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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Trabalho da disciplina Acionamento de Máquinas Modelamento e Simulação do Motor de Indução Trifásico Professor: Herrique Cunha Aluno: Sérgio Daher.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR CENTRO DE CINCIAS E TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA

    Trabalho da disciplina Acionamento de Mquinas

    Modelamento e Simulao do Motor de Induo Trifsico

    Professor: Herrique Cunha

    Aluno: Srgio Daher.

  • I

    SUMRIO INTRODUO .................................................................................................................... 01 1. A MQUINA DE INDUO TRIFSICA..................................................................... 01 1.1. Consideraes .................................................................................................... 02 1.2. Notaes............................................................................................................. 02 2. EXPRESSES DOS FLUXOS, TENSES E CONJUGADO ........................................ 03 2.1. Expresses dos fluxos ........................................................................................ 03 2.2. Expresses das tenses....................................................................................... 05 2.3. Expresso do Conjugado Eletromagntico ........................................................ 06 3. REPRESENTAO BIFSICA DA MQUINA TRIFSICA ..................................... 07 4. MODELO o,d,q DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO ........................................... 11 4.1. Definio da Transformao .............................................................................. 11 4.2. Expresses dos fluxos em o,d,q ......................................................................... 12 4.3. Expresses das Tenses em o,d,q ...................................................................... 13 4.4. Expresso do conjugado em o,d,q...................................................................... 13 4.5. Escolha do par de eixos d,q................................................................................ 14 4.6. Relaes entre as variveis trifsicas e o,d,q ..................................................... 14 5. REPRESENTAO BIFSICA d,q DA MQUINA ATIVA........................................ 16 5.1. Significado da Componente Homopolar o ......................................................... 16 5.2. Expresses dos fluxos em d,q ............................................................................ 16 5.3. Expresses das tenses em d,q........................................................................... 16 5.4. Expresso do conjugado em d,q......................................................................... 17 5.5. Expresses compactas em d,q ............................................................................ 17 5.6. Expresso do conjugado em funo dos fluxos em d,q ..................................... 18 6. EQUAO DE ESTADO MECNICA DA MQUINA............................................... 19 7. SIMULAO DO MODELO d,q .................................................................................... 18 7.1. Consideraes da simulao .............................................................................. 20 7.2. Modelo eltrico contnuo em equao de estado ............................................... 20 7.3. Discretizao dos modelos contnuos ................................................................ 21 7.4. Escolha do perodo de amostragem.................................................................... 22 7.5. Algortmo do programa de simulao................................................................ 22 7.6. Programa em MATLAB programa em C........................................................... 23 8. RESULTADOS DE SIMULAO.................................................................................. 24 9. CONCLUSO .................................................................................................................. 25

  • II

    BIBLIOGRAFIA................................................................................................................... 26 APNDICE A: LISTAGEM DO PROGRAMA DE SIMULAO (MATLAB) ............... A1 APNDICE B: DESCRIO DOS PROGRAMAS EM DISQUETE ................................ B1

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    1

    MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    INTRODUO A simulao um meio seguro, rpido e barato de se testar uma tcnica de controle, j que no envolve componentes reais. Para que a simulao apresente resultados condizentes com a prtica, preciso que seja escolhido um modelo computacional mais real possvel. O motor de induo um sistema no linear.

    1. A MQUINA DE INDUO TRIFSICA O estator do motor de induo trifsico, que na prtica formado por enrolamentos distribudos, pode ser representado por trs bobinas concentradas. Essas bobinas esto dispostas mecnicamente sobre eixos defasados de 120, como mostra a figura 1. O rotor, que pode ser do tipo gaiola de esquilo ou do tipo enrolado, tambm pode ser representado da mesma forma. O rotor est livre para girar e por isso os enrolamentos do rotor esto defasados dos enrolamentos do estator de um ngulo eltrico (a figura 1 uma representao do ponto de vista das grandezas eltricas, ou seja, o ngulo eltrico e wm a velocidade do rotor em rad.eltricos/s) que depende da posio mecnica do rotor (m) e do nmero de pares de plos do motor ( = pm).

    ESTATOR

    ROTOR

    Wm

    Vs1,is1

    Vs2, is2

    Vs3, is3

    Vr1, ir1

    Vr2, ir2

    Vr3, ir3

    S1

    r1

    S2

    S3

    r3

    r2

    Fig. 1: Diagrama simplificado do motor de induo trifsico. Os enrolamentos do estator so alimentadas por tenses trifsicas (Vs1, Vs2 e Vs3). Se o rotor for do tipo enrolado, os seus enrolamentos poderam estar sujeitos as tenses Vr1, Vr2 e Vr3. Se o rotor for do tipo gaiola de esquilo ou se for enrolado com terminais curto

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    2

    circuitados, essas tenses sero sempre nulas (isto no implica que as correntes ir1, ir2 e ir3 sejam nulas).

    1.1 CONSIDERAES Para o desenvolvimento do modelo, sero feitas as seguintes consideraes: - Mquina simtrica trifsica composta por: trs fases no estator idnticas de ndices s1, s2 e s3; trs fases no rotor idnticas de ndices r1, r2 e r3. - ngulos eltricos entre bobinas do estator ou rotor igual a 2/3 radianos eltricos. - Distribuio senoidal do fluxo magntico. - Entreferro constante: o comprimento do circuito magntico, para o clculo da indutncia, independente do ngulo , ou seja, mquina plos lisos. - Mquina no saturada. Isto implica que o fluxo total em uma bobina igual a soma dos fluxos parciais e que a coenergia (W') igual a energia (W). Pode-se escrever para o fluxo total e conjugado:

    t i= (fluxo total igual a soma dos fluxos parciais) (1)

    c

    dW

    de m=

    (expresso do conjudado mecnico) (2)

    1.2 NOTAES Sero utilizadas as seguintes notaes: - Vs, Vr; is, ir e s, r: tenses, correntes e fluxos mas bobinas do estator e rotor, respectivamente. - Ls, Lr: indutncia prpria de uma bobina do estator e do rotor, respectivamente (Ls1=Ls2=Ls3=Ls e Lr1=Lr2=Lr3=Lr). - Ms, Mr: indutncia mtua entre suas bobinas do estator e entre duas bobinas do rotor, respectivamente (Ms12=Ms23=Ms31=Ms e Mr12=Mr23=Mr31=Mr). - Msrcos(i): indutncia mtua entre uma bobina do estator e uma do rotor separadas por um ngulo i (repartio senoidal da induo eletromagntica no entreferro).

