Tratamento de intoxicações (Medicamentos)
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Enfª Eulina Reis
As intoxicações são quadros agudos, acidentais
ou voluntários, causados por substâncias não
medicamentosas (organofosforados, cianetos,
metanol etc) ou medicamentosas (bzd, digoxina,
opiáceos etc).
Outras intoxicações não têm caráter de
emergência e são processos crônicos (intoxicação
por metais pesados – chumbo, cádmio etc).
Existe na clínica situações em que o
agressor é um metal, mas não são
verdadeiras intoxicações. É o caso do cobre
na doença de Wilson, o ferro na
hemocromatose primária e adquirida
(hemossiderose) e o alumínio nos
portadores de insuficiência renal crônica sob
hemodiálise.
Doença genética que produz um defeito no
metabolismo do cobre.
→ a excreção do Cu é realizada pelo fígado
através da bile.
Na DW a ausência ou função diminuída do
gene ATP7B reduz a excreção hepática e
causa o acúmulo do metal na corrente
sanguínea.
• Doença gerada por uma predisposição do
organismo para absorver o ferro dos
alimentos numa quantidade superior à
necessária, o que leva ao acúmulo do
mineral nas células e mudanças orgânicas
patológicas.
• Hemocromatose secundária – em
pessoas que desenvolveram anemias
hemolíticas.
Paralelamente às medidas gerais e de
suporte vital no tratamento de intoxicações,
estão disponíveis antídotos específicos,
para um pequeno número de intoxicações,
que antagonizam os seus efeitos de
diversas formas:
e outros antídotos formadores
de complexos inativos
→ Interação com o tóxico dando origem a
complexos inertes e hidrossolúveis que são
posteriormente excretados, como a
desferroxamina nas intoxicações pelo ferro
e alumínio.
→ Aceleração da metabolização da
substância agressiva, como a N-
acetilcisteína na intoxicação pelo
paracetamol.
→ Prevenção da formação de compostos
mais tóxicos, como por exemplo o etanol
que funciona como substrato competitivo da
enzima álcool-desigrogenase (que faz a
metabolização do metanol em formaldeído e
ácido fórmico).
→ Apesar de farmacologicamente serem
agonistas parciais, funcionam como
antagonistas na competição com o tóxico
para os receptores, como a Naloxona na
intoxicação por opiáceos.
→ Bloqueio dos receptores responsáveis
pelas manifestações clínicas da intoxicação,
como a Atropina que bloqueia receptores
na intoxicação por organofosforados.
MEDICAMENTOS NO TRATAMENTO DE INTOXICAÇÕES
NOME APRESENTAÇÃO TIPO DE INTOXIÇÃO
ACETILCISTEÍNA
CP EFEVERSCENTE
600 mg
GRANULADO PARA
SOLUÇÃO ORAL 100
mg; 200 mg
SOLUÇÃO INJETÁVEL
200mg/ml; amp 10ml EV
Intoxicação pelo
paracetamol
ATROPINA
2 mg/ml EV
Solução para perfusão
EV
5mg/ml; fr 250 ml
Intoxicação por
organofosforados e
carbamatos
DESFERROXAMINA Pó para solução injetável
500mg IM – EV
(previamente diluída)
Intoxicação pelo
ferro e alumínio
DIGOXINA IMUNE FABPó para solução
para perfusão 38mg
EV Intoxicação por
digitállicos
DIMERCAPROLSolução injetável 100
mg/ml; amp 2ml IMIntoxicação pelo
arsénio, chumbo,
mercúrio e ouro
FLUMAZENILO
(FLUMAZENIL)
solução injetável
0,1mg/ml; amp 5ml
EV
Intoxicação por BZD
HIDROXICOBALAMINA Pó para solução para
perfusão 2,5g EVIntoxicação por
Cianetos
NALOXONASolução injetável 0,4
mg/ml; amp 1ml – SM;
EV; SC
Intoxicação pelos
Opiáceos
• Doença de Wilson. Protocolos e Diretrizes Terapêuticas. Disponível
em:http://dtr2001.saude.gov.br/sas/dsra/protocolos/do_d13_00.htm
• Hemocromatose, a doença do excesso de ferro. Einstein Saúde na
Veia. Disponível em: http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-
einstein/Paginas/hemocromatose-a-doenca-do-excesso-de-
ferro.aspx
• Medicamentos usados no tratamento de intoxicações.
FORMULÁRIO HOSPITALAR NACIONAL DE MEDICAMENTOS.
Disponível em:
https://www.infarmed.pt/formulario/navegacao.php?paiid=286