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III ENECS - ENCONTRO NACIONAL SOBRE EDIFICAÇÕES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS TIJOLOS PRENSADOS DE SOLO-CIMENTO EM ALVENARIA APARENTE AUTO-PORTANTE NO “CONJUNTO NOSSA MORADA”, GOIÂNIA-GO Regis de Castro Ferreira ([email protected] ; [email protected] ) Prof. Auxiliar do Setor de Engenharia Rural/ Escola de Agronomia/ Universidade Federal de Goiás/ Doutorando do Programa de Pós Graduação em Engenharia Agrícola/ Área de Construções Rurais e Ambiência/ Faculdade de Engenharia Agrícola/ UNICAMP. Elias Magalhães da Silva. Técnico em Estradas/ Laboratório de Mecânica dos Solos/ Escola de Engenharia Civil/ Universidade Federal de Goiás. Wesley Jorge Freire ([email protected] ) Prof. Titular do Departamento de Construções Rurais / Faculdade de Engenharia Agrícola/ UNICAMP. RESUMO Já há algum tempo se faz presente em inúmeros setores produtivos a preocupação com a sustentabilidade, que deve envolver uma visão ecológica, social e econômica. O processo de construção com solo-cimento pode, devido suas características, ser enquadrado como um processo de tecnologia apropriada e sustentável com um amplo campo de aplicações, seja no meio rural ou urbano. A sustentabilidade desse processo é ecológica: pois, por não ser queimado, o tijolo de solo-cimento contribui para a preservação de recursos naturais e diminuição do uso de energia; social: nota-se um resgate da auto-estima e da cidadania das famílias envolvidas em regimes de auto-construção e de ajuda mútua; e econômica: a terra crua, por ser um material de grande disponibilidade e baixo custo apresenta-se como excelente alternativa técnico-econômica para construções rurais, principalmente na forma de tijolos prensados não queimados. O Programa de Melhoria da Moradia dos Funcionários de Baixa Renda da Universidade Federal de Goiás (Conjunto Nossa Morada, Goiânia-GO) é um exemplo dessa aplicação. Estudou-se tijolos prensados de solo-cimento, em paredes de alvenaria auto-portante, empregados no referido programa habitacional, comparando-os com tijolos maciços comuns e tijolos furados, com o intuito de definir critérios de aplicação prática, controle de patologias e comparação de custos. Palavras-chave: tijolos de terra crua, solo-cimento, habitações de baixo custo. THE UTILIZATION OF STABILIZED SOIL-CEMENT BRICK IN LOAD- SUPPORTING MASONRY AT THE “CONJUNTO NOSSA MORADA”, GOIÂNIA- GO, BRAZIL ABSTRACT Long since there is a current concern on sustainability involving ecological, social and economical patterns as well. The soil-cement constructing system may be understood as an appropriate building technology with a large range of application in both rural and civil engineering field of activities. Under this point of view, the sustainability is related to ecological concepts because soil-cement brick manufacture doesn’t cause wastage and pollution and requires negligible energy consumption since soil-cement brick is not burnt in kiln; so it contributes for environmental improvement and natural resources conservation. The social aspect related to sustainability refers to the self-esteem and citizenship ransom by the families straightly involved in self- constructing programs. On the other hand the economical aspect considers the earth a low cost material available in large quantities in most regions and suitable as construction material for most parts of the building. The Program for Low-Income People Housing supported by the Federal University of Goias is a good example for the “appropriateness” of soil-cement brick. For this purpose, soil-cement brick masonry was compared with both solid and hollow burnt clay brick masonry aiming to establish practical and simple criterions for building pathology control and cost comparison. Keywords: stabilized soil brick, soil cement, low cost house

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III ENECS - ENCONTRO NACIONAL SOBRE EDIFICAÇÕES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS

