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TRADIÇÕES E INTERAÇÕES: NARRATIVAS DE MEMÓRIAS E IDENTIDADES
DO INSTITUTO NANGETU1
Neusa Pressler2
Francinete do Socorro Saraiva de Lima3
Analaura Corradi4
RESUMO: Este artigo é parte de um estudo realizado no âmbito do Grupo de Pesquisa
Narramazônia, projeto que tem como proposta a formação de um espaço de discussões e
estudos multi e transdisciplinar sobre a constituição e a circulação de narrativas na sociedade.
O presente trabalho busca compreender as dinâmicas das ações educativas e as práticas na
difusão de saberes e fazeres culturais do Instituto Mansu Nangetu, localizado em Belém-Pará.
Por meio de redes sociais virtuais, a entidade desenvolve diversas ações sociais, ambientais,
educativas e religiosas, além de realizar rituais tradicionais de matriz africana no seu local de
instalação. A partir de visitas realizadas ao instituto, observou-se por meio das narrativas da
líder religiosa Mametu Nangetu que vários ensinamentos são transmitidos pelas narrativas de
memórias para a preservação de valores culturais e identitários. As pesquisas exploratória e
bibliográfica, assim como a entrevista, foram realizadas no ano de 2016. Para orientação
teórica neste estudo de caso, foram tomados os trabalhos de Eric Hobsbawm (2008),
especialmente sua abordagem sobre tradição e modernidade; de Stuart Hall (2003),
concernente ao debate de cultura e identidade; e de Joel Candau (2011), no tocante às
discussões sobre memória e identidade. Este estudo se estrutura pelas narrativas de memórias,
as quais vão além do caráter religioso, uma vez que estabelecem a interação identitária,
processo percebido nas ações desenvolvidas no próprio instituto e na sua divulgação e
compartilhamento nas/pelas redes sociais.
Palavras-chave: Mídia. Rede Sociais. Cultura. Religião.
1 Trabalho apresentado no II Encontro de Antropologia Visual da América Amazônica, realizado entre os dias 25
e 27 de outubro de 2016, Belém/PA, no GT 8 - Narrativas Visuais Contemporâneas na Amazônia.
2Professora Titular do curso de Comunicação Social e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação,
Linguagens e Cultura - PPGLC da Universidade da Amazônia – UNAMA. Pesquisadora Líder do Projeto
Agências Digitais na Amazônia Real, Certificado pelo CNPq. Doutora em Ciência Socioambiental (Núcleo de
Altos Estudos Amazônicos – NAEA-UFPA). E-mail: [email protected].
3Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura- PPGLC da Universidade
da Amazônia – UNAMA. Integrante dos Grupos de Estudos Narramazônia (UNAMA/UFPA) e Academia do
Peixe Frito (UNAMA). E-mail: [email protected].
4Professora Titular do curso de graduação de Comunicação Social da Universidade da Amazônia (UNAMA) e
do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura- PPGLC da Universidade da Amazônia
– UNAMA. Doutora em Ciências Agrárias pela Universidade Federal Rural da Amazônia, Integrante dos
Grupos de Estudos Narramazônia (UNAMA/UFPA) e ITA - Interações e Tecnologia da Amazônia (UNAMA/
UFPA). E-mail: [email protected].
TRADITIONS AND INTERACTIONS: NARRATIVE OF MEMORIES AND THE
INSTITUTE IDENTITIES NANGETU
Abstract: This article is part of a study conducted under the Narramazônia Research Group, a
project that proposes the formation of a discussion space and multi and transdisciplinary
studies on the creation and circulation of narratives in society. This study seeks to understand
the dynamics of educational activities and practices in the dissemination of knowledge and
practices of cultural Mansu Nangetu Institute, located in the city Belém (Pará state). Through
virtual social networks, the entity develops several social, environmental, educational and
religious actions, and perform traditional rituals of African origin in its installation. From
visits to the institute, it observed through the narratives of Mametu Nangetu religious leader
who many teachings are transmitted by narratives of memories for the preservation of cultural
identity and values. The exploratory and bibliographical research, as well as interviews were
conducted in the year 2016. For theoretical orientation in this case study, the works were
taken from Eric Hobsbawm (2008), especially its approach to tradition and modernity; Stuart
Hall (2003), concerning the culture and identity debate; and Joel Candau (2011), with regard
to discussions of memory and identity. This study is structured by the narratives of memories,
which go beyond the religious character, as they establish the identity interaction, process
realized in the actions developed in the institute itself and its dissemination and sharing in /
through social networks.
Keywords: Media. Social Networks. Culture. Religion.
