Trabalho de conclusão de curso
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12
1 INTRODUÇÃO
As farmácias de manipulação são responsáveis por uma considerável parcela
do mercado de medicamentos no Brasil, principalmente por proporcionarem formas
farmacêuticas e dosagens individualizadas ao paciente (FERREIRA, 2008).
O setor magistral cresceu muito nos últimos anos o que exigiu dos órgãos de
vigilância sanitária a criação de legislação específica para normatização deste
segmento, a Resolução da Diretoria Colegiada nº 67 (RDC 67/2007), que dispõe
sobre as boas práticas de manipulação de preparações magistrais. Conforme esta
resolução, o controle de qualidade deve ser aplicado a todas as preparações
magistrais e oficinais preparadas na farmácia de manipulação, visando ser
assegurada a qualidade necessária para garantir um medicamento ou cosmético
seguro e eficaz ao paciente (BRASIL, 2007).
Com o avanço tecnológico os laboratórios das farmácias magistrais oferecem
técnicas e aparelhos modernos que trazem exatidão nos processos de fabricação.
Qualquer princípio ativo liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) pode ser manipulado, desde que ele não esteja protegido pela lei de
patentes, nesse caso, o laboratório que desenvolveu a substância tem a
exclusividade da fabricação.
Com o mercado cosmético em alta e consumidores cada vez mais exigentes,
exige frequentes lançamentos de cosméticos, a fim de acompanhar tendências,
necessidades dos consumidores e garantir a competitividade da empresa, o que
implica em agilidade no desenvolvimento de novos produtos. Em 2008, o Brasil
ocupou o 3° lugar no ranking mundial deste mercado com tendência de alcançar a
segunda posição ainda em 2009 (PIRES, 2008).
Para atender o vigoroso crescimento da indústria de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos, é necessário assertividade e velocidade no
desenvolvimento de produtos bem como em todas as etapas que sustentam a
segurança e eficácia dos mesmos (PIRES, 2008).
Desta forma, o objetivo geral deste trabalho foi realizar um estudo físico-
químico de estabilidade acelerada de uma formulação de creme hidratante para
gestante e comparação com o Mater Skin®, como objetivos específicos foi realizar
as análises das características organolépticas, densidade, espalhabilidade, peso
médio, pH, analisando dessa forma em todos os ambientes em qual ficaram
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expostos, geladeira, estufa, ambiente, radiação luminosa e ciclos de gelo-degelo
,gerando dados confiáveis e no menor espaço de tempo, fundamental tanto para
garantir a segurança e eficácia do produto como para atender aos prazos de
lançamento, adequando-se à velocidade de desenvolvimento exigida pelo mercado.
Neste trabalho, diferentes técnicas analíticas foram aplicadas em um estudo
de estabilidade acelerada de uma emulsão cosmética O/A; as quais foram,
posteriormente, avaliadas com relação ao tempo de resposta, na procura de gerar
com segurança, dados de estabilidade de produtos com maior rapidez.
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2 REFERENCIAL TEORICO
2.1 PELE
A pele é um órgão que consiste de diferentes tecidos que são reunidos para
realizar atividades especificas, sendo um dos maiores órgãos em área superficial e
peso compreende 15% do peso total de um indivíduo, podendo então ser
considerada o maior órgão do corpo (SAMPAIO e RIVITTI, 2007.; TORTORA, 2000).
Aproximadamente 1,50 m² mede sua superfície, possuindo sulcos que acompanham
linhas de clivagem e saliências que ficam entre os sulcos, formadas pelas papilas da
derme (GUIRRO e GUIRRO, 2002).
A superfície cutânea apresenta variações e pregas, articulares e musculares,
orifícios pilos sebáceos e sudoríparos, de acordo com os segmentos do corpo
(SAMPAIO e RIVITTI, 2007).
A coloração da pele sofre influência segundo a raça da pessoa, da região do
corpo e das condições do meio. A maior coloração se dá nas auréolas mamárias,
nos órgãos genitais e nas regiões que se expõem à luz (GUIRRO e GUIRRO, 2002).
Possuindo variações ao longo de sua extensão, sendo em alguns momentos mais
flexível e elástica, e em outros casos mais rígida (MAIO, 2004). Sua espessura
modifica-se dependendo da região anatômica, da idade e do sexo. A região do
pescoço, palmar e plantar apresentam o tegumento mais espesso, sendo que se
encontra mais fino nas mulheres e nas crianças (SAMPAIO e RIVITTI, 2007).
Sua definição se dá como um tecido de origem endotérmico, constituído por
três camadas distintas: epiderme, derme e hipoderme (MAIO, 2004).
A derme é a camada mais complexa, composta de tecido conjuntivo, fibras
elásticas e proteínas fibrosas, sendo sua principal função sustentar e dar força e
elasticidade a pele, a capacidade que a pele possui em se distender pode ser
observada durante a gestação, obesidade e edema (NOGUEIRA, 2007.;TORTORA,
2000).
As fibras elásticas são alvos iniciais de formação de estrias laceração que
ocorre na pele devido à distensão (GUIRRO e GUIRRO, 2002;TORTORA, 2000).
A derme é dividida em duas regiões: a região superior composta por tecido
conjuntivo, contendo vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, papilas dérmicas e
corpúsculos do tato, a região inferior é composta por tecido conjuntivo denso,
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disposto de forma irregular, contendo tecido adiposo, folículos pilosos, nervos,
glândulas sebáceas e ductos das glândulas sudoríparas (TORTORA, 2000).
A porção externa que é composta de epitélio é denominada epiderme,
encontra-se fixada a parte do tecido conjuntivo interno, a hipoderme fixa a pele as
estruturas subjacentes é a camada mais profunda e mais espessa da pele,
composta por células adipócitos, que isolam o organismo das variações de
temperatura e formam um manto protetor contra as pressões a que a pele é
submetido (NOGUEIRA, 2007; TORTORA, 2000).
Podemos encontrar células de defesa na pele, como os macrófagos que
auxiliam na regeneração dos tecidos e das células adiposas (GRANGEIRO, A.;
CAJAÍBA, C.C.; LOCONDO. L, 2007).
Figura 1 - Estrutura da pele
Fonte: MARTINS (2012)
2.2 GRAVIDEZ E PELE
2.2.1 Alterações no período gestacional
A gravidez representa um período de intensas modificações para a mulher,
todos os sistemas do organismo são afetados, entre eles a pele (REZENDE, 2002).
As modificações mais comuns são as alterações fisiológicas que incluem a
hiperpigmentação, manchas, estrias, alterações vasculares, hipertricose e acne, é
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acompanhada também por intensas alterações imunológicas, endócrinas,
metabólicas, tornando-a susceptível a mudanças que podem ser transitórias ou
definitivas (URASAKI, 2010.; OUMEISH e PARISH, 2006).
A preparação do corpo para a gestação envolve ajustes dos mais variados
sistemas, decorrente de alterações hormonais e/ou mecânicas. As primeiras
caracterizam-se por grandes elevações de estrogênio, progesterona, beta HCG,
prolactina e uma variedade de hormônios e mediadores que alteram completamente
as funções do organismo (MANTLE e POLDEN, 2005.; GUTTMACHER,1994).
De acordo com Azulay,Azulay (2000, p.95):
O pico desses hormônios varia de acordo com o período gestacional, refletindo-se nas manifestações cutâneas. Observam-se, então, alterações: da pigmentação, com intensificação da cor da linha média do abdome, dos mamilos, da aréola mamária, da área genital e da parte superior e interna das coxas; dos cabelos e unhas, com hirsutismo, eflúvio telogênico e onicólise distal; das glândulas sudoríparas, com hiperatividade écrina e hipoatividade apócrina; das estruturas vasculares da pele, com aparecimento de telangiectasias, eritema palmar, trombose venosa, varicosidades, hemorroidas e epúlide gravídica; do tecido conjuntivo, com estrias no abdome, nas mamas e coxas; das mucosas oral e vaginal, como o granuloma gravidarum (granuloma piogênico) na primeira e o eritema do vestíbulo e da vagina.