TIJOLOS PRENSADOS DE SOLO-CIMENTO EM ALVENARIA APARENTE AUTO-PORTANTE NO “CONJUNTO NOSSA MORADA”, GOIÂNIA-GO

Regis de Castro Ferreira ([email protected]; [email protected]) Prof. Auxiliar do Setor de Engenharia Rural/ Escola de Agronomia/ Universidade Federal de Goiás/ Doutorando do Programa de Pós Graduação em Engenharia Agrícola/ Área de Construções Rurais e Ambiência/ Faculdade de Engenharia Agrícola/ UNICAMP. Elias Magalhães da Silva. Técnico em Estradas/ Laboratório de Mecânica dos Solos/ Escola de Engenharia Civil/ Universidade Federal de Goiás. Wesley Jorge Freire ([email protected]) Prof. Titular do Departamento de Construções Rurais / Faculdade de Engenharia Agrícola/ UNICAMP. RESUMO Já há algum tempo se faz presente em inúmeros setores produtivos a preocupação com a sustentabilidade, que deve envolver uma visão ecológica, social e econômica. O processo de construção com solo-cimento pode, devido suas características, ser enquadrado como um processo de tecnologia apropriada e sustentável com um amplo campo de aplicações, seja no meio rural ou urbano. A sustentabilidade desse processo é ecológica: pois, por não ser queimado, o tijolo de solo-cimento contribui para a preservação de recursos naturais e diminuição do uso de energia; social: nota-se um resgate da auto-estima e da cidadania das famílias envolvidas em regimes de auto-construção e de ajuda mútua; e econômica: a terra crua, por ser um material de grande disponibilidade e baixo custo apresenta-se como excelente alternativa técnico-econômica para construções rurais, principalmente na forma de tijolos prensados não queimados. O Programa de Melhoria da Moradia dos Funcionários de Baixa Renda da Universidade Federal de Goiás (Conjunto Nossa Morada, Goiânia-GO) é um exemplo dessa aplicação. Estudou-se tijolos prensados de solo-cimento, em paredes de alvenaria auto-portante, empregados no referido programa habitacional, comparando-os com tijolos maciços comuns e tijolos furados, com o intuito de definir critérios de aplicação prática, controle de patologias e comparação de custos. Palavras-chave: tijolos de terra crua, solo-cimento, habitações de baixo custo.

THE UTILIZATION OF STABILIZED SOIL-CEMENT BRICK IN LOAD-SUPPORTING MASONRY AT THE “CONJUNTO NOSSA MORADA”, GOIÂNIA-

GO, BRAZIL ABSTRACT Long since there is a current concern on sustainability involving ecological, social and economical patterns as well. The soil-cement constructing system may be understood as an appropriate building technology with a large range of application in both rural and civil engineering field of activities. Under this point of view, the sustainability is related to ecological concepts because soil-cement brick manufacture doesn’t cause wastage and pollution and requires negligible energy consumption since soil-cement brick is not burnt in kiln; so it contributes for environmental improvement and natural resources conservation. The social aspect related to sustainability refers to the self-esteem and citizenship ransom by the families straightly involved in self-constructing programs. On the other hand the economical aspect considers the earth a low cost material available in large quantities in most regions and suitable as construction material for most parts of the building. The Program for Low-Income People Housing supported by the Federal University of Goias is a good example for the “appropriateness” of soil-cement brick. For this purpose, soil-cement brick masonry was compared with both solid and hollow burnt clay brick masonry aiming to establish practical and simple criterions for building pathology control and cost comparison. Keywords: stabilized soil brick, soil cement, low cost house