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    3

    - Rs, Rr: resistncias de uma bobina do estator e do rotor respectivamente. (Rs1=Rs2=Rs3=Rs e Rr1=Rr2=Rr3=Rr). - p: nmero de pares de plos da mquina. - , m: ngulo eltrico e ngulo mecnico ( = pm), respectivamente. - w, wm: velocidade do rotor em rad.eltricos e em rad/s, respectivamente.

    2. EXPRESSES DOS FLUXOS, TENSES E CONJUGADO.

    2.1 EXPRESSES DOS FLUXOS Considerando-se que no h saturao do circuito magntico da mquina, o fluxo total em um enrolamento igual a soma dos fluxos parciais produzidos por cada enrolamento da mquina (equao 1). Por exemplo, o fluxo no enrolamento da fase 1, s1, igual ao fluxo produzido pela corrente nele prprio, is1, mais os fluxos concatenados dos enrolamentos 2e 3 do estator, mais os fluxos concatenados produzidos pelos enrolamentos do rotor. Dessa forma, tm-se para a armadura trifsica do estator:

    ( )

    ( )

    s s s s s s s sr r sr r sr r

    s s s s s s s sr r sr r sr r

    s s s s s s s sr r sr

    L i M i M i M i M i M i

    M i L i M i M i M i M i

    M i M i L i M i M

    1 1 2 3 1 2 3

    2 1 2 3 1 2 3

    3 1 2 3 1

    2

    3

    4

    3

    4

    3

    2

    3

    2

    3

    4

    3

    = + + + + +

    + +

    = + + + +

    + + +

    = + + + +

    + +

    cos cos cos

    cos cos cos

    cos cos ( )

    +i M ir sr r2 3cos

    (3)

    Da mesma forma, pode-se escrever as equaes dos fluxos do rotor:

    ( )

    ( )

    r r r r r r r sr s sr s sr s

    r r r r r r r sr s sr s sr s

    r r r r r r r sr s sr

    L i M i M i M i M i M i

    M i L i M i M i M i M i

    M i M i L i M i M

    1 1 2 3 1 2 3

    2 1 2 3 1 2 3

    3 1 2 3 1

    4

    3

    2

    3

    2

    3

    4

    3

    4

    3

    2

    3

    = + + + + +

    + +

    = + + + +

    + + +

    = + + + +

    + +

    cos cos cos

    cos cos cos

    cos cos ( )

    +i M is sr s2 3cos

    (4)

    Escrevendo-se (3) e (4) na forma matricial:

    [ ] [ ][ ] [ ][ ]s ss s sr rL i L i= + (5)

    [ ] [ ][ ] [ ][ ]r rs s rr rL i L i= + (6)

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    4

    onde,

    [ ]

    s

    s

    s

    s

    =

    1

    2

    3

    [ ]

    r

    r

    r

    r

    =

    1

    2

    3

    [ ]i

    i

    i

    is

    s

    s

    s

    =

    1

    2

    3

    [ ]i

    i

    i

    ir

    rs

    rs

    rs

    =

    1

    2

    3

    (7)

    [ ]L

    L M M

    M L M

    M M Lss

    s s s

    s s s

    s s s

    =

    [ ]L

    L M M

    M L M

    M M Lrr

    r r r

    r r r

    r r r

    =

    (8)

    [ ]

    ( )

    ( )

    ( )

    L M Msr sr sr=

    +

    +

    +

    +

    +

    +

    cos cos cos

    cos cos cos

    cos cos cos

    2

    3

    4

    34

    3

    2

    32

    3

    4

    3

    (9)

    [ ]

    ( )

    ( )

    ( )

    L M Mrs sr sr=

    +

    +

    +

    +

    +

    +

    cos cos cos

    cos cos cos

    cos cos cos

    4

    3

    2

    32

    3

    4

    34

    3

    2

    3

    (10)

    Pode-se ainda compactar (5) e (6), resultando em:

    [ ] [ ][ ] = L i (11) onde,

    [ ]

    [ ]

    [ ]

    =

    s

    r [ ]

    [ ]

    [ ]i

    i

    is

    r

    =

    [ ][ ] [ ]

    [ ] [ ]L

    L L

    L Lss sr

    rs rr

    =

    (12)

    [LSBM1] Comentrio: Page: 4

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    5

    2.2 EXPRESSES DAS TENSES

    A tenso induzida em um enrolamento, em aberto, devido ao fluxo que o atravessa

    dada por:

    V

    d

    dti=

    (13)

    A tenso nos terminais de um enrolamento dada por:

    V R i V R i

    d

    dti= + = +. .

    ( ) V

    13

    (14)

    De (7) e (14), obtm-se:

    [ ] [ ]

    [ ]V R i

    d

    dts s s

    s= +

    (15)

    [ ] [ ]

    [ ]V R i

    d

    dtr r r

    r= +

    (16)

    onde,

    [ ]VV

    V

    V

    s

    s

    s

    s

    =

    1

    2

    3

    [ ]VV

    V

    V

    r

    r

    r

    r

    =

    1

    2

    3 (17)

    Substituindo-se (5) em (15) e (6) em (15), obtm-se:

    [ ] [ ]

    [ ] [ ] [ ][ ]V R i L

    d i

    dtL

    d i

    dtw

    d L

    dis s s ss

    s

    sr

    r

    m

    sr

    r= + + + (18)

    [ ] [ ]

    [ ] [ ] [ ][ ]V R i L

    d i

    dtL

    d i

    dtw

    d L

    dir r r rr

    r

    rs

    s

    m

    rs

    s= + + + (19)

    onde wm=d/dt a velocidade do rotor em rad.eltricos/s.

