TÓPICOS PARA DESENVOLVER NA MONOGRAFIA DO TC1 · Web viewpaulo ernane giehl. desenvolvimento de...
Transcript of TÓPICOS PARA DESENVOLVER NA MONOGRAFIA DO TC1 · Web viewpaulo ernane giehl. desenvolvimento de...
CENTRO UNIVERSITARIO FEEVALE
PAULO ERNANE GIEHL
DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA INTERAGIR NA INTEGRAÇÃO DA CADEIA LOGÍSTICA DE UMA INDÚSTRIA
CALÇADISTA
Novo Hamburgo, maio de 2005.
PAULO ERNANE GIEHL
DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA INTERAGIR NA INTEGRAÇÃO DA CADEIA LOGÍSTICA DE UMA INDÚSTRIA
CALÇADISTA
Trabalho de conclusão de cursoCentro Universitário Feevale
Instituto de Ciências Exatas e TecnológicasCurso de Ciência da Computação
Professor orientador: Delfim Luiz Torok
Novo Hamburgo, junho de 2005.
RESUMO
A competitividade de uma empresa pode ser aumentada por sua agilidade e
confiabilidade. Com a sofisticação dos sistemas e com a facilidade de comunicação entre
empresas, favorecida com o surgimento e aperfeiçoamento da Internet, a Troca Eletrônica de
Dados (Electronic Data Interchange ou EDI) é uma boa opção para alcançar este objetivo.
Mesmo que a EDI tenha surgido há muito tempo e que possibilite maior agilidade e
confiabilidade na troca de informações entre empresas, o seu uso efetivo está longe da
realidade ou até mesmo da intenção de muitas empresas. Sendo assim, este trabalho tem como
objetivo estudar e pesquisar assuntos relacionados com a EDI para desenvolver, com o
conhecimento obtido, uma ferramenta que simplifique e agilize o processo de implantação da
EDI para a integração da cadeia logística de uma indústria calçadista.
Palavras chave: Troca Eletrônica de Dados, Agilidade, Confiabilidade, Integração, Implantação.
ABSTRACT
The competitiveness rise of a company can be achieved with its agility and
trustfulness. With the systems sophistication and with the communication facility among
companies, favored with the improvement of the Internet, the Electronic Data Interchange
(EDI) is a good option to achieve this objective. Even the EDI had arisen a long time ago and
it has been able to give greater agility and trustfulness on the data interchange among
companies, its effective usage is far from the reality or intention of many companies. In such
case, this work has the objective to study and to research subjects related with EDI to develop,
with the knowledge obtained, a software tool to simplify and make faster the implantation
process of the EDI for the logistics chain integration of an shoe company.
Key words: Electronic Data Interchange, Agility, Trustfulness, Integration, Implantation.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Cadeia de suprimentos do setor calçadista...........................................................13
Figura 2.1 - Identificação EAN e EDI Através da Cadeia de Suprimentos..............................29
Figura 3.1 – Fluxo das mensagens através da cadeia calçadista...............................................39
Figura 4.1 – Motivo para implantar a EDI................................................................................45
Figura 4.2 – Forma utilizada para comunicação.......................................................................46
Figura 4.3 – Previsão para uso da EDI.....................................................................................47
Figura 4.4 – Vantagens associadas ao uso EDI pela indústria calçadista.................................48
Figura 4.5 – Vantagens associadas ao uso EDI pelos fornecedores da indústria calçadista.....48
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 – Dificuldades das indústrias no processo de implantação da EDI.........................49
Tabela 4.2 – Dificuldades dos fornecedores da indústria calçadista no processo de implantação da EDI...........................................................................................................50
LISTA DE ABREVIATURAS
ABICALÇADOS Associação Brasileira das Indústrias de CalçadosABLAC Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e CalçadosACI-NH Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo
ASSINTECAL Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos
B2B Business to BusinessB2C Business to ConsumerCICB Centro das Indústrias de Curtumes do BrasilCNAB Centro Nacional de Automação BancariaCTCCA Centro Tecnológico do Couro, Calçados e AfinsEANCOM EAN Work Party CommunicationsECR Efficient Consumer ResponseEDI Electronic Dada Interchange
EDIFACT Electronic Data Interchange For Administration, Commerce and Transport
EPC Electronic Product CodeFEBRABAN Federação Brasileira de BancosGOL Grupo de Otimização Logística do Setor CalçadistaGS1 The First in StandardGS1 Brasil Associação Brasileira de AutomaçãoI-Way Information HighwaySINDIFRANCA Sindicato da Indústria de Calçado de FrancaSCM Supply Chain ManagementTI Tecnologia da Informação
UN/EDIFACT United Nation Electronic Data Interchange For Administration, Commerce and Transport
VAN Value Added NetworkWWW World Wide Web
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................9
1 CADEIA LOGÍSTICA VERSUS COMÉRCIO ELETRÔNICO.................................11
1.1 Cadeia logística.............................................................................................................12
1.2 Comércio eletrônico......................................................................................................13
1.2.1 Comércio eletrônico business to business.................................................................16
1.2.2 Comércio eletrônico business to consumer...............................................................17
1.3 Melhorando a cadeia logística através do comércio eletrônico....................................17
2 TROCA ELETRÔNICA DE DADOS..........................................................................19
2.1 Histórico........................................................................................................................20
2.2 Conceituando a EDI......................................................................................................21
2.3 Vantagens......................................................................................................................22
2.4 Desvantagens................................................................................................................24
2.5 Custos............................................................................................................................25
2.6 Padrões..........................................................................................................................26
2.7 Tecnologias de suporte.................................................................................................29
2.7.1 Software de EDI........................................................................................................30
2.7.2 Internet......................................................................................................................31
2.7.3 Redes de Valor Agregado.........................................................................................31
2.7.4 Web EDI...................................................................................................................34
2.8 Casos de sucesso...........................................................................................................35
3 GRUPO DE OTIMIZAÇÃO LOGÍSTICA..................................................................37
3.1 Histórico........................................................................................................................38
3.2 Participantes do grupo...................................................................................................38
3.3 Objetivo geral................................................................................................................39
3.4 Objetivos específicos....................................................................................................40
3.5 Metodologia..................................................................................................................40
3.6 Benefícios esperados.....................................................................................................41
3.7 Materiais desenvolvidos................................................................................................41
4 UTILIZAÇÃO DA EDI EM INDÚSTRIAS DO SETOR CALÇADISTA.................42
4.1 Estatística de utilização da EDI....................................................................................45
4.2 Benefícios atribuídos ao uso da EDI.............................................................................47
4.3 Dificuldades enfrentadas no processo de implantação da EDI.....................................49
CONCLUSÃO..........................................................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................54
ANEXO A – EXEMPLO DO E-MAIL ENVIADO COM O QUESTIONÁRIO....................57
ANEXO B – QUESTIONÁRIO FERERENTE A UTILIZAÇÃO DA EDI............................58
8
INTRODUÇÃO
A agilidade e confiabilidade de uma empresa podem significar vantagem
competitiva. O comércio eletrônico, através da Troca Eletrônica de Dados (Electronic Data
Interchange ou EDI), permite que este objetivo seja alcançado.
Mesmo que a EDI tenha surgido há muito tempo e que esta possibilite maior
agilidade e confiabilidade na troca de informações entre empresas, o seu uso efetivo está
longe da realidade ou até mesmo muitas empresas não têm intenção de aplicá-la.
Com base nesse histórico, como também na carência da cadeia logística do setor
calçadista, será feito um estudo sobre assuntos que envolvem conceitos da EDI e dificuldades
no processo de implantação, gerar desta forma uma base de conhecimento, que permita
desenvolver uma ferramenta que facilite o processo de implantação da EDI.
O objetivo deste trabalho é desenvolver uma ferramenta acessível e de fácil
utilização, que interaja e agilize o processo de implantação da EDI em empresas do setor
calçadista, como também em toda sua cadeia logística, para que seja alcançada, com eficácia,
a implantação da EDI, desta forma trazendo maior padronização, agilidade e confiabilidade na
troca de informações.
Os objetivos específicos que serão desenvolvidos neste trabalho são:
apresentar um estudo sobre as vantagens que podem ser obtidas com a utilização
da EDI para troca de documentos;
apresentar um estudo sobre tecnologias necessárias e disponíveis para
implantação da EDI, necessárias para a integração da cadeia logística de uma
indústria calçadista;
mapear o grau de utilização da EDI na cadeia logística de uma indústria
calçadista;
mapear dificuldades que se apresentam no processo de implantação da EDI na
cadeia logística de uma indústria calçadista.
Para alcançar os objetivos propostos, este trabalho foi estruturado em quatro
capítulos, sendo que o Primeiro Capítulo aborda um estudo teórico sobre conceitos e a
evolução da cadeia logística, como também um estudo teórico sobre o histórico e conceitos do
Comércio Eletrônico. No final deste Capítulo, são indicados pontos onde o uso do Comércio
Eletrônico agrega valor na cadeia logística.
No Segundo Capítulo são abordados assuntos relacionados a EDI, relacionando
dados referentes ao seu histórico e conceitos, apresentando vantagens e desvantagens
relativas a sua utilização, bem como custos, padrões, tecnologias relacionadas e casos de
sucesso.
O Terceiro Capítulo aborda assuntos que se referem ao Grupo de Otimização
Logística (GOL), apresentando um histórico, relacionando seus participantes, objetivos,
metodologia, benefícios esperados e materiais desenvolvidos.
No Quarto Capítulo são abordados assuntos relativos a utilização da EDI em
indústrias do setor calçadista. São apresentadas, baseadas na bibliografia pesquisada, algumas
justificativas e/ou obstáculos na adoção ou implantação da EDI. Também neste Capítulo são
apresentados os resultados obtidos de um questionário, enviado para empresas que envolvem
o setor calçadista, cujo objetivo foi obter informações sobre o uso da EDI no setor.
10
1 CADEIA LOGÍSTICA VERSUS COMÉRCIO ELETRÔNICO
Antigamente, era difícil conciliar a produção de mercadorias e a disponibilização das
mesmas onde e quando os consumidores a queriam consumir. Geralmente os alimentos
tinham que ser consumidos em pouco tempo ou estavam disponíveis apenas em determinadas
épocas do ano e possivelmente tinha-se uma disponibilidade em abundância. Sistemas de
transporte e armazenagem ineficientes limitavam a movimentação de mercadorias, o que por
sua vez restringia o consumidor a uma pequena gama de produtos os quais eram produzidos
em uma área geográfica relativamente próxima. (BALLOU, 2001).
Para resolver os problemas relativos ao distanciamento entre produtores e
consumidores, possibilitando que os produtos sejam levados para onde estão os consumidores,
surgiu uma nova atividade que tinha por objetivo o planejamento do fluxo do produto desde
sua produção/fabricação até sua disponibilização ao consumidor final, fluxo esse conhecido
como cadeia logística.
Com o avanço da tecnologia e com o surgimento do comércio eletrônico, o processo
de compra e venda tornou-se mais dinâmico, permitindo os processos mais eficientes e
precisos para a cadeia logística. A partir deste histórico, neste Capítulo serão apresentados
alguns conceitos que permitirão um melhor entendimento sobre cadeia logística e comércio
eletrônico atualmente.
1.1 Cadeia logística
Segundo Novaes (2004), a logística era considerada como uma atividade secundária
e inevitável, uma vez que o surgimento da maioria das indústrias se deu a partir do chão-de-
fábrica, produzindo uns poucos produtos. Porém, com o passar do tempo, foi sendo percebida
a influência do distanciamento entre a indústria e o mercado consumidor. O produto passou a
ter um valor intrínseco a ele agregado e a importância do produto poder ser disponibilizado ao
consumidor de forma rápida e no lugar certo.
O distanciamento geográfico entre produtores e consumidores foi possível pela
melhoria do sistema logístico. Com isso ocorreu também a especialização de cada região no
que era mais eficiente e produtos não produzidos nessa região eram importados (BALLOU,
2001). A logística passou a ser fundamental entre o processo de produção/fabricação e
disponibilização para consumo.
Novaes (2004. p.35), define a logística como [...] “processo de planejar, implementar
e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços
e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o
objetivo de atender aos requisitos do consumidor”.
Para Ballou (2001. p.21), por sua vez, “A logística é um conjunto de atividades
funcionais que é repetido muitas vezes ao longo da cadeia de suprimentos através do qual as
matérias-primas são convertidas em produtos acabados e o valor é adicionado aos olhos dos
consumidores”. (grifo nosso).
Para Novaes (2004), a cadeia de suprimentos é constituída pelo caminho que se
estende desde a origem da matéria-prima, passando pelas indústrias, pelo varejo e chegando
ao consumidor final. (grifo nosso).
Conforme Figura 1.1, a cadeia de suprimentos do setor calçadista, em forma de “elos
de corrente”, inicia nos fornecedores de matéria-prima, insumos, componentes para caçados,
conectados com a indústria, cujos produtos são enviados, ao longo da cadeia, ao lojista através
de uma transportadora/operador logístico, e por fim, o lojista vende o produto para o
consumidor final, fechando a cadeia.
