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MINISTÉRIO DA DEFESA 

ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA 

 

CURSO DE GESTÃO DE RECURSOS DE DEFESA ‐ CGERD 

 

 

 

GESTÃO DA DEFESA DO INTERESSE NACIONAL NA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA 

 

 

 

Trabalho apresentado como requisito indispensável para 

obtenção do título do Curso de Gestão de Recursos de Defesa 

 

 

ORIENTADOR: CMG (Ref) Adalberto de Souza Filho 

 

Estagiários: Aldernei Manhães de Souza 

Anderson Matos Teixeira 

Decio Michellis Junior 

Jayme Vicente Toscano 

Lenira do Valle Amaral Camargo 

Pedro Paulo Zelinski 

Renata Ferretti 

Roberto Funchal Filho 

Samuel Conceição da Silva 

 

 

 

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AGRADECIMENTOS    

Agradecemos à Escola Superior de Guerra, à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, pela oportunidade de participarmos do Curso de Gestão de Recursos de Defesa para o nosso desenvolvimento pessoal, com temas importantes para a manutenção da Soberania Nacional;  

Ao Coordenador do Curso CMG  (Ref) Adalberto de Souza Filho, ao Adjunto do Diretor do Curso CMG (RM‐1) Fernando Mose da Silva Abreu, ao Auxiliar do CGERD o 1º Sgt. Alexander Vargas Amaral Perrot  , a colaboradora da ESG Srª Úrsula Elisa Blumer e a todas as pessoas que nos  incentivaram, apoiaram e possibilitaram esta oportunidade de  ampliar  nossos  horizontes  que  em  muito  veio  a  agregar  à  nossa  formação acadêmica, profissional e nos proporcionar a realização deste trabalho, cujo tema é de grande relevância para o desenvolvimento do Brasil; 

A Deus por saber que em todo o tempo,  lugar e circunstâncias, as nossas vidas estão sob o olhar e absoluto controle do Senhor. 

 

Aldernei Manhães de Souza 

Anderson Matos Teixeira 

Decio Michellis Junior 

Jayme Vicente Toscano 

Lenira do Valle Amaral Camargo 

Pedro Paulo Zelinski 

Renata Ferretti 

Roberto Funchal Filho 

Samuel Conceição da Silva 

 

 

 

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RESUMO  

CAMARGO,  Lenira  do  Valle  Amaral;  FERRETTI,  Renata;  FUNCHAL,  Roberto  Fº; MICHELLIS,  Decio  Jr.;  SILVA,  Samuel  Conceição  da;  SOUZA,  Aldernei  Manhães  de; TEIXEIRA, Anderson Matos; TOSCANO, Jayme Vicente; ZELINSKI, Pedro Paulo.   Gestão da  Defesa  do  Interesse  Nacional  na  Matriz  Energética  Brasileira.  Trabalho apresentado como requisito indispensável para obtenção do título do Curso de Gestão de Recursos de Defesa da Escola Superior de Guerra, São Paulo. 

Através da interpretação e avaliação das necessidades e objetivos do Desenvolvimento Nacional, seus óbices e reflexos sobre a Segurança Nacional foi elaborado um estudo, no qual são enfatizadas as concepções políticas e estratégicas, contendo a avaliação e análise das  conjunturas nacional e  internacional, a  fim de entender as demandas da Defesa  do  Interesse Nacional  na Matriz  Energética  Brasileira,  especialmente  no  que tange ao estudo do potencial energético do Brasil e seus interesses no âmbito externo.  

Buscou‐se  a  sistematização  na  identificação  e  sugestão  das  ações  estratégicas, avaliando  a  legitimidade,  a oportunidade  e  a  conveniência dos  objetivos do  cenário mais provável, orientando o decisor estratégico quanto à escolha do cenário desejado para que ele se consolide como cenário de planejamento para o controle dos riscos e garantia da segurança energética nacional. 

Palavras‐chave 

Segurança energética nacional; matriz energética brasileira; geração elétrica; petróleo e gás; combustíveis líquidos; meio ambiente; desenvolvimento sustentável. 

 

 

 

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ABSTRACT    

CAMARGO,  Lenira  do  Valle  Amaral;  FERRETTI,  Renata;  FUNCHAL,  Roberto  Fº; MICHELLIS,  Decio  Jr.;  SILVA,  Samuel  Conceição  da;  SOUZA,  Aldernei  Manhães  de; TEIXEIRA, Anderson Matos; TOSCANO, Jayme Vicente; ZELINSKI, Pedro Paulo.   Gestão da Defesa do Interesse Nacional na Matriz Energética Brasileira. Paper presented as an essential requirement to obtain the title of Curso de Gestão de Recursos de Defesa da Escola Superior de Guerra, CGERD SP 2010 ‐ São Paulo. 

Through  the  interpretation  and  assessment  of  needs  and  objectives  of  National Development,  in  the  field  of  Energy  Generation,  its  hindrance  and  its  outcome  on National Security, we made a study in which we emphasize the concepts of policy and strategy,  including  the  assessment  and  analysis  of  national  and  international conjunctures,  to  understand  the  demands  of  Defense  of  National  Interest  in  the Brazilian’s energy matrix, especially  in  regard  to  the  study of  the energy potential of Brazil and its interests in the external scope. 

Though scenarios technique, we tried to systematize the identification and suggestion of strategic actions, evaluating  the  legitimacy, appropriateness and desirability of  the goals of most likely scenario, guiding the strategic decision maker as the choice of the scenario that we desired to be consolidated as a planning scenario  for the control of the risks to ensuring national energy security. 

Keywords 

National energy  security,  the Brazilian energy matrix, power  generation, oil  and  gas, liquid fuels, environmental, sustainable development. 

 

 

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RELAÇÃO  DE  SIGLAS  UTILIZADAS    

AAE  Avaliação Ambiental Estratégica 

AAI  Avaliação Ambiental Integrada 

ABCE Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica 

ABDIB Associação Brasileira da Infra‐Estrutura e Indústrias de Base 

ABEMA Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente 

ABIAPE Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia 

ABRACE Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia Elétrica 

ABRACEEL Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica 

ABRAGE Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica 

ABRAGEF  Associação Brasileira de Geração Flexível 

ABRAGET  Associação Brasileira de Geradoras Termoelétricas 

ABRATE Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica 

ACL  Ambiente de Contratação Livre 

ACR  Ambiente de Contratação Regulada 

AGU  Advocacia Geral da União  

AHE  Aproveitamento Hidrelétrico  

AIA  Avaliação de impacto Ambiental  

AMCHAM  Câmara Americana de Comércio  

ANA  Agência Nacional das Águas 

ANACE  Associação Nacional dos Consumidores de Energia 

ANEEL  Agência Nacional de Energia Elétrica 

APINE Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica 

APMPE Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica 

APP  Área de Preservação Permanente 

ASIBAMA  Associação dos Servidores do Ibama (DF) 

ASV  Autorização para Supressão de Vegetação 

CAIUÁ  CAIUÁ Distribuição de Energia S.A. 

CANIE  Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas 

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CBIEE  Câmara Brasileira dos Investidores em Energia Elétrica 

CCD  Contrato de Conexão ao Sistema de Distribuição 

CCE  Contrato de Compra de Energia 

CCEAR Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado 

CCEE  Câmara de Comercialização de Energia Elétrica 

CDE  Conta de Desenvolvimento Energético 

CEFEM Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais 

CELTINS  Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins 

CESP  Cia Energética de São Paulo 

CF  Constituição Federal 

CFPURH Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos 

CHESF  Companhia Hidroelétrica do São Francisco 

CGERD  Curso de Gestão de Recursos de Defesa 

CIGRÉ Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica CIGRÉ‐Brasil 

CMG  Capitão de Mar e Guerra 

CMSE  Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico 

CNPE  Conselho Nacional de Política Energética 

COFINS  Contribuição para Financiamento da Seguridade Social 

COGEN  Associação Paulista de Cogeração de Energia 

COMASE Comitê Coordenador das Atividades de Meio Ambiente do Setor Elétrico 

CONAMA  Conselho Nacional de Meio Ambiente 

CONJUR  Consultoria Jurídica 

CPMF  Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira 

CSE  Cadastro Sócio‐Econômico 

CSLL  Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido 

CUSD  Contrato de Uso da Distribuição 

DME Departamento Municipal de Energia Elétrica de Poços de Caldas 

DNPM  Departamento Nacional de Produção Mineral 

DOU  Diário Oficial da União 

DUP  Declaração de Utilidade Pública 

EIA  Estudo de Impacto Ambiental 

ELETROBRÁS  Centrais Elétricas Brasileiras S.A. 

ELETRONORTE  Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. 

END  Estratégia Nacional de Defesa 

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EPE  Empresa de Pesquisas Energéticas 

ESG  Escola Superior de Guerra 

FBOMS Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento 

FGTS  Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 

FIEMG  Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais 

FIEP  Federação das Indústrias do Estado do Paraná 

FIESP  Federação das Indústrias do Estado de São Paulo 

FUNAI  Fundação Nacional do Índio 

FUNASA  Fundação Nacional de Saúde 

GEREX  Gerência Executiva (do IBAMA) 

HTR  Reatores de Alta Temperatura 

IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis 

IBGE  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços 

INCRA  Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 

INSS  Instituto Nacional de Seguro Social 

IPHAN  Instituto Nacional do Patrimônio Histórico 

IIRSA Iniciativa para la Integración de la Infraestructura Regional Suramericana 

ISA  Instituto Sócio‐Ambiental 

ISS  Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza 

ITR  Imposto Territorial Rural 

LI  Licença de Instalação 

LO  Licença de Operação 

LP  Licença Prévia 

MAB  Movimento dos Atingidos por Barragens 

MD  Ministério da Defesa 

MMA  Ministério do Meio Ambiente 

MME  Ministério de Minas E Energia 

MP  Ministério Público 

MPE  Ministério Público Estadual 

MPF  Ministério Público Federal 

MST  Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra 

OAB   Ordem dos Advogados do Brasil 

OEMAs  Organizações Estaduais de Meio Ambiente 

ONGs  Organizações Não Governamentais 

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ONS  Operador Nacional do Sistema Elétrico 

P&D  Pesquisa e Desenvolvimento 

PAC  Programa de Aceleração do Crescimento 

PACUERA Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório 

PBA  Projeto, Plano ou Programa Básico Ambiental 

PCH  Pequena Central Hidrelétrica 

PETROBRÁS  Petróleo Brasileiro S.A. 

PIB  Produto Interno Bruto 

PIS/PASEP Programa de Integração Social/ Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público 

PLC  Projeto de Lei Complementar 

PNAP  Plano Nacional de Áreas Protegidas 

PNB  Política Nacional da Biodiversidade 

PNE  Plano Nacional de Energia 

PNMA  Programa Nacional de Meio Ambiente 

PNRH  Plano Nacional de Recursos Hídricos 

PROINFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica 

PWC  PriceWaterhouse e Coopers 

REDE  REDE Empresas de Energia Elétrica S.A. 

Ref  Reformado 

RM‐1  Reserva 

RGR  Reservatório de Grandes Recursos 

RADAM  Projeto Radam da Amazônia 

RAS  Relatório Ambiental Simplificado 

RDPA  Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais 

RIMA  Relatório de Impacto Ambiental 

RPPN  Reserva Particular do Patrimônio Natural 

RRC  Reassentamento Rural Coletivo 

SEAP  Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca 

SEB  Setor Elétrico Brasileiro 

SEMA SP  Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo 

SISLIC Sistema Informatizado de Licenciamento Ambiental Federal 

SISNAMA  Sistema Nacional de Meio Ambiente 

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza 

STF  Supremo Tribunal Federal 

TAC  Termo de Ajustamento de Conduta 

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TAMAR Projeto TAMAR (Programa Brasileiro de Conservação das Tartarugas Marinhas) 

TCA  Termos de Compromisso Ambiental 

TFSEE  Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica 

TR  Termo de Referência 

UC  Unidade de Conservação 

UHE  Usina Hidrelétrica 

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SUMÁRIO  

1  –     INTRODUÇÃO   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  1  

CAPÍTULO   I   ‐  DIAGNÓSTICO  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  2  

2  –    ANTECEDENTES  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  2  

Geopol ít ica  da  energ ia  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  2  

Geoestratégia  Brasi le ira  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  4  

O  estado,  a  segurança  energét ica  e  a  defesa  do   interesse  Nacional  . . . . . . . . . . . . . . . . .  6  

O  ambiente   internacional  e  a  Segurança  Energét ica  Nacional    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  7  

Anál ise  do  ambiente   interno  e  a  Segurança  Energét ica  Nacional    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  9  

3  –    MATRIZ  ENERGÉTICA    EM  VIGOR  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  12  

O  que  é  matr iz  energét ica  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  12  

Economia  e  energia  .................................................................................................................... 13 

Evolução  da  oferta   interna  de  energ ia  ............................................................................... 14 

CAPÍTULO   I I   ‐  POLÍTICA  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  15  

4  –    CENÁRIOS  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  15  

Construção  de  cenár ios  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  15  

I .Anál ise  prospect iva  e  diagnost ico  do  objeto  de  estudo  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  18  

I I .Se leção  dos   fatores  condic ionantes  de   futuro  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  23  

I I I .E le ição  dos   fatores  condic ionantes  com  alta   incerteza  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  28  

IV .Atores  com  poder  de  alterar  as   incertezas  cr ít icas  do  meio  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  32  

V. Ident i f icação  e  descr ição  das   incertezas  cr í t icas  mais  prováveis  . . . . . . . . . . . . . . . . .  34  

VI .Anál ise  morfológica  das   incertezas  cr í t icas  mais  prováveis  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  36  

VI I .Descr ição  dos  cenár ios  obt idos  através  da  anál ise  morfologica  . . . . . . . . . . . . . . . .  40  

Cenár io   (A)  –  MUNDO  UNIFICADO   ‐   longo  c ic lo  de  prosper idade  ............................. 40 

Cenár io   (B)  MUNDO  EM  DINAMISMO  SELETIVO  ............................................................... 43 

Cenár io   (C)  MUNDO  FRAGMENTADO  .................................................................................... 45 

VI I I .Descr ição  dos  caminhos  mais  prováveis  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  48  

IX .Def in ição  dos  caminhos  para  as  mais  prováveis  real idades  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  50  

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Poss íve is  caminhos  e  ações  a  serem   tomadas  de   imediato  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  57  

Conclusão  ....................................................................................................................................... 59 

Proposta  suger ida  por  este  estudo  que  devera  ser  aprofundado  ............................. 60 

Energ ia  nuclear  ............................................................................................................................ 62 

Gestão  da  defesa  do   interesse  Nacional  na  Matr iz  Energét ica  Bras i le i ra    ............ 62 

CAPÍTULO   I I I   ‐  ESTRATÉGIA  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  64  

5  –  FORMULAÇÃO  SISTEMÁTICA  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  64  

Introdução  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  64  

Estratég ia  de  Defesa  do   Interesse  Nacional  na  Matr iz  Energét ica  Bras i le i ra  e  Estratég ia  Nacional  de  Desenvolv imento  do  Setor  Energét ico  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  65  

Natureza  e  âmbito  da  Estratég ia  Nacional  de  Defesa  do   Interesse  Nacional  na  Matr iz  Energét ica  Brasi le i ra  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  66  

Diretr izes  da  Estratég ia  Nacional  de  Defesa  do   Interesse  Nacional  na  Matr iz  Energét ica  Bras i le i ra  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  67  

Setores  Petróleo,  Gás,  hidre letr ic idade,  biocombust íve is ,  nuclear  . . . . . . . . . . . . . . . . .  70  

A  organização  da   indústr ia  nacional  de  energ ia:  desenvolv imento  tecnológ ico  independente  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  71  

Conclusão  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  72  

6  –  MEDIDAS  DE   IMPLEMENTAÇÃO  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  73  

Contexto  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  73  

Ciência,  Tecnologia  e   Inovação   (CT&I)  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  77  

Indústr ia  de  Energ ia   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  78  

Inte l igência  de  Defesa  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  79  

Ações  Estratég icas  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  80  

Ciência  e  Tecnologia  .................................................................................................................. 80 

Ensino  .............................................................................................................................................. 80 

Meio  Ambiente    e  Mudanças  Cl imát icas  ............................................................................. 80 

Mobi l ização  ................................................................................................................................... 82 

Geração  Distr ibuida  e  Autoprodução  .................................................................................. 82 

Indústr ia  de  Energ ia  ................................................................................................................... 83 

Comando  e  Controle  .................................................................................................................. 83 

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iii  

Inte l igência  de  Defesa  .............................................................................................................. 84 

Infraestrutura  ............................................................................................................................... 84 

Estabi l idade  Regional  ................................................................................................................ 84 

Segurança  Nacional  .................................................................................................................... 85 

Disposiçoes finais .............................................................................................................................. 86 

7  –     INVESTIMENTOS  NECESSÁRIOS  –  2010  A  2030  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  87  

Financ iamento  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  88  

Financ iamento  –  emprest imo  e  venture  capital  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  88  

Invest imento  pr ivado   (pr ivate  equity   investment) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  92  

8   ‐  COMENTÁRIOS  FINAIS  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  96  

Conclusões  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  96  

Outras  sugestões  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  97  

9   ‐  REFERÊNCIAS  BIBLIOGRAFICAS  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  1  

10.   ‐  ANEXOS  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  1  

ANEXO  –  1   ‐  GEOPOLITICA  DOS  RECURSOS  HIDRICOS  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  1  

L icenciamento  ambienta l  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  3  

Das  dif icu ldades  para  o   l icenc iamento  ambiental  ............................................................ 5 

Cadeia  de  re lac ionamento  entre  os  atores  envolv idos  no   l i cenc iamento  ambienta l  ....................................................................................................................................... 15 

Como  os  empreendedores  part ic ipam  efet ivamente  das  discussões  ambienta is  no  setor  elétr ico  bras i le iro  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  19  

Envolv imento  da  sociedade  em  relação  às  discussões  do  setor  elétr ico  para  a  implantação  de  empreendimentos  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  22  

O   l icenciamento  ambienta l  como  moeda  de   troca  ......................................................... 32 

Causas  recorrentes  da   jud ic ia l ização  dos  processos  de   l i cenc iamento  .................. 35 

A  segurança  soc ioambiental  ................................................................................................... 38 

Pressupostos  básicos  ................................................................................................................. 39 

ANEXO  –  2   ‐   I IRSA  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  1  

Mercosul ........................................................................................................................................... 2 

Orientação estratégica ........................................................................................................................ 2 

Ameaças  na  América  Lat ina   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  8  

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iv  

Itaipu ................................................................................................................................................. 10 

ANEXO  –  3   ‐  MODELOS  FINANCEIROS    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  1  

Formas  de   invest imentos  externos  no  Brasi l  ...................................................................... 1 

Plani lhas  de  s imulaçao  de   f inanc iamento  ............................................................................ 7 

 

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1  

1  –    INTRODUÇÃO    

"Deveis ter sempre em vista que é  loucura esperar de uma Nação favores desinteressados de outra e que tudo quanto uma Nação recebe como favor terá de pagar, mais tarde, com uma parte de sua independência. Não pode haver maior  erro  do  que  esperar  favores  reais  de  uma Nação  a  outra." George Washington 

Por  segurança  energética  de  um  país  compreende‐se  o  adequado  suprimento  de  energia necessário, a preços  razoáveis e estáveis, para o  seu desenvolvimento econômico  sustentável. É importante ressaltar que o conceito de desenvolvimento sustentável, entende‐se construído sobre outros  três  conceitos  interdependentes  e  mutuamente  sustentadores  —  desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental,  incorrendo, portanto no compromisso entre‐gerações.  

De maneira sucinta os cinco elementos tradicionais para a análise da segurança energética são os centros de demanda, a  logística e  fontes de suprimento energético, a geopolítica, a estrutura de mercado e a análise das instituições.  

A  segurança  energética  per  si  nos  orienta  a  buscar  fontes  alternativas  de  energia,  maior competição na oferta de energia, eficiência energética, diversificação energética, a elaboração de planos de contingência e outras políticas. 

As contribuições para a elaboração de uma Política de Defesa Nacional da Segurança Energética voltada,  para  ameaças  internas  e  externas,  constituem‐se  nos  elementos  de  planejamento  de defesa  da  segurança  energética  e  tem  por  finalidade  estabelecer  objetivos  e  diretrizes  para  o preparo e o emprego da capacitação nacional em todas as esferas do Poder Nacional. O Ministério de Minas e Energia em articulação com o Ministério da Defesa coordenariam as ações necessárias à Segurança Energética Nacional. 

As contribuições são compostas por uma parte política, que contempla os conceitos, os ambientes internacional e nacional e os objetivos da defesa da segurança energética nacional. Outra parte, de estratégia, engloba as orientações e diretrizes. 

A elaboração de uma Política de Defesa Nacional da Segurança Energética  tema de  interesse de todos  os  segmentos  da  sociedade  brasileira,  tem  como  premissas  os  fundamentos,  objetivos  e princípios dispostos na Constituição Federal e em consonância com as orientações governamentais e a política externa do País. 

A  percepção  das  ameaças  à  segurança  energética  está  desvanecida  para muitos  brasileiros,  ao considerar  que  energia  elétrica  está  no  interruptor  ou  tomada  de  seu  domicílio  ou  o abastecimento de  seu  veículo é apenas uma questão de escolha do posto de  combustível mais próximo, ignorando toda a cadeia produtiva necessária ao seu fornecimento.  

Porém,  é  imprudente  imaginar  que  um  país  com  o  potencial  do  Brasil  não  tenha  disputas  ou antagonismos  ao  buscar  alcançar  seus  legítimos  interesses  de  soberania  e  independência energética. Um dos propósitos da proposta é conscientizar os segmentos da sociedade brasileira de que a defesa da segurança energética da Nação é um dever de todos os brasileiros. 

   

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2  

CAPÍTULO  I  ‐ DIAGNÓSTICO  

 

 2  –    ANTECEDENTES    

GEOPOLÍTICA  DA  ENERGIA    

“Ubis pedis ibi patria” (onde temos os pés, existe a pátria)? 

A globalização abalou os velhos  conceitos de  fronteira e  soberania: a  invasão do espaço pátrio, antes  perfeitamente  definido,  mas,  hoje,  permeado  pelas  infovias,  modernos  meios  de comunicação e instantaneidade. 

A geopolítica pode ser definida como uma ferramenta para definir o papel de uma nação perante o mundo,  como uma  ferramenta de planejamento de Estado que nunca deixou de existir, mesmo com o fim do mundo bipolar. Como um farol, descortina os maiores interesses do Estado a serem implementados e defendidos. 

O mundo nunca deixou de ser uma arena de competição, ainda que as formas pelas quais ela se manifesta,  variem  com  o  tempo.    Por  isso mesmo,  o mundo  continua  e  continuará  inseguro, porque é a própria essência da  luta pela sobrevivência entre os Estados. A Nação que não traçar seu próprio rumo o terá traçado por outra.  

É inquestionável a convivência com um ambiente contemporâneo extremamente mutável, onde a falta  de  flexibilidade  significa  recriar  o  “modelo  do  dinossauro”,  segundo  o  qual,  esses  animais desapareceram da face da terra porque tinham poder sem a capacidade de adaptar‐se e força sem a disposição para aprender. 

Hoje,  existem  cada  vez  mais  perguntas  sem  respostas.  Um  Estado  contemporâneo  e  seguro, portanto,  deve  saber  identificar  seu  destino  e  buscá‐lo  em  meio  a  um  caminho  de  grandes incertezas e indefinições. 

O  Direito  Internacional,  conjunto  de  leis  aceitas  pelos  Estados,  infelizmente,  não  pode  ser considerado como Fundamento do Relacionamento Internacional. 

No Pós‐Guerra Fria, normas, conceitos e princípios do Direito  Internacional,  lenta e arduamente estabelecidos, passaram a ser deturpados, ignorados ou violados. 

O unilateralismo americano conduz a que o governo americano se arrogue o direito de definir o que  é  terrorismo  internacional  e  quem  o  pratique  e  de  interferir,  pelos  meios  que  julgar convenientes, inclusive militares, na contenção preventiva de riscos terroristas. Correlatamente, o governo  Bush  adotou  a  posição  de  considerar  como  contrários  aos  EUA  os  países  que  não  o apóiem convenientemente. 

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3  

George Soros declarou: “Hoje, o poder do capital financeiro, especialmente o dos Estados Unidos, é tal  qual  o  do  Império  Romano,  na  antigüidade. Na  Roma  antiga,  só  votavam  os  romanos. No capitalismo, só votam os americanos, os brasileiros não votam.” 

A força da Lei está sendo substituída pela lei da Força! 

Um  fator  que  exacerba  as  preocupações  ambientais  é  o  aumento  contínuo  da  competição  por recursos. A demanda por recursos crescerá muito nos próximos 20 anos, à medida que os países se tornarem mais  ricos  e  se modernizarem. De  acordo  com  a Agência  Internacional  de  Energia,  a demanda por energia provavelmente crescerá em mais de 50% até 2035, e os combustíveis fósseis deverão  ser  responsáveis por 80% desse aumento. A economia mundial  continuará a depender fortemente  do  petróleo  até  pelo  menos  2025.  O  consumo  mundial  de  gás  natural  terá  um aumento  de  87%.  Até  agora,  os  Estados  Unidos  se mostraram  pouco  inclinados  a  tratar  com seriedade de sua dependência em relação ao petróleo. Falta de energia em relação ao aumento da demanda poderá deixar os Estados Unidos suscetíveis a crises energéticas. O consumo de petróleo pelas  potências  asiáticas  em  crescimento  também  subirá  vertiginosamente;  a  China  terá  de aumentar o consumo em 150% e a Índia em 100%, até 2020, para manterem o crescimento atual. Esse consumo explosivo exacerbará o aquecimento global na falta de uma estrutura mundial para lidar com o problema. 

Por  causa do  crescimento  global,  a  competição por esses  recursos  se  intensificará  conforme os Estados  Unidos  e  outras  grandes  economias  disputarem  o  acesso  às  fontes  de  energia.  A competição aumentará os preços da energia, fazendo com que seja ainda mais difícil para os países em desenvolvimento arcar com os custos de energia para suas populações. Garantir os recursos é constantemente  o  principal  objetivo  das  estratégias  militares  e  de  segurança  dos  países desenvolvidos. A busca por essa segurança continuará fazendo com que os países se envolvam em engajamentos militares e econômicos no “arco de instabilidade”. Os Estados Unidos manterão seu envolvimento no Oriente Médio durante os próximos anos. A China continuará a celebrar acordos bilaterais com várias nações na África para garantir seu suprimento de petróleo. 

A degradação do ambiente e o maior crescimento econômico dos países causarão a concorrência não só por fontes tradicionais de energia, como também por alimento e água. Grandes segmentos da  população  viverão  em  áreas  de  “estresse  hídrico”,  e  a  “quantidade  de  terra  arável  poderá diminuir”.  O  consumo  de  água  doce  (rios,  lagos  e  lençóis  freáticos  renováveis)  continuará  a aumentar,  privando  ainda mais  pessoas  do  acesso  à  água  potável  limpa.  Ao mesmo  tempo,  a degradação do meio ambiente, a intensificação da agricultura e o ritmo acelerado de urbanização contribuirão para  reduzir a  fertilidade da  terra arável e o acesso a ela. A dependência  cada vez maior  em  relação  aos  biocombustíveis  para  a  crescente  necessidade  de  energia  reduzirá  o rendimento de culturas agrícolas para suprimento de alimentos. A competição por outras  fontes de alimento, incluindo a pesca, aumentará.   

A  demanda  da  China  por  energia  para  alimentar  seu  crescimento  fará  com  que  se  torne  uma presença mundial conforme o país se expandir para garantir fontes de energia. Na Ásia Oriental, a China  provavelmente  utilizará  sua  crescente  influência  para  delinear  os  “contornos  político‐institucionais” da  região a  fim de criar uma comunidade  regional que exclua os Estados Unidos. Tudo  isso  será  provavelmente  acompanhado  de  um  aumento  contínuo  das  Forças  Armadas  da China para reforçar seu status de potência mundial em crescimento. 

   

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4  

GEOESTRATÉGIA  BRASILEIRA  

“Política sem o respaldo da força é mero exercício de retórica.” Henry Kissinger 

A  evolução  das  ações  estratégicas  brasileiras,  ao  longo  do  tempo,  seguiu  passos  coordenados, curtos, mas direcionados para o seu destino de ser potência de primeira ordem. 

Permanente preocupação com a integração nacional, com a interiorização como forma de valorizar a enorme massa continental, a expansão da fronteira econômica e, mais recentemente, com uma presença mais efetiva na Amazônia e no Atlântico Sul. 

Um  maior  desenvolvimento  do  Brasil  representa  aumento  de  poder,  e  que  este  gera competitividade e, portanto, maior necessidade de segurança externa e interna.  

O  Poder  Perceptível  de  uma  nação  é  proporcional  à  sua massa  crítica  (população  +  território), capacidade econômica e  tecnológica, capacidade militar, estratégia  (projeto nacional) e bondade nacional. 

A  tentativa  de  apostar  e  de  participar  da  multilateralidade  do  planeta,  hoje,  ameaçada  pela unipolaridade  contempla  a  busca  da  estruturação  de  um  novo  centro  de  poder,  ainda  que secundário, no novo ordenamento do poder mundial. 

Cabe  ao Brasil  assumir uma posição de  confrontação, embora não necessariamente, de  caráter antagônico ‐  importa em assumir o risco de uma posição de confrontação, para a sustentação da qual o país necessitará de um conjunto de medidas apropriadas. 

A  opção  pela  autonomia  nacional  requer  se  assuma  a  probabilidade  de  um  longo  período  de confrontação com os EUA. Uma confrontação com os EUA é sustentável pelo Brasil se, desde logo, se a situar, inequivocamente, em termos não antagônicos, mas simplesmente autonômicos requer apropriadas medidas domésticas e internacionais: 

Irreversivelmente consolidação do Mercosul; 

Formação de um sistema de cooperação e livre comércio sul‐americano, ultimando‐se, com a possível urgência, entendimentos em curso entre Mercosul e a Comunidade Andina; 

Recusa por parte do Brasil e demais países membros de Mercosul de ingresso em ALCA tanto por  causa  de  sua  atual  configuração,  preservando  o  protecionismo  não  tarifário  dos  EUA, como porque, ALCA,  suprimindo  todas as  tarifas, é  incompatível  com Mercosul, que  requer uma tarifa externa comum; 

Ajuste com a UE de entendimentos encaminhados para o fortalecimento do multilateralismo internacional; 

Ajuste  com  os  três  outros  países  de  dimensões  semicontinentais,  China,  Índia  e  Rússia,  de entendimentos  para  uma  estratégia  internacional  preservadora  de  suas  respectivas autonomias e favorecedoras de seu desenvolvimento econômico‐tecnológico; 

Ajuste,  com  os  EUA,  um  novo modelo  de  cooperação  que  leve  em  conta,  ademais  de  um regime de comércio quantitativo e qualitativamente equilibrado, a adoção de medidas em que a  abertura  do  mercado  brasileiro  para  empresas  americanas,  gere  em  contrapartida 

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5  

significativas contribuições tecnológicas e exportadoras; 

Formação e sustentação de um amplo apoio popular ao projeto de autonomia nacional; 

Superação,  com  a  possível  celeridade,  da  atual  dependência  do  capital  financeiro internacional,  mediante  medidas  que  assegurem  a  supressão  de  déficits  em  transações correntes; 

Adoção de um modelo econômico  autonomizante e  conducente  a  altas  taxas de poupança doméstica e de crescimento do PIB; 

Aceleração do desenvolvimento social e econômico‐tecnológico; 

Reconhecimento  da  vocação  hidroenergética  do  Brasil  como  prioridade  de  Governo, conciliando o desenvolvimento sustentável com a geração de energia elétrica, promovendo o desenvolvimento  social e econômico. Só 28,0%  foram explorados para produção de energia elétrica; 

Essa imagem ainda é difusa, não se sabe exatamente onde e quando o Brasil pode e quer chegar. Porém, é verossímil afirmar que a direção é esta e que se caminha nesse sentido. Henry Kissinger declarou  “... política  sem o  respaldo da  força é mero exercício de  retórica.” É preciso, portanto, haver coerência entre o que se quer e o que se pode. 

É preciso um melhor entendimento das ferramentas de poder, da mesma maneira que uma pessoa deve  saber  sua  real capacidade de competir com as outras. A obtenção de um objetivo político exige  sempre  o  investimento  de  Poder  e  este  investimento  do  Poder  só  será  satisfatório  se dispuser de uma boa Estratégia. Os três valores se interagem inevitavelmente. 

Condutas  hostis,  de  parte  da  superpotência  ou  de  grandes  potências,  diversamente  do  risco militar,  são  altamente  prováveis  e  requerem  apropriada  resposta.  Tais  condutas  terão, predominantemente, caráter econômico‐financeiro, tecnológico e político. 

Política externa é o conjunto das diretrizes a serem seguidas pelo Estado no âmbito internacional a fim de assegurar a consecução e a preservação dos objetivos nacionais. Essas diretrizes são fixadas com  base  na  avaliação  de  situações  geopolítica  e  geoestratégica  determinadas,  abrangendo  os parâmetros contidos nas normas jurídicas  internacionais, e na utilização dos recursos que podem ser obtidos das expressões do poder nacional. 

Só o  real é universalmente  inteligível. A volta à  realidade é  também um ato de humildade e de honestidade. É  imprescindível a singeleza e a prudência. Além de realista, adogmática, brasileira, humanista, espiritualista e democrática a defesa nacional pressupõe a participação consciente de sujeitos  livres  (capazes  de  escolhas morais  emocionalmente  sustentadas)  em  busca  da  justiça social como uma  instância ética rebelde a toda e qualquer manipulação, formulação critica capaz de "orientar" moralmente a mudança. A  justiça social e o desenvolvimento devem compor uma estrutura de pensamento e ação indispensável à consecução do bem‐comum da Nação Brasileira. 

Defesa nacional é o conjunto de políticas e estratégias, baseadas precipuamente nas Expressões Militar e Diplomática do Poder Nacional, que visam a neutralizar quaisquer ameaças ou ataques, internos  ou  externos,  à  Segurança  Nacional,  bem  como  a  contribuir  para  o  Desenvolvimento Nacional.   

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O  ESTADO,  A  SEGURANÇA  ENERGÉTICA  E  A  DEFESA  DO   INTERESSE  NACIONAL    

“Esquadras não se improvisam” Rui Barbosa 

O  Estado  tem  como  pressupostos  básicos  o  território,  o  povo,  leis  e  governo  próprios  e independência nas relações externas. Ele detém o monopólio legítimo dos meios de coerção para fazer valer a lei e a ordem, estabelecidas democraticamente, provendo‐lhes, também, a segurança incluindo a energética.  

Atualmente,  o  conceito  de  segurança  abrange  os  campos  político,  militar,  econômico,  social, ambiental  e  outros.  As  medidas  que  visam  à  segurança  energética  são  de  largo  espectro envolvendo,  além  da  garantia  no  suprimento  de  energia  elétrica  e  combustíveis:  políticas econômicas,  ciência  e  tecnologia,  agrícolas,  socioambientais  e  outras  áreas;  defesa  civil;  defesa externa;  segurança  pública;  a maioria  das  quais  não  são  tratadas  por meio  dos  instrumentos político‐militares. 

Cabe considerar que a segurança energética pode ser enfocada a partir do indivíduo, da sociedade e do Estado, do que resultam definições com diferentes perspectivas. 

A  segurança  energética,  em  linhas  gerais,  é  a  condição  em  que  o  Estado,  a  sociedade  ou  os indivíduos não se sentem ou não se percebem expostos a riscos ou ameaças internas ou externas no  suprimento de  energia  elétrica e  combustíveis,  enquanto que defesa  é  ação  efetiva para  se obter ou manter o grau de segurança desejado, de maneira que podem dedicar‐se  livremente a seu próprio desenvolvimento e progresso. 

Defesa é ação efetiva do Estado e dos Governos, para  se obter ou manter o grau de  segurança desejado, pelo Estado e pela  sociedade,  a nível  sustentável, permitindo  a população dedicar‐se livremente a seu próprio desenvolvimento, progresso e bem estar. 

Para  efeito  da Gestão  de Defesa  da  Segurança  Energética Nacional,  são  adotados  os  seguintes conceitos: 

Segurança energética é a condição que permite ao País a garantia no suprimento sustentável de energia  elétrica  e  combustíveis  através  do  exercício  de  sua  Soberania,  a  realização  dos  seus interesses nacionais, livre de pressões e ameaças de qualquer natureza, e a garantia aos cidadãos da manutenção  das  atividades  econômicas,  da  ordem  social,  da  sadia  qualidade  de  vida  e  o exercício dos direitos da dignidade humana, conforme preceitua nossa Constituição; 

Defesa do Interesse Nacional na Segurança Energética Nacional é o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase na formulação de políticas públicas, planos e programas de governo, para garantia do suprimento sustentável de energia sob suas várias formas em quantidade, qualidade, preços competitivos e seus  impactos na Soberania  incentivando, dissuadindo ou  inibindo, através dos  meios  que  o  Estado  dispõe,  conforme  a  Constituição  contra  ameaças  internas,  externas, potenciais  ou  manifestas.Este  trabalho  foi  desenvolvido  com  esses  conceitos  em  mente, considerando o que esta se desenvolvendo atualmente no setor, com vistas a Segurança Energética Nacional, citando ao  longo do  texto, determinadas  situações e  fatos, não como critica, mas  sim como alerta para fatos e situações nem sempre se coadunam com a realidade expressa pela mídia, ou com o pensamento leigo.   

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O  AMBIENTE   INTERNACIONAL  E  A  SEGURANÇA  ENERGÉTICA  NACIONAL  1 

“Estratégia Nacional  de  Defesa  é  inseparável  da  Estratégia Nacional  de Desenvolvimento” 

O mundo vive um desafio a cada dia mais complexo de como assegurar para o futuro o suprimento de energia elétrica e  combustíveis  imprescindíveis a  sadia qualidade de vida e manutenção das atividades econômicas.  

A questão ambiental permanece como uma das preocupações da humanidade. Países detentores de  grande  biodiversidade,  enormes  reservas  de  recursos  naturais  e  imensas  áreas  para  serem incorporadas ao sistema produtivo podem tornar‐se objeto de interesse internacional. 