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1. INTRODUÇÃO As razões de se construir no meio rural, dentre outras, nascem da necessidade de melhoria das condições de vida do produtor rural. Grosso modo, as construções rurais podem ser divididas em dois tipos: moradias e instalações voltadas à exploração agrícola e seus correlatos (instalações para animais, unidades armazenadoras, agroindústrias, etc.). Independente da finalidade e complexidade da obra, os custos gerados em sua execução são geralmente elevados e de retorno quase sempre de médio a longo prazos. Tal situação, se não inviabiliza num primeiro momento quaisquer benfeitorias, torna-as altamente dispendiosas, principalmente para os produtores de menor renda. Dessa forma, o uso de tecnologias apropriadas em construções rurais que levem à racionalização dos recursos disponíveis, à diminuição dos custos dos processos construtivos e ao melhor aproveitamento da mão-de-obra local deve ser considerado. A operacionalização dessas tecnologias pode ser feita através do uso isolado ou combinado de materiais e técnicas construtivas, convencionais ou não, tais como: terra crua, solo-cimento, argamassa armada, paredes monolíticas, elementos pré-fabricados, bambu, compósitos biomassa vegetal-cimento, etc. Entretanto, a escolha do material ou técnica mais apropriados vai depender, dentre outros aspectos, dos recursos disponíveis no local, da mão-de-obra a ser empregada e da finalidade e durabilidade preconizadas para a construção. A terra crua, por ser um material de grande disponibilidade e baixo custo, vem se mostrando como uma excelente alternativa técnica e econômica para uso em construções rurais, principalmente sob a forma de tijolos ou blocos prensados e não queimados. Seu uso isolado ou associado a aditivos químicos, tais como cimento, cal, silicato de sódio, cinzas volantes, escória de alto forno, dentre outros, vem sendo objeto de inúmeras pesquisas com a finalidade de melhorar sua resistência à compressão simples, seu comportamento sob a ação da água e sua durabilidade em longo prazo (WALKER, 1995; ERELL e FREIDIN, 1995; REN e KAGI, 1995; GORDON et al., 1996; BARONIO e BINDA, 1997; NGOWI, 1997; ROLIM, et al., 1999). Por outro lado, nos países em vias de desenvolvimento, como é o caso do Brasil, é ainda mais crítica a situação do déficit habitacional. Alimentadas pela acentuada contradição entre o poder aquisitivo da maioria da população e o alto preço das habitações, têm surgido várias soluções, algumas institucionais, outras alternativas ou “marginais”, promovidas por órgãos públicos ou pela própria população. Um exemplo “in loco” dessas iniciativas é o Programa de Melhoria da Moradia dos Funcionários da Universidade Federal de Goiás (UFG) – “Conjunto Nossa Morada”. De natureza social e caráter educativo, o programa visa, através da participação de seus usuários e familiares, num processo de ajuda mútua, a construção de casas para 200 famílias de baixa-renda, em uma área de aproximadamente 124.000 m2, próxima ao Campus II da UFG, no município de Goiânia, Estado de Goiás, Brasil. O programa é assessorado pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (PROCOM) e pelo Centro Gestor do Espaço Físico (CEGEF), ambos da UFG. Nesse programa são construídas habitações em três diferentes sistemas de alvenaria: de tijolos prensados de solo-cimento (23x11x5 cm³), de tijolos maciços comuns (15x10x5 cm³), e de

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tijolos furados (30x20x10 cm³). De acordo com os próprios usuários do programa, por falta de maiores esclarecimentos houve, no início, uma certa restrição ao uso do solo-cimento. Mas, aos poucos isso mudou e atualmente há uma boa aceitação desse sistema, principalmente pela redução de custos por ele proporcionado. Diante de tal contexto, procurou-se neste trabalho estudar o emprego do tijolo prensado de solo-cimento em paredes de alvenaria aparente auto-portante no “Conjunto Nossa Morada” (Goiânia-GO, Brasil) com o intuito de buscar critérios de aplicação prática, controle de patologias e comparação entre os custos e a qualidade em relação aos tijolos maciço comum e furado. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Materiais Foi empregado, na fabricação dos tijolos de solo-cimento, um solo A6(1) coletado no próprio Conjunto Nossa Morada, Goiânia-GO. Foram usados cimento Portland (CP II-E 32) e cal hidratada (CH-I). As características físico-químicas do cimento e da cal seguem a norma NBR 11578 (ABNT, 1991) e a norma NBR 7175 (1992a), respectivamente. Os tijolos maciços comuns e os tijolos furados foram adquiridos no comércio local. Foi utilizada uma betoneira com capacidade de 350 litros para a mistura mecânica do solo, do cimento e da água. Na fabricação dos tijolos foi empregada uma máquina de fabricação de tijolos de acionamento mecânico (Figura 1). Esta máquina produz tijolos do tipo II (23x11x5 cm³) em conformidade com a norma NBR 08491 (ABNT, 1984a). Os ensaios de resistência à compressão simples foram executados em uma prensa VERSA TESTER com capacidade máxima de 150.000 kN. Esta prensa dispunha de dispositivo de controle de velocidade de carregamento.

Figura 1. Prensa mecânica de fabricação de tijolos (Foto: Regis de Castro Ferreira).

