Tratamento da Dor Mista Dr. André Gaudêncio Ignácio de Almeida.

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Tratamento da Dor Mista Dr. André Gaudêncio Ignácio de Almeida

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Tratamento da Dor Mista

Dr. André Gaudêncio Ignácio de Almeida

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Definição da dor

Uma experiência sensorial (sensitiva) e emocional, desagradável, associada ou descrita em termos de lesão tecidual

IASP (Associação Internacional para Estudo da Dor)

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Classificação da Dor

Tempo Dor aguda Estimulação nociceptiva (inflamação) ou

lesão direta (lesões mecânicas) Dor crônica É patológica, causada por lesão de tecido

nervoso (periférico, medular ou central)

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OrigemDor nociceptivaEstimulação dos noceptoresSomática: afeta tecidos cutâneo e profundoVisceral: visceral associada ou não com dor

referida

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Dor neuropática Lesão das fibras sensitivas dos sistemas

nervoso central (SNC) e periférico (SNP)Irritação das fibras C ou deaferentação (dor

fantasma – injúria do plexo braquial ou lombossacral)

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Sensações anormais (dor neuropática) Disestesia: sensação anormal espontânea (tato) Hiperestesia: sensibilidade exagerada à estimulação

auditiva, gustativa e tatil Hiperalgesia: exagero no estímulo doloroso Alodínia: dor causada por um estímulo, que

normalmente não é doloroso Hiperpatia: resposta explosiva e freqüentemente

prolongada Dor episódica (breakthrough): incidental e transitória

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Dor mistaÉ a mais comum (nociceptivo e neuropático)Dor psicogênica RaraSem causa aparente

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Quanto ao padrão

1 Contínua 2 Episódica: - Breakthrough, intermitente/três tipos Dor incidental, relacionada com atividades como

tossir, levantar ou caminhar (ca metastático) Dor espontânea, imprevisível, sem associação com

algum evento Episódica, associada ao horário de medicação (end-

of-dose failure)

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Quanto a intensidade

Leve moderada ou intensa

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Receptores da dor

Terminações nervosas livres Receptores específicos Fibras nervosas relacionadas a dor Fibras A-delta (mielínicas) rápidas, precisas

relacionadas a dor aguda Fibras C (amielínicas) Mais lentas, difusa (Surda e desagradável)

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Sensação dolorosa

Transdução: ativação dos nociceptores – transformação do estímulo nóxico em potencial de ação

Transmissão: nervo periférico – gânglios da raiz nervosa da medula - via neoespinotalâmica - via núcleo ventral posterolateral - córtex cerebral

Modulação medular e suprassegmentar (cortical, subcortical, tronco cerebral)

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Manifestação e percepção

Componente cognitivo - percepção (localização, duração, intensidade da dor)

Componente motor - expressão e proteção Componente emocional - mal estar Componente autônomo - aumento da

freqüência cardíaca, pressão, dilatação da pupila

Influência psicogênica- vários circuitos cerebrais funcionais

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Sensibilização central

Corno posterior da medula funciona como rele Sinapse com 3 neurôniosEixo descendente -

interneurônioModula e controla

a percepção

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Dor Lombar

Dor mista (componentes neuropáticos e nociceptivos)

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Tratamento

Qualificar a dor/etiologia Clínico e/ou cirúrgico Escala analgésica (OMS)

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Associação de analgésico Analgesia multimodal Doses regulares Potência adequada

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Não se deve fazer

AINES + AINES OPIOIDE + OPIOIDE AINES, SE DOR OPIOIDE, SE DOR OPIOIDE AGONISTA + OPIOIDE AÇÃO

CENTRAL (TYLEX + NUBAIN) SUBDOSE DE OPIOIDE

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Não é correto associar drogas da mesma

classe terapêutica

Ex: codeína + tramadolDores somáticas e viscerais, respondem bem

aos opioides, já as neuropáticas não respondem bem a morfina

Neuropáticas crônicas respondem aos antidepressivos e anticonvulsivantes

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Anti-inflamatórios (AINHs)