Neste século, poderão ser intensificadas disputas por áreas marítimas, por fontes de água doce e de  energia,  cada  vez  mais  escassas.  Tais  questões  poderão  levar  a  ingerências  em  assuntos internos, configurando quadros de conflito. 

A  atuação  do  movimento  ambientalista‐indigenista  internacional  como  um  instrumento geopolítico a serviço de  interesses hegemônicos do eixo anglo‐americano, nas últimas décadas, é preciso enquadrá‐la no contexto estratégico. A vasta mobilização desse aparato intervencionista de guerra irregular, a partir do final da década de 1980, ocorreu no âmbito do fim da Guerra Fria e da emergência da  “globalização”  financeira,  como  instrumentos para a pretendida  consolidação da hegemonia unipolar anglo‐americana. 

Essa  “nova ordem mundial”, pomposamente anunciada ao mundo pelo presidente George Bush pai por ocasião da Guerra do Golfo de 1991,  tinha como um dos seus principais pressupostos a debilitação e neutralização dos Estados nacionais soberanos e a ascensão de atores não‐estatais, como  as  organizações  não‐governamentais  (ONGs),  na  orientação  e  determinação  das  políticas públicas  internas  e  externas,  estabelecendo  as  bases  para  regimes  de  soberania  “restrita”  ou “limitada”. 

O  fato  histórico  do  presente  grego  inusitado  do  cavalo  que  agasalhou  o  exército  invasor  é semelhante  ao que ocorre hoje no Brasil,  sendo  representado pelas ONGs, presente de nossos “amigos”,  que  querem  e  usam  de  todos  os  meios  para  concretizar  o  domínio  econômico  e territorial, bem como o cerceamento do domínio de novas tecnologias essenciais para o futuro de nosso País. Células que se apresentam com a capa de defensores do meio ambiente, mas que na realidade encarnam os exércitos modernos, que não usam armas, tanques e aviões, mas a sutileza, a  inteligência,  uma  engenharia  de  ocupação  extraordinária,  a  ponto  de,  via  uma  rede  de informação eficiente, convencer, governos e mídia, que querem o bem do Pais e dos nossos índios, desafiando e menosprezando nossa inteligência. 

Entre as diretrizes da “nova ordem”, que deveriam ser seguidas por todos os governos, em especial os do setor em desenvolvimento, destacavam‐se: 

                                                                 

 

1  Adapatado  de  Alerta  em  Rede  ‐  O  MOVIMENTO  AMBIENTALISTA‐INDIGENISTA,  CONFLITOS  DE  QUARTA  GERAÇÃO; http://www.alerta.inf.br/Geral/1286.html?print 12/3/2009 

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Afastamento  do  Estado  do  papel  de  indutor  do  desenvolvimento  socioeconômico,  o  qual deveria ser deixado a agentes privados; 

A  privatização  de  empresas  estatais  estratégicas,  principalmente  as  ligadas  aos  recursos naturais  e  à  infraestrutura,  setores  elétrico,  telecomunicações,  petrolífero  e,  agora,  a pretendida privatização da exploração de minérios radioativos; 

A debilitação das Forças Armadas,  tanto por crescentes  restrições orçamentárias, como pelo desmantelamento  dos  seus  programas  de  tecnologias  avançadas,  como  ocorreu  de  forma destacada no Brasil e na Argentina, entre outros países; 

A  imposição de um regime de “apartheid tecnológico” a esses países, sob o pretexto da não‐proliferação de tecnologias de uso dual, como nas áreas nuclear e aeroespacial, por meio de acordos multilaterais  discriminatórios,  a  exemplo  do  Tratado  de Não‐Proliferação  de  Armas Nucleares (TNP), o Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis e outros. 

Especificamente  na  área  ambiental,  esse  impulso  se  direcionou  para  a  imposição  da  falaciosa agenda malthusiana que está por trás do discurso ambientalista, cujo objetivo mal disfarçado é a limitação da  industrialização e do desenvolvimento socioeconômico do planeta nos níveis atuais, cuja iniqüidade e injustiça são flagrantes. 

Exemplares desse enfoque  são os  acordos  internacionais que  têm  sido estabelecidos  sob  falsos pretextos  ambientais,  para  restringir  determinadas  tecnologias  consagradas  e  já  de  domínio público,  como  os  clorofluorcarbonos  (CFCs)  e,  até  mesmo,  a  expansão  da  utilização  dos combustíveis  fósseis,  que  respondem  por  três  quartos  da  energia  primária  consumida  pela Humanidade e dois terços da geração de eletricidade em todo o mundo. 

A  primeira  declaração  oficial  do  atual  Presidente  dos  Estados  Unidos  da  America,  sobre  os objetivos da  segurança nacional, omite  acintosamente  a política de  "guerra preventiva" que  foi adotada em 2002 por  seu antecessor, e que  incomodou muitos aliados dos EUA. O documento tende a  redefinir o que será a política externa americana depois de duas sangrentas guerras no Iraque  e  no  Afeganistão  e  uma  crise  econômica  mundial.  O  documento  planeja  avaliar precisamente  os  interesses  americanos  no  exterior,  assim  como  o  uso  da  força,  designando diversas ameaças, desde a ciberguerra até as epidemias, passando pelas desigualdades. Em meio a uma  economia  ainda  frágil  e  déficits  recordes,  o  governo  admite  que  reforçar  o  crescimento econômico e pôr em ordem as contas públicas dos EUA são itens que fazem parte das prioridades de  segurança nacional.  "No  centro dos nossos  esforços  está um  compromisso de  renovar nossa economia, que serve como fonte do poderio norte‐americano". A estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos, uma obrigação  legal de cada presidente, costuma  ser uma  reafirmação das políticas em vigor, mas é um documento importante porque influencia diretamente, orçamentos e leis, além de ser observado de perto no exterior, pois delineia a  forma como os Estados Unidos passarão a tratar com outros Países. 

Diante do quadro descrito, torna‐se  imprudente  imaginar que um país com o potencial do Brasil, em  termos de produção de  energia  com  suas  fontes de minérios,  seu potencial hidráulico,  seu domínio da energia nuclear, suas áreas de produção de petróleo, não venha a ser, em futuro não tão  distante,  objeto  de  disputas  ou  antagonismos,  através  de  alterações  “legais”  de  leis internacionais,  ou  através  de  outras  justificativas.  A  sensibilidade  a  essa  situação  se  realça,  ao considerarmos  alternativas  para  alcançar  os  legítimos  interesses  de  soberania  e  independência energética do Brasil no futuro, através da utilização dos meios que o Pais dispõe, particularmente o domínio da energia nuclear. 

   

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ANÁLISE  DO  AMBIENTE   INTERNO  E  A  SEGURANÇA  ENERGÉTICA  NACIONAL  2  

“A guerra renascera sob outro formato, em outro cenário, tornando‐se um instrumento  de  enorme  poder  nas mãos  dos  que  nutrem  a  intenção  de controlar Países”  A guerra além dos limites – coronéis chineses 

Segundo o cronograma da EPE, o governo planeja licitar quase 27 mil MW em sete hidrelétricas na Amazônia  até  2011,  aí  incluída  Belo Monte.  Contudo,  resta  saber  se  resistirá  às  pressões  do aparato ambientalista‐indigenista contra esses projetos e, além disso, se as hidrelétricas correrão a fio d´água, ocasionando  a utilização de usinas  térmicas  (geração mais  cara) para  ‘compensar’  a energia que não  foi estocada nos  reservatórios,  redundando em aumento do valor da  conta de energia a ser paga no final de cada mês por parte de cada usuário. 

Atualmente vivemos em ambiente de  “aceitação  implícita da  soberania pseudo  responsável” na Amazônia, onde discutíveis direitos de algumas tribos indígenas e da “proteção” ambiental, como pregam  as  ONGs,  se  sobreporiam  aos  direitos  do  restante  da  sociedade  brasileira  que  seria impedida  de  utilizar  soberanamente,  em  sua  plenitude,  e  a  preços  justos,  um  bem  que  lhe pertence. 

A capitulação do atual Governo perante as ONGs ocorreu, quando o Ministério de Minas e Energia reviu o  inventário hidrelétrico do Xingu, e decidiu por questões políticas, que apenas Belo Monte seria aproveitada, mas com o seu reservatório sensivelmente diminuído e sem outros reservatórios a montante, acarretando o  funcionamento da usina praticamente a  fio d´água,  com  capacidade instalada de 11.181 MW e energia firme (MW médio disponível ao longo do ano) de 4.796 MW. 

A estratégia da agenda ambientalista‐indigenista voltada para manter a Amazônia como um vácuo demográfico e uma vasta “reserva natural”  impermeável ao desenvolvimento, teve uma série de desdobramentos desfavoráveis ao Pais. 

Os projetos de  infra‐estrutura energética e viária pretendidos para a região passaram a ser alvos prioritários  das  campanhas  de  uma  pletora  de  ONGs muito  bem  financiadas  por  fundações  e empresas  privadas  e  órgãos  governamentais  estranhos  ao  Brasil,  como  a  Agência  de Desenvolvimento Internacional dos EUA (USAID) e outras. 

Assim,  as  agências  de  desenvolvimento  de  governos  europeus,  EUA  e  Canadá  e  organismos multilaterais, como o Banco Mundial e outros, passaram a alimentar uma  rede  internacional de ONGs,  ao mesmo  tempo  em  que  exigiam medidas  que  representavam  o  enfraquecimento  dos Estados nacionais. Como resultado desse processo, tais organismos reduziram os  financiamentos para  programas  de  desenvolvimento  nos  países  subdesenvolvidos,  passando  a  transferir, crescentemente,  recursos  para  ONGs  internacionais,  cujos  dirigentes  são,  com  freqüência, intercambiáveis  com  as  próprias  agências  governamentais  e  organismos  das  Nações  Unidas, configurando uma autêntica “burocracia de governança global”. 

                                                                 

 

2  Adapatado  de  Alerta  em  Rede  ‐  O  MOVIMENTO  AMBIENTALISTA‐INDIGENISTA,  CONFLITOS  DE  QUARTA  GERAÇÃO; http://www.alerta.inf.br/Geral/1286.html?print 12/3/2009 

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O Brasil passou a ocupar uma posição privilegiada nessa estratégia de guerra irregular a partir do final da década de 1980, após o assassinato de Chico Mendes, cuja transformação em um fato de proporções mundiais  constituiu  uma  evidência  cabal  da  intenção  de  apresentar  o  País  como  o “vilão ambiental número um” do planeta. Em  seguida, o Brasil  se viu no centro de uma  inédita campanha  internacional  de  “preocupações”  com  a  Amazônia,  em  particular,  cuja  devastação passou  a  ser  apresentada  como  iminente  à  opinião  pública mundial,  acompanhada  de  fortes pressões políticas e diplomáticas para que o País aceitasse os princípios de  “soberania  restrita” sobre a região. 

Essa estratégia intervencionista para interferir nas políticas internas de um país como o Brasil, com uma eficácia muito maior do que  seria possível  com uma  intervenção militar  clássica,  configura uma autêntica estratégia de guerra irregular, ou, como chamam alguns autores, “guerra de quarta geração”,  na  qual  um  Estado  nacional  soberano  se  vê  confrontado  por  agentes  não‐estatais  – embora, no caso, a serviço de uma agenda apoiada por Estados estrangeiros. 

Nessa estratégia de “quarta geração”, um modus operandi começou a se evidenciar. 

Primeiro, os meios de  comunicação  internacionais desfecham uma poderosa barragem de  fatos sensacionalistas,  desfechando  um  “bombardeio  de  saturação”  sobre  a  opinião  pública  – desafortunadamente, com o apoio freqüente e acrítico da mídia nacional. 

Em  seguida,  entram  as  ONGs  como  autênticas  “forças  de  ocupação”  territorial,  ao  interferir diretamente nas políticas  governamentais  referentes  à definição de  grandes  reservas naturais e indígenas  e,  igualmente,  promovendo  ruidosas  campanhas  de  propaganda  contra  projetos  de infra‐estrutura energética e viária, além de  tecnologias de ponta  (energia nuclear, biotecnologia etc.). 

Nesse processo, facilitado pela tibieza de sucessivos governos nacionais diante de tais pressões, o aparato ambientalista‐indigenista conseguiu  fincar uma  sólida cabeça‐de‐ponte no Ministério do Meio  Ambiente  e  órgãos  correlatos,  cujos  principais  postos  de  direção  têm  sido  ocupados  por representantes diretos de ONGs como o WWF, Greenpeace,  Instituto Socioambiental, SOS Mata Atlântica, IMAZON e outras.  

As  condicionantes  impostas  pelos  Órgãos  Licenciadores  para  emitir  as  licenças  ambientais raramente inviabilizam a construção dos empreendimentos.  Porém, o cumprimento das exigências impostas  ‐ sem o qual não serão emitidas as  licenças ambientais, acarretam aumento dos gastos com meio ambiente por parte do investidor público e privado. 

A quantidade de condicionantes embutidas na emissão de licenças ambientais é sempre um ponto de  atenção no processo de  licenciamento. Muitas  vezes, boa parte das  condições  impostas  aos investidores diz respeito à ausência do Estado na prestação de serviços essenciais às populações locais ‐ e não a itens relacionados aos impactos ambientais e sociais da obra.  

A  implantação de qualquer empreendimento de  infra‐estrutura deve ser seguida da devida ação eficaz  das  instituições  públicas,  o  que  é  fundamental  para  evitar  a  onerosidade  excessiva  nas tarifas de suprimento de energia elétrica. 

A  incerteza em torno dos valores a serem  investidos em medidas mitigatórias, compensatórias e indenizatórias  relativas  ao  meio  ambiente  tornou‐se  uma  das  maiores  preocupações  dos investidores  públicos  e  privados,  ocasionando  propostas  desnecessariamente  conservadoras  na apresentação de  ofertas durante o  leilão,  já que  todo  risco  é precificado, para  evitar  surpresas desagradáveis caso os investimentos sejam mais elevados do que o esperado. Ganha a concessão quem oferecer a menor tarifa. Na busca de segurança, calcula‐se pelo valor máximo, em prejuízo da modicidade tarifária, prejudicando, em última instância, o consumidor. 

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O  setor elétrico  tem percebido aumentos  significativos em  suas  tarifas e preços advindos entre outros motivos,  pelo  aumento  de  custos  socioambientais  não  gerenciáveis.  Acrescenta‐se  que, cada  vez mais,  déficits  de  investimentos  públicos  transformados  em  condicionantes  ambientais têm onerado os consumidores, por meio de majoração de tarifas e preços, e os  investidores, via redução do retorno de seus investimentos. 

O foco das atenções está voltado para o controle do risco de elevação dos custos, aperfeiçoando a qualidade  dos  projetos,  licitando  empreendimentos  com  Licença  Prévia,  articulando institucionalmente  junto  ao  legislativo  e  executivo  para  a  não  elevação  de  encargos  e responsabilidades  dos  empreendedores,  etc.  Porém  a  cada  dia  que  passa  as  questões socioambientais se mostram cada vez mais complexas e onerosas. 

Neste  trabalho,  explora‐se  a  identificação  e  sugestão  das  ações  para  o  controle  dos  riscos  de elevação  dos  custos  socioambientais  nos  empreendimentos  de  geração  elétrica  assegurando  a efetiva  remuneração dos ativos de geração e  transmissão, sejam eles públicos ou privados, para evitar  a  ocorrência  de  significativo  desequilíbrio  econômico‐financeiro  por  aumento  de  custos socioambientais não gerenciáveis. 

O desafio é alcançar o equilíbrio entre as necessidades dos consumidores,  investidores e o meio ambiente. Ações de  resgate de passivos  socioambientais não  imputáveis aos empreendimentos, quando excessivamente custeadas pelos empreendedores e  indiretamente aos consumidores por meio  das  tarifas  e  preços,  aumentam  a  percepção  de  riscos  dos  agentes:  risco  de  redução  do retorno  de  seus  investimentos  e  de  intervenção  governamental  no  setor.  Certamente,  a sustentabilidade econômica do setor ficará comprometida e, como setor de infra‐estrutura, afetará toda a economia do país. 

   

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3  –    MATRIZ  ENERGÉTICA    EM  VIGOR  

O  QUE  É  MATRIZ  ENERGÉTICA  

“Moises,  Ciro,  Teseu  e  Romulo  nao  teriam  conseguido  fazer  observar  por  longo 

tempo as suas Constituiçoes se estivessem desarmados”  Nicolò Di Bernardo Dei Machiavelli 

A  energia  disponibilizada  em  sua  forma  original,  energia  hidroelétrica  em  sua  fonte,  energia  a partir dos combustíveis em sua fonte, etc., são denominadas energias primarias. 

Em um Pais, considera‐se Matriz Energética todo tipo de energia primaria disponibilizada para ser transformada, distribuída e consumida nos processos produtivos.  

Produtos  energéticos  providos  pela  natureza  na  sua  forma  direta,  como  petróleo,  gás  natural, carvão mineral (vapor e metalúrgico), urânio (U3O8), energia hidráulica,  lenha, produtos da cana (melaço,  caldo de  cana, bagaço e palha) e outras  fontes primárias  (resíduos vegetais e animais, resíduos  industriais, resíduos urbanos, energia solar, eólica etc., utilizados na geração de energia elétrica, vapor e calor).  

A Matriz  Energética  Brasileira  2030  estrutura‐se  segundo  as metodologias  que  se  aplicam  ao Balanço Energético Nacional – BEN. Em  síntese, a metodologia adotada expressa o balanço das diversas etapas do processo energético: produção, transformação e consumo, conforme Figura e conceituação apresentados a seguir.  

 

 

Fonte EPE 

 

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Como se pode observar, a estrutura geral da Matriz é composta por quatro partes:  

Energia Primária 

Transformação ‐ Agrupa todos os centros de transformação onde a energia que entra (primária e/ou  secundária)  se  transforma  em  uma  ou mais  formas  de  energia  secundária,  com  suas correspondentes perdas na transformação.  

Energia Secundária ‐ Produtos energéticos resultantes dos diferentes centros de transformação que  têm  como  destino  os  diversos  setores  de  consumo  e  eventualmente  outro  centro  de transformação.  São  fontes  de  energia  secundária  o  óleo  diesel,  óleo  combustível,  gasolina (automotiva e de aviação), GLP, nafta, querosene (iluminante e de aviação), gás (de cidade e de coqueria),  coque  de  carvão  mineral,  urânio  contido  no  UO2  dos  elementos  combustíveis, eletricidade, carvão vegetal, etanol e outras secundárias de petróleo (gás de refinaria, coque e outros),  produtos  não‐energéticos  do  petróleo,  derivados  de  petróleo  que,  mesmo  tendo significativo  conteúdo  energético,  são  utilizados  para  outros  fins  (graxas,  lubrificantes, parafinas, asfaltos, solventes e outros) e alcatrão (alcatrão obtido na transformação do carvão metalúrgico em coque).  

Consumo Final    ‐ É a quantidade de energia consumida pelos diversos setores da economia, para  atender  às necessidades dos diferentes usos,  como  calor,  força motriz,  iluminação etc. Não  inclui  nenhuma  quantidade  de  energia  que  seja  utilizada  como  matéria‐prima  para produção de outra forma de energia. 

ECONOMIA  E  ENERGIA  

Os recursos energéticos têm um impacto direto sobre a pobreza, as oportunidades de emprego, a educação,  a  evolução  demográfica,  o  nível  de  poluição  etc.  Os  Indicadores  de  Intensidade Energética medem  no mais  alto  nível,  o  esforço  de  um  país  para  se  obter  o  desenvolvimento econômico a partir do  insumo energético. Sendo assim, o comportamento  ideal deste  indicador seria um  crescimento econômico  contínuo  com  redução ou estabilização na demanda/oferta de energia. 

 

 

 

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EVOLUÇÃO  DA  OFERTA   INTERNA  DE  ENERGIA  

Conforme planejamento do Ministerio de Minas e Energia, a evoluçao da oferta interna de enegia para 2030, deve ficar conforme figura abaixo. 

 

 

 

 

   

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CAPÍTULO  II ‐ POLÍTICA  

 

 4  –    CENÁRIOS 

CONSTRUÇÃO  DE  CENÁRIOS  

“Cenário é o  conjunto  formado pela descrição  coerente de uma  situação futura e pelo encaminhamento dos acontecimentos que permitem passar da situação de origem à situação futura” Godet, M. Manual de Prospectiva Estratégica 

A construção de cenários é um projeto de pesquisa de um provável futuro desconhecido, a partir de uma realidade conhecida. 

A construçao de cenarios, seguiu a seguinte sequencia: 

I. Analise Prospectiva e diagnostico do objeto de estudo 

II. Seleçao dos fatores condicionantes de futuro 

III. Eleiçao dos fatores condicionantes de futuro com alta incerteza (incerteza critica) 

IV. Identificaçao dos atores com poder de alterar as incertezas criticas do meio 

V. Identificaçao e descriçao das incertezas criticas mais provaveis 

VI. Analise  Morfologica,  coerente  e  consistente  combinaçao  das  incertezas  criticas  mais provaveis 

VII. Descriçao dos cenarios obtidos atraves da analise morfologica 

VIII. Descriçao dos caminhos mais provaveis 

IX. Definiçao dos caminhos para as mais provaveis realidades 

Em nosso  caso, nos  fundamentamos em eventos e dados históricos dos últimos  trinta anos, do segmento Energia, quanto aos aspectos  Internacionais e Nacionais, para entendermos os  fatores estruturais que caracterizam nosso conhecimento da realidade contemporânea sobre o tema. 

Daniel Yergin, diretor do Cambridge Energy Research Associates (CERA), e que atualmente é diretor da  Força  Tarefa  de  Pesquisa  Estratégica  e  Desenvolvimento  para  Energia  do  Departamento Americano,  sugeriu  alguns  princípios  norteadores  para  balizar  a  questão  nacional  da  segurança energética, havendo  já diversas  versões,  sendo  a diversificação  e  a  interdependência  condições centrais.  

 

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São os seguintes, os princípios sugeridos por Daniel Yergin: 

Diversificação das fontes de suprimento energético é o ponto inicial da segurança energética. 

Reconhecer a realidade da integração energética mundial 

Uma margem  de  segurança  em  capacidade,  nos  estoques  emergenciais  e  redundância  em pontos críticos da infra‐estrutura é importante. 

Depender  de  mercados  acessíveis  e  evitando‐se  a  tentação  da  micro‐administração  dos mercados, são  iniciativas que podem  facilitar os ajustamentos de curto prazo e minimizar as ameaças de longo prazo. 

Entender a importância da mútua interdependência entre companhias, governos, em todos os níveis. 

Fomentar o relacionamento entre fornecedores e consumidores de energia. 

Criar uma atitude pró‐ativa com respeito à segurança que envolva produtores e consumidores. 

Prover  informação  de  boa  qualidade  ao  público  antes,  durante  e  depois  que  o  problema ocorrer. 

Investir regularmente em inovação tecnológica na indústria. 

Comprometer‐se  com  pesquisa,  inovação,  desenvolvimento  para  o  equilíbrio  energético  de longo prazo e para as transições. 

A segurança energética per si nos orienta então a buscar fontes alternativas de energia, com maior competição  na  oferta  de  energia,  eficiência  energética,  diversificação  energética,  bem  como  a elaboração de planos de contingência e outras políticas. 

Através  da  metodologia,  da  criação  de  Cenários,  avaliou‐se  um  conjunto  de  incertezas Internacionais e Nacionais, em determinado horizonte de  tempo, 2010 a 2030, para  concluir‐se pelo caminho mais adequado a  fim de garantir‐se a Segurança Energética e Defesa do  Interesse Nacional. 

Suportado  pela  técnica  de  prospecção  de  futuro,  a  qual  identifica  e  seleciona  fatores condicionantes  de  futuro,  fatos  que  possuem  pontos  futuros  de  tensão,  e  afunilamentos  que resultarão  em mudanças  de  ações  estratégicas  de  desenvolvimento,  ameaças,  etc.,  bem  como, seleção de incertezas por meios de Branistorming, com objetivo de chegar‐se ao consenso final de construção da mais provável realidade futura.  

As  considerações  a  seguir,  fundamentam‐se  em  modelos  energéticos  que  são  utilizados  para simular  os  efeitos  de  eventuais  políticas  energéticas,  ou  outras  políticas  públicas  e  de  eventos diversos,  sobre  respectivas  matrizes  energéticas  dos  Países,  eventos  estes,  que  podem  estar relacionados  à  mudanças  nos  preços  relativos  dos  energéticos,  na  trajetória  da  inovação tecnológica, na estrutura econômica e no padrão de consumo das Nações. 

O desenvolvimento do trabalho envolveu uma grande gama de documentos e publicações sobre segurança e sobre a realidade da Matriz Energética Nacional e Internacional, no período de 1980 a 2009 e, prognósticos para o horizonte de tempo de 2010 a 2030, a partir do seu estágio atual. 

Nossa  referência  para  a  elaboração  deste  trabalho  foram  os  dados  do  EIA/DOE  (International Energy  Outlook  ‐  2006)  Cenários  de  referência  para  o Mundo,  Cenários  de  referência  para  a America Latina, Cenários de referência para o Brasil, para o período 2003 a 2030, a publicação do Ministério  de  Minas  e  Energia,  Secretaria  de  Planejamento  e  Desenvolvimento  Energético, Empresa  de  Pesquisa  Energética  EPE,  “MATRIZ  ENERGÉTICA NACIONAL  2030”,  edição  de  2007, 

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bem como outras publicações sobe o tema, as quais relacionamos no final deste trabalho. 

De maneira sucinta os cinco elementos tradicionais para a análise da segurança energética são: 

I. Os centros de demanda e suas localizações em relação aos centros produtores de energia. 

II. Logística e fontes de suprimento energético 

III. Geopolítica, Internacional e Nacional com relação às fontes de energia 

IV. Estrutura de mercado de consumo energético Nacional 

V. Análise das instituições, quanto a sua solidez política institucional. 

O objetivo deste  trabalho é através da utilização de  cenários, prever possíveis  situações  futuras para a Segurança Energética e Defesa do Interesse Nacional, a partir da atual realidade em 2010. 

Em  nenhum  dos  cenários  formulados,  a  economia  brasileira  cresce  acima  da média mundial. Apesar dos ajustes macroeconômicos empreendidos a partir da segunda metade dos anos 90, e consolidados  nos  últimos  anos  com  o  plano  Real.  A  atual  conjuntura Nacional  e Mundial,  não contem  fatos  relevantes que  sinalizem uma  reversão do quadro observado nos últimos 20 anos (1980‐2000),  quando  o  Brasil,  enfrentando  forte  desequilíbrio  macroeconômico,  déficit  fiscal, déficit  em  conta‐corrente  e  elevada,  e  crescente,  dívida  líquida  em  relação  ao  PIB,  teve  seu crescimento econômico limitado à taxa média anual de 2,1% ao ano, inferior à média mundial no mesmo período.  

A Figura abaixo apresenta as taxas médias de crescimento da economia brasileira, no período de 2000 a 2009, ocasião em que o crescimento médio do PIB Mundial foi de 3.4%, caracterizando que mesmo após os ajustes mencionados, o PIB Nacional cresceu abaixo da média de crescimento do PIB Mundial. 

 

 

No  horizonte  de  tempo  de  estudo,  2010  a  2030,  admite‐se  o  crescimento  do  Brasil,  conforme figura  abaixo,  suportando  três  cenários,  que  foram  pressupostos  a  partir  das  análises  e considerações  dos  Cenários  Internacionais  e  Nacionais,  de  1980  a  2009,  e  prognósticos fundamentados  nos  estudos  de  Institutos  Internacionais  para  o  horizonte  de  tempo  de  2010  a 2030 para a América Latina, e nas prováveis conjunturas Nacionais e Internacionais no período de tempo considerado. 

   

R$ 2,613.73

R$ 2,500.00

R$ 2,800.00

R$ 3,100.00

R$ 2,400.00

R$ 2,500.00

R$ 2,600.00

R$ 2,700.00

R$ 2,800.00

R$ 2,900.00

R$ 3,000.00

R$ 3,100.00

2000 1 2 3 4 2005 6 7 8 2009

Calculo pelo valor medio (2.88452% a.a.)

BRASIL ‐ Variaçao media  do PIB (2.88% a.a.) consolidado  periodo  2000  a 2009

(Fonte ‐ Banco Central do Brasil‐DEPEC  e  BOVESPA)

Periodo (anos)

(Bilhoes)

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I . ANÁLISE  PROSPECTIVA  E  DIAGNOSTICO  DO  OBJETO  DE  ESTUDO  

“Em um país sempre à beira de catástrofes sociais, negócio algum pode ser sustentável. Nem mesmo  aquele  que  responsavelmente,  use  os  critérios mais justos e transparentes em sua gestão.  A transformação da sociedade exige uma ação em escala que não está ao alcance de quem fabrica sabão ou vende carros. Está nas mãos do Estado.“  

(Cristina Charão) 

O  contexto  internacional  que  se  apresenta  como  condição  de  contorno  para  os  estudos  da Segurança  Energética  e  Defesa  do  Interesse  Nacional  na  Matriz  Energética  2010  a  2030  foi analisado segundo quatro elementos básicos de incerteza, conforme segue: 

PADRÃO DE GLOBALIZAÇÃO  ‐  define  o  grau  de  conectividade  entre  as  economias  nacionais e/ou regionais (mobilidade dos fatores de produção); 

ESTRUTURA DO PODER POLÍTICO – relaciona o grau de polaridade da ordem mundial entre as Nações, juntamente com a administração dos interesses, incluindo as instituições multilaterais e as ONGs, em termos políticos. 

ESTRUTURA DO PODER ECONÔMICO – avalia as interações da economia mundial com a forma de ajustamento da economia norte‐americana e as relações dos vários blocos econômicos com os Estados Unidos, no campo econômico e comercial. 

SOLUÇÃO  DE  CONFLITOS  ‐  avalia  a  forma  como  as  divergências  serão  enfrentadas, especialmente  quanto  aos  conflitos  étnico‐religiosos  e  à  disputa  por  recursos  naturais energéticos e água, no futuro próximo. 

Dadas essas condições de contorno, os cenários foram quantificados e sintetizados em função da variação da taxa de expansão da economia mundial. 

Em  termos  médios,  ao  longo  do  horizonte  de  estudo,  em  nenhum  cenário  se  admitiu  a continuidade do crescimento vigoroso registrado nos últimos anos para o PIB Mundial, repetindo a redução progressiva das taxas de expansão das economias Chinesa e Indiana ao longo do período, ainda que se mantenham elevadas. 

Admite‐se ainda que os Estados Unidos, apesar da  liderança nos vários cenários analisados, em função  de  suas  dificuldades  internas  de  controle  econômico  e  financeiro,  terão  dificuldades  na condução do  crescimento das economias emergentes,  como  vem  atuando  sistematicamente no pós‐guerra. Em função da fraca liderança Americana, as demais Nações, se aglutinarão em blocos com interesse comuns, que ao longo do horizonte de tempo considerado, contribuirão para formar vários blocos econômicos, interagindo entre todos. 

Na  figura  a  seguir  apresentamos  de  maneira  tabular,  os  conceitos  utilizados  nos  cenários considerados. 

 

   

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O mundo manteve, durante a última década do século findo, o ritmo intenso de mudanças que o caracteriza  há  cerca  de  duas  décadas.  Resumidamente,  pode‐se  afirmar  que  três  grandes processos, aparentemente independentes, vêm deixando marcas nessa trajetória histórica:  

1. Revolução da tecnologia da informação. 

2. Crises  econômicas,  juntamente  com  o  esgotamento  do  Estado,  a  instabilidade  e  crise  do capitalismo, com suas conseqüentes reestruturações. 

3. A emergência de movimentos sociais e culturais, tais como o senso crescente de liberdade, os direitos humanos, o feminismo e o ambientalismo. 

Nesse  sentido,  são  de  grande  significado  os  acontecimentos  que  vão  desde  a  reestruturação política, social e econômica do bloco soviético, na virada da década, redefinindo os fundamentos da diplomacia e do jogo de poder e preparando o caminho para um novo desenho da hegemonia mundial,  com  destaque  da  liderança  norte‐americana  e  em menor medida  da  Alemanha  e  do Japão,  ao  festejado  sucesso  do modelo  dual  da  China,  fundamentado  em  complementaridade entre  relações  de mercado,  planejamento  centralizado  e  pela multiplicação  e  volatilidade  dos fluxos de capitais internacionais de curto prazo. 

MUNDO UNIPOLAR  ‐ A  partir  de  1990,  os  Estados Unidos  recuperam  e  consolidam  posição  de liderança  política  e,  sobretudo,  econômica,  vencendo  o  relativo  atraso  tecnológico  que  se evidenciou  durante  as  décadas  de  70  e  80. Mas,  apesar  da  indiscutível  liderança  dos  Estados Unidos e do fim da Guerra Fria, continuam explodindo tensões e conflitos regionais localizados em praticamente todos os continentes, que ameaçam a paz mundial, especialmente quando envolvem países  com poderio nuclear. No plano político, em que pese não  ter  sido  cristalizada uma nova ordem  internacional  fundada na hegemonia de países do hemisfério ocidental, percebe‐se uma clara  supremacia  política  americana.  O  final  da  polarização  Leste‐Oeste  levou  os  EUA  a  uma posição  de  hegemonia  militar,  permitindo‐lhes  afirmar  uma  nova  acepção  da  chamada  "paz americana",  segundo  a  qual  países  e  regiões  desalinhados  com  os  interesses  norte‐americanos devem  ser mantidos  sob  permanente  pressão  diplomática  e militar. A  nova  estratégia  dos  EUA tende a redefinir o que será a política externa americana, depois de duas guerras no Iraque e no Afeganistão  e  uma  crise  econômica  que  contaminou  a  economia  mundial.  Para  alcançar  os objetivos,  a  nova  estratégia  propõe  apoiar‐se  na  força  militar  e  na  diplomacia,  nos  contatos econômicos,  na  ajuda  ao  desenvolvimento  e  na  educação,  ao mesmo  tempo  que  defende  um enfoque  "sem  ilusão"  nas  relações  com  os  inimigos  dos  Estados Unidos,  como  Irã  e  Coréia  do Norte. Em meio a uma economia ainda  frágil e déficits recordes, o governo também admite que reforçar o crescimento econômico e pôr em ordem as contas públicas dos EUA são itens que fazem parte das prioridades de segurança nacional. No centro dos esforços nota‐se um compromisso de renovar a economia americana, que serve como fonte do poderio militar norte‐americano. 

CONFLITOS ARMADOS  ‐  Estima‐se  que,  atualmente,  existam  cerca  de mais  de  uma  centena  de conflitos  armados  se  desenrolando  pelo  mundo  afora.  Indiscutivelmente,  o  conflito  mais importante nesta  virada de  século é o que envolve  israelenses e palestinos em  função de  seus fundamentos  históricos,  políticos  e  religiosos,  e  seu  potencial  desdobramento  econômico.  Nos cenários  considerados,  este  fator  permanecerá  com  desdobramentos,  e  em  alguns  cenários, contribuirão, significativamente para a instabilidade mundial. 

CRISES FINANCEIRAS MUNDIAIS ‐ Todas as crises originadas de distorções e tentativas de ajuste do funcionamento  de  seus mercados  cambiais  e  financeiros  propagaram  ondas  especulativas  e  de desconfiança,  atingindo  tanto  as  chamadas  economias  emergentes  quanto  as  maduras. Atualmente,  está  bastante  claro  o  desequilíbrio  no  sistema  financeiro  internacional.  Em 

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decorrência das  crises, proliferam  reações de  grupos oriundos da  sociedade  civil aos efeitos do capitalismo globalizado, especialmente em relação ao seu potencial de exclusão e marginalização de estratos cada vez maiores das populações. 

PROTECIONISMO  ‐  Segundo  Peter  Drucker,  um  dos  grandes  nomes  em  estratégia,  estamos entrando em um novo período de protecionismo.  Este  se  caracteriza pela  formação dos blocos econômicos. O mercado  livre  irá  consolidar‐se  nas  trocas  e  atividades  que  envolvem  os  fluxos financeiros  e  de  informação.  O  acesso  à  informação  será  global,  mas  o  desenvolvimento  do conhecimento, o  tratamento da  informação, será, cada vez mais,  regionalmente  (espacialmente) localizado.  E  isso  está  diretamente  relacionado  aos  principais  produtos  da  sociedade  do conhecimento, a educação e a saúde, atividades que dependem, fundamentalmente, da presença do Estado. Estes elementos transformam‐se, portanto, nos grandes ativos de cada Nação. 

GLOBALIZAÇÃO  ‐  Em  termos  econômicos,  a  globalização  vem  sendo  sentida,  não  somente  pela crescente  abertura  dos  mercados;  ainda  que  questionada  por  intermédio  da  liberalização  do comércio  de  bens  e  serviços  e  dos  fluxos  financeiros, mas  também  pelo  aprofundamento  da transnacionalização da produção. A Globalização tem obrigado a uma busca de maiores níveis de competitividade,  mediante  acirradas  disputas  pelo  aumento  de  participação  no  comércio internacional,  pela  atração  de  investimentos  externos  diretos  e  pela  absorção  de  tecnologias capazes de incrementar a produtividade dos Países. 

NOVAS TECNOLOGIAS ‐ Para o futuro, a grande questão que se coloca no campo do comércio e das novas  tecnologias,  refere‐se ao confronto entre as empresas americanas, européias e  japonesas para  controlar  as  redes  e  dominar  o mercado  das  imagens,  dados,  sons,  suportes  para  jogos, enfim, dos seus conteúdos, e conseqüentemente, se impor no comércio eletrônico mundial. 3 

MOVIMENTOS SOCIAIS  ‐ A análise estrita das últimas décadas do século XX, nos campos social e cultural  aponta  para  o  contínuo  amadurecimento  de  certos  movimentos  que  foram  sendo formados desde o final dos anos 60, início dos 70, e que transitam, fundamentalmente, em torno do  triunfo do  ideal democrático e da manutenção ou  reconstrução das  identidades  sociais.  São movimentos  gestados  fora  da  sociedade  civil  organizada,  embora  possam,  em  determinados momentos,  fazerem‐se  nela  representados.  Não  foram  criados  como  foco  de  contestação  das relações capitalistas  tradicionais, que opunham as classes sociais e não almejavam a  tomada do poder político  “stricto  sensu”. Embora  se  relacionem  com as dimensões políticas e econômicas, suas  bandeiras  levantam  outros  princípios.  São  características  desse momento  alguns  eventos específicos, onde os Estados‐Nação perdem parte de sua soberania frente aos fluxos e refluxos do capital financeiro; as políticas de bem‐estar social deparam‐se com a necessidade de enxugamento da máquina  burocrática,  operam‐se  uma  série  de  privatizações  e  deixam  uma  boa  parte  dos cidadãos desprotegidos face aos riscos da vida; os movimentos sindicais, que opunham, ao mesmo tempo em que equilibravam  as  relações entre  capital e  trabalho,  vêem‐se esvaziados  frente  ao desemprego, aos contratos individuais e à flexibilização das trajetórias profissionais divididas entre momentos de formalidade e momentos de  informalidade, perdendo força como fonte de coesão social e de representação dos trabalhadores. 