    Reunindo-se (18) e (19) em uma nica expresso, obtm-se (20):

    [ ] [ ] [ ]

    [ ] [ ][ ]V R i L

    d i

    dtw

    d L

    dim= + + (20)

    onde:

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    6

    [ ][ ]

    VV

    V

    s

    r

    =

    ,

    [ ][ ][ ]

    RR

    R

    s

    r

    =

    ,

    [ ]RR

    R

    R

    s

    s

    s

    s

    =

    0 0

    0 0

    0 0 e

    [ ]RR

    R

    R

    r

    r

    r

    r

    =

    0 0

    0 0

    0 0 (21)

    2.3 EXPRESSO DO CONJUGADO ELETROMAGNTICO

    Considerando-se que no h saturao do circuito magntico do motor, a expresso geral para

    a energia dada por:

    [ ] [ ][ ]W i L i

    t=

    1

    2 (22)

    O conjugado obtido diferenciando-se a expresso (22) em relao ao ngulo mecnico m:

    c

    dW

    de

    m

    = (23)

    [ ] [ ] [ ]c id

    dL ie

    t

    m

    =

    1

    2 (24)

    sabendo-se que o ngulo eltrico = pm, onde p o nmero de pares de plos da mquina, de (24) obtm-se:

    [ ] [ ] [ ]c

    pi

    d

    dL ie

    t=

    2 (25)

    Como as sub-matrizes |Lss| e |Lrr| de |L| so independentes do ngulo eltrico , ento:

    [ ][ ]

    [ ]

    [ ][ ][ ]

    cp i

    i

    d L

    d

    d L

    d

    i

    ie

    s

    r

    t sr

    rs

    s

    r

    =

    2

    0

    0

    (26)

    [ ]

    [ ][ ] [ ]

    [ ][ ]c

    pi

    d L

    di

    pi

    d L

    die r

    t rs

    s s

    t sr

    r= +2 2 (27)

    Como ce um nmero e cet = ce e sabendo-se que para duas matrizes |A| e |B| tm-se (|A| |B|)

    t

    = |B|t|A|t, tm-se que:

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    7

    [ ]

    [ ][ ] [ ]

    [ ][ ]i

    d L

    di i

    d L

    dir

    t rs

    s s

    t rs

    t

    r =

    (28)

    Como |Lrs|t = |Lsr| , obtm-se:

    [ ]

    [ ][ ]c p i

    d L

    die s

    t sr

    r= (29)

    3. REPRESENTAO BIFSICA DA MQUINA TRIFSICA

    A mquina trifsica constituda, elementarmente, de 3 enrolamentos dispostos sobre

    eixos defasados de 120. Quando estes enrolamentos so alimentados por tenses trifsicas

    equilibradas e defasadas de 120 tambm, obtm-se que a resultante dos fluxos produzidos por essas trs bobinas um campo girante, de frequncia igual a (frequencia das tenses

    estatricas)/p.

    Por outro lado, pode-se tambm produzir um campo girante, como na mquina

    trifsica, utilizando-se apenas dois enrolamentos, dispostos sobre eixos defasados de 90,

    alimentados por tenses bifsicas defasadas eletricamente de 90 tambm. Neste caso, tm-se uma mquina bifsica.

    Na verdade, o que h de comum na mquina trifsica e bifsica que ambas produzem

    um campo girante que, interagindo com os enrolamentos do rotor, fazem este ltimo girar. Em

    vista de tudo isso pode-se perguntar: Ser que possvel representar uma mquina

    trifsica por uma mquina bifsica? A reposta sim. A transformada que realiza esta

    mudana de representao a transformao o,d,q. Pode-se ainda perguntar: Porque

    utilizar a transformao o,d,q? A resposta bastante simples: as expresses obtidas atravs

    da transformao o,d,q so bem mais simples e faceis de manipular que as expresses

    trifsicas originais.

    A transformao o,d,q corresponde a representar cada armadura trifsica original do

    estator e do rotor por uma armadura bifsica d,q mais uma bobina isolada de ndice o (fig. 2).

    Para que a armadura bifsica seja equivalente a armadura trifsica, uma condio se impe: a

    induo no entreferro (p. ex. no ponto m), deve ser a mesma, qualquer que seja a armadura.

    Para a armadura trifsica estatrica, a induo no ponto m (veja figura 2), dada por:

    ( )B K i i im s s s3 3 1 2 3

    2

    3

    4

    3= +

    +

    cos cos cos

    (30)

    onde K3 uma constante que depende dos aspectos construtivos da mquina.

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    8

    Vs1, is1

    Vs2, is2

    Vs3, is3

    S1

    S1Vsd, isd

    Vsq, isq

    q

    d

    Vso, iso

    Fig. 2: Armaduras trifsica e bifsica equivalente.

    reescrevendo-se (30):

    ( )B K ii i i i

    m ss s s s

    3 3 12 3 2 3

    2 2

    3

    2

    3

    2=

    +

    cos sen( )

    (31)

    Da mesma forma, a induo resultante no criada no ponto m pela a armadura bifsica dada

    por:

    ( ) ( )[ ]B K i im sd sq2 2= + cos sen (32)

    onde K3 uma constante que depende dos aspectos construtivos da mquina.

    reescrevendo-se (32):

    ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( ) ( )[ ]{ }B K i i i sin im sd sq sd sq2 2= + cos cos sen sen cos (33)

    Igualando-se a induo no ponto m devido a cada armadura para um qualquer, obtm-se (34) e (35):

    ( ) ( )[ ]K i i K i i isd sq s s s2 3 1 2 3

    1

    2

    1

    2cos sen =

    (34)

    ( ) ( )[ ]K i i K i isd sq s s2 3 2 33

    2

    3

    2sen cos =

    (35)

    reescrevendo-se (34) e (35):

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    9

    ( )iK

    Ki i isd s s s=

    +

    +

    3

    2

    1 2 3

    2

    3

    4

    3cos cos cos

    (36)

    ( )iK

    Ki i isd s s s=

    +

    +

    3

    2

    1 2 3

    2

    3

    4

    3sen sen sen

    (37)

    Para que a transformao seja biunvoca, necessrio introduzir uma terceira corrente:

    a corrente homopolar io, que proporcional a soma das correntes trifsicas. A corrente

    homopolar no cria induo no entreferro; assim no foi levada em conta nos clculos

    anteriores.