1 Introdução
Narrar histórias dos lugares, das pessoas e de suas capacidades, seus modos de fazeres
culturais comunidade, por meio da memória, define como um grupo se diferencia dos outros,
revelando suas potencialidades. Este artigo busca compreender as dinâmicas das ações e
práticas educativas na transmissão de saberes e fazeres culturais do Instituto Mansu Nangetu
localizado em Belém - Pará. Dessa forma, discute-se a interação dessas práticas por meio dos
processos comunicacionais e das redes sociais digitais.
O Instituto Mansu Nangetu realiza trabalhos tradicionais de matriz africana, do
candomblé de Angola, e de raiz bate folha, de Salvador, Bahia (BA), agregando trabalhos
sociais e educativos que envolvem a comunidade e pessoas carentes da capital paraense. Até o
advento da internet, em 1990, e das redes sociais, a partir do início do século XXI, suas ações
culturais e de difusão de conhecimento religioso ficavam restritas aos participantes e
frequentadores do terreiro e se processavam pela oralidade e pela memória. O Orkut (2004)
foi a primeira mídia social utilizada na interação social e religiosa do Terreiro Mansu Nangetu
e, posteriormente, também do Instituto Nangetu. Com o lançamento do facebook, em 20045,
este passou, gradativamente, a ser uma das principais mídias sociais da entidade.
Este estudo, realizado no âmbito Grupo de Pesquisa Narramazônia - projeto
interinstitucional (Universidade Federal do Pará e Universidade da Amazônia), criado em
2015 - faz parte das atividades de pesquisa de campo da disciplina Tópicos Especiais em
comunicação do Programa de Doutorado e Mestrado em Comunicação, Linguagem e Cultura
(PPGCLC) da Universidade da Amazônia6. Este trabalho intenciona compreender em que
medida a memória e a oralidade percebidas em suas narrativas têm se realizado nos processos
de interação e de divulgação pelos meios sociais digitais aos quais o Instituto Nangetu e sua
comunidade recorrem em sua prática social cotidiana.
De forma correlata a essa perspectiva acadêmica, a poeta e professora de Literatura
Camila do Valle, adjunta do Instituto multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro (UFRRJ), especialista em literaturas Amazônicas e Africanas, desenvolve, desde
2010, no âmbito do Projeto Nova Cartografia Social na Amazônia (PNCSA), um projeto
aprovado em edital no Plano Nacional de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), do qual resultou um mapa e um livro a partir das
narrativas orais dos afrorreligiosos e da pajelança de Belém (PA). Por essa razão, adotou-se
para este estudo de caso a metodologia desenvolvida por Camila Valle na obra Cartografia
Social dos Afrorreligiosos de Belém do Pará (2012), cujos resultados “são documentos que
escolhem o critério da narratividade e, portanto, do dinamismo da ação para revelar a
construção de sua identidade cultural (VALLE, C do, 2012, p.167).
Norteado por esses apontamentos, este estudo procedeu às pesquisas exploratória e
bibliográfica e a uma entrevista, realizada durante o ano de 2016, com visita técnica no dia 22
5 Facebook é uma rede social lançada em 4 de fevereiro de 2004, operado e de propriedade privada da Facebook
Inc. Em 2016, O Facebook anunciou em abril de 2016 que é acessada por um bilhão de usuários de todo o
mundo todos os dias. Fonte: Facebok, 2016.
6 A disciplina Tópicos Especiais em Comunicação, Linguagem e Cultura, ministrada no primeiro semestre de
2016, estuda as questões atuais na pesquisa multidisciplinar em comunicação, arte e sociedade; os fluxos e as
interfaces; a produção comunicacional e artística multimídia e as formas de representação da sociedade;
possibilidades criativas e teóricas; as antigas e novas formas de sociabilidade e sua relação com os meios e as
estruturas de apresentar arte e cultura. Ver mais detalhes:<http://www.unama.br/ppgclc/>
de abril. Para a análise dos dados reunidos na pesquisa de campo, recorreu-se aos aportes
teóricos que versam sobre de tradição e modernidade, como defendido por Eric Hobsbawm
(2008), sobre cultura e identidade, conforme discute Stuart Hall (2003) e a respeito de
memória e identidade, como argumenta Joel Candau (2011). No decorrer do artigo, essas
teorias acompanham a discussão acerca do tema, o qual está estruturado em três tópicos:
Descrição do Instituto Nangetu de Tradição Afro-Religiosa e Desenvolvimento Social; A
Líder Religiosa Mametu Nangetu; Religião e Direitos no ciberativismo. Por fim, seguem as
considerações finais.
