7/26/2019 Trabalho uso das letras

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Cap. IV

Da Linguagem.

Quem descobriu o uso das letras. Diz-se que o primeiro que as trouxe para

a Grcia foi Cadmus !l"o de #genor rei da $en%cia. In&en'(o pro&eitosa

pois preser&a a mem)ria dos tempos passados e une a "umanidade. *as a

mais nobre e +til de todas as in&en',es foi a da Linguagem pelas quais os

"omens registram os seus pensamentos.

primeiro autor da linguagem foi o pr)prio Deus que ensinou a #d(o a

maneira de designar as criaturas que l"e apresenta&a. #d(o aprendeu os

nomes de todas as !guras n+meros medidas cores sons imagens

rela',es e muito menos os nomes de pala&ras e de discursos como geral

espacial a!rmati&o negati&o etc todas elas +teis e muito menos os de

entidade intencionalidade qididade e outras pala&ras sem insigni!c/ncia

dos escol0sticos.

*as toda esta linguagem adquirida e aumentada por #d(o e sua

posterioridade foi no&amente perdida na torre de 1abel pela m(o de Deus

onde todos os "omens foram punidos de&ido a sua rebeli(o. ra como

foram for'ados a se dispersar pelas &0rias partes do mundo segue-se que a

atual di&ersidade de l%nguas originou-se gradualmente deles 2 medida que

a necessidade os foi ensinando e com o passar dos tempos as l%nguas

tornaram-se por toda parte mais expandida.

uso geral da linguagem consiste em passar o nosso discurso mental

para um discurso &erbal ou cadeia dos nossos pensamentos para uma

cadeia de pala&ras. 3 isto com duas &antagens uma das quais consiste em

registrar as sequencias dos nossos pensamentosos quais podendo escapar

da nossa mem)ria e de algum modo nos dar mais trabal"o podem ser

no&amente recordados por aquelas pala&ras. De maneira que o primeiro uso

dos nomes consiste em ser&irem de marcas de lembran'as. 4m outro uso

consiste quando muitos usam as mesmas pala&ras em exprimir uns aos

outros aquilo que concebem ou pensam de cada assunto e tambm aquilo

que dese5am ou aquilo que experimentam. 3 em raz(o desse uso s(o

c"amados signos. s usos especiais da linguagem s(o6 em primeiro lugar

registrar aquilo que por cogita'(o descobrimos ser a causa de qualquercoisa presente ou passada e aquilo que ac"amos que as coisas presente

ou passadas podem produzir ou causar. 3m segundo lugar para mostrar aos

outros o con"ecimento que atingimos. 3m terceiro lugar para darmos a

con"ecer aos outros as nossas &ontades e ob5eti&os. 3m quarto lugar para

agradar e para nos deliciarmos e aos outros brincando com pala&ras por

prazer de maneira inocente.

# estes usos correspondem quatro abusos. 7rimeiro quando os "omens

registram erradamente os seus pensamentos pela inconst/ncia da

signi!ca'(o das suas pala&ras. 3m segundo lugar quando usam pala&ras demaneira metaf)rica ou se5a com um sentido diferente daquele que l"es foi

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atribu%do. 3m terceiro lugar quando por pala&ras declaram ser sua &ontade

aquilo que n(o . 3m quarto lugar quando as usam para se ofender uns aos

outros.

# linguagem ser&e para a recorda'(o das sequencias de causas e efeitos

por meio da imposi'(o de nomes e da conex(o destes. #lguns dos nomess(o pr)prios e singulares a uma s) coisa e alguns s(o comuns a muitas

coisas cada um dos quais apesar de ser um s) nome contudo o nome de

&0rias coisas particulares cu5o con5unto se denomina um uni&ersal nada

"a&endo no mundo uni&ersal alm de nomes pois as coisas nomeadas s(o

cada uma delas indi&iduais. 3 dos nomes uni&ersais uns s(o de maior e

outros de menor extens(o os mais amplos compreendendo os menos

amplos e alguns de igual extens(o compreendendo-os uns aos outros

reciprocamente.

7or esta imposi'(o de nomes uns mais amplos outros de signi!ca'(o

mais restrita transformamos o c0lculo de sequencias de coisas imaginadas

no esp%rito num c0lculo de consequ8ncias das designa',es. ra nada

e&idencia mais o uso de pala&ras para registrar os nossos pensamentos do

que a numera'(o. 4m louco natural que nunca conseguisse aprender de cor

a ordem das pala&ras poderia obser&ar cada batida de um rel)gio e

acompan"ar com a cabe'a. 3 muito menos ser0 capaz de somar e subtrair e

realizar todas as outras opera',es.

Considerando ent(o que a &erdade consiste na correta ordena'(o de

nomes nas nossas a!rma',es um "omem que procura a &erdade de&e se

lembrar o que signi!ca cada pala&ra e ent(o empreg0-la de acordo. 7oraqui se &8 como necess0rio a qualquer pessoa que aspire ao

con"ecimento examinar as de!ni',es de autores para as corrigir quando

ti&erem sido estabelecidas de maneira negligente para torna-las suas.

9u5eito aos nomes tudo aquilo que pode entrar ou ser considerado num

c0lculo e ser acrescentado um ao outro fazendo uma soma.

3m primeiro lugar uma coisa pode entrar em conta como matria ou

corpo assim como todos nomes com os quais a pala&ra matria ou corpo

entendida sendo todos nomes de matria. 9egundo pode entrar em conta

ou ser considerado como algum acidente ou qualidade que concebemosestar nela. 3m terceiro lugar le&amos em conta consideramos e

denominamos os pr)prios nomes e discurso s(o nomes de nomes. :0

tambm outros nomes c"amados negati&os que s(o notas para signi!car

que uma pala&ra n(o nome da coisa em quest(o. ;odos os outros nomes

nada mais do que sons insigni!cantes e estes s(o de duas espcies.

Quando um "omem ao ou&ir qualquer discurso tem aqueles

pensamentos para cu5o signi!cado as pala&ras desse discurso e a sua

conex(o foram ordenadas ent(o dizemos que ele o compreendeu.

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Quando falar das paix,es falarei dos tipos de discurso que signi!cam as

a&ers,es e as paix,es do esp%rito do "omeme tambm do seu uso e abuso.

7ortanto ao raciocinar o "omem tem de tomar cuidado com as pala&ras.

Instituto Presbiteriano Independente de Ensino

Marcela dos Santos Oliveira

Da Linguaguem

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Franco da rocha

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