    Introduzindo-se a componente homopolar e utilizando-se (36) e (37), obtm-se:

    ( )

    ( )

    i

    i

    i

    K

    K

    k k k i

    i

    i

    so

    sd

    sq

    s

    s

    s

    =

    3

    2

    1

    2

    3

    2

    3

    4

    3

    2

    3

    4

    3

    cos cos cos

    sen sen sen

    (38)

    Na expresso (39), a matriz de transformao igual ao produto de (K3/K2) e a matriz

    seguinte, sendo que as constantes k, K2 e K3 podem ser escolhidas arbitrariamente. Para que a

    matriz de transformao seja ortogonal ( P-1 = Pt ), escolhe-se k=1 2/ e K3/K2 = (2/3)1/2.

    Substituindo-se esses valores numricos de k, K2 e K3 na equao (38), obtm-se:

    ( )

    ( )

    i

    i

    i

    i

    i

    i

    so

    sd

    sq

    s

    s

    s

    =

    2

    3

    1

    2

    1

    2

    1

    22

    3

    4

    3

    2

    3

    4

    3

    1

    2

    3

    cos cos cos

    sen sen sen

    (39)

    Isolando-se a matriz das correntes trifsicas em (39), obtm-se:

    ( ) ( )i

    i

    i

    i

    i

    i

    s

    s

    s

    so

    sd

    sq

    1

    2

    3

    2

    3

    1

    21

    2

    2

    3

    2

    3

    1

    2

    4

    3

    4

    3

    =

    cos sen

    cos sen

    cos sen

    (40)

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    10

    De maneira similar, para as armaduras rotricas, obtm-se:

    ( ) ( )i

    i

    i

    i

    i

    i

    r

    r

    r

    ro

    rd

    rq

    1

    2

    3

    2

    3

    1

    21

    2

    2

    3

    2

    3

    1

    2

    4

    3

    4

    3

    =

    cos sen

    cos sen

    cos sen

    (41)

    A transformao o,d,q definida por (40) e (41).

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    11

    4. MODELO o,d,q DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    4.1 DEFINIO DA TRANSFORMAO

    De uma maneira geral, uma transformao de variveis definida pela operao:

    [ ] [ ][ ]X P X t= (42)

    onde [ ]X a varivel a ser transformada e [ ]Xt a varivel nova. A matriz [ ]P denominada matriz de transformao e deve ser regular, isto , sua inversa existe.

    A transforma o,d,q definida atravs de duas matrizes de transformao: uma matriz

    [ ]Ps para o estator e outra [ ]Pr para o rotor. De (40) e (41) tm-se que:

    [ ]

    ( ) ( )

    Ps =

    2

    3

    1

    21

    2

    2

    3

    2

    3

    1

    2

    4

    3

    4

    3

    cos sen

    cos sen

    cos sen

    (43)

    [ ]

    ( ) ( )

    Pr =

    2

    3

    1

    21

    2

    2

    3

    2

    3

    1

    2

    4

    3

    4

    3

    cos sen

    cos sen

    cos sen

    (44)

    Para qualquer varivel X escolhida entre os fluxos, as tenses ou as correntes do estator ou

    rotor, pode-se escrever:

    [ ] [ ][ ]X P Xs s sodq= e [ ] [ ][ ]X P Xr r rodq= (45)

    onde,

    [ ]XX

    X

    X

    sodq

    so

    sd

    sq

    =

    [ ]XX

    X

    X

    rodq

    ro

    rd

    rq

    =

    (46)

    4.2. EXPRESSES DOS FLUXOS EM o,d,q.

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    12

    De (5), (45) tm-se que:

    [ ][ ] [ ][ ][ ] [ ][ ][ ]P L P i L P is sodq ss s sodq sr r rodq = + (47)

    multiplicando-se ambos os lados de (47) por [ ]Ps1

    :

    [ ] [ ] [ ][ ][ ] [ ] [ ][ ][ ]sodq s ss s sodq s sr r rodqP L P i P L P i= + 1 1

    (48)

    substituindo-se (43) e (44) em (48) e realizando-se algumas simplificaes, obtm-se:

    [ ] [ ][ ] [ ][ ]sodq ssodq sodq srodq rodqL i L i= + (49) onde,

    [ ]Ll

    l

    l

    ssodq

    so

    s

    s

    =

    0 0

    0 0

    0 0

    [ ]L lsrodq sr=

    0 0 0

    0 1 0

    0 0 1

    (50.a)

    com

    lso = Ls + 2Ms, ls = Ls - Ms e lsr = (3/2)Msr. (50.b)

    De forma semelhante, de (6), (43), (44) e (45) obtm-se as expresses dos fluxos

    rotricos:

    [ ] [ ][ ] [ ][ ] rodq rrodq rodq rsodq sodqL i L i= + (51)

    onde,

    [ ]Ll

    l

    l

    rrodq

    ro

    r

    r

    =

    0 0

    0 0

    0 0

    [ ] [ ]L Lrsodq srodq= (52.a)

    com

    lro = Lr + 2Mr e lr = Lr - Mr. (52.b)

    4.3. EXPRESSES DAS TENSES EM o,d,q.

    De (15) e (45), obtm-se:

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    13

    [ ][ ] [ ][ ]

    [ ][ ]{ }P V R P i

    d P

    dts sodq s s sodq

    s sodq

    = +

    (53)

    multiplicando-se ambos os lados de (53) por |Ps|-1:

    [ ] [ ] [ ][ ] [ ]

