Texto Temática - Violência Silenciosa

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VIOLÊNCIA SILENCIOSA A violência separa as pessoas que se trancam em suas casas e passam a desconfiar de tudo e de todos. Como podemos ver no curta “Ângelo anda sumido”, de Jorge Furtado, quando as personagens saem, andam a passos rápidos olhando por todos os lados procurando por um inimigo invisível. A realidade não é tão diferente: em 2010, houve um aumento de 10% no setor de segurança. Não são mais as empresas que tentam proteger seus negócios, já há alguns anos, pessoas comuns investem parte de seu dinheiro em seguros e equipamentos de segurança. Hoje é comum encontrar alarmes, câmeras, grades e trancas nas casas das pessoas. O incomum é encontrar uma porta aberta sem um segurança ou um porteiro. Mas, depois de procurar se proteger de todas as maneiras possíveis, o indivíduo liga a televisão e passa a assistir um jornalismo sensacionalista que estimula o medo e a busca por proteção. Então, este se cerca cada vez mais contra o mundo e cria sua bolha, que não passa de uma prisão contra quem devia estar preso. E a solução se distancia cada vez mais, pois as poucas ações conjuntas, como passeatas e shows de paz, são momentâneas, afinal, a união se perde no isolamento que são as bolhas das pessoas. Pricila Yessayan 03/05/2011

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Texto baseado no curta "Angelo anda sumido" de Jorge Furtado. O texto busca retratar uma das formas que a violência afeta a vida das pessoas.

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VIOLÊNCIA SILENCIOSA

A violência separa as pessoas que se trancam em suas casas e passam a

desconfiar de tudo e de todos. Como podemos ver no curta “Ângelo anda sumido”, de

Jorge Furtado, quando as personagens saem, andam a passos rápidos olhando por

todos os lados procurando por um inimigo invisível.

A realidade não é tão diferente: em 2010, houve um aumento de 10% no setor

de segurança. Não são mais as empresas que tentam proteger seus negócios, já há

alguns anos, pessoas comuns investem parte de seu dinheiro em seguros e

equipamentos de segurança. Hoje é comum encontrar alarmes, câmeras, grades e

trancas nas casas das pessoas. O incomum é encontrar uma porta aberta sem um

segurança ou um porteiro.

Mas, depois de procurar se proteger de todas as maneiras possíveis, o

indivíduo liga a televisão e passa a assistir um jornalismo sensacionalista que estimula

o medo e a busca por proteção. Então, este se cerca cada vez mais contra o mundo e

cria sua bolha, que não passa de uma prisão contra quem devia estar preso.

E a solução se distancia cada vez mais, pois as poucas ações conjuntas, como

passeatas e shows de paz, são momentâneas, afinal, a união se perde no isolamento

que são as bolhas das pessoas.

Pricila Yessayan

03/05/2011

*Corrigido por Andrea Lacotiz