2. O Instituto Nangetu de Tradição Afro-Religiosa e Desenvolvimento Social
O Instituto Nangetu é uma associação sem fins lucrativos, que atua na valorização das
culturas tradicionais negras e no desenvolvimento de projetos sociais, artísticos com
identidade cultural afro-amazônica. O Instituto desenvolve as ações da comunidade do Mansu
Nangetu, um terreiro que preserva as tradições de origem Bantu7. Essa comunidade tem
atuação religiosa, social e política na defesa dos direitos de cidadania dos negros e nas
narrativas e memórias dos Povos Tradicionais de Matriz Africana.
De acordo com Wolf Schmid (2010), a Narratologia tornou-se um importante
instrumento de análise e interpretação de vários tipos de narrativa (literárias, de cinema, de
literatura oral). Ela surgiu no final dos anos 1960, do entroncamento do Estruturalismo e da
Semiótica. O crítico francês Gérard Genette, em uma longa seção de seu livro Figures III, de
1972, particularmente com a obra Discours du récit, foi um dos primeiros a apresentar uma
poderosa síntese dessa corrente da crítica literária ao lado da pesquisa de narrativas na
Alemanha e na Rússia desde o início do século XX (SCHMID, 2010).
7 Os Bantus englobam cerca de 400 subgrupos étnicos diferentes e constituem um grupo etnolinguístico,
localizado principalmente na África subsaariana. Os negros de origem Bantu foram os primeiros escravos
africanos a chegarem ao Brasil. Os livros de história descrevem que chegaram por volta de 1560, trazidos da
África Sul-Equatorial, em sua grande maioria vinham de Ngola (Angola), do Kongo (Congo), Costa do Golfo da
Guiné, Moçambique e Zimbábue. Sob o ponto de vista dos estudos da tradição e cultura, “a capoeira, a congada,
as danças e cerimônias cateretê, caxambu, batuque, samba, jongo, lundu e maracatu são herança banto, assim
como o candomblé-de-angola” (GUEDES, 2015). Ver mais detalhes da origem e cultura bantu: (GUEDES,
Fernando, Candomblé: Cultura Bantu, 2015).
Os conceitos de narrativa, história e biografia são cada vez mais usados por
investigadores nas pesquisas e estudos interdisciplinares, especificamente nas ciências sociais.
Estudar um fenômeno por meio da narrativa está, em todas as suas diferentes manifestações,
profundamente implicada em conflitos contemporâneos relacionados com teoria, metodologia
e ações sociais. É um novo paradigma representando a existência de uma época pós-moderna,
em que surgem novas configurações, ao mesmo tempo que se mantêm as formulações
existentes e várias versões se convergem e divergem e outras são reconstruídas (SCHMID,
2010).
Ressalte-se ainda que o termo de estudo – narrativa - é abrangente e a ele incluem-se
várias perspectivas: memórias populares, histórias de vida, análise de biografias e de
autobiografias, entrevistas narrativas, narrativas pessoais, etnobiografias, etnografias e
acontecimentos e fatos singulares, inseridos num determinado contexto. Assim, narrativa
sempre está associado a um caráter social explicativo de algo pessoal, situado e descrito em
uma determinada época.
A narrativa, sob forma oral ou escrita, pode constituir um método de investigação.
Desse modo, a narrativa, em sua essência, é uma forma esclarecedora de estabelecer relações
entre os fatos e um modo universal de expressão que permeia toda a nossa existência
(MOTTA, 2013). Nessa perspectiva, em que a arte de narrar é tomada como possibilidade
metodológica e de compreensão das ações que constituem o trabalho do Instituto Mansu
Nangetu e suas relações com o desenvolvimento social e cultural, foi feita uma entrevista com
Oneide Rodrigues, mais conhecida como mãe-de-santo Mametu Nangetu, a líder dessa
entidade.
De acordo com Walter Benjamin (2012, p. 39), utilizar a memória é buscar elementos
para perceber e compreender a construção dos saberes, a comunicação e a tradição de um
determinado grupo por meio de lembranças do passado, dessa forma, para o desenvolvimento
desta pesquisa, a memória foi tomada como o recurso responsável que permite ao indivíduo
“esta chave para tudo que veio antes e depois”. Ainda segundo o referido autor, é preciso
lembrar-se dos episódios de sua própria vida para entender a formação de sua história como
ser no mundo social e, assim, refletir sobre a preservação de suas culturas em tempo de
contemporaneidade.
O Instituto Mansu Nangetu – Mansubando Kekê Neta - é um espaço sagrado de
manutenção e preservação das manifestações afrorreligiosas na cidade de Belém, que realiza
estudos e oficinas para ensinar as tradições que foram passadas por meio dos mais antigos,
objetivando ensinar como se deve preservar o meio ambiente. Esse espaço é dirigido pela
mãe-de-santo Mametu Nangetu.