As mudanças que ocorrem na mecânica do esqueleto são devido a ação
hormonal que aumenta a frouxidão ligamentar e mudanças biomecânicas que
provocam modificações estruturais na estática e dinâmica do esqueleto (MARNACH
et al., 2003.; BIRCH et al., 2003).
O caminhar, sentar, deitar e levantar constitui-se em movimentos presentes
no dia-a-dia do ser humano, uma atividade complexa com padrões bem definidos.
Durante o período gestacional, além de alterações posturais em decorrência da
diminuição do equilíbrio corporal, observam-se modificações no alinhamento
corporal, mudanças nos ângulos de flexão e extensão do quadril, joelho, coluna
cervical e na marcha, resultando, muitas vezes, em desconforto ou dor, causando
limitações durante a realização das atividades da vida diária e profissional. Mesmo
constituindo-se de um gesto natural acredita-se que padrões diferenciados
aconteçam durante sua realização com o processo de gestação (KITCHEN, 2003).
Segundo Conti, Calderon e Rudge (2003), o principal fator biomecânico a ser
considerado advém do constante crescimento do útero, além do aumento no peso e
no tamanho das mamas, que contribuem para o deslocamento do centro de
17
gravidade da mulher para cima e para frente, podendo acentuar a lordose lombar e
promover alterações de equilíbrio.
As quedas surgem como um forte problema resultante dessas alterações no
equilíbrio e, segundo alguns autores são eventos comuns durante a gestação
(BUTLER et al., 2006).
2.3 ESTRIAS
A estria atrófica cutânea ou striae distensae (SD) é uma afecção muito
comum, sendo causa frequente de procura de consultas dermatológicas. Apesar de
ser considerada queixa estética, pode trazer importantes consequências
psicossociais (BERGFELD, 1999).
Podem ser definidas como um processo degenerativo cutâneo e benigno é
uma atrofia tegumentar adquirida, de aspecto linear, algo sinuosa, em estrias de um
ou mais milímetros de largura, a princípio avermelhadas, depois esbranquiçadas e
abrilhantadas, possuem várias outras denominações decorrentes de diferentes
idiomas, prováveis etiologias e aspecto macroscópico da pele: vergetures,
atrophoderme, strieé, macules atrophiques lineaires, no início a cor da estria é mais
rubra, mas durante o processo evolutivo torna-se esbranquiçada (GUIRRO e
GUIRRO, 2004.; MAIO, 2004.; GUIRRO e GUIRRO, 2002).
Figura 2: Estrias desenvolvidas no período Gestacional
Fonte: MARTINS (2012)
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Raras ou numerosas apresentam-se paralelamente umas às outras e
perpendicularmente às linhas de fenda da pele, indicando um desequilíbrio elástico
localizado, caracterizando, portanto, uma lesão da pele (AZULAY e AZULAY, 1999).
Apresentam caráter de bilateralidade, existe uma tendência de a estria distribuir-se
simetricamente e em ambos os lados (GUTTMACHER, 1994).
2.3.1 Etiologia das Estrias
Segundo Guirro e Guirro (2004), a etiologia da estria pode ser definida em
três teorias:
Teoria Mecânica: ocorre onde acontece o crescimento rápido, estirando a
pele, ocasionando o rompimento das fibras elásticas e colágenas da pele
(VENTURA e SIMÕES 2003).
O estiramento da pele, com consequente ruptura ou perda de fibras elásticas
dérmicas, é tido como fator básico da origem das estrias (GUIRRO e GUIRRO,
2004). Segundo Wiener (1947), sugere que a teoria infecciosa ocorre em processos
infecciosos como a febre tifóide, tifo, febre reumática, hanseníase e outras
infecções, provocando danos às fibras elásticas, provocando estrias.
Guirro e Guirro (2002), afirma que alguns medicamentos podem promover a
hiperpigmentação das estrias, como por exemplo, a bleomicina, o antibiótico e
antitumoral, que em doses altas pode promover ainda outros efeitos como:
esclerose, gangrena, preguiamento e eritema.
A teoria endocrinológica, segundo Guirro e Guirro (2002), e Maio (2004)
demonstra que a teoria mecânica é muito simplista ao afirmar que o estiramento da
pele, quer por crescimento ou deposição de gordura, seja a causa para o
aparecimento das estrias.
Acredita-se que o aparecimento das estrias não está relacionado a uma
patologia, e sim ao tipo de medicamento administrado. Conforme alguns autores, o
hormônio esteróide está presente em todas as formas de aparecimento das estrias
como na obesidade, na adolescência e na gravidez, onde o hormônio vai atuar
especificamente sobre o fibroblasto (GUIRRO e GUIRRO, 2004).
19
2.3.2 Fases das Estrias
De acordo com Lima e Pressi (2005), a fase inflamatória caracteriza-se em
fase exsudativa com duração 24 a 48 horas, mas se a irritação local persistir esse
processo pode se prolongar por mais 12 horas (a depender da extensão da área a
ser cicatrizada e da natureza da lesão), caracterizada por dois processos que
buscam limitar a lesão tecidual: a hemostasia e a resposta inflamatória aguda.
Fase Proliferativa é a fase responsável pelo fechamento da lesão
propriamente dito. É fase regenerativa que pode durar entre cinco e vinte dias. É
caracterizada pela proliferação de fibroblastos, sob a ação de citocinas que dão
origem a um processo denominado fibroplasia. Os fibroblastos produzem a nova
matriz extracelular necessária ao crescimento celular enquanto os novos vasos
sanguíneos carreiam oxigênio e nutrientes necessários ao metabolismo celular local.
Ao mesmo tempo, ocorre a proliferação de células endoteliais, com formação de rica
vascularização (angiogênese) e infiltração densa de macrófagos, formando o tecido
de granulação (SINGER e CLARK, 1999).
Fase de Reparo ou Remodelamento de acordo com Arnold e West (1991),
nessa fase do processo de cicatrização ocorre uma tentativa de recuperação da
estrutura tecidual normal. Fase de maturação que inicia no 21º dia e podem durar
meses. É a última fase do processo de cicatrização. A densidade celular e a
vascularização da ferida diminuem, enquanto há a maturação das fibras colágenas.
Ocorre uma remodelação do tecido cicatricial formado na fase anterior. Com o
decorrer do processo de maturação e remodelagem, a maioria dos vasos,
fibroblastos e células inflamatórias desaparece do local da ferida mediante
processos de emigração, apoptose ou outros mecanismos desconhecidos de morte
celular. O alinhamento das fibras é reorganizado a fim de aumentar a resistência do
tecido e diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Durante esse
período a cicatriz vai progressivamente alterando sua tonalidade passando do
vermelho escuro ao rosa claro.
2.4 PRODUTOS UTILIZADOS NOS TRATAMENTOS DAS ESTRIAS
No mercado existem vários produtos que destinam à prevenção e ao
tratamento das estrias. As formulações cosméticas para estrias devem conter
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substancias emolientes, hidratantes, estimulantes da circulação local e da
regeneração dérmica. Estes produtos devem ser usados diariamente e em
quantidades generosas na pele. Os produtos tópicos não têm a pretensão de
impedir a formação de estrias, e sim de reduzir a quantidade de estrias já formadas
e, ao mesmo tempo, diminuir sua extensão e profundidade (RIBEIRO, 2010).
Dentre os ativos cosméticos, o ácido retinóico é usado no tratamento de
estrias baseado no seu efeito reparador da derme (BITENCOURT, 2007).