12
INDÚSTRIA
CONSUMIDOR FINALCONSUMIDOR FINAL
LOJISTA
FORNECEDORFORNECEDOR
TRANSPORTADORA / OPERADOR LOGÍSTICOTRANSPORTADORA /
OPERADOR LOGÍSTICO
Figura 1.1 – Cadeia de suprimentos do setor calçadista
Fonte: GOL (2005d)1
1.2 Comércio eletrônico
O Comércio Eletrônico ou e-Commerce, na visão de O’Connell (2002. p.13), “é o
termo usado para descrever transações eletrônicas baseadas na Internet2, incluindo EDI,
pagamento de contas, processamento de pedido, realização, interação com o cliente etc”.
(grifo nosso).
Já para Novaes (2004. p.75), [...] “o comércio é a troca de produtos e de serviços por
dinheiro”, no passado as transações eram controladas manualmente e por esse motivo era
menor a preocupação com segurança no negócio. Porém a segurança começou a diminuir com
o surgimento dos cheques, os quais são compensados com base em órgãos de informação
sobre o crédito dos consumidores, e do atual cartão de crédito, compensado por autorizações
eletrônicas.
As principais características, na opinião de Novaes (2004), que distinguem o
comércio eletrônico do tradicional são:
Comunicação - o suporte à troca de informações entre compradores e
vendedores é dado pelos serviços de comunicação, deixando de ser necessária a
presença física;
1 GOL. Palestras. Work Shop Franca e Birigüi. São Paulo: 2005c Disponível em: <http://www.gol.org.br>. Acesso em: 17 mar 2005.2 Internet - termo derivado da palavra inglesa Internetworking, que significa interconexão de redes. A Internet, na verdade, é composta por uma infra-estrutura computacional e de telecomunicações que propicia a transferência de informações por redes espalhadas por diversos países. "Rede mundial de computadores”. (DIAS apud FERREIRA, 2000).
13
Dados - são montadas bases de dados com informações de diversos tipos sobre
os clientes ou para disponibilizar para eles;
Segurança - existem mecanismos de segurança que autenticam a transação e
estes mecanismos são de grande importância para o Comércio Eletrônico uma
vez que este não requer proximidade física.
A aplicação do comércio eletrônico pode ocorrer das mais variadas formas. As mais
comuns são a Troca Eletrônica de Dados (Electronic Data Interchange ou EDI), correio
eletrônico, transferência eletrônica de fundos, entre outras, também conhecidas como “troca
de informações de negócio sem uso de papel”. Mas as empresas têm percebido que a
aplicabilidade do Comércio Eletrônico se estende a inúmeras áreas de negócio, sendo que o
conceito “guarda-chuva” foi a ele atribuído por integrar uma série ampla de aplicações.
(ALBERTIN, 2000. p.22).
Com o passar do tempo, o que define vantagem competitiva não é mais o poder de
mercado ou economia de escala, mas passou a ser a capacidade de um negócio apresentar um
maior valor agregado para seus clientes, tendo uma melhor coordenação e gerenciamento do
fluxo de trabalho, personalização de produtos e serviços, e gerenciamento da cadeia de
fornecimento. (ALBERTIN, 2000).
Na opinião de O’Connell (2002), a cadeia de suprimentos se torna mais rápida e
oferece melhor resposta ao usar ferramentas fornecidas pelo comércio eletrônico. Grandes
economias são observadas em estoques e em desperdícios na cadeia de suprimentos, uma vez
que os produtos passam a ser puxados através da cadeia de suprimentos e não são mais
empurrados pelos produtores.
Neste novo contexto de mercado, segundo Albertin (2000), as empresas, cientes de
que a vantagem competitiva não é mais garantida pela excelência do produto, procuram
melhorar o gerenciamento dos processos ao longo de sua cadeia de suprimentos. E segundo
ibidem (p.67), “O gerenciamento da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management –
SCM) é o gerenciamento da cadeia produtiva desde o fornecimento da matéria-prima até a
rede de distribuição dos produtos”.
Segundo Novaes (2004) podem ser consideradas vantagens do Comércio Eletrônico
sobre o comércio tradicional:
Inserção instantânea no mercado - produtos e serviços estão imediatamente
expostos ao mercado nacional como também ao mercado internacional;
14
Relações mais ágeis - as relações entre consumidores e vendedores são
agilizadas pelo Comércio Eletrônico;
Redução da assimetria informacional - a Internet permite que o consumidor
tome sua decisão com base em um conjunto maior de informações, não ficando
restrito a um pequeno universo de informações como acontece no comércio
tradicional;
Redução da burocracia - ocorre uma diminuição de papéis e de erros,
ganhando-se tempo e diminuindo custos operacionais;
Análise mercadológica facilitada - o registro eletrônico das transações com os
clientes facilita o desenvolvimento de novos produtos.
Outra estratégia para estreitar relações entre o varejo e a indústria, chamada de
Resposta Eficiente ao Consumidor (Efficient Consumer Response ou ECR), possibilita
redução de custos e fidelização do cliente. “Abrangendo desde check outs automatizados, a
introdução do código de barras e a integração com processamento de informações, até a
cadeia de suprimentos. A troca de informações on-line3 sobre vendas possibilita que o
fornecedor programe sua produção e distribuição para repor a mercadoria sem que ela chegue
a faltar”. (ALBERTIN, 2000. p.68).
Albertin (2000), considera a troca eletrônica de dados financeiros e mercantis os
principais caminhos do ECR, onde a EDI Financeira troca informações referente a transações
de contas a pagar e a receber entre outras, enquanto que a EDI Mercantil troca informações
referente a processos mercantis, como pedidos, posição de estoques, etc., sendo que no Brasil,
pelos mais variados motivos, o volume da EDI Mercantil é muito menor que a EDI
Financeira.
Com a utilização da EDI há tendências de que sejam firmadas parcerias voltadas para
a reposição automática de produtos, onde, definindo um nível mínimo de estoque para o
produto, o fornecedor repõe automaticamente quando este nível mínimo é atingido e desta
forma o fornecedor assume o controle do estoque de retaguarda do cliente no que se refere a
seu produto. (COLCHER; VALLE, 1999).
Ao mesmo tempo em que o Comércio Eletrônico traz vantagens, este traz consigo
alguns problemas, que Novaes (2004) considera que sejam os seguintes:
3 On-line – "diz-se da possibilidade do usuário desenvolver uma ação recíproca ou interação com o computador"; "dispositivo periférico que pode operar sob o controle do computador ou em comunicação direta com ele"; "estado de um equipamento ou terminal quando este efetua transmissão de dados diretamente pelas linhas de comunicação de uma rede; conectado à linha". (DIAS, apud FERREIRA, 2000).
15
Fraude - informações contidas nos cartões, quando em mãos de terceiros, podem
ser copiadas e usadas de forma fraudulenta;
Impostos - dificuldade na taxação e na cobrança de impostos, uma vez que a
Internet forma uma rede global e ultrapassa as fronteiras entre estados e países;
Propriedade intelectual - como o acesso às informações é mais fácil pelo
Comércio Eletrônico, as cópias ilegais de material escrito, marcas, produtos e
serviços, também ficam mais fáceis;
Confidencialidade - informações que trafegam por meio eletrônico podem ser
violadas por terceiros, sem autorização;
Confiança - pelo fato de ser de natureza volátil, não tendo uma base física de
referência entre comprador e vendedor, para dar apoio à transação em casos de
dúvida ou divergência, acorre uma certa resistência no uso do Comércio
Eletrônico.
Como visto, o Comércio Eletrônico é uma tecnologia recente, apresenta uma certa
resistência ao seu uso, o que é normal para tudo que é novo, apesar de trazer vantagens
construindo e sustentando relações entre clientes e fornecedores, tornando-as mais
competitivas, ele não está sendo largamente utilizado devido as dificuldades para exercer o
controle e a segurança das informações que trafegam no meio eletrônico.
De acordo com Novaes (2004), existem, essencialmente, dois tipos de comércio
eletrônico: business to business (B2B) e business to consumer (B2C). Esses dois tipos terão
uma descrição mais detalhada subseqüentemente.
1.2.1 Comércio eletrônico business to business
Esse tipo de transação é caracterizado pelo fato de ter pessoas jurídicas nas duas
pontas do processo, não sendo dirigida para pessoas físicas.
Sua realização é geralmente feita usando a EDI, com a transferência eletrônica de
dados entre computadores, ou através da Internet, onde empresas fornecedoras desenvolvem
sites4 na Internet e permitem que seus clientes obtenham informações de seus produtos através
destes sites. 4 Site - "qualquer servidor da Web, ou o endereço em que pode ser acessado. Conjunto de documentos apresentados ou disponibilizados na Web por um indivíduo, instituição, empresa etc., e que pode ser fisicamente acessado por um computador e em endereço específico da rede". (DIAS apud FERREIRA, 2000).
16
1.2.2 Comércio eletrônico business to consumer
O processo é similar ao B2B, porém, nesse tipo de transação, o comprador é uma
pessoa física, ou seja, da empresa para o consumidor final, podendo ser considerado como
uma modalidade de varejo.
Neste tipo de comércio eletrônico a interação acontece, geralmente quando o
consumidor, fazendo uso de um computador pessoal, faz a busca e aquisição de produtos pela
Internet.
1.3 Melhorando a cadeia logística através do comércio eletrônico
A integração da cadeia logística baseada no comércio eletrônico proporciona
melhorias significativas nas transações entre as empresas, dentre as quais podemos citar uma
maior agilidade e precisão no fluxo de documentos, redução de custos.
Com a otimização da cadeia logística, o produto passa a ter valor agregado, e acaba
sendo uma vantagem competitiva em comparação com concorrentes que não a tenham,
permitindo fidelização e estreitamento da relação com clientes.
As empresas brasileiras estão buscando se aperfeiçoar no que se refere a logística,
porém os passos estão muito tímidos. Há empresas operando em diversos estágios e tentando
aperfeiçoar cada vez mais sua cadeia logística. [...] “empresas estão buscando melhor
articulação com seus fornecedores e adotando um planejamento mais integrado de suas
operações. Algumas delas já estão integradas via EDI, de forma a possibilitar maior
flexibilização na entrega dos componentes ou produto acabado”. (NOVAES, 2004. p.55).
Neste trabalho será focado o uso do Comércio Eletrônico B2B com enfoque no uso
da EDI, pelo fato deste objetivar a integração da cadeia logística e automação da cadeia de
suprimentos de indústrias do setor calçadista usando mensagens com estrutura padronizada
que possam ser trocadas entre computadores.
Uma vez que, para ser possível a comunicação entre computadores com mínima
intervenção humana, uma automação efetiva deve ser independente das estruturas internas das
17
empresas, como também não pode depender do acesso a portais corporativos5 das empresas
envolvidas, o que é possibilitado com o uso da EDI.
Sendo a EDI um dos principais objetos de estudo deste trabalho, o próximo capítulo
trará informações importantes, para embasar o desenvolvimento de uma ferramenta que
facilite o processo de implantação da EDI em empresas do setor calçadista, desta forma
trazendo uma melhor integração da cadeia logística usando o comércio eletrônico.
5 Conforme DIAS apud Reynolds & Koulopoulos (2000), Portal Corporativo é considerado uma evolução do uso das Intranets, incorporando, a essa tecnologia, novas ferramentas que possibilitam identificação, captura, armazenamento, recuperação e distribuição de grandes quantidades de informações de múltiplas fontes, internas e externas, para os indivíduos e equipes de uma instituição. Também denominado portal de informações empresariais ou institucionais.
2 TROCA ELETRÔNICA DE DADOS
Mesmo que a Troca Eletrônica de Dados (Eletronic Data Interchange, ou EDI) já
exista há muito tempo, ainda hoje, uma grande parte das informações são geradas em papel e
depois transmitidas pelo correio convencional, por fax ou por e-mail, sendo que a empresa
receptora dos documentos re-digita as informações em seus sistemas. Com o passar do tempo
algumas empresas foram percebendo que esses processos eram lentos, caros e pouco
confiáveis, quando então a busca por alternativas mais baratas e com custos menores tornou-
se prioridade. (GS1, 2003)1.
Com a evolução das tecnologias de telecomunicação como também com o advento
da Internet, existe a possibilidade de que empresas de todos os tamanhos possam fazer uso de
tecnologias como a EDI para agilizar seus processos e com isso se tornando mais eficientes e
competitivas.
Para proporcionar um melhor entendimento sobre a EDI, serão descritos,
subseqüentemente, de forma mais detalhada, alguns assuntos relacionados a ela, dentre os
quais fazem parte informações sobre seu histórico, alguns conceitos, vantagens, desvantagens,
custos, padrões, tecnologias e casos de sucesso.
1 GS1. Guia de Implantação da EDI. Desenvolvido pela GS1 Brasil para auxiliar na implantação da EDI. São Paulo: 2003. Disponível em: <http://www.eanbrasil.org.br/html/contentManagement/files/Biblioteca /guia_implanta_edi.pdf>. Acesso em: 07 mar 2005.
2.1 Histórico
A EDI foi desenvolvida na década de 60 com o intuito de agilizar a troca de
documentos referente a embarque e transporte, mas a técnica não era usada pela maioria das
empresas até a década de 80. (ALBERTIN, 2000).