    [ ][ ]{ }V P R P i P

    d P

    dtsodq s s s sodq s

    s sodq

    = + 1 1

    (54)

    simplificando-se o primeiro termo de (54), definindo-se wd=d/dt e utilizando-se essa definio para rearranjar o segundo termo de (54), obtm-se:

    [ ] [ ][ ] [ ]

    [ ][ ]V R P i w P

    d P

    dsodq s s sodq d s

    s

    sodq= +1

    (55)

    substituindo-se (43) em (55) e realizando-se os devidos clculos, obtm-se:

    [ ] [ ][ ]

    [ ]V R id

    dtwsodq s sodq

    sodq

    d sodq= + +

    0 0 0

    0 0 1

    0 1 0 (56)

    [ ] [ ][ ]

    ( ) [ ]V R id

    dtw wrodq r rodq

    rodq

    d m rodq= + +

    0 0 0

    0 0 1

    0 1 0 (57)

    4.4. EXPRESSO DO CONJUGADO EM o,d,q.

    Utilizando-se (30), (45) e sabendo-se que (|A||B|)t=|B|t|A|t, obtm-se:

    [ ] [ ]

    [ ][ ][ ]c p i P

    d L

    dP ie sodq

    t

    s

    t sr

    r rodq= (58)

    substituindo-se (43) e (44) em (58):

    ( ) ( )c p M i i i i pl i i i ie sr sq rd sd rq sr sq rd sd rq= =

    3

    2 (59)

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    14

    4.5 ESCOLHA DO PAR DE EIXOS d,q

    Na representao bifsica da mquina trifsica (tpico 3), o eixo d, do par de eixos d,q,

    est posicionado a graus eltricos do eixo S1 da mquina trifsica original (veja figura 2).

    Na realidade, este ngulo genrico; portanto podemos atribuir valores arbitrrios a ele. De

    acordo o valor atribudo a , obtm-se situaes distintas para o modelo o,d,q obtido.

    Algumas possibilidades interessantes para a localizao do par de eixos d,q so:

    - Fixo no estator: fazendo-se =0, o eixo d estar fixo sobre o eixo S1 da fase S1. Isto

    implica em variveis d,q senoidais com a mesma frequncia das correntes estatricas.

    - Fixo no rotor: fazendo-se =, o eixo d estar fixo sobre o eixo r1 do rotor. Isto

    implica em variveis d,q com a mesma frequncia das correntes rotricas.

    - No campo girante: fazendo-se wd = ws. Isto implica, em regime permanente, em

    variveis d,q contnuas.

    4.6 RELAES ENTRE AS VARIVEIS TRIFSICAS E O,D,Q.

    A obteno das grandezas trifsicas originais a partir das grandezas em o,d,q, obtida

    diretamente de (43), (44) e (45). Considerando-se a componente homopolar nula, pode-se

    escrever:

    [ ]X X Xs sd sq1

    2

    3= cos( ) sen( )

    (60.a)

    X X Xs sd sq2

    2

    3

    2

    3

    2

    3=

    cos( ) sen( )

    (60.b)

    X X Xs sd sq3

    2

    3

    4

    3

    4

    3=

    cos( ) sen( )

    (60.c)

    Para as grandezas rotricas tm-se que:

    [ ]X X Xr rd rq1

    2

    3= cos( ) sen( )

    (61.a)

    X X Xr rd rq2

    2

    3

    2

    3

    2

    3=

    cos( ) sen( )

    (61.b)

    X X Xr rd rq3

    2

    3

    4

    3

    4

    3=

    cos( ) sen( )

    (61.c)

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    15

    Por outro lado, partindo-se de (39) obtm-se as expresses das grandezas em o,d,q em funo das

    grandezas trifsicas:

    [ ]X X X Xso s s s= + +

    1

    31 2 3

    (62.a)

    X X X Xsd s s s= + +

    2

    3

    2

    3

    4

    31 2 3cos( ) cos( ) cos( )

    (62.b)

    X X X Xsq s s s=

    2

    3

    2

    3

    4

    31 2 3sen( ) sen( ) sen( )

    (62.c)

    Se as tenses trifsicas so equilibradas, ou seja, so dadas por:

    V A wt

    V A wt

    V A wt

    s

    s

    s

    1

    2

    3

    2

    3

    4

    3

    =

    = +

    = +

    sen( )

    sen( )

    sen( )

    (63)

    substituindo-se (63) em (62) e fazendo-se =0 obtm-se:

    Vso = 0 (64.a)

    V wtsd =

    3

    2sen( )

    (64.b)

    V wtsq =

    3

    2cos( )

    (64.c)

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    16

    5. REPRESENTAO BIFSICA d,q DA MQUINA ATIVA

    5.1 SIGNIFICADO DA COMPONENTE HOMOPOLAR o.

    Na representao o,d,q da mquina trifsica, as variveis de ndice o, denominadas de

    homopolares, so proporcionais a soma das grandezas trifsicas originais. Portanto, se a

    mquina estiver operando de forma equilibrada (carga ou fonte de alimentao trifsica

    equilibrada), estas componentes so nulas. Outro fato interesante que o conjugado no

    depende das componentes homopolares, pois estas no criam induo no entreferro da

    mquina.

    Em resumo, os componentes d,q caracterizam a mquina ativa, enquanto as

    componentes homopolares traduzem apenas os desequilbrios da mquina trifsica criados

    pela alimentao ou carga desequilibrada.