O óleo de rosa mosqueta ameniza os problemas causados na pele, por conta
de suas ações anti-inflamatórias e antioxidantes (RABITO, 2011).
Já o óleo de semente de uva por ser rico em ácido linoleico, possui alto poder
antioxidante (AROYO, 2010).
Os peelings cosméticos podem ser recomendados, pois provocam
descamação da pele e estimulam a produção de novas fibras na derme durante a
regeneração do tecido (RIBEIRO, 2010).
2.5 FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO
A manipulação de fórmulas farmacêuticas é uma atividade antiga e que
permite ao farmacêutico desempenhar seu papel diante da sociedade, assistindo o
paciente de forma individualizada, e não coletiva, uma vez que as fórmulas
manipuladas são prescritas conforme a individualidade do paciente, de acordo com
suas necessidades terapêuticas particulares (PIRES, 2008).
No Brasil manipulação é definida como o conjunto de operações
farmacotécnicas, com a finalidade de elaborar preparações magistrais e oficinais e
fracionar especialidades farmacêuticas para uso humano (BRASIL, 2007).
Segundo Dader, Muñoz e Martnez-Martínez (2008, p.38):
A elaboração de fórmulas magistrais é uma atividade que, de forma tradicional, tem sido em todos os serviços de farmácia e continua sendo realizada, sendo de grande importância, por se tratar de um serviço personalizado pelo qual se elabora um medicamento individual para um paciente concreto.
As farmácias de manipulação são responsáveis por uma considerável parcela
do mercado de medicamentos no Brasil, principalmente por proporcionarem formas
farmacêuticas e dosagens individualizadas ao paciente, sendo ainda,
21
conhecidamente, uma alternativa financeira mais acessível (FERREIRA, 2008). Em
vista disso, o setor magistral cresceu muito nos últimos anos o que exigiu dos
órgãos de vigilância sanitária a criação de legislação específica para normatização
deste segmento.
O Ministério da Saúde através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) publicou em 2007, a Resolução da Diretoria Colegiada nº 67 (RDC
67/2007), que dispõe sobre as boas práticas de manipulação de preparações
magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. Conforme esta resolução, o
controle de qualidade deve ser aplicado a todas as preparações magistrais e
oficinais preparadas na farmácia de manipulação, visando será segurada a
qualidade necessária para garantir um medicamento seguro e eficaz ao paciente
(BRASIL, 2007)
2.5.1 Bases galênicas - Emulsões
De acordo com a Resolução RDC nº67 de 08 de outubro de 2007 (BRASIL,
2007), base galênica é a preparação composta de uma ou mais matérias primas,
com formula definida, destinada a ser utilizada como veículo/excipiente de
preparações farmacêuticas.
A palavra emulsão deriva do latim emulgeo, que significa mungir, aplicando-
se de modo geral, a todas as preparações de aspecto leitoso com as características
de um sistema disperso de duas fases líquidas. O emprego da forma emulsão como
veículo para preparações de uso tópico deriva do primeiro “cold cream” criado por
Galeno, sendo historicamente a forma mais antiga de aplicação cosmética
(MORAIS, 2006). As emulsões cosméticas mais comuns consistem de cremes e
loções para cuidado da pele.
Uma emulsão, na sua forma mais simples, é um sistema de duas fases
contendo dois líquidos imiscíveis, um dos quais está disperso no outro na forma de
gotículas microscópicas ou submicroscópicas (LABA, 1993).
A fase que está presente na forma de gotas, finamente divididas, denomina-
se de fase dispersa ou interna e a que forma a matriz em que se suspendem essas
gotas, de fase contínua ou externa. A distinção entre os tipos diferentes de emulsão
consiste em notar qual componente é contínuo e qual a fase dispersa (BECHER,
1972).
22
Classificam-se, de modo geral, de acordo com a fase dispersante (externa):
óleo em água (O/A) ou água em óleo (A/O) (LABA, 1993).
Emulsões são sistemas estabilizados cineticamente pela adição de agentes
tensoativos, que são capazes de diminuir a tensão interfacial do sistema e de formar
um filme interfacial com propriedades eletrostáticas em torno dos glóbulos da fase
interna (BOOCK, 2007).
A mudança na energia livre durante a formação da emulsão é usualmente
positiva e, por essa razão, as emulsões são termodinamicamente instáveis
(DICKINSON, 2003).
Para que possam ser aplicadas às mais diversas áreas como cosmética,
farmacêutica e química em geral, as emulsões devem apresentar um período
definido e pré-determinado de estabilidade físico-químico sendo esse dependente
das aplicações pretendidas (BOOCK, 2007).
2.5.2 Estudo de Estabilidade em Produtos Manipulados e Análises Físico-Químicas
A necessidade de agilidade no desenvolvimento de novos produtos, o estudo
de estabilidade tornou-se uma ferramenta fundamental para garantir a segurança e
eficácia dos mesmos dentro do prazo necessário para o lançamento comercial. O
estudo de estabilidade de formulações cosméticas como cremes, fornece indicações
sobre o comportamento do produto, em determinado intervalo de tempo, frente a
condições ambientais a que possa ser submetido, desde a fabricação até o término
da validade (BRASIL, 2004).
Dessa forma, o estudo de estabilidade acelerada auxilia na orientação do
desenvolvimento de formulações e compatibilidade com material de embalagem, na
estimativa do prazo de validade e contribui para aumentar a confiabilidade e
segurança dos produtos, assegurando que as características físicas e químicas
responsáveis pela sua eficácia serão mantidas durante o prazo de validade. O perfil
de estabilidade de um produto é um dos parâmetros utilizados para avaliar seu
desempenho, segurança e eficácia, além de sua aceitação pelo consumidor
(BRASIL, 2004).
Aspecto da amostra deve ser analisado, a fim de avaliar as características
macroscópicas para verificação de sinais de instabilidade. A não ocorrência de
separação de fases, de precipitação, de turvação, deve ser indicativa de estabilidade
23
da amostra ensaiada. O aspecto pode ser descrito como granulado, pó seco, pó
úmido, cristalino, pasta, gel, fluido, viscoso, volátil, homogêneo, heterogêneo,
transparente, opaco e leitoso. A amostra pode ser descrita como normal, sem
alteração; levemente separada, precipitada, turva; separada, precipitada, turva
(ISAAC et al., 2008).
A colorimetria ou cor deve ser realizada pela comparação visual, sob
condições de luz branca. A comparação visual da cor da amostra ensaiada com a
cor do padrão deve ser realizada em cerca de 5 g da amostra acondicionados em
frascos iguais. A fonte de luz empregada deve ser a luz branca, natural. A amostra
pode ser classificada, em relação à cor em: normal, sem alteração; levemente
modificada; modificada; intensamente modificada (ISAAC et al., 2008).A coloração
de um cosmético é importante do ponto de vista comercial, uma vez que pode
influenciar a compra, por parte do consumidor, que não se sente atraído pela
aparência do produto (GALEMBECK e CSORDAS, 2011).
O odor da amostra ensaiada deve ser comparado ao odor do padrão,
diretamente através do olfato. A amostra pode ser classificada, em relação ao odor
em: normal, sem alteração; levemente modificado; modificado; intensamente
modificado (ISAAC et al., 2008).
A determinação do pH deve ser realizada em uma dispersão aquosa a 10%
(p/p) da amostra ensaiada em água recém destilada, usando pHmetro digital,
avaliando a diferença de potencial entre dois eletrodos imersos na amostra em
estudo (BRASIL, 2004). O eletrodo deve ser inserido diretamente na dispersão
aquosa (BRASIL, 2001) e valores mantidos entre 5,5 e 6,5, compatíveis com o pH
cutâneo, devem ser usados como critério de estabilidade (ISAAC et al., 2008).