Segundo Novaes, apud Bamford, (2004. p.81), adotada primeiramente nos Estados
Unidos, na década de 1980, pelos setores de varejo e de transportes se expandindo mais tarde
para os setores automotivo, farmacêutico, supermercadista, entre outros. “O EDI se tornou
especialmente popular nas transações de grandes empresas, que o utilizam para agilizar suas
operações e implementar processos administrativos e operacionais na Cadeia de Suprimento”.
A EDI surgiu com o intuito de melhorar a troca de informações entre os parceiros
comerciais, aproveitando-se das vantagens oferecidas pelas tecnologias de informação. Essa
troca de informações pode acontecer de forma não-estruturada (mensagens, memorandos,
cartas), as quais são trafegadas por softwares de correio eletrônico, ou de forma estruturada
(pedidos de compras, aviso de despacho, faturas e pagamentos), cujo intercâmbio é abrangido
pela EDI. (SEGOND, 1995)2.
Albertin (2000), considera a idéia por de trás da EDI muito simples, uma vez que ela
procura pegar o que estava num formulário preparado manualmente ou num formulário de
uma aplicação de negócio e traduzi-lo para um formato eletrônico padrão. Após a transmissão
para a empresa parceira, o documento serve, conhecendo-se o padrão, como entrada para o
sistema desta. Um processo realizado de computador para computador proporcionando a
eliminação de atrasos e erros inerentes a processos manuais.
Outro fator que levou as empresas a adotarem a EDI foi o aumento da concorrência
em âmbito mundial, levando as empresas a buscar melhores formas de gerenciar o fluxo de
matérias-primas, estoques e bens acabados ao longo da cadeia de suprimentos. A EDI é uma
ferramenta fundamental para todas as empresas, permitindo que efetuem suas transações
eletronicamente para obter um aumento de eficiência e de produtividade. (GS1, 2003).
Mesmo não sendo uma tecnologia recente a EDI não tem alcançado um grau de
adoção satisfatório, sendo que o seu baixo grau de utilização é justificado das mais variadas
formas. Conforme Albertin (2000. p.200), “Além dos problemas de resistência, aprendizagem
e falta de infra-estrutura, outro desafio é solucionar o problema do tipo ovo-e-galinha; por um
2 SEGOND, Luís Otávio. EDI, Edifact e Multilingualismo: O que isso tem a ver com Comércio Internacional? Tema 121 - ANO III - Nº 21 – 1995. Disponível em: <http://www.serpro.gov.br/publicacao /tematec/1995/ttec21>. Acesso em: 12 mai 2005.
20
lado, a adoção é baixa porque existem poucas organizações participando e, por outro lado, as
organizações não participam porque a adoção é baixa”. (grifo do autor).
2.2 Conceituando a EDI
Numa conceituação mais ampla Bueno, apud Droge (2002. p.20)3, define que a EDI
é “um sistema interorganizacional baseado em tecnologia da informação, que integra os
membros da cadeia de suprimentos, com o objetivo de facilitar o fluxo de um produto ou
serviço através do canal de distribuição”. E para complementar, a GS1 (2003. p.8) diz que,
[...] “EDI é muito mais que uma tecnologia, é uma nova forma de gerenciar informações”.
Num ponto de vista um pouco mais técnico, Novaes (2004) diz que a EDI,
considerada como um dos tipos de comércio eletrônico, é a transferência eletrônica e
automática de dados entre os computadores das empresas participantes, dados estes,
estruturados de forma padronizada acordada entre as partes envolvidas. O que Albertin (2000.
p.111), define como [...] “comunicação interprocesso (aplicação de computador para
aplicação de computador) de informação de negócio numa forma eletrônica padronizada”.
EDI significa Intercâmbio Eletrônico de Dados, trata-se de uma troca automatizada, computador a computador, de informações de negócios estruturadas, entre uma empresa e seus parceiros comerciais, de acordo com um padrão reconhecido internacionalmente (EDIFACT/EANCOM). Essas informações podem ser documentos como ordens de compra, faturas de compra, notas fiscais, ordens de pagamento, etc. O EDI simplifica e agiliza todo o tipo de processo, reduzindo custos e eliminando documentos impressos. Os documentos são enviados eletronicamente entre os parceiros, independente de distância, horário e equipamento utilizado. Trata-se de ligação direta entre dois parceiros comerciais. (INTERCHANGE, 2005a)4
Pelo fato da troca de informações ser entre os computadores das empresas
envolvidas, com uma mínima intervenção humana, também é conceituado como o comércio
sem papel (GS1, 2003). E no momento que o Comércio Eletrônico apresenta vantagens,
3 BUENO, Ricardo Pedro de Antunes. Análise de desempenho da transferência eletrônica de dados: perspectiva dos fornecedores. São Paulo FEA/USP, 2002. 85p. Tese (mestrado em Ciências da Administração) – Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-07012003-060616 /publico/dissertacao.pdf>. Acesso em: 14 mar 2005.4 INTERCHANGE. O que é EDI (Electronic Data Interchange)?. Empresa especializada em gestão de relacionamentos eletrônicos entre empresas. Disponível em: <http://www.interchange.com.br/faq.asp>. Acesso em: 12 mai 2005a.
21
principalmente no que se refere à redução nos custos, torna-se mais atrativo e empresas
acabam vendo a EDI com outros olhos. (grifo nosso).
Muitas vezes os conceitos sobre Comércio Eletrônico e EDI são confundidos. O
que deve ficar bem claro é que o Comércio Eletrônico engloba a EDI, onde esta última, por
sua vez ,especifica apenas um formato para as informações de negócio, cuja transmissão pode
ser realizada de várias formas, tais como e-mail ou conexão ponto a ponto. (ALBERTIN,
2000) (grifo nosso).
Podem ser identificadas algumas características específicas da EDI com base nas
definições apresentadas:
a comunicação acontece entre empresas com o objetivo de agilizar e melhorar os
serviços, firmar parcerias e como diferencial competitivo;
a conexão é feita de computador para computador para troca de informações, o
que elimina redigitação e erros proporcionados por ela, como também encurtando
distâncias entre os parceiros comerciais;
a transmissão dos documentos é feita usando-se um padrão acordado entre as
partes envolvidas, possibilitando o processamento automático das mesmas sem
intervenção manual.
2.3 Vantagens
A agilidade e a confiabilidade no fluxo de informações são fatores que representam
vantagens que podem ser obtidas ao longo da cadeia de suprimentos e que tem como
facilitador a EDI.
[...] EDI não é uma nova tecnologia, mas uma nova forma de negociar. Embora seja relativamente fácil identificar os custos relacionados a ela, é difícil identificar seus benefícios, especialmente quando uma empresa não o utiliza, uma vez que a maioria dos benefícios tem natureza estratégica e intangível. Como tal, o EDI vai exigir uma abordagem diferente da análise de custo-benefício e é essencial para o sucesso de um programa corporativo de EDI que as expectativas da empresa correspondam ao retorno sobre o investimento. Mesmo assim, é fundamental uma análise de custo-benefício, não tanto para justificar o investimento em EDI, mas para priorizar aplicações e a alocação de recursos em tecnologia da informação. (GS1, 2003. p.11)
22
Segundo Albertin (2000), os benefícios tangíveis da EDI são alcançados pela
economia de custo e de tempo, pelo fato de eliminar etapas como a redigitação e diminuição
da ocorrência de erros e permitindo a formação de um histórico de troca de informações. A
diminuição de sistemas baseados em papel e melhoria nos processos de clientes e/ou
fornecedores também contribuem para uma maior economia.
Nas grandes empresas, tradicionalmente, o processo de aquisição de insumos e
produtos era feito por um processo manual, intensivo em mão-de-obra e demorado. As etapas
que envolvem uma transação de compra normalmente são feitas por telefone, fax ou e-mail,
etapas dentre as quais podemos citar a solicitação de cotação, o recebimento da cotação, a
aprovação da cotação, envio da ordem de compra, entre outras, chegando ao final do processo
que seria o pagamento final. A EDI permite o intercâmbio automático destes dados, além de
outros, interligando clientes, fornecedores, prestadores de serviços e instituições financeiras.
(NOVAES, 2004).
Para se chegar a um ambiente caracterizado como just-in-time5, a EDI é considerada,
além de respostas rápidas, qualidade total, reengenharia de processos, como fundamental para
a sobrevivência e o crescimento de uma organização. As vantagens da EDI são obtidas no que
se refere a custos administrativos, velocidade de transação, aumento da qualidade da
informação, melhoria no gerenciamento de operações e vantagem competitiva. (ALBERTIN,
2000).
Nesse contexto de agilidade e competitividade, Interchange (2005b)6, acredita que o
dinamismo e cada vez mais competitivo mercado exige que a automação estreite as relações
entre indústria e varejo e para isso é fundamental uma troca de informações rápida e eficiente.
Neste conceito é enquadrada a EDI, com a qual são feitas trocas de informações de forma
eletrônica sem interferência, permitindo eliminação de barreiras de comunicação e alcançando
a agilidade e eficiência desejadas.
Reforçando o conceito de que a eficiência é um fator importante nos dias atuais,
organizações do setor público ou privado tratam este fator com prioridade, promovendo
esforços para torná-lo um diferencial. Devido ao mercado mundial ser altamente competitivo,
a mudança no modo de negociar pode significar a sobrevivência da empresa e com isso todos
os processos que não agregarem valor ao produto devem ser eliminados. (SEGOND, 1995).
5 Just-in-Time ou JIT - é atender ao cliente interno ou externo no momento exato de sua necessidade, com as quantidades necessárias para a operação/produção. (LOGISTICABS, 2005)6 INTERCHANGE. Qual a importância da troca eletrônica de dados? Empresa especializada em gestão de relacionamentos eletrônicos entre empresas. Disponível em: <http://www.interchange.com.br/faq.asp>. Acesso em: 12 mai 2005b.
23
Na opinião de Ballou (2001), os métodos manuais são vagarosos e com taxa muito
alta de erro, enquanto que a EDI é bem mais rápida e tem um alto grau de confiabilidade.
Na mesma linha de raciocínio, Novaes (2004) considera que a EDI, “Além de servir
de meio de troca de transações eletrônicas, a EDI provê segurança, recuperação de
informações, registro de erros, serviço de auditoria a serviço de apoio aos clientes”.
No que se refere aos custos, a troca de dados diretamente de aplicativo a aplicativo
eliminará os erros freqüentes e dispendiosos que se produzem inevitavelmente na digitação
manual. Também deve ser considerado o valor da recolocação do pessoal envolvido na
entrada de dados, fazendo a verificação e solução das discrepâncias, para atividades de maior
valor agregado. (GS1, 2003).
De acordo com GS1 (2003), outros benefícios que podem ser obtidos, no que se
refere ao ciclo comercial, e afirma que “Um sistema EDI bem sucedido pode reduzir
drasticamente os ciclos de pedido a entrega e de faturamento a pagamento, levando, a certa
altura, a reduções de estoque e de contas a receber, a uma melhor gestão do fluxo de caixa e a
uma liberação de capital de giro”.
A melhora na qualidade das informações trocadas ao longo da cadeia de suprimentos,
que é proporcionada pela EDI, permitindo que sejam firmadas, além das relações comerciais,
parcerias entre os colaboradores que podem proporcionar diminuição de custos como também
uma maior segurança para épocas de incerteza. (idem).
[...] EDI não apenas levará a um ciclo comercial mais rápido, mas também a cadeias de suprimentos mais seguras como resultado do aumento da quantidade e da melhor qualidade das informações compartilhadas entre parceiros comerciais. Cadeias de suprimentos – seguras e mais confiáveis – permitem a eliminação do estoque de segurança ou de reserva mantido anteriormente em diferentes partes da cadeia de suprimentos com a finalidade de estar preparado para as incertezas. (GS1, 2003. p.13).
2.4 Desvantagens
É difícil de encontrar menção a desvantagens da EDI na literatura. Geralmente são
consideradas como desvantagens as barreiras e obstáculos enfrentados no processo de
implantação da EDI, como por exemplo resistência a mudança, alto custo de implantação,
incompatibilidade de hardware/software, tempo de aprendizado, gastos com treinamento,
24
impactos em recursos humanos, o não conhecimento das vantagens da EDI, entre outros.
(FERREIRA, 2003)7.
Segundo Albetin (2000), podem ser consideras desvantagens no uso da EDI os
seguintes fatores:
custo elevado;
acessibilidade restrita;
requerimentos rígidos;
soluções parciais; e
soluções fechadas.
2.5 Custos
Os fatores que se referem aos custos devem ser analisados de forma cuidadosa, pois
para a viabilização da EDI eles podem ser um fator decisivo para a continuidade de um
projeto.
Para Novaes (2004. p.81), “O fator básico que impede que o EDI seja utilizado mais
amplamente nas transações comerciais é o alto custo associado à sua implementação.
Também deve-se levar em conta os custos relacionados à operação da infra-estrutura
necessária ao seu funcionamento”.
Mas, segundo Colcher; Vella (1999), a redução de custos é um fator decisivo para a
adoção da EDI. A estimativa do custo de uma mensagem via EDI é de aproximadamente um
terço do valor da mensagem remetida pelos métodos tradicionais. Mas enquanto não for
atingida uma massa crítica no volume de compras e vendas, fica difícil indicar uma estimativa
mais criteriosa e, enquanto isso, há a necessidade de manter os dois processos, a EDI e modo
tradicional, o que implica em custos.
