virar completamente fazendo um círculo completo. Pausa. Fazer o mesmo na outra direção ( ) 4 capaz de virar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos ( ) 3 capaz de virar 360 graus com segurança para apenas um laudo em 4 segundos ou menos ( x ) 2 capaz de virar 360 graus com segurança mas lentamente ( ) 1 necessita se supervisão ou orientação verbal ( ) 0 necessita de assistência enquanto vira

12. COLOCAR PÉS ALTERNADOS SOBRE DEGRAU OU BANCO PERMANECENDO EM PÉ SEM APOIO INSTRUÇÕES: Colocar cada pé alternadamente sobre o degrau/banco. Continuar até cada pé ter tocado o degrau/banco quatro vezes. ( ) 4 capaz de ficar em pé independentemente e com segurança e completar 8 passos em 20 segundos ( x ) 3 capaz de ficar em pé independentemente e completar 8 passos em mais de 20 segundos ( ) 2 capaz de completar 4 passos sem ajuda mas com supervisão ( ) 1 capaz de completar mais de 2 passos necessitando de mínima assistência ( ) 0 necessita de assistência para prevenir queda / incapaz de tentar

13. PERMANECER EM PÉ SEM APOIO COM OUTRO PÉ A FRENTE INSTRUÇÕES: (DEMOSTRAR PARA O SUJEITO). Colocar um pé diretamente em frente do outro. Se você perceber que não pode colocar o pé diretamente na frente, tente dar um passo largo o suficiente para que o calcanhar de seu pé permaneça a frente do dedo de seu outro pé. ( Para obter 3 pontos, o comprimento do passo poderá exceder a

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comprimento do outro pé e a largura da base de apoio pode se aproximar da posição normal de passo do sujeito). ( x ) 4 capaz de posicionar o pé independentemente e manter por 30 segundos ( ) 3 capaz de posicionar o pé para frente do outro independentemente e manter por 30 segundos ( ) 2 capaz de dar um pequeno passo independentemente e manter por 30 segundos ( ) 1 necessidade de ajuda para dar o passo mas pode manter por 15 segundos ( ) 0 perda de equilíbrio enquanto dá o passo ou enquanto fica de pé

14. PERMANECER EM PÉ APOIADO EM UMA PERNA INSTRUÇÕES: Permaneça apoiado em uma perna o quanto você puder sem se apoiar ( ) 4 capaz de levantar a perna independentemente e manter por mais de 10 segundos ( ) 3 capaz de levantar a perna independentemente e manter entre 5 e 10 segundos ( x ) 2 capaz de levantar a perna independentemente e manter por 3 segundos ou mais ( ) 1 tenta levantar a perna e é incapaz de manter 3 segundos, mas permanece em pé independentemente ( ) 0 incapaz de tentar ou precisa de assistência para evitar queda PONTUAÇÃO TOTAL: 49

 

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Anexo VIII

Protocolo de Atendimento

• Alongamento passivo flexores de joelho e quadril, terapeuta e guia

lateral alongando passivamente e alternadamente por 40 segundos

cada grupo muscular com o cavalo ao passo

• Auto-alongamento de músculo peitoral utilizando bastão atrás da

cabeça mantendo por 40 segundos e tronco sustentado pelo

terapeuta e guia lateral.

• Auto-alongamento assistido de rotadores de tronco bilateralmente

com rotação de tronco, paciente apoiando as mãos na garupa do

cavalo, sustentando 40 segundos cada lado.

• Fortalecimento de MMII com o paciente realizando exercícios de

sentar e levantar apoiando no estribo em 4 séries de 10 repetições

com o cavalo ao passo.

• Fortalecimento de tronco utilizando terrenos em aclive fortalecendo

abdominais e declive fortalecendo paravertebrais.

• Fortalecimento de abdominais com o paciente fazendo flexão de

tronco em 4 séries de 6 repetições

• Treino de equilíbrio com o paciente sem apoio dos pés nos estribos e

com olhos fechados, MMSS apoiados em MMII, com cavalo parado,

mantendo tronco estável por 2 minutos (3 séries).

• Treino de equilíbrio com paciente montado em pé com apoio nos

estribos e segurando nas alças da sela com olhos fechados.

• Treino de equilíbrio com o paciente fazendo alcances nas laterais com

o cavalo ao passo.

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Anexo IX

Foto 1. Cavalo com manta

Foto 2. Rotação de tronco com cavalo ao passo.

Foto 3. Treino de equilíbrio

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Foto 3 e 4. Exercícios de rotação com cavalo ao passo.

Foto 5 e 6. Fortalecimento de membros inferiores com o cavalo ao passo.

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Foto 7 e 8. Treino de equilíbrio com o cavalo parado e os olhos fechados.