3. A Líder Religiosa Mametu Nangetu
A líder religiosa Nangetu do Instituto de Tradição e Desenvolvimento Social (Figura
1), recebeu, no dia 22 de abril de 2016, os mestrandos do Programa de Doutorado e Mestrado
em Comunicação, Linguagem e Cultura - PPGCLC da Universidade da Amazônia - Unama, e
relatou sobre várias ações de cunho religioso, social e cultural do Instituto. Dentre as várias
ações, ela considera importante manter firme a sua fé na casa de Angola, que tem como base a
Cultura das tradições afro. Nesse sentido, destacou o projeto “Azulear” (projeto de
Comunicação que significa ‘fazer ouvir’ ou ‘falar alto’/2005). Segundo a líder, esse projeto
visa à preservação da natureza, um trabalho de conscientização do meio ambiente, uma vez
que os terreiros, para fazerem suas oferendas utilizam velas, garrafas, alguidares entre outros
materiais, não degradam o meio ambiente.
Apesar dos trabalhos de ações sociais e ambientais desenvolvidas pelo Instituto
Nangetu, a religiosa diz que o Brasil ainda precisa criar muitas leis para tratar das questões
que envolvem a intolerância na religião. Afirma que “o desconhecimento da sociedade pela
existência de uma desigualdade social que trata as religiões de maneira diferente é
responsável por esses estigmas”. Nas palavras da líder religiosa, “precisamos divulgar o que
somos e o que cultuamos. Só que mais do que ser tolerada, eu quero ser respeitada”.
Apesar da discriminação sofrida, enfatiza que a criação da Lei 11.635, que instituiu o
Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, já é um passo positivo na luta para o
fortalecimento da cultura afro, porém conta que os praticantes ainda necessitam vencer alguns
desafios, como assumir a opção de crença. “Muitos praticantes e simpatizantes têm medo de
assumir sua crença em função do medo da discriminação”.
Nas observações feitas por Mametu Nangetu, além de liberdade de culto, é preciso dar
atenção aos assuntos que envolvem questões sociais e de direito como a isenção de
pagamento de impostos aos locais de culto, como é concedido às igrejas de outras práticas
religiosas.
Fig. 1 Mametu Nangetu no Instituto Nangetu
Fonte: Foto Juliana Miranda, 2016. Entrevista concedida em 22 abril 2016.
Nas ações sociais, ambientais e religiosas do instituto há uma constante construção de
saberes, e a memória vem trazendo recordações que permitem compartilhar conhecimentos
passados por várias gerações, percepção essa que remete a Candau (2011, p.142), para quem a
memória de geração “é também uma memória de fundação que tem seu lugar no jogo
identitário. Ela é por vezes horizontal e vertical e apresenta duas formas, uma antiga e outra
moderna”. No percurso da memória, converge o moderno com o antigo, o que foi verificado
no decorrer da visita ao instituto, especialmente por meio da exibição de um vídeo intitulado
Saberes Africanos (2012).
A partir da demonstração das atuais práticas ambientais adotadas nas cerimônias
afrorreligiosas, o vídeo apresentou e discutiu sobre esses saberes que constroem as relações
identitárias da comunidade. Em síntese, o curta Candomblé- o Sagrado e o Ecológico de
Angola é um vídeo educativo resultado de uma produção coletiva realizada em 2012 pela
comunidade do Mansu Nangetu (Projeto Azuelar) em parceria com pesquisadores do Curso
de Especialização em Saberes Africanos e Afro-brasileiros na Amazônia, ofertado pelo Grupo
de Estudos Afro-amazônico (NEAB) da Universidade Federal do Pará. Nele, são mostradas
práticas ecológicas de terreiro como exemplo de educação ambiental para crianças e jovens.
De acordo com o antropólogo Arthur Leandro8 do Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu e
integrante do Grupo de Estudos Afro-amazônicos da Faculdade de Ciências Sociais/ IFCS/
UFPA e Faculdade de Artes Visuais/ ICA/ UFPA
A experiência cineclubista do Mansu trabalha com o tripé de difusão, formação e
produção audiovisual com caráter étnico e racial e de valorização das tradições de
matriz africana na Amazônia, e a comunidade produz vários documentários com o
que chama de ‘tecnologia do possível’. A proposta deste filme veio dos
pesquisadores do GEAM/ UFPA que queriam a produção de material didático para
ser usado em sala de aula, o filme não teve um roteiro previamente elaborado, ele é
o resultado do acompanhamento das ações cotidianas da comunidade.
Seguindo esse pensamento, a narrativa de Nangetu9 ressalta que
[...] a preservação do sagrado afro-brasileiro está intimamente ligada à preservação
do patrimônio ambiental, ela critica o modelo de urbanização de cidades que
extinguem as áreas verdes e transformam igarapés em esgotos à céu aberto, e diz que
a comunidade tenta fazer a sua parte em pequenas ações, como a confecção de
vasilhas biodegradáveis para utilização em oferendas, ação que é mostrada no filme.