A GS1 (2003), considera que os custos podem se enquadrar em diversas categorias:
Custo do programa corporativo da EDI - é considerado como custo o tempo
gasto com o planejamento de tudo o que faz parte do sistema, como também uma 7 FERREIRA, Karine Araújo. Tecnologia da informação e logística: os impactos do EDI nas operações logísticas de uma empresa do setor automobilístico. Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Ouro Preto, como parte dos requisitos para a obtenção de Grau em Engenharia de Produção. 2003. Disponível em http://www.em.ufop.br/em/DEPRO/monografias/2003karine.pdf Acessado em 25/05/2005
25
possível aquisição/desenvolvimento de software e/ou configuração de interfaces8
e treinamento de pessoal. Também há custos associados à manutenção da infra-
estrutura que dá suporte a EDI;
Economia de custos administrativos e de processamento - talvez sejam os
benefícios mais tangíveis, como a economia com materiais relacionados ao
processamento dos documentos (formulários pré-impressos, selos, telefone, fax,
etc). Há uma economia de tempo nos processos de reunião, digitação e
transmissão dos dados, como também a eliminação de erros impostos pelos
processos manuais. Também deve ser considerada a realocação do pessoal
envolvido nesses processos para funções de maior relevância para o processo;
Ciclo comercial mais rápido - com o uso da EDI o ciclo comercial pode reduzir
drasticamente. Com uma troca de informações mais rápida e precisa pode-se
chegar até a uma diminuição do estoque de segurança, pois o tempo de pedido e
entrega diminui e, consequentemente, é diminuído o tempo do fluxo de caixa;
Benefícios estratégicos - o uso da EDI estreita as relações entre parceiros
comerciais. A fidelização pode significar uma garantia de negócios em situações
difíceis, como também ser uma vantagem competitiva em relação à concorrência.
2.6 Padrões
O uso de uma linguagem comum no intercâmbio de informações entre parceiros
comerciais é muito importante para que se seja facilitada a administração da troca de
informações. Se o número de parceiros comerciais, que estivessem fazendo EDI, fosse grande
e ainda assim fosse permitido o uso de mensagens que não seguissem um padrão, a
administração exigiria um esforço muito grande ou chegaria até a ponto de ser
inadministrável.(GS1, 2003).
No que se refere a padrões de mensagens, Colcher; Valle (1999. p.36) consideram
como justificativa principal a facilidade com que uma empresa pode incorporar novos
parceiros aos sistemas de EDI já implantados, bem como participar de outros sistemas com
empresas de outros segmentos do mercado. [...] “a criação de um padrão único e sua adoção
ampla no ambiente de negócios, promove a compatibilidade das mensagens, simplificando os
8 Interface – “Conexão entre dois dispositivos em um sistema de computação. Também usado para definir o modo (texto ou gráfico) de comunicação entre o computador e o usuário”. (MARQUES, 1995)
procedimentos comerciais dos usuários que possuem EDI, com parceiros de diferentes
segmentos do mercado, tanto nacionais como estrangeiros”.
Um dos fatores que acabou contribuindo para a proliferação e adoção de vários
padrões, muitas vezes atendendo necessidades setoriais, foi a demora do próprio processo de
padronização, o qual, muitas vezes, envolvia os interesses de usuários de vários setores como
também de grupos de fornecedores. (COLCHER; VALLE, 1999).
Para Albertin (2000), a padronização das mensagens de negócios é uma precondição
para uma comunicação automática entre sistemas. Sendo assim, os Estados Unidos tomaram
para si a responsabilidade de desenvolver um padrão para facilitar no comércio eletrônico,
que fosse independente de hardware e software. Este padrão é hoje conhecido como
UN/EDIFACT9 (United Nation Electronic Data Interchange For Administration, Commerce
and Transport). Este se restringe à estrutura das mensagens, não englobando as tecnologias
usadas para a transmissão das mensagens.
A EDI já é usada há bastante tempo, antes mesmo de ser denominada de EDI, em
sistemas internos e com formatos próprios. Com o aumento do uso da EDI, os custos das
traduções aumentaram bastante e somando com o aumento dos parceiros comerciais externos,
foram iniciadas tentativas de padronização. Iniciativas setoriais para criar mensagens
padronizadas aconteceu por volta de 1970, unindo aspectos similares de cada setor e aos
poucos foram surgindo padrões cada vez mais genéricos até se chegar ao UN/EDIFACT. E
por fim chegou-se ao EANCOM (EAN Work Party Comunications), padrão baseado no
EDIFACT, o qual suporta operações nacionais e internacionais. (GS1, 2003).
Para evitar esforços muito grandes, segundo Interchange (2005c)10, são usados
padrões de mensagens para integrar sistemas de parceiros comerciais. Como por exemplo, a
empresa Interchange, que atua como VAN, traduz mensagens utilizando o padrão EDIFACT
Normalizado pela ONU / EAN).
Para Albertin (2000. p.116), “A Edifact está tornando-se amplamente aceita como o
primeiro padrão internacional de EDI”. Mesmo assim, existem resistências quanto a adoção
de um padrão geral, podendo ser considerado inadequado ao setor, mesmo este permitir a
ampliação da EDI com outros setores, como também suportar transações internacionais. Essa
resistência muitas vezes é vencida pela imposição de grandes empresas.9 Segundo COLCHER e VALLE (1999) UN/EDIFACT é o Padrão Internacional para Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI) e significa: United Nations / Electronic Data Interchange For Administration, Commerce and Transport (“Nações Unidas / Intercâmbio Eletrônico de Dados para Administração, Comércio e Transporte”).10 INTERCHANGE. Quais os padrões de mensagens utilizados pela Interchange? Empresa especializada em gestão de relacionamentos eletrônicos entre empresas. Disponível em: <http://www.interchange.com.br/faq.asp>. Acesso em: 12 mai 2005c.
Considerando que a necessidade de se ter um padrão para a EDI é um consenso entre
todos os autores, a GS1 (2003. p.19) chama a atenção para um novo fator, que é a
identificação dos produtos e argumenta que “A EDI não depende apenas do uso de padrões de
mensagens previamente acordados, mas também no uso de códigos internacionais, e não em
códigos baseados em acordos bilaterais entre dois parceiros comerciais”. Usar padrões de
codificação internacional pode facilitar em futuras implementações. A GS1 Brasil11 fornece
uma infra-estrutura para uma solução de codificação total.
Para que se tenha um fluxo de informações eficiente e confiável são considerados
importantes o uso de uma identificação padronizada e nesta o uso do código de barras com a
identificação do produto (a GS1 presta suporte a seus associados para implantação de padrões
de etiquetas do sistema EAN.UCC12). (GS1,2003).
No que se refere à identificação, devem ser apresentadas informações humano-
legíveis para esclarecer eventuais dúvidas. Quanto ao código de barras, é um grande
facilitador para a movimentação física de mercadorias e pode ser integrado às aplicações de
EDI. Como exemplo, conforme Figura 2.2 , imaginemos que o fabricante, após o produto
pronto e identificado, se beneficia da praticidade da leitura do código de barras para controlar
seu estoque e para embarcar a mercadoria. Após o embarque envia informações referentes aos
produtos embarcados (dados das notas fiscais, informações financeiras, informações do
produto) via EDI para seu cliente. Quando a mercadoria chega até o cliente, com as
informações recebidas por EDI já no sistema, novamente é feita a leitura do código de barras,
integrado ao sistema de recebimento, para a conferência dos produtos e para sua entrada no
estoque. (idem).
11 A GS1 Brasil (a nova marca da EAN BRASIL) é uma associação multissetorial, sem fins lucrativos, cuja missão é implementar e disseminar globalmente padrões para a melhoria das cadeias de suprimentos. E é a entidade oficial que representa o EPC (Código Eletrônico de Produto) no País.12 Segundo GS1 (2005b), o sistema EAN.UCC é um conjunto de padrões, que possibilita a gestão eficiente de cadeias de suprimentos globais e multissetoriais, identificando com exclusividade produtos, unidades logísticas, localizações, ativos e serviços. Ele facilita os processos de comércio eletrônico, propondo soluções estruturadas para mensagens eletrônicas e viabilizando a total rastreabilidade das operações.
Figura 2.2 - Identificação EAN e EDI Através da Cadeia de Suprimentos
Fonte: GOL (2005d)
Segundo GS1 (2003), quanto à integração da EDI com o uso do código de barras, na
EDI, é essencial identificar sem ambigüidade os produtos ou serviços além das partes
envolvidas nas transações comerciais, sendo que codificar as informações trocadas pela EDI é
decisivo para o processamento automático.
2.7 Tecnologias de suporte
Para que a realização da EDI se torne uma realidade num ambiente empresarial, é
preciso que alguns componentes necessários sejam implementados, dentre os quais se
encontram os possíveis ajustes e customizações nos sistemas da empresa, é necessário que
seja desenvolvido ou adquirido um software de EDI, opções para comunicação (transmissão
e/ou recepção de mensagens).
De acordo com Colcher;Valle (1999), mesmo que a lógica de operação seja a mesma,
para desenvolver um sistema EDI não há apenas uma solução e nem um ambiente de
processamento de dados específico. Uma grande variedade de opções pode ser observada na
solução EDI em termos de software, sistema operacional, equipamentos softwares, protocolos
de comunicação e interface, o que pode provocar uma variação nos quesitos de custo e/ou de
desempenho.
As opções de comunicação podem ser das mais variadas dentre as quais
características relevantes devem ser observadas e mensuradas de acordo com a necessidade,
como custos, velocidade e complexidade. (GS1, 2003).
Uma das opções são as conexões alugadas de ponto-a-ponto, as quais geralmente são
usadas quando há parcerias estáveis ou para comunicações interorganizacionais que tenham
grande volume de informações trocadas. (idem).
Como outra opção podemos citar as redes públicas discadas, as quais são uma opção
mais acessível, porém foram desenvolvidas para comunicações análogas não sendo ideais
para comunicação de dados além de, por isso, terem limitação de velocidade e volume para
comunicação de dados. (idem).
As comunicações por conexões públicas comutadas também podem ser uma opção,
sendo que estas possuem uma grande abrangência, foram desenvolvidas para transmissão de
dados e operam sob padrões internacionais como o X.25, mas precisam de tratamento
adicional ou precisam de um encapsulamento especial para a mensagem o que acaba
aumentando o tamanho desta, como por exemplo no caso do X.400. (idem).
Na opinião de Colcher;Valle (1999), a maior parte dos usuários de EDI acessa
através de sistemas de telefonia discada. Para interligar parceiros comerciais qualquer tipo de
conexão é válida. Uma vez que o acesso às telecomunicações tende a ficar cada vez mais
fácil, também há uma tendência de que o serviço de EDI e o meio em que ele é oferecido
tenham uma separação gradual e com isso gerando um mercado competitivo para ambas as
direções.
Dentre as opções de comunicação mais usadas no processo de EDI podemos citar a
Internet, as VANs e Web EDI, as quais serão descritas de forma mais detalhada
subseqüentemente.
2.7.1 Software de EDI
No que se refere a software, área que está diretamente relacionada ao objetivo deste
trabalho, sua função básica é extrair os dados do sistema da empresa e convertê-los em um
formato padrão de EDI para então serem transmitidos à empresa parceira e da mesma forma,
interpretar/converter mensagens recebidas de parceiros comerciais e integrar os dados no
sistema da empresa. Vale salientar que estas funções muitas vezes fazem parte de pacotes de
prestação de serviço oferecidos pelas VANs. (GS1, 2003).
Os softwares internos das empresas, na sua maioria, são carentes no que se refere a
funcionalidades para prover a EDI. Por outro lado, existem vários softwares de EDI
disponíveis no mercado, mas que na maioria das vezes são caros ou muito complexos. A
dificuldade em achar um software acessível e de fácil utilização pode ser um aspecto negativo
no processo de adoção da EDI.
2.7.2 Internet
Para dar suporte ao comércio eletrônico, no que se refere à troca de informações,
existem as Estradas da Informação (information hightway – I-Way ou Infovia), através das
quais as informações trafegam. Mesmo tendo tecnologias importantes, tais como por satélites,
comunicação terrestre sem cabo, a Intercontinental Networks (Internet) é um dos melhores
exemplos e possivelmente a mais usada. “No extremo, todos os computadores do mundo
poderão comunicar-se”. (ALBERTIN, 2000. p.37).
Na visão de Egoshi (2005)13, a “Internet é a maior rede de computadores
independentes e interconectados do mundo”. Ela possibilita comunicação, acesso às
informações, cópias de arquivos e processamento de transações – através da EDI.
A Internet iniciou como um sistema militar, e por demanda popular foi aberta para o
público através de meios eletrônicos de comunicação. Fazendo a interligação entre empresas e
clientes, a Internet promete mais eficiência e menores custos. A estrutura da Internet é
considerada geral e atinge outros serviços baseados em computador como e-mail e EDI.
(ALBERTIN, 2000).