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2.2. Métodos Procedimentos aplicados ao solo

O solo utilizado na fabricação dos tijolos foi submetido aos ensaios de caracterização para determinar seus principais índices físicos, a saber: distribuição granulométrica (%) (ABNT, 1984b); densidade dos sólidos (g.cm-3) (ABNT, 1982); limites de liquidez e de plasticidade (%) (ABNT, 1984c e ABNT, 1984d); massa específica aparente seca máxima (g.cm-3) e umidade ótima de compactação (%) (ABNT, 1986). Fabricação dos tijolos Antes da moldagem dos tijolos, procedeu-se à limpeza e lubrificação dos equipamentos a serem utilizados (betoneira e prensas de moldagem). Após a análise dos dados referentes à caracterização do solo, determinou-se a dosagem da mistura do solo com o cimento de acordo com a Norma Simplificada de Dosagem de Solo-cimento (ABCP, 1986). Dessa forma, a dosagem indicada foi de 10% de cimento. Corrigiu-se a granulometria do solo com a adição de 10% de areia média. A mistura solo-cimento foi colocada nos moldes e prensada, e em seguida retirada cuidadosamente, evitando-se as quebras das arestas, de acordo com recomendações da norma NBR 10832 (ABNT, 1992b). Posteriormente os tijolos foram transportados para a uma área sombreada, ao ar livre, e empilhados até uma altura de 1,50 m para então serem curados. Cura dos tijolos Nesse caso, a cura consistiu em um processo de umidificação dos tijolos de forma a evitar a perda de água por secagem durante o processo inicial de hidratação do cimento. Foi efetuada, após 6 horas de moldagem e durante os sete primeiros dias, uma aspersão de água através de regador munido de chuveiro em um galpão de modo a evitar os efeitos do vento e a incidência dos raios solares. A cura é fundamental no processo de fabricação dos tijolos de solo-cimento, motivo pelo qual todo esforço foi direcionado para que a mesma ocorresse da forma mais adequada possível. Controle tecnológico De todos os lotes de tijolos de solo-cimento foram retirados três tijolos os quais foram submetidos aos ensaios de compressão simples e capacidade de absorção de água, de acordo com a NBR 08492 (ABNT, 1992c). Utilização dos tijolos Observou-se um período de 28 dias entre a fabricação e o uso dos tijolos a fim de se garantir que os efeitos da retração volumétrica devido à secagem fossem minimizados. Evitou-se molhar o tijolo antes de sua utilização, mas, quando inevitável, o umedecimento dos elementos foi superficial, sem, contudo saturá-los. Os tijolos com um valor de IRA (Initial Rate of Absorption) superior a 30 g.min-1 foram umedecidos antes do assentamento, para que os mesmos não absorvessem água em excesso da

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argamassa, conforme recomendações da American Standards for Testing Materials (ASTM, 1967). Argamassas de assentamento Deve-se procurar sempre utilizar argamassa com resistência compatível com a dos tijolos, e nunca superior à resistência dos tijolos. Desta maneira, as trincas que surgirem tenderão a seguir as juntas e terão menores espessuras de abertura e profundidade. Na casa de tijolo de solo-cimento foi usada uma argamassa de traço 1:2:9 (cimento, cal e areia média) em volume. Procurou-se manter uma relação água/aglomerante em torno de 0,50, entretanto, a água de amassamento foi adicionada de acordo com a prática, conforme o tijolo (mais poroso ou não) e a temperatura no local da obra, prevendo-se as perdas por evaporação. A argamassa foi misturada mecanicamente (em betoneira), resultando em mistura mais homogênea que a obtida por processo manual. A utilização da cal resulta em várias vantagens, tais como economia, plasticidade à massa, melhor incorporação de areia, aderência, retenção de água, resistência à penetração de água, resistência à tração, alto módulo de elasticidade e poder bactericida. De acordo com NASCIMENTO e HELENE (1993), o uso da cal nas argamassas de assentamento melhora todas as suas propriedades. A cal confere trabalhabilidade e retenção de água, portanto, argamassas mistas de cal e cimento são as mais recomendáveis, pois atendem a todos os requisitos solicitados. Mesmo pequenas quantidades de cal em argamassas de cimento têm um efeito positivo, melhorando as propriedades físicas e aumentando a capacidade de absorver deformações. Nas casas de tijolo maciço comum convencional e tijolo furado (15 x 30 cm) empregou-se argamassa na proporção de 1:3:5 (cimento, saibro e areia média), em volume. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Caracterização do solo