CRIMES  TRANSNACIONAIS  ‐  Desenvolve‐se  também  uma  “nova  questão  mundial”,  que  afeta sobremaneira  o  panorama  social  e  os  parâmetros  de  segurança  e  os  valores  das  sociedades, especialmente  das  economias  em  desenvolvimento.  Trata‐se  da  expansão  das  redes  do  crime 

                                                                 

 

3 RAMONET, Ignacio. Nova Economia. In: Le Monde Diplomatique. Editorial, ano 1, número 3. 

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internacional organizado, que, a partir da década de 90, passam a agir de forma flexível e versátil. Essa economia do crime vem se tornando um ramo de atividade global cada vez mais diversificado e  interligado,  “empregando” um número  crescente de pessoas. O  crime  transnacional,  além do narcotráfico, atua no tráfico de armas, de material nuclear, no contrabando de  imigrantes  ilegais, no tráfico de mulheres e crianças, no tráfico de órgãos e na lavagem de dinheiro. Tal movimento, profundamente ligado à ordem econômica e à exclusão social, estabelece com a globalização uma “conexão perversa” nas palavras de Castells4.  Inserem‐se no capitalismo global a partir de regras diferentes. Representam, por um lado, a tentativa de inclusão às avessas nas relações de consumo daqueles que dela foram excluídos. 

EDUCAÇÃO  ‐  Especial  ênfase  tem  sido  conferida  à  questão  educacional  como  estratégia  de ascensão das nações emergentes. Mais do que tirar vantagens estratégicas da disponibilidade de fontes  energéticas,  hídricas  ou  de  mão‐de‐obra  barata,  os  países  têm  buscado  melhorar  seu desempenho educacional no sentido de se inserirem (ou se manterem) no pequeno e seleto grupo das  grandes  nações.  Em  um  circuito  de  trocas  internacionalizadas,  a  vantagem  econômica  dos países  passa  a  depender  mais  da  qualidade  de  sua  capacidade  inventiva  (pesquisa  e desenvolvimento), materializada no chamado “capital humano”, do que na posse de mão‐de‐obra barata  e  recursos  naturais5. O  desenvolvimento  do  capital  humano,  por  sua  vez,  assenta‐se  na universalização e na qualidade dos sistemas de educação. A educação passa a ser entendida como variável  fundamental para a  inserção competitiva das nações, expressando um valor social, uma medida de qualidade de vida e de democracia, e uma necessidade de mercado. 

 

   

                                                                 

 

4 CASTELLS. Manuel. “A era da Informação”. Vol. III ‐  Fim de Milênio. São Paulo: Paz e Terra, 1999.  5 Embora estes não estejam eliminados, países que contam somente com tais recursos ficam em posição de desvantagem ou ainda de dependência frente aos demais. 

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I I . SELEÇÃO  DOS  FATORES  CONDICIONANTES  DE  FUTURO  

“Os  homens  podem,  porém,  interpretar  coisas  a  seu  modo.  Livres  da finalidade da coisa propriamente dita.”   (William Shakespeare) 

“A década da transição”. Assim está sendo conhecida a última década do século XX, dominada por uma  passagem  instável  e  acelerada  da  “velha  ordem  industrial  (agora  chamada  de  velha economia) para a futura ordem da informação” 6 (denominada de nova economia). A sua principal característica  está  no  fato  de  que,  nessa  passagem,  a  única  coisa  realmente  constante  é  a mudança.  

Nossa  civilizaçao  passa  por  um  intenso  e  rápido  processo  de  transformações  em  praticamente todos os campos da organização econômica e social. A natureza e o ritmo dessa passagem provoca uma desorganização nos  sistemas  institucionais e de  regulação econômica mundial,  juntamente com mudanças nos conceitos de território e instituições nacionais.  

O decurso dessa transição esta em pleno vigor, gerando uma crise do sistema de regulação e no padrão de mudança, requerendo, portanto, a construção de novos conceitos, modelos e  formas de organização da dinâmica economica e social.  

A  combinação  de  significativas  inovações  tecnológicas  com  a  ampla  integração  econômica  e comercial,  tende  a  alterar  as  condições  de  competitividade  e  a  organização  do  espaço  e  da estrutura  de  poder  mundial,  na  quase  totalidade  das  vezes  em  prejuízo  dos  países  menos desenvolvidos.  

Segundo o economista François Chesnais, por trás de um episódio aparentemente  financeiro, há na  verdade  uma  crise  econômica.  Ela  traduz  a  dificuldade  crescente  das  empresas,  asiáticas, americanas  e  européias,  para  vender  as  mercadorias  produzidas,  atender  aos  objetivos  de rentabilidade  fixados  para  os  investimentos  produtivos  e,  portanto,  satisfazer  os  níveis  de rendimento aos quais os operadores financeiros se habituaram, sobretudo os Estados Unidos. Em parte,  vivemos  uma  situação  semelhante  à  das  crises  “clássicas”  do  capitalismo.  Há  bolsões localizados de  superprodução  em meio  a um  cenário de  subacumulação  e de demanda  efetiva insuficiente. Os  investimentos  básicos  em  infra‐estrutura  estão  se  reduzindo,  em  particular  no Terceiro Mundo, nota‐se que a degradação é evidentemente mais grave.7  

No  atual  contexto  mundial,  convivem  alguns  fatores  de  instabilidade  econômico‐financeira  e tendências de  reestruturação e  reorganização, que marcam, possivelmente, a  transição para um novo paradigma de desenvolvimento.  

É um processo complexo que aponta para inéditas perspectivas de organização socioeconômica, ao mesmo  tempo  em  que  gera  incertezas  a  curto  e  médio  prazos,  envolvendo  tanto  questões econômicas e financeiras quanto sociais e políticas. 

                                                                 

 

6 GBN, 1995 7 “Crise da Ásia ou do Capitalismo”, entrevista com François Chesnais, JB, 16/08/1998, por Antonio Martins 

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Grandes destaques: 

1. Emergência da China como ator econômico e político de grande peso 

2. Multiplicação dos fluxos de capitais  internacionais de curto prazo e ausência de mecanismos de regulação 

3. Persistência da crise na economia dos EUA 

4. Prolongada recessão no Japão 

5. Consolidação de novos blocos econômicos 

6. Crescimento da globalização dos fluxos financeiros e do acesso a informações 

7. Concentração dos ganhos da globalização financeira nos países ricos 

8. Explosão de conflitos étnicos e religiosos 

9. Crescimento da  resistência de grupos aparentemente dissociados das  regras do  capitalismo globalizado 

10. Aumento significativo dos movimentos, ecológicos e dos direitos humanos 

11. Transnacionalização da economia do crime organizado 

12. Reconhecimento mundial da educação como direito dos cidadãos e necessidade dos sistemas econômicos 

13. Transformações  estruturais  nos  sistemas  de  educação,  com  presença  de  novos  atores  e abertura para o ensino à distância e educação continuada. 

Os desdobramentos  interativos dos processos e  fatores de mudança devem definir o  futuro do contexto  mundial  e  o  desenho  da  realidade  internacional  nas  próximas  décadas.  De  forma sistemática e resumida, podem ser destacadas as condicionantes do futuro em processo no quadro internacional.  

Com base nas  latências  identificadas pelo estudo prospectivo e nas  informações e  subsídios de diferentes autores8, pode ser identificado um conjunto de processos relevantes em maturação no contexto mundial, com estreita interação e interdependência, e diferentes pesos na determinação do futuro em diversos graus de incerteza.  

Parte‐se  inicialmente da premissa de que algumas condições apresentam baixo grau de  incerteza no  futuro,  constituindo  INVARIANTES  centrais  que  tendem  a  estarem  presentes  em  todos  os cenários  desenhados  para  a  realidade  mundial,  e  suas  implicações  na  Segurança  Energética Nacional. 

A  identificação  desses  condicionantes  permite  uma  simplificação  da  análise,  com  a desconsideração  de  alguns  eventos  tidos  como  completamente  improváveis  e  de  radical redefinição do futuro.  

Como  pressuposto  de  partida  para  a  construção  dos  cenários,  consideram‐se  os  seguintes invariantes centrais no horizonte 2010 a 2030: 

1. Improvável ocorrer uma guerra de grandes proporções e  com uso do amplo arsenal nuclear 

                                                                 

 

8 Entre os documentos utilizados como subsídios destacam‐se (PORTO e BUARQUE, 1997); (GBN, 1991); (GBN, 1993); (GBN, 1995); (MCRAE, 1998); (World Bank, 1997); e (VALASKAKIS, 1998).  

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disponível, que leve a uma destruição total ou parcial do planeta. 

2. Improvável haver  catástrofe ambiental de grande envergadura, provocada por desequilíbrios ambientais  por  efeito  estufa,  redução  da  camada  de  ozônio,  degradação  acelerada  da qualidade  do  ar  atmosférico  ou  escassez  drástica  de  recursos  naturais,  que  comprometa  o funcionamento da economia e da sociedade Mundial. 

3. Improvável ocorrência de acidente astronômico de dramático impacto sobre o planeta, como o choque  de meteoros  e  cometas  que  ameacem  a  vida  humana  provoquem  devastação  de populações e significativa redução demográfica em parte ou em todo o planeta. 

4. Improvável ocorrência de epidemias descontroladas e generalizadas no planeta que ameacem séria e profundamente a saúde pública e provoquem devastação de populações e significativa redução demográfica em parte ou em todo o planeta.  

Fora  esses  quatro  invariantes,  a  nível  Mundial,  podem  ser  definidos  um  conjunto  de Condicionantes  do  Futuro  com  maior  grau  de  incerteza  e  que  podem  apresentar  diferentes comportamentos  no  horizonte  de  tempo  da  análise,  dos  quais  dependem  as  alternativas  de desenvolvimento sócio‐econômico e político mundial. 

REVOLUÇÃO  CIENTÍFICA  E  TECNOLÓGICA  ‐  Um  intenso  processo  de  inovação  tecnológica  está provocando  uma mudança  radical  na  produção  e  nos  produtos,  resultado  da  difusão  de  novas tecnologias, como  informática e micro‐eletrônica, biotecnologia, novos materiais, química  fina e novas fontes energéticas (solar, eólica, biomassa, células energéticas etc.). 

Na atualidade, a ciência básica esta priorizando cinco grandes ondas de tecnologia9: 

1. Computadores pessoais – No futuro, tudo virá com um pequeno e barato cérebro de silício. 

2. Telecomunicações – Em meados da próxima década, conexões de banda  larga que facilmente movimentam recursos de vídeo serão de utilização corriqueira. 

3. Biotecnologia – Ao  final da  segunda década do próximo milênio, quase um  terço das 4.000 doenças genéticas conhecidas poderão ser evitadas por manipulações genéticas. 

4. Nanotecnologia – Por volta de 2015, técnicas de nanotecnologia começarão ser aplicadas para o desenvolvimento da computação em um nível atômico. Mais adiante, micromáquinas serão capazes de fazer representações celulares básicas. 

5. Energia alternativa – O último estágio do desenvolvimento da energia alternativa basear‐se‐á na utilização híbrida de células de hidrogênio  

A velocidade da difusão tecnológica depende sempre de fatores econômicos e políticos, além de condições  legais  e  mesmo  éticas,  que  podem  regular  o  ritmo  de  propagação  dos  avanços científicos. De qualquer forma, a revolução científica e tecnológica em curso provoca alteração nas relações  de  competitividade  em  escala  planetária,  com  desdobramentos  sobre  os  seguintes aspectos: 

REDUÇÃO DO CONTEÚDO DE MATÉRIAS‐PRIMAS E ENERGÉTICOS E AUMENTO DO CONTEÚDO DE TECNOLOGIA,  INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO NO PRODUTO DAS NAÇÕES  ‐ Os  coeficientes de matérias‐primas e energia nos produtos vêm sofrendo uma redução significativa. Segundo Hamish, "entre 1973 e 1985, o PNB dos países da OCDE aumentou 32%, mas o uso de energia daqueles 

                                                                 

 

9 FONTE : “The Long Boom – a history of the future 1980‐2020”’ Peter Schwartz and Peter Leyden, Wired, July, 1997) 

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países  subiu apenas 5%". De acordo  com o autor, essa  tendência ainda pode avançar bastante, lembrando que "o Japão, com aproximadamente o mesmo PNB per capita que os Estados Unidos, usa  apenas  metade  da  energia  por  pessoa”  10.  Com  a  racionalização  do  uso  dos  recursos  e considerando os avanços tecnológicos e sua difusão no processo produtivo, há uma tendência de redução da  intensidade de  insumos materiais no produto mundial, o que permitiria crescimento econômico com moderado ou baixo impacto ambiental.  

REDEFINIÇÃO DO TRABALHO E DAS CONDIÇÕES DE EMPREGABILIDADE ‐ Nas economias com mais intensa  inovação  tecnológica.  De  acordo  com  Hamish,  todo  o  conceito  de  desemprego  deverá mudar quando as fronteiras entre as várias formas de subsistência, como um emprego de tempo integral, um emprego de meio expediente, ou a subsistência através de uma atividade autônoma, ou  de  rendimentos  de  poupança  ou  de  aposentadoria  ou  de  pensão  tornarem‐se  imprecisas11. Analisando  a  realidade  francesa,  Michel  Godet  afirma  que  "os  serviços,  isto  é,  as  atividades comerciais  e  financeiras,  o  transporte,  o  lazer,  as  utilidades  públicas  (água  e  eletricidade),  a administração pública, a educação e a saúde representam dois terços dos empregos existentes (o estoque) e os três quartos dos empregos que se criam” 12. 

ALTERAÇÃO  DA  ESTRUTURA  PRODUTIVA  MUNDIAL  ‐  Com  o  crescimento  do  setor  terciário, especialmente  o  turismo  e  a  chamada  "indústria"  de  entretenimento,  além  da  significativa expansão  dos  segmentos  de  conhecimento  e  informação.  A  combinação  de  renda  elevada  nos países centrais com aumento do tempo  livre e envelhecimento da população tende a ampliar as necessidades  e  demandas  por  atividades  de  turismo  e  entretenimento.  Ao  mesmo  tempo, ampliam‐se  os  serviços  e  ocorre  uma  forte  transferência  das  atividades  produtivas  para  os segmentos de  informação, administração, planejamento, publicidade e gestão social. No  terreno social, ocorre também uma  importante expansão do chamado Terceiro Setor, atividades sem fins lucrativos  desenvolvidas  por  organizações  privadas  nas  áreas  sociais,  que,  segundo  Rifkin, representam hoje cerca de 6% do PIB e 9% dos empregos dos Estados Unidos.  

PRESENÇA E DISSEMINAÇÃO DAS ONGS ‐ A mudança do papel do Estado, acentuada na década de 90, é um dos motivos que explicam o crescimento da presença das ONGs na sociedade. “O Terceiro Setor está aumentando significativamente de  tamanho e de  importância porque o Estado não é mais capaz de resolver sozinho todos os problemas”, observa o economista Lester Salmom, diretor do  Centro  de  Estudos  da  Sociedade  Civil  da  Johns  Hopkins  University,  nos  Estados  Unidos.  “A tendência é de que o Terceiro Setor fique cada vez mais forte”, afirma Neide Beres, que trabalhou no  estudo  coordenado  pela  antropóloga  Leila  Landim.  A  Associação  Brasileira  de Organizações Não‐Governamentais  (ABONG)  tem 250 associados, mas há quem  fale na existência de 500 mil ONGs no País. O número real de ONGs é desconhecido e ninguém sabe ao certo qual o volume de recursos movimentados por elas. Na avaliação da ABONG, a principal fonte de financiamento está no exterior, de onde viria cerca de 80% do dinheiro movimentado por essas entidades, em geral, de  agências bilaterais ou multilaterais de  financiamento ou  governos,  sobretudo europeus. Nos países  do  Primeiro Mundo,  existe  uma  recomendação  para  destinação  de  0,7%  do  PIB  para  a cooperação internacional, não completamente realizada, mobilizando, no geral, recursos de fundos públicos. A menos que o Estado se organize e passe a cadastrar e fiscalizar esse segmento, existe possibilidade  no  médio  prazo,  das  ONGs  virem  a  substituir  e  subjugar  totalmente  o  Estado interferindo significativamente na Soberania do País. 

                                                                 

 

10 HAMISH, 1998, pág. 161 

11 HAMISH, 1998, pág. 130 

12 Tradução livre do original em francês. 

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AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE NOVOS PRODUTOS  ‐ De acordo com Dreyfuss e Brochard, "50% dos produtos que compunham nosso cotidiano no início da década de 90 não existiam 25 anos antes. E estima‐se que 50% dos objetos que formarão nosso universo dentro de dez anos ainda não foram inventados” 13. 

REDUÇÃO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO  ‐ As  inovações tecnológicas nas áreas de transporte e comunicação,  incluindo a telemática, e a ampliação e  intensificação dos sistemas de informação aumentam o volume e qualidade da integração econômica e social no planeta. 

EMERGÊNCIA DA “ECONOMIA VIRTUAL”  ‐ Nos próximos 20 anos, a multiplicação e diversificação de  negócios  por  meio  eletrônico  será  uma  das  principais  mudanças  no  contexto  econômico mundial. Mantidas as atuais  taxas de crescimento, não é absurdo prognosticar que o volume de negócios por meio da “World Wide Web” poderá ultrapassar as cifras dos negócios por intermédio de outras vias. O crescimento das transações virtuais e, particularmente, do comércio eletrônico, provoca grandes impactos na produção e distribuição física de bens, implicando na implantação e operação de redes de logística cada vez mais complexas e abrangentes. 

AS NAÇÕES PERDEM A CAPACIDADE DE CONTROLE DO COMÉRCIO ‐ Com a intensa integração dos mercados  e  a  formação  das  grandes  redes  mundiais  estruturadas  em  torno  de  empresas multinacionais  e  transnacionais  (principalmente),  os  Estados‐Nação  perdem  capacidade  de controle  e  regulação  do  comércio  exterior,  bem  como  das  principais  variáveis  da  política econômica. Segundo Manuel Castells, o Estado tende a ser cada vez mais  inoperante no global e cada vez menos representativo no nacional ou local. 

   

                                                                 

 

13 DREYFUSS, 1996 

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I I I . ELEIÇÃO  DOS  FATORES  CONDICIONANTES  COM  ALTA   INCERTEZA  (INCERTEZA  CRÍTICA)  

“Um  governo  não  pode  ser  melhor  que  a  organização  que  comanda.”  Carlos Matus Romo 

Os  condicionantes  do  contexto mundial  têm  diferentes  capacidades  de  influenciar  o  futuro  e apresentam graus diversos de  incerteza de desempenho a médio e  longo prazo. A capacidade de influenciação  decorre  da  estrutura  lógica  de  determinação  da  realidade  complexa  (sócio‐econômica  e  político‐institucional)  e  o  grau  de  incerteza  pode  ser  captado  pela  natureza  dos processos em maturação14.  

O desenho do futuro é determinado pelos condicionantes de mais alta incerteza e maior poder de influenciação do comportamento da realidade, constituindo as incertezas críticas do futuro. 

Para a seleção das incertezas críticas, avaliou‐se, de forma subjetiva, com as informações contidas neste  trabalho  e  na  literatura  especializada,  a  intensidade,  o  Impacto  e  a  Incerteza  do  evento selecionado, em função da percepção que se tem da intensidade visível do processo no momento atual e do impacto que o mesmo tende a ter na realidade internacional e, finalmente, avaliou‐se, à luz das  informações  fornecidas nas demais partes deste documento, o grau de  incerteza que  se tem com relação à evolução no futuro para o evento escolhido15.  

Para uma primeira seleção, foram destacados aqueles condicionantes de maior significado para o futuro, em função de informações da Conjuntura Nacional e Internacional na atualidade. 

De  acordo  com  esse  critério  de  seleção,  foram  identificados  como  condicionantes  centrais  a "Revolução  científica  e  tecnológica",  a  "Integração  dos  mercados  e  internacionalização  da produção", a "Crise do sistema de regulação e emergência de novas instâncias", a "Instabilidade do Sistema Financeiro" e a "Hegemonia unipolar liderada pelos EUA".  

Desses condicionantes de alta densidade, a "Revolução científica e  tecnológica" e a "Hegemonia unipolar  liderada pelos EUA" apresentam apenas média  incerteza, mas considerando a relevância dos mesmos para o desenho do  futuro,  foram  incorporados como processos diferenciadores das alternativas de hipóteses futuras.  

Por  outro  lado,  os  condicionantes  "Explosão  de  tensões,  guerras  e  conflitos  regionais"  e "Emergência  dos  países  de  grande  potencial  econômico",  embora  apresentem  uma  densidade baixa,  entende‐se  que  têm  incerteza  alta,  merecendo,  portanto,  um  destaque  especial  como incerteza crítica, mesmo possuindo média intensidade e médio impacto durante as considerações. 

Na análise de sensibilidade, considerou‐se como condicionantes: 

                                                                 

 

14 Em alguns casos, procura‐se classificar os condicionantes em três conjuntos, segundo o grau de incerteza: Invariantes (baixa incerteza), 

Tendências de Peso (média incerteza) e Fatos Portadores do Futuro (alta incerteza). Não foi feita uma classificação a priori dos condicionantes segundo esta tipologia. A diferenciação acontece depois com base na análise impacto‐incerteza, que permite selecionar os de maior incerteza e maior influenciação na realidade.  15 Foram conferidas três escalas de peso: 1 para baixa intensidade, baixo impacto e baixa incerteza; 3 para média intensidade, médio impacto e 

média incerteza; e 5 para alta intensidade, alto impacto e alta incerteza. 

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ALTO  IMPACTO  E MÉDIA  INCERTEZA  ‐  "Revolução  Científica  e  Tecnológica"  e  "Hegemonia unipolar liderada pelos EUA"  

MÉDIO IMPACTO E ALTA INCERTEZA ‐ "Emergência dos países de grande potencial econômico" e "Explosão de guerras, conflitos e tensões regionais"  

Dessa forma, foram escolhidas sete Incertezas Críticas:  

1. Revolução científica e tecnológica 

2. Integração dos mercados e internacionalização da produção 

3. Crise do sistema de regulação e emergência de novas instâncias 

4. Instabilidade do Sistema Financeiro 

5. Hegemonia unipolar  liderada pelos EUA com novas possibilidades de  intervenções unilaterais conforme nova política do atual Governo 

6. Emergência  de  países  de  grande  potencial  econômico,  nos  quais,  através  de métodos  não muito claros, os Países desenvolvidos passarão a aplicar a teoria da Soberania relativa. 

7. Explosão de  tensões, guerras, conflitos e crises  regionais, em  função da  situação do Oriente Médio,  do  terrorismo  e  das  necessidades  de  energia,  água  e  alimentação  para  os  Países desenvolvidos. 

Uma vez definidos os fatores condicionantes com alta incerteza, elaborou‐se as hipóteses para os vários cenários possíveis, conforme Matriz das Hipoteses para Geraçao de Cenarios.  

Para simplificação do processo, sem, contudo comprometer a amplitude da análise foram definidas duas hipóteses para cada uma das incertezas críticas.  

Entretanto, buscando não passar a falsa idéia de um processo pré‐definido, preferiu‐se formular as incertezas  críticas  de  forma  mais  geral,  abrindo  alternativas  diferentes  de  comportamentos, conforme segue 

 

   

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HIPOTESE PARA GERAÇAO DOS CENARIOS 

1. Revolução científica e tecnológica 

MODERADA E INCREMENTAL ‐ os avanços científicos e tecnológicos se propagam de forma significativa, mas seguem uma trajetória incremental e gradual sem grandes rupturas nos processos produtivos e nos produtos.  ACELERADA COM RUPTURA ‐ os avanços científicos e tecnológicos se propagam de forma acelerada, combinados a invenções e inovações importantes nas tecnologias de processo e produto, provocando rupturas nos padrões e abrindo novas trajetórias tecnológicas.  

2. Integração dos mercados e 

internacionalização da produção 

FRAGMENTAÇÃO ‐ o processo de integração mundial enfrenta resistências e restrições que levam à recuperação de mecanismos de barreiras alfandegárias entre as nações e/ou entre blocos, caminhando para uma integração fragmentada dos mercados.  INTEGRAÇÃO – o processo de integração mundial se consolida e se amplia com abertura das economias e intensificação do comércio mundial e do movimento dos capitais entre as nações e entre os blocos econômicos.  

3. Crise do sistema de regulação e novas instâncias 

LIBERALIZAÇÃO AMPLA ‐ diante da crise do sistema de regulação, passa a predominar na economia mundial as leis do mercado como base de uma ampla liberalização do comércio e das regras econômicas.  REGULAÇÃO ATIVA ‐ novas instituições e mecanismos de regulação são criados para fazer face à crise do sistema atual, criando regras e instâncias novas para organizar a economia internacional e a relação econômica e comercial entre os países. 

4. Sistema financeiro Mundial 

INSTABILIDADE ‐ o sistema financeiro é dominado pela instabilidade e desequilíbrio dos fluxos internacionais e dos valores dos papéis e títulos, com desorganização das instituições bancárias. ESTABILIDADE ‐ o sistema financeiro apresenta relativa estabilidade e equilíbrio nos fluxos internacionais e nos valores dos títulos e papéis e confiabilidade na liquidez internacional. 

5. Hegemonia Mundial 

UNIPOLAR ‐ consolida‐se a hegemonia mundial dos Estados Unidos liderando a Tríade (Estados Unidos, Alemanha e Japão) e o Grupo dos Sete, assumindo o controle político e diplomático e influenciando fortemente as instituições e mecanismos políticos e econômicos mundiais. MULTIPOLAR – as desarticulações no interior dos Sete Grandes e a emergência de novos atores no jogo político mundial desorganizam a hegemonia unipolar, criando condições para uma multipolaridade na condução política e econômica mundial.  

6. Emergência de países de grande 

potencial econômico 

ESTAGNAÇÃO E PERDA DE ESPAÇOS ‐ os Cinco Grandes países com potencial econômico não conseguem recuperar seus estrangulamentos e ampliar o ritmo de crescimento, apresentando dificuldades de ocupar espaços na economia e no jogo político mundial. CONSOLIDAÇÃO E FORTALECIMENTO ‐ os países com grande potencial (pelo menos uma parte deles) intensificam o crescimento econômico e sua presença na economia internacional, ampliando seu espaço comercial e diplomático.  

7. Explosão de  tensões, guerras e conflitos regionais 

INTENSIFICADAS E AGRAVADAS ‐ novos e velhos conflitos regionais se intensificam, levando a tensões fortes e localizadas e eventuais conflitos militares, com diferentes desdobramentos mundiais.  CONTROLADAS E MODERADAS ‐ a presença ativa de uma força hegemônica mundial e a intensificação de negociações entre os litigantes, com a promoção das lideranças mundiais, levam a uma moderação e controle dos conflitos. 

Matriz das Hipoteses para geraçao de cenarios 

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Os  futuros  do  contexto mundial  decorrem  da  forma  como  se  combinam  as  incertezas  e  suas hipóteses, compondo diversas realidades  internacionais. No entanto, como as  incertezas também interagem entre si, ao representarem variáveis que formam um sistema complexo de causalidade e determinação16  pode  haver  conflitos  e  inconsistências  entre  as  incertezas  e  seus  prováveis comportamentos futuros (hipóteses), gerando resultados logicamente insustentáveis.  

Para desenhar cenários futuros, foi necessário analisar a consistência entre as hipóteses definidas na  tabela acima, procurando selecionar aquelas combinações que, além de coerentes, possuíam consistência com pontos da realidade histórica, bem como, com a realidade atual, sendo eleitas, portanto, como as mais prováveis.  

Através  da  combinação  das  sete  incertezas  críticas mencionadas  na  tabela  acima,  obteve‐se  a formação  dos  possíveis  cenários  futuros,  que  poderão  influenciar  as  tomadas  de  decisões,  no presente, quanto a Defesa do Interesse Nacional na Segurança da Matriz Energética Brasileira, no horizonte de tempo de 2010 a 2030. 

 

   

                                                                 

 

16 Não foi feita uma Análise Estrutural para o sistema mundial.  A interpretação das relações de causalidade foi realizada diretamente sobre as 

incertezas críticas e suas hipóteses, trabalhando com um modelo teórico implícito, expresso na discussão técnica da equipe em torno da consistência.  

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IV. IDENTIFICAÇÃO  DOS  ATORES  COM  PODER  DE  ALTERAR  AS   INCERTEZAS  CRÍTICAS  DO  MEIO    

“A arte do progresso é preservar a ordem em meio à mudança e preservar a mudança em meio à ordem.”  (A.N. Whiteead) 

Os  atores  sociais  têm  um  papel  decisivo  na  construção  do  futuro,  por meio  de  suas  ações  e iniciativas  das  entidades,  organizações,  etc.,  que  os  representam,  expressando  alianças dominantes para intervir na realidade e no desempenho dos condicionantes. Buscando intervir na realidade, os atores sociais partem de diferentes posturas e interesses, muitas vezes conflitantes e negociam,  com distintos pesos na estrutura de poder, a definição de projetos hegemônicos e a orientação política para  lidar com os desafios e tendências. Para uma análise das alternativas de projetos hegemônicos em nível mundial, apresenta‐se, a  seguir, os principais atores  sociais e as alianças mais plausíveis.  

Rigorosamente, no contexto mundial, os atores são, principalmente, os Estados‐Nação ou blocos de nações articuladas politicamente, com diferentes formas de alianças políticas e estratégicas. Os blocos econômicos e comerciais, a não ser quando evoluem para a definição de política externa comum, como a União Européia, não são atores da perspectiva política. Além dos Estados‐Nação, foram  considerados  como  atores  as  instituições ou  empresas que  têm  atuação  supranacional e definem estratégias e mecanismos de intervenção política e econômico‐financeira. 

Com essa abordagem, não se consideram atores sociais os Organismos Multilaterais de Regulação e  Negociação,  como  as  Nações  Unidas  e  seus  diversos  órgãos  e  programas  setoriais  e  a Organização Mundial de Comércio OMC,  fórum de negociação e definição de  regras  comerciais. Apesar de considerar a enorme  importância dessas  instituições, entende‐se que as mesmas não têm autonomia e vontade própria, refletindo na verdade, as definições hegemônicas que resultam do jogo político dos atores Mundiais.  

Como forma de simplificação da definição dos atores político sociais, foi feito um agrupamento de blocos  de  Nações,  relativamente  homogêneos  do  ponto  de  vista  político  em  conjunto  com  as instituições  e  grupos  politicos  e  econômicos  supranacionais.  Esse  critério  é  subjetivo, fundamentado  na  análise  comportamental  e  dinamica  da  história  política  e  econômica  do  pós guerra até a atualidade, e na avaliação da  situação política econômica atual  com  suas possíveis composições e desenvolvimentos no horizonte de tempo analisado. 

O resultado dessa composiçao ficou como segue: 

GRUPO DOS SETE  ‐ Grupo de países de maior poder econômico e  influência político‐diplomática, liderado pelos Estados Unidos, atual potência hegemônica em  termos econômicos e militares, e pela Tríade (Estados Unidos, Alemanha e Japão). O Grupo dos Sete reúne os dois maiores países da América  do  Norte  (Estados  Unidos  e  Canadá),  as  quatro  principais  economias  da  Europa (Alemanha,  França,  Inglaterra  e  Itália)  e  o  grande  país  asiático  (Japão). O  bloco  tem  interesses comuns na manutenção do equilíbrio da economia mundial e na intensificação do comércio, com predominância  de  uma  concepção  liberal  e  integradora,  embora  esteja  se  articulando comercialmente  em  três  blocos  diferentes  e  relativamente  concorrentes,  o  NAFTA,  a  União Européia e  a APEC. Do ponto de  vista político e diplomático,  apenas  a União  Européia  tende  a 

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apresentar uma posição coletiva no jogo político internacional. 

PAÍSES  EMERGENTES  DE  GRANDE  PORTE  ‐  Conjunto  de  países  de  dimensões  continentais  e potencialidades  econômicas  e  políticas,  com  diversidade  sóciocultural  e  política  e  com responsabilidades  regionais. Rússia, China,  Índia,  Indonésia e Brasil, podem ocupar  importantes espaços  futuros na economia e no  jogo político‐diplomático. Na  verdade, esses países não  têm interesses convergentes, não estão organizados, nem tendem a se organizar como bloco político, mas  têm posições  semelhantes nas negociações  internacionais, procurando ocupar espaços nos acordos  e  disputas  com  os  Sete  Grandes. Mesmo  que  disputem  também  espaços  entre  si,  os grandes  países  emergentes  tendem  a  registrar  interesses  comuns  na  estabilidade  da  economia mundial,  na  abertura  dos  mercados  das  grandes  potências  econômicas,  na  transferência  de tecnologia e na montagem de um sistema de regulação mundial que favoreça os países de menor desenvolvimento. 

INSTITUIÇÕES  FINANCEIRAS  INTERNACIONAIS  PRIVADAS  ‐  Esse  segmento  empresarial  concentra massa  significativa do  capital  financeiro  internacional  com grande mobilidade e volatilidade nos mercados  e  economias  nacionais.    Constitui  a  base  do  sistema  de  intermediação  financeira mundial e espaço de  transferências de  capital e especulação  financeira. Com  investimentos em todo o mundo, exercem um papel  significativo no  sistema  financeiro e monetário  internacional, por  cima e ao  largo dos bancos  centrais, podendo  ser determinante para o  comportamento da economia  internacional.  Como  as  multinacionais,  mesmo  concorrendo  formam  um  grupo  de interesses relativamente homogêneos, apostando na estabilidade e na liberalização do comércio e das regras internacionais.  

EMPRESAS MULTINACIONAIS ‐ Os conglomerados econômicos multinacionais atuam em diferentes setores  e  em  vários  países  e  orientam‐se  por  uma  estratégia  mundial  de  investimentos  e aproveitamento das vantagens competitivas nacionais. Normalmente, possuem uma base nacional de referência ‐ país de origem do conglomerado onde são concentrados os principais  interesses ‐ mas  incorporam  uma  visão  global  e movimentam‐se  em  todo  o  planeta  com  desenvoltura  e flexibilidade. Embora disputem mercado e espaços econômicos diversificados e concorrentes, com diferentes relações com os Estados Nacionais, as multinacionais  formam um grupo de  interesses relativamente homogêneos, apostando na estabilidade e na liberalização do comércio e das regras internacionais.  

ORGANISMOS  FINANCEIROS MULTILATERAIS  ‐  Instituições  financeiras multilaterais,  FMI,  Banco Mundial, BID, BIRD, OMC, exercem um papel relevante nos programas de estabilização econômica mundial e nos projetos de desenvolvimento em  todo o mundo, com destaque para os países de menor  desenvolvimento.  Embora  costumem  refletir  os  interesses  e  as  orientações  e disponibilidade  de  recursos  dos  países  desenvolvidos,  os  organismos  multilaterais  financeiros constituem‐se quase atores com grande capacidade de  intervenção. Com uma orientação política de controle da estabilidade financeira e de promoção de financiamento para o desenvolvimento, exercem também um papel importante na difusão de concepções e princípios políticos e técnicos para o desenvolvimento mundial.  

ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS  ‐  Conjunto  de  instituições  internacionais  atuantes  nas áreas  social,  ambiental  e  de  direitos  humanos,  as  Organizações  Não‐Governamentais  globais procuram exercer uma influência política, por meio de pressões e mobilização da opinião pública e de  financiamento  e  implantação  de  projetos  em  diferentes  países,  com  base  em  doações  e fomento públicos e privados.  

   

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V. IDENTIFICAÇÃO  E  DESCRIÇÃO  DAS   INCERTEZAS  CRÍTICAS  MAIS  PROVÁVEIS    

“Na  constituição do gabinete do dirigente, o  formalismo  é  irrelevante, o que  importa  é  a  potência  dos  métodos  de  trabalho  utilizados  pelos assessores. É  impossível reformar o gabinete sem transformar o conjunto dos sistemas de direção”  Carlos Matus Romo 

O desenho do futuro é determinado pelos condicionantes de mais alta incerteza e maior poder de influenciação do comportamento da realidade, constituindo as incertezas críticas do futuro. Para a seleção das incertezas críticas, foi utilizada, em primeiro lugar, a avaliação de Intensidade‐Impacto‐Incerteza, na qual é expressa  a percepção e  sensibilidade que  se  tem da  intensidade  visível do processo no momento atual, do  impacto que o mesmo  tende a  ter na  realidade  internacional e finalmente, do grau de incerteza que se tem com relação à evolução no futuro17.  

Os conceitos de intensidade, impacto e incerteza representam a densidade de cada evento para a formulação do  futuro. Para uma primeira  seleção,  foram destacados  aqueles  condicionantes de maior  significado  para  o  futuro,  que  tivessem  no mínimo  uma  densidade  significativa,  ou  seja, apresentando pelo menos dois indicadores com peso alto e um indicador com peso médio. 