Em embalagem adequada, semelhante àquela a ser usada para a
comercialização do produto cosmético, 10 g da amostra devem ser submetidos a
condições extremas de temperatura, como 5 ºC e 45 ºC, para detecção de sinais de
instabilidade a mudanças de temperaturas e sob manutenção de temperaturas
baixas e elevadas por um determinado intervalo de tempo. A não ocorrência de
separação de fases deve ser indicativa de estabilidade do produto ensaiado (ISAAC
et al., 2008).
Densidade absoluta é definida como a quantidade de massa em uma unidade
de volume:
24
A densidade absoluta é uma propriedade especifica, isto é, cada substância
pura tem uma densidade específica que a identifica ou diferencia de outras
substâncias (ISAAC et al., 2008).
A exposição à radiação luminosa pode alterar significativamente a
características do produto exposto como a cor e o odor e levar à degradação de
componentes da formulação. Para a realização deste teste a fonte de iluminação
pode ser luz solar, ou lâmpadas que apresentem espectro de emissão semelhante a
do sol, como lâmpadas de xenônio (BRASIL, 2004).
Segundo Alves (1996), o ciclo gelo-degelo antecipa processos de separação,
passiveis de ocorrerem durante ao armazenamento das emulsões em condições
normais. Este procedimento avalia a estabilidade da emulsão.
De acordo Ferreira (2008), quando se refere ao aspecto, as amostras devem
manter seu aspecto íntegro durante todo o ciclo dos estudos de estabilidade,
mantendo suas características iniciais, no ciclo gelo-degelo, pequenas alterações
são aceitáveis.
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3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE ESTUDO
Pesquisa qualitativa e explicativa, caracterizada como experimental, que
segundo Togatlian (2011), caracteriza-se por manipular diretamente as variáveis
relacionadas com o objeto de estudo.
3.2 MATERIAIS
Para o preparo das formulações foram utilizados os seguintes materiais:
balança analítica, banho-maria, chapa de aquecimento, batedeira, espátulas, cálice,
vidrarias de uso comum do laboratório. Todas as matérias primas foram analisadas
antes da preparação da formulação, onde todas se encontraram em conformidade
com o laudo do fornecedor. Segue abaixo a descrição das matérias primas utilizadas
para a preparação da formulação testada no trabalho.
a) Crodabase CR2®: utilizada na concentração de 20%, cera auto emulsionante
e emoliente para cremes e loções O/A.
b) Nipazol®: utilizado na concentração de 0,1%. Nipazol® é um conservante
antimicrobiano, de nome propilparabeno. Pouco solúvel em água seu efeito
de conservação é potencializado quando associado com o Nipagin® na
formulação apresenta total solubilidade em água quando aquecido.
c) Nipagin®: utilizado na concentração de 0,1%.Nipagin® é um conservante
antimicrobiano, de nome metilparabeno. Pouco solúvel em água seu efeito de
conservação é potencializado quando associado com o Nipazol® na
formulação apresenta total solubilidade em água quando aquecido.
d) Propilenoglicol: utilizado a 2%, possui propriedades como adjuvante em
produtos farmacêuticos, solvente, agente plastificante e umectante.
e) Agua destilada:diluente.
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f) Óleo de Macadâmia: utilizado na concentração de 1%,o óleo de macadâmia
é, portanto um suplemento de ácido palmitoleico, facilmente absorvido pela
pele e que previne a formação de rugas e o envelhecimento precoce da pele.
g) Óleo de Semente de Uva: utilizado na concentração de 10%,tonificante e
revitalizante da pele com alto poder de penetração, previne as estrias devido
à alta concentração de alfa tocoferol.
h) Óleo de girassol: utilizado na concentração de 5%, ajuda na manutenção da
vitalidade sendo um excelente auxiliar na recuperação da pele agredida.
Protege e recupera a elasticidade das áreas ressecadas, corrigindo e
evitando descamações.
i) Óleo de amêndoas: utilizado na concentração de 5%, hidrata e previnem
estrias, o óleo de amêndoas, bem como outros óleos vegetais, deixa a pele
mais protegida contra a perda de água.
j) Óleo de Silicone: utilizado na concentração de 3%, proporciona maciez,
emoliência, espalhamento; diminui a sensação de pegajosidade e a formação
de espuminha característica dos agentes emulsionantes.
3.3 MÉTODOS
A seguir são descritos os métodos utilizados para o preparo das formulações
do estudo, juntamente com as metodologias para análise da estabilidade e das
características físico-químicas destas formulações.
3.3.1 Preparação da formulação
A utilização do creme base chem para essa formulação foi escolhida devido a
grande concentração de óleo que ele suporta, não ocorrendo à separação das fases.
A tabela 1 descreve as matérias primas utilizada para a fabricação do creme
base chem utilizado na formulação, respectivamente, funções.
27
A tabela 2 descreve as matérias primas utilizada para a formulação da
emulsão tipo creme (A/O) hidratante para prevenção de estrias de gestante, para
essa formulação foi utilizado como referência o creme hidratante Mater Skin®
produzido pelo laboratório da Biolab, onde se observou os ativos que compõem a
sua formulação. A partir desses dados buscou-se a concentração usual de cada
componente, sendo acrescentada a formulação desenvolvida mais dois ativos que
não constam no Mater Skin®, o óleo de silicone e óleo de girassol.
Tabela 1- Matérias primas utilizadas para a fabricação do creme base chem.
Componentes* Função
(1) Crodabase 20% Emulsionante
(1) Nipazol 0,1% Conservante
(2) Nipagin 0,1% Conservante
(2) Propilenoglicol 2% Umectante
(2) Agua destilada Veículo
Fonte: Dados da pesquisa (2013) * o número à esquerda designa a fase da emulsão: (1) oleosa; (2) aquosa;
Tabela 2- Matérias primas utilizadas para a fabricação da emulsão tipo creme hidratante para a
prevenção de estrias em gestante na quantidade de 2.200 g
Componentes Quantidade a ser pesada
Óleo de Macadâmia 1% 22g
Óleo de Semente de Uva 10% 220g
Óleo de Girassol 5% 110g
Óleo de Amêndoas 5% 110g
Óleo de silicone 3% 66g
Creme base Chem qsp 1,672kg
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
Para o preparo do creme base chem foi pesado os componentes
individualmente em ordem. Após misturou-se os componentes da Fase A (aquosa) e
foi levado para aquecimento até 75ºC. Em seguida misturar os componentes da
Fase B (oleosa) e aquecer até 75ºC. As duas fases aquecidas, adicionar a fase
aquosa sobre a fase oleosa sob agitação lenta. Manter agitação lenta até
temperatura ambiente (PIRES, 2008).
28
Para a fabricação da emulsão tipo creme hidratante foram preparadas
conforme o procedimento descrito a seguir:
Pesaram-se todos os componentes em ordem crescente da fórmula.
Em um refratário adicionou-se gradualmente o creme base chem com os
ativos até o final, formando uma mistura homogênea.
Após as 24 horas do preparo, as amostras foram acondicionadas nas suas
respectivas embalagens. Esta foi considerada a amostra inicial.
3.3.2 Estudo de estabilidade
Os testes de estabilidade foram realizados conforme as diretrizes ANVISA,
através do Guia para Realização de Estudos de Estabilidade da RE n°1, de 29 de
julho de 2005 (BRASIL, 2005) e Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos
(BRASIL, 2004). Para tanto, foram realizados Estudo de Estabilidade Acelerada
(EEA).A estabilidade da formulação e do Mater Skin® foi avaliada por testes
acelerados constituídos por armazenagem em estufa, geladeira e ambiente,
exposição a radiação luminosa e ciclos de gelo-degelo.
As emulsões foram avaliadas periodicamente, centrifugação, pH,
características de espalhabilidade, características físicas e organolépticas. Amostras
em triplicata do produto foram deixadas em estufa (45 - 50 °C), em geladeira (0 - 5
°C) e em temperatura ambiente (25 - 30 °C).