A Tabela 1 sumariza os resultados dos ensaios de caracterização do solo utilizado. A Figura 2 apresenta as curvas de compactação do solo natural e da mistura solo-cimento, respectivamente. Pela observação da Figura 2 percebe-se que houve um decréscimo na umidade ótima de compactação e um aumento na massa específica aparente seca máxima do solo com a adição do cimento; tal comportamento já era esperado, conforme resultados de trabalhos correlatos (MENDONÇA e LIMA, 1998; FERREIRA e FREIRE, 2002). De acordo com GUTIERREZ et al. (1998), a redução da umidade ótima está associada ao consumo de parte da água adicionada pelo processo de hidratação do cimento. 3.2. Controle tecnológico A Tabela 2 sumariza os resultados dos ensaios de compressão simples e de absorção de água. Os valores médios de resistência à compressão simples e absorção de água aos 7 dias foram de 2,11 MPa e 14,70%, respectivamente. Estes valores estão de acordo com o disposto pela norma NBR 08492 (ABNT, 1992), que estabelece, como valores mínimos de resistência à compressão simples e absorção de água aos 7 dias de idade, 2,0 MPa (sendo nenhum valor

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individual inferior a 1,7 MPa) e 20% (sendo nenhum valor individual inferior a 22%), respectivamente.

Tabela 1 – Caracterização do solo usado na fabricação dos tijolos. Índices físicos

Massa específica dos sólidos 2,807 g.cm-3

Limite de Liquidez (LL) 33,50 % Limite de Plasticidade (LP) 13,70 % Índice de Plasticidade (IP) 19,80 %

Distribuição granulométrica Pedregulho (>2mm) 1 % Areia grossa (2 – 0,6 mm) 4 % Areia média (0,6 – 0,2 mm) 8 % Areia fina (0,2 – 0,06 mm) 51 % Silte (0,06 – 0,002 mm) 4 % Argila (< 0,002 mm) 32 % Porcentagem que passa na peneira 200 51,4 %

Compactação Proctor Normal Solo natural 1,66 g.cm-3 Massa específica aparente seca máxima 10% de cimento 1,73 g.cm-3 Solo natural 19,5% Umidade ótima de compactação 10% de cimento 18,0%

Descrição visual do solo Areia fina argilosa Classificação (H.R.B.) A6(1)

1,451,471,491,511,531,551,571,591,611,631,651,671,691,711,731,75

12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25Teor de umidade (%)

Mas

sa e

spec

ífica

apa

rent

e se

ca

(g/c

m3)

0% de cimento 10% de cimento

Figura 2. Curvas de compactação do solo. Houve um ganho significativo de resistência à compressão simples ao longo do tempo comparando-se com o valor médio obtido aos 7 dias (Figura 3). Verificou-se um incremento da ordem de 24,64% e 64,93% para os valores de resistência obtidos aos 28 e 56 dias, respectivamente.

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Limite NBR 8492

00,5

11,5

22,5

33,5

4

7 28 56Idade (dias)

Resi

stên

cia

à co

mpr

essã

o si

mpl

es (M

Pa)

Figura 3. Evolução da resistência à compressão simples dos tijolos de solo-cimento.

Tabela 2. Resistência à compressão simples e capacidade de absorção de água dos tijolos. Resistência à compressão simples (MPa) Repetições

7 dias 28 dias 56 dias Absorção de água

(%) Amostra 1 2,21 2,72 3,86 14,40 Amostra 2 1,98 2,58 3,20 14,70 Amostra 3 2,15 2,60 3,37 15,00 Média 2,11 2,63 3,48 14,70 3.3. Etapas construtivas A técnica construtiva com tijolos prensados de solo-cimento é de simples execução e não demanda mão-de-obra especializada. BARBOSA et al. (1997) sugerem que as fundações podem ser em pedras assentadas com argamassa de cimento. Na parte superior da fundação é usada uma cinta de concreto de 20 cm de largura e 7 a 8 cm de espessura, armada com um ferro de φ 6,3 mm. A face superior da cinta deve estar ao nível do piso. Sobre a cinta de concreto, coloca-se a primeira camada que, ao invés de tijolo, sugere-se que seja de concreto simples. Em seguida, coloca-se a primeira fiada de tijolos usando-se argamassa de cimento e areia, cal e areia ou cimento, cal e areia. A quantidade de aglomerante não precisa ser superior a 10%. No topo da parede, passa-se uma cinta de concreto armado com apenas um ferro de φ 6,3 mm (caso de construções de pequeno porte). A cinta passa por todas as paredes para “amarrar” a construção. Por sobre a cinta é apoiado o madeiramento e a cobertura (BARBOSA et al., 1997). A seguir, são resumidamente descritas as etapas construtivas executadas na construção da casa de tijolo de solo-cimento no Conjunto Nossa Morada. Fundações Após a limpeza e demarcação das paredes externas e internas, foi escavado o leito de fundação, com 30 cm tanto na largura quanto na profundidade. A fundação empregada foi a do tipo direta e contínua, em forma de canaleta, através do assentamento de dois tijolos em espelho e posterior preenchimento com concreto de traço de 1:3:5. Foi empregada uma