ALIANÇAS MUNDIAIS ‐ No jogo de alianças mundiais, o Grupo dos Sete, mesmo com a participação em três blocos econômicos diferentes e com algumas diferenças de política externa, apresentam uma grande convergência política, em torno da liderança dos EUA e, mais amplamente, da Tríade. Entretanto, as diferenças de dinâmica econômica, competitividade e disputa política  interna nas grandes nações  industrializadas podem  levar ao acirramento de  formas abertas ou  implícitas de protecionismo e fragmentação econômica e, até mesmo, à disputa da hegemonia interna no bloco dominante.  Por  outro  lado,  os Cinco Grandes,  Brasil, Rússia, China,  Índia,  Indonésia,  procuram, mesmo de forma  isolada, ocupar espaços na economia mundial e no jogo político, podendo criar desequilíbrios  políticos  que  levem  a  uma  redefinição  da  supremacia mundial,  destacando  uma despolarização da  liderança americana e dos Sete Grandes. Essa despolarização dependerá tanto dos movimentos internos no bloco dos Sete, quanto na capacidade de crescimento econômico dos emergentes  e,  eventualmente,  do nível  de  suas  articulações  e  parcerias  com  alguns  dos  países altamente  desenvolvidos.  O  jogo  de  interesses  pode  se  refletir  nas  competições  dentro  dos espaços  institucionais de negociação, como Nações Unidas e OMC, e pode configurar diferentes suportes e  alianças dos outros  atores de menor destaque, especialmente  as Organizações Não‐Governamentais. Dependendo da forma que esse jogo de interesses se desenvolva e se consolide, podem  ser  formadas  pelo  menos  duas  grandes  alianças  políticas  mundiais  (excluindo‐se  a probabilidade de uma ausência de hegemonia mundial), aliança UNIPOLAR e aliança MULTIPOLAR. Com  papel  determinante  no  desenho  do  futuro,  elas  representam  graus  diferentes  de  domínio político  dos  Estados Unidos  e  parceria  com  seus  aliados  no Grupo  dos  Sete  e  dos  espaços  de influência dos países emergentes (cinco key‐players). 

                                                                 

 

17 Foram conferidas três escalas de peso: 1 para baixa intensidade, baixo impacto e baixa incerteza; 3 para média intensidade, médio impacto e 

média incerteza; e 5 para alta intensidade, alto impacto e alta incerteza. 

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CONFIGURAÇÃO  DAS  ALIANÇAS  POLÍTICAS MUNDIAIS  –  Quanto  às  configurações  das  alianças mundiais, no horizonte de tempo considerado, elas poderão ser: 

1. ALIANÇA  UNIPOLAR  ‐  Os  Sete  Grandes,  Estados  Unidos,  Canadá,  Japão,  Alemanha,  França, Inglaterra e Itália, se articulam sob a forte liderança norte‐americana, apoiada na Alemanha e no  Japão,  e  definem  grandes  acordos mundiais  que  favorecem  a  liberalização  do  comércio mundial, com ou sem sistemas formais de regulação e organização do comércio mundial. São limitados os espaços dos países de menor desenvolvimento e mesmo dos emergentes. 

2. ALIANÇA MULTIPOLAR ‐ A hegemonia norte‐americana é contrabalançada pela presença ativa e  disputas de  espaços  entre  os  Sete Grandes  e  pelo  crescimento  econômico  e  aumento  de influência  dos  Cinco  Grandes,  especialmente  a  China.  Mesmo  sem  um  acordo,  os  países emergentes tendem a desequilibrar o  jogo de poder e abrem espaços para uma nova aliança política ampla e negociada. Nessa aliança multipolar, podem ser reconstruídos os sistemas de regulação  da  economia  internacional,  favorecendo  a  integração  econômica  e  comercial  e permitindo uma desconcentração espacial do desenvolvimento.  

3. AUSÊNCIA  DE  HEGEMONIA  ‐  Os  Sete  Grandes,  Estados  Unidos,  Canadá,  Japão,  Alemanha, França,  Inglaterra e  Itália, não  se entendem e os Estados Unidos não  conseguem  impor  sua força  e  compor  um  conjunto  mais  ou  menos  convergente  de  políticas  e  medidas  para  a estabilidade da economia mundial e a  regulação do comércio. Podem predominar alianças e acordos parciais e fragmentados dos EUA, seja com a Europa, seja com o Japão, prevalecendo à desorganização do jogo de poder mundial. Por outro lado, os países emergentes também não conseguem  ocupar  posições  no  jogo  político  mundial  a  ponto  de  formar  novas  alianças consistentes. 

Os  condicionantes  do  contexto mundial  têm  diferentes  capacidades  de  influenciar  o  futuro  e apresentam graus diversos de  incerteza de desempenho a médio e  longo prazo. A capacidade de influenciação  decorre  da  estrutura  lógica  de  determinação  da  realidade  complexa  (sócio‐econômica  e  político‐institucional)  e  o  grau  de  incerteza  pode  ser  captado  pela  natureza  dos processos em maturação18. 

A procura dos Cinco Grandes emergentes, Rússia, China,  Índia,  Indonésia e Brasil por espaço na economia mundial e no  jogo político pode  levar a uma despolarização da  liderança americana e dos  Sete  Grandes,  enveredando  por  caminhos  de  futuro  com  condições  favoráveis  para  a desarticulação  da  hegemonia  Unipolar,  permitindo  caminhar‐se  para  uma  Multipolaridade  na condução política e econômica mundial, que, certamente,  favorecerá a expansão das economias Emergentes. 

   

                                                                 

 

18 Em alguns casos, procura‐se classificar os condicionantes em três conjuntos, segundo o grau de incerteza: Invariantes (baixa incerteza), 

Tendências de Peso (média incerteza) e Fatos Portadores do Futuro (alta incerteza). Não foi feita uma classificação a priori dos condicionantes segundo esta tipologia. A diferenciação acontece depois com base na análise impacto‐incerteza, que permite selecionar os de maior incerteza e maior influenciação na realidade.  

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VI. ANÁLISE  MORFOLÓGICA  COERENTE  E  CONSISTENTE  COMBINAÇÃO  DAS  INCERTEZAS  CRÍTICAS  MAIS  PROVÁVEIS  

Utilizando a técnica de Investigação Morfológica, os dados e conclusões obtidas nas partes (I) a (VI) anteriores,  foi  feita  uma  interpretação  das  combinações  que  parecem  mais  consistentes  e prováveis,  indicadas  pelas  setas  esboçadas  na  figura  abaixo,  explicitando  as  bases  dos  cenários mundiais19.  

Na montagem da Matriz de Investigação Morfológica abaixo, a ordem das  incertezas foi alterada, procurando começar pelas que pareciam  ter maior poder de determinação no desenho geral do futuro, ressaltando principalmente, a hegemonia mundial, o sistema de regulação e a  forma da integração mundial.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

                                                                 

 

19 Várias outras combinações de hipóteses sobre os estados futuros das Incertezas Críticas foram trabalhadas no processo de análise, mas não estão 

apresentadas por setas por terem sido consideradas inconsistentes, mantendo‐se apenas aquelas que compõem "jogos coerentes de hipóteses". 

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INCERTEZAS CRÍTICAS HIPÓTESES PARA PROVÁVEIS CENÁRIOS MUNDIAL 

QUANTO A HEGEMONIA, SISTEMA DE REGULAÇÃO E INTEGRAÇÃO  

 HEGEMONIA MUNDIAL  UNIPOLAR  MULTIPOLAR 

SISTEMA DE REGULAÇÃO  LIBERALIZAÇÃO AMPLA  REGULAÇAO ATIVA 

INTEGRAÇÃO DOS MERCADOS 

FRAGMENTAÇÃO  INTEGRAÇÃO 

REVOLUÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 

MODERADA E INCREMENTAL  ACELERADA C/ RUPTURA 

SISTEMA FINANCEIRO  INSTABILIDADE  ESTABILIDADE 

TENSÕES E CONFLITOS REGIONAIS 

INTENSIFICADAS E AGRAVADAS  CONTROLADAS E MODERADAS 

EMERGÊNCIA DE PAÍSES COM GRANDE POTENCIAL 

ESTAGNAÇÃO E PERDA DE ESPAÇOS CONSOLIDAÇÃO E  FORTALECIMENTO 

 

LIBERALIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO 

COM INSTABILIDADE  

Moderado avanço tecnológico e 

conflitos políticos, hegemonia unipolar e perda de espaços dos 

emergentes 

LIBERALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO EM BLOCOS COM INSTABILIDADE 

 Avanço tecnológico 

moderado e incremental e conflitos políticos, hegemonia unipolar e perda de 

espaços dos emergentes 

LIBERALIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO 

COM INSTABILIDADE 

 Acelerado avanço tecnológico e 

conflitos políticos, hegemonia unipolar e perda de espaços dos emergentes 

REGULAÇÃO E INTEGRAÇÃO AMPLA COM ESTABILIDADE 

 Moderado avanço tecnológico, baixos conflitos políticos, 

hegemonia multipolar e fortalecimento dos 

emergentes 

REGULAÇÃO E INTEGRAÇÃO AMPLA COM ESTABILIDADE 

 Acelerado avanço tecnológico e 

conflitos políticos, hegemonia multipolar e fortalecimento dos 

emergentes 

COMBINAÇÃO 

COMBINAÇÃO 

COMBINAÇÃO 

COMBINAÇÃO 

COMBINAÇÃO 

Matriz de Investigação Morfológica – Cenários Mundiais 

 

 

Nesta análise,  chegou‐se a  cinco  combinações  consistentes, que,  constituem as  idéias‐força dos cenários mundiais no horizonte de tempo considerado: 

1. LIBERALIZAÇÃO  E  FRAGMENTAÇÃO  COM  INSTABILIDADE  FINANCEIRA  E  CONFLITOS POLÍTICOS  ‐  hegemonia  unipolar;  moderada  e  incremental  difusão  de  tecnologias;  e estagnação e perda de espaços dos países de grande potencial econômico.  

2. LIBERALIZAÇÃO E  INTEGRAÇÃO EM BLOCOS COM  INSTABILIDADE E CONFLITOS POLÍTICOS  ‐ hegemonia unipolar; moderada e incremental difusão de tecnologias; e estagnação e perda de espaços dos países de grande potencial econômico. 

3. LIBERALIZAÇÃO  E  FRAGMENTAÇÃO  COM  INSTABILIDADE  ‐  conflitos  políticos;  hegemonia 

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unipolar;  acelerada  revolução  científica  e  tecnológica  (incluindo  rupturas  do  padrão tecnológico) e redução dos espaços dos países de grande potencial econômico. 

4. REGULAÇÃO  E  INTEGRAÇÃO  AMPLA  COM  ESTABILIDADE  ‐  desconcentração  e  hegemonia multipolar; revolução tecnológica moderada e incremental; tensões e conflitos controlados; e ampliação dos espaços dos países de grande potencial econômico. 

5. REGULAÇÃO  E  INTEGRAÇÃO  AMPLA  COM  ESTABILIDADE  ‐  desconcentração  e  hegemonia multipolar; revolução tecnológica acelerada com rupturas; tensões e conflitos controlados; e consolidação dos espaços dos países de grande potencial econômico. 

As combinações (1) e (3) são qualitativamente bastante semelhantes, distinguindo‐se apenas pela velocidade e natureza das  inovações tecnológicas, contemplando rupturas e maior aceleração na segunda  alternativa  e  reduzindo  os  espaços  dos  países  de  médio  desenvolvimento  e  grande potencial econômico.  

Da  mesma  forma,  existem  semelhanças  nos  conteúdos  básicos  das  combinações  (4)  e  (5), diferenciando‐se  também  apenas  pela  natureza  da  revolução  tecnológica  e  difusão  das  novas tecnologias, mais  intensas e profundas na última combinação.   Nestas duas alternativas ocorreria uma consolidação e fortalecimento dos países com grande potencial econômico, sendo, contudo, mais intensa e consistente na hipótese (4), que pressupõe uma moderada e incremental inovação tecnológica, dando mais tempo para que estes países acompanhem o processo global.  

Assim,  as  cinco  combinações  consistentes  podem  ser  agrupadas  em  três  alternativas  distintas, configurando  três  cenários mundiais  com as  características das  combinações  (1),  (2) e  (4), mais pertinentes e qualitativamente diferenciadas.  

Resultado similar pode ser encontrado trabalhando, de  forma simplificada, com duas  incertezas‐síntese ‐ Sistema de Regulação e Nível de Integração dos Mercados ‐ que expressam e resultam, em certa medida, da configuração hegemônica (primeira incerteza da Matriz) e que têm um peso decisivo no desempenho das outras incertezas apresentadas na investigação morfológica.  

A  combinação  das  hipóteses  de  comportamento  dessas  duas  incertezas‐síntese  pode  ser visualizada na Matriz de  Impactos Cruzados apresentada a  seguir,  ressaltando  três  combinações consistentes,  já  que  não  parece  coerente  a  fragmentação  do  comércio  mundial  com  a implementação de um sistema de regulação ativa da economia internacional.  

Dessa  forma,  chega‐se  a  três  cenários  prováveis,  que  denominamos  Cenário  (A),  Cenário  (B)  e Cenário (C). 

 

 

 

   

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NÍVEL DE INTEGRAÇÃO    

SISTEMA DE REGULAÇÃO 

INTEGRAÇÃO  FRAGMENTAÇÃO 

REGULAÇÃO ATIVA 

Integração econômica com estabilidade e crescimento e relativa desconcentração 

mundial  

CENARIO (A) 

Inconsistente 

LIBERALIZAÇÃO AMPLA 

Integração econômica com estabilidade e concentração mundial com aumento dos 

conflitos  

CENARIO (B) 

Fragmentação e instabilidade econômica e política e concentração mundial 

 CENARIO (C) 

Matriz de Impactos Cruzados 

 

Na figura acima, tem‐se três alternativas que podem ser combinadas de acordo com hipóteses de comportamentos diferenciados para a revolução científica e tecnológica, ampliando ou reduzindo as  possibilidades  dos  países  emergentes  ampliarem  seus  espaços  na  economia mundial,  o  que depende  da  estabilidade  e  do  ritmo  desta  economia,  dos  sistemas  de  regulação  e  do comportamento da conjuntura interna ao País considerado. 

Dessa forma, pode‐se trabalhar com três cenários mundiais, combinando o “Nível de Integração” e o  “Sistema  de  Regulação  e  suas  interações”  com  as  outras  incertezas  críticas  analisadas  na investigação morfológica. 

Excluindo  a  combinação  de  fragmentação  dos  mercados  com  regulação  ativa  do  sistema econômico  mundial,  que  foi  considerada  inconsistente  na  medida  em  que  a  regulação  deve, teoricamente  (e  se  for  efetiva), manter  o  processo  de  integração,  as  outras  três  combinações correspondem aproximadamente às selecionadas na análise anterior. 

 

 

 

   

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VII. DESCRIÇÃO  DOS  CENÁRIOS  OBTIDOS  ATRAVÉS  DA  ANÁLISE  MORFOLOGICA  

“Deve  pois  alguém  que  se  torne  Principe mediante  o  favor  do  povo,  conserva‐lo como amigo.” Nicolò Di Bernardo Dei Machiavelli 

A análise e descrição dos cenários apresentados a  seguir,  foram deduzidos das explanações dos parágrafos anteriores, e foram consideradas sob três aspectos:  

FILOSOFIA ‐ síntese e direção geral do desenho do futuro. 

DESCRIÇÃO ‐ principais condições e hipóteses dos fatores centrais que explicam a evolução do cenário  e  apresentação  do  desenho  futuro  (2030),  nas  principais  variáveis  de  interesse20, referentes à defesa do Interesse Nacional na Matriz Energética Brasileira. 

TRAJETÓRIA  ‐  caminho e evolução mais provavel do  comportamento do  cenario no período (2010 a 2030).  

CENÁRIO  (A)  –  MUNDO  UNIFICADO   ‐  LONGO  CICLO  DE  PROSPERIDADE    

FILOSOFIA ‐ A economia mundial atravessa um prolongado período de expansão e integração, com estabilidade  do  sistema  financeiro,  redução  das  desigualdades  econômicas  entre  as  nações  e moderadas  tensões  e  conflitos  políticos.  Em  2030,  o  planeta  estará  amplamente  integrado econômica  e  comercialmente  e  terá  um  alto  nível  de  vida,  com  instituições  supranacionais  de regulação  e  promoção  do  desenvolvimento,  com  os  ecossistemas  relativamente  conservados  e recuperados.  Entretanto,  o  horizonte  de  tempo  2010  a  2030,  será  dispendido  nos  acertos  e acordos  para  permitir  atingir‐se  o  cenário  proposto  em  2030.  Conseqüentemente  o  PIB médio Mundial será de (3.35%), vide pag. 43 e 44 deste trabalho. 

DESCRIÇÃO ‐ A desarticulação do bloco de poder do Grupo dos Sete e a atuação competente de alguns países emergentes de grande potencial econômico, explorando a preocupação mundial com as desigualdades entre as nações e os  riscos de degradação ambiental, pressões demográficas e conflitos  regionais,  permitem  a  ampliação  do  jogo  de  poder mundial  (hegemonia multipolar), levando  à  construção  de  um  novo  sistema  de  regulação mundial  das  finanças  e  do  comércio, consolidando a integração da economia mundial e a sua propagação entre países de médio e baixo desenvolvimento,  inclusive com o perdão parcial da dívida das nações mais pobres, promoção de facilidades comerciais e de acesso às novas tecnologias. 

Essas  condições  viabilizam  a  estabilidade  econômico‐financeira  e  a  sustentação  de  taxas  de 

                                                                 

 

20 A descrição destaca o resultado esperado no horizonte final ou o comportamento dominante no cenário. Considerando que o cenario estudado é 

uma fotografia estatica atual, deduzida a partir da analise dos fatos passados e presentes, referido cenario, devera, ganhar nuances e 

particularidades ao longo do tempo nas diversas cenas que expressam a trajetória. 

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crescimento que  favorecem o desenvolvimento dos países emergentes e, como conseqüência, a consolidação da hegemonia multipolar. O crescimento da economia e o desenvolvimento de novas tecnologias  promovem  a  acelerada  inovação  e  difusão  tecnológica,  enquanto  o  sistema  de regulação favorece o acesso mundial aos avanços científicos.  

A combinação de novas  instituições mundiais de  regulação,  integração econômica e comercial e estabilidade do sistema financeiro abrem um novo ciclo expansivo da economia mundial, devendo crescer  a  taxas médias  de  (3.35%)  ao  ano21,  incrementadas  pelos  países  líderes  e  pelos  países emergentes de grande potencial. 

O  comércio  se  intensifica  e  aumenta  a  integração  das  economias  tanto  no  interior  dos  blocos, quanto  entre  os  grandes  agrupamentos  de  mercados,  que  se  consolidam  em  três  grandes conjuntos:  

UNIÃO EUROPÉIA 

ALCA (com ou sem MERCOSUL) 

ASEAN 

A  revolução  científica  e  tecnológica  se  acelera,  com  eventuais  rupturas  de  paradigmas, mas  os sistemas  de  regulação  ativa22  das  desigualdades  econômicas  e  comerciais mundiais  tendem  a favorecer  a  propagação  das  novas  tecnologias  para  países  de médio  e  baixo  desenvolvimento, moderando a defasagem de competitividade mundial.  

O  crescimento  econômico mundial,  combinado  com  a  implantação  de  sistemas  de  regulação, promove uma  redução das desigualdades entre as nações e, principalmente, o  fortalecimento e consolidação  de  alguns  grandes  países  emergentes  que  encontram  espaços  significativos  para crescimento e participação nos fluxos econômicos internacionais.  

O  Brasil,  particularmente,  conta  com  grandes  oportunidades  de  inserção  no  ciclo  dinâmico  da economia, com base no seu mercado interno e suas vantagens competitivas.  

Como conseqüência deve declinar os conflitos e  tensões regionais, moderados pela redução das desigualdades  e  controlados  pelas  instituições  internacionais  ativas,  consolidando  um  quadro mundial de democracia e paz social. 

As  pressões  antrópicas  sobre  os  ecossistemas  devem  ser  reduzidas  pelo  efeito  combinado  de novas tecnologias e políticas e de mecanismos de regulação das relações da economia com o meio ambiente, levando a uma conservação e recuperação relativa dos ambientes degradados.  

 

“Assistimos  ao  início  de  um  boom  econômico  global  em  uma  escala  nunca  antes  apreciada.  Nos  países ocidentais desenvolvidos, novas  tecnologias  levarão a um grande aumento da produtividade, que  resultará em um elevado  crescimento econômico – de  fato, ondas de  tecnologia  irão  continuar a ocorrer durante a parte  inicial do século XXI. A abertura de economias nacionais,  juntamente com a  integração dos mercados, levarão o crescimento ao resto do mundo. Um alinhamento sem precedentes entre uma Ásia ascendente, uma América revitalizada e uma Europa reintegrada – incluindo uma Rússia recuperada – irá criar uma grandiosa economia  que  se  alastrará  para  as  outras  regiões  do  planeta.  Essas  duas  megatendências  –  mudança 

                                                                 

 

21 As taxas de crescimento dos cenários mundiais pretendem apenas apresentar ordem de grandeza do ritmo da economia, sem base em uma 

simulação com modelo de consistência, expressando a sensibilidade com relação às possibilidades de comportamento da economia mundial. 22 A regulação ativa está entendida como uma postura de reorientação da distribuição de riquezas, especialmente a riqueza em conhecimento e 

tecnologia entre as nações, resultante de um novo projeto político que reflete a influência política das nações de menor desenvolvimento e as preocupações dos países ricos com os conflitos das desigualdades mundiais, incluindo sua tradução em pressão migratória.  

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tecnológica e um novo processo de abertura – irão modificar o mundo, transformando‐o no começo de uma civilização global, uma nova  civilização de  cidadãos, que  irá desabrochar durante o novo  século. Podemos estar entrando em uma expansão econômica implacável, um verdadeiro boom econômico: “the long boom”.  

Fonte: “The Long Boom ‐ a history of the future 1980‐2020”,  

 

TRAJETÓRIA  ‐ No  intervalo de 2010  (cena de partida)  a 2030  (cena  final),  a economia mundial passa  por  um  processo  de  reestruturação  e  reorganização  política  e  institucional,  criando  as condições de estabilidade,  integração econômica e comercial e crescimento. Esse processo evolui no correr do tempo, na medida em que amadurecem as condições e se redefinem os parâmetros de desenvolvimento.  

A  trajetória  de  mudança  e  maturação  no  tempo  está  apresentada  em  subperíodos  que correspondem, aproximadamente, ao ritmo de evolução dos processos e aos pontos de inflexão da realidade ao longo do tempo. Dessa forma, a virada do milênio e os primeiros anos do século XXI devem  ser dominados por baixo  crescimento econômico  instabilidade,  com moderada evolução dos  processos  de  integração  econômica  e  comercial.  Nesse  período,  vão  sendo  construídas  as bases  institucionais  do  novo  padrão  de  desenvolvimento,  com  a  construção  de  instâncias internacionais de negociação e controle da economia e do comércio, ao mesmo  tempo em que avançam  moderadamente  as  inovações  tecnológicas  e  as  mudanças  da  base  produtiva  e  de competitividade mundial.  

As desigualdades entre as nações se mantêm elevadas, resultado do baixo crescimento econômico e  da  presença  ainda  excessivamente  tímida  das  instâncias  de  regulação,  embora  os  países emergentes comecem a ocupar espaços políticos nas negociações mundiais. Conflitos e  tensões localizados devem persistir em diferentes partes do planeta e as pressões sobre o meio ambiente também prosseguem, apesar das baixas taxas de crescimento.  

Depois de cinco anos de  transição, 2010 a 2015, com parcial estagnação mundial decorrente do freio na economia norte‐americana, e de formação e atuação do sistema de regulação, a economia mundial entra em uma nova fase, a partir de 2015, com a intensificação do processo de integração produtiva e comercial, consolidando a estabilidade econômica e financeira. Na medida em que a economia entra em condições mais estáveis, se acentuam as desigualdades mundiais e as nações emergentes e  importantes países pobres vão ocupando espaços no  jogo político e  influenciando mais  fortemente  as  instituições  internacionais.  Dessa  forma,  na  segunda  metade  da  década começam  a  se  formar  as  condições  para  uma  ampliação  da  hegemonia  política  dominante, evoluindo para uma aliança multipolar23.  

Com  a  consolidação  do  sistema  de  regulação  e  dos  processos  que  amadurecem  nas  primeiras décadas  do  século  XXI,  abrem‐se  as  condições  para  a  aceleração  do  crescimento  da  economia mundial e das transformações na base produtiva e na riqueza com razoável desconcentração entre as nações. Avança o processo de integração mundial e a redução das desigualdades, resultado da combinação  de  crescimento  econômico  com  regulação  ativa  baseada  numa  sólida  hegemonia multipolar. 

                                                                 

 

23 Esta análise parte do princípio que a combinação de estabilidade e crescimento econômico com desigualdades e pobreza tende a formar o clima 

político para mudanças, na medida em que as condições são mais favoráveis no terreno político e se evidenciam mais ainda as contradições e as frustrações dos segmentos marginalizados.  

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CENÁRIO  (B)  MUNDO  EM  DINAMISMO  SELETIVO  

FILOSOFIA ‐ A economia internacional experimenta um ciclo de crescimento econômico modesto a partir de 2015, com pequeno crescimento do PIB Mundial em  torno de  (3.03% a.a.) ao  lado de controlada  instabilidade  financeira  e  conflitos  políticos  localizados,  combinada  com  integração econômica  liberal e ampliação da desigualdade econômica entre as nações. Em 2030, o mundo estará fortemente  integrado e com ampla  liberdade econômica e comercial regida pelo mercado, permeado por um equilíbrio  instável no  terreno  financeiro e político com crises sazonais e  forte deterioração do meio ambiente. Entretanto, o horizonte de tempo 2010 a 2030, será dispendido nas  tentativas  de  acertos  e  acordos  para  atingir‐se  o  cenário  proposto  em  2030. Conseqüentemente, pelas  instabilidades e dificuldades de acordos, o PIB médio Mundial será de (3.03%), vide pag. 43 e 44 deste trabalho. 

DESCRIÇÃO ‐ A consolidação da hegemonia unipolar liderada pelos Estados Unidos promove uma ampla  liberalização do comércio mundial com  integração em grandes blocos econômicos, mesmo sem a  construção de um novo  sistema de  regulação. O  sistema  financeiro apresenta  fatores de instabilidade relativamente controlados, ao mesmo tempo em que se consolida a intensificação da economia  e  do  comércio,  permitindo  a  convivência  com  relativa  irregularidade  dos  fluxos  de capital e constantes crises financeiras mundiais. 

Aceleram‐se as inovações tecnológicas, com a possibilidade de rupturas nos padrões de produção e competitividade em favor dos países líderes na capacitação e na pesquisa.  

A integração econômica e a propagação de novas tecnologias tendem a abrir um período de médio e  continuado  crescimento  econômico mundial,  com  a  economia Mundial  crescendo  (3.03%)  ao ano em média. 

Os novos padrões tecnológicos podem gerar uma desorganização nas relações de competitividade mundial em detrimento dos países de menor base científica e tecnológica e mesmo dos países de grande potencialidade econômica, ampliando a defasagem de desenvolvimento e as desigualdades econômicas mundiais, além de gerar desorganização social nos países centrais. 

Apesar  das  dificuldades  dos  países  emergentes  em  acompanhar  os  avanços  tecnológicos,  a retomada do crescimento econômico mundial pode abrir moderadas oportunidades econômicas para os países de grande potencial econômico e político, mesmo sem qualquer sistema mundial de regulação.  

Entre os Cinco Grandes emergentes (China, Índia, Indonésia, Brasil e Rússia), o Brasil pode também se beneficiar das condições da economia internacional, mesmo com suas dificuldades e tendências de manutenção das desigualdades mundiais. A hegemonia unipolar pode ser consolidada e mesmo ampliada,  embora  a  presença  de  alguns  dos  emergentes  no  jogo  político  internacional  possa ampliar os espaços de poder.  

As  desigualdades  mundiais  podem  levar  a  uma  intensificação  dos  conflitos  regionais  e  a eventualidade de explosão de guerras localizadas de desdobramento mundial, como os confrontos no Oriente Médio e em parte da Europa Oriental, sem considerar se as  regiões mais pobres, da América Latina e África. O crescimento da economia aumenta as pressões sobre o meio ambiente de  forma  diferenciada  no  espaço  físico,  mesmo  que  levemente  moderadas  pelas  novas tecnologias.  

TRAJETÓRIA  ‐ No  intervalo de 2010  (cena de partida)  a 2030  (cena  final),  a economia mundial evolui  lentamente de um quadro de  instabilidade financeira e desequilíbrio nos países asiáticos e moderada retração americana para uma retomada do ciclo de crescimento e integração comercial.  

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A trajetória apresenta o seguinte processo de maturação no tempo: 

O mundo está experimentando um período de intensas transformações estruturais nos processos produtivos, nas tecnologias e na integração dos fluxos econômicos mundiais, convivendo com uma aparente  tranqüilidade  econômica,  depois  de  fortes  turbulências  nos  mercados  financeiros  e cambiais. O  final de década de  90  foi marcado pela  falência dos  sistemas  financeiros  asiáticos, incluindo o do Japão, e crise cambial nos países emergentes. Depois da crise asiática e seus efeitos na economia internacional, houve uma reorganização das finanças mundiais, com grande perda de ativos, mas  redução dos  fatores de  instabilidade e crise, que voltaram a se manifestar de  forma mais violenta em 2007 a 2009, com conseqüências principalmente para a União Européia e Estados Unidos em 2010. 

No  momento,  toda  a  incerteza  e  perspectiva  da  economia  mundial  parece  se  concentrar  e depender do desempenho do sistema econômico norte‐americano com a chamada “exuberância irracional”, na definição do ex‐presidente do Tesouro Americano, que representou uma grande e insustentável sobrevalorização de ativos, desembocando na crise financeira de 2007. A economia americana  registrou,  durante  vários  anos,  taxas  médias  de  crescimento  de  3,5%  ao  ano, estimuladas pelo aumento da produtividade e pela expansão da nova economia da  informação, mas também alimentada pela valorização das bolsas de valores, particularmente a Nasdaq (bolsa de empresas de novas tecnologias nas áreas de telecomunicações, informática e Internet). 

A incerteza com relação ao futuro desse ciclo expansivo da economia americana tem crescido com a  instabilidade  nas  bolsas  de  valores,  tanto  na Nasdaq,  que  registrou  quedas  drásticas  durante alguns períodos, quanto na Dow Jones, bolsa de empresas da nova e antiga economia. Com a crise de 2007  / 2009,  como  resposta a ameaça de uma escalada descontrolada de desvalorização de ativos pela quebra de Bancos e grandes empresas, que levaria a uma grande depressão, o governo americano  interviu  no mercado  com  colocação  de  trilhões  de  dólares,  comprando  instituições financeiras falidas, para evitar uma crise maior que a de 1929. 

A  persistência  de  uma  hegemonia  mundial  unipolar,  liderada  pelos  Estados  Unidos,  e  a insuficiência  dos  instrumentos  tradicionais  de  regulação  do  sistema  econômico  e  político internacional  aumentam  a  incerteza  e  o  quadro  de  instabilidade  no  âmbito  econômico  e financeiro.  Essa  instabilidade  tenderá  a  moderar  o  processo  de  integração  econômica  e  as inovações tecnológicas, ao mesmo tempo em que aumentará as desigualdades entre os países e mesmo dentro dos blocos econômicos de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. 

Prosseguem aceleradas as mudanças no padrão tecnológico e a consolidação, por todo o mundo, dos blocos econômicos, em especial a União Européia, ao mesmo  tempo em que  se  intensifica ampla  discussão  e  preocupação  dos  países  na  definição  de  novos  sistemas  de  regulação  para formar um novo modelo de desenvolvimento internacional. Na mesma direção, intensificam‐se as negociações  e  os  espaços  de  discussão mundial  sobre  os  problemas  globais,  entre  os  quais  se destacam  os  aspectos  ambientais  de  escala  e  preocupação  planetária,  como  as  mudanças climáticas, a escassez de água e a emissão de CO², entre outras. 

Os fatores de instabilidade que amadurecem na economia mundial, combinados com a política de retração da economia norte‐americana,  levam a uma estagnação  japonesa e uma moderação do ciclo  expansivo  norte‐americano,  resultando  em  uma  paralisação  da  economia  internacional. Como uma resposta à estagnação, o Grupo dos Sete negocia acordos para controlar a instabilidade financeira, consolidando a hegemonia unipolar.  

Dessa forma, nos primeiros cinco anos, 2010 a 2015 a economia mundial registra baixas taxas de 

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crescimento  e  turbulências  nas  finanças  e  no  comércio  mundial,  enquanto  amadurecem  os processos  de  reestruturação  econômica.  Enquanto  isso  ocorre  uma moderação  no  processo  de liberalização da economia e do  comércio mundial e um arrefecimento da  integração dos blocos econômicos, ao mesmo tempo em que tende a se estabilizar a revolução científica e tecnológica. 

No meio da estagnação com moderada  instabilidade, acentuam‐se as desigualdades econômicas entre  as  nações,  o  surgimento  de  tensões  e  conflitos  políticos  e  militares  localizados  e  a persistência das pressões ambientais em todo o mundo.  

Os acordos entre as grandes nações do planeta permitem equacionar os componentes de crise nas economias  japonesas  e  nos  emergentes  asiáticos,  promovendo  a  reestruturação  da  economia mundial e preparando desdobramentos positivos no quadro mundial. 

A economia mundial mantém equilíbrio relativamente instável do sistema financeiro. Aceleram‐se as  inovações  tecnológicas  e  a  sua  propagação  nos  países  centrais,  alterando  os  padrões  de competitividade  e  aumentando  as  disparidades  econômicas  das  nações  subdesenvolvidas. Intensificam‐se  os  conflitos  políticos  e  militares  regionais  e  aumentam  as  tensões  mundiais controladas pela hegemonia unipolar, que se estabiliza nas primeiras décadas do século XXI.  

Apesar das desigualdades nacionais e do aumento das pressões sobre os ecossistemas durante as primeiras  décadas  do  século  XXI,  tendem  a  predominar,  na  economia mundial,  os  fatores  de modernização e dinamização decorrentes das inovações tecnológicas e da integração econômica.   

Dessa  forma,  durante  a  segunda  década  do  século  XXI,  a  economia mundial  conserva  ritmos médios  de  crescimento  do  PIB Mundial  (3.03%  a.a.)  e  intensifica  o  processo  de  reestruturação produtiva,  com  a  difusão  de  novas  tecnologias,  convivendo,  contudo,  com  componentes  de instabilidade  do  sistema  financeiro  e  com  tensões  e  conflitos  localizados,  decorrentes  da desigualdade  de  desenvolvimento  mundial.  Seguem  e  se  ampliam  as  pressões  sobre  os ecossistemas, aumentando a degradação e os riscos de problemas ambientais globais. 

CENÁRIO  (C)  MUNDO  FRAGMENTADO  

FILOSOFIA  ‐  O mundo  vive  um  longo  ciclo  de  desagregação  com  fragmentação  de  interesses políticos e econômicos,  instabilidade e baixo crescimento em parte em função do protecionismo, dominado por uma frágil hegemonia unipolar, marcado por conflitos e tensões políticas e militares regionais  e  concentração  da  riqueza  mundial.  Em  2020,  o  planeta  estará  dominado  por instabilidades e desagregação nos campos econômico e social e pelos conflitos e tensões sociais, com desigualdade entre nações e degradação ambiental moderada. Neste cenário, o horizonte de tempo 2010 a 2030, será dispendido em manter‐se, em alguns casos, o “status quo”, em outros casos em aproveitar as oportunidades para se tentar chegar em 2030 em condições econômica e financeiramente  razoáveis. Conseqüentemente, pelas  instabilidades e dificuldades de acordos, o PIB médio Mundial será de (2.89%), vide pag. 43 e 44 deste trabalho. 

DESCRIÇÃO ‐ A frágil hegemonia unipolar liderada pelos EUA promove uma liberalização ampla do comércio mundial, sem mecanismos de regulação e controle dos fluxos financeiros e econômicos, o que leva a uma instabilidade no sistema financeiro internacional. Esse quadro é acentuado pelo relativo  descontrole  da  “exuberância  irracional”  da  economia  norte‐americana,  provocando desconfianças nos investidores e ciclos de desorganização financeira nas bolsas de valores.  

As disputas comerciais e protecionistas entre países e blocos econômicos se acirram, gerando uma fragmentação  da  economia  mundial.  Nessas  condições,  tende  a  se  desorganizar  a  própria 

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hegemonia unipolar,  intensificam‐se as  tensões e os  conflitos  regionais e  criam‐se  restrições ao crescimento  econômico  e  à  influência  político‐diplomática  dos  países  emergentes  de  grande potencialidade. 

A instabilidade da economia mundial, combinada com a ausência de mecanismos de regulação em nível  internacional e o acirramento do protecionismo,  leva a uma retração da economia mundial com moderada deflação ‐ crescimento médio anual em torno de (2.89%) e estagnação do comércio internacional.  

Como  conseqüência,  tende  a  se  registrar  um  retrocesso  na  abertura  das  economias,  uma desorganização  do  comércio  entre  as  nações  e  mesmo  uma  desaceleração  do  processo  de formação  de  blocos  econômicos  supranacionais.  Ao  mesmo  tempo  e  de  forma  irregular,  as inovações tecnológicas se mantêm com ritmo moderado e de forma incremental, intensificando a concorrência e promovendo a modernização tecnológica, com aumento do desemprego estrutural, especialmente nos países industrializados.  

Os  grandes  países  emergentes,  entre  os  quais  o  Brasil,  encontram  condições  bastante desfavoráveis  de  inserção  na  economia  internacional,  tendo  limitados  espaços  no  contexto internacional. Em decorrência, crescem as frustrações e problemas sociais nos países periféricos, levando a uma intensificação e agravamento das tensões, guerras e conflitos regionais. 

Especialmente  nos  países  emergentes  de  dimensões  populacionais  e  base  econômica consideráveis,  agravam‐se  os  estrangulamentos  e  os  problemas  sociais,  reduzindo  suas capacidades de crescimento e de influência no jogo político internacional.  

Apesar do baixo crescimento econômico, mantêm‐se as pressões antrópicas sobre os ecossistemas e o meio ambiente, com degradação ambiental de forma localizada e moderada deterioração dos recursos ambientais.  

TRAJETÓRIA  ‐ No  intervalo de 2010  (cena de partida)  a 2030  (cena  final),  a economia mundial segue uma  trajetória  irregular, marcada por  instabilidades, mas dominada por baixos  ritmos de crescimento  econômico  e  comercial  e  por  tênue  predominância  do  poder  econômico  e militar norte‐americano.  A  trajetória  mundial,  dividida  em  subperíodos  que  correspondem, aproximadamente, ao ritmo de maturação dos processos e aos pontos de inflexão da realidade ao longo do tempo, segue um ritmo lento e desgovernado. 

