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 Programa de Pós-Graduação em Comunicação 2010 - Curso: Jornalismo e Crítica Cultural Disciplina: Teoria e crítica da música erudita - Professor: Nelson Almeida.  *Relações Públicas do Colégio Rosa Gattorno. Especializada em Gestão de Pessoas. Atualmente cursando pós-graduação em Jornalismo e Crítica Cultural na UFPE. O MOVIMENTO ARMORIAL E A MÚSICA ERUDITA. Janna Joceli C. de Omena* RESUMO O ensaio tem como objetivo explanar sobre as origens e atuação do Movimento Armorial conhecendo o seu reflexo na criação de uma música erudita fundamentada nas vivências musicais populares. Para isso, dividimos o ensaio em duas etapas, a primeira traz a história e expressividade do Movimento Armorial e a segunda desenvolve a origem, a estética sonora e os instrumentos utilizados no Música Armorial.  Palavras-chave: Movimento Armorial, Música Armorial, estética sonora e instrumentos. ABSTRACT This article aims to explain about the origins and activities of the Armorial Movement knowing his reflection in the creation of a classical music based on the popular musical experiences. For this, we divided the article into two stages: the first gives the history and expressiveness of the movement and the second develops Armorial origin, sounding aesthetics and instruments used in Armorial music.  Key words: Armorial Movement, Armorial music, sounding aesthetics and instruments. 1 INTRODUÇÃO O Movimento Armorial tem 40 anos de atuação cultural com origens baseadas nas raízes populares e numa estética única que envolve as características do sertão entrelaçadas à temática heráldica. A música erudita tem respeitável contribuição na história do Movimento, uma vez que não se restringe aos concertos ou shows musicais, mas penetra o universo do teatro, televisão e cinema formatando um estilo inconfundível. Dessa forma tomamos o desenvolvimento deste ensaio em dois tópicos bases, o primeiro diz respeito ao Movimento Armorial e um pouco da sua origem, história e conceitos. Além de especificar as principais características e a expressividade nas artes e cultura. A segunda parte é voltada para a música erudita no Armorial onde percorreremos não apenas pelos aspectos históricos como também serão apresentados os principais grupos musicais, a estética sonora e os instrumentos utilizados. Nosso objetivo é esclarecer as origens e atuação do Movimento Armorial conhecendo o seu reflexo na criação de uma música erudita fundamentada nas vivências musicais populares.

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  • Programa de Ps-Graduao em Comunicao 2010 - Curso: Jornalismo e Crtica Cultural Disciplina: Teoria e crtica da msica erudita - Professor: Nelson Almeida.

    *Relaes Pblicas do Colgio Rosa Gattorno. Especializada em Gesto de Pessoas. Atualmente cursando ps-graduao em Jornalismo e Crtica Cultural na UFPE.

    O MOVIMENTO ARMORIAL E A MSICA ERUDITA.

    Janna Joceli C. de Omena*

    RESUMO O ensaio tem como objetivo explanar sobre as origens e atuao do Movimento Armorial conhecendo o seu reflexo na criao de uma msica erudita fundamentada nas vivncias musicais populares. Para isso, dividimos o ensaio em duas etapas, a primeira traz a histria e expressividade do Movimento Armorial e a segunda desenvolve a origem, a esttica sonora e os instrumentos utilizados no Msica Armorial.

    Palavras-chave: Movimento Armorial, Msica Armorial, esttica sonora e instrumentos.

    ABSTRACT This article aims to explain about the origins and activities of the Armorial Movement knowing his reflection in the creation of a classical music based on the popular musical experiences. For this, we divided the article into two stages: the first gives the history and expressiveness of the movement and the second develops Armorial origin, sounding aesthetics and instruments used in Armorial music.

    Key words: Armorial Movement, Armorial music, sounding aesthetics and instruments.

    1 INTRODUO O Movimento Armorial tem 40 anos de atuao cultural com origens baseadas nas razes populares e numa esttica nica que envolve as caractersticas do serto

    entrelaadas temtica herldica. A msica erudita tem respeitvel contribuio na histria do Movimento, uma vez que no se restringe aos concertos ou shows musicais, mas penetra o universo do teatro, televiso e cinema formatando um estilo inconfundvel.