As formulações foram acondicionadas em potes plásticos contendo 60g, após
serem limpos com água, detergente neutro e álcool. A distribuição das amostras foi
feita todas em triplicata: 3 embalagens(triplicata) da formulação para o tempo de 15
dias para cada ambiente (estufa, geladeira e ambiente); 3 embalagens triplicata) da
formulação para o tempo de 30 dias para cada ambiente (estufa, geladeira e
ambiente); e 3 embalagens (triplicata)da formulação para o tempo de 60 dias para
cada ambiente (estufa, geladeira e ambiente); 3 amostras (triplicata) para a
exposição à radiação luminosa e 3 amostras (triplicata) para o ciclo gelo degelo
(RUKEL,2009).
A fórmula industrial Mater Skin® foi utilizada apenas uma amostra para cada
tempo.
29
A análise inicial foi realizada após o tempo de repouso de 24 horas do
preparo da formulação, foi mantida como padrão de referência para todas as demais
análises do estudo (RUKEL, 2009).
Quadro 1- Amostras para o estudo de estabilidade acelerada por tempo
ESTUFA
15 dias-3 amostras formulação
15 dias-1 amostra Mater Skin®
30 dias- 3 amostras formulação 30 dias-1 amostra Mater Skin®
60 dias-3 amostras formulação 60 dias-1 amostra Mater Skin®
GELADEIRA
15 dias-3 amostras formulação 15 dias-1 amostra Mater Skin®
30 dias- 3 amostras formulação 30 dias-1 amostra Mater Skin®
60 dias-3 amostras formulação 60 dias-1 amostra Mater Skin®
AMBIENTE
15 dias-3 amostras formulação 15 dias-1 amostra Mater Skin®
30 dias- 3 amostras formulação 30 dias-1 amostra Mater Skin®
60 dias-3 amostras formulação 60 dias-1 amostra Mater Skin®
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
3.3.3 Análises físico-químicas
Para a avaliação das análises físico-químicas foram analisadas
características organolépticas, aparência, cor e odor, pH, densidade, centrifugação,
espalhabilidade e peso médio sendo descritas abaixo:
3.3.4 Características organolépticas
Aparência: a amostra da formulação e do Mater Skin® foi analisada em
relação ao padrão (tempo zero-inicial), sendo descritas como normal, sem alteração,
levemente separada, precipitada, separada (ISAAC et al., 2008).
Cor: a análise visual da cor da amostra ensaiada formulação e Mater Skin®,
com a cor do padrão (tempo zero – inicial), foram realizados observando diretamente
a amostra na embalagem de estudo. As amostras foram classificadas, como: normal,
sem alteração, levemente modificada, modificada, intensamente modificada (ISAAC
et al., 2008).
Odor: o odor das amostras da formulação e Mater Skin® foram comparados
ao odor do padrão (tempo zero-inicial), diretamente através do olfato. As amostras
30
foram classificadas, como: normal, sem alteração, levemente modificado,
modificado, intensamente modificado (ISAAC et al., 2008).
Figura 3- Formulação e Mater Skin® no tempo zero-inicial.
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
3.3.5 Medidas de potencial hidrogeniônico (pH).
As análises com pHmetro foram realizadas após cada período de estudo a
que foram submetidas, foram analisadas todas em temperatura ambiente.
Figura 4 - pHmetro Digital
Fonte- Dados da pesquisa (2013)
3.3.6 Centrifugação
Formulação
Mater Skin®
31
A estabilidade foi analisada em centrífuga, onde, as amostras foram
colocadas em tubo e submetidas a 2000 RPM por 15 minutos.
Figura 5 - Centrífuga
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
A seguir, as amostras foram analisadas visualmente quanto à separação ou
não de fases (SANCTIS, 1999).
3.3.7 Densidade
Adicionou-se amostra da formulação e do Mater Skin® em um cálice
previamente pesado e tarado até o volume de 30 ml, após verificando-se o peso das
amostras. O cálculo da densidade foi realizado através da relação entre massa e
volume ocupado e expresso em g/mL.
Figura 6 - Amostra para o cálculo de densidade.
32
Fonte: Dados da pesquisa (2013).
3.3.8 Espalhabilidade
A determinação da espalhabilidade foi realizada de acordo com metodologia
previamente descrita na literatura por Knorst (1991).No equipamento utilizado, uma
placa molde circular, de vidro (diâmetro = 20 cm; espessura = 0,2 cm), com orifício
central de 1,2 cm de diâmetro, foi colocada sobre uma placa-suporte de vidro (20 cm
x 20 cm) posicionado sobre uma escala milimetrada. A amostra foi introduzida no
orifício da placa molde e a superfície foi nivelada com espátula. A placa molde foi
cuidadosamente retirada e sobre a amostra foi colocada uma placa de vidro de peso
conhecido. Após 30 segundos, foi realizada a leitura dos diâmetros abrangidos pela
amostra, em quatro posições opostas, com auxílio da escala do papel milimetrado.
Posteriormente, foi calculado o diâmetro médio. Este procedimento foi repetido
acrescentando-se sucessivamente outras placas, em intervalos de trinta segundos.
Os resultados foram expressos em espalhabilidade da amostra em função do peso
aplicado, de acordo com a equação abaixo.
Figura 7- Placa de vidro com base milimetrada.
33
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
3.3.9 Peso Médio
O peso médio foi calculado, tendo como referência o peso inicial da amostra
da formulação e do Mater Skin® em cada embalagem que foi acondicionada sendo
a média de 60,003 gramas em cada pote, sendo analisado após em cada tempo de
análise.
3.3.10 Radiação Luminosa
Para o ensaio de exposição à radiação luminosa, 3 amostras da formulação e
1 amostra do Mater Skin® foram submetidas a condições extremas de incidência
luminosa direta. As amostras foram armazenadas em uma caixa fechada de
dimensões 35 cm x 35 cm x 15 cm (L x C x P) contendo uma lâmpada de 25 W de
potência (RUKEL,2009). Foram realizados 5 ciclos de claro-escuro de 12 horas,
onde a lâmpada permaneceu acesa por 12 horas e apagada por 12 horas, repetindo
este processo por 5 dias consecutivos. Após este ensaio, as amostras foram
submetidas a todas as análises físico-químicas já descritas: características
organolépticas, pH, centrifugação, espalhabilidade, densidade.
34
3.3.11 Ciclo gelo-degelo
As amostras permaneceram por 24 horas em congelador, e depois 24 horas
em estufa a 40 °C. Este ciclo foi repetido por 3 vezes, totalizando 6 dias de análise.
Após estes 3 ciclos completos, as amostras foram então, submetidas às análises
físico-químicas de características organolépticas, pH, centrifugação, densidade,
espalhabilidade e peso médio.
35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A formulação desenvolvida do creme hidratante para prevenção de estrias e
do Mater Skin® foram submetidas ao estudo de estabilidade acelerada, foi analisada
mediante amostras em triplicata nos tempos de 0, 15, 30 e 60 dias, de cada
ambiente de estudo (ambiente, estufa e geladeira) e após o ensaio de incidência da
radiação luminosa e ciclo gelo degelo.
4.1 CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS
Tabela 3- Resultados das características organolépticas da Formulação e do Mater Skin®.