O mundo está experimentando um período de intensas transformações estruturais nos processos produtivos, nas tecnologias e na integração dos fluxos econômicos mundiais, convivendo com uma aparente  tranqüilidade  econômica,  depois  de  fortes  turbulências  nos  mercados  financeiros  e cambiais. O  final de década de  90  foi marcado pela  falência dos  sistemas  financeiros  asiáticos, incluindo o do Japão, e crise cambial nos países emergentes. Depois da crise asiática e seus efeitos na economia internacional, houve uma reorganização das finanças mundiais, com grande perda de ativos, mas  redução  dos  fatores  de  instabilidade  e  crise,  até  2007,  quando  eclodiu  nova  crise financeira Mundial de grandes proporções. 

A  persistência  de  uma  hegemonia  mundial  unipolar,  liderada  pelos  Estados  Unidos,  e  a insuficiência  dos  instrumentos  tradicionais  de  regulação  do  sistema  econômico  e  político internacional aumentam a incerteza e o quadro de instabilidade no âmbito econômico‐financeiro. Essa  instabilidade  tenderia  a  moderar  o  processo  de  integração  econômica  e  as  inovações tecnológicas,  ao mesmo  tempo em que  aumentaria  as desigualdades entre os países e mesmo dentro dos países desenvolvidos, como Estados Unidos e Inglaterra. 

Dentro  do  clima  de  instabilidade  do  sistema  financeiro  e  de  retração  das  principais  economias mundiais,  especialmente  os  Estados  Unidos,  os  Sete  Grandes  não  conseguem  negociar  um 

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entendimento político e a montagem de instrumentos de reorganização do sistema internacional.  O  governo  dos  Estados  Unidos  perde  o  controle  da  sobrevalorização  dos  ativos  e  do  artificial crescimento econômico, provocando uma desconfiança generalizada e retração econômica. Nessas condições, a própria hegemonia unipolar perde capacidade de condução política. 

Dessa forma, no período em torno da virada do século, a economia mundial se arrasta numa forte retração com grande  instabilidade do sistema financeiro mundial e tendência à deflação, queima de ativos,  fechamento de bancos e empresas e empobrecimento geral da população,  tanto nos países centrais quanto nos países subdesenvolvidos. 

As inovações tecnológicas arrefecem e estancam os principais processos de integração econômica e  comercial entre as grandes potências, ao mesmo  tempo em que aumentam as desigualdades entre  as  nações  com  explosão  de  violência  e  tensões  sociais  e  políticas  em  diversas  partes  do planeta.  A  degradação  ambiental  se  mantém  em  patamares  relativamente  altos,  apesar  da estagnação  econômica,  uma  vez  que  não  se  propagam  as  novas  tecnologias  amigáveis  com  a natureza.  

A continuidade da crise econômica e financeira durante os cinco primeiros anos no horizonte de tempo  considerado  leva  a  uma  ampliação  dos  problemas  e  das  tensões  com  ampliação  dos estrangulamentos  econômicos  e  sociais  e  uma  forte  destruição  de  riqueza  em  todo  mundo. Iniciativas erráticas e desconexas dos países líderes da economia mundial, especialmente o centro da hegemonia unipolar, levam a uma grande instabilidade da economia e finanças internacionais, confirmando a estagnação econômica. 

Nessas condições, a economia mundial cresce a taxas baixas nos últimos anos da primeira década deste  século,  com  instabilidade  e  persistência  dos  conflitos  sociais  e  políticos,  contendo  as inovações  tecnológicas  e  a  reestruturação  produtiva  e  moderando  fortemente  a  integração econômica  e  comercial.  Sem  muito  sucesso,  as  grandes  nações  do  planeta  tentam  um entendimento  para  a  definição  de  iniciativas  que  superem  a  crise,  implementando  medidas desconexas de efeito limitado e parcial. 

Durante  os  primeiros  oito  anos  do  horizonte  de  tempo  considerado,  vão  se  acumulando  os problemas  e  as  tensões  sociais,  na medida  em  que  permanecem  os  focos  de  instabilidade  e arrefece o processo de reestruturação e inovação tecnológica, aumentando as desigualdades entre as nações.  

A combinação de instabilidade financeira com intensificação dos conflitos sociais e políticos entre as  nações,  incluindo  suas manifestações  na  recuperação  dos mecanismos  protecionistas,  leva  a economia mundial a um demorado ciclo de estagnação, que deve dominar as primeiras décadas do século XXI. 

Apesar da estagnação econômica, tende a se registrar uma moderada pressão antrópica, devido à insuficiente mudança  tecnológica  e  à  difusão  de  novos  padrões  de  produção  e  relação  com  a natureza e aos baixos  investimentos em  infra‐estrutura social, combinada com a degradação das relações sociais.  

 

   

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VIII. DESCRIÇÃO  DOS  CAMINHOS  MAIS  PROVÁVEIS  

“O futuro sempre será incerto e nebuloso, não existe a hipótese de governabilidade absoluta  sobre  sistemas  sociais, mesmo  próximo  desta  condição  há  sempre  um componente imponderável no planejamento” 

Os  cenários mundiais  se  diferenciam  pela  combinação  de  comportamento  dos  condicionantes, com desdobramentos diversos no desempenho geral da economia e da sociedade  internacional. Para uma visão mais clara do desempenho diferenciado dos  três cenários, apresenta‐se, adiante um quadro comparativo dos indicadores representativos do desenho da realidade mundial no ano 2010 (ou das taxas no intervalo 2010‐2030, quando se trata de evolução de indicador). 

INDICADORES 2010 a 2030 

Cenário (A) MUNDO 

UNIFICADO 

Cenário (B)MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO 

Cenário (C) MUNDO 

FRAGMENTADO 

HEGEMONIA POLÍTICA MUNDIAL 

Multipolar  Unipolar  Unipolar 

SISTEMA DE REGULAÇÃO 

Regulação ativa e ampla 

Regulação restrita  Regulação restrita 

INTEGRAÇÃO ECONÔMICA 

Integração ampla Integração em 

blocos Fragmentação 

SISTEMA FINANCEIRO 

Estabilidade  Equilíbrio instável  Instabilidade 

DINÂMICA ECONÔMICA 

Ciclo expansivo PIB médio  (3.35% a.a.) 

Crescimento moderado PIB médio  (3.03% a.a.) 

Baixo Crescimento PIB médio  (2.89% a.a.) 

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 

Acelerada  Acelerada  Moderada 

DESIGUALDADES REGIONAIS 

Reduzidas  

Defasagem e desigualdades 

Acentuadas 

PAÍSES EMERGENTES 

Espaço ampliado Participação 

seletiva moderadaEspaço limitado 

TENSÕES E CONFLITOS MILITARES 

Controlados e  reduzidos 

Moderados  Intensificados 

QUALIDADE AMBIENTAL 

Recuperada e  conservada 

Fortes pressões ambientais 

Moderadas pressões  antrópicas 

Quadro comparativo dos indicadores para o Mundo no horizonte 2010 a 2030 

 

 

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Considerando a probabilidade e consistência das hipóteses adotadas para as incertezas críticas, os três  cenários  são  igualmente  plausíveis,  embora  as  análises  das  suas  trajetórias  apresentem distintas  tendências  de  maturação  dos  processos,  indicando  possibilidades  de  mudanças  e condições diferentes de estabilidade e consolidação da filosofia básica.  

De  modo  geral,  o  Cenário  (A)  MUNDO  UNIFICADO,  desencadeia  um  círculo  virtuoso  de crescimento econômico,  integração, redução das disparidades econômicas mundiais e diminuição das pressões e impactos ambientais, que reforçam a qualidade de vida e levam a uma consolidação da base política da hegemonia multipolar. Dentro da atual realidade, com os Estados Unidos em crise econômico financeira, realinhando a política externa fundamentada em ações militares para dissuasão, este cenário é pouco provável de ocorrer. 

O Cenário  (B), MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO, embora apresente alguns componentes que contribuem para a sustentabilidade do processo ao longo do tempo, especialmente o crescimento continuado,  embora moderado,  da  economia mundial,  evidencia  e  amplia  algumas  tensões  e conflitos  que  podem  promover  ajustes  e  redefinições  na  hegemonia  política  unipolar  e  na dinâmica sócio‐econômica geral. Este cenário é semelhante ao período dos últimos 20 anos (2000 a 2010). Os processos são dificultosos, lentos, distorcidos por interesses de cada Nação, as alianças são efêmeras, mas de todo tipo, apesar de existirem blocos isolados para determinadas ações. 

O Cenário (C), MUNDO FRAGMENTADO, por sua vez, conduz a um círculo vicioso decorrente da combinação de estagnação econômica e desigualdades entre nações,  levando a um acúmulo de tensões e conflitos políticos e sociais no plano internacional e, internamente, naquelas nações de maior poder decisório, o que pode comprometer a capacidade de continuidade e consolidação das tendências básicas do futuro. Considerando que as grandes Nações industrializadas necessitam de consumidores, este cenário tem poucas possibilidades de ocorrer. 

Os  três  cenários mundiais  sugeridos  e  analisados  são,  em  princípio,  igualmente  plausíveis,  na medida em que as hipóteses definidas para cada um sobre o comportamento futuro das incertezas críticas  sejam  realmente  pertinentes,  consistentes  e  possíveis.  Entretanto,  as  trajetórias  dos cenários  consideram  um  comportamento  relativamente  uniforme  e  dominante  das  incertezas combinadas ao longo do horizonte dos cenários, abstraindo eventuais inflexões, descontinuidades e mudanças de comportamento da realidade futura descrita, o que representa certa simplificação metodológica.  

Para efeito de análise da GESTÃO DA DEFESA DO  INTERESSE NACIONAL NA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA, será adotado o Cenário (B) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO. 

 

 

   

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IX. DEFINIÇÃO  DOS  CAMINHOS  PARA  AS  MAIS  PROVÁVEIS  REALIDADES    

“O cálculo estratégico dissociado da ação, será completamente supérfluo e formal, por sua vez, se a ação não for precedida e presidida pelo cálculo estratégico então a organização permanecerá submetida à improvisação e ao ritmo da conjuntura.” 

No Cenário (B) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO, temos a continuidade do mundo Unipolar. O aumento das transações comerciais e financeiras entre as nações, resta prejudicado pelo relativo enfraquecimento das  regras e das  instituições necessárias para que os mercados  internacionais funcionem com eficiência. Em complemento, apesar da forte presença política e econômica norte‐americana, o desequilíbrio macroeconômico de sua economia sugere o fortalecimento da zona do euro, uma aproximação comercial deste bloco com as economias asiáticas, notadamente China e Índia  e  estimula  a  formação  de  outros  blocos  econômicos.  A  taxa  média  de  crescimento  da economia mundial entre 2010 e 2030 neste cenário reproduz em grande medida a evolução dos últimos 30 anos, ainda que ligeiramente inferior, em torno de (3.03% a.a.). 

Fundamentado  no  cenário Mundial  escolhido  Cenário  (B) MUNDO  EM DINAMISMO  SELETIVO, desenvolveu‐se,  as  configurações  para  o  cenário  Nacional  quanto  a  GESTÃO  DA  DEFESA  DO INTERESSE  NACIONAL  NA  MATRIZ  ENERGÉTICA  BRASILEIRA.  O  cenário  Nacional  resultante  foi denominado “BRASIL (B1) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO”. 

As planilhas e gráficos abaixo representam o resultado esperado em termos de PIB para o Brasil no cenário proposto, para o horizonte de tempo de 2010 a 2030. 

CENARIOS  COMPARATIVOS  PARA  O  MUNDO,  AMERICA  LATINA  E  BRASIL – 2010 a 2030 

CENARIOS COMPARATIVOS  Fonte Taxa Media de 

crescimento (%) a.a. 

1 Cenario Nacional selecionado BRASIL (B1) a partir do cenario MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO  2010 A 2030 

BRASIL ‐ Estudo em Pauta  2.97% 

2 Cenario Mundial DINAMISMO SELETIVO 2010 A 2030 (Deduzido no estudo em pauta) 

MUNDO ‐ Estudo em Pauta  3.03% 

3 Cenario de para o Mundo EIA/DOE (International Energy Outlook ‐ 2006) para o periodo 2003 a 2030 

MUNDO ‐ EIA / DOE International Energy Outlook 

3.80% 

4 Cenario para a America Latina EIA/DOE (International Energy Outlook ‐ 2006) para o periodo 2003 a 2030 

AMERICA LATINA ‐ EIA / DOE International Energy Outlook 

3.80% 

5 Cenario de Referencia para o Brasil EIA/DOE (International Energy Outlook ‐ 2006) para o periodo 2003 a 2030 

BRASIL ‐ EIA / DOE International Energy Outlook 

3.50% 

6 Cenario de Referencia para o Mundo World Energy Outlook 2006  para o periodo 2003 a 2030 

MUNDO ‐ World Energy Outlook 2003 a 2030 

3.40% 

7 Cenario de Referencia para a America Latina World Energy Outlook ‐ 2006 para o periodo 2003 a 2030 

AMERICA LATINA ‐ World Energy Outlook 2003 a 2030 

3.20% 

8 Cenario de Referencia para o Brasil World Energy Outlook ‐ 2006 para o periodo 2003 a 2030 

BRASIL ‐ World Energy Outlook 2003 a 2030 

3.00% 

 

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No  horizonte  de  tempo  de  estudo,  2010  a  2030,  admite‐se  o  crescimento  do  Brasil,  conforme figura  abaixo,  suportando  três  cenários,  que  foram  pressupostos  a  partir  das  análises  e considerações  dos  Cenários  Internacionais  e  Nacionais,  de  1980  a  2009,  e  prognósticos fundamentados  nos  estudos  de  Institutos  Internacionais  para  o  horizonte  de  tempo  de  2010  a 2030 para a América Latina, e nas prováveis conjunturas Nacionais e Internacionais no período de tempo considerado. 

 

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O  consumo  de  energia,  conforme  dados  do  Ministério  de  Minas  e  Energia,  devera  seguir  o prognostico da curva do gráfico abaixo. O percentual apresentado deve ser adicionado ao PIB do período considerado, para o cenário considerado. 

 

 

 

Na curva abaixo, adicionou‐se o valor do consumo de energia (Elasticidade) ao PIB projetado para o cenário BRASIL (B1) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO, obtendo‐se o crescimento necessário para o setor de energia no período 2010 a 2030. 

 

5.10%

3.32%3.49% 3.40%

3.90%

2.60% 2.70% 2.65%

1.80% 1.70% 1.65% 1.80%

2.80%

0.00%

1.00%

2.00%

3.00%

4.00%

5.00%

6.00%

2010 1 2 3 4 2015 6 7 8 9 2020 1 2 3 4 2025 6 7 8 9 2030

Cenario (A) MUNDO UNIFICADO

Cenario (B) MUNDO DINAMISMO SELETIVO

Cenario (C) MUNDO FRAGMENTADO

BRASIL ‐ Variação do PIB (%) Estimada para cada tipo de cenario   periodo  2010 a 2030

Periodo (anos)

Inicio ou termino de um periodo de Governo

1.10%

1.25% 1.23%

1.10%

1.00%

0.85%

0.70%0.62%

0.58%0.54%

0.00%

0.20%

0.40%

0.60%

0.80%

1.00%

1.20%

1.40%

2010 1 2 3 4 2015 6 7 8 9 2020 1 2 3 4 2025 6 7 8 9 2030

BRASIL ‐ Variação  do consumo de Energia  (%) (Elasticidade) a ser adicionado ao PIB Estimado para o cenario BRASIL (B1) MUNDO EM  DINAMISMO SELETIVO   

periodo  2010 a 2030  (Fonte EPE)

Periodo (anos)

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Nas figuras abaixo, pode‐se perceber que a evolução do quociente (dívida interna/PIB) e da taxa de investimento externo,  tem  relação direta  com o  crescimento econômico.  Taxas de  investimento menores refletem as dificuldades na gestão doméstica e conseqüentes restrições ao investimento público e efeitos de perturbações no afluxo de capitais internacionais. 

 

 

 

5.10%

2.50% 2.30%

2.85% 2.90%

2.60% 2.70% 2.65%3.20%

3.90%

6.20%

3.75%3.95% 3.85%

3.33%

3.77%

4.44%

0.00%

1.00%

2.00%

3.00%

4.00%

5.00%

6.00%

7.00%

2010 1 2 3 4 2015 6 7 8 9 2020 1 2 3 4 2025 6 7 8 9 2030

Cenario BRASIL (B1) MUNDO DINAMISMO SELETIVO

Crescimento consumo Energia

BRASIL ‐ Variação media do PIB (%) Estimada para o cenário BRASIL (B1) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO  acrescido do consumo de energia (%) periodo  2010 a 2030

Periodo (anos)

Inicio ou termino de um periodo de Governo

20.60%

19.98%

19.36%

20.54%

18.15%

19.24%

15.47%

16.73%

14.00%

15.00%

16.00%

17.00%

18.00%

19.00%

20.00%

21.00%

2010 1 2 3 4 2015 6 7 8 9 2020 1 2 3 4 2025 6 7 8 9 2030

Cenario (B) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO

BRASIL ‐ Variação da taxa de Investimento externo prevista (%) em Relaçao ao PIB cenario BRASIL (B1) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO

Periodo (anos)

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Outro  elemento  importante  no  estudo  prospectivo  da  demanda  de  energia  é  a  evolução  da estrutura  setorial  do  PIB.  Isso  tem  repercussões,  inclusive,  no  comportamento  de  indicadores normalmente  usados  para  aferir  a  produtividade  total  da  economia  vis‐à‐vis  o  consumo energético. Entre os três setores em que se convenciona repartir a produção nacional, a indústria apresenta‐se  tradicionalmente como o maior demandante de energia e mesmo  sua composição afeta o tamanho do agregado. A Figura abaixo apresenta as hipóteses para a evolução da estrutura produtiva da economia nacional para cada um dos três cenários formulados ao longo do horizonte deste estudo. Em todos eles, a indústria perde participação para o setor serviços, sendo essa perda maior nos cenários de maior crescimento. 

 

 

 

   

51.60%

47.36%

51.72%

50.64%

46.23%

45.00%

46.00%

47.00%

48.00%

49.00%

50.00%

51.00%

52.00%

53.00%

2010 1 2 3 4 2015 6 7 8 9 2020 1 2 3 4 2025 6 7 8 9 2030

BRASIL ‐ Variação da Divida Interna (%) prevista em Relaçao ao PIB  em funçao do cenarioBRASIL (B1) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO

Periodo (anos)

3.30%

3.60%

2.99% 3.00%

3.30%

2.60%

2.19%

2.46%

2.01%

0.00%

0.50%

1.00%

1.50%

2.00%

2.50%

3.00%

3.50%

4.00%

Agropecuaria ‐ Cenario (A)

Serviços ‐ Cenario (A)

Industria ‐ Cenario (A)

Agropecuaria ‐ Cenario (B)

Serviços ‐ Cenario  (B)

Industria ‐ Cenario (B)

Agropecuaria ‐ Cenario (C)

Serviços ‐ Cenario (C)

Industria ‐ Cenario (C)

Cenario (B) PIB Valor  medio 2010  a  2030   

(2.97%) Cenario (B) PIB Valor  medio 2010  a  2030   

(2.22%)

BRASIL ‐ Evolução de crescimento considerando a estrutura setorial do PIB  para as tres hipoteses de cenarios estudadas  2010 a 2030

Cenario (A) PIB Valor medio 2010  a  2030 

(3.29%)

Cenario Nacional escolhido como mais provavelBRASIL (B1) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO 

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DESCRIÇÃO  DO  CENÁRIO  –  A  partir  do  cenário  mundial,  estilizado,  Cenario  (B)  MUNDO  EM DNAMISMO  SELETIVO, deduziu‐se um  cenario Nacional  “BRASIL  (B1) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO”. Nesta  situaçao,  considerou‐se  as  influencias  sociais,  politicas  e  economicas  internas atuando  simultaneamente  com  as  influencias  externas. Neste  cenario,  o mundo  se  agrupa  em blocos, caracterizando uma redefinição de fronteiras, a   conectividade potencializada pelas novas tecnologias e infraestruturas de rede torna‐se realidade, mas o acesso não é alcançado da mesma maneira  por  todos. Os  afluxos  financeiros  e  comerciais  se  concentram  entre  algumas  nações  e intra‐blocos.  Este  Cenário,  que  é  unipolar,  é  o  que mais  se  alinha,  para  o  horizonte  de  tempo previsto, 2010 a 2030, com os cenários mundiais indicados pela Agencia Internacional de Energia e o Departamento de Energia dos Estados Unidos, permitindo o alinhamento referêncial com outros organismos internacionais. 

USO DOS RECURSOS ‐ Sucintamente, no cenário mundial considerado, “BRASIL (B1) MUNDO EM DINAMISMO SELETIVO”, a mobilidade dos fatores de produção e o aproveitamento das vantagens competitivas permanecem  restritos e  relativos  aos blocos economicos  formados,  com  a própria expansão da  logística  favorecendo a  integração  regional. O ambientalismo,  continuara a exercer sua pressao em maior ou menor escala, em  funçao das  regioes ou blocos economicos, onde os Governos e populaçoes  se  submetam deixando prevalecer o  conceito de Soberania Relativa. Os conflitos ocorrem de maneira localizada e a insegurança institucional e jurídica se apresentam com distorçoes e com gravidades diferenciadas. 

MERCADO  E  REGULAÇÃO  ‐  No  caso  do  setor  energético,  alguns  oligopólios  regionais  formam alianças  protegendo  seu mercado  e  a  expansão  da  infraestrutura  e  o  acesso  a  reservas  ocorre através  de  investimentos  conjuntos. No  tocante  à  Regulação,  os  órgãos  reguladores  dos  blocos regionais  se  esforçam  para  enfrentar  o  poder  de mercado  das  corporações,  sendo  a  regulação ambiental, moderada a nível global, e assumindo intensidades diferenciadas a nível regional. 

EVOLUÇÃO  DA  MATRIZ  ENERGÉTICA  ‐  A  evolução  das  matrizes  energéticas  regionais  sofre interferências distintas conforme a  relação corporação‐Estado em cada bloco, sendo os  recursos energéticos  regionais  mais  aproveitados  pelo  protecionismo  comercial  e  mantendo‐se  uma presença forte dos hidrocarbonetos na matriz energética mundial, com crescente aproveitamento da energia nuclear. 

 

   

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APRESENTAÇÕES  DE  POSSÍVEIS  CAMINHOS  E  AÇÕES  A  SEREM  TOMADAS  DE  IMEDIATO  

“O  planejamento  é  sempre  interativo  porque,  sendo  a  eficácia  do  nosso  plano dependende da eficácia do plano dos outros atores, sempre havera um componente de incerteza primordial” 

Os possíveis caminhos Nacionais para a GESTÃO DA DEFESA DO INTERESSE NACIONAL NA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA fundamentam‐se em dois eixos principais: 

PRIMEIRO EIXO ‐ Seguir as recomendações com os princípios sugeridos por Daniel Yergin, (diretor do Cambridge Energy Research Associates (CERA), e diretor da Força Tarefa de Pesquisa Estratégica e  Desenvolvimento  para  Energia  do  Departamento  Americano),  acomodados  para  a  situação Nacional: 

Diversificação das fontes de suprimento energético é o ponto  inicial da segurança energética, que o Brasil dispõe em quantidade e qualidade. 

Reconhecer a realidade da  integração energética mundial, que no Brasil deve seguir  impondo sua soberania adequadamente, sem se submeter. 

Uma margem  de  segurança  em  capacidade,  nos  estoques  emergenciais  e  redundância  em pontos  críticos  da  infra‐estrutura  são  importantes,  que  o  Brasil  dispõe  de  tecnologia  e conhecimentos para dimensionar e gestar. 

Depender  de  mercados  acessíveis  e  evitando‐se  a  tentação  da  micro‐administração  dos mercados, são  iniciativas que podem  facilitar os ajustamentos de curto prazo e minimizar as ameaças de  longo prazo, que depende exclusivamente de vontade política e mentalidade de Estado. 

Entender a importância da mútua interdependência entre companhias, governos, em todos os níveis, que depende exclusivamente de vontade política. 

Fomentar o relacionamento entre fornecedores e consumidores de energia. 

Criar uma atitude pró‐ativa com respeito à segurança que envolva produtores e consumidores. 

Prover  informação  de  boa  qualidade  ao  público  antes,  durante  e  depois  que  o  problema ocorrer. 

Investir regularmente em inovação tecnológica na indústria. 

Comprometer‐se  com  pesquisa,  inovação,  desenvolvimento  para  o  equilíbrio  energético  de longo prazo e para as transições. 

 

SEGUNDO EIXO – As autoridades que comandam a nação devem conscientizar‐se, que os recursos naturais  para  geração  de  energia  não  são  infinitos.  A  exploração  dos  recursos  naturais  sofre significativas limitações em função dos ambientalistas, normalmente sem qualquer embasamento científico  concreto,  juntamente  com  pressões  Internacionais.  E  necessária  muita  coragem  e vontade política para seguir rumo a objetivos reais com o desenvolvimento de fontes energéticas 

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de alta densidade que o Brasil dispõe. 

A situação da Matriz Energética no futuro será conseqüência de ações que devem ser tomadas no presente, em função dos cenários apresentados. 

Energia  Hidroelétrica  ‐  Atualmente,  considerando  o  potencial  cuja  concessão  já  foi  outorgada (usinas em operação, em construção e em processo de licenciamento), pouco mais de (30%) estão explorados. O potencial a aproveitar é de cerca de 126.000 MW, excluído o potencial estimado, dito  remanescente  não  individualizado,  isto  é,  avaliado  a  partir  de  cálculos  teóricos,  sem  a identificação, mesmo que imprecisa, do possível barramento. Desse total, mais de (70%) estão nas bacias  do  Amazonas  e  do  Tocantins/Araguaia.  Pode‐se  pressupor,  que,  em  função  das condicionantes do  licenciamento ambiental, os  restantes  (70%) das possíveis  fontes Hidraulicas, não poderão ser aproveitadas, ou serão parcialmente aproveitadas, deixando o País em termos de futuro  energético  sem  consistência  no  que  será  realmente  possível  de  realizar  no  que  tange  a Energia Hidreletrica. 

Energia  Termoelétrica  ‐  As  fontes  de  energia  Termoelétrica  geram  poluição  se  funcionando  a derivados de Petróleo, ou outros tipos de combustiveis e geram alta carga de CO2 se funcionando a gás. As perspectivas de maior oferta futura de gás natural no Brasil localizam‐se no Espírito Santo, Bacia  de  Campos  e,  principalmente,  Bacia  de  Santos.  Embora  os  estudos  ainda  não  estejam concluídos, as condições de reservatório, a profundidade dos poços e os desafios tecnológicos não permitem  prever  um  cenário  de  baixos  custos  de  desenvolvimento  das  reservas  dessas  Bacias. Existe ainda o desenvolvimento da produção de gás natural associado dos campos de Golfinho (gás natural  associado;  2,7 milhões  de m³/dia)  e  do  Parque  das  Baleias  (gás  natural  associado;  2,5 milhões de m³/dia). Estes fatores, associados ao baixo rendimento (30%), para geração de energia por estas  fontes encarecem sobremaneira os preços para o consumidor  final, seja  indústria, seja domicílio. 

Energia  gerada por  fontes movidas  a  carvão mineral – O  total de 67% das  reservas de  carvão situam‐se nos Estados Unidos (27 %), Rússia (17 %), China (13 %), e Índia (10 %). Em 2003, estes quatros  países  perfizeram  (63 %)  de  toda  a  produção mundial  de  carvão. As  fontes  de  energia movidas a carvão, não são apropriadas para o Brasil, visto que o carvão brasileiro não é de boa qualidade,  juntamente  com  a  poluição  gerada  e  as  possibilidades  de  outras  alternativas energéticas. 

Energia gerada por Biomassa  ‐ A geração de energia por biomassa, não apresenta  consistência quando avaliada para altas densidades de energia para atender a  indústria siderúrgica,  indústria química, etc., juntamente com a problemática de geração de poluição, em vista da necessidade de combustão de material orgânico. 

Energia  gerada  por  Fontes Alternativas  Renovaveis  ‐  As  fontes  alternativas  renováveis,  são  de implantação  onerosa,  ainda  são  incipientes  quanto  à  densidade  de  energia,  em  função  da tecnologia que está ainda em estado de evolução. 

Energia Nuclear  ‐ Necessita de menor área, que os demais  sistemas, para gerar energia de alta densidade.  As  expectativas  de  expressivo  aumento  do  consumo  mundial  de  energia, especialmente de energia elétrica, as preocupações crescentes com a segurança energética e as pressões ambientais, sobretudo com  relação às emissões de gases de efeito estufa,  recolocam a opção nuclear na agenda dos  fóruns mundiais de energia, em geral, e dos países desenvolvidos, em particular. Uma questão relevante quando se trata da energia nuclear, a despeito dos avanços feitos  na  área,  é  o  tratamento  e  a  disposição  dos  rejeitos. O  fato  de  o  Brasil  possuir  uma  das maiores  reservas mundiais de  combustível nuclear, o urânio, que não  tem  atualmente nenhum 

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outro uso  industrial  corrente que não  seja a  geração de energia elétrica,  coloca a possibilidade Nuclear em prioridade para geração de energia no Brasil. As reservas Brasileiras de urânio são de dimensões significativas e permitem prever a geração de eletricidade por um longo período, maior que  100  anos, mesmo  com  um  programa  apreciável  de  implantação  de  varias  usinas  no  País, fazendo uso de um combustível cuja tecnologia é de domínio nacional.  

CONCLUSÃO    

Associando‐se às análises e  considerações desenvolvidas nos parágrafos anteriores,  com o atual cenário  Brasileiro  no  que  tange  a  GESTÃO  DA  DEFESA  DO  INTERESSE  NACIONAL  NA  MATRIZ ENERGÉTICA  BRASILEIRA,  e  considerando  o  cenário  BRASIL  (B1)  MUNDO  EM  DINAMISMO SELETIVO, temos as seguintes possibilidades: 

SITUAÇÃO DE ACOMODAÇÃO ‐ A MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA no horizonte de tempo 2010 a 2030  segue  os  rumos  das  matrizes  energéticas  impostas  por  organismos  internacionais,  pela conjuntura  internacional,  desconsiderando  as  variadas  possibilidades  de  fontes  de  energia disponíveis  no  Brasil,  em  função  de  sua  vasta  extensão  territorial  e  vários  tipos  de  fontes  de recursos. O País segue as orientações e normas Internacionais, e se submete a pressões Nacionais por parte dos organismos de proteção ambiental e interesses de grandes empresas Nacionais, sem questionar o principio de Soberania de Estado. Como a geração hidroelétrica  ficara  limitada pela legislação ambiental, a matriz energética brasileira será predominantemente poluidora e geradora de CO2, em função de prevalecer fontes energéticas de gás, petróleo e derivados, cana de açúcar, carvão e pequena parte de hidráulica, conforme Planejamento do Ministerio de Minas e Energia, para 2030, representado pela figura abaixo. 

 

   

36.00%

15.00%7.00%

2.00%

13.00%

4.00%

17.00%

6.00%

Petroleo e derivados

Gas Natural

Carvao Mineral e Derivados

Energia Nuclear

Energia Hidraulica

Lenha e Carvao Vegetal

Derivados de Cana de Açucar

Outras Fontes Primarias Renovaveis

Matriz Energetica Nacional  2030 Oferta interna de Energia 576.6 Milhoes de (tep ) (Toneladas equivalente de petroleo) 

configuraçao de acomodaçao sob pressoes Nacionais e  Internacionais ‐ Energia Nuclear (2%)(Fonte EPE, PNE)

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PROPOSTA  SUGERIDA  POR  ESTE  ESTUDO  QUE  DEVERA  SER  APROFUNDADO  

SITUAÇÃO DE SEGURANÇA (1) – Neste caso, o País impõe uma matriz negociada com as pressões Nacionais e Internacionais, visualizando pequeno espaço de manobra no Futuro. A Energia Nuclear deve ser  incrementada,  (5%), contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento de tecnologias de ponta e para a criação de uma área científica de ponta para o domínio dessa tecnologia de uso dual. 

O sistema Hidráulico de geração de energia, será implementado com a implantação das usinas no centro Oeste, e principalmente na Região Amazônica, permitindo a exploração de meios naturais existentes no Brasil para geração de energia a preços compatíveis com nossa sociedade e nivel de desenvolvimento atual. 

Com esta configuração  será  significativa a diminuição de emissão de CO2, e de poluentes. Como subproduto da tecnologia Nuclear, possivelmente, teremos contribuições para o desenvolvimento de outras fontes renováveis e menos poluidoras. 

 

 

 

   

31.00%

10.00%

5.00%5.00%

22.00%

4.00%

17.00%

6.00%Petroleo e Derivados

Gas Natural

Carvao Mineral e Derivados

Energia Nuclear

Energia Hidraulica

Lenha e Carvao Vegetal

Derivados de Cana de açucar

Outras Fontes Primarias Renovaveis

Matriz Energetica Nacional  2030 em configuraçao  de Segurança (1)com defesa dos interesses Nacionais ‐ Energia Nuclear (5%)

total de energia 576.6 milhoes de (tep)

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SITUAÇÃO SEGURANÇA  (2) – Apesar de não ser o  tema do momento, em visão no horizonte de tempo pretendido, as analises  indicam que o futuro do Mundo no campo de geraçao de energia, será  NUCLEAR,  em  funçao  do  esgotamento  de  outras  fontes  tradicionais  e  com  densidade  de geraçao de energia. 

Este estudo demonstra, que  varios Paises, estao optando pelo  caminho da energia nuclear, por total  falta de outras opçoes, ou por nao possuirem recursos hidricos com potencial, ou  ja  terem esgotado os recursos hidricos, como é o caso da França. 

Entretanto para abraçar essa diretriz, o País terá vários óbices a serem vencidos. A começar pelos ambientalistas,  interesses  internacionais,  nem  sempre  claros,  resistência  interna  de  algumas camadas  da  sociedade  e  interesse  de  algumas  empresas,  etc.,  para  as  quais  se  torna comercialmente mais interessante manter‐se o “status quo”. 

Outro aspecto  importante a  ser considerado, é o prazo de  implantaçao de Usinas Nucleares, no Pais em funçao do descompasso tecnologico na area. Atualmente estima‐se que serao necessarios 15 anos até que as primeiras unidades entrem em operaçao comercial, sendo portanto, decisoes que devem ser tomadas de imediato, com vistas a 2030. 

Para  que  se  desenvolva  uma matriz  energética  conforme  possibilidades  fisicas  permitidas  pela vasta extensao territorial do Brasil, e as varias opçoes de fontes energéticas, no sentido da GESTÃO DA DEFESA DO INTERESSE NACIONAL NA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA, a composição mínima e mais  adequada,  conforme  estudos,  segue  de  acordo  com  a  figura  abaixo,  com  previsao  de  no minimo  (8%) de participaçao da energia nuclear na Matriz energetica Brasileira para 2030. Esta participaçao, corresponde a geraçao de 46.13 milhoes de (tep), tonelada equivalente de petroleo ao ano, a partir de 2030. 

 

 

 

   

30.00%

10.00%

5.00%8.00%

20.00%

4.00%

17.00%

6.00% Petroleo e Derivados

Gas Natural

Carvao Mineral e Derivados

Energia Nuclear

energia Hidraulica

Lenha e Carvao Vegetal

Derivados de Cana de Açucar

outras Fontes Primarias Renovaveis

Matriz Energetica Nacional  2030 em configuraçao  de Segurança (2) com defesa dos interesses Nacionais ‐ Energia Nuclear (8%) correspondente a 46.13 milhoes de (tep) ao ano 

do total de energia 576.6 milhoes de (tep) ao ano

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ENERGIA  NUCLEAR  

A Energia Nuclear sempre foi um tópico controverso e mesmo a Agencia Internacional de Energia pauta‐se  pela  cautela  ao  lidar  com  o  tema.  Recentemente  a  Alemanha  decidiu  que  não  serão instalados  novos  reatores  e  que  os  reatores  em  funcionamento  serão  desativados  depois  de completada  a  sua  vida  útil  (32  anos  neste  caso).  A  Turquia  também  abandonou  o  projeto  de construir sua primeira usina nuclear.  Por outro lado, os países com maior necessidade desse tipo de energia, como o  Japão ou a França, que não  têm outras alternativas, continuarão  investindo neste setor. 

A energia nuclear voltou à agenda política do Reino Unido de acordo com a Agência Internacional de Energia AIE, posto que o país pretende criar um ambiente positivo de  investimento de modo que os investidores possam julgar a viabilidade da construção de novas centrais. 

Em termos relativos, a região que mais utiliza a nucleoeletricidade é a Europa Ocidental. Trinta por cento da energia elétrica é gerada por centrais nucleares, sendo esta a principal fonte de energia. A América do Norte  (17%),  com mais de  cem plantas de  geração,  e  Extremo Oriente  e  Europa Oriental com (15%). Três países respondem por (60%) do total mundial de capacidade instalada em usinas nucleares e em geração de nucleoeletricidade (Japão, França e EUA). 

Os países da Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico  (OCDE) são os que concentram  a  maior  capacidade  instalada  de  usinas  nucleares  no  mundo  e  são  eles  que continuarão liderando o crescimento da energia nuclear a nível mundial. 

OPÇOES  PARA  A  GESTÃO  DA  DEFESA  DO   INTERESSE  NACIONAL  NA  MATRIZ  ENERGÉTICA  BRASILEIRA  2010  A  2030.  

Como  recomendação  final,  em  funçao  dos  obices  que  serao  encontrados  nas  varias  fontes  de energia primarias disponiveis no Brasil, listamos os seguintes tópicos mais importantes: 

Manter  a  energia  nuclear  como  uma  opção  real,  autorizando  imediatamente  agilizaçao  de estudos e projetos para  implantaçao.No caso do Brasil, em funçao da defasagem tecnologica, serao  necessarios,  em  media,  15  anos,  para  o  projeto,  licenciamento  e  a  construção  das primeiras unidades de geração Nuclear. 

Explorar  todas  as  possibilidades  de  extensão  da  vida  das  centrais  nucleares  existentes,  e implantar novas centrais nucleares com novas tecnologias de recuperação de combustível. 

Desenvolver soluções de alto nível para a deposição de rejeitos radioativos e se assegurar que os custos de administrá‐los, bem como o descomissionamento de centrais  sejam pagos pela tarifa de eletricidade. 

Desenvolver esforços de cooperação internacional na pesquisa de novas tecnologias nucleares, como parte das ações de longo prazo para garantir o abastecimento energético nacional, bem como minimizar as emissões de gases causadores do denominado efeito de estufa. 