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armação horizontal a fim de permitir melhor capacidade de absorção das tensões de tração produzidas pelas retrações, distribuindo possíveis tensões na alvenaria. Piso Após a confecção das fundações, foram executados o aterramento e nivelamento até o topo do baldrame. Em seguida procedeu-se à compactação do solo e confecção do contra-piso. Aberturas e lajes Nas aberturas de portas e janelas foram empregadas vergas e contra-vergas. Nos três sistemas de alvenaria utilizados no Conjunto Nossa Morada foi adotada a mesma técnica para confecção das lajes. As lajes foram confeccionadas através da combinação de vigotas pré-moldadas de perfil triangular (10x10x10 cm³) e lajotas (20x20x10 cm³). As vigotas foram moldadas em uma mesa vibratória, armadas com 3 ferros dispostos longitudinalmente e com bitola variando de acordo com o vão da laje. Ferragens A Tabela 3 discrimina as ferragens utilizadas nas diferentes etapas construtivas das casas estudadas.

Tabela 3. Sumário das ferragens e respectivas bitolas. Bitolas 1.1. Aplicação

Em milímetros Em polegadas Vigotas (vãos menores que 5 metros) 4,2 1/16 Vigotas (vãos maiores que 5 metros) 5,0 5/16 Estribos 4,2 e 6,5 1/6 e 1,4 Cintas de amarração 5,0 3/16 Baldrames 8,0 5/16 Pilares 9,5 3/8 Aspecto da casa de solo-cimento A Figura 4 mostra a casa de solo-cimento construída no Conjunto Nossa Morada. Devido ao ótimo acabamento final, a alvenaria de tijolos de solo-cimento é concebida para ser entregue com tijolo sem revestimento, ou seja, em alvenaria aparente. A Figura 5 mostra detalhes do acabamento das paredes externas após a impermeabilização. Patologias verificadas nas alvenarias de solo-cimento O surgimento de pequenas fissuras em paredes com tijolos de solo-cimento é uma realidade já constatada, mas ainda não estudada exaustivamente. Os mesmos fenômenos que originam fissuras em paredes de alvenaria convencional podem ser responsáveis pelo surgimento destas em paredes de alvenaria de solo-cimento. Como os critérios desta classificação são muito variáveis, é empregado aqui o termo fissura (superficial e de pequena dimensão) para denominar o fenômeno patológico em construções caracterizado pela ruptura entre partes de um mesmo elemento ou entre dois elementos acoplados. Existem vários fenômenos que podem provocar o surgimento de fissuras em

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alvenaria, dentre eles cita-se: movimentos da fundação, deformações na estrutura, variações de umidade nos elementos construtivos, variações de temperatura, reações químicas, etc.

.Figura 4. Aspecto da casa de solo cimento (Foto: Elias Magalhães da Silva).

Figura 5. Detalhe da casa de solo-cimento (Foto: Regis de Castro Ferreira).

Na casa de tijolo de solo-cimento houve pequena fissura na alvenaria, mais de ordem estética e não estrutural, devido sua construção em período chuvoso (Figura 6). A ação das águas de chuva provocou um aumento de volume dos tijolos com posterior retração, justificando-se, portanto, o aparecimento da fissura na face da alvenaria submetida à incidência de radiação solar direta. Em função das características higroscópicas do solo-cimento, recomenda-se proteger as paredes externas da penetração de umidade, pois estas variações são sempre seguidas de variações dimensionais que induzem tensões na alvenaria. Assim, as paredes diretamente expostas à chuva devem ser protegidas por pintura hidrófoba ou outro revestimento similar.