    Dessa forma tomamos o desenvolvimento deste ensaio em dois tpicos bases, o primeiro diz respeito ao Movimento Armorial e um pouco da sua origem, histria e

    conceitos. Alm de especificar as principais caractersticas e a expressividade nas artes e cultura. A segunda parte voltada para a msica erudita no Armorial onde percorreremos no apenas pelos aspectos histricos como tambm sero apresentados os principais grupos musicais, a esttica sonora e os instrumentos utilizados. Nosso objetivo esclarecer as origens e atuao do Movimento Armorial conhecendo o seu reflexo na criao de uma msica erudita fundamentada nas vivncias

    musicais populares.

    Palmira LciaNotahttps://www.academia.edu/4495573/O_Movimento_Armorial_e_a_Musica_Erudita

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    2. O MOVIMENTO ARMORIAL: bandeira de uma arte brasileira.

    impossvel falar sobre as origens do Movimento Armorial sem citar Ariano Suassuna, pois, a partir do seu envolvimento com o Teatro do Estudante de Pernambuco

    e a relao prxima com Hermilo Borba Filho e Federico Garca Lorca, Suassuna desperta a possibilidade de fazer teatro olhando para regio em que vivia o que o levou

    a pensar o serto com olhar enaltecedor do regional e de todo o seu fantstico (DIRIO DE PERNAMBUCO, 2010). Mais do que o idealizador, Ariano foi um visionrio ao perceber tendncias nos diversos campos da arte pernambucana e ao reuni-las num conglomerado chamado Movimento Armorial. A tendncia detectada por Ariano foi o fazer arte partindo de elementos das razes populares da cultura brasileira. Contudo, uma arte erudita baseada no popular,

    uma arte que poderia ser to nacional quanto a arte popular a ponto de fundamentar-se para combater o processo de banalizao e descaracterizao pela qual passava a cultura

    brasileira em 1970, ano de fundao do Movimento Armorial (NEWTON JUNIOR, 1999). Seria como a busca pela real e verdadeira identidade nacional, a constituio de uma verdadeira cultura brasileira que estaria retornando com toda a fora possvel no Movimento Armorial (AGUIAR, 2010, p.23). A palavra Armorial est ligada a herldica, a cincia e a arte de descrever os brases de armas e escudos. Como substantivo, Armorial seria relativa a um livro no qual vm registrados os brases. Ariano cria um neologismo e passa a utilizar a palavra

    Armorial como adjetivo. Quando questionado pelo por que Armorial Ariano tem dupla justificativa, primeiro pelo valor esttico da palavra, segundo, pela proximidade do esprito popular atravs da herldica (camisas de clubes, estandartes de agremiaes populares, ferros de marcar boi no serto nordestino). Aps alguns anos, o escritor acrescenta a curiosidade que a palavra provoca como um terceiro ponto de justificativa (NEWTON JUNIOR, 1999).

    O Movimento Armorial traz tambm contradio no prprio nome, uma vez que a palavra Movimento requer determinadas premissas como reunies de intelectuais,

    discusses tericas e culminncia artstica a partir de reflexes, postulados que no ocorreram no Armorial. De acordo com Newton Jnior (1999), a arte Armorial precedeu o movimento. Para Suassuna o Movimento Armorial

    [...] no tem uma linha de princpios. um movimento aberto. Alias, ns nem gostamos da palavra movimento, porque movimento quase sempre feito por tericos, que lanam

    Palmira LciaRealce

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    manifesto e pronto. Ns partimos do trabalho criador. Comeamos a criar juntos. s vezes, isoladamente. Descobrimos, depois, caractersticas comuns. Ento nos unimos e batizamos o movimento com esse nome, que serve apenas de bandeira nessa busca conjunta de uma arte brasileira (SUASSUNA, 1971 apud NEWTON JUNIOR, 1999, p.89).

    Mesmo fugidio a determinadas linhas de princpios existe na arte Armorial um trao essencial a ligao com o esprito mgico dos folhetos do Romanceiro Popular

    do Nordeste (literatura de cordel), com Msica de viola, rabeca ou pifano e com a Xilogravura (SUASSUNA, 1974 apud NEWTON JUNIOR,1999, p.97). E outro aspecto intrnseco ao Movimento a negao de elementos culturais de outras naes arte brasileira (GESTEIRA, 2010).