Considerar  a  tecnologia  denominada  de  Geração  III  (dos  reatores  avançados  a  água  leve ALWR), desenvolvida a partir dos anos 90 e que apresenta maior eficiência  térmica e maior segurança operacional do que os reatores da geração anterior. 

Acompanhar o desenvolvimento da  tecnologia de resfriamento a gás  (GCL) que, embora não tenha  tido  ainda  sucesso  comercial,  espera‐se  que  versões  avançadas  voltem  a  estar disponíveis  comercialmente a partir de 2015, em particular o projeto  sul africano do Pebble 

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Bed Modular Reactor. 

Considerar a utilização da nova  tecnologia de  reatores nucleares de Geração  IV  (G  IV), para operação em temperaturas elevadas, utilizando como refrigerante, tanto metais líquidos como gases, que se encontra em desenvolvimento e poderá estar disponível a partir de 2020. O uso destes  reatores poderá  ter especial  relevância quando  associado  à produção de hidrogênio, uma  vez  que  os  processos  atualmente  disponíveis  para  tanto  e  que  apresentam  maiores rendimentos são processos envolvendo elevadas temperaturas, na faixa de 700 a 900°C, como o da reestruturação do vapor e o da reação enxofre‐iodo. 

Um ponto estratégico a ser considerado é que há uma colaboração intensa entre os países na área  da  geração  termonuclear,  visando  o  aumento  da  vida  útil  das  plantas,  aumento  da confiabilidade e da flexibilidade operacional com alta disponibilidade. Estuda‐se a diminuição das  paradas  não‐programadas,  a  diminuição  do  tempo  das  paradas  para  manutenção  e reposição de combustível, a extensão do ciclo de queima do combustível, dos atuais 12 meses para  até  24  meses  e  principalmente,  o  aumento  da  segurança.  Como  diretriz  de  política energética  para  a  GESTÃO  DA  DEFESA  DO  INTERESSE  NACIONAL  NA  MATRIZ  ENERGÉTICA BRASILEIRA,  nesse  campo  em  termos  estratégicos,  o  Brasil  deve  estar  inserido  nesta comunidade e dar continuidade a projetos que conduzam ao domínio tecnológico do ciclo de produção de energia a partir de combustíveis físseis e à construção de reatores com tecnologia nacional. 

A diretriz político estratégica do governo no setor nuclear deverá ser no sentido de que a área energética avalie, além da localização precisa das novas centrais nucleares a serem construídas, o  tipo  de  tecnologia  que  deverá  prevalecer  a  mais  longo  prazo,  a  otimização  de  seus cronogramas, prevendo uma maior participação de insumos nacionais. Se tomada a decisão de conduzir o País por esse  caminho  a partir de 2011, haverá  tempo  suficiente para  implantar todas  as  ações  necessárias,  desde  que  haja  vontade  politica  e  a  decisao  seja  tomada  com planejamento e disponibilidade de verbas. 

 

   

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CAPÍTULO  III  ‐ ESTRATÉGIA  

 

5  –  FORMULAÇÃO  SISTEMÁTICA      

INTRODUÇÃO      

“A  grande  questão  consiste  em  saber  se  somos  arrastados  pelo  ritmo  dos acontecimentos do dia‐a‐dia, como a força da correnteza de um rio, ou se sabemos onde queremos chegar e concentramos nossas forças em uma direção definida.” 

O Brasil desfruta, a partir de sua estabilidade política e econômica, uma posição de destaque no contexto internacional, o que exige nova postura no campo da Defesa, a ser consolidada através do envolvimento do povo brasileiro.  

Reafirmam  o  compromisso  de  todos  nós,  cidadãos  brasileiros,  civis  e militares,  com  os  valores maiores da soberania, da integridade do patrimônio e do território e da unidade nacionais, dentro de um amplo contexto de plenitude democrática.   

País em desenvolvimento, o Brasil ascenderá ao primeiro plano no mundo sem exercer hegemonia ou dominação. Porém, carecemos de uma estratégia nacional de Gestão da Defesa do  Interesse Nacional na Matriz Energética Brasileira para consolidar as diretrizes de forma sistemática para a reorganização e reorientação da indústria de energia. 

Porém, se o Brasil quiser ocupar o  lugar que  lhe cabe no mundo, precisará estar preparado para defender‐se  não  somente  das  agressões,  mas  também  das  ameaças.  Nada  substitui  o envolvimento do povo brasileiro no debate e na construção da sua própria defesa.  

   

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ESTRATÉGIA  DE  DEFESA  DO   INTERESSE  NACIONAL  NA  MATRIZ  ENERGÉTICA  BRASILEIRA  E  ESTRATÉGIA  NACIONAL  DE  DESENVOLVIMENTO  DO  SETOR  ENERGÉTICO  

“Estabelecer uma visão da Nação Brasil em  suas várias dimensões, definindo um conjunto de objetivos específicos e metas temporais a serem alcançados pelo país” 

Estratégia nacional de defesa do interesse nacional na matriz energética brasileira é inseparável de estratégia nacional de desenvolvimento do Setor Energético. Esta motiva aquela. Aquela  fornece escudo  para  esta.  Cada  uma  reforça  as  razões  da  outra.  Em  ambas,  se  desperta  para  a nacionalidade e constrói‐se a Nação.  

1. Difícil – e necessário – é para o Setor Energético de um País tão pacífico como o Brasil manter, em meio à paz, o impulso de se preparar para o conflito e de cultivar, em prol desse preparo, o hábito da transformação.   

2. Disposição para mudar é o que a Nação está a exigir agora de  seu  setor energético. Não  se trata  apenas  de  financiar  a  expansão  do  setor  energético.  Trata‐se  de  transformá‐lo,  para melhor atender o Brasil.   

3. Projeto  forte de defesa do  interesse nacional na matriz energética brasileira  favorece projeto forte  de  desenvolvimento.  Forte  é  o  projeto  de  desenvolvimento  do  setor  energético  que, sejam quais forem suas demais orientações, se guie pelos seguintes princípios:  

a) Independência nacional, efetivada pela mobilização de recursos  físicos, econômicos e humanos, para o  investimento no potencial produtivo do País. Aproveitar a poupança estrangeira, sem dela depender;  

b) Independência nacional,  alcançada pela  capacitação  tecnológica  autônoma,  inclusive nos  estratégicos  setores  Petróleo  &  Gás  ‐  P&G,  biocombustíveis  e  nuclear.  Não  é independente quem não tem o domínio das tecnologias sensíveis, tanto para a defesa como para o desenvolvimento; e  

c) Independência  nacional,  assegurada  pela  democratização  de  oportunidades tecnológicas  e  econômicas  e  pelas  oportunidades  para  ampliar  a  participação  dos agentes públicos e privados nos processos decisórios da vida política e econômica do setor energético. O Brasil não será  independente enquanto faltar para parcela do seu povo acesso a energia elétrica e aos combustíveis líquidos essenciais à sadia qualidade de vida. 

 

   

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NATUREZA E ÂMBITO DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA DO INTERESSE NACIONAL  NA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA 

A Estratégia Nacional de Defesa do  Interesse Nacional na Matriz Energética Brasileira é o vínculo entre o  conceito e a política de  independência nacional, de um  lado, e o Setor Energético para resguardar essa independência, de outro. Trata de questões políticas e institucionais decisivas para a defesa do País, como os objetivos da sua “grande estratégia” e os meios para  fazer com que a Nação participe da defesa. Aborda,  também, problemas propriamente energéticos, derivados da influência dessa “grande estratégia” na orientação e nas práticas operacionais do Setor Energético.   

A Estratégia Nacional de Defesa do  Interesse Nacional na Matriz Energética Brasileira organiza‐se em torno de três eixos estruturantes: 

1. O  primeiro  eixo  estruturante  diz  respeito  a  como  o  Setor  Energético  deve‐se  organizar  e orientar  para  melhor  desempenhar  sua  destinação.  Nenhuma  análise  de  hipóteses  pode, porém, desconsiderar  as  ameaças do  futuro. Por  isso mesmo,  as diretrizes estratégicas e  as capacitações operacionais precisam  transcender o horizonte  imediato que a experiência e o entendimento de hoje permitem descortinar. Ao lado das atribuições, da cultura, dos costumes e  das  competências  próprias  e  da  maneira  de  sistematizá‐las  em  estratégia  de  defesa integrada, aborda‐se o papel de quatro  setores decisivos para a defesa nacional: Petróleo & Gás ‐ P&G, hidroeletricidade, biocombustíveis e nuclear.   

2. O segundo eixo estruturante refere‐se à reorganização da  indústria nacional de energia, para assegurar  que  o  atendimento  das  necessidades  de  energia  elétrica  e  combustíveis  líquidos apóie‐se em tecnologias sob domínio nacional.   

3. O  terceiro eixo estruturante versa  sobre a composição da matriz energética, a qual deve  ser utilizada  com  todas  as  possibilidades  de  diversidade  de  tipos  de  geraçao  de  energias disponiveis. 

 

   

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DIRETRIZES  DA  ESTRATÉGIA  NACIONAL  DE  DEFESA  DO   INTERESSE  NACIONAL  NA  MATRIZ  ENERGÉTICA  BRASILEIRA  

Para prevenir  situaçoes de possiveis  racionamento, o Pais necessita de uma estrategia de  longo prazo,  em  vista  da  necessidade  de  infraestrutura  para  o  atendimento  do  Brasil  em  termos energéticos, sendo que para tanto as seguintes diretrizes devem ser tomadas: 

1. Desenvolver as capacidades de monitorar e controlar o risco de desabastecimento energético.   

2. Desenvolver,  lastreado  na  capacidade  de  monitorar/controlar,  a  capacidade  de  responder prontamente  a  qualquer  ameaça  de  desabastecimento.  A  flexibilidade  operativa  é  o complemento  prioritário  do  monitoramento/controle  e  uma  das  bases  da  segurança energética.    O  imperativo  de  flexibilidade  operativa  ganha  importância  decisiva,  dadas  a vastidão do espaço nacional e a escassez dos meios para atendê‐lo. O esforço de suprimento energético tem limitações intrínsecas. É a flexibilidade operativa que permitirá superar o efeito prejudicial de tais limitações.   

3. Aprofundar  o  vínculo  entre  os  aspectos  tecnológicos  e  os  operacionais  da  flexibilidade operativa,  sob  a  disciplina  de  objetivos  bem  definidos.    Flexibilidade  operativa  depende  de meios  apropriados  e  da  maneira  de  combiná‐los.  Depende,  também,  de  capacitações operacionais  que  permitam  aproveitar  ao máximo  o  potencial  das  tecnologias  alternativas disponíveis.   

4. Fortalecer  quatro  setores  de  importância  estratégica:  Petróleo  e  Gás,    hidroeletricidade, biocombustíveis  e  o  nuclear.  Esse  fortalecimento  assegurará  o  atendimento  ao  conceito  de flexibilidade.   

O Brasil tem compromisso ‐ decorrente da Constituição Federal e da adesão ao Tratado de Não Proliferação  de  Armas  Nucleares  ‐  com  o  uso  estritamente  pacífico  da  energia  nuclear. Entretanto, afirma a necessidade estratégica de desenvolver e dominar a tecnologia nuclear. O Brasil  precisa  garantir  o  equilíbrio  e  a  versatilidade  da  sua matriz  energética  e  avançar  em áreas, tais como as de agricultura e saúde, que podem se beneficiar da tecnologia de energia nuclear,  e  levar  a  cabo,  entre  outras  iniciativas  que  exigem  independência  tecnológica  em matéria de energia nuclear, o projeto do submarino de propulsão nuclear. 

5. Desconcentrar as plantas energéticas, sem desconsiderar a necessidade de atender as maiores concentrações demográficas e os maiores centros industriais do País.  

O setor Energético deverá estimular a geração distribuída e a autoprodução de energia elétrica, a produção de biocombustíveis e estar mais presente na região Amazônica. Deve‐se ter claro que, dadas  as dimensões  continentais do  território nacional,  a desconcentração das plantas energéticas  ganha  efetividade  graças  à  sua  relação  com  monitoramento/controle  e  com flexibilidade operativa.   

Ao  mesmo  tempo,  tais  unidades  descentralizadas  potencializam‐se  como  instrumentos  de defesa, por meio de seus vínculos com as reservas táticas e estratégicas. A eficácia do emprego das reservas táticas regionais e estratégicas é proporcional à capacidade de elas atenderem à exigência da flexibilidade operativa.   

6. Priorizar a região amazônica.   A Amazônia representa um dos focos de maior  interesse para a defesa  do  Interesse  Nacional  na Matriz  Energética  Brasileira.  A  defesa  da  Amazônia  exige 

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avanço  de  projeto  de  desenvolvimento  sustentável  e  passa  pelo  trinômio monitoramento/controle, flexibilidade operativa e preservação ambiental.   

O  Brasil  será  vigilante  na  reafirmação  incondicional  de  sua  soberania  sobre  a  Amazônia brasileira. Repudiará, pela prática de atos de desenvolvimento e de defesa, qualquer tentativa de tutela sobre as suas decisões a respeito de preservação, de desenvolvimento e de defesa da Amazônia.  Não  permitirá  que  organizações  ou  indivíduos  sirvam  de  instrumentos  para interesses  estrangeiros  ‐  políticos  ou  econômicos  que  queiram  enfraquecer  a  soberania brasileira. Quem cuida da Amazônia brasileira, a  serviço da humanidade e de  si mesmo, é o Brasil.   

7. Desenvolver, para fortalecer a flexibilidade operativa, a capacidade de transmissão de energia elétrica e distribuição de combustíveis líquidos.    

Daí  a  importância  de  se  possuir  estruturas  de  transmissão,  estocagem,  transporte  e  de comando e controle que possam operar em grande variedade de circunstâncias.   Não é uma adaptação  a  especificidades  geográficas  localizadas.  É  resposta  a  uma  vocação  estratégica geral.   

8. Promover  a  integração  dos  atributos  e  predicados  exigidos  pelo  conceito  de  flexibilidade operativa.   

O  setor  energético  brasileiro  precisa  reunir  qualificação  e  rusticidade. Necessita dominar  as tecnologias e as práticas operacionais exigidas pelo conceito de flexibilidade. Deve identificar‐se com as peculiaridades e características geográficas exigentes ou extremas que existem no País.  Só  assim  realizar‐se‐á,  na  prática,  o  conceito  de  flexibilidade  operativa,  dentro  das características do território nacional e da situação geográfica e geopolítica do Brasil.   

9. Estruturar o potencial estratégico em torno de capacidades.   

Convém  organizar  o  setor  energético  em  torno  de  capacidades,  não  em  torno  de  inimigos específicos.  O  Brasil  não  tem  inimigos  no  presente.  Para  não  tê‐los  no  futuro,  é  preciso preservar a paz e preparar‐se para a guerra.   

10. Estimular a integração da América do Sul.   

Essa integração não somente contribuirá para a defesa do Brasil, como possibilitará fomentar a cooperação  regional  e  a  integração  das  bases  industriais  de  energia.  Afastará  a  sombra  de conflitos dentro da região. Com todos os países avança‐se rumo à construção da unidade sul‐americana.  

11. Ampliar  a  capacidade  de  atender  aos  compromissos  internacionais  de  fornecimento  de energia.   

É  tarefa  prioritária  para  o  País  o  aprimoramento  dos meios  existentes  e  da  capacitação  do pessoal  envolvido  com  as  atividades  de  intercâmbios  energéticos,  em  decorrência  de compromissos internacionais.    

12. Desenvolver  o  potencial  de mobilização  nacional  para  assegurar  a  capacidade  dissuasória  e operacional das Forças Armadas.    

Diante  de  eventual  degeneração  do  quadro  internacional,  o  Brasil  e  suas  Forças  Armadas deverão estar prontos para tomar medidas de resguardo do território, das linhas de comércio marítimo e plataformas de petróleo e do espaço aéreo nacionais. As Forças Armadas deverão, também, estar habilitadas a aumentar rapidamente os meios humanos e materiais disponíveis para a defesa. Exprime‐se o imperativo de elasticidade em capacidade de mobilização nacional 

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e militar.   

Ao decretar a mobilização nacional, o Poder Executivo delimitará a área em que será realizada e  especificará  as medidas  necessárias  à  sua  execução,  tais  como  poderes  para  assumir  o controle de recursos materiais, inclusive energéticos, necessários à defesa, de acordo com a Lei de Mobilização Nacional.   

13. Capacitar  a  indústria  nacional  de  energia  para  que  conquiste  autonomia  em  tecnologias indispensáveis à defesa do  interesse nacional na matriz energética brasileira.   Não  restringir, mas  condicionar  o  empreendedorismo,  com  o  máximo  de  liberdade  dentro  do  limite  da responsabilidade. 

Regime jurídico, regulatório e tributário especiais protegerá as empresas privadas nacionais de energia  contra  os  riscos  do  imediatismo mercantil  e  assegurará  continuidade  nas  compras públicas.  

Já o  setor estatal de energia  terá por missão operar no  teto  tecnológico, desenvolvendo  as tecnologias que as empresas privadas não possam alcançar ou obter, a curto ou médio prazo, de maneira rentável.   

A  indústria  nacional  de  energia  será  incentivada  a  competir  em  mercados  externos  para aumentar a sua escala de produção. Sempre que possível, as parcerias serão construídas como expressões de associação estratégica mais abrangente entre o Brasil e o país parceiro.   

A  motivação  de  ordem  nacional  será  contribuir  para  a  ampliação  das  instituições  que democratizem  a  economia  de  mercado  e  aprofundem  a  democracia,  organizando  o crescimento econômico  socialmente  includente. O método preferido desse  trabalho é o dos experimentos binacionais: as iniciativas desenvolvidas em conjunto com os países parceiros.    

 

   

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OS  SETORES  ESTRATÉGICOS   ‐  PETRÓLEO  &  GÁS,  HIDRELETRICIDADE,  BIOCOMBUSTÍVEIS  E  O  NUCLEAR      

Quatro  setores estratégicos, Petróleo & Gás, hidroeletricidade, biocombustíveis e o nuclear  são essenciais para a defesa do interesse nacional na matriz energética brasileira. 

1. Nos quatro  setores, as parcerias  com outros países e as  compras de produtos e  serviços no exterior  devem  ser  compatibilizadas  com  o  objetivo  de  assegurar  espectro  abrangente  de capacitações e de tecnologias sob domínio nacional.    

2. O  setor  nuclear  tem  valor  estratégico  e  transcende,  por  sua  natureza,  a  divisão  entre desenvolvimento e defesa.   

Por  imperativo constitucional e por  tratado  internacional, privou‐se o Brasil da  faculdade de empregar a energia nuclear para qualquer fim que não seja pacífico. Fê‐lo sob várias premissas, das quais a mais importante foi o progressivo desarmamento nuclear das potências nucleares.   

Nenhum país é mais atuante do que o Brasil na causa do desarmamento nuclear. Entretanto o Brasil,  ao  proibir  a  si  mesmo  o  acesso  ao  armamento  nuclear,  não  se  deve  despojar  da tecnologia  nuclear.  Deve,  pelo  contrário,  desenvolvê‐la,  inclusive  por  meio  das  seguintes iniciativas:   

a) Completar,  no  que  diz  respeito  ao  programa  de  submarino  de  propulsão  nuclear,  a nacionalização  completa  e  o  desenvolvimento  em  escala  industrial  do  ciclo  do combustível  (inclusive  a  gaseificação  e  o  enriquecimento)  e  da  tecnologia  da construção de reatores, para uso exclusivo do Brasil.    

b) Acelerar o mapeamento, a prospecção e o aproveitamento das jazidas de urânio.   

c) Desenvolver  o  potencial  de  projetar  e  construir  termelétricas  nucleares,  com tecnologias e capacitações que acabem sob domínio nacional, ainda que desenvolvidas por  meio  de  parcerias  com  Estados  e  empresas  estrangeiras.  Empregar  a  energia nuclear  criteriosamente, e  sujeitá‐la  aos mais  rigorosos  controles de  segurança e de proteção do meio‐ambiente, como  forma de estabilizar a matriz energética nacional, ajustando as variações no suprimento de energias renováveis, sobretudo a energia de origem hidrelétrica; e    

d) Aumentar a capacidade de usar a energia nuclear em amplo espectro de atividades.  O Brasil  zelará  por  manter  abertas  as  vias  de  acesso  ao  desenvolvimento  de  suas tecnologias  de  energia  nuclear.  Não  aderirá  a  acréscimos  ao  Tratado  de  Não‐Proliferação de Armas Nucleares destinados a ampliar as restrições do Tratado sem que as potências nucleares tenham avançado na premissa central do Tratado, seu próprio desarmamento nuclear.   

1. Entre as prioridades do Estado na política dos quatro setores estratégicos estará a formação de recursos  humanos  nas  ciências  relevantes.  Para  tanto,  ajudará  a  financiar  os  programas  de pesquisa e de  formação nas universidades brasileiras e nos  centros nacionais de pesquisa e aumentará  a  oferta  de  bolsas  de  doutoramento  e  de  pós‐doutoramento  nas  instituições internacionais  pertinentes.  Essa  política  de  apoio  não  se  limitará  à  ciência  aplicada,  de emprego tecnológico imediato. Beneficiará, também, a ciência fundamental e especulativa.   

   

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A  ORGANIZAÇÃO  DA   INDÚSTRIA  NACIONAL  DE  ENERGIA:  DESENVOLVIMENTO  TECNOLÓGICO   INDEPENDENTE      

A  defesa  do  Brasil  requer  a  organização  da  indústria  nacional  de  energia,  de  acordo  com  as seguintes diretrizes:   

a. Dar prioridade ao desenvolvimento de capacitações tecnológicas independentes.   

Essa  meta  condicionará  as  parcerias  com  países  e  empresas  estrangeiras  ao desenvolvimento progressivo de pesquisa e de produção no País.   

b. Subordinar  quando  aplicável  e  necessário  as  considerações  comerciais  aos  imperativos estratégicos.  

c. Evitar que a indústria nacional de energia polarize‐se entre pesquisa avançada e produção rotineira.   

Deve‐se cuidar para que a pesquisa de vanguarda sirva à produção de vanguarda.   

2. Estabelecer‐se‐á, para a  indústria nacional de energia, quando aplicável e necessário  regime legal, regulatório e tributário especial.   

3. O componente estatal da indústria de energia terá por vocação produzir o que o setor privado não possa projetar,  fabricar e produzir,  a  curto e médio prazo, de maneira  rentável. Atuará, portanto,  no  teto,  e  não  no  piso  tecnológico.  Manterá  estreito  vínculo  com  os  centros avançados de pesquisa do Setor Energético e das instituições acadêmicas brasileiras.   

4. O Estado ajudará a conquistar clientela estrangeira para a indústria nacional de energia.  

5. No  esforço  de  incentivar  a  indústria  nacional  de  energia,  buscar‐se‐á  parcerias  com  outros países, com o objetivo de desenvolver a capacitação tecnológica nacional, de modo a reduzir progressivamente  a  compra  de  serviços  e  de  produtos  acabados  no  exterior.  A  esses interlocutores  estrangeiros,  o  Brasil  deixará  sempre  claro  que  pretende  ser  parceiro,  não cliente  ou  comprador.  O  País  está  mais  interessado  em  parcerias  que  fortaleçam  suas capacitações independentes do que na compra de produtos e serviços acabados. Tais parcerias devem  contemplar,  em  princípio,  que  parte  substancial  da  pesquisa  e  da  fabricação  seja desenvolvida  no  Brasil  e  ganharão  relevo  maior  quando  for  expressão  de  associações estratégicas abrangentes.   

 

   

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CONCLUSÃO      

A estratégia nacional de defesa do interesse nacional na matriz energética brasileira inspira‐se em duas realidades que lhe garantem a viabilidade e lhe indicam o rumo.   

A primeira  realidade é a capacidade de  improvisação e adaptação, o pendor para criar  soluções quando  faltam  instrumentos,  a disposição de  enfrentar  as  agruras da natureza  e da  sociedade, enfim, a capacidade quase  irrestrita de adaptação que permeia a cultura brasileira. É esse o fato que permite efetivar o conceito de flexibilidade operativa.   

A segunda realidade é o sentido do compromisso nacional no Brasil. A Nação brasileira foi e é um projeto  do  povo  brasileiro;  foi  ele  que  sempre  abraçou  a  idéia  de  nacionalidade  e  lutou  para converter  a  essa  idéia  os  quadros  dirigentes  e  letrados.  Este  fato  é  a  garantia  profunda  da identificação da Nação com o Setor Energético e deste com a Nação.   

Do encontro dessas duas realidades, resultaram as diretrizes da estratégia nacional de defesa do interesse nacional na matriz energética brasileira. 

 

   

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6  –  MEDIDAS  DE  IMPLEMENTAÇÃO      

 

CONTEXTO      

A  segunda  parte  da  estratégia  nacional  de  defesa  do  interesse  nacional  na matriz  energética brasileira complementa a formulação sistemática contida na primeira.   

São três seus propósitos. O primeiro é contextualizá‐la, enumerando circunstâncias que ajudam a precisar‐lhe  os  objetivos  e  a  explicar‐lhe  os métodos.  O  segundo  é  aplicar  a  estratégia  a  um espectro, amplo e representativo, de problemas atuais enfrentados pelo Setor Energético e, com isso, tornar mais claras suas exigências. O terceiro é enumerar medidas de transição que indiquem o caminho que  levará o Brasil, de onde está para onde deve  ir, na organização de sua defesa do interesse nacional na matriz energética brasileira.   

Podem ser considerados como principais aspectos positivos do atual quadro da defesa nacional:  

Adaptabilidade do brasileiro às situações novas e  inusitadas, criando situação propícia a uma cultura militar pautada pelo conceito da flexibilidade; 

Priorizar  a  participação  da  indústria  nacional  de  bens  e  serviços  nos  negócios  de  energia, criando empregos e competências, gerando oportunidades e riquezas para o Brasil; 

Manter  a  liderança em  tecnologias  com baixo  custo e  atender uma  crescente demanda por energia; 

O desenvolvimento de novas rotas de produção de biocombustíveis 

Desenvolver a disponibilidade da tecnologia da fabricação no Brasil de turbinas a gás e motores alternativos  próprios  para  consumir  esse  combustível,  visando  uma  redução  de  custos  e facilitar  o  seu  emprego  nas  atividades  de  cogeração,  geração  distribuída  de  eletricidade  e utilização de gás de biomassa para geração de energia elétrica; 

Perenizar a geração em sistemas sujeitos a sazonalidade de safras, especialmente o bagaço de cana. 

Domínio da tecnologia do processo de fabricação Aerogeradores 

Automação das plantas, seja ela parcial ou  total, de maneira que ela seja gerida à distância, reduzindo  os  custos  de manutenção  e  operação  alocada  na  unidade,  tecnologia  esta  que embora disponível 

Criação de um parque  industrial competitivo de sistemas  fotovoltaico capaz de disputar esse mercado 

Fomentar no Brasil  a  instalação de  indústrias de beneficiamento do  silício metalúrgico para alcançar o grau de pureza solar. 

Alto  potencial  de  utilização  da  tecnologia  Geração  Heliotérmica,  com  concentradores  da radiação  solar na  região do  semi‐árido, principalmente no que concerne às  torres centrais e aos  cilindros  parabólicos,  ambos  aplicáveis  a  sistemas  de  geração  centraliza,  e  aos  discos 

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parabólicos, tecnologia restrita a sistemas de baixa potência, visando à redução do custo e a melhoria de desempenho dos concentradores solares. 

Competência e infra‐estrutura de toda a cadeia produtiva da energia nuclear; 

A capacidade  instalada de refino e a demanda por derivados caminhar  juntas na maioria das regiões, indicando que as refinarias localizam‐se usualmente nas proximidades dos centros de consumo, de forma a suprir a demanda local; 

Por outro  lado,  configuram‐se  como principais  vulnerabilidades da atual estrutura de defesa do País:  

Pouco envolvimento da sociedade brasileira com os assuntos de defesa do  interesse nacional na matriz energética brasileira;  

A volubilidade dos fatores condicionantes e das expectativas sobre o futuro  impõe ao Brasil a instituição de mecanismos de acompanhamento, revisão e atualização regular das projeções da Matriz  Energética  Nacional,  bem  como  sua  utilização  como  instrumento  de  simulação  de políticas públicas; 

Diversos  fatores,  tais  como  os  custos  de  oportunidade,  de  estocagem  e  manuseio,  taxas, seguros e deterioração dos produtos armazenados por um longo tempo influenciam o nível dos estoques, determinando que este seja o menor possível. 

Insuficiência na alocação de recursos para a defesa do interesse nacional na matriz energética brasileira;  

Ruptura na  trajetória de crescimento da economia e do comércio mundial, com elevação do custo  do  dinheiro  e  limitação,  por  certo  período,  da  oferta  de  capitais  para  as  economias emergentes,  como  resposta  ao  forte  ajuste macroeconômico  interno  a  que  se  obrigam  os Estados Unidos. 

Desequilíbrio macroeconômico – déficit fiscal, déficit em conta‐corrente e elevada, e crescente, dívida líquida como proporção do PIB 

Demanda superior à capacidade  instalada de refino e que o processamento de petróleo está bem próximo da capacidade instalada 

Limitados recursos aplicados em pesquisa científica e tecnológica para o desenvolvimento de novas tecnologias aplicáveis ao setor energético;  

Risco de aumentos de custos por escassez de energia; 

Riscos de compras em épocas de picos de preços; 

A projeção dos preços dos energéticos é eivada de forte conteúdo geopolítico e, portanto, fato notório da literatura de previsão, dificilmente métodos preditivos possuem boa performance; 

Dualidade de tratamento tributário entre o produto fabricado no País e o adquirido no exterior, com excessiva carga tributária  incidente sobre o material nacional,  favorecendo a opção pela importação;  

Bloqueios tecnológicos impostos por países desenvolvidos, retardando os projetos estratégicos de concepção brasileira;  

Cláusula  de  compensação  comercial,  industrial  e  tecnológica  (off‐set)  inexistente  em  alguns contratos  de  importação,  ou  mesmo  a  não‐participação  efetiva  da  indústria  nacional  em programas de compensação;  

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Um dos grandes desafios atuais da sociedade é atender sua crescente demanda por energia sem colocar em risco a sustentabilidade ambiental, significando um controle mais estrito das emissões.  A  estimação  do  nível  de  emissões  adicionais  necessárias  para  que  o  país  possa atender sua demanda futura de energia é uma  importante  informação que serve para balizar tanto  o  planejamento  do  desenvolvimento  como  para  sustentar  os  pleitos  referentes  às necessidades de emissão dos países de industrialização recente.  

O desenvolvimento de biocombustíveis pode afetar negativamente a produção de alimentos e desmatamento,  além  de  outros  impactos  negativos  indiretos,  tais  como  a  poluição  por agrotóxicos; 

A  identificação  e  a  análise  dos  principais  aspectos  positivos  e  das  vulnerabilidades  permitem vislumbrar as seguintes oportunidades a serem exploradas:  

Maior engajamento da  sociedade brasileira nos assuntos de defesa do  interesse nacional na matriz energética brasileira;  

A matriz energética brasileira continua em 2030 com forte presença de fontes renováveis, de 46,6%, percentual superior ao de 2005, de 44,5%. Assim, o Brasil continua em situação bem confortável  em  termos  de  emissões  de  partículas  pela  queima  de  combustíveis  quando comparado  com  a matriz  energética  dos  países  ricos,  com  apenas  6%  de  participação  de renováveis  e  com  a  matriz  energética  do  mundo,  com  16%  de  participação  de  fontes renováveis; 

O nível de emissões de CO2 deverá se ampliar ao longo do horizonte do estudo, mas com taxas médias de crescimento abaixo das taxas da demanda interna de energia 

Otimização  dos  esforços  em  Ciência,  Tecnologia  e  Inovação,  por  intermédio  do  fomento  à pesquisa e ao desenvolvimento do setor energético;  

Estabelecimento de regime jurídico especial para a indústria nacional de energia;  

Condicionamento da compra de produtos no exterior à transferência substancial de tecnologia, inclusive por meio de parcerias para pesquisa e fabricação no Brasil de partes desses produtos ou de sucedâneos a eles;  

Desenvolvimento das  infraestruturas de  energia necessárias para  viabilizar  as  estratégias de defesa do interesse nacional na matriz energética brasileira;  

Promoção de ações de presença do Estado na região amazônica, em especial pelo avanço da hidroeletricidade na região norte;  

Estreitamento da cooperação entre os países da América do Sul e, por extensão, com os do entorno estratégico brasileiro;  

Otimização do controle sobre atores não‐governamentais, especialmente na região amazônica, visando  à  preservação  do  patrimônio  nacional,  mediante  ampla  coordenação  das  Forças Armadas com os órgãos governamentais brasileiros responsáveis pela autorização de atuação no País desses atores, sobretudo daqueles com vinculação estrangeira. 

Resumo comparativo entre as principais fontes de fornecimento de energia elétrica, seus impactos potenciais,  riscos diversos e  custos estimados  (UHE – Hidrelétrica, Bio – Biomassa, UTE – Usina Térmica Convencional, UTN – Termonuclear e Eol – Eólica): 

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O setor elétrico tem percebido aumentos significativos em suas tarifas e preços advindos dentre outros motivos, pelo aumento de custos socioambientais não gerenciáveis. A cada dia que passa as questões  socioambientais  estão  cada  vez mais  complexas  e onerosas. Déficits de  investimentos públicos  são  transformados  em  condicionantes  ambientais,  onerando  os  consumidores  e  os investidores via redução do retorno de seus investimentos. 

 

   

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CIÊNCIA,  TECNOLOGIA  E   INOVAÇÃO  (CT&I)      

A  política  de  ciência,  tecnologia  e  inovação  para  a  defesa  do  interesse  nacional  na  matriz energética brasileira tem como propósito estimular o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação de interesse para a defesa nacional.   

Isso  envolve  um  planejamento  nacional  para  desenvolvimento  de  produtos  de  alto  conteúdo tecnológico, com envolvimento coordenado das  instituições científicas e tecnológicas (ICT) civis e militares, da  indústria e da universidade, com a definição de áreas prioritárias e suas respectivas tecnologias  de  interesse  e  a  criação  de  instrumentos  de  fomento  à  pesquisa  de  materiais, equipamentos e sistemas, de forma a viabilizar uma vanguarda tecnológica e operacional pautada na flexibilidade operativa estratégica. Contempla: 

Medidas  para  a  maximização  e  a  otimização  dos  esforços  de  pesquisa  nas  instituições científicas e tecnológicas civis e militares, para o desenvolvimento de tecnologias de ponta;  

Um  plano  nacional  de  pesquisa  e  desenvolvimento  de  produtos  de  energia,  tendo  como escopo prioritário a busca do domínio de tecnologias consideradas estratégicas e medidas para o financiamento de pesquisas;  

O  estabelecimento  de  parcerias  estratégicas  com  países  que  possam  contribuir  para  o desenvolvimento de tecnologias de ponta de  interesse para a defesa do  interesse nacional na matriz energética brasileira.   

   

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INDÚSTRIA  DE  ENERGIA      

Princípios norteadores para balizar a questão nacional da segurança energética: 

Diversificação das fontes de suprimento energético é o ponto inicial da segurança energética. 

Reconheça a realidade da integração energética mundial 

Utilizar uma margem de  segurança em  capacidade, nos estoques emergência e  redundância em pontos  críticos da  infra‐estrutura equivalente a 90 dias de  consumo do ano anterior. Os estoques devem ser mantidos compulsoriamente pelas empresas (2/3), pelo Governo e pelas Agencias.  

Mútua interdependência entre companhias, governos, em todos os níveis. 

Fomento do relacionamento entre fornecedores e consumidores de energia. 

Criação  uma  atitude  proativa  com  respeito  à  segurança  que  envolva  produtores  e consumidores. 

Prover  informação  de  boa  qualidade  ao  público  antes,  durante  e  depois  de  qualquer ocorrência. 

Comprometimento com pesquisa,  inovação, desenvolvimento para o equilíbrio energético de longo prazo e para as transições. 

Para  incentivar o crescimento da base  industrial  instalada, ampliando a  segurança energética  se impõe quatro desafios para a consecução do objetivo:  

Aumentar os investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação;  

Promover isonomia tributária em relação a produtos/materiais importados;  

Expandir a participação nos mercados interno e externo; e  

Fortalecer a cadeia de fornecedores no Brasil.   

Sugere, ainda, um conjunto de ações destinadas à superação dos desafios identificados:  

Ampliação das compras nacionais;  

Expansão e adequação do financiamento;  

Promoção das vendas e capacitação de empresas brasileiras; e  

Fortalecimento da base de P, D&I.   

   

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INTELIGÊNCIA  DE  DEFESA      

A exatidão é o princípio fundamental da Inteligência. Por meio da Inteligência, busca‐se que todos os planejamentos – políticos, estratégicos, operacionais e táticos – e sua execução desenvolvam‐se com base em fatos que se transformam em conhecimentos confiáveis e oportunos. As informações precisas são condição essencial para o emprego adequado dos meios militares.   

A Inteligência deve ser ampliada, pois é ela que possibilita superar as incertezas. É da sua vertente prospectiva que procedem os melhores resultados, permitindo o delineamento dos cursos de ação possíveis  e  os  seus  desdobramentos.  A  identificação  das  ameaças  é  o  primeiro  resultado  da atividade da Inteligência.  

A batalha crucial deve ser travada no terreno da  inteligência, tomando‐se a expressão no sentido mais amplo, tanto de inteligência tática, no sentido de conhecer as intenções do adversário, como de  inteligência  estratégica,  referente  às  idéias  mais  profundas  que  precisamos  contrapor  às concepções malthusianas e misantrópicas que fundamentam a agenda ambientalista‐indigenista.  

 

   

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AÇÕES  ESTRATÉGICAS      

CIÊNCIA  E  TECNOLOGIA      

Enunciam‐se a seguir as ações estratégicas na implementação da estratégia nacional de defesa do interesse nacional na matriz energética brasileira:   

1. Fomentar a pesquisa de materiais, equipamentos e sistemas que compatibilize as prioridades científico‐tecnológicas com as necessidades de defesa da segurança energética.   

2. Estabelecer  ato  legal  que  garanta  a  alocação,  de  forma  continuada,  de  recursos  financeiros específicos que viabilizem o desenvolvimento integrado e a conclusão de projetos relacionados à defesa nacional. 