2.7.3 Redes de Valor Agregado
A administração das redes que possibilitam a comunicação entre parceiros
comerciais pode ser tornar complexa e difícil de administrar. Para liberar as empresas desta
13 EGOSHI, Koiti. Internet: do gênese à redenção da humanidade. Disponível em: <http://www. mzeditora.com.br/artigos/egoshi02.htm>. Acesso em: 20 mai 2005.
administração e permitindo que esses esforços sejam direcionados para atividades relevantes
ao negócio, se recorre para a Rede Agregada de Valores (Value Added Network ou VAN).
Na opinião de Colcher;Valle (1999), as VANs atuam na área de desenvolvimento de
EDI como também são provedoras de acesso a esses serviços além de oferecerem outros
serviços baseados em redes de valor agregado, como conversão de protocolos, conversão de
mensagens e assim permitindo a integração do EDI com os diferentes sistemas internos dos
parceiros de uma rede.
Segundo Interchange (2005d)14, os benefícios em usar os serviços de uma VAN são:
uso de um único canal de comunicação, diminuindo os esforços com a
administração da rede;
controle de acesso por validação de caixas postais cadastradas;
registro de todas as etapas do processo de comunicação e transmissão dos
arquivos;
possibilidade de recuperação de mensagens;
padronização de layouts;
independência de tecnologia dos parceiros.
Muitas vezes as redes da EDI são privadas e atendem de forma exclusiva as
empresas participantes. Em outras vezes a VAN é utilizada como intermediária para a
transferência de informações, a qual oferece uma rede de intercâmbio (NOVAES, 2004). As
VANs são geralmente acionadas quando os sistemas são muito complexos, permitindo a
simplificação do processo uma vez que a comunicação com todos os parceiros comerciais se
dá por um único padrão, tendo a VAN como tradutora das mensagens. (COLCHER; VALLE,
1999).
A troca de mensagens baseadas em serviços prestados pelas VANs é a opção mais
usada, tendo como diferencial dos outros tipos de conexão a possibilidade de conectar-se por
vários tipos de protocolos e comunicação centralizada (não é necessário conectar-se com
todos os parceiros comerciais, apenas com a VAN), entre outros.(GS1, 2003).
As VANs trabalham com um sistema de caixas postais, onde a empresa que está
enviando deixa as mensagens e a VAN roteia para a caixa postal da empresa destino de
acordo com configuração da conexão, com possibilidade de conversão das mensagens caso
14 INTERCHANGE. Quais os benefícios de utilizar o serviço de uma VAN (Rede Agregada de Valores)? Empresa especializada em gestão de relacionamentos eletrônicos entre empresas. Disponível em: <http://www.interchange.com.br/faq.asp>. Acesso em: 12 mai 2005d.
não sejam compatíveis, e a empresa destino busca as mensagens quando melhor lhe convier.
Uma conexão pode ser bidirecional, ou seja, mensagens são enviadas e também mensagens
são recebidas em uma mesma sessão. (idem).
Na opinião de Albertin (2000), a VAN é uma rede de comunicações que basicamente
troca mensagens de EDI entre parceiros comerciais e pode, além disso, prover outros serviços
como o armazenamento de mensagens em caixas postais eletrônicas, interfacear com outras
VANs além de permitir várias formas de comunicação e protocolos de transferência.
O UNI5, oferece um conjunto de serviços amplo e consistente, que engloba também
os aspectos operacionais e de modelagem de processos, e não apenas as questões
tecnológicas, permitindo assim, que se seus clientes usufruam ao máximo da eficiência dos
processos de SCM, fazendo da tecnologia uma ferramenta, e não um fim em si. (UNI5,
2005)15.
A GS1 (2003), chama atenção para o fato de que também são observadas
desvantagens no uso de VANs como por exemplo um custo relativamente alto à medida que
aumenta a quantidade de parceiros comerciais (caixas postais). Também existe a necessidade
de ambas as pontas possuírem uma conta com a VAN e, neste caso, pode haver a necessidade
de se ter assinatura com várias VANs para poder se comunicar com todos os parceiros
comerciais. Essa situação, um tanto polêmica, se dá pela relutância das VANs em se
interconectarem, o que se dá, principalmente, por problemas comerciais e não técnicos.
Além dos serviços de intermediação no processo da EDI, as VANs oferecem serviços
de consultoria no processo de desenvolvimento e implantação desta, segurança nas transações,
cópias de segurança, histórico de troca de mensagens entre outros. Mesmo que, quando forem
feitas comparações de custo, a Internet leva uma grande vantagem, porém não traz consigo os
serviços anteriormente citados. Em resumo, a Internet é indicada para transações de baixo
custo, para pequenos volumes e de baixa freqüência. (GS1, 2003).
15 UNI5. Serviços. O Uni5 oferece Soluções e Serviços para a Integração de Cadeias Produtivas. Disponível em: <http://www.uni5.com.br/servicos.htm>. Acesso em: 30 mai 2005.
2.7.4 Web EDI
De acordo com a GS1 (2005)16, a Web EDI tem com principal meta integrar e
habilitar para a EDI, através da Internet, empresas que processam um volume pequeno de
documentos.
A Web EDI possui as mesmas características da EDI tradicional, como também
usufrui as mesmas vantagens. A diferença desta para a EDI tradicional é que sua troca é feita
através da Internet. Como a Internet é mais acessível, devido ao seu custo reduzido, é
estendida a possibilidade de participação das empresas de pequeno e médio porte que não
possuem sistemas de gestão próprios. (INTERCHANGE, 2005e)17.
Durante muitos anos, principalmente pelos altos custos da implantação da EDI e/ou
dos serviços das VANs, a EDI restringiu-se às grandes empresas. Porém, com o advento da
Internet, cujo acesso é facilitado por ser mais barata, a utilização da EDI se expandiu para
pequenas e médias empresas, surgindo então a Web EDI, a qual pode ser realizada com
apenas um browser18 e uma conexão à Internet. Desta forma devemos destacar que a Web
EDI não substitui a EDI, mas expande a sua utilização. A Web EDI não possui o mesmo grau
de segurança que a EDI convencional através de uma VAN, portanto, quando são feitas
transações pela Internet, se faz necessária uma entidade que gerencie e garanta a integridade e
segurança dessas transações. (FERREIRA, 2003).
O funcionamento da Web EDI se resume essencialmente ao desenvolvimento de
formulários, que publicados em páginas Web19, geralmente das VANs, permitem que as
informações sejam preenchidas, servindo como interface para a EDI. Depois das informações
serem preenchidas e validadas, são formatadas e a partir deste ponto, seguem o caminho
normal de uma mensagem EDI. O acesso a esses formulários geralmente é permitido
informando credenciais de acesso (usuário e senha). (FERREIRA, apud EAN Brasil, 2003).
16 GS1. Introdução ao EDI. Desenvolvido pela GS1 Brasil. São Paulo: 2005. Disponível em: <http://www.gol.org.br/subcomites/fornecedor/download/Guia_edi.zip>. Acesso em: 30 mai. 2005.17 INTERCHANGE. O que é Web EDI? Empresa especializada em gestão de relacionamentos eletrônicos entre empresas. Disponível em: <http://www.interchange.com.br/faq.asp>. Acesso em: 12 mai 2005e.18 Browser, paginador, ou navegador é um programa utilizado para acessar o serviço WWW. (MARQUES, 1995).19 Página web –“ página hipertextual disponível na Internet ou na Intranet. O termo web é usado para designar a própria rede Internet/Intranet ou a tecnologia que nela é utilizada”. (DIAS, 2000)
34
2.8 Casos de sucesso
Como já foi comentado anteriormente, é sabido que a EDI já existe há bastante
tempo, mas em nem todos os setores sua utilização é uma realidade.
Um exemplo de utilização em larga escala da EDI é no setor bancário/financeiro. Um
dos mais antigos padrões de EDI, existente no Brasil, é o CNAB, desenvolvido para
operações financeiras entre clientes e bancos. “Os primeiros documentos liberados neste
formato foram liberados em 1979, pelo Conselho Nacional de Automação Bancária (CNAB),
grupo de trabalho formado na Febraban20”. (ALBERTIN, 2000. p.117).
Sendo o setor financeiro, no Brasil, o precursor na implantação da EDI, atribui-se a
este fato a EDI estar mais difundida neste setor. Uma das explicações para este fato é a
instabilidade na economia na década de 80, principalmente por causa do acentuado processo
inflacionário. Neste contexto, as instituições financeiras foram em busca de maior agilidade e
menores taxas de erros, causados por processos manuais, para oferecerem diferenciais
competitivos aos seus clientes. Essa corrida pela modernização acabou gerando uma moderna
estrutura de rede interligando as agências e das agências os clientes, trocando informações
através da EDI. (COLCHER; VALLE, 1999).
O padrão CNAB, que surgiu antes do EDIFACT, foi criado deixando algumas
lacunas para utilização em situações específicas, mas isso acabou criando várias versões
diferentes do mesmo, tendo-se praticamente uma versão para cada banco, situação essa que
incentivou o uso de VANs. Há uma perspectiva para a elaboração de um padrão multisetorial
de mensagens de EDI para transações financeiras, baseado na versão EANCOM do padrão
EDIFACT, que é um padrão internacional. (idem).
Alguns setores vêm usando a EDI com intensidade e, no Brasil, os segmentos que
mais se destacam são o financeiro e mercantil, mas, em termos de faturamento, o setor
financeiro ainda é o mais importante, detendo 40% do mercado.(idem).
Devido ao sucesso e satisfação na utilização da EDI, Novaes apud Bamford (2004)
cita um exemplo, onde, as três maiores montadoras de automóveis norte-americanas exigiram
que seus fornecedores de primeiro, segundo e terceiro nível hierárquico adotassem a EDI e o
mesmo se deu com a empresa varejista Wal-Mart.
Segundo a bibliografia pesquisada, fica evidente que o uso da EDI é fundamental
para a integração eficiente da cadeia logística das empresas. Vale salientar que a adoção de
um padrão para as mensagens, que serão utilizadas na EDI, é da mesma forma importante 20 Federação Brasileira de Bancos
35
para que a EDI não venha a ser inadministrável. É essa necessidade que acabou dando origem
ao Grupo de Otimização Logística do Setor de Calçados e Acessórios (GOL), que visa
adequar um padrão já existente, às necessidades das empresas que envolvem a cadeia logística
do setor calçadista. Informações mais detalhadas, sobre o GOL, serão descritas no capítulo
seguinte.
36
3 GRUPO DE OTIMIZAÇÃO LOGÍSTICA
O Grupo de Otimização Logística do Setor de Calçados e Acessórios (GOL) é um
projeto desenvolvido por empresas do setor calçadista, visando a padronização de modelos de
negócios, unidades comerciais e logísticas, e mensagens eletrônicas para o setor,
possibilitando uma agilização dos processos que envolvem sua cadeia de suprimentos, como
também a diminuição dos custos. (GS1, 2005a)1.
Uma linguagem comum para toda a cadeia de suprimentos é essencial para que seja
possível alcançar eficiência e redução de custos atingindo assim maior competitividade e
lucratividade nos processos comerciais e logísticos. Para tanto, foi adotado o sistema
EAN.UCC, que é um conjunto de padrões que permite o gerenciamento eficiente das cadeias
de suprimento globais e multisetoriais por meio da identificação inequívoca de produtos,
unidades logísticas, ativos, locais e serviços e pode ser usado para as mais variadas
necessidades de automação dos negócios. (GOL, 2004)2.
Nas próximas sessões serão apresentados detalhes sobre o GOL, como histórico,
participantes, objetivo geral e objetivos específicos, metodologia, benefícios esperados e
materiais desenvolvidos.
1 GS1. Atuação setorial: calçados. Disponível em: <http://www.eanbrasil.org.br/servlet/ ServletContent?requestId=59>. Acesso em: 30 mai. 2005a.2 GOL. Guia de Codificação Para Fornecedores da Indústria Calçadista. São Paulo: 2004, 1ª edição. Disponível em: <http://www.gol.org.br/downloads/Guia_Gol_fornecedor.pdf>.
3.1 Histórico
O Grupo de Trabalho surgiu após os bons resultados obtidos com o desenvolvimento
de um projeto piloto realizado pela Calçados Azaléia, com o apoio da GS1 Brasil, o qual tinha
como objetivo automatizar a área de matérias e suprimentos, onde, primeiramente, foi
trabalhado o recebimento de matéria-prima.(GS1, 2005a).
Resultados administrativos e operacionais obtidos pelo projeto, mesmo em sua fase
de implantação, a necessidade de viabilização dos investimentos necessários em toda a cadeia
de suprimentos e o interesse da ABICALÇADOS em ampliar a utilização das ferramentas de
automação em toda a indústria levaram à criação do Grupo de Otimização Logística.GOL
(2005c)3.
3.2 Participantes do grupo
Estão envolvidas neste grupo de trabalho as maiores empresas fabricantes de
calçados, fornecedores de componentes para sapatos, transportadoras e lojistas do país,
fornecedores de tecnologia, sob a coordenação da GS1 Brasil. (idem).