É importante destacar que esse curta faz parte do Box da Diversidade, que é um
projeto de caráter cultural e educativo que reúne uma coletânea de filmes brasileiros para ser
distribuída gratuitamente para escolas públicas, cineclubes e organizações sociais. O projeto é
desenvolvido pelo Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros/ CNC e começou a ser
distribuído em 2015. O Box possui eixos temáticos: sexualidade e gênero; comunidades
tradicionais e étnico racial; meio ambiente e biodiversidade; envelhecimento e memória;
superação e acessibilidade; trânsito e pensamento nômade; infância e juventude;
dessemelhanças e experimentações; diversidade regional; transversalidade geopolítica.
8 Entrevista concedida em 22 de abril de 2016
9 Idem
De acordo com a líder religiosa, esse vídeo foi realizado por meio do Box da
Diversidade e com recursos próprio, sem estrutura profissional, com a intenção de transmitir o
conhecimento, as tradições que, há décadas, por meio da oralidade e da memória, repassavam
os segredos de tudo que se aprende com os mais antigos, um constante aprendizado.
Após o filme, foi aberta uma roda de conversa e interação com o público com debates
de ordem social, na qual a líder religiosa Mametu Nangetu fala da seis nações que envolvem a
religião afro, citando: Angola, Tambor de Mina, Jeje, Pagelança, Umbanda e Ketu, que é
assinalada pela interação de conflito e consenso instituída com múltiplas outras religiões e
visões de espiritualidades ou cosmologia, dentre as quais estão principalmente as religiões
africanas, com crenças nos Orixás e Vodus, e as indígenas brasileiras, com uma forte
expressão nas forças da natureza e seres encantados.
Por essa questão, entendimentos e conceitos como o do sincretismo são largamente
analisados e reelaborados, buscando um modo de traçar um paralelo que abrace a história e a
simbologia que se estabeleceu ao longo da história de nossa nação. Com isso, foi realizada a
entrevista. Os atabaques, que são seus instrumentos sagrados, os tambores de mina com outras
representações que trazem seus caboclos, os salões de rituais, as sextas-feiras consideradas
como dias sagrados, nos quais o silêncio representa respeito a Oxalá, também foram citados
como parte dos rituais que a instituição preserva.
Dentre as muitas expressões interessantes, o “ouvir”, baseado nos estudos de Roberto
Oliveira, “não pode ser considerado incapaz de gerar analogias com outras situações de
pesquisa, com outros objetos concretos de investigação” a entrevista revelou vários conceitos
do sincretismo religioso do candomblé (OLIVEIRA, 2000, p. 21).
É interessante perceber, ainda, que a líder Mametu Nangetu, através de uma breve
narrativa, falou sobre a tradição do replantio de árvores, da sabedoria do dono das folhas, dos
arranjos de cabeça, dos tipos de roupa diferenciada que gera certa hierarquia para saber o
lugar que cada um ocupa, o reconhecimento das indumentárias pelas tradições da umbanda,
do candomblé e do tambor de mina, sendo todos esses aspectos relacionados à cultura
africana.
4. Religião, Direitos e Ciberativismo
A narrativa da líder do Instituto Nangetu sobre tradição em relação à natureza, ao meio
ambiente, ao vestuário de marcação de padrões religiosos e a questões pertinentes aos cultos
afrorreligiosos e amazônicos remete aos conceitos de tradição de Eric Hobsbawm. Apesar do
período trabalhado pelo historiador compreender os anos de 1830 e 1914, isso não impede a
utilização do conceito para ações de criação e manutenção da tradição na contemporaneidade
(HOBSBAWM, 2008, p. 23). Aliás, o seu conceito de tradição inventada pode ser aplicado às
recentes inovações ocorridas na descrição das ações do Instituto Nangetu como nas narrativas
de sua líder Mametu Nangetu e de seus filhos de Santo.
O trabalho do referido autor mostra a possibilidade de se encontrar na História dois
tipos de tradição, “as inventadas e as não inventadas”. Para este artigo, interessa o conceito de
Tradição Inventada. Por ‘tradição inventada’ entende-se um conjunto de práticas,
normalmente reguladas por regras tácitas ou naturalmente aceitas; tais práticas, de natureza
ritual ou simbólica, visam a difundir certos valores e normas de comportamento através da
repetição, o que implica, automaticamente, uma continuidade em relação ao passado. Aliás,
sempre que possível, tenta-se estabelecer continuidade com um passado histórico apropriado
(HOBSBAWM, 2008, p.10).