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Na impermeabilização das paredes externas de tijolo de solo-cimento foi utilizado o produto RHODOPÁS 012-DC (à base de acetato de polivinila), destinado à impermeabilização de superfícies de concreto.

fissura fissura

Figura 6. Detalhe da fissura na casa de solo-cimento (Foto: Regis de Castro Ferreira). Para que haja uma minimização do aparecimento de fissuras devem ser levados em consideração cuidados desde na etapa de projeto, como nas etapas de seleção dos materiais, construção, uso e manutenção. O solo-cimento, como material poroso e suscetível à retração cíclica, retrai e expande em função principalmente das variações de umidade. Para tanto é recomendável projetar juntas de construção a cada 4 metros ou estudar muito bem a argamassa a ser utilizada no assentamento, de maneira, que possua capacidade de se deformar sem apresentar ruptura quando sujeita a solicitações diversas e de retornar à dimensão original quando cessarem as solicitações. O termo “argamassa fraca” refere-se a uma argamassa de baixo módulo de deformação e que permite movimentos sem fissuras prejudiciais (NASCIMENTO e HELENE, 1993). Comparação de custos e qualidade das alvenarias De acordo com LIMA e CASTRO (1998), a vantagem econômica do sistema construtivo usando solo-cimento pode ser demonstrada a partir da análise comparativa em relação aos sistemas convencionais. Com dois sacos de 50 kg de cimento se produz, em média, 1000 tijolos a um custo de mão-de-obra em torno de 2,5 sacos de cimento. Portanto, tem-se um custo de 4,5 sacos de cimento para cada 1000 tijolos, ou seja, 2 sacos para fabricar os 1000 tijolos mais 2,5 sacos referentes ao custo de mão-de-obra. O custo de 1000 tijolos comuns obtidos em olaria é próximo a 21 sacos de cimento. Acrescentando-se a economia com o frete, as obras construídas com solo-cimento em comparação com o tijolo convencional apresentam uma redução de cerca de 35% no custo final da obra.

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A Tabela 4 discrimina os materiais de construção e seus respectivos custos nos três tipos de alvenaria empregados no Conjunto Nossa Morada. De sua análise percebe-se que a casa construída com tijolo de solo-cimento teve uma redução de custo de 14,0% e 46,0% em relação aos custos das casas de tijolo maciço comum e furado, respectivamente. Os custos das casas de tijolo maciço comum e de tijolo furado são apresentados considerando a alvenaria sem revestimento. O custo da argamassa de assentamento usada na casa de tijolo maciço comum (cimento, saibro e areia média) foi 35,7% menor que o da argamassa com cal hidratada usada na casa de tijolo de solo-cimento. O custo da casa construída com tijolo furado (15x30 cm²) foi 63,5% superior ao da casa de tijolo maciço comum. Os gastos com ferragens, cimento, areia, brita, arame e fôrmas para a confecção de 10 pilares de concreto armado (2,65x0,16x0,11m) contribuíram para o aumento do custo desta casa. Entretanto, o custo da mão-de-obra neste tipo de alvenaria ficou 50% menor que a do tijolo maciço comum. 5. CONCLUSÕES O desenvolvimento de tecnologias apropriadas com vistas à racionalização e otimização do uso da terra como material de construção, muito contribui para soluções alternativas em obras de diversas naturezas, reduzindo o custo das mesmas. Acrescente-se a isso a possibilidade de aplicação em programas de habitação, em regime de autoconstrução, seja no meio urbano ou rural. Todavia, para que os benefícios advindos dessa tecnologia possam ser integralmente aproveitados, é imprescindível o conhecimento de alguns fatores técnicos, como a seleção dos solos mais adequados, as definições dos teores de umidade e aglomerante, cuidados na fabricação do tijolo (mistura dos componentes, prensagem, e cura úmida). Ademais, faz-se necessário o controle tecnológico da qualidade dos tijolos durante todo o processo, através de ensaios laboratoriais, tais como a resistência à compressão e a capacidade de absorção de água, fatores restritivos à viabilidade técnica de seu uso. A ocorrência de fissuras na casa de solo-cimento foi mais de ordem estética que estrutural. Entretanto, os aspectos relacionados ao aparecimento de fissuras deverão ser levados em consideração em etapas futuras Conjunto Nossa Morada. Em relação à parte econômica, dentro das mesmas condições de comparação, o custo da casa de tijolo de solo-cimento foi 17,5% menor que o da casa de tijolo maciço comum, e 85% menor que o da casa de tijolo furado. Através das informações apresentadas neste trabalho, percebe-se o grande potencial da terra como material de construção no meio urbano ou rural, principalmente na forma de tijolos prensados.