APARÊNCIA COR ODOR
ZERO
Formulação: Creme Viscoso Mater Skin®: Loção Viscosa
Formulação: Branco Mater Skin®: Levemente Amarelada
Formulação: Erva Doce Suave Mater Skin®: Mamãe e bebê
AMBIENTE
15 DIAS
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
30 DIAS
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
60 DIAS
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
GELADEIRA
15 DIAS
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
30 DIAS
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
60 DIAS
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
Formulação: S.A Mater Skin®: S.A
ESTUFA
15 DIAS
Formulação: Separação de fases Mater Skin®: separação de fases
Formulação: levemente amarelo Mater Skin®: amarelo intenso
Formulação: Erva Doce Perceptível. Mater Skin®: mamãe bebê Perceptível
30 DIAS
Formulação: Separação de fases Mater Skin®: Separação de fases
Formulação: levemente amarelo Mater Skin®: amarelo intenso
Formulação: Erva Doce Perceptível. Mater Skin®: mamãe bebê
60 DIAS
Formulação: Separação de fases Mater Skin®: separação de fases
Formulação: Amarelo Mater Skin®: amarelo intenso
Formulação: Erva Doce Perceptível. Mater Skin®: mamãe bebê
Fonte:Dados da pesquisa(2013)
Onde: S.A- Sem Alteração
* Os resultados em colorido demonstram alterações.
Como pode-se observar acima na tabela 3, as características da formulação e
do Mater Skin® em todo o tempo de estudo nas temperaturas ambiente e geladeira
36
manteve as mesmas características do tempo zero, apresentou-se estável. As
amostras da formulação e do Mater Skin® que ficaram expostas na temperatura
entre 45ºC e 50ºC na estufa apresentaram-se todas com alterações em todas as
características estudadas descritas na tabela 3 abaixo, no período 15, 30 e 60 dias
de estudo, não sendo apropriadas para o uso do mesmo, isto deveu-se à exposição
em alta temperatura ocasionando a separação das fases óleo/agua, mudança na
cor e no odor na formulação e no Mater Skin®, este processo de amarelamento e
separação de fases e mudanças no odor é justificado com a elevação da
temperatura que acelera as reações de decomposição como nos processos
oxidativos (SHUELLER, 2005).
4.2 ANÁLISE DE PH
Na tabela 4 pode-se observar os resultados da análise de pH para a
formulação e para o Mater Skin®.
Tabela 4 - Representação dos resultados de pH das amostras da formulação e do Mater Skin® (média dos valores).
pH Formulação ZERO 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Estufa 7,30
4,49 4,36 3,55
Geladeira 6,45 6,42 6,69
Ambiente 6,72 6,68 8,03
pH Mater Skin® ZERO 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Estufa 8,97
8,49 8,08 4,40
Geladeira 8,56 8,50 8,00
Ambiente 8,72 8,65 8,00
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
* Os Resultados em colorido demostra alterações.
De acordo com Lindeman (2012), na literatura e na legislação não existe um
parâmetro de aceitação na variação destes valores, para este estudo adotou-se
como variação não significativa para os valores de pH, um valor que não ultrapasse
±15% do valor inicial.
Analisando a tabela 4 pode-se observar que as amostras da formulação e do
Mater Skin® na geladeira e ambiente mantiveram-se com alterações mínimas em
todo o tempo de estudo, quando exposto em temperatura elevada na estufa as
amostras da formulação no período de análise de 15, 30 e 60 dias diminuíram além
dos valores de tolerância estabelecidos, já o Mater Skin® mostrou alteração apenas
na análise de 60 dias, apresentando o valor do pH diminuído. Possivelmente, a
37
diminuição nos valores de pH seja consequência de um processo de degradação
dos compostos graxos constituintes da fase oleosa da emulsão (ALVES, 1996).
4.3 CENTRIFUGAÇÃO
De acordo com a tabela 5 podemos avaliar os resultados obtidos na
centrifugação onde amostras da formulação e do Mater Skin® no tempo zero, 15, 30
e 60 dias, foram submetidas a 2000 RPM durante 15 minutos.
Tabela 5- Resultados Centrifugação da Formulação e do Mater Skin®.
Centrifugação
ZERO
Formulação: Sem Separação Mater Skin®: Sem Separação
AMBIENTE
15 DIAS
Formulação: Sem Separação Mater Skin®: Sem Separação
30 DIAS
Formulação: Sem Separação Mater Skin®: Sem Separação
60 DIAS
Formulação: Sem Separação Mater Skin®: Sem Separação
GELADEIRA
15 DIAS
Formulação: Sem Separação Mater Skin®: Sem Separação
30 DIAS
Formulação: Sem Separação Mater Skin®: Sem Separação
60 DIAS
Formulação: Sem Separação Mater Skin®: Sem Separação
ESTUFA
15 DIAS
Formulação: Sem Separação Mater Skin®: Sem Separação
30 DIAS
Formulação: Sem Separação Mater Skin®: Sem Separação
60 DIAS
Formulação: Sem Separação Mater Skin®: Separação de fases
Fonte:Dados da pesquisa (2013). * O resultado em colorido demostra alteração.
As amostras da formulação em todos os períodos submetidos ao processo de
centrifugação apresentaram-se homogêneas, não ocorrendo a separação de fases.
As amostras do Mater Skin® permaneceram homogêneas, exceto a amostra que
permaneceu por 60 dias na estufa, onde ocorreu a separação de fases.
De acordo com Lachman, Lieberman e Kanig (2001), mesmo que ocorra
cremação em uma emulsão, ela pode continuar a ser aceitável do ponto de vista
farmacêutico ou cosmético, desde que passível de ser reconstituída por agitação
moderada. No entanto, descartam-se essas emulsões porque a separação de fases
38
torna o produto pouco estético e distante do padrão de qualidade estimado pelo
consumidor.
Figura 8 – Mater Skin® análise 60 dias estufa.
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
4.4 DENSIDADE
De acordo com Lindeman (2012), para este estudo adotou-se como variação
não significativa para os valores de densidade, um valor que não ultrapasse ±15%
do valor inicial. Analisando a tabela 6, os resultados obtidos em todos os tempos de
análises das amostras da formulação e do Mater Skin® demostram que não houve
alterações significativas nos valores.
Tabela 6- Resultados Densidade da Formulação e do Mater Skin®.
Densidade Formulação
ZERO 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Estufa 0,916g/ml
0.946g/ml 0.946g/ml 0,985g/ml
Geladeira 0,910g/ml 0.912g/ml 0,913g/ml
Ambiente 0,918g/ml 0.918g/ml 0,920g/ml
Densidade Mater Skin®
ZERO 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Estufa 0.990g/ml
0.881g/ml 0.880g/ml 0,889g/ml
Geladeira 0.981g/ml 0.981g/ml 0,982g/ml
Ambiente 0.926g/ml 0.926g/ml 0,932g/ml
Fonte: Dados da pesquisa (2013). * A densidade da formulação deve estar entre 0,778g/ml a 1,053 g/ml. * A densidade do Mater Skin® deve estar entre 0,841g/ml a 1,138g/ml.
39
4.5 PESO MÉDIO
Analisando a tabela 7 podemos verificar as análises nos tempos de 15, 30 e
60 dias, comparando com o peso inicial no tempo zero, observamos que as
amostras da formulação em todo o tempo de estudo mantiveram-se dentro dos
padrões desejados de ± 15% (LINDEMAN, 2012). Avaliando o peso médio das
amostras do Mater Skin®, nota-se que apenas as amostras de 60 dias no qual
ficaram expostas em temperatura elevada na estufa ocorreram uma perda maior do
peso, onde pode concluir que possa ter uma proporção maior de água na
formulação do mesmo, demonstrando que houve perda de água por evaporação a
essa temperatura.
Tabela 7- Resultados Peso Médio da Formulação e do Mater Skin®.
Peso Médio Formulação
ZERO 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Estufa 60,003g
56,870g 56,870g 55,032g
Geladeira 59,757g 59,757g 59,759g
Ambiente 59,368g 59,368g 58,653g
Peso Médio Mater Skin®
ZERO 15 DIAS 30 DIAS 60 DIAS
Estufa 60,003g
53,839g 53,829g 48,749g
Geladeira 59,848g 59,818g 59,577g
Ambiente 59,838g 59,818g 59,271g
Fonte: Dados da pesquisa (2013). * O peso médio da formulação e do Mater Skin® deve permanecer entre 51,002g a 69,003g. * O resultado em colorido demonstra alteração do peso médio.