    Dentre os 40 anos de vida do Movimento Armorial, Ariano faz referncia a duas fases; a experiemental, de 1970 a 1975, e a romanal, a partir de 18 de dezembro de 1975 com a estria, no Teatro Santa Isabel, da Orquestra Romanal Brasileira (NEWTON JUNIOR, 1999). Existiu ainda uma terceira fase, onde os princpios estticos do Movimento teriam se desenvolvido e conquistado lugar de destaque. importante enfatizar nomes que merecem destaque no Movimento iniciando com o escritor Ariano Suassuana e a obra considerada o corao do Armorial Romance dA pedra do Reino e o popular Auto da Compadecida. Ainda na rea literria Raimundo Carreiro com A histria de Bernarda Soledade A Tigre do Serto, ngelo Monteiro com o livro Armorial Caador de Nuvens, entre outros como Marcus Accioly, Janice Japiassu e Deborah Brennand. Caadas, brases, o mgico, o herldico, a atmosfera do encantamento, as formas poticas populares so elementos comuns a literatura armorial (AGUIAR, 2010). O teatro, inspirado nas obras literrias principalmente de Suassuna, busca reunir msica, dana e roupagens imaginosas com intuito de buscar sintonia com o texto de esprito mgico e potico dos espetculos nordestinos (NEWTON JUNIOR, 2010, p.31). O exemplo de peas como Auto da Compadecida, que teve estria no Rio em 1957, e As conchambranas de Quaderna. Na dana, de acordo com Gesteira (2010), o Movimento Armorial pode ser considerado como importante influncia para

    constituio profissional da dana em Pernambuco, assim como, na divulgao das danas populares. O Grupo Grial e o artista Antnio Carlos Nbrega so tidos como os

    dois representantes slidos do movimento no cenrio nacional.

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    Gilvan Samico contribuiu para transportar a xilogravura do campo rstico e do

    funcional para o campo de visibilidade erudita e altamente formal das artes plsticas (BARBOSA, 2010). Manuel Dantas Suassuna e Romero de Andrade Lima, respectivamente filho e sobrinho de Ariano Suassuna, so outros dois importantes artistas do movimento. Tons terrosos e iluminogravuras (fuso entre texto e ilustrao) com base nas ilustraes medievais reunindo poesia, desenho e pintura so elementos sintetizadores do Armorial nas artes plsticas.

    A literatura fantstica do universo nordestino, a msica e os princpios estticos da xilogravura tm papel fundamental na histria e construo do Movimento Armorial.

    Dessa forma, de acordo com objetivo proposto por este ensaio, iremos dedicar o prximo iten ao universo da msica Armorial e buscar compreender um pouco da sua histria, influncias e principais caractersticas e esttica sonora.

    3. A MSICA ERUDITA NO ARMORIAL. 3.1 Origens, orquestras e grupos musicais

    Ariano percebeu semelhana entre a msica do serto com a msica medieval da

    pennsula ibrica e convida msicos com formao erudita para estudar a msica rabe e judaica. A sonoridade brusca e grotesta do Armorial soam como a msica barroca da idade mdia. Suassuna afirma que [...] o nome armorial servia, ainda, para qualificar os cantares do Romanceiro, os toques de viola e rabeca dos Cantadores toques speros, arcaicos, acerados como gumes de faca-de-ponta, lembrando o claricrdio e a

    Iluminogravura. Gravura.

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    viola-de-arcoda nossa Msica barroca do Sculo XVIII (SUASSUNA, 1970 apud NEWTON JUNIOR,1999, p.87).

    A msica sempre esteve presente em momentos histricos do Movimento Armorial por isso faz necessria uma apresentao mais detalhada sobre a Orquestra Armorial, Quinteto Armorial, a Orquetestra Romanal e o Quarteto Romanal. Os dois primeiros renem um repertorio que delineia toda a esttica sonora do Movimento Armorial com base nas artes populares rurais nordestinas e com nfase nas razes

    ibricas dessas artes.