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Tabela 4. Comparação dos custos de 3 tipos de alvenaria executadas no “Conjunto Nossa Morada”, Goiânia-GO (A Construção em Goiás, 2002). CUSTOS DE ALVENARIA – CONJUNTO NOSSA MORADA

Casa I* – Área: 70 m2 End.: Rua 6 Quadra G Lote 04 Sócio: Oscar de Campos Lima Alvenaria: Tijolo maciço comum Argamassa: cimento, saibro e areia Traço: 1:3:5 em volume

Casa II* – Área: 70 m2 End.: Rua 5 Quadra E Lote 07 Sócio: José de Sousa Neto Alvenaria: Tijolo solo-cimento Argamassa: cimento, cal e areia Traço: 1:2:9 em volume

Casa III* – Área: 70 m2 End.: Rua 5 Quadra E Lote 02 Sócio: Elenita Batista Veloso Alvenaria: Tijolo furado 15x30cm Argamassa: cimento, saibro e areia Traço: 1:3:5 em volume

MATERIAIS Qtd R$ unid. R$ total MATERIAIS Qtd R$ unid. R$ total MATERIAIS Qtd R$ unid. R$ total

Tijolo maciço comum 9.000 90,00/mil 810,00 Tijolo solo-cimento 8.400 72,40/mil 608,16 Tijolo furado 15x30cm 9.000 170,00/mil 1530,00

Lajota 20x20cm 500 110,00/mil 55,00 Lajota 20x20cm 250 110,00/mil 27,50 Lajota 20x20cm 500 110,00/mil 55,00

Cimento: saco de 50kg 16 12,50 200,00 Cimento: saco de 50kg 16 12,50 200,00 Cimento: saco de 50kg 16 12,50 200,00

Saibro m3 3 20,00 60,00 Cal hidratada Sc 20kg 20 3,80 76,00 Saibro m3 1,4 20,00 28,00

Areia média m3 6,5 20,00 130,00 Areia média m3 6,5 20,00 130,00 Brita “0” m3 0,6 32,00 19,20

Ferro 5,0 mm BR 10 2,60 26,00 Areia média m3 2,9 20,00 58,00

Ferro 5,0 mm BR 13 3,50 45,50

Ferro 4,2 mm BR 4 1,30 5,20

Arame galvanizado kg 2 2,50 5,00

Arame recozido kg 1 2,00 2,00

Tijolo maciço comum 320 90,00 28,80

TOTAL 1255,00 TOTAL 1067,66 TOTAL 1976,70

*Obs.: tijolo sem acabamento (para ser aparente)

*Obs.: fabricação do tijolo em 10 dias Saco de cimento 50kg a R$ 10,00 Traço: 1:1:9 (cimento, areia, solo) Custo do milheiro do tijolo de solo-cimento: R$72,40

*Obs.: alvenaria: 4 dias trabalhando Alvenaria: 12,5 sacos de cimento Pilar: traço 1:2:4 (cimento, areia, brita), 4 sacos de brita. Tijolo sem acabamento (para ser aparente)

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A CONSTRUÇÃO EM GOIÁS. (2002) Cotações de materiais para construções. Publicação mensal especializada para os ramos de Engenharia, Arquitetura e Construções, n. 416, p. 15-24, jun. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. (1986) Dosagem das misturas de solo-cimento. Normas de dosagem e metodos de ensaio. Boletim Técnico, São Paulo: ABCP, n.35, 57p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1984b) NBR 06459. Solo: Determinação do Limite de Liquidez. Rio de Janeiro, 6p. _____________. (1992a) NBR 07175. Cal hidratada para argamassas. Rio de Janeiro, 3p. _____________. (1984c) NBR 07180. Solo: Determinação do Limite de Liquidez. Rio de Janeiro, 3p. _____________. (1984d) NBR 07180. Solo: Determinação do Limite de Plasticidade. Rio de Janeiro, 3p. _____________. (1984b) NBR 07181. Solo: Análise Granulométrica. Rio de Janeiro, 13p. _____________. (1986) NBR 07182. Solo: Ensaio de Compactação. Rio de Janeiro, 10p. _____________. (1982) NBR 07251. Agregado em Estado Solto. Determinação da Massa Específica Unitária. Rio de Janeiro, 3p.

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