4.6 ESPALHABILIDADE
A determinação da espalhabilidade serve para avaliar alterações nas
características reológicas da formulação durante o estudo. A aceitação pelo
consumidor é dada pela aparência, sensação pelo contato inicial com a pele,
espalhabilidade e oleosidade residual após a aplicação (KNORST, 1991).
O perfil de espalhabilidade das amostras das formulações se do Mater Skin®
estão apresentados na Tabela 8 abaixo. Para a avaliação da espalhabilidade foi
adotado como referência o valor de ±2 cm² para cada peso comparado a análise da
amostra inicial. Após avaliação entre as amostras, pode se observar que os valores
encontrados durante o período de estudo ultrapassou os valores estabelecidos. A
amostra da formulação no período de 15, 30 e 60 dias apresentou alteração em
40
temperatura ambiente e estufa. O Mater Skin® no período de 15, 30 e 60 dias
apresentou alteração expostos em geladeira e estufa. Analisando os tempos de 15,
30 e 60 dias da formulação e do Mater Skin® em função do peso adicionados,
observa-se que os valores encontrados apresentaram comportamentos paralelos,
embora tenham apresentado valores de espalhabilidade significativamente
superiores em relação à análise da amostra inicial. Os resultados analisados
demonstram que mesmo apresentando variações em relação ao tempo inicial a
espalhabilidade da formulação e do Mater Skin® não foi comprometida, pois quanto
mais espalhável uma emulsão for, melhor será a sua absorção.
Tabela 8 - Representação dos resultados da espalhabilidade das amostras da formulação e do Mater Skin®.
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
* O resultado em colorido demostra as alterações da espalhabilidade que ultrapassou os valores
estabelecidos de ±2cm².
ESPALHABILIDADE (Valores em cm²)
TE
MP
O
ZE
RO
Amostra Placa Placa+ 100g Placa + 200g Placa+ 300g Placa+ 400g
Formulação 5,80 6,82 7,61 8,16 8,55
Mater Skin® 7,53 9,49 10,51 11,38 12,08
15 D
IAS
Formulação Placa Placa+ 100g Placa + 200g Placa+ 300g Placa+ 400g
Geladeira 7,34 8,19 8,75 9,32 10,00
Estufa 8,62 9,08 9,22 9,44 9,79
Ambiente 7,80 11,38 12,00 12,37 12,69
Mater Skin® Placa Placa+ 100g Placa + 200g Placa+ 300g Placa+ 400g
Geladeira 8,53 9,01 9,55 9,66 9,90
Estufa 7,21 8,19 8,57 9,08 9,38
Ambiente 8,59 8,74 10,27 10,96 11,04
30 D
IAS
Formulação Placa Placa+ 100g Placa + 200g Placa+ 300g Placa+ 400g
Geladeira 7,42 8,21 8,87 9,45 10,10
Estufa 8,71 9,18 9,42 9,65 9,81
Ambiente 7,85 11,46 12,16 12,40 12,71
Mater Skin® Placa Placa+ 100g Placa + 200g Placa+ 300g Placa+ 400g
Geladeira 8,63 9,10 9,65 9,70 9,96
Estufa 7,22 8,39 8,87 9,18 9,48
Ambiente 8,79 8,94 10,67 11,06 11,77
60 D
IAS
Formulação Placa Placa+ 100g Placa + 200g Placa+ 300g Placa+ 400g
Geladeira 7,49 8,27 8,96 9,54 10,32
Estufa 8,80 9,44 9,67 9,89 10,01
Ambiente 7,95 11,50 12,35 12,78 12,96
Mater Skin® Placa Placa+ 100g Placa + 200g Placa+ 300g Placa+ 400g
Geladeira 8,13 8,90 9,13 9,65 9,86
Estufa 8,01 8,44 8,96 9,32 9,76
Ambiente 8,81 8,79 9,90 10,98 11,55
41
4.7 CICLO GELO-DEGELO
4.7.1 Características organolépticas (ciclo gelo-degelo)
Tabela 9 - Resultados das características organolépticas ciclo gelo degelo
CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS
TE
MP
O Z
ER
O
Amostra Aparência Cor Odor
Formulação Creme Viscoso Branco Erva Doce Suave
Mater Skin® Loção Viscosa Levemente Amarelada Mamãe e bebê
PÓ
S-C
ICL
O
GE
LO
DE
GE
LO
Amostra Aparência Cor Odor
Formulação Sem alterações
Sem alterações Sem alterações
Mater Skin® Sem alterações Sem alterações Sem alterações
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)
A tabela 9 demonstra que a análise realizada no gelo degelo não alterou as
características organolépticas das amostras estudadas.
4.7.2 Peso médio (ciclo gelo-degelo)
A tabela 10 demonstra o peso médio das amostras da Formulação e do
Mater Skin® no teste do ciclo gelo-degelo, na qual a média do resultado ciclo gelo-
degelo comparando com o peso médio inicial não há variação, sendo que os
resultados não ultrapassam os parâmetros estipulados de ±15%.O peso médio da
formulação e do Mater Skin® deve permanecer entre 51,002g a 69,003g.
Tabela 10 - Resultados de peso médio das amostras submetidas ao ciclo gelo-degelo
PESO MÉDIO
Amostra Tempo Zero Ciclo gelo- degelo
Formulação 60,003g 59,740g
Mater Skin® 60,003g 59,890g
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)
42
4.7.3 pH (ciclo gelo-degelo)
O pH da formulação deve permanecer entre 6,20 a 8,39, o pH do Mater Skin®
deve permanecer entre 7,62 e 10,31.
De acordo com a tabela 11, observou-se que o pH do ciclo gelo-degelo, não
apresentou diferença quando verificado sob o parâmetro de variação estabelecido
±15%.
Tabela 11 - Resultados de pH das amostras ciclo gelo degelo
VALOR pH
Amostra Tempo Zero Ciclo gelo degelo
Formulação 7,30 6,80
Mater Skin® 8,97 7,88
Fonte: Dados da Pesquisa (2013).
4.7.4 Densidade (ciclo gelo-degelo)
Os resultados obtidos na tabela 12 demonstram o valor da densidade das
amostras da formulação e do Mater Skin®, não ocorrendo variações quando
verificadas sob o limite estabelecido ±15%.
Tabela 12 - Resultados de densidade das amostras ciclo gelo-degelo
DENSIDADE
Amostra Tempo Zero Ciclo gelo degelo
Formulação 0,916 g/mL 0,950 g/mL
Mater Skin® 0,990g/ml 0,985g/ml
Fonte: Dados da Pesquisa (2013). * A densidade da formulação deve estar entre 0,778g/ml a 1,053 g/ml. * A densidade do Mater Skin® deve estar entre 0,841g/ml a 1,138g/ml.
4.7.5 Espalhabilidade (ciclo gelo degelo)
Para a avaliação da espalhabilidade foi adotado como referência o valor de ±2
cm² para cada peso comparado a análise da amostra inicial. Analisando a tabela 13,
observa-se que os resultados de espalhabilidade não modificou no tempo de estudo
no ciclo gelo degelo.
43
Tabela 13 - Resultados da espalhabilidade ciclo gelo degelo
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)
4.7.6 Centrifugação (ciclo gelo degelo)
As amostras se mantiveram estáveis, sem separação de fases de acordo com a
tabela 14 no processo de centrifugação a 2000 RPM durante 15 minutos.