Necessariamente, a tradição não precisa estar vinculada a antigos hábitos e costumes,
mas, e virtude das transformações socioeconômicas, surgem novas necessidades e novas
tradições emergem, e estas “podem ser criadas ou inventadas”. Essas tradições são difundidas
para as pessoas pela estratégia de repetição, em rituais simbólicos, que revivem mitos, heróis
e santos do passado. Segundo Hobsbawm e Ranger (2008, p. 9-14), a tradições inventadas
“são reações a situações novas, que ou assumem formas de referência a situações anteriores,
ou se estabelecem em seu próprio passado através da repetição quase obrigatória”.
Entre as tradições inventadas encontra-se ainda três classificações importantes para
esta análise: 1) aquelas cujo propósito é a difusão de padrões de comportamento social; 2)
aquelas que estabelecem coesão social; 3) aquelas que estabelecem ou legitimam instituições,
status ou relação de autoridades.
A tradição do replantio de árvores, as várias ações de difusão de saber, assim como os
auxílios para as pessoas carentes que recorrem ao instituto, podem ser incluídas nesse
conceito, pois a preocupação com o meio ambiente é um movimento recente na Amazônia, ou
seja, a partir dos anos 1990, em virtude da pressão da agenda mundial internacional para
conter a acelerada ação do desmatamento.
O conceito de tradição nos remete à questão da identidade cultural, pois todo o
processo criativo do Instituto Nangetu contribui para a criação e a manutenção de uma
identidade social, religiosa e cultural. A identidade cultural tem uma relação com os
fenômenos fundadores de uma comunidade e com a apropriação de uma religião por um povo,
e se constrói a partir de uma intensa interação entre os indivíduos de uma região e o meio
social que os envolve.
É nesse contexto de reflexão sobre a importância da preservação da tradição, da
religiosidade e da cultura que se destaca a necessidade de pensar a identidade cultural dos
povos afrorreligiosos da Amazônia.
O conceito de identidade não se confunde com a ideia de originalidade ou de
autenticidade, pois o processo de identificação e os vínculos de pertencimento se
constituem tanto pelas tradições (“raízes”, heranças, passado e memória, etc.) como
pelas traduções (estratégias para o futuro, “rotas”, “rumo”, projetos, etc.) As
identidades nunca são, portanto, completamente determinadas, unificadas, fixadas,
elas são multiplamente construídas ao longo do discurso, práticas e posições que
podem se cruzar e ser antagônicos. As identidades estão sujeitas a uma historização
radical, estando constantemente em processo de transformação e mudança (HALL,
2003, p. 108).
Essa conceituação de Hall (2003) contribui para entender o caráter “histórico” inerente
à construção e à reconstrução das identidades dos povos afrorreligiosos da Amazônia, além
disso, assinala o “processo de transformação e mudança” pelo qual passa a construção desses
aspectos identitários. Em outras palavras, esse processo é uma síntese das novas
representações em contato com a tecnologia, com o consumo de mídia e, disso, resultam
alterações ou interferências na construção das identidades.
Em um segundo momento, o depoimento de alguns filhos de santo10 mostrou a
importância da interação e dos trabalhos sociais que a instituição oferece. O projeto vestibular
que discute opiniões e ideias sobre o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, em um
10 Filho de santo é toda pessoa que, efetivamente, tem um compromisso com o orixá e com a religião do
candomblé, ou demais religiões afro, podendo chegar à feitura de santo. É um termo comum no ambiente nos
terreiros dos afrorreligiosos. Fonte: Conceituado pela Mametu Nangetu durante a entrevista em 22 de abril de
2016.
comum acordo, “os filhos da casa” (filhos de santo), formados em várias disciplinas e áreas
do conhecimento, são voluntários e oferecem cursos para a população de baixa renda.
Destaca-se, também, nas falas desses filhos de santo, que a umbanda foi citada como
ajuda de aceitação para o próprio reconhecimento e o conhecimento do próximo, já que
muitos se sentiam excluídos da sociedade por suas escolhas, haja vista que o preconceito em
relação a vários contextos sociais caminha com a intolerância de inúmeras pessoas. Nesses
depoimentos deixaram claro que, com a cultura digital as mídias sociais têm sido um
importante espaço para informação religiosa e para busca de reconhecimento de seus
direitos.
A cultura digital quebra barreiras de conteúdo e apresenta inúmeras possibilidades de
construção e compartilhamento de informação, assim como estimula a cultura de participação
e amplia a fala de seus atores sociais, reforçando o conceito do “capital social” em que todo e
qualquer sujeito carrega consigo uma parcela de influências, sejam culturais e políticas, sejam
no plano local e global (RECUERO, 2009). No ciberespaço desdobram-se inúmeros
fenômenos sociais e, entre estes, o ativismo ou ciberativismo, considerando-se que o
ciberespaço é um espaço de lutas, onde ocorrem os embates sociais, os diálogos e as
convergências.