Inibição ciclo-oxigenase, inibe a prostaglandina (produzidos pela cox-2)

Inibidor seletivo

Boa opção

Cox-2

Celecoxib

(celebra)

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Opioides

Interagem no SNC (corno posterior, tronco encefálico, nucleocaldado e amídala), no SNP e na musculatura lisa

Imprescindível usar drogas com ação diferente

Deve-se respeitar a meia vida da droga

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A associação de um opioide fraco e forte

é inaceitável

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Analgésicos adjuvantes

Aumentam a eficácia dos opioides Tratam sintomas concomitantes Antidepressivos Tricíclicos bloqueiam a recaptação da serotonina e

da norepinefrina nas sinapses do SNC. Dosagem é menor que para ação antidepressiva

Bom para dor neuropática Apresentam atividade sedativa, ansiolítica e

miorelaxante. Aumentam o apetite e estabilizam o humor

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BenzodiazepínicosAtuam no córtex central e no sistema límbicoAnsiedade e espasmos musculares

Neurolépticos Ligam-se aos receptores opioides sigma no SNCDor neuropática, ansiolítico e sedativoTem muitas contra indicações (glaucoma, parkson,

cardiopatias, insuficiência hepática...)

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Anticonvulsivantes

São os preferidos para tratamento da dor neuropáticaA pregabalina (lyrica) é recomendada para dor neuropática e o controle da fibromialgiaTem boa biodisponibilidade oral É removida eficazmente por hemodiálise, e não altera muito na insuficiência hepática. Inibição do glutamato e canais de cálcioPodem ser usadas com ATO uso da gabapentina merece atenção especial em pacientes com insuficiência renal A Iamotrigina é pouco absorvida no trato intestinal

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Corticóides

Inibem a prostaglandina sintetase Dores agudas e crônicas Compressão da raiz nervosa, dor por distensão

visceral Ação curta: cortisona e hidrocortisona Ação intermediária: prednisona Ação prolongada: betametasona, dexametasona,

deflazacort Fatores modificadores da doença, diminui a

inflamação e tratamento da autoimunidade

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Relaxantes musculares

Baclofeno - agonista do receptor gaba Orfenadrina, anti-histamínico fraco, efeito de

ação central Ciclobenzaprina, recaptação de serotonina,

no tronco encefalico, eficaz para lombalgia e fibromialgia

Carisoprodol, tronco encefálico e medula espinhal

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Lombalgia

Aines Anticonvulsivante Opioide Corticosteróide Antidepressivos Relaxante muscular

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Fibromialgia

Disfunção neuro-hormonal e deficiência de neurotransmissores inibitórios a nível espinhal e supra espinhal e/ou hiper atividade de neurotransmissores excitatórios

Primeira droga aprovada para fibromialgia FDA = Pregabalina

Atividade analgésica, ansiolíticaTrabalho de Crofford e col com 529 pacientesDoses 150 a 300mg dia

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Osteoartrose

Tratamento conservador: faz-se o controle da dor

Evitar sensibilização central, que é um mecanismo de aplicação da dor aguda

Antes e após intervenção cirúrgica:

Analgesia preventiva e multimodal

Ex: Aines como celecoxibe, baixo efeito colateral, ossificação heterotópica

Opioides SNC

Trauma, nervo

Pregabalina

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Fatores clínicos que sugerem desenvolvimento de sensibilização central

1- distribuição da dor não anatômica 2-sintomas não consistentes com achado clinico 3- investigação sem elucidação da dor 4sintomas sistêmicos- sono não

restaurador,desordem do humor, fadiga inexplicável, alteração da memória e concentração

Comportamento: medo da atividade, depressão Exame: hiperalgesia e alodinia

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Conclusão

A dor não é somente um reflexo de inputs sensoriais

É um reflexo dinâmico da plasticidade do sistema nervoso central

A sensibilização central pode ser modulada por inputs sensoriais periféricos, input central, depressão e distúrbios do sono

O manejo correto da dor envolve modulação de neurotransmissores simpáticos

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