    5.2 EXPRESSES DOS FLUXOS EM d,q.

    Considerando-se apenas as componentes d,q na representao o,d,q, pode-se escrever,

    a partir de (49) e (51) os fluxos na representao bifsica dq:

    [ ] [ ] [ ]sdq s sdq sr rdql i l i= + (65)

    [ ] [ ] [ ] rdq r rdq sr sdql i l i= + (66)

    onde,

    [ ]

    sdqsd

    sq

    =

    [ ]

    rdqrd

    rq

    =

    [ ]ii

    isdqsd

    sq

    =

    [ ]ii

    irdqrd

    rq

    =

    (67)

    5.3 EXPRESSES DAS TENSES EM d,q.

    As expresses das tenses so obtidas a partir de (56) e (57):

    [ ] [ ]

    [ ][ ]V R i

    d

    dtwsdq s sdq

    sdq

    d rd= + +

    0 1

    1 0 (68)

    [ ] [ ]

    [ ]( ) [ ]V R i

    d

    dtw wrdq r rdq

    rdq

    d m sd= + +

    0 1

    1 0 (69)

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    17

    onde,

    [ ]V

    V

    Vsdqsd

    sq

    =

    [ ]VV

    Vrdqrd

    rq

    =

    (70)

    5.4 EXPRESSO DO CONJUGADO EM d,q.

    Como j foi visto, o conjugado no depende da componente homopolar se no h

    desequilbrio das grandezas trifsicas. Portanto, a expresso do conjugado em d,q igual a

    expresso do conjugado em o,d,q. Repetindo-se (59):

    ( )c pl i i i ie sr sq rd sd rq= (71)

    5.5 EXPRESSES COMPACTAS EM d,q

    Agrupando-se (65) e (66) em uma nica expresso:

    [ ] [ ]

    dq

    sd

    sq

    rd

    rq

    sd

    sq

    rd

    rq

    dq

    sd

    sq

    rd

    rq

    ls

    ls

    lsr

    lsr

    lsr

    lsr

    lr

    lr

    i

    i

    i

    i

    L

    i

    i

    i

    i

    =

    =

    =

    0

    0

    0

    0

    0

    0

    0

    0 (72)

    pode-se ento obter os valores das correntes em funo dos fluxos:

    [ ]i

    i

    i

    i

    i

    Ll l l

    l l

    l l

    l l

    l l

    dq

    sd

    sq

    rd

    rq

    dq

    sd

    sq

    rd

    rq

    s r sr

    r sr

    r sr

    sr s

    sr s

    sd

    sq

    rd

    rq

    =

    =

    =

    1

    2

    1

    0 0

    0 0

    0 0

    0 0

    (73)

    Agrupando-se (68) e (69) em uma nica expresso:

    [ ] [ ][ ]

    ( )( )

    [ ]V

    R

    R

    R

    R

    id

    dt

    w

    w

    w w

    w w

    dq

    s

    s

    r

    r

    dq

    dq

    d

    d

    d m

    d m

    dq=

    + +

    0 0 0

    0 0 0

    0 0 0

    0 0 0

    0 0 0

    0 0 0

    0 0 0

    0 0 0

    (74)

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    18

    substituindo-se (73) em (74) obtm-se uma expresso compacta que relaciona fluxos e tenses

    em dq:

    [ ][ ]

    ( )

    ( )

    [ ]Vd

    dt

    R l

    l l lw

    R l

    l l l

    wR l

    l l l

    R l

    l l l

    R l

    l l l

    R l

    l l lw w

    R l

    l l lw w

    R l

    l l l

    dq

    dq

    s r

    s r sr

    d

    s sr

    s r sr

    ds r

    s r sr

    s sr

    s r sr

    r sr

    s r sr

    r s

    s r sr

    d m

    r sr

    s r sr

    d mr s

    s r sr

    dq= +

    2 2

    2 2

    2 2

    2 2

    0

    0

    0

    0

    (75)

    5.6 EXPRESSO DO CONJUGADO EM FUNO DOS FLUXOS EM d,q.

    As expresses das correntes em funo dos fluxos podem ser obtidas a partir de (73).

    Substiuindo-se essas expresses em (71) obtm-se:

    ( )c

    pl

    l l li i i ie

    sr

    s r sr

    sq rd sd rq=

    2

    (76)

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    19

    6. EQUAO DE ESTADO MECNICA DA MQUINA

    Nos captulos anteriores, o modelo eltrico da mquina de induo trifsica foi

    desenvolvido. No entanto, no foi desenvolvida nenhuma equao que relacione o torque

    desenvolvido ( equao 75 ) e a velocidade mecnica ou posio ngular mecica do eixo. Na

    verdade, o modelo completo do motor de induo pode ser visto como um modelo eltrico

    que se aclopa a um modelo mecnico atravs do torque. A figura 3 ilustra o mecionado.

    Equao Eltrica

    +

    -

    Ce

    Cc

    [Vd Vq]'wm

    [Vd Vq]' : Tenses de alimentao estatricas;

    Ce : Conjugado motor;

    Cc : Conjugado de carga;

    wm : Velocidade mecnica do eixo da mquina (rad/s).

    X = AX + BU

    U = [Vd Vq]'

    A = f(w)

    Ce = f(X)

    Equao mecnica

    X = AX + BU

    U = ( Ce - Cc' )

    X = wm

    Figura 3: Modelo eltrico e mecnico do motor de induo.

    A equao mecnica do motor, de forma simplificada, dada por:

    T C C j

    dw

    dtfwe c= = +( )

    (77)

    onde,

    T = torque resultante produzido no eixo da mquina;

    j = momento de inrcia ( mquina e carga );

    f = atrito viscoso.

    reorganizando (67), obtm-se:

    dw

    dt

    f

    jw

    jT= +

    1

    (78)

    comparando-se (68) com a forma geral X = AX + BU, tm-se que:

    A

    f

    j j= , B =

    1

    (79)

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    20

    7. SIMULAO DO MODELO dq

    7.1. CONSIDERAES DA SIMULAO

    Nas equaes seguintes e na simulao sero feitas as seguintes consideraes:

    1. Eixo dq fixo no estator, ou seja, =0 ( wd=0); 2. Tenses rotricas nulas, ou seja, rotor da mquina do tipo gaiola de esquilo ou

    bobinado com terminais curto-circuitados.