Tabela 14 - Resultado de centrifugação das amostras gelo degelo
CENTRIFUGAÇÃO
Amostra Tempo Zero Ciclo gelo degelo
Formulação Sem separação Sem separação
Mater Skin® Sem separação Sem separação
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)
4.8 RADIAÇÃO LUMINOSA
Nas 3 amostras (em triplicata) da formulação e 1 amostra do Mater Skin®
levadas para estudo em exposição à radiação luminosa (em 5 ciclos), foram
realizadas as análises físico-químicas para verificar a ocorrência ou não de
alterações . Abaixo pode-se verificar os resultados obtidos no decorrer do estudo.
4.8.1 Características organolépticas (radiação luminosa)
De acordo com a tabela 15 abaixo as características organolépticas
analisadas no período em que esteve exposta na radiação luminosa mantiveram-se
estáveis não ocorrendo alterações.
ESPALHABILIDADE (Valores em cm²)
TE
MP
0Z
ER
O
Amostra Placa Placa+
100g
Placa
+200g
Placa
+300g
Placa
+400g
Formulação 5,80 6,82 7,61 8,16 8,55
Mater Skin® 7,53 9,49 10,51 11,38 12,08
PÓ
S-C
ICL
O
GE
LO
DE
GE
LO
Amostra Placa Placa+
100g
Placa
+200g
Placa
+ 300g
Placa
+ 400g
Formulação 6,03 6,90 7,70 8,49 8,97
Mater Skin® 7,69 9,78 10,75 11,54 11,98
44
Tabela 15 - Resultados das características organolépticas radiação luminosa
CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS
TE
MP
O Z
ER
O Amostra Aparência Cor Odor
Formulação Creme Viscoso Branco Erva Doce Suave
Mater Skin®
Loção Viscosa
Levemente Amarelada Mamãe e bebê
PÓ
S-
RA
DIA
ÇÃ
O
LU
MIN
OS
A
Amostra Aparência Cor Odor
Formulação
Sem alterações
Sem alterações Sem alterações
Mater Skin® Sem alterações
Sem alterações
Sem alterações
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)
4.8.2 Peso médio (radiação luminosa)
O peso médio da formulação e do Mater Skin® deve permanecer entre
51,002g a 69,003g. Os resultados obtidos na tabela 16 demonstram que não
ocorreram variações significativas no peso médio quando verificadas sob o limite
estabelecido ±15%.
Tabela 16 - Resultados de peso médio das amostras submetidas à radiação luminosa.
PESO MÉDIO
Amostra Tempo Zero Radiação Luminosa
Formulação 60,003g 59,890g
Mater Skin® 60,003g 59,945g
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)
4.8.3 pH (radiação luminosa)
O pH da formulação deve permanecer entre 6,20 a 8,39, o pH do Mater Skin®
deve permanecer entre 7,62 e 10,31. Observando os resultados na tabela 17, os
valores obtidos nas amostras mantiveram-se com pequena variação no estudo, não
sendo significativos quando verificadas sob o limite estabelecido ±15%.
45
Tabela 17 - Resultados de pH das amostras radiação luminosa
VALOR pH
Amostra Tempo Zero Radiação Luminosa
Formulação 7,30 7,01
Mater Skin® 8,97 8,40
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)
4.8.4 Densidade (radiação luminosa)
Na densidade pode se observar que o resultado da análise na tabela 18 de
exposição á radiação luminosa, manteve-se próximo ao tempo zero, sendo que não
sofreu alterações significativas de acordo com os limites estabelecidos de ± 15%
(LINDEMANN, 2012).
Tabela 18 - Resultados de densidade das amostras radiação luminosa
DENSIDADE
Amostra Tempo Zero Radiação Luminosa
Formulação 0,916 g/mL 0,932 g/mL
Mater Skin® 0,990g/mL 0,989g/mL
Fonte: Dados da Pesquisa (2013) * A densidade da formulação deve estar entre 0,778g/ml a 1,053 g/ml. * A densidade do Mater Skin® deve estar entre 0,841g/ml a 1,138g/ml.
4.8.5 Espalhabilidade (radiação luminosa)
Para a avaliação da espalhabilidade foi adotado como referência o valor de ±2
cm² para cada peso comparado a análise da amostra inicial.
Os valores obtidos abaixo na tabela 19 demonstram os resultados da
espalhabilidade das amostras da formulação e do Mater Skin®, observando
verificamos que não ocorreu mudanças significativas no período de estudo nas
amostras, em comparação com os limites estabelecidos.
46
Tabela 19 - Resultados da espalhabilidade das amostras da radiação luminosa
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)
4.8.6 Centrifugação (Radiação Luminosa)
Tabela 20 - Resultado de centrifugação das amostras radiação luminosa
CENTRIFUGAÇÃO
Amostra Tempo Zero Radiação Luminosa
Formulação Sem separação Sem separação
Mater Skin® Sem separação Sem separação
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)
As amostras se mantiveram estáveis, sem separação de fases de acordo com
a tabela 20 no processo de centrifugação a 2000 RPM durante 15 minutos.
ESPALHABILIDADE (Valores em cm²)
TE
MP
0 Z
ER
O
Amostra
Placa
Placa+
100g
Placa
+200g
Placa
+300g
Placa
+400g
Formulação 5,80 6,82 7,61 8,16 8,55
Mater Skin® 7,53 9,49 10,51 11,38 12,08
PÓ
S-C
ICL
O
RA
DIA
ÇÃ
O
LU
MIN
OS
A
Amostra
Placa
Placa+
100g
Placa
+200g
Placa
+ 300g
Placa
+ 400g
Formulação 6,15 6,98 7,89 8,65 9,10
Mater Skin® 7,89 9,88 10,95 11,34 11,68
47
5 CONCLUSÃO
A grande necessidade na velocidade que as indústrias necessitam para
lançar cosméticos no mercado faz com que cada vez mais técnicas de estabilidade
acelerada sejam precisas nos seus resultados fornecendo informações objetivas e
com maior antecedência quando comparada às metodologias convencionais de
análise.
Após o desenvolvimento da formulação de uma emulsão hidratante para a
prevenção de estrias em gestante em comparação com o Mater Skin® e submeter
as amostras aos procedimentos previstos na metodologia, em posse dos resultados
obtidos da análise da estabilidade físico-química do mesmo, conclui-se que foram
constatadas algumas alterações nas características organolépticas, pH , peso
médio e no processo de centrifugação da formulação e do Mater Skin®, indicaram
alterações importantes apenas quando expostas em temperatura elevada. Onde se
observa que mesmo as indústrias com toda a parte de controle de qualidade de seus
produtos ainda não consegue total estabilidade de um produto cosmético se
submetido à altas temperaturas, indicações de armazenagem são muito importantes
para se obter conservação adequada desses produtos que são sensíveis quando
expostos a alta temperatura.
A espalhabilidade da formulação e do Mater Skin® durante todo o tempo de
estudo apresentaram variações em relação ao tempo inicial, mesmo apresentando
variações o resultado não comprometi a sua espalhabilidade, pois quanto mais
espalhável uma emulsão for, melhor será a sua absorção, convém citar que a
espalhabilidade é uma das características essenciais dessas formas farmacêuticas,
pois está intimamente relacionada com sua aplicação no local de absorção ou ação.
O comportamento dos produtos frente à elevação de temperatura foi
significativo, apontando para que cada vez mais esses testes de estabilidade de
produtos farmacêuticos sejam aprimorados e otimizados para garantia de uso ao
consumidor.
Desenvolver uma formulação de creme hidratante para gestante e
comparação com o Mater Skin® e testar a sua estabilidade, foi possível observar
que durante o período de estudo, o sistema de análises desenvolvidas mostrou-se
satisfatório e que produtos manipulados além de possuir um valor comercial mais
48
acessível chegando nesta formulação a 75% menor que o industrial, possui
estabilidade igual a uma formulação industrializada.
49
REFERÊNCIAS
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