    A Orquestra Armorial foi fundada no dia 18 de outubro de 1970 num concerto, na igreja barroca de So Pedro dos Clrigos, intitulado Trs sculos de msica nordestina: do Barroco ao Armorial junto a uma exposio de gravuras, pinturas e esculturas, lanava-se oficialmente o Movimento Armorial (ALVES, 2010). A Orquestra Armorial executou peas inspiradas em manifestaes como banda de pfanos e repentes (AMARAL, 2010). Os instrumentos utilizados reuniam pfano, berimbau, flautas transversais, cravo, percusso bsica (triangulo, zabumba, pratos e caixa), violino e viola. As flautas de taboca e a rabeca foram rejeitadas aps algum tempo em virtude de instabilidade de afinao ante os instrumentos eruditos (AMARAL, 2010, p.28). O concerto foi promovido pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), contudo no houve grande repercusso quanto proposta do Movimento Armorial. Com o apoio do Departamento de Extenso Cultural da UFPE, violeiros,

    rabequeiros e ternos de pfanos eram convidados por Ariano a vir para capital para serem objetos de estudo de msicos como Cussy de Almeida, Jarbas Maciel e Clvis Pereira. De acordo com Nbrega (2008), o contato direto com os msicos populares foi fundamental e influenciou diretamente na maneira de compor e interpretar dos msicos

    Capa dos discos da Orquestra e Quinteto Armorial.

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    armoriais. Composies pesquisadas, tcnicas musicais aperfeioadas e a prpria

    anlise musical fazem da msica Armorial uma msica erudita. O Quinteto Armorial tambm fundado por Ariano Suassuna e realiza-se em paralelo a Orquestra. O trabalho do Quinteto teve positiva repercusso nacional recebendo prmios de melhor disco do ano em 1974 (pela Revista Veja e o Jornal do Brasil) e em 1976 (pelo Jornal do Brasil), assim como o melhor conjunto instrumental em 1974 (pela Associao de Crticos de Artes) (NOBRGA, 2008).

    O Quinteto Armorial propunha um dilogo entre o cancioneiro folclrico medieval e as prticas criativas e interpretativas nordestinas (ALVES, 2010, p.14). O grupo gravou quatro LPs (Do Romance ao Galope Nordestino, 1974; Aralume, 1976; Quinteto Armorial, 1978; Sete Flechas, 1980). Os integrantes do Quinteto foram Antnio Jos Madureira, Egildo Vieira Nascimento, Antnio Nobrega, Fernando Torres Barbosa e Edison Eullio Cabral. Quanto os instrumentos; o violino (ora substitudo pela rabeca), o violo (para dar base harmnica), a viola caipira, a flauta ou o pfano e o marimbau (na percusso) (AMARAL, 2010).

    Posteriomente ao Quinteto e Orquestra foram formados a Orquestra Romanal e o Quarteto Romanal. No dia 18 de dezembro de 1975, estreou no teatro Santa Isabel a Orquestra Romanal Brasileira dando inicio a fase Romanal do Movimento Armorial (ALVES, 2010). Para Alves a fase Romanal revelar-se-ia como uma das mais fecundas do Movimento (2010, p.13). Houveram outros grupos musicais vinculados ao Movimento Armorial, contudo acredito que pela participao e importncia no Movimento, os grupos aqui relacionados expresso a essncia musical do Armorial. Msica que tambm influenciou outras regies como o maestro Leandro Carvalho,

    criador da Orquestra do Estado do Mato Grosso, o violinista Jos Eduardo Gramani,

    Quinteto Armorial e capa do disco Aralume.

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    pesquisador de repertorio e luteria de rabeca no Paran e So Paulo, e o violeiro Roberto

    Correa, em Minas Gerais (AMARAL, 2010).

    3.2 Esttica sonora e instrumentos A presena de Antnio Jos Madureira no Quinteto Armorial e Orquestra

    Romanal foi fundamental para o desenvolvimento da esttica sonora da msica Armorial (ALVES, 2010), bem como a continuidade dada por de Madureira e Antnio Carlos Nobrga concepo musical proposta pelo Armorial. Nbrega (2008) define as principais caractersticas da msica Armorial atravs da melodia, da forma e textura, do

    ritmo, da afinao, da harmonia e do timbre. De fato ao ouvir as msicas do Quinteto Armorial, nos dias atuais,

    instantaneamente nos remetemos a imagens do serto, ou a filmes como o Auto da Compadecida, ou a series como A Pedra do Reino, ou at mesmo nos leva a

    imaginar uma histria aventureira. Sentimentos por vezes mais introspectivos, por outros abrangentes, engraados e alegres. No nosso ponto de vista estas so algumas das

    impresses e experincias estticas refletidas pela msica Armorial.