    7.2. MODELO ELTRICO CONTNUO EM EQUAO DE ESTADO

    Para utilizar o modelo dq obtido na simulao em um computador digital, iremos

    coloc-lo na forma de um sistema linear em equao de estado e em seguida discretiz-lo. Um

    sistema linear tem a seguinte forma geral:

    X AX BU

    Y CX DU

    = +

    = + (80)

    A equao (75) tem a mesma forma da equao (80). Rearranjando a equao (80):

    [ ]( )

    ( )

    [ ] [ ]d

    dt

    R l

    l l lw

    R l

    l l l

    wR l

    l l l

    R l

    l l l

    R l

    l l l

    R l

    l l lw w

    R l

    l l lw w

    R l

    l l l

    Vdq

    s r

    s r sr

    d

    s sr

    s r sr

    d

    s r

    s r sr

    s sr

    s r sr

    r sr

    s r sr

    r s

    s r sr

    d m

    r sr

    s r sr

    d m

    r s

    s r sr

    dq dq

    =

    +

    2 2

    2 2

    2 2

    2 2

    0

    0

    0

    0

    (81)

    Considerando-se que Vrd = Vrq = 0 (ou seja, o rotor uma gaiola de esquilo ou um rotor

    bobinado com bobinas rotricas curto-circuitadas) ento pode-se escrever:

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    21

    ( )

    ( )

    d

    dt

    R l

    l l lw

    R l

    l l l

    wR l

    l l l

    R l

    l l l

    R l

    l l l

    R l

    l l lw w

    R l

    l l lw w

    R l

    l l l

    sd

    sq

    rd

    rq

    s r

    s r sr

    d

    s sr

    s r sr

    d

    s r

    s r sr

    s sr

    s r sr

    r sr

    s r sr

    r s

    s r sr

    d m

    r sr

    s r sr

    d m

    r s

    s r sr

    sd

    sq

    rd

    rq

    =

    2 2

    2 2

    2 2

    2 2

    0

    0

    0

    0

    [ ]

    +

    1 0

    0 1

    0 0

    0 0

    V Vsd sq

    (82)

    Comparando-se (82) com (80) tm-se que:

    ( )

    ( )

    X

    R l

    l l lw

    R l

    l l l

    wR l

    l l l

    R l

    l l l

    R l

    l l l

    R l

    l l lw w

    R l

    l l lw w

    R l

    l l l

    sd

    sq

    rd

    rq

    s r

    s r sr

    d

    s sr

    s r sr

    d

    s r

    s r sr

    s sr

    s r sr

    r sr

    s r sr

    r s

    s r sr

    d m

    r sr

    s r sr

    d m

    r s

    s r sr

    =

    =

    , A

    2 2

    2 2

    2 2

    2 2

    0

    0

    0

    0

    (83.a)

    [ ]B =

    =

    1 0

    0 1

    0 0

    0 0

    0, U = V V , Dsd sq

    (83.b)

    A matriz C arbitrria e depende da sada desejada.

    O modelo dado por (83) o modelo dq contnuo. Pode-se observar alguns termos da

    matriz A dependem de wm: isto quer dizer que o modelo desenvolvido no linear.

    7.3. DISCRETIZAO DOS MODELOS CONTNUOS

    Para realizar a simulao , preciso discretizar os modelos contnuos (78) e (83). Esta

    discretizao pode ser feita de vrias maneiras. Uma maneira simples realizar o

    desenvolvimento em srie de taylor da exponencial da matriz A.

    O modelo discreto associado ao modelo contnuo (80) tem a seguinte forma:

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    22

    x kh h x kh u kh

    y kh Cx kh Du kh

    ( ) ( ) ( )

    ( ) ( ) ( )

    + = +

    = +

    (84)

    onde

    h o perodo de amostragem;

    =

    =

    e

    e ds B

    Ah

    As

    h

    0 (85)

    C e D so as mesmas do sistema contnuo (80).

    Utilizando-se o desenvolvimento em srie de Taylor da exponencial de uma matriz, tm-se

    que:

    = = + + + ++

    ++

    e ds Ih Ah A h A hi

    As

    i i

    o

    h 2 2 3 1

    2 3 1! ! ( )!L L

    (86)

    A partir de (86) obtm-se que:

    = +

    =

    I A

    B (87)

    Os modelos discretos de (78) e (83) podem ser obtidos a partir de (86) e (87). Uma

    coisa importante que, se o perodo de amostragem for pequeno, pode-se utilizar no clculo

    de (86) apenas os primeiros termos. Isto ser importante para reduzir o tempo de simulao.

    7.4. ESCOLHA DO PERODO DE AMOSTRAGEM

    A escolha do perodo de amostragem a ser utilizado na discretizao deve ser feita

    com cuidado e levar em conta os seguintes aspectos:

    - no pode ser grande a ponto do modelo discreto no conseguir representar o modelo

    contnuo (deve ser observado o teorema da amostragem de Nyquist);

    - no pode ser muito pequeno devido ao aumento do tempo de simulao;

    - no pode ser muito pequeno devido a limitaes de preciso nos clculos;

    Se a mquina trabalha com frequncias mximas da ordem de 60Hz (perodo = 16ms),

    uma boa escolha fazer o perodo de amostragem h = 500us.

    7.5. ALGORTMO DO PROGRAMA DE SIMULAO

    O programa de simulao implementado segue os seguintes passos:

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    23

    1. definio dos parmetros da mquina;

    2. definio dos parmetros de simulao;

    3. definio das condies iniciais e constantes;

    4. cculo do modelo mecnico discreto atravs de (78), (86) e (87);

    5. clculo da matriz do modelo eltrico contnuo, atravs de (83);

    6. malha de simulao:

    6.1 atualizao dos parmetros variveis com a velocidade do modelo eltrico

    contnuo;

    6.2 clculo do modelo discreto eltrico atravs de (86) e (87);

    6.3. clculo de um passo do modelo eltrico (84);

    6.4. clculo do torque mecnico produzido (76);

    6.5. clculo da velocidade pela equao mecnica.

    A listagem do programa em MATLAB implementado encontra-se no apndice B.