O ciberativismo emerge no ciberespaço como herança dos movimentos ativistas
iniciados nas décadas de 1960 e 1970 e, posteriormente, com a pauta midialivrista na década
de 1980, por uma mídia democrática, colaborativa, objetivando-se um mundo sem
intermediários da cultura, na produção livre, sem qualquer nível de hierarquia ou exclusão,
um movimento emancipador, em contraponto à economia capitalista, de patentes e ao controle
centralizador e da opinião pública, do ciberespaço, e das narrativas, pelos grandes grupos de
mídia e pelo do Estado. É na essência social e colaborativa da internet que o ciberativismo
ganha força, utilizando, entre outros meios da internet, as redes sociais e as comunidades
virtuais.
As redes sociais, como padrões de interação e relações sociais entre as pessoas, na
internet, gera novas formas de sociabilidade, uma forma emergente que se adapta e
autorganiza-se, norteada pela intereração, comunicação e circularidade de informações. As
comunidades virtuais na internet, possilvemente, surgem como forma de estabelecer relações
sociais. A pesquisadora Raquel Recuero (2009), define a rede social virtual como “local,
simbólico e delimitado onde grupos de afinidades subjetivas se encontram, compartilham
emoções e trocam experiências, e estas, fundamentais para a coesão e manutenção do grupo”
(RECUERO, 2009, p. 135).
As social media e suas comunidades têm sido um aliado nas manifestações ativistas ou
na militância ciberativista, com implementação de ações, entre outras, em defesa de ideiais, de
reconhecimentos de direitos e causas (sociais, educação ambiental, religioso etc.). Isso não é
por acaso, de acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015, a internet é o meio que está
mais em ascensão e o mais popular entre os jovens. Porém, ainda há um alto percentual de
entrevistados que não têm acesso a esse recurso, sedo que para as pessoas que acessam a rede
a exposição é intensa e chega ao número de 76% por todo o dia (BRASIL, 2015).
Mametu Nangetu também falou sobre a importância dos meios midiáticos,
especificamente as redes sociais, pois é por meio do facebook que ela tem realizado as
divulgações sobre o conhecimento e rituais que envolvem a tradição da/na Umbanda e
também ações como o projeto vestibular. Assim, na visão dela, as redes sociais,
especialmente o facebook e atualmente o WhatsApp Messenger um aplicativo gratuito para a
troca de mensagens disponível para Android e outras plataformas, ampliam esse
conhecimento, uma vez que
[...] a sociedade e o público interessado podem acessar e conhecer essa manifestação
religiosa sem preconceito, pois, sem esses canais midiáticos e sem patrocínio de
instituições públicas e privadas continuaríamos sem ser ouvidos e vistos com
dignidades e ficaríamos à margem da sociedade.
Lembrou ainda em suas narrativas que “o instituto é um espaço cultural, político e que
só através do respeito a diversidade é possível”, com a realização da igualdade, da cidadania
em comum e da ajuda ao próximo, os quais são propósitos dos serviços da casa. Esses
serviços envolvem o acolhimento para os mais necessitados com mantimentos e projetos
sociais que ajudam a devolver um mínimo de dignidade às pessoas que perderam tudo em seu
ambiente físico e social. Algumas ações e políticas e legislações têm contribuído para essas
ações e conscientização. A líder religiosa mencionou o dia 21 de janeiro como o dia de
combate à intolerância religiosa, data que resultou da lei 11.635, assinada em 200711 pelo
presidente Luís Ignácio Lula da Silva, o qual lançou o plano nacional de proteção à liberdade
religiosa e de promoção de políticas públicas para as comunidades tradicionais de terreiro.
Mametu Nangetu, a senhora e mãe-de-santo Oneide Rodrigues, relatou lembranças
guardadas em sua memória que assim, como ação da memória, relaciona os acontecimentos
do passado que vão fundamentar “a origem do grupo e que, como tal, constituem os
fundamentos históricos locais de sua identidade de política atual” (CANDAU, 2011, p. 97).
As narrativas de memória que no seu “lembrar”, estabelecem dados que através dos
processos comunicacionais fazem a construção de seu cotidiano, relatam histórias a respeito
do local como hábitos e costumes que ainda perpetuam no fazer da líder. “E no entanto, nada
temos de melhor de que a memória para garantir que algo ocorreu antes de formarmos sua
lembrança” (RICOEUR, 2014, p. 26).
Engajada a trabalhos que vão além do instituto, como representante de movimentos de
grupos afrorreligiosos, (Comitê Inter-religioso do Estado do Pará – CIEPA), a líder Mametu
Nangetu, oportuniza as pessoas, que ali recorrem, valor social, de cidadania e de humanização
perante a sociedade.