    Os instrumentos populares como a rabeca, a viola caipira, o pfano, a gaita, o tambor e o marimbau ao serem agregados ao erudito na msica Armorial nos trazem

    percepes familiares das vivncias do serto pernambucano, mas de forma rebuscada. Apesar de a msica Armorial ser considerada erudita, podemos dizer que com o passar

    dos anos, foi transpassada para um referencial mais popular devido ao sucesso miditico

    Marimbau. Rabeca. Pfano.

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    de trilhas sonoras utilizadas nas minissries globais (ex. A pedra do reino) a filmes nacionais (ex. Auto da Compadecida).

    5. CONCLUSO A proposta desenvolvida sobre as origens, um pouco da histria e caractersticas do Movimento Armorial foi essencial para compreenso do trabalho musical pesquisado, suado e brotado desse Movimento. To importante quanto influncia da

    literatura dos romanceiros nordestinos e a inspirao nas xilogravuras, foi o papel da msica de Antlio Madureira e Antnio Nbrega.

    A concepo do Movimento Armorial rica, repleta de significados e interfaces artsticas. Em minha opinio, a msica que nasceu desse Movimento, de certa forma, transpassa o bloco apreciador erudito e toma ares e lugares no imaginrio e cotidiano popular. Apesar da falta de compreenso tcnica e terica sobre os estudos da msica

    erudita, no h como evitar o encantamento pela melodia rstica da msica Armorial. Arranjos e temticas que perpassam o comum criando uma sonoridade diferenciada e nica. Trabalho reconhecido nacional e internacionalmente e responsvel por influenciar bandas locais como Momboj e Chico Science e Nao Zumbi.

    As poucas bibliografias disponveis sobre o Movimento Armorial representam uma perda para divulgao dos seus preceitos e idias bsicas. E tambm podemos dizer

    que apesar da popularidade do nome, o Movimento Armorial no um movimento popular no sentido de estar na boca/no conhecimento do povo. Faltas que prejudicam, mas no excluem a riqueza e beleza proposta pela arte Armorial.

    Por fim, encerro este ensaio com a satisfao de aprender algo que vai alm da superfcie. Palavras, pesquisas e estudos que apenas abrem um leque de possibilidades e descobertas sobre o Movimento Armorial.

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    6. REFERNCIAS Bibliogrficas

    AGUIAR, Cristhiano. Literatura: Obra-prima do romanceiro popular nordestino. Revista Continente, Recife, n. 118, p. 22 a 25, out. 2010.

    AMARAL, Carlos Eduardo. Msica: ritmos de um rico simbolismo instrumental. Revista Continente, Recife, n. 118, p. 27 a 29, out. 2010.

    ALVES, Barros. Movimento Armorial: 40 anos. Revista Nordeste VinteUm, Recife, n.15, p. 6 a 15, out. 2010.

    BARBOSA, Diana Moura. Visuais: um territrio entre o delineado e o indefinido. Revista Continente, Recife, n. 118, p. 34 e 35, out. 2010.

    GESTEIRA, Liana. Dana: movimentos corporais a partir dos brincantes. Revista Continente, Recife, n. 118, p. 32 a 33, out. 2010.

    NEWTON JUNIOR, Carlos. Artes Cnicas: um modo brasileiro de representar. Revista Continente, Recife, n. 118, p. 30 a 31, out. 2010.

    _______________. O pai, o exlio e o reino: a poesia armorial de Ariano Suassuna. Recife: Ed. Universitria da UFPE, 1999.

    NOBREGA, Ariana Perazzo da. Aspectos Musicais no Movimento Armorial. Disponivel em: http://www.cchla.ufpb.br/conhecimentoemdebate/arquivos/624-28102008084314-Aspectos_Musicais_do_Movimento_Armorial.pdf Acesso: 19 nov.2008.

    Internet

    DIRIO DE PERNAMBUCO. Entrevista: Carlos Newton. Caderno Viver. Disponvel em: http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/10/17/viver4_2.asp Acesso em: 21 nov. 2010.