    7.6. PROGRAMA MATLAB x PROGRAMA EM C

    Outra coisa que deve ser observada, que a cada passo de clculo, o modelo da

    mquina muda, devido aos termos dependentes de w. Dessa forma, a simulao desse modelo

    se torna um pouco demorada. Utilizando-se o programa MATLAB, o tempo de simulao

    pode ser grande. Um meio de realizar as simulaes mais rapidamente fazer um programa

    em C. No entanto, esta ltima soluo requer bastante trabalho, pois deve-se ter rotinas para

    calculos envolvendo matrizes.

    Neste trabalho, o programa de simulao foi implementado em MATLAB e em

    linguagem C tambm. Os tempos de simulao foram comparados e obteve-se que o programa

    em C realizava a simulao cerca de 10 vezes mais rpido que o programa MATLAB. Por

    exemplo, a simulao do programa do anexo A ( tempo mximo de 5s) demorou 90s para ser

    executado no MATLAB enquanto que demorou apenas 9s para ser executado em C.

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    24

    8. RESULTADOS DE SIMULAO

    O programa de simulao do apndice A foi rodado para um tempo de simulao

    mximo de 5 segundos. As curvas de torque, velocidade e corrente d versus tempo so

    mostradas nas figuras 4,5 e 6 respectivamente.

    Figura 4: Curva de Torque vesus tempo

    Figura 5: Curva de velocidade vesus tempo

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    25

    Figura 6: Curva de corrente vesus tempo

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    25

    9. CONCLUSO

    Este trabalho apresentou em detalhes a obteno do modelo o,d,q de um motor de

    induo trifsico. O modelo desenvolvido foi utilizado para implementa programas de

    simulao, e alguns resultados so apresentados. Um ponto importante, que no foi abordado

    neste trabalho, a obteno dos parmetros do modelo a partir de medies em uma mquina

    real (esta parte pode ser objeto de estudo de outro trabalho).

  • MODELAMENTO E SIMULAO DO MOTOR DE INDUO TRIFSICO

    26

    BIBLIOGRAFIA

    [1] Cursino Jacobina, Apostila de Acionamento de Mquinas, Captulo 3, Campina

    Grande-Paraba;

    [2] Karl J. Astrm, Computer Controlled Systems - Theory and Design, Prentice-Hall ,

    segunda edio.

  • APNDICE A: PROGRAMA DE SIMULAO EM LINGUAGEM MATLAB

    A1

    % SIMULACAO DO MOTOR DE INDUCAO %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% definicao dos parametros da maquina rs = 2.5; rr = 0.45; msr = 0.401 ls = 0.4143 lr = 0.4143 jm = 0.04; kf = 0.01; p = 2; % numero de pares de polos ws = 2*pi*60; jm = 0.04; kf = 0.01; %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%parametros da simulacao h = 500e-6; tmax=input('entre com o tempo de simulacao tmax = ') hp=tmax/1000; if(hp < h), %passo de amostragem das variaveis de saida hp=h; end %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%condicoes iniciais e constantes wm=0.; %velocidade da maquina wm1=wm; %velocidade da maquina wd=0.; %velocidade dos eixos d,q t=0; tp=0; j=0; fl1 = [0.; 0.; 0.; 0.]; ce1 = 0; uk = [0; 0]; Vsm = 220*sqrt(3/2); tete=0; idt=1/(ls*lr-msr*msr); amsr = p*idt*msr; %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% equacao de estado discreta mecanica da maquina Aw = -kf/jm; Bw = 1/jm; [Fw,Hw]=c2d(Aw,Bw,h) %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% equacao de estado continua eletrica da maquina Ac(1,1)=-idt*rs*lr; Ac(1,2)=wd; Ac(1,3)=idt*rs*msr; Ac(1,4)=0;

  • APNDICE A: PROGRAMA DE SIMULAO EM LINGUAGEM MATLAB

    A2

    Ac(2,1)=-wd; Ac(2,2)=Ac(1,1); Ac(2,3)=0; Ac(2,4)=Ac(1,3); Ac(3,1)=idt*rr*msr; Ac(3,2)=0; Ac(3,3)=-idt*rr*ls; Ac(3,4)=wd-wm; Ac(4,1)=0; Ac(4,2)=Ac(3,1); Ac(4,3)=-Ac(3,4); Ac(4,4)=Ac(3,3); Bc(1,1)=1; Bc(1,2)=0; Bc(2,1)=0; Bc(2,2)=1; Bc(3,1)=0; Bc(3,2)=0; Bc(4,1)=0; Bc(4,2)=0; Cc(1,1)=idt*lr; %saida corrente estatorica Cc(1,2)=0; Cc(1,3)=-idt*msr; Cc(1,4)=0; Cc(2,1)=0; Cc(2,2)=Cc(1,1); Cc(2,3)=0; Cc(2,4)=Cc(1,3); %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% MALHA DE SIMULACAO DO MOTOR while t= 2*pi, tete=tete-2*pi; end uk(1)=Vsm*cos(tete); uk(2)=Vsm*sin(tete); % calculo das matrizes F e H(w) Ps4 = h*(eye(4) + (h/2)*Ac + (h*h/6)*Ac*Ac +(h*h*h/24)*Ac*Ac*Ac); F4s = eye(4) + Ac*Ps4; H4s = Ps4*Bc; % %equacao de estado eletrica discreta fl1 = F4s*fl + H4s*uk; ce1 = amsr*(fl1(2)*fl1(3) - fl1(1)*fl1(4));

  • APNDICE A: PROGRAMA DE SIMULAO EM LINGUAGEM MATLAB

    A3

    % %equacao de estado mecanica discreta wm1 = Fw*wm + Hw*p*(ce+ce1)/2; % %armazenagem das variaveis de saida if t > tp, j=j+1; tp=tp+hp; is=Cc*fl1; sisd(j)=is(1); sisq(j)=is(2); st(j) = t; svd(j) = uk(1); svq(j) = uk(2); sfrd(j) = fl1(3); sfrq(j) = fl1(4); sfsd(j) = fl1(1); sfsq(j) = fl1(2); sce(j) = ce1; swm(j) = wm1; end % end