Dentre os participantes do Grupo de Trabalho GOL, indicados por GOL (2005a)4 e
GOL (2005b)5 e conforme uma subdivisão em grupos apresentada por Marques (2002),
podem ser citados:
Calçadistas: Azaléia, Beira Rio, Bottero, Crysalis, Dakota, Dilly, Grendene, Klin,
Paquetá, Piccadilly, Via MARTE, Via Uno;
Fornecedores de componentes: Artecola Indústrias Químicas, BBC, Beplast, Box
Print, Cristal Textil, Fimatec, ITM;
Transportadores: Mercúrio, Transcontinental e Hamburgo;
Fornecedores de tecnologia da informação: UNI5, E-sales, System House;
Entidades de classe: ABICalçados, ACI-NH, ASSINTECAL, CICB, CTCCA,
SINDIFRANCA, ABLAC;
Entidades apoiadoras: GS1 Brasil.
3 GOL. Objetivos. Disponível em: <http://www.gol.org.br>. Acesso em: 17 mar 2005c.4 GOL. Patrocinadores. Disponível em: <http://www.gol.org.br>. Acesso em: 17 mar 2005a.5 GOL. Apoiadores. Disponível em: <http://www.gol.org.br>. Acesso em: 17 mar 2005b.
38
3.3 Objetivo geral
O GOL tem como objetivo desenvolver padrões para a utilização em ferramentas de
gerenciamento da cadeia de suprimentos envolvendo as tecnologias de captura automática de
dados e comércio eletrônico permitindo a integração colaborativa de forma eficiente e eficaz
entre os participantes da Cadeia de Suprimentos do setor nos aspectos logísticos e comerciais.
GOL (2005c).
O Grupo de Trabalho GOL está desenvolvendo um subconjunto de mensagens, com
o apoio e supervisão da GS1 Brasil, com base no sistema EAN.UCC e no padrão de
mensagens EANCOM (EAN Work Party Comunications), que por sua vez é baseado no
padrão EDIFACT (Eletronic Data Interchange For Administration, Commerce and
Transport), elaborado pela ONU.
Conforme Figura 3.3, as principais mensagens que são trocadas entre as empresas da
cadeia de suprimentos do setor calçadista são: as listas de preços (PRICAT), que segue o
sentido fornecedor para cliente; ordens de compra (ORDERS), que segue o sentido do cliente
para fornecedor e este último retorna a sua aceitação ou não; dados do documento fiscal
(INVOIC), enviadas pelo fornecedor para o cliente; informações detalhadas sobre os produtos
que envolvem os documentos fiscais (DESADV), que também são enviados pelo fornecedor.
OPERADOR LOGÍSTICOOPERADOR LOGÍSTICO
INDÚSTRIA
Consumidor Final
LOJISTAFORNECEDOR
Cadeia Coureiro-Calçadista
Figura 3.3 – Fluxo das mensagens através da cadeia calçadista
Fonte: GOL (2005d)
3.4 Objetivos específicos
O grupo de trabalho GOL, segundo GS1 (2005a) tem definidos objetivos específicos,
com os quais visa chegar ao objetivo principal, que são:
39
implantar padrões para sistemas automatizados nas operações logísticas de
recebimento e compras da indústria calçadista;
estabelecer padrões de etiquetas logísticas e mensagens eletrônicas com base no
Sistema EAN.UCC;
possibilitar a adoção das ferramentas de automação pelos fornecedores da
Indústria Calçadista;
reflexo da automação do recebimento, aprovação do pedido e expedição de
produto nos fornecedores.
3.5 Metodologia
O projeto GOL possui uma diversidade grande de segmentos que compõem o setor,
portanto as atividades do grupo são divididas em sub-comitês e estes são responsáveis pelo
mapeamento do setor, procedimentos de definição e divulgação dos padrões e implantação de
projetos piloto, que por sua vez são supervisionados pelo Comitê Central, o qual valida as
soluções propostas e define as diretrizes e objetivos. São sub-comitês do Grupo de Trabalho
GOL: couro; químico; tecidos e sintéticos; solados, saltos e tacos; embalagens; miudezas;
transporte; varejo; e-Commerce/EDI. (GS1, 2005a).
Os custos gerados pelo Grupo de Trabalho, como materiais, divulgação em meios de
comunicação, entre outros, são rateados entre as empresas patrocinadoras, que, na sua
maioria, são as empresas que fazem parte de algum sub-comitê do grupo, as quais foram
citadas anteriormente.
É importante salientar que o GOL não tem nenhum fim lucrativo, como também não
faz indicação ou têm convênio com empresas de tecnologia ou software houses. Seus
objetivos, como já foi apresentado anteriormente, são de melhorar a integração da cadeia de
suprimentos do setor calçadista através do desenvolvimento de um padrão.
3.6 Benefícios esperados
As expectativas em função dos trabalhos desenvolvidos pelo GOL, segundo GS1
(2005a), são várias, das quais serão relacionadas algumas:
40
maior eficiência na gestão de estoques;
agilização no recebimento e expedição de mercadorias;
melhoria na eficiência do fluxo de produtos e informações;
melhor gerenciamento do Negócio;
ampliação dos serviços aos clientes;
intensificação do relacionamento entre clientes e fornecedores; e
redução dos custos de administração dos processos logísticos.
3.7 Materiais desenvolvidos
Como resultado do trabalho do GOL, foram lançadas as primeiras edições do Guia
de Codificação para Fornecedores da Indústria Calçadista e do Guia de Automação para o
Varejo Calçadista, criados para auxiliar na integração do setor com seus clientes e
fornecedores.
O público alvo, que o GOL visa atingir, é formado por:
indústria calçadista;
fornecedores de matéria-prima e componentes para calçados;
provedores de soluções de tecnologia da informação para o setor;
fornecedores de material de embalagem, etiquetas e rótulos;
fornecedores de equipamentos para impressão e leitura dos códigos de barras;
provedores de soluções para o comércio eletrônico; e
consultorias.
Também foi lançada a primeira edição do Guia EDI do Segmento Calçadista, que
visa auxiliar a integração da indústria calçadista com seus fornecedores e clientes, através da
EDI, baseado no padrão de mensagens EANCOM.
41
4 UTILIZAÇÃO DA EDI EM INDÚSTRIAS DO SETOR CALÇADISTA
A resistência a mudanças das pessoas, segundo Albertin (2000), é um fator-chave
para a adoção de novas tecnologias e indica dois obstáculos que podem ser encontrados na
tentativa de estreitar relações com parceiros comerciais, através de Sistemas de Informação,
os quais são:
falta de maturidade das organizações em conceituar oportunidades competitivas;
capacidade de absorção de mudanças nas práticas empresariais inovadoras,
principalmente as apoiadas em tecnologia.
Mesmo não sendo uma tecnologia recente a EDI não tem alcançado um grau de
adoção satisfatório, sendo que o seu baixo grau de utilização é justificado das mais variadas
formas. Conforme Albertin (2000. p.200), “Além dos problemas de resistência, aprendizagem
e falta de infra-estrutura, outro desafio é solucionar o problema do tipo ovo-e-galinha; por um
lado, a adoção é baixa porque existem poucas organizações participando e, por outro lado, as
organizações não participam porque a adoção é baixa”. (grifo do autor).
Outros obstáculos, segundo Ferreira apud Marphy e Daley (2003), são o alto custo de
implantação, incompatibilidade de hardware/software, cultura da organização,
treinamento/educação do cliente, resistência do cliente e falta de consciência dos benefícios
da EDI.
Porém, com o constante crescimento e melhoria da Internet a conectividade entre
empresas é facilitada e a EDI ganha uma maior atenção, e começa a conquistar mais espaço.
Às vezes a aceitação da EDI pode não ser de forma tão natural e muitas vezes é necessário
usar facilitadores. Conforme Albertin (2000. p.112), a pressão vem, muitas vezes, de grandes
clientes que vêem a necessidade de mudar como também reconhecem seus benefícios. (grifo
nosso).
Segundo Colcher;Valle (1999), dentre os aspectos que envolvem a implantação da
EDI, 90% são de negociação entre parceiros comerciais e 10% envolvem aspectos técnicos,
ou seja, o problema é mais político do que técnico.
De acordo com Colcher;Valle (1999), os motivos que podem interferir no processo
de adoção da EDI podem variar de uma empresa para outra, sendo eles usuais como tamanho
ou capacitação tecnológica, ou por outros motivos, os quais estão fortemente relacionados a
fatores, considerados críticos, que são relacionados a seguir:
Setor de atuação - algumas empresas podem não ser potenciais usuárias da EDI
por terem transações comerciais muito complexas e específicas, sendo que a EDI
está associada à adoção de um padrão predefinido de mensagens o qual impõe
uma certa rigidez às transações comerciais entre empresas;
Qualidade da infra-estrutura de telecomunicações – é necessário que os
canais de comunicação sejam confiáveis e tenham um mínimo de interrupções ou
interferências nas transmissões de mensagens, devendo garantir a comunicação a
qualquer momento. Este ponto é mais crítico em locais onde a intra-estrutura de
telecomunicações é menos desenvolvida;
Integração com sistemas internos – se a implantação da EDI visa somente a
substituição do papel por transações eletrônicas, não proporciona uma melhora na
eficiência. Neste caso, o ganho de eficiência depende da capacidade de cada
empresa promover as mudanças necessárias e integrar as informações das
mensagens, oriundas da EDI, em seus sistemas internos;
Aumento do número de parceiros da rede – se o número de parceiros
comerciais que atuam pela EDI não for significativo, alcançando um percentual
satisfatório sobre o volume total de transações, os benefícios esperados podem
não ser alcançados. Além disso, haverá a necessidade de manter o sistema antigo
(telefone, fax, etc), menos eficiente, porém possibilita o contato com todos os
parceiros, e o sistema novo, baseado na EDI, mesmo sendo mais eficiente, possui
uma adesão reduzida. O fato de manter dois sistemas significa manter duas
estruturas, que por sua vez, significa custo dobrado;
Comprometimento dos recursos humanos – a resistência a mudanças é um
fator freqüentemente encontrado, porém a assimilação de novos procedimentos é
43
fundamental para a EDI. Existe uma expectativa negativa, por parte dos recursos
humanos que envolvem os setores afetados pela implantação dessa tecnologia,
pelo fato de haver dispensa de parte dos recursos humanos ou pela falta de
conhecimento sobre a nova tecnologia. De fato, algumas empresas, além de
implantar a EDI, aproveitam para reestruturar processos em busca de maior
eficiência e redução de custos, o que muitas vezes acaba resultando em dispensa
de recursos humanos, ou em outros casos, esses recursos são realocados para
outros setores. Com base nisso, é importante que as empresas, antes de implantar
a EDI, invistam na preparação do processo de transição para a nova sistemática;
Adoção de padrões universais – não é apenas necessário adotar um padrão de
mensagens para a EDI, mas também é necessário padronizar a codificação dos
produtos. A troca de informações com clientes, que utilizam codificações
diferentes para as mercadorias, podem gerar dificuldades de ordem técnica, no
sentido de ser necessária a tradução, como também de ordem financeira, pois,
geralmente, softwares de tradução são caros;
Introdução de mudanças organizacionais – muitas vezes as mudanças e/ou
adaptações feitas para atender a implantação da EDI não são compatíveis com os
processos internos das empresas, sendo necessárias adaptações nos processos
existentes para seguir o novo fluxo das informações. Esse processo poderá
centralizar processos, que antes eram executados por vários departamentos, em
um único.
Subseqüentemente, serão abordados assuntos relativos a utilização da EDI na cadeia
logística do setor calçadista, distribuídos em três sub-sessões que são: estatísticas de utilização
da EDI, benefícios atribuídos ao uso da EDI e dificuldades enfrentadas no processo de
implantação da EDI.
Para obter informações sobre o uso da EDI na cadeia logística do setor calçadista foi
elaborado um questionário, cujo modelo se encontra no Anexo B, com questões relativas ao
assunto, e este foi enviado para noventa endereços de e-mail, cujo modelo está contido no
Anexo A. Os e-mails enviados se referiam a empresas que participam do grupo de trabalho
GOL, não distinguindo indústrias calçadistas ou fornecedores da indústria calçadista. Dentre
os e-mails que foram enviados, 8 (oito) deram erro no envio e 11 (onze) retornaram
devidamente respondidos. Dentre os questionários respondidos, 5 (cinco) foram de indústrias
calçadistas e 6 (seis) de fornecedores da indústria calçadista.
44
A tabulação do questionário será feita usando as questões que foram consideradas de
maior relevância para este trabalho, sendo que, os resultados de algumas questões não serão
relacionados.
4.1 Estatística de utilização da EDI
Com base nos resultados obtidos através da aplicação do questionário, serão
apresentadas, nesta sessão, estatísticas do uso da EDI na cadeia calçadista.
Conforme a Figura 4.4, resultado obtido da pergunta “O que levou sua empresa a
implantar a EDI?”, cujas opções são: A - iniciativa própria; B - solicitação do parceiro
comercial (fornecedor ou cliente); C – outro. Dentre as empresas que responderam o
questionário, 64% implantaram a EDI por iniciativa própria, 27% por solicitação do parceiro
comercial e 9% por outro motivo.
A64%
B27%
C9%
Figura 4.4 – Motivo para implantar a EDI
No que se refere aos clientes abrangidos pela EDI, dentre as indústrias calçadista que
responderam o questionário, 100% das empresas possuem abrangência da EDI sobre até 25%
do seu cadastro de clientes ativos. O dados trafegados com esses clientes representam, para
80% dessas empresas, até 25% das transações, e para os outros 20% das empresas, representa
entre 75,1% a 100% das transações.