Hoje a internet 2.012 possibilitou e possibilita novas perspectivas de ativismo ou de
lutas antidisciplinares, fazendo surgir também, um novo sujeito político no cenário digital, o
proletário social organizado no trabalho imaterial, dessa forma sinalizando a passagem do
trabalho material para o imaterial e os conflitos dialéticos nas atuais estruturas de poder
capitalista da mutação produtiva (do material para o imaterial, virtual) (ATOUN; MALINI,
11 Mais detalhes sobre a Lei 11.635 de 2007, consultar: Presidência da República Casa Civil Subchefia para
Assuntos Jurídicos.
12 Web 2.0 é um termo usado para designar uma segunda geração de comunidades e serviços oferecidos na
internet, tendo como conceito a Web e através de aplicativos baseados em redes sociais e tecnologia da
informação. Web 2.0 foi criada em 2004 pela empresa americana O'Reilly Media. Nesse sentido, o termo não se
refere à atualização nas especificações técnicas, e sim a uma mudança na forma como ela é percebida por
usuários e desenvolvedores, ou seja, o ambiente de interação e participação que hoje engloba inúmeras
linguagens. Dessa maneira, a Web 2.0 aumentou a velocidade e a facilidade de uso de diversos aplicativos, sendo
responsáveis por um aumento significativo no conteúdo existente na Internet. Com a Web 2.0 o ambiente online
tornou mais dinâmico e fez com que os usuários colaborem para a organização de conteúdo. Fonte: (GABRIEL,
Martha, 2010, p.23)
2013, p. 30). É exatamente nessas passagens e processos que se estruturam as narrativas do
Instituto Nangetu, compartilhando e mantendo vivas suas ações, tradições e saberes.
5 Considerações Finais
Mais um relato cuja compreensão um artigo possibilitou organizar, especialmente por
meio das narrativas de memória da líder religiosa Mametu Nangetu e pelos trabalhos
realizados no Instituto Mansu Nangetu, o qual promove dinâmicas das ações educativas e
novas práticas na transmissão de saberes e fazeres culturais. Esse processo reinventa a
tradição por meio das ações sociais e política da entidade. Esta pesquisa possibilitou, ainda,
descrever como o Instituto está buscando esses novos reconhecimentos identitários, os quais
se constroem por meio das redes sociais digitais que, na contemporaneidade, abrange
diferentes públicos interessados nos temas, saberes e atuais práticas dos povos afrorreligiosos.
Desse modo, segundo Mametu Nangetu é “através da interação das redes sociais que
se tem ampliado o conhecimento das práticas religiosas e, com isso, se tem obtido
reconhecimento de uma grande parte da sociedade”
A pesquisa revelou que o trabalho de campo realizada no terreiro de Mametu Nangetu
foi fundamental para reafirmar a importância do ouvir as narrativas, de identificar as tradições
afrorreligiosas e, ao mesmo tempo, permitir a reflexão sobre a atual situação em que os
descendentes da cultura africana se encontram. Sob esse aspecto, as narrativas orais
evidenciaram que o preconceito e a intolerância religiosa devem ser coibidos por meio de
ações sociais e de políticas, embasadas no princípio da diversidade, pelo qual é possível
reafirmar a igualdade, a cidadania em comum e a solidariedade.
As metodologias adotadas neste estudo de caso viabilizaram a identificação de
importantes aspectos culturais e identitários da comunidade, além da reflexão sobre questões
afrorreligiosos na Amazônia por meio das narrativas orais da líder do Instituto. Dessa
maneira, a narrativa, como metodologia de investigação, implicou uma negociação de poder
que representou, de algum modo, uma “entrada” na vida das pessoas do Instituto Nangetu,
especificamente na de Mametu Nangetu e dos filhos de santo. Não se trata de um duelo
pessoal, e sim de um processo ontológico, porque somos seres sociais, constituídos pelas
histórias que contamos aos outros e a nós mesmos acerca das experiências vivenciadas no
cotidiano.
Para esta pesquisa e relato, a análise narrativa pressupôs a exploração não só do que
foi dito, mas também de como foi dito. Atentou-se ao conteúdo e à forma, analisando-se o
modo figurativo como a linguagem e termos específicos dos afrorreligiosos foram usados por
Mametu Nangetu e pelos filhos de santos. Comparações, analogias e outros tipos de imagens
forneceram indicação sobre alguns significados e sentidos diferentes do que foi dito ou do que
se pretendia dizer.
Em suma, este artigo relatou que as ações desenvolvidas no Instituto Nangetu vão
além do caráter religioso e que, fundamentadas nas narrativas de memórias, conseguem
estabelecer a interação identitária da comunidade por meio das redes sociais digitais.
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