ENSINO      

3. Promover maior integração e participação na discussão dos temas ligados à defesa, assim como a  participação  efetiva  da  sociedade  brasileira,  por  intermédio  do  meio  acadêmico  e  de institutos e entidades ligados aos assuntos estratégicos de energia.   

4. O  Ministério  de  Minas  e  Energia  intensificará  a  divulgação  das  atividades  de  defesa  do interesse nacional na matriz energética brasileira, de modo a aumentar sua visibilidade junto à sociedade,  e  implementará  ações  e  programas  voltados  à  promoção  e  disseminação  de pesquisas e à formação de recursos humanos qualificados na área.   

MEIO  AMBIENTE    E  MUDANÇAS  CLIMÁTICAS  

Promover um arcabouço  legal estável e previsível no  funcionamento da  Justiça e dos órgãos de licenciamento ambiental.   

5. Transparência e ótima qualidade em todas as etapas do processo; 

6. Fortalecimento das agências ambientais;  

7. Necessidade  de  homogeneização  de  procedimentos  ‐  previsibilidade  (prazos  e  custos vinculados); 

8. Eliminação  do  conflito  de  competências  regulamentando  o  artigo  23  da  C.F.  (competência comum entre União, Estados e Municípios na proteção do meio ambiente); 

9. Concessão de licença ambiental com existência de condições de legalidade para avançar com o empreendimento; 

10. Alterar  a  legislação  de  crimes  ambientais  para  que  o  funcionário  público  na  lide  com autorizações ou permissões ambientais só seja punido em caso de dolo; 

11. Considerar a geopolítica do  clima  como  fator determinante para  regulamentação da política nacional de mudança climática. Somente exigir o cumprimento das metas de redução quando nossos concorrentes internacionais assim o fizerem e representar vantagem competitiva e não 

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apenas  comparativa  como é hoje. Caso  contrário nós  investiremos em ações de mitigação e adaptação climática que não precisamos, com dinheiro que não temos (essenciais no combate à  fome, na saúde, na segurança, na educação e  infraestrutura  incluindo saneamento básico), para  impressionar  pessoas  das  quais  não  gostamos  que  são  os  principais  responsáveis  que causaram o problema (mas que ainda vão continuar impondo barreiras à exportação de nossos produtos de baixo carbono). 

12. Regulamentação do artigo 231, da C.F. sobre o aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais hidrelétricos em terras indígenas; 

13. Equacionamento dos passivos ambientais, à exemplo do Programa “Territórios da Cidadania”, em  regiões  que  receberão  novos  investimentos  de  energia  solucionando  déficits  de investimentos públicos não imputáveis aos empreendimentos; 

14. Criação  através  de  Lei  ou MPV  ou Decreto  a  Reserva  Estratégica  dos  Potenciais  de  Energia Hidráulica  ‐ os potenciais de energia hidráulica para AHE´s bem como as terras necessárias a transmissão  da  energia  associada,  serão  preferêncialmente  destinadas  à  exploração  dos potenciais hidráulicos nelas existentes; 

15. Análise de impacto regulatório ‐ estudos econométricos das novas ações regulatórias: 

a. Cálculo dos custos, investimentos necessários e benefícios das ações regulatórias propostas determinando se os benefícios líquidos são positivos 

b. Análise de alternativas de políticas mais desejáveis (menores custos administrativos, maior eficácia,  efeitos  distributivos,  etc.)  para  se  atingirem  os  mesmos  objetivos  da regulamentação  (por exemplo: a alternativa do uso de algum mecanismo descentralizado de mercado) 

c. Análise da existência de sobreposições regulatórias 

d. Avaliação da consistência das ações regulatórias previstas com as prioridades das políticas públicas; 

e. Avaliação de questões controversas em torno das regulamentações propostas do ponto de vista formal e de conteúdo; 

16. Implementação com abrangência estadual das ações de planejamento ambiental  (funções de estado  ‐  fundamentais  para  balizar  as  ações  de  licenciamento,  dando  segurança  para  o posicionamento  dos  técnicos  durante  o  processo  de  licenciamento,  caracterizando  pró‐atividade  para  o  que  pode  e  o  que  não  pode,  restando  ao  Empreendedor  ajustar‐se  as diretrizes  existentes  já  legitimadas  pelos mecanismos  de  controle  social  na  elaboração  dos instrumentos a seguir relacionados):   

a. Zoneamento Econômico – Ecológico,  

b. Planos de Bacia Hidrográficas, 

c. Planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social (Estatuto das Cidades) 

d. Matriz Energética Nacional e Estaduais  

e. Plano Nacional/Estaduais Sobre Mudança do Clima – PNMC/PEMC, 

f. Inventário nacional/estadual de emissões de GEE/GHG Protocol; 

g. Avaliação Ambiental Estratégica Regional e Setorial 

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h. Avaliação Ambiental Integrada de Bacia Hidrográfica (não regulamentada) 

i. Implantação  de  procedimentos  de  integração  entre  os  instrumentos  de  planejamento  e gestão ambiental e sua vinculação com a tomada de decisão no processo de licenciamento ambiental/outorga de recursos hídricos 

17. Relativização do Princípio da Precaução: 

a. A  mera  presunção  de  dano  tem  sido  suficiente  para  a  paralisação  de  processo  de licenciamento ambiental 

b. Necessidade  de  orientação  jurisprudencial  sólida  sobre  as  relações  entre  proteção ambiental e geração de energia 

c. Exigir a prova do dano ambiental para que a atividade econômica possa ser validamente paralisada. 

MOBILIZAÇÃO      

Realizar,  integrar  e  coordenar  as  ações  de  planejamento  preparo,  execução  e  controle  das atividades  de  Mobilização  e  Desmobilização  Nacionais  previstas  no  Sistema  Nacional  de Mobilização (SINAMOB).   

O Ministério da Defesa, enquanto não for aprovada alteração na legislação do Sistema Nacional de Mobilização,  orientará  e  coordenará  os  demais ministérios,  secretarias  e  órgãos  envolvidos  no SINAMOB  no  estabelecimento  de  programas,  normas  e  procedimentos  relativos  à complementação da Logística Nacional e na adequação das políticas governamentais à política de Mobilização Nacional incluindo os recursos energéticos.   

GERAÇÃO  DISTRIBUIDA  E  AUTOPRODUÇÃO      

Incentivar a geração distribuída e autoprodução de energia elétrica e combustíveis líquidos. 

Cogeração é a produção simultânea e de forma seqüenciada, de duas ou mais formas de energia a partir de um único combustível. O processo mais comum é a produção de eletricidade e energia térmica (calor ou frio) a partir do uso de gás natural e/ou de biomassa, entre outros. 

Nas  últimas  décadas  os  setores  energéticos  passaram  a  conviver  com  “crises  sistêmicas”, relacionadas  com  as  dificuldades  dos  governos  criarem  condições  políticas  e  econômicas  para manter  a  estabilidade  regulatória  necessária  para  atrair  fluxos  regulares  de  recursos  para investimentos  e  assegurar  mecanismos  que  facilitem  as  exigências  dos  longos  processos  de licenciamento  ambiental  dos  projetos,  para  assegurar  o  abastecimento  de  energia  elétrica,  em quantidade e qualidade compatível com o ritmo de crescimento econômico. 

O  Ministério  de  Minas  e  Energia,  em  articulação  com  os  Ministérios  da  Fazenda,  do Desenvolvimento,  Indústria e Comércio Exterior, dos Transportes, do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Ciência e Tecnologia e com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República,  deverá  propor modificações  quando  aplicável  e  necessário  na  legislação  referente  à tributação incidente sobre a cogeração e autoprodução de energia, por meio da criação de regime jurídico especial que viabilize incentivos e desoneração tributária à iniciativa privada na fabricação de equipamentos e instalação de sistemas de geração distribuída, através do qual os clientes finais 

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(indústria, comércio e  serviços), utilizando  fontes de energia primária disponível  (biomassa e/ou gás  natural),  produzam,  consumam  e  administrem  as  suas  necessidades  de  energia  elétrica  e térmica,  com  fatores  de  eficiência  energética  e  de  custos  posicionados  conforme  a  visão estratégica da segurança energética. 

INDÚSTRIA  DE  ENERGIA      

Compatibilizar os esforços governamentais de aceleração do crescimento com as necessidades da defesa do interesse nacional na matriz energética brasileira.   

18. O Ministério  de Minas  e  Energia,  ouvidos  os Ministérios  da  Fazenda,  do  Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Ciência e Tecnologia e  a  Secretaria  de  Assuntos  Estratégicos  da  Presidência  da  República,  deverá  propor modificações  quando  aplicável  e  necessário  na  legislação  referente  ao  regime  jurídico  e econômico  especial  para  compras  de  produtos  para  o  setor  energético  junto  às  empresas nacionais, com propostas de modificação da Lei nº 8.666, de junho de 1993.   

19. O  Ministério  de  Minas  e  Energia,  em  articulação  com  os  Ministérios  da  Fazenda,  do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, dos Transportes, do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Ciência e Tecnologia e com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da  República,  deverá  propor  modificações  quando  aplicável  e  necessário  na  legislação referente à tributação incidente sobre a indústria nacional de energia, por meio da criação de regime jurídico especial que viabilize incentivos e desoneração tributária à iniciativa privada na fabricação equipamentos e às instalações de produção de energia.   

20. O  Ministério  de  Minas  e  Energia,  em  articulação  com  os  Ministérios  da  Fazenda,  do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, dos Transportes, do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Ciência e Tecnologia, e a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, deverá propor modificações quando aplicável e necessário na legislação referente à linha de crédito especial, por intermédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para setor de energia, similar às já concedidas para outras atividades.   

COMANDO  E  CONTROLE      

Reorganizar  o  sistema  de  comando  e  controle  para  a  defesa  do  interesse  nacional  na matriz energética brasileira e segurança energética. 

O Ministério de Minas e Energia aperfeiçoará o Sistema de Comando e Controle, disponibilizando dados de interesse do sistema nacional de segurança de abastecimento, com modicidade tarifária, promovendo  a  livre  concorrência,  atraindo  investimentos  e  garantindo  a  qualidade  do abastecimento. 

A construção de indicadores é um processo de aprimoramento constante que está em consonância com o desenvolvimento e amadurecimento do planejamento energético de curto, médio e  longo prazo. 

O Ministério de Minas e Energia, em coordenação com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República divulgará os  indicadores de:  intensidade energética; Acesso  a  Energia; Indicadores  de  Meio‐Ambiente;  Emissões  de  GEE;  Indicadores  de  Segurança  Energética; 

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Dependência  Externa  de  Energia;  e  Disponibilidade  de  Recursos  com  periodicidade  mínima mensal. 

INTELIGÊNCIA  DE  DEFESA      

Aperfeiçoar o Sistema de Inteligência de Defesa.   

O  Sistema  deverá  receber  recursos  necessários  à  formulação  de  diagnóstico  conjuntural  dos cenários vigentes em prospectiva político‐estratégica, no campo nacional e internacional.   

Os recursos humanos serão capacitados em análise e técnicas nos campos científico, tecnológico, cibernético,  espacial  e  nuclear,  com  ênfase  para  o  monitoramento/controle,  à  flexibilidade operativa  estratégica  e  à  capacidade  de  transmissão  de  energia  elétrica  e  distribuição  de combustíveis líquidos.   

Criar‐se‐á, no Ministério de Minas e Energia, uma estrutura compatível com as necessidades de integração com os órgãos de inteligência militar.   

Atenção especial deve  ser dada no  terreno da  inteligência,  tomando‐se  a expressão no  sentido mais  amplo,  tanto de  inteligência  tática, no  sentido de  conhecer  as  intenções dos  stakeholders hostis,  como  de  inteligência  estratégica,  referente  às  idéias  mais  profundas  que  precisamos contrapor às concepções malthusianas e misantrópicas que fundamentam a agenda ambientalista‐indigenista. 

INFRA‐ESTRUTURA      

Compatibilizar  os  atuais  esforços  governamentais  de  aceleração  do  crescimento  com  as necessidades da Defesa Nacional.   

21. O Ministério de Minas e Energia, em coordenação com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência  da  República  proporá  aos ministérios  competentes  as  iniciativas  necessárias  ao desenvolvimento  da  infra‐estrutura  de  energia,  transporte  e  comunicações  de  interesse  da defesa, de acordo com os planejamentos estratégicos de defesa nacional.   

22. O Ministério de Minas e Energia, Ministério da Defesa e o Ministério da  Integração Nacional desenvolverão estudos conjuntos com vistas à compatibilização dos Programas Calha Norte e de  Promoção  do  Desenvolvimento  da  Faixa  de  Fronteira  (PDFF)  e  ao  levantamento  da viabilidade de estruturação de Arranjos Produtivos Locais (APL), com ações de  infra‐estrutura econômica  e  social,  para  atendimento  a  eventuais  necessidades  de  vivificação  e desenvolvimento  da  fronteira,  identificadas  nos  planejamentos  estratégicos  decorrentes  das Hipóteses de Emprego.   

ESTABILIDADE  REGIONAL      

Contribuir para a manutenção da estabilidade regional.   

23. O  Ministério  de  Minas  e  Energia  e  o  Ministério  das  Relações  Exteriores  promoverão  o incremento das atividades destinadas à manutenção da estabilidade regional e à cooperação 

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nas áreas de fronteira do País.   

24. O  Ministério  da  Defesa  e  o  Ministério  de  Minas  e  Energia  intensificarão  as  parcerias estratégicas nas áreas nuclear e o  intercâmbio energético com as nações amigas, neste caso particularmente com as do entorno estratégico brasileiro.   

25. O Ministério de Minas e Energia, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Defesa buscarão  contribuir  ativamente  para  o  fortalecimento,  a  expansão  e  a  consolidação  da integração  regional,  com  ênfase  na  pesquisa  e  desenvolvimento  de  projetos  comuns  de aproveitamento energético.   

SEGURANÇA  NACIONAL      

Contribuir para o incremento do nível de Segurança Nacional.   

Todas  as  instâncias  do  Estado  deverão  contribuir  para  o  incremento  do  nível  de  Segurança Nacional, com particular ênfase sobre:  

O aperfeiçoamento de processos para o gerenciamento de crises, incluindo a energética;  

A integração de todos os órgãos do Sistema de Inteligência Nacional (SISBIN);  

A prevenção de atos terroristas e de atentados massivos aos Direitos Humanos, bem como a condução de operações contra‐terrorismo, a cargo dos Ministérios da Defesa e da Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI‐PR);  

As medidas  para  a  segurança  das  áreas  de  infra‐estruturas  críticas,  incluindo  serviços,  em especial  no  que  se  refere  à  energia,  transporte,  água  e  telecomunicações,  a  cargo  dos Ministérios  da Defesa,  das Minas  e  Energia,  dos  Transportes,  da  Integração Nacional  e  das Comunicações, e ao trabalho de coordenação, avaliação, monitoramento e redução de riscos, desempenhado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR);  

As medidas de defesa química, bacteriológica e nuclear, a cargo da Casa Civil da Presidência da República, dos Ministérios da Defesa, da Saúde, da Integração Nacional, das Minas e Energia e da Ciência e Tecnologia, e do GSI‐PR, para as ações de proteção à população e às  instalações em território nacional, decorrentes de possíveis efeitos do emprego de armas dessa natureza;  

As ações de defesa civil, a cargo do Ministério da Integração Nacional;  

As  ações de  segurança pública,  a  cargo do Ministério da  Justiça  e dos órgãos de  segurança pública estaduais;  

O  aperfeiçoamento  dos  dispositivos  e  procedimentos  de  segurança  que  reduzam  a vulnerabilidade dos  sistemas  relacionados  à Defesa Nacional  contra  ataques  cibernéticos no sistema interligado nacional e na exploração e produção (E&P) e refino de P&G e, se for o caso, que permitam seu pronto restabelecimento, a cargo da Casa Civil da Presidência da República, dos Ministérios da Defesa, das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, e do GSI‐PR;  

   

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DISPOSIÇOES  FINAIS 

Os  documentos  complementares  e  decorrentes  da  presente  Estratégia  Nacional  de  Defesa  do Interesse Nacional na Matriz Energética Brasileira e da Estratégia Nacional de Desenvolvimento do Setor Energético,  cujas necessidades de elaboração ou  atualização  atendem  às exigências desta Estratégia, deverão ser confeccionados conforme o quadro a seguir:   

 

TAREFA A REALIZAR  RESPONSÁVEL 

Atualização  da  Política  de  Ciência,  Tecnologia  e  Inovação para  a  defesa  do  interesse  nacional  na matriz  energética brasileira e estratégia nacional de desenvolvimento do setor energético e instrumentos normativos decorrentes.  

MD, MME e MCT 

Proposta de estabelecimento de parcerias estratégicas com países  que  possam  contribuir  para  o  desenvolvimento  de tecnologia de ponta de interesse para a defesa do interesse nacional na matriz energética brasileira e estratégia nacional de desenvolvimento do setor energético 

MD, MME, MRE e SAE 

Proposta  de  estabelecimento  de  ato  legal  que  garanta  a alocação,  de  forma  continuada,  de  recursos  financeiros específicos, para viabilizar o desenvolvimento  integrado e a conclusão  de  projetos  relacionados  à  defesa  do  interesse nacional na matriz energética brasileira e estratégia nacional de desenvolvimento do setor energético  

CC, MF, MD, MME, MPOG e 

SAE 

Proposta  de  modificações  na  Lei  nº  8.666  e  legislação complementar,  possibilitando  regime  jurídico  e  econômico especial para compras de produtos para o setor energético junto às empresas nacionais 

CC, MD, MME, MDIC, MT, MPOG 

e SAE 

Proposta  de  modificações  na  legislação  referente  à tributação  incidente  sobre a  indústria nacional de energia, por meio da criação de regime jurídico especial que viabilize incentivos  e  desoneração  tributária  à  iniciativa  privada  na fabricação de produtos para o  setor energético, prioritário para  a  estratégia  nacional  de  desenvolvimento  do  setor energético 

CC, MD, MME, MDIC, MF, MT, MPOG e SAE 

 

   

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7  –    INVESTIMENTOS  NECESSÁRIOS  –  2010 A  2030 

Os  valores  encontrados  devem  ser  vislumbrados,  na  parte  econômica,  como  o  crescimento econômico possível dentro do quadro atual e na suposição de uma retomada da poupança interna, considerada em torno de (16%) do PIB anual, e taxa de crescimento médio do PIB em torno (3.5%), em um quadro de necessidade de complementação de  investimentos através de capital externo, com remuneração real moderada em (3,5%) ao ano.  

Conforme o relatório “Brasil, Ministério de Minas e Energia Matriz Energética Nacional 2030” 

Considerando os principais recursos energéticos que compõem a oferta interna de recursos, e que responderão  por  mais  de  90%  de  sua  expansão  no  horizonte  2005/2030,  estima‐se  que  o montante de investimentos necessário para a expansão do setor energético no período 2005‐2030 possa ultrapassar US$ 800 bilhões, concentrados (mais de 80%) nos setores de petróleo e energia elétrica, como indica a Tabela 6‐16. Em termos médios anuais, o investimento no setor energético será de US$ 32,1 bilhões e representará algo como 2,2% do PIB. 

 

Investimentos no Setor Energético (em US$ bilhões) – Fonte EPE 

 

 

Considerando que a poupança interna tem possibilidade de contribuição com (40%) desse valor, os restantes  (60%),  devem  provir  de  outras  fontes.  Nessas  condições  o  Brasil  deve  atrair investimentos  externos,  de  forma  a  manter  a  soberania  sobre  as  infraestruturas  das  fontes energéticas, através de projetos financeiros consistentes, que remunerem o capital investido, com segurança jurídica e técnica para aplicação dos recursos. 

 

   

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FINANCIAMENTO  

FINANCIAMENTO  –  EMPRESTIMO  E  VENTURE  CAPITAL  

O financiamento pode ser formatado em forma direta, ou através de fundos de  investimento. Os fundos  de  investimento  em  Venture  Capital  e  Private  Equity  são  regulados  e  fiscalizados,  e  no Brasil,  a  Comissão  de  Valores Mobiliários  é  responsável  pela  regulamentação  e  fiscalização  da atuação de tais fundos, bem como da atuação de seus gestores / administradores.   São aplicáveis as Instruções CVM nº 209/94 (Fundos Mútuos de Empresas Emergentes – normalmente voltados ao  venture  capital), CVM nº 391/03  (Fundos de  Investimento em Participações –  aplicáveis  aos veículos de venture capital e private equity).   Seja qual for à formatação do fundo, sua gestão fica a  cargo de empresas e  instituições  financeiras  autorizadas e especializadas.     De  acordo  com o perfil  da  empresa  investida,  quanto  ao  porte,  setor,  estágio,  organização  administrativa,  gestão empresarial, volume de recursos investidos, etc., a empresa privada financiadora no exterior, ou o Fundo  de  investimento  no  Brasil,  não  terá  qualquer  envolvimento,  ou  terá  um  envolvimento menor ou maior na gestão do negócio.     Este envolvimento varia em  função da necessidade de apoio e  segurança do  retorno do  investimento, e está  relacionado à operação de estruturas de governança  corporativa  que  viabilizem  o  crescimento  da  empresa  e  protejam  os  investimentos realizados. 

Existem basicamente três modalidades em que os financiamentos podem ser estruturados: 

I. Empréstimo externo de  longo prazo, realizado entre empresas privadas, através de Banco custodiante indicado pelos investidores 

II. Venture  Capital  através  de  Fundo  Privado,  constituído  pelos  investidores,  e  responsável pela aplicação e retorno dos investimentos 

III. Investimento Privado (private equity investment) de longo prazo, através de Fundo Privado, responsável pela aplicação e retorno dos investimentos. 

EMPRESTIMO EXTERNO DE LONGO PRAZO ‐ Empréstimos externos em Euros ou Dólar Americano, realizado  entre  empresas  privadas  Financiadora  e  Tomadora,  via  agente  financeiro,  como custodiante, definido pelo  financiador.      Todas  as despesas  iniciais, de estudos e  adequação de projeto  financeiro, bem  como, de  registro e de  remessa para pagamento da operação,  são por conta do Tomador.   As garantias para este  tipo de  financiamento são a securitização da divida a favor do investidor através de seguradoras indicadas pelo investidor, complementadas por caução dos bens, maquinas, contratos,  recebíveis e equipamentos viabilizados pelo Tomador a  favor do investidor, e, eventualmente, se necessário, cogestão do empreendimento através de governança corporativa.   Todo processo é acompanhado por empresa de auditoria  indicada pelo  investidor, bem como por auditor independente, contratados pela empresa financiadora. 

VENTURE  CAPITAL  ‐  Realizado  através  de  um  Fundo  criado  especificamente  para  o  fim  de financiamento  do  Tomador,  vinculado  a  um  Banco  Brasileiro,  que  será  responsável  pelo  fundo.  Este  tipo de  financiamento,  em  geral,  é  indicado para  empresas novas, ou  em  fase de  startup, sendo que, a essência do  investimento está em compartilhar os  riscos do negócio, selando uma união de esforços entre gestores e investidores para agregar valor à empresa investida.    Todas as despesas  iniciais,  de  estudos  e  adequação  de  projeto  financeiro,  bem  como,  de  registro  e  de remessa para pagamento da operação, são por conta do Tomador.   Os  investimentos podem ser direcionados para qualquer setor que tenha perspectiva de grande crescimento e rentabilidade ao 

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longo prazo, de acordo com o foco de investimentos definido pelos investidores.   As garantias para este  tipo  de  investimento  são  a  securitização  do  investimento  a  favor  do  investidor  através  de seguradoras indicadas pelo investidor, complementado pela caução dos bens, maquinas, contratos, recebíveis  e  equipamentos  viabilizados  pelo  Tomador  a  favor  do  investidor,  em  conjunto  com caução de ações, ou contrato de debêntures, bem como, co‐gestão do empreendimento através de governança corporativa.     Todo processo é acompanhado por empresa de auditoria  indicada pelo investidor, bem como por auditor independente, contratados pela empresa financiadora. 

INVESTIMENTO PRIVADO  ‐ PRIVATE EQUITY DE  LONGO PRAZO  ‐ Realizado através de um Fundo vinculado a um Banco Brasileiro.   E aplicável a empresas mais maduras, em fase de reestruturação, consolidação  e  /  ou  expansão  de  seus  negócios.    Todas  as  despesas  iniciais,  de  estudos  e adequação  de  projeto  financeiro,  bem  como,  de  registro  e  de  remessa  para  pagamento  da operação,  são por  conta do Tomador.   Os  investimentos podem  ser direcionados para qualquer setor que tenha perspectiva de grande crescimento e rentabilidade ao longo prazo, de acordo com o foco de  investimentos definido pelos  investidores.   As garantias para este tipo de  investimento são a  securitização do  investimento a  favor do  investidor através de  seguradoras  indicadas pelo investidor,  caução  dos  bens, máquinas,  contratos,  recebíveis  e  equipamentos  viabilizados  pelo Tomador a favor do investidor, em conjunto com caução de ações, ou contrato de debêntures, bem como,  co‐gestão  do  empreendimento  através  de  governança  corporativa.    Todo  processo  é acompanhado  por  empresa  de  auditoria  indicada  pelo  investidor,  bem  como  por  auditor independente, contratados pela empresa financiadora. 

TAXA DE JUROS ‐ Euribor mais Spread para financiamento em (Euros), ou Libor mais Spread para financiamento em  (Dolares Americanos), ou TJLP mais  fator de correção para  financiamento em (Reais) a ser definido por ocasião da assinatura da carta de intenção. 

PRAZOS PARA O FINANCIAMENTO 

I. Carência de 1 até 3 anos (em função do volume a ser financiado) após a data do primeiro crédito 

II. Amortização  de  5  anos  até  15  anos  (em  função  do  projeto  a  ser  financiado),  com periodicidade mensal ou trimestral, em função do tipo e do valor do financiamento. 

III. Os juros serão capitalizados durante o período da carência. 

SISTEMA  DE  AMORTIZAÇÃO  ‐  Sistema  de  Amortização  Constante  (SAC)  ou  PRICE,  ou  outro conforme normas  internacionais, em  função do valor do total  financiado e do tipo e do risco do empreendimento.   O sistema de amortização será adequado ao tipo e natureza do projeto a ser financiado. 

GARANTIAS  ‐  As  garantias  serão  determinadas  em  função  da  análise  técnico‐econômica  e modalidade  de  financiamento  do  empreendimento  e  dos  acionistas,  sendo  efetivadas  sempre através de instituições financeiras indicadas pelos Investidores, destacando‐se as seguintes: 

I. Penhor de Ações, através de contrato de debêntures conversíveis 

II. Penhor de Ações, através de acordo de acionistas e de contrato “Term Sheet Agreement”, com pré “money valuation” 

III. Penhor dos Direitos Emergentes do faturamento mensal 

IV. Penhor dos Direitos Creditórios 

V. Reserva  de Meios  de  Pagamento,  com  Vinculação  e  cessão  em  garantia,  em  favor  dos financiadores,  da  receita  proveniente  dos  Contratos  de  Compra  e  Venda  de  produtos, 

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incluindo a constituição de Conta Reserva no valor equivalente a, no mínimo: 3 parcelas do serviço da dívida, (juros+principal) quando o Índice de Cobertura do Serviço da Dívida for, no mínimo, 1,3, ou 6 parcelas do  serviço da dívida,  (juros+principal) quando o  Índice de Cobertura do Serviço da Dívida for inferior a 1,3. 

VI. Durante a  fase de amortização caberá aos acionistas aportarem recursos não exigíveis na Conta Reserva, de forma a manter o montante mínimo de 6 parcelas do serviço da dívida, (juros+principal) sempre que o índice de cobertura do serviço da dívida for inferior a 1,2. 

VII. Quando  aplicável,  os  contratos  de  vendas  firmados  deverão  apresentar  prazo  de  venda adequados  ao  fluxo  de  produção,  e  as  empresas  compradoras  deverão  apresentar classificação  de  risco  satisfatória  que  permitam  realizar  operações  junto  aos  Bancos comerciais. 

VIII. Constituição  de  “pacote  de  garantias  e  seguros”,  através  de  seguradora  indicada  pelos Investidores,  com  cláusula  Beneficiária  em  favor  dos  financiadores,  incluindo,  dentre outros: Performance bond, Completion bond, Seguro de risco de engenharia. 

IX. Constituição de Contrato de Suporte dos Acionistas no montante mínimo equivalente ao aporte de  recursos próprios por parte dos acionistas, acrescido de 50% deste montante, como complementação da constituição do “pacote de garantias”. 

X. Fiança Bancária e/ou Corporativa, a ser analisada conforme o projeto. 

XI. Seguro Fiança através de Seguradora a escolha do Financiador, em função do tipo e área de aplicação do projeto. 

XII. Empréstimo de  longo prazo  securitizado  com  apólice especifica em  função do  tipo e do risco de projeto. 

XIII. Garantia fidejussória por parte dos sócios do empreendimento, para todas as modalidades de financiamento. 

PROJECT FINANCE ‐ Colaboração financeira, estruturada sob a forma de project finance, realizada em operação de crédito que possua, cumulativamente, as seguintes características: 

I. A beneficiária seja uma Sociedade por Ações com o propósito específico de implementar o projeto  financiado e  constituída para  segregar os  fluxos de  caixa, patrimônio e  riscos do projeto. 

II. Transparência  na  gestão  da  Sociedade,  com  adoção  das melhores  práticas,  tendo  como objetivo atingir os padrões de governança corporativa apresentados no Novo Mercado da Bovespa. 

III. Os fluxos de caixa esperados do projeto, conforme o Business Plan, sejam suficientes para saldar os financiamentos. 

IV. Quando  aplicável,  as  receitas  futuras  do  projeto  conforme  o  Business  Plan,  sejam vinculadas, ou cedidas, em favor dos financiadores. 

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ‐ Para aprovação de uma operação de financiamento, a classificação de risco leva em conta os seguintes fatores, além dos normalmente considerados: 

I. A  classificação  de  risco  dos  controladores  da  beneficiária,  conforme  a  dependência  do projeto e do financiamento em relação aos mesmos. 

II. A qualidade do  investimento quanto ao  tipo, ao meio e ao  segmento de mercado a que está vinculada. 

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III. O risco de implantação do projeto e os respectivos fatores mitigantes. 

IV. O grau de alavancagem da beneficiária. 

V. A suficiência, previsibilidade e estabilidade dos fluxos de caixa do projeto. 

VI. O risco operacional do projeto VAR local, e VAR pleno ‐ ou, respectivamente, local valuation e full valuation, e respectivos fatores mitigantes. 

VII. O valor, liqüidez e segurança das garantias oferecidas pela beneficiária. 

VIII. Licenças e autorizações legais necessárias ao investimento. 

IX. O risco do País onde a Tomadora e ou o projeto serão instalados ou executados. 

REQUISITOS ‐ As operações de financiamento deverão satisfazer os seguintes requisitos: 

I. O  Índice  de  Cobertura  do  Serviço  da  Dívida  (ICSD)  projetado  para  cada  ano  da  fase operacional do projeto deverá ser de no mínimo 1,3.  

II. O  ICSD mínimo poderá ser de 1,2 desde que o projeto apresente Taxa  Interna de Retorno (TIR) mínima de 8% ao ano em termos reais. 

III. O  capital próprio dos  acionistas deverá  ser de no mínimo 30% do  investimento  total do projeto,  excluindo‐se,  para  efeito  desse  cálculo,  eventuais  participações  societárias  dos financiadores. 

IV. A  critério  dos  financiadores,  a  geração  de  caixa  do  projeto  poderá,  eventualmente,  ser considerada como parte do capital próprio dos acionistas. 

V. Os  contratos  de  operação  e  comercialização  dos  produtos  da  empresa  deverão  vedar  a concessão de mútuos da beneficiária aos acionistas e / ou a terceiros, e ainda estabelecer condições e restrições aos demais pagamentos efetuados pela beneficiária a seus sócios, a qualquer título. 

GARANTIAS  PRÉ‐OPERACIONAIS  ‐  Na  fase  de  implantação  do  projeto,  a  exigência  de  garantia fidejussória  dos  controladores  da  beneficiária  poderá  ser  dispensada,  desde  que  observado  o seguinte, através de covenant entre Financiadora e Tomadora: 

I. Compromisso dos acionistas  controladores da beneficiária de  complementar o  capital da empresa em montante suficiente para finalizar a implantação do projeto. 

II. Celebração  de  contratos  que  obriguem  os  empreiteiros  e/ou  fornecedores  de equipamentos  a  concluir  o  projeto  dentro  do  orçamento  predeterminado,  em  data previamente especificada e conforme as especificações  técnicas destinadas a assegurar a operacionalização e o desempenho eficiente do projeto. 

III. Contratação  de  seguro  garantia  de  obra,  em  benefício  dos  financiadores,  contra  riscos referentes à fase pré‐operacional do projeto. 

IV. A critério dos  investidores, caso haja dúvida sobre a capacidade dos acionistas de efetuar sua  contribuição  financeira  para  o  projeto,  será  exigido  o  aporte  antecipado  do  capital próprio como condição prévia para a liberação do financiamento. 

GARANTIAS OPERACIONAIS  ‐ Na  fase operacional do projeto, a exigência de garantia  fidejussória dos controladores da beneficiária poderá ser dispensada pela concessão cumulativa, dos seguintes covenant: 

I. Penhor  ou  alienação  fiduciária,  em  favor  dos  principais  financiadores,  das  ações representativas do controle da beneficiária; 

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II. Penhor, em  favor dos principais  financiadores, dos direitos emergentes dos  contratos de vendas, quando houver. 

III. Outorga,  aos  principais  financiadores,  o  direito  de  assumir  o  controle  da  beneficiária, quando admitido pela legislação, em caso de default da Tomadora. 

GARANTIAS REAIS  ‐ A exigência de garantias  reais, bem como outras garantias complementares, poderá ser reduzida caso à beneficiária, através de covenant, comprometa‐se a: 

I. Não oferecer em garantia a terceiros os ativos e recebíveis do projeto sem autorização do principal financiador. 

II. Não alterar a composição acionaria sem previa autorização do financiador. 

III. Oferecer  em  garantia  aos  principais  financiadores,  quaisquer  ativos  e  recebíveis supervenientes do projeto. 

IV. Concordar em pagar seguro antecipado para a seguradora de indicação dos investidores. 

V. Concordar que todos os bens da Tomadora fiquem em caução a favor da Financiadora até o pagamento da ultima parcela de financiamento. 

PRAZOS DO FINANCIAMENTO  ‐ Determinado em  função das características do empreendimento, bem como das receitas e capacidade de pagamento da Beneficiaria. 

INVESTIMENTO PRIVADO (PRIVATE EQUITY INVESTMENT) 

Sistema desenvolvido para empresa constituída em SOCIEDADE POR AÇÕES nos termos da lei das SA, conforme leis brasileiras e Internacionais.  Financiamento realizado entre pessoas jurídicas de caráter privado Financiadora ou Fundo de Investimentos e Tomadora (ou beneficiaria), através de Banco custodiante indicado pelos Investidores. 

CONDIÇÕES PARA O FINANCIAMENTO A BENEFICIARIA ‐ Necessariamente deve ser uma Sociedade por  ações,  somente  com  ações  ordinárias,  preferêncialmente  constituída  com  o  propósito específico de implementar o projeto financiado (Sociedade de Propósito Específico – SPE, na forma de SA fechada) e formatada comercialmente para segregar os fluxos de caixa, patrimônio e riscos do projeto, bem como ser a controladora da empresa que se utilizara dos  recursos.   Como S.A., devera  ser  constituída  com  estatuto,  diretoria,  conselho,  etc.,  na  forma  das  leis  vigentes.  Se empresa SA existente, será necessário adequação quanto as Garantias em relação as participações acionarias, existência de acordo de acionistas, caução de ações, existência de Tag Along, etc. 

TRANSFORMAÇÃO  EM  S.A.  ‐  Essa  transformação  ocorre  quando  a  empresa  já  teve  seu  pleito aprovado e que se encontra na fase de contratação. Não é necessária transformação no  início do processo, e o custo do processo pode entrar como contrapartida no plano de investimentos, para credito  posterior  juntamente  com  a  primeira  tranche.    Entretanto  os  documentos  de financiamento  serão  assinados  somente  apos  a  conversão  da  empresa  em  S.A.,  e  o  credito somente será efetuado em conta em nome da S.A. 

OBJETO  DE  FINANCIAMENTO  ‐  Itens  financiáveis,  de  acordo  com  as  políticas  operacionais estabelecidas na proposta de financiamento, dentre as quais se destacam: 

I. Startup de empresas 

II. Áreas para instalação do empreendimento 

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III. Gastos sócio‐ambientais 

IV. Licenças e documentação ambiental para o empreendimento 

V. Obras civis 

VI. Máquinas e equipamentos nacionais e importados 

VII. Montagens 

VIII. Estudos de projetos 

IX. Treinamento 

X. Infraestrutura social 

XI. Prestação de Serviços especializados 

XII. Capital de Giro para inicio de atividades 

Outros em função da capacidade da empresa e interesse dos investidores no ramo de negocio. 

NÍVEL DE FINANCIAMENTO ‐ O limite máximo de exposição do financiamento ao empreendimento depende  da modalidade  de  financiamento  e  poderá  ser  de  100%  do  ativo  total  projetado  da beneficiária, desde que haja acordos formais através de covenant, pagamento de seguro, etc., com relação às garantias. 

OUTRAS INFORMAÇÕES ‐ O tempo normal de procedimento entre o envio do Plano de Negócios e a liberação do crédito, será em média seis meses que compreendem: 

I. Um mês para definição e enquadramento da operação. 

II. De um a três meses para a análise. 

III. De um a dois meses para o processo de contratação, que envolve o período de negociação em detalhes das cláusulas contratuais. 

Os prazos poderão ser abreviados, caso o projeto seja de interesse dos investidores. 

LIBERAÇÃO DO CREDITO ‐ O credito será liberado em tranches, ocorrendo à primeira tranche, em geral, 45 a 60 dias bancários apos a assinatura dos documentos legais. 

COMPROVAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS ‐ Todos os gastos descritos no Projeto deverão ser comprovados  com  as  respectivas  notas  fiscais,  contratos,  etc.  através  de  auditoria  continuada, contratada pelos financiadores.  Após receber os recursos, a empresa será acompanhada por uma equipe / empresa a ser designada pelos financiadores, bem como será auditada, separadamente, por um auditor  independente.   A empresa será periodicamente auditada pela equipe / empresa designada pelos financiadores, que verificará se os gastos e as metas estão seguindo planejamento apresentado no Plano de Negócios, ou se ajustes serão necessários 

LICENÇAS  E  AUTORIZAÇÕES  ‐  A  empresa  devera  apresentar  todas  as  licenças  e  liberações necessárias,  comprovando  o  atendimento  dos  órgãos  locais  quanto  à  poluição  ambiental, tratamento de resíduos, etc., conforme as leis locais. 

CONDIÇÕES DA FINANCIADORA PARA PARTICIPAÇÃO NA SOCIEDADE DA EMPRESA TOMADORA  ‐ No caso de necessidade ou interesse de participação da Financiadora na sociedade da Tomadora, as seguintes regras deverão ser observadas: 

I. Controle acionário majoritariamente privado; 

II. Empresa formatada como Sociedade Anônima, fechada ou aberta. 

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III. Transparência na gestão da Sociedade, com a adoção das melhores práticas,  tendo como objetivo atingir os padrões de governança corporativa apresentados no Novo Mercado da Bovespa; 

IV. Compromisso  dos  acionistas  realizarem  uma  Oferta  Pública  de  Ações,  em  prazo  a  ser definido na análise do projeto; 

V. Empresa composta somente com ações ordinárias; 

VI. Quórum qualificado para tomada de decisões estratégicas a ser definido; 

VII. Quórum qualificado para aprovar a prática de quaisquer atos ou a celebração de contratos ou  transações  de  qualquer  natureza  envolvendo  a  COMPANHIA  e  quaisquer  partes relacionadas. O conceito de partes relacionadas  inclui, qualquer acionista da COMPANHIA que detenha mais de (5%) de seu capital social, quaisquer administradores da COMPANHIA, efetivos  ou  suplentes,  bem  como  seus  respectivos  cônjuges  e  parentes  por consangüinidade  ou  afinidade  em  linha  direta  ou  colateral  até  o  4º  grau,  quaisquer sociedades controladas, controladoras, coligadas da COMPANHIA ou sob controle comum de qualquer das pessoas indicadas nos parágrafos anteriores. 

VIII. Vedação  da  estipulação  de  direitos  de  veto  em  favor  dos  fornecedores  e  construtores envolvidos no Empreendimento; 

IX. Adicionalmente,  o  Acordo  de  acionistas  deverá  conter  as  seguintes  estipulações,  dentre outras, os ACIONISTAS CONTROLADORES obrigarem‐se, durante a vigência do ACORDO DE ACIONISTAS, a exercer o seu direito de voto na COMPANHIA de modo a Eleger, pelo menos, 20% de CONSELHEIROS INDEPENDENTES, nos termos do Regulamento do Novo Mercado da Bovespa,  e  um  membro  indicado  pela  FINANCIADORA  para  integrar  o  Conselho  de Administração da COMPANHIA; Convocar, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da solicitação  expressa da  FINANCIADORA, Assembléia Geral para  a  instalação do Conselho Fiscal da COMPANHIA, bem como eleger um membro  indicado pela FINANCIADORA para compor o referido Conselho. 

X. Transparência  na  gestão  da  COMPANHIA,  com  a  necessidade  de  aprovação  prévia  pela FINANCIADORA de matérias que fujam ao curso normal do projeto; 

XI. Garantia aos acionistas minoritários de venda conjunta em caso d alienação do controle da COMPANHIA, pelo mesmo preço por ação oferecido aos acionistas controladores (Tag Along de 100%) 

XII. Obrigação,  por  parte  dos  acionistas  controladores,  de manter  no  seu  domínio  pleno  e durante  todo o prazo em que vigorar o Acordo de Acionistas, ações que  representem, a todo  tempo,  pelo menos  51%  (cinqüenta  e  um  por  cento)  do  capital  social  votante  da COMPANHIA; 

XIII. Compromisso dos acionistas controladores em promover o registro de abertura do capital social  da  companhia  e  o  registro  para  negociação  de  seus  valores mobiliários  no  Novo Mercado  instituído  pela  Bolsa  de  Valores  de  São  Paulo  ‐  BOVESPA,  com  a  subseqüente realização de oferta pública de ações ordinárias de emissão da companhia, até uma data a ser definida. 

XIV. O Estatuto da empresa deverá contar com as seguintes condições, dentre outras: 

XV. Quórum qualificado para aprovar a celebração de contrato entre a COMPANHIA e partes relacionadas, nos termos acima descritos; 

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XVI. Impedimento  de  voto  nas  situações  de  conflito  de  interesses  por  parte  dos  acionistas controladores; 

XVII. As  deliberações  da  Assembléia  Geral  deverão  ser  tomadas  pelo  voto  afirmativo  de acionistas  titulares da maioria das  ações  com direito  a  voto,  salvo  se maior quórum  for estabelecido em Lei ou em Acordo de Acionistas arquivado na sede social da COMPANHIA. 

XVIII. Os acionistas deverão fazer jus a dividendo obrigatório de 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido da COMPANHIA, na forma do artigo 202 da Lei 6.404/76. 

 

OBS.: 

CONSELHEIRO INDEPENDENTE ‐ Caracteriza‐se por: 

I. Não ter qualquer vínculo com a COMPANHIA, exceto participação de capital; 

II. Não ser ACIONISTA CONTROLADOR, cônjuge ou parente até segundo grau destes, e não ser ou  não  ter  sido,  nos  últimos  3  anos,  vinculado  a  sociedade  ou  entidade  relacionada  a qualquer ACIONISTA CONTROLADOR  (pessoas vinculadas a  instituições públicas de ensino e/ou pesquisa estão excluídas desta restrição); 

III. Não  ter  sido,  nos  últimos  3  anos,  empregado  ou  diretor  da  COMPANHIA,  de  qualquer ACIONISTA CONTROLADOR ou de sociedade controlada pela COMPANHIA; 

IV. Não  ser  fornecedor  ou  comprador,  direto  ou  indireto,  de  serviços  e/ou  produtos  da COMPANHIA  ou  de  sociedades  controladas,  em  magnitude  que  implique  perda  de independência; 

V. Não ser funcionário ou administrador de sociedade ou entidade que esteja oferecendo ou demandando serviços e/ou produtos à COMPANHIA ou para sociedades controladas; 

VI. Não ser cônjuge ou parente até segundo grau de algum administrador da COMPANHIA ou de sociedades controladas; 

VII. Não receber outra remuneração da COMPANHIA ou de sociedades controladas, além da de conselheiro  (proventos  em  dinheiro  oriundos  de  participação  no  capital  estão  excluídos desta restrição) 

Em Anexos e Apêndices, veja os fluxogramas dos arranjos  financeiros e planilha de simulação de financiamento em prazo de 18 anos, juros (3.569%)a.a., com carência de três anos. 

 

   

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8  ‐ COMENTÁRIOS  FINAIS 

CONCLUSÕES  

A batalha crucial deve ser travada no terreno da  inteligência, tomando‐se a expressão no sentido mais amplo, tanto de inteligência tática, no sentido de conhecer as intenções do adversário, como de  inteligência  estratégica,  referente  às  idéias  mais  profundas  que  precisamos  contrapor  às concepções malthusianas e misantrópicas que fundamentam a agenda ambientalista‐indigenista. 

Precisamos empreender em  favor de uma agenda de reconstrução do Estado nacional brasileiro, uma no campo científico e outra na esfera política. 

Na  concepção  de  Vernadski,  o  trabalho  e  o  pensamento  científico  da  Humanidade  estão transformando a biosfera, ou esfera da vida, na noosfera, ou esfera da  razão, que passa a  ser o “motor”  das  transformações  que  ocorrem  no  nosso  planeta.  Nessa  concepção,  que  contrasta drasticamente  com  a  equivalência  que  os  “econcentristas”  fazem  da  espécie  humana  com  os demais seres vivos, empreendimentos como os grandes projetos de  infraestrutura não são vistos primariamente  como  fontes  de  impactos  ambientais,  mas  como  elementos  cruciais  para  o desenvolvimento da biosfera‐noosfera a níveis superiores de organização. 

Precisamos  reunificar  as  forças  progressistas  nacionais  (as  elites)  ‐  em  torno  de  um  propósito comum de reconstruir o Estado nacional e devolver à grande maioria da população a auto‐estima e a confiança no futuro, que haviam sido dilapidadas durante toda a década passada. 

Nesse  processo,  é  de  suma  relevância  que  ele  tenha  tido  a  coragem  de  enquadrar  as  ONGs estrangeiras  e  suas  contrapartes  nacionais  que  atuam  no  país  em  benefício  daquela  agenda externa  anteriormente mencionada.  Da mesma  forma,  ele  não  teve melindres  em  apontar  as principais fontes dessa agenda desestabilizadora. 

Tanto  uma  como  a  outra  medida  deveriam  servir‐nos  de  exemplo  de  como  deve  atuar  um verdadeiro estadista na defesa de sua nação. 

Para o Brasil, esse é seguramente o maior desafio de hoje: unificar as elites nacionais em torno de uma visão compartilhada de futuro. Quem conhece um pouco a história deste País sabe que esse é um dos principais motivos pelos quais ele ainda não conseguiu superar os seus grandes contrastes de desenvolvimento e ocupar, definitivamente, o  lugar que  lhe cabe no cenário global como uma grande potência consagrada ao bem comum, tanto interna como externamente. 

Necessitamos de uma perspectiva de desenvolvimento real para o Brasil, que não seja apenas um discurso bonito, mas que seja conectada com projetos concretos de grande escala e empenhada na transformação tanto da economia como do meio ambiente numa direção positiva.  

O século XXI deverá ser o século da energia nuclear, não apenas sob as formas que já vêm sendo exploradas  pela  Humanidade  há  mais  de  meio  século,  mas  também  com  os  avanços proporcionados pelo crescente conhecimento dos processos que ocorrem no núcleo atômico, os quais  prometem  expandir  as  aplicações  da  energia  nuclear  à  sintetização  de  novos materiais  e combustíveis baseados no hidrogênio, dessalinização da água do mar e muitas outras. A energia nuclear  proporciona  a  mais  avançada  fonte  de  energia  para  este  tipo  de  desenvolvimento, 

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particularmente na forma de reatores compactos e modulares, que podem gerar tanto eletricidade quanto calor para o processo de dessalinização e outras aplicações industriais. Graças aos avanços realizados nas décadas recentes, é agora possível  fabricar reatores de alta temperatura  (HTR) de forma barata e modular, que são mais simples e robustos que as usinas nucleares convencionais e possui 100% de segurança  intrínseca, assim como alta eficiência. Os HTR têm também aplicações interessantes  para  o  processamento  de  gás  natural  e  óleo  em  combustíveis  sintéticos  e  outros produtos de elevado valor agregado.  

Com  o  avanço  da  utilização  do  potencial  hidrelétrico  brasileiro  próximo  do  limite  técnico  e economicamente viável nos próximos 20 anos as alternativas para fornecimento de novos grandes blocos de energia será majoritariamente nuclear. 

Ademais, a  indústria nuclear amplificada e aprimorada deverá ser um dos setores de ponta para levar  a economia brasileira  a níveis mais  elevados de produtividade  física  e postos de  trabalho qualificados,  que  possibilitem  uma  reversão  dos  enormes  desequilíbrios  e  desigualdades fomentados pelas políticas econômico‐financeiras das últimas décadas. 

OUTRAS  SUGESTÕES    

A  geração  de  Energia  com  a  utilização  das  "tecnologias  alternativas”,  solar,  eólica,  geotérmica, biomassa  e  outras  fontes  de  reduzida  densidade  de  fluxo  energético,  são,  eventualmente adequadas  para  abastecimentos  locais,  pois,  no  atual  “state  of  art”,  não  atendem  grandes concentrações  urbanas  e  as  grandes  demandas  industriais  necessárias  para  a manutenção  do crescimento sustentado do Brasil. 

Os  impactos socioambientais provocados por fontes alternativas, em  larga escala, podem ser tão significativos quanto os decorrentes das fontes convencionais.  Isto permite concluir que qualquer fonte de energia que passe a ter uso intensivo, pode gerar impactos socioambientais tão graves e intensos quantos as fontes tradicionais que pretende substituir. 

Cada  tipo  de  fonte  de  energia  tem  sua  aplicação  e  lugar  na matriz  energética. A  escolha  deve considerar as especificidades locais e o custo de oportunidade socioambiental. 

Nenhuma fonte pode ser desprezada: 

No Brasil energias renováveis são também as mais competitivas (hidro e biomassa)  

“Janela de oportunidade” excepcional para os biocombustíveis nos próximos anos 

Atende o  crescimento da demanda numa  conjuntura de escassez de hidroeletricidade e gás natural 

A energia eólica poderá ser uma opção competitiva numa “segunda onda” 

Tendência de queda do preço dos equipamentos eólicos 

Preço da bioeletricidade aumenta devido ao etanol celulósico  (custo de oportunidade para o bagaço) 

Os  reservatórios das hidrelétricas  são  fundamentais, pois  servem  como  “eixo” de  integração com biomassa, gás e eólica 

Apesar dos problemas conjunturais, perspectivas positivas na área de gás natural e petróleo em médio prazo (incluindo o pré‐sal) 

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Aumento significativo das reservas de petróleo e gás   

Nuclear e carvão (local e importado) complementam o “leque” de opções 

Análise da Evolução da Matriz ‐ 2030 

Aumento da participação relativa do Gás Natural (9% => 15%) 

Redução  da  utilização  de  Lenha  e  Carvão  Vegetal  (13%  =>  5%),  decorrente  da  evolução tecnológica e de gestão ambiental 

Aumento na participação de  fontes energéticas oriundas da Agroenergia  (derivados de cana‐de‐açúcar, H‐BIO e Biodiesel) (17% => 28%) 

Aumento da participação de Fontes Renováveis de 45% para 47% (mundo atualmente em cerca de 13 %) 

Objetivos gerais: 

Garantir  a  segurança  de  abastecimento,  com  modicidade  tarifária,  promovendo  a  livre concorrência, atraindo investimentos e garantindo a qualidade do abastecimento;  

Buscar manter a grande participação de energia renovável na Matriz, mantendo a posição de destaque que o Brasil sempre ocupou no cenário internacional;  

Fomentar a eficiência energética na produção de energia no País;  

Incrementar, em bases econômicas,  sociais e ambientais, a participação dos biocombustíveis na matriz energética nacional;  

Promover  o  desenvolvimento,  ampliar  o  mercado  de  trabalho  e  valorizar  os  recursos energéticos e preservar o interesse nacional;  

Procurar utilizar sempre tecnologia nacional no desenvolvimento das fontes competitivas;  

Procurar sempre otimizar o transporte de energia entre a área em que ela é produzida até a chegada ao consumidor final, inclusive reduzindo ao mínimo as perdas envolvidas no processo. 

190 milhões de brasileiros acordam a cada manhã com necessidades reais de alimentos, energia e materiais. O Brasil deve  responder à pergunta de como atender a demanda  futura por  recursos naturais.  

Esta é uma questão de ordem tecnológica e econômica, não ideológica. 

 

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 Divisoria Pag.98 

  

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1 Ref.Bibliog 

 

9  ‐ REFERÊNCIAS  BIBLIOGRAFICAS    

4ª CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL; Deficiências em estudos de impacto ambiental – Síntese de uma experiência; ESMPU; 2004 

ABAL; Situação dos Projetos de Legislações Ambientais de Interesse da Indústria do Alumínio no  âmbito  Federal  e  dos  Estados  de  São  Paulo  e  Minas  Gerais  ‐  Dezembro/2009  ‐ Janeiro/2010. 

ABCE. Apresentação A influência das questões ambientais nas obras do setor elétrico e suas conseqüências no abastecimento do mercado. João Pessoa, 27/11/2006. 

ABCE. Apresentação A questão ambiental e seu impacto na análise do risco e viabilidade dos empreendimentos. São Paulo, 01/08/2006. 

ABCE.  Apresentação  Dimensionando  a  atuação  responsável  dentro  das  organizações  ‐ Questões práticas. Rio de Janeiro, 09/10/2006. 

ABCE. Carta Resposta ao questionário sobre licenciamento ambiental. São Paulo, 17/07/06. 

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 Divisoria Ref.Bibliog 

e ANEXOS 

                     

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 Indice ANEXOS 

10.  ‐ ANEXOS  

ANEXO 1 GEOPOLITICA DOS RECURSOS HIDRICOS 

 

ANEXO 2 IIRSA ‐ INICIATIVA PARA LA INTEGRACIÓN DE LA INFRAESTRUCTURA REGIONAL SURAMERICANA 

 

ANEXO 3 MODELO DE FINANCEIROS E SIMULAÇÃO DE FINANCIAMENTO 

         

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1ANEXO 1 

ANEXO  –  1  ‐ GEOPOLITICA  DOS  RECURSOS  HIDRICOS A  água  é  considerada  o  petróleo  do  século  XXI.  São  necessárias  1.000  toneladas  de  água  para produzir  1  tonelada  de  cereais  –  Exportar  cereais  é  exportar  ÁGUA.  Países  com  problema  de abastecimento tomam‐na da irrigação e importam cereais. 24 

Respeito à vida e aos direitos humanos: DIREITO A ÁGUA (Artigo 3º C.F. de 1988) 

Podemos extrair água em excesso do subsolo, mas não de forma indefinida. Teremos que enfrentar a  realidade: estamos consumindo mais água do que dispomos  ‐ o que significa que  já usamos a água das gerações futuras. 

Questões estratégicas e conflitos no cenário internacional pelo uso da água: 

O Egito efetivou investidas junto ao Banco Mundial para bloquear as solicitações de crédito da Etiópia para exploração do Rio Nilo com barragens e irrigação 

A Índia e o Paquistão já travaram três guerras, e a água foi um dos conteúdos importantes dos antagonismos existentes desde 1948, quando a Índia desviou as águas do Rio INDO; 

Israel e seus vizinhos árabes vivem em clima de violência e pelo menos uma de suas guerras foi declaradamente motivada  por  problemas  de  uso  dos  93  km  do  Rio  Jordão.  A  Jordânia  é particularmente dependente da citada bacia; por três vezes, em 1953‐55, 1976‐81 e 1987‐90, tentou‐se internacionalizar a gestão dessas águas sem sucesso; 

A bacia do Nilo com 6.700 km, banha 10% da África e tem suas fontes no lago Vitória (Quênia, Ruanda, Tanzânia e Uganda) e no  lago Tana (Etiópia). Em 1959, o Egito assinou acordo com o Sudão para igualmente dividirem os recursos hídricos do Rio Nilo; os países a montante, como a  Etiópia,  querem  também  explorá‐lo  para  garantir  prosperidade  econômica  e  o  Egito reivindica firmemente o direito absoluto à integralidade do rio; 

Fortalecimento do princípio de “Compartilhamento” dos recursos hídricos transfronteiriços; 

Conflitos  envolvendo  o  direito  de  partilha,  sob  a  perspectiva  do  conceito  de  utilização eqüitativa dos recursos transfronteiriços;  

Reavaliação  do  pensamento  e  da  doutrina  da  “Soberania  ilimitada”  (lançada  pelos  EUA  em 1895, ao rejeitar os reclamos do México em relação às águas originadas no primeiro); 

Incremento  da  intolerância  dos  líderes  e  organizações  do mundo  desenvolvido  em  face  de omissões quanto à sustentabilidade dos recursos hídricos. 

O tamanho das reservas hídricas brasileiras é fator latente de cobiça internacional; 

Globalização:  barreiras  sanitárias  relacionadas  ao  processo  de  degradação  ambiental  –  são 

                                                                 

 

24 Conceito de água virtual:  m³/ano: quantidade de água para produzir alimentos para uma pessoa   1 m³/ano essa mesma pessoa necessita apenas  para sobreviver  40 m³ /ano (máximo) para suas necessidades domésticas  Para obter uma tonelada de trigo são necessários 1000 m³ de água, importar  1 milhão de toneladas de trigo eqüivale a  importar 1 bilhão de 

m³ de água.  No Egito 90% do orçamento da água vai para a agricultura ‐ importou, em 1998 , 7,5 milhões de toneladas de cereais, ou seja, deixou de gastar 

7,5 bilhões de m³ de água de suas reservas, caso produzisse os cereais no próprio país.  Israel empenhou em fazer o deserto produzir alimentos, seus sistemas de  irrigação são os mais eficazes. Trata‐se de um dos raros casos de 

países do mundo que  fatura boa parte do  custo da água de  irrigação  (40%). Outros países da  região,  como  Jordânia, Tunísia e Marrocos começam a adotar o mesmo procedimento. 

 

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2ANEXO 1 

considerados subsídios  indiretos o não tratamento de efluentes (a U.E. sobretaxou em 30% o azeite espanhol por não tratar seus efluentes); 

Comunidades  pobres  na  África  do  Sul  vivem  o  novo  apartheid:  falta  de  água.  O  governo democrático  de  1994  elevou  o  direito  de  "água  e  comida  suficiente"  a  constitucional  e prometeu disponibilizar água e saneamento para todos até 2010. Em 1999 houve epidemia de cólera, com 120.000 casos registrados e quase 260 mortes. 10 milhões afetadas pelos cortes no fornecimento de água. Existe água boa, mas nem todos podem pagar por ela; 

As reservas mundiais estão, hoje, 50% menores do que a 50 anos e que novamente poderão reduzir‐se a metade no ano de 2025 (ONU). Apesar disso, constata‐se que há água suficiente para todos, e por muitas décadas à frente. A questão fundamental são as vulnerabilidades dos recursos hídricos e a assimetria na distribuição hídrica; 

A  agricultura,  principalmente  a  agricultura  irrigada,  é  o  maior  consumidor  do  planeta, extraindo mais de  70% da demanda  global  (como  consome  água bruta,  a  agricultura não  é normalmente  submetida  à  cobrança  pelo  uso)  –  o  Brasil  possui  hoje  apenas  15%  de  sua agricultura utilizando irrigação (a Europa possui 90%);   

O atual estado da arte não permite antever  soluções  tecnológicas eficazes para aumentar a produção, particularmente através da dessalinização da água do mar (o processo é ainda caro e demanda exageradas quantidades de energia); 

Incapacidade econômica para  implantar as obras de  infra‐estrutura hidráulica necessárias no Brasil; 

Estabelecer condições para um eficaz aproveitamento das oportunidades econômicas que uma eventual crise futura de água possa apresentar. 

Novos Paradigmas: 

Valorização dos recursos hídricos como capital de realização atual e futuro; 

Racionalidade no processo de desenvolvimento; 

Ampliação de mecanismos para estímulo e apoio a iniciativas de conservação e uso sustentável dos recursos hídricos e da biodiversidade e para inibir ações degradantes dos recursos hídricos, no meio ambiente e da diversidade biológica e genética; 

Combinação de preservação e desenvolvimento sustentável com alta tecnologia; 

Intervenção  estratégica  do  Estado,  complementada  com  setores  sustentáveis  no  mercado mundial: na proteção do meio ambiente e uso sustentável dos recursos hídricos, garantindo a soberania sobre o território nacional e em especial sobre a Amazônia. 

Por mais vantagens relativas que o Brasil possui, o país não está imune aos conhecidos problemas que  envolvem  os  recursos  hídricos.  A  solução  reside  num  conjunto  integrado  de  iniciativas, gestões, legislação, visão solidária e conhecimento técnico.   

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3ANEXO 1 

LICENCIAMENTO  AMBIENTAL  

As  condicionantes  impostas  pelos  Órgãos  Licenciadores  para  emitir  as  licenças  ambientais raramente inviabilizam a construção dos empreendimentos.  Porém, o cumprimento das exigências impostas  ‐ sem o qual não serão emitidas as  licenças ambientais, acarretam aumento dos gastos com meio ambiente por parte do investidor. 

A quantidade de condicionantes embutidas na emissão de licenças ambientais é sempre um ponto de  atenção no processo de  licenciamento. Muitas  vezes, boa parte das  condições  impostas  aos investidores diz respeito à ausência do Estado na prestação de serviços essenciais às populações locais ‐ e não a itens relacionados aos impactos ambientais e sociais da obra. Esta talvez tenha sido a maior  herança  do modelo  estatal  que  perdurou  até  a  dedada  de  90. Até  então,  os    grandes empreendimentos  hidrelétricos  eram  considerados  como  motor  de  desenvolvimento  regional onde se  inseriam. As grandes empresas do setor elétrico brasileiro, além de construírem as suas usinas, eram  responsáveis por  levar  infra‐estrutura básica  aos municípios da  região de  inserção destes  empreendimentos,  como  saúde,  segurança,  educação,  estradas  e,  muitas  vezes, implantando verdadeiras vilas que seriam embriões de cidades futuras. 

A  implantação de qualquer empreendimento de  infra‐estrutura deve ser seguida da devida ação eficaz  das  instituições  públicas,  o  que  é  fundamental  para  evitar  a  onerosidade  excessiva  nas tarifas de suprimento de energia elétrica. 

A  incerteza em torno dos valores a serem  investidos em medidas mitigatórias, compensatórias e indenizatórias  relativas  ao  meio  ambiente  tornou‐se  uma  das  maiores  preocupações  dos investidores  públicos  e  privados,  ocasionando  propostas  desnecessariamente  conservadoras  na apresentação de  ofertas durante o  leilão,  já que  todo  risco  é precificado, para  evitar  surpresas desagradáveis caso os investimentos sejam mais elevados do que o esperado. Ganha a concessão quem oferecer a menor tarifa. Na busca de segurança, calcula‐se pelo valor máximo, em prejuízo da modicidade tarifária,  prejudicando, em última instância, o consumidor. 

O  setor elétrico  tem percebido aumentos  significativos em  suas  tarifas e preços advindos entre outros motivos,  pelo  aumento  de  custos  socioambientais  não  gerenciáveis.  Acrescenta‐se  que, cada  vez mais,  déficits  de  investimentos  públicos  transformados  em  condicionantes  ambientais têm onerado os consumidores, por meio de majoração de tarifas e preços, e os  investidores, via redução do retorno de seus investimentos. 

O foco das atenções está voltado para o controle do risco de elevação dos custos, aperfeiçoando a qualidade  dos  projetos,  licitando  empreendimentos  com  Licença  Prévia,  articulando institucionalmente  junto  ao  legislativo  e  executivo  para  a  não  elevação  de  encargos  e responsabilidades  dos  empreendedores,  etc.  Porém  a  cada  dia  que  passa  as  questões socioambientais se mostram cada vez mais complexas e onerosas. 

Ações  de  resgate  de  passivos  socioambientais  não  imputáveis  aos  empreendimentos,  quando excessivamente custeadas pelos empreendedores e indiretamente aos consumidores por meio das tarifas e preços, aumentam a percepção de riscos dos agentes: risco de redução do retorno de seus investimentos  e  de  intervenção  governamental  no  setor.  Certamente,  a  sustentabilidade econômica  do  setor  ficará  comprometida  e,  como  setor  de  infra‐estrutura,  afetará  toda  a economia do país. 

Dentre os custos ambientais não‐gerenciáveis destacamos: 

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4ANEXO 1 

Ações de mitigação, compensação e indenização de impactos causados pelo empreendimento não  previstas  nos  documentos  integrantes  do  processo  licitatório:  Ações  originalmente  não previstas  no  EIA  –  RIMA, Ações  resultantes  de  TACs  –  Termos  de Ajustamento  de  Conduta, Ações resultantes de TCAs – Termos de Compromisso Ambiental, Ações resultantes de Decisões Judiciais, Exigências excessivas do  licenciador  resultantes de assimetrias na discricionaridade dos  atos  e  decisões  dos  colaboradores  do  Licenciador  pela  ausência  de  regras  claras  na elaboração ou  interpretação dos PBA´s, Déficits de  investimentos públicos –  inclusive pleitos municipais – não imputáveis ao empreendimento; 

Variação das quantidades ou verbas em função da dinâmica de ocupação do solo e do processo migratório  (direitos  constitucionais  de  ir  e  vir,  organização  social,  livre  iniciativa,  etc.  até  a posse do  imóvel pelo empreendedor) não previstos nos documentos  integrantes do processo licitatório; 

Aumento dos custos de  implantação decorrentes da paralisação  (pagamento de empreiteiras mobilizadas,  multas  contratuais,  aditamentos  de  contratos  de  fornecimento  para restabelecimento do equilíbrio econômico‐financeiro, etc.) das obras por decisão  judicial por motivos não imputáveis ao Empreendedor. 

A  intervenção  do  Judiciário  na  suspensão  e  interrupção  dos  procedimentos  de  licenciamento ambiental,  sem  que  esses  tenham  oportunidade  de  serem  concluídos  na  esfera  administrativa, afetam a credibilidade e interferem na segurança jurídica dos empreendimentos. 

O  Art.  170.  da  C.F.  que  trata  da  ordem  econômica  e  financeira  registra  “A  ordem  econômica, fundada na valorização do  trabalho humano e na  livre  iniciativa,  tem por  fim assegurar a  todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:  

I ‐ soberania nacional;  

II ‐ propriedade privada;    

VI  ‐ defesa do meio ambiente,  inclusive mediante  tratamento diferenciado  conforme o  impacto ambiental dos produtos e  serviços e de  seus processos de elaboração e prestação;  (Inciso  com redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003) 

VII ‐ redução das desigualdades regionais e sociais;  

VIII ‐ busca do pleno emprego;  

Parágrafo  único.  É  assegurado  a  todos  o  livre  exercício  de  qualquer  atividade  econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.” 

Para tanto é necessário considerar que vivemos num mundo real, capitalismo real =  inserção no mundo  globalizado,  portanto  são  necessárias  decisões  sem  fantasias  voluntárias  que  levem  a soluções  imaginárias,  procurando  promover  a  administração  do  possível,  evitando  o  perigo  do desconstrutivismo por um ideal utópico – cultivo da impossibilidade. Isto significa que “não pode”, o  nada  pode,  sempre,  gera  distorções  e  ditadores,  pois  solidifica,  no  desejo  social,  a  idéia  da necessidade  de  se  ter  um  “salvador  da  pátria”,  além  de  não  assegurar  efetivamente  o cumprimento dos preceitos constitucionais. 

Considerando a  inexistência de pressupostos científicos  inquestionáveis: A ciência como verdade provisória  ‐ o que é certo hoje,  tornar‐se‐á  insustentável amanhã  ‐ mas, enquanto esta verdade apresentar  consistência e  sustentabilidade, ela deve  ser  tomada  como parâmetro para decisões que  incorram  em menos  erros. Os  EIA‐RIMA´s podem não  expressar  a palavra  final  em  termos científicos e técnicos. 

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5ANEXO 1 

Paralelamente percebe‐se uma atividade normativa frenética no CONAMA – Conselho Nacional de Meio  Ambiente,  no  CNRH  –  Conselho  Nacional  de  Recursos  Hídricos  e  em  vários  órgãos regulamentadores  setoriais  e  regionais,  síndrome  comportamental  que  configura  verdadeira “febre  legislativa”,  resultando na edição aleatória e cartorial de  resoluções, portarias,  instruções normativas e circulares de validade jurídica questionável e eficácia duvidosa; 

O  sistema  público  de  gestão  ambiental  está  “compensando”  sua  frustração  por  não  conseguir impedir a degradação, com uma avalanche de medidas normativas puramente emocionais. Essas medidas  se  traduzem  em mais  papel, mais  burocracia, mais  ineficiência;  no  entanto,  criam  um horizonte  formal,  fictício, que maquia a dura  realidade que nossos gestores ambientais, por não poderem  resolvê‐la,  negam‐se  a  vê‐la.  Estamos  vivendo  uma  sublimação  oficial  com  efeitos burocráticos!  Sob  o  manto  da  “precaução”,  por  exemplo,  estamos  construindo  um  ambiente normativo e comportamental público, que conspira contra a continuidade do Estado Democrático de Direito. 

Este não é um privilégio apenas do SISNAMA e do SINGREH. Desde 05 de outubro de 1988 (data da promulgação  da  atual  Constituição  Federal),  até  05  de  outubro  de  2008  (seu  20º  aniversário), foram  editadas no Brasil  3.776.364  (três milhões,  setecentos  e  setenta  e  seis mil  e  trezentos e sessenta e quatro) normas que regem a vida dos cidadãos brasileiros. Isto representa, em média, 517 normas editadas  todos os dias ou 774 normas editadas por dia útil. Em matéria  tributária, foram editas 240.210 normas São mais de 2 normas  tributárias por hora Em 20 anos, houve 13 reformas tributárias Foram criados  inúmeros tributos, como: CPMF, COFINS, CIDES, CIP, CSLL, PIS IMPORTAÇÃO, COFINS  IMPORTAÇÃO,  ISS  IMPORTAÇÃO. Foram majorados praticamente  todos os tributos. 

As  demandas  ambientais  são  cada  vez mais  complexas  e mais  onerosas.  São  transferidos  ao empreendedor  os  tratamentos  de  questões  que  competem  ao  Poder  Público  harmonizar regionalmente: conflitos entre políticas públicas e os interesses de proteção do meio ambiente. Os custos socioambientais representam entre 5 % a 30 % do valor total de um empreendimento de geração. Os custos sociais variam entre 60 % a 80 % do valor total dos custos socioambientais e aproximadamente 50 % deles representam déficit de investimentos públicos.  

Das  novas  condicionantes  ambientais  capazes  de  causar  significativo  desequilíbrio  econômico‐financeiro por aumento de custos socioambientais não gerenciáveis, 70% ocorrem nas etapas de Licença de Instalação (LI) e da Licença de Operação (LO). 

DAS  DIFICULDADES  PARA  O  LICENCIAMENTO  AMBIENTAL  

DO SISTEMA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 

A  politização  do  processo  de  licenciamento  impede  a  competente  integração  entre  os componentes do SISNAMA; 

Conflitos entre os órgãos de âmbito nacional, estadual e municipal; 

Atuação  pontual,  não  sistêmica,  com  nível  reduzido  de  diálogo  entre  os  agentes  públicos, resultando em grande dispersão, sobreposição de atuação e exigências conflitantes; 

A emissão da LP e da LI não garante o equacionamento das questões ambientais e o sucesso da implantação do empreendimento; 

Procedimentos  insuficientemente  regulados,  gerando  dilatações  nos  prazos  dos  processos  e 

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6ANEXO 1 

nos cronogramas de implantação de empreendimentos; 

Indefinições  de  natureza  conceitual,  metodológica  e  normativa  referente  a  aspectos  do processo de  licenciamento ambiental, tais como Áreas de Preservação Permanente, Reservas Indígenas, Patrimônio Histórico e Arqueológico, Remanejamento de Grupos Populacional; 

Insuficiência  de  critérios  e  procedimentos  regulatórios  a  serem  observados  pelos  órgãos ambientais, relativos aos estudos ambientais; 

Participação e acompanhamento  incipiente dos Órgãos Ambientais no ciclo de planejamento do setor elétrico. 

 

DOS INSTRUMENTOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 

Análise  dos  impactos  cumulativos  de  várias  atividades  e  empreendimentos  em  uma  bacia hidrográfica; 

Definição  dos  limites  geográficos  das  áreas  direta  e  indiretamente  afetadas  e  área  de influência. 

 

DA CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS 

Insuficiência  de  critérios  específicos  para  o  enquadramento  dos  empreendimentos/listagem das tipologias que definiriam os critérios de exigibilidade do processo de licenciamento. 

 

DA EXIGIBILIDADE DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL 

Ausência de definição concreta e explícita do conceito de significativo impacto ambiental; 

Exigência de elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica ou Avaliação ambiental  Integrada pelos Empreendedores; 

Critérios  de  classificação  como  atividade  ou  empreendimento  causadores  de  significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. 

 

DOS PROCEDIMENTOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 

Judicialização dos processos de licenciamento; 

Assimetria na discricionaridade dos  atos e decisões dos  colaboradores do  IBAMA e OEMA´s pela ausência de definições claras e  regras que aumentem a segurança  jurídica das decisões tomadas; 

Interferências do Ministério Público e Procuradorias  Federal e Estaduais em questões  sócio‐ambientais,  sem  a  retaguarda  técnica  adequada  dos  Empreendedores  e Órgãos Ambientais, com sérias conseqüências na implantação de empreendimentos; 

Exigências excessivas dos órgãos governamentais; 

70% dos projetos submetidos à avaliação do Ibama e dos OEMAS´s poderiam estar no âmbito municipal (superior a 30 mil processos ano); 

Atos  administrativos  imotivados,  sem  indicação  dos  fatos  e  dos  fundamentos  jurídicos  que amparam a recusa de aprovação dos estudos ambientais; 

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7ANEXO 1 

Indefinição  da  data  limite  de  fechamento  do  Cadastro  socioeconômico  para  inclusão  das famílias afetadas pelo empreendimento; 

Prazos para manifestação da anuência prévia do IPHAN, FUNAI, etc.; 

Cada empreendimento com  impacto ambiental precisa ser analisado separadamente, mesmo sendo de uma "espécie" de projeto com similaridade a outros projetos, que permitiriam um "efeito vinculante" na sua  análise conjunta; 

Desigualdade  socioeconômica  no  rateio  do  aumento  dos  custos  das  medidas mitigadoras, compensatórias  e  indenizatórias  nas  ações  ambientais  decorrentes  do  processo  de licenciamento expresso na estrutura tarifária dos serviços públicos; 

Ausência de padronização dos documentos requisitados; 

O  processo  de  licenciamento  ambiental  das  usinas  é  extremamente  controverso,  com  forte intervenção política e pareceres técnicos não raro contraditórios sobre a viabilidade e os riscos socioambientais inerentes aos projetos; 

Historicamente  a  legislação  ambiental  brasileira  não  tratou  as  questões  urbanas  como questões  ambientais.  Os  problemas  urbanos  são  problemas  ambientais  e  neste  século  se constitui no maior desafio das autoridades públicas. A dívida social e ambiental são causas e conseqüências  da  crise  urbana  habitacional.  É  necessário  o  reconhecimento  dos  problemas urbanos  como problemas ambientais – a  irregularidade urbana é um problema ambiental e constitui‐se  em  política  pública  a  ser  desenvolvida  pelas  cidades  sustentáveis,  tendo  por desafio envolver os diversos órgãos da Administração Pública; 

Ausência do Poder Concedente acompanhando os desvios do EIA‐RIMA. 

 

DA OUTROGA PELO DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS 

Resolução da ANA não caracteriza efetivamente os valores outorgados para as UHE´s anteriores a 19/12/02; 

Utilização de curva de remanso para decamilenar no cálculo das