Já os fornecedores abrangidos pela EDI, do ponto de vista da indústria calçadista,
representam, para 40% das empresas, até 25% dos cadastros, para 20% das empresas,
representa entre 25,1% e 50% e para os outros 40% das empresas, representa entre 75,1% e
100% do cadastro de fornecedores ativos. O dados trafegados com esses fornecedores
45
representa, para 60% das empresas, entre 25,1% e 50% das transações, e para os outros 40%,
representa entre 75,1% a 100% das transações.
A utilização da EDI nas empresas, que são fornecedoras da indústria calçadista,
possui um panorama um pouco diferente, sendo que, dentre os fornecedores da indústria
calçadista que responderam o questionário, 83% das empresas possuem até 25% dos seus
clientes ativos trocando informações pela EDI e 17% das empresas possuem entre 25,1% e
50% de abrangência sobre o cadastro de clientes ativos. Dentre essas empresas, 17% trafegam
até 25% das transações, 33% das empresas trafegam entre 25,1% e 50% das transações, 33%
das empresas trafegam entre 50,1% e 75% das transações e 17% das empresas trafegam entre
75,1% e 100% das transações.
Ainda referente aos fornecedores da indústria calçadista, foi constatado que 83% das
empresas não possuem troca de informações pela EDI com seus fornecedores e 17% possuem
até 25% dos seus fornecedores envolvidos com a EDI e essas empresas trafegam até 25% das
transações pela EDI.
Conforme Figura 4.5, representando a pergunta “Qual é a forma de comunicação que
sua empresa utiliza?”, cujas opções são: A - comunicação direta; B - através de VAN; C -
ambas as opções. Para trocar informações com clientes e/ou fornecedor, 9% das empresas
possuem comunicação direta (opção A), 55% das empresas fazem sua comunicação através
das VANs (opção B) e 36% das empresas possuem ambas as formas de comunicação (opção
B).
A9%
B55%
C36%
Figura 4.5 – Forma utilizada para comunicação
A pergunta do questionário, que se referia a previsão futura para o uso da EDI,
revelou, conforme Figura 4.6, que 73% das empresas que responderam o questionário
pretendem avançar no uso da EDI, procurando atingir o maior número possível de parceiros,
46
enquanto que 18% das empresas responderam que deverão manter como está e 9% das
empresas não opinou.
Previsão para uso da EDI
A73%
B18%
C0%
D9%
Figura 4.6 – Previsão para uso da EDI
4.2 Benefícios atribuídos ao uso da EDI
Para obter informações sobre os benefícios que as empresas do setor calçadista
obtiveram com o uso da EDI, foi adicionada a seguinte pergunta ao questionário:
Pergunta: Quais as vantagens que sua empresa associa ao uso da EDI nas
transações comerciais?
(sistema de pesos, associe um valor de 1 a 6 para cada item listado abaixo, do mais
importante para o menos importante)
A - redução de tempo no ciclo do negócio (pedido/entrega/cobrança);
B - redução de tempo e custos envolvendo a burocracia (administrativos);
C - redução de erros;
D - estreitar relações nos elos da cadeia do meu segmento de negócio;
E - vantagem competitiva = valor agregado para minha empresa;
F - outra(s):__________________________________________.
Algumas respostas para esta pergunta não seguiram o sistema de pesos e foram
simplesmente assinaladas. Para as respostas que foram assinaladas, foi atribuído o peso 6 para
que fosse possível a tabulação.
Conforme a Figura 4.7, baseado nas respostas obtidas para a pergunta mencionada
anteriormente, as indústrias calçadistas indicaram a opção C, com 22% do peso atribuído,
como maior vantagem obtida com o uso da EDI, seguida das opções A e E com 20%, opção B
com 19%, opção D com 13% e a opção F com 6% do peso atribuído.
47
Indústria calçadista - vantagens associadas ao uso da EDI
A20%
B19%
C22%
D13%
E20%
F6%
Figura 4.7 – Vantagens associadas ao uso EDI pela indústria calçadista
Conforme a Figura 4.8, baseado nas respostas obtidas para a pergunta mencionada
anteriormente, os fornecedores da indústria calçadista indicaram a opção D, com 23% do peso
atribuído, como maior vantagem obtida com o uso da EDI, seguida das opções C e E com
21%, opção B com 18%, opção A com 15% e a opção F com 2% do peso atribuído.
Fornecedor da indústria calçadista - vantagens no uso da EDI
A15%
B18%
C21%
D23%
E21%
F2%
Figura 4.8 – Vantagens associadas ao uso EDI pelos fornecedores da indústria calçadista
48
4.3 Dificuldades enfrentadas no processo de implantação da EDI
Para que fosse possível obter informações sobre as dificuldades enfrentadas no
processo de implantação, foi adicionada a pergunta abaixo, ao questionário enviado para
empresas do setor calçadista e o resultado desta é apresentado a seguir.
Pergunta: Quais as dificuldades no processo de implantação da EDI sobre
transações comerciais? (Múltipla escolha dos itens que se aplicam a sua implantação da
EDI). Considerando as opções selecionadas faça um pequeno resumo/comentário sobre
as dificuldades mencionadas.
Conforme Tabela 4.1, os resultados obtidos dos questionários respondidos por
indústrias calçadistas, revela que as maiores dificuldades enfrentadas no processo de
implantação da EDI foram as opções I, K, L e M com 13%, seguida da opção C com 12% e as
outras opções tiveram menor representação.
Tabela 4.1 – Dificuldades das indústrias no processo de implantação da EDI
Indústria calçadista - Opções e resultado obtidosA Falta de conhecimento relativo ao EDI sobre transações comerciais 6%B Não possuir sistema informatizado para a EDI 6%C Adequação do sistema = área de informática = software próprio 12%D Adequação do sistema = consultoria = software de terceiros 6%E Custo da adequação ou aquisição do sistema/módulo EDI 0%
F Custo de manutenção que envolve a EDI (suporte software, conexão, etc...) 0%
G Infra-estrutura necessária (conexão, provedor, etc...) 0%H Relacionamento com a VAN (Rede de Valor Agregado) 6%I Relacionamento com o parceiro comercial envolvido 13%J Aval da direção da empresa 6%K Participação da área comercial (compras ou vendas) 13%L Adequação de procedimentos internos (processos/rotinas internas) 13%M Cumprimento do cronograma 13%N Outro(s) 6%
Conforme Tabela 4.2, os resultados obtidos dos questionários respondidos por
fornecedores das indústrias calçadistas, revela que as maiores dificuldades enfrentadas no
processo de implantação da EDI foi a opção C, com 20%, opção D com 15%, opções A, B, G
e L com 10%, e as outras opções tiveram menor representação. Observa-se que o perfil das
49
dificuldades dos fornecedores é diferente das dificuldades enfrentadas pelas indústrias
calçadistas.
Tabela 4.2 – Dificuldades dos fornecedores da indústria calçadista no processo de implantação da EDI
Fornecedor da indústria calçadista - Opções e resultado obtidosA Falta de conhecimento relativo ao EDI sobre transações comerciais 10%B Não possuir sistema informatizado para a EDI 10%C Adequação do sistema = área de informática = software próprio 20%D Adequação do sistema = consultoria = software de terceiros 15%E Custo da adequação ou aquisição do sistema/módulo EDI 0%
F Custo de manutenção que envolve a EDI (suporte software, conexão, etc...) 5%
G Infra-estrutura necessária (conexão, provedor, etc...) 10%H Relacionamento com a VAN (Rede de Valor Agregado) 5%I Relacionamento com o parceiro comercial envolvido 10%J Aval da direção da empresa 0%K Participação da área comercial (compras ou vendas) 0%L Adequação de procedimentos internos (processos/rotinas internas) 10%M Cumprimento do cronograma 0%N Outro(s) 5%
A pergunta sobre as dificuldades no processo de implantação da EDI, mencionada
anteriormente, pedia que fossem feitos comentários sobre as opções selecionadas. Os
comentários, oriundos dos questionários respondidos, estão relacionados a seguir.
A falta de padrão é alvo de comentários sobre as dificuldades no processo de
implantação da EDI conforme segue: “O maior problema enfrentado, refere-se a padrões de
clientes e adequação dos mesmos à necessidade do fabricante e VAN, em termos de geração
das informações solicitadas”. A manutenção da EDI é dificultada pelo fato dos parceiros
comerciais não seguirem um padrão, mas há uma perspectiva de melhora em vista aos
trabalhos do Grupo GOL.
Outra dificuldade relacionada ao padrão foi mencionada em um comentário, o qual
diz que a implantação da EDI com empresas que não exigiam o padrão GOL por completo foi
mais fácil, mas para empresas que exigiam adequação total ao padrão GOL as dificuldades
foram maiores por problemas na interpretação dos manuais.
A dificuldade de outra empresa foi devido a estar participando no processo de
desenvolvimento dos padrões do Grupo de Trabalho GOL, mas afirma que, agora que os
padrões estão definidos, é muito mais fácil. O comentário vai além e diz que hoje qualquer
50
empresa de qualquer porte poderia usar EDI entre seus parceiros de negócios e essa situação,
mais cedo ou mais tarde, irá acontecer quando as empresas perceberem os benefícios da EDI
ou por imposição do mercado.
Outro comentário revela que a adoção da EDI é um problema mais político do que
técnico. Não há limitação na área técnica, dificuldades como a falta de conhecimento sobre o
assunto, são resolvidas buscando informações. O comentário ainda diz que travamento do
processo acontece por questões comerciais, burocráticas e de comunicação entre as partes
envolvidas. No final do comentário diz: “Resumindo, uma vez que as partes assumam
verdadeiramente o compromisso de fazer funcionar, e existir um canal de comunicação entre
elas com certeza haverá sucesso”.
A aceitação do projeto pelo departamento de compras também é alvo de um dos
comentários, que diz que depois desta aceitação, pela percepção das vantagens que podem ser
obtidas, o projeto segue sozinho.
A falta de entendimento entre as partes é apontada em outro comentário, dizendo que
há falta de comunicação e sincronismo na manutenção da EDI, mesmo que o objetivo de
trocar informações de forma mais ágil e correta entre as empresas seja comum.
A integração entre empresas, possibilitada pela EDI, requer que as pessoas
envolvidas nos processos que envolvem a EDI devam ser treinadas para que entendam a
abrangência da integração, e que processos inteiros podem ser disparados mesmo com
informações erradas, causando problemas como atraso, perda de material, entre outros.
51
CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objetivo inicial uma pesquisa teórica, na bibliografia
existente, sobre cadeia logística e comércio eletrônico, trazendo informações importantes
sobre estes assuntos. Com base nesta pesquisa, chegou-se a conclusão que o uso do comércio
eletrônico, através da EDI, possibilita uma maior agilidade e confiabilidade através da cadeia
logística das empresas.
Sendo a EDI um dos principais objetos de estudo deste trabalho, foi feita uma
pesquisa teórica para trazer informações importantes sobre o assunto e desta forma embasar o
desenvolvimento de uma ferramenta que facilite o processo de implantação da EDI em
empresas do setor calçadista, objetivando melhorar a integração da cadeia logística usando o
comércio eletrônico.
Com o resultado deste estudo ficou evidente que o uso da EDI é fundamental para a
integração eficiente da cadeia logística das empresas. Este estudo também salienta a
necessidade da adoção de um padrão para as mensagens utilizada no processo de EDI,
evitando assim que, com o aumento dos parceiros comerciais, este processo não fique difícil
de administrar.
No setor calçadista, a necessidade de adotar um padrão para as mensagens utilizadas
na EDI, incentivou a criação do Grupo de Trabalho GOL, sobre o qual também foi feita uma
pesquisa teórica e foi constatado que este grupo desenvolveu um subconjunto de mensagens
do padrão EANCOM que é baseado no padrão UN/EDIFACT. Esse padrão permite a troca de
informações entre empresas de vários setores sendo elas nacionais ou internacionais.
A última etapa deste trabalho teve como objetivo verificar o grau de utilização da
EDI em empresas do setor calçadista, como também dificuldades enfrentadas no processo de
implantação da mesma. Para alcançar o objetivo desta etapa foi elaborado um questionário e
este foi enviado para empresas que envolvem o setor calçadista. Este estudo revelou que a
utilização da EDI neste setor pode ser considerada de nível médio, mas há grandes esforços
para aumentar o seu grau de utilização.
O estudo sobre a utilização da EDI em indústrias do setor calçadista também revelou
que várias dificuldades são encontradas no seu processo de implantação. Dentre as
dificuldades se destacam a falta de apoio da direção e do setor de compras, problemas no
relacionamento com os parceiros comerciais, mudança nos processos internos e,
principalmente, no que se refere aos sistemas, sendo que 73% das empresas que responderam
o questionário concordam que a EDI carece de uma maior popularização no mundo
corporativo e que há uma carência de sistemas informatizados de custo acessível, de fácil
implantação e integração com os sistemas existentes nas partes.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é justamente suprir a carência na área de
sistemas e desenvolver uma ferramenta acessível e de fácil utilização, que interaja e agilize o
processo de implantação da EDI em empresas do setor calçadista, como também em toda sua
cadeia logística.
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2000. 243p.
BALLOU, Ronald H.. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4.ed. São Paulo: Bookman, 2001. 532p.
BUENO, Ricardo Pedro de Antunes. Análise de desempenho da transferência eletrônica de dados: perspectiva dos fornecedores. São Paulo FEA/USP, 2002. 85p. Tese (mestrado em Ciências da Administração) – Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-07012003-060616/publico/dissertacao.pdf>. Acesso em: 14 mar 2005.
COLCHER, Raul; VALLE, André. Guia de EDI e Comércio Eletrônico. 3.ed. Rio de Janeiro: 1999. Disponível em: <http://www.actech.com.br/servicos/arquivo/guiaEDI.pdf>. Acesso em: 13 jun 2005.
DIAS, Cláudia. Glossário de termos técnicos. Disponível em: <http://www.geocities.Com /claudiaad/glossario.html>. Última atualização em 01/12/2000. Acesso em: 13 jun 2005.
EGOSHI, Koiti. Internet: do gênese à redenção da humanidade. Disponível em: <http://www. mzeditora.com.br/artigos/egoshi02.htm>. Acesso em: 20 mai 2005.
FERREIRA, Karine Araújo. Tecnologia da informação e logística: os impactos do EDI nas operações logísticas de uma empresa do setor automobilístico. Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Ouro Preto, como parte dos requisitos para a obtenção de Grau em Engenharia de Produção. 2003. Disponível em http://www.em.ufop.br/em/DEPRO/monografias/2003karine.pdf Acessado em 25/05/2005
GOL. Patrocinadores. Disponível em: <http://www.gol.org.br>. Acesso em: 17 mar 2005a.
___. Apoiadores. Disponível em: <http://www.gol.org.br>. Acesso em: 17 mar 2005b.
___. Objetivos. Disponível em: <http://www.gol.org.br>. Acesso em: 17 mar 2005c.
___. Palestras. Work Shop Franca e Birugui. São Paulo: 2005d. Disponível em: <http://www.gol.org.br>. Acesso em: 17 mar 2005.
___. Guia de Codificação Para Fornecedores da Indústria Calçadista. São Paulo: 2004, 1ª edição. Disponível em: <http://www.gol.org.br/downloads/Guia_Gol_fornecedor.pdf>.
GS1. Guia de Implantação da EDI. Desenvolvido pela GS1 Brasil para auxiliar na implantação da EDI. São Paulo: 2003. Disponível em:<http://www.eanbrasil.org.br/html /contentManagement/files/Biblioteca/guia_implanta_edi.pdf>. Acesso em: 07 mar 2005.
___. Introdução ao EDI. Desenvolvido pela GS1 Brasil. São Paulo: 2005. Disponível em: <http://www.gol.org.br/sub_comites/fornecedor/download/Guia_edi.zip>. Acesso em: 30 mai. 2005.
___. Atuação setorial: calçados. Disponível em: <http://www.eanbrasil.org.br/servlet/ ServletContent?requestId=59>. Acesso em: 30 mai. 2005a.
___. O Sistema EAN.UCC: objetivos. Disponível em: < http://www.eanbrasil.org.br/servlet /ServletContent?requestId=10>. Acesso em: 13 jun 2005b.
INTERCHANGE. O que é EDI (Electronic Data Interchange)? Empresa especializada em gestão de relacionamentos eletrônicos entre empresas. Disponível em: <http://www.interchange.com.br/faq.asp>. Acesso em: 12 mai 2005a.
INTERCHANGE. Qual a importância da troca eletrônica de dados? Empresa especializada em gestão de relacionamentos eletrônicos entre empresas. Disponível em: <http://www.interchange.com.br/faq.asp>. Acesso em: 12 mai 2005b.
INTERCHANGE. Quais os padrões de mensagens utilizados pela Interchange? Empresa especializada em gestão de relacionamentos eletrônicos entre empresas. Disponível em: <http://www.interchange.com.br/faq.asp>. Acesso em: 12 mai 2005c.
INTERCHANGE. Quais os benefícios de utilizar o serviço de uma VAN (Rede Agregada de Valores)? Empresa especializada em gestão de relacionamentos eletrônicos entre empresas. Disponível em: <http://www.interchange.com.br/faq.asp>. Acesso em: 12 mai 2005d.
INTERCHANGE. O que é Web EDI? Empresa especializada em gestão de relacionamentos eletrônicos entre empresas. Disponível em: <http://www.interchange.com.br/faq.asp>. Acesso em: 12 mai 2005e.
LOGISTICABS. Glossário: termos técnicos usados em logística e administração. Disponível em: <http://www.logisticabs.com.br/logistica/html/glossario.htm>. Acesso em : 15 jun 2005.
MARQUES, Alexandre B. Rede Tchê: tutorial : glossário. A Rede Tchê é o braço gaúcho da Internet. Última atualização em 13/07/1995. Disponível em: <http://www.tche.br/glossar.html>. Acesso em: 16 jun 2005.
MARQUES, Juliano C. S. A influência do comércio eletrônico através da troca eletrônica de dados (EDI) na competitividade logística das empresas: estudo de caso do projeto GOL/Artecola Indústria Química Ltda. Novo Hamburgo: 2002. Monografia (Curso de Administração de Empresas) – Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, FEEVALE, 2000.
55
NOVAES, Antônio G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 408p.
O´CONNEL, Brian. B2B.Com: ganhando dinheiro no e-commerce Business-to-Business São Paulo: Makron Books, 2002. 252p.
SEGOND, Luís Otávio. EDI, Edifact e Multilingualismo: O que isso tem a ver com Comércio Internacional? Tema 121 - ANO III - Nº 21 – 1995. Disponível em: <http://www. serpro.gov.br/publicacao/tematec/1995/ttec21>. Acesso em: 12 mai 2005.
UNI5. Serviços. O Uni5 oferece Soluções e Serviços para a Integração de Cadeias Produtivas. Disponível em: <http://www.uni5.com.br/servicos.htm>. Acesso em: 30 mai 2005.
56
ANEXO A – EXEMPLO DO E-MAIL ENVIADO COM O QUESTIONÁRIO
De: [email protected]: Noventa endereços de e-mail direcionados para empresas da cadeia logística do setor calçadista.
Assunto: Pesquisa sobre EDI
Tendo em vista traçar um perfil do uso da Troca Eletrônica de Dados (EDI) no meio orporativo, para uso no meu trabalho de conclusão (FEEVALE - Ciência da Computação), gostaria de solicitar, na medida do possível, a sua participação, preenchendo o questionário em anexo. Segue anexo arquivo, no formato Word, contendo o questionário.
Peço responder no próprio documento e retorná-lo para o meu endereço de e-mail, preferencialmente até o dia 15/06/05. Desde já agradeço a atenção dispensada e informo que, aos que participarem, enviarei uma cópia da tabulação sobre o mesmo. Paulo Ernane [email protected]
ANEXO B – QUESTIONÁRIO FERERENTE A UTILIZAÇÃO DA EDI
Questionário referente utilização da EDI
EDI = Intercâmbio eletrônico de documentos entre parceiros comerciais
Esta pesquisa se aplica ao Intercâmbio Eletrônico de Documentos que a sua empresa
realiza com seus clientes e/ou fornecedores. Entenda-se por EDI o intercâmbio de documentos
da empresa A para B, entre sistemas, de forma automatizada, seja através de uma VAN (rede
de valor agregado) ou de forma direta. Não são objetos desta pesquisa a troca de mensagens
através de correio eletrônico ou a entrada de dados através de portais corporativos. Focar as
respostas levando em consideração o fato de se tratar de EDI sobre transações comerciais,
sendo assim a pesquisa não abrange a área financeira (EDI Bancos / CNAB).
Exemplos de transações comerciais: lista de preços, ordens de compras, notas fiscais,
avisos de despacho, etc.
Nome (opcional):Empresa (opcional):Segmento (obrigatório):Departamento (obrigatório):
O que levou sua empresa a implantar a EDI?( ) iniciativa própria;( ) solicitação do parceiro comercial (fornecedor ou cliente);( ) outro: ________________________________________.
Qual é a forma de comunicação que sua empresa utiliza?( ) direta = busca e entrega direta ao parceiro comercial;( ) através de VAN (rede de valor agregado).
Em que momento acontece a geração da mensagem?( ) disparo manual, aplicação satélite, não integrada nas regras de negócio;( ) disparo agendado, aplicação roda de tempos em tempos e administra a fila de mensagens;( ) gatilho automático, integrado ao processo (entrada de pedido ou geração de nota fiscal);( ) outro:________________________________________.
As mensagens EDI, referente as transações comerciais, estão em conformidade com o padrão GOL (Grupo de Otimização Logística da cadeia calçadista)?( ) sim, de forma nativa, de dentro do nosso programa de geração;( ) sim, traduzidas pela VAN;( ) não estão em conformidade com as especificações GOL.
Quanto tempo durou a implantação da EDI?( ) ainda não concluído;( ) até 1 mês;( ) até 3 meses;( ) até 6 meses;( ) até um ano;( ) acima de 1 ano.
Quais as dificuldades no processo de implantação da EDI sobre transações comerciais? (Múltipla escolha dos itens que se aplicam a sua implantação da EDI)( ) falta de conhecimento relativo ao EDI sobre transações comerciais;( ) não possuir sistema informatizado para a EDI;( ) adequação do sistema = área de informática = software próprio;( ) adequação do sistema = consultoria = software de terceiros;( ) custo da adequação ou aquisição do sistema/módulo EDI;( ) custo de manutenção que envolve a EDI (suporte software, conexão, etc...)( ) infraestrutura necessária (conexão, provedor,etc...);( ) relacionamento com a VAN (Rede de Valor Agregado);( ) relacionamento com o parceiro comercial envolvido;( ) aval da direção da empresa;( ) participação da área comercial (compras ou vendas);( ) adequação de procedimentos internos (processo/rotinas internas);( ) cumprimento do cronograma;( ) outro(s):__________________________________________________________.
Considerando as opções selecionadas faça um pequeno resumo/comentário sobre as dificuldades mencionadas:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Qual o percentual do cadastro de clientes ativos (vendas) que são abrangidos pela EDI? ( ) nenhum cliente até o momento;( ) até 25% dos clientes;( ) entre 25,1% e 50% dos clientes;( ) entre 50,1% e 75% dos clientes;( ) entre 75,1% a 100% dos clientes.
Qual o percentual das transações comerciais da área de vendas (volume de documentos trocados) que são abrangidos pela EDI? (tabular a média das notas fiscais de saída (venda) ou dos pedidos em um mês, que foram trocados através da EDI)( ) nenhuma transação até o momento (vendas);( ) até 25% do volume das transações (vendas);( ) entre 25,1% e 50% do volume das transações (vendas);( ) entre 50,1% e 75% do volume das transações (vendas);( ) entre 75,1% a 100% do volume das transações (vendas).
59
Qual o percentual do cadastro de fornecedores ativos (compras) que são abrangidos pela EDI? ( ) nenhum fornecedor até o momento;( ) até 25% dos fornecedores;( ) entre 25,1% e 50% dos fornecedores;( ) entre 50,1% e 75% dos fornecedores;( ) entre 75,1% a 100% dos fornecedores.
Qual o percentual das transações comerciais da área de compras (quantidade de documentos trocados) que são abrangidos pela EDI? (tabular a média das notas fiscais de entrada (compras) ou das ordens de compra em um mês, que foram trocados através do EDI)( ) nenhuma transação até o momento (compras);( ) até 25% do volume das transações (compras);( ) entre 25,1% e 50% do volume das transações (compras);( ) entre 50,1% e 75% do volume das transações (compras);( ) entre 75,1% a 100% do volume das transações (compras).
Quais as vantagens que sua empresa associa ao uso da EDI nas transações comerciais:(sistema de pesos, associe um valor de 1 a 6 para cada item listado abaixo, do mais importante para o menos importante)( ) redução de tempo no ciclo do negócio (pedido/entrega/cobrança);( ) redução de tempo e custos envolvendo a burocracia (administrativos);( ) redução de erros;( ) estreitar relações nos elos da cadeia do meu segmento de negócio;( ) vantagem competitiva = valor agregado para minha empresa;( ) outra(s):__________________________________________.
Na sua avaliação, a questão da EDI dentro da sua empresa irá:( ) avançar, procurando atingir o maior número possível de parceiros;( ) manter-se como está;( ) reduzir;
Indique o seu posicionamento quanto a afirmação abaixo:A EDI existe a mais ou menos 50 anos, e durante a década de 80 houve a definição,
pelas Nações Unidas, de um padrão chamado UN/EDIFACT, padrão este em constante
atualização, que permite a integração pela troca de informações referente as transações
comerciais, de forma automatizada, não importando as plataformas, idioma ou segmento de
negócio das partes envolvidas. Contudo nota-se que a EDI carece de uma maior popularização
no mundo corporativo e que isto em muito é resultado da falta de um sistema informatizado a
custo acessível, de fácil implantação e integração com os sistemas existentes nas partes,
principalmente quando uma das partes for uma empresa de menor porte.
( ) concordo;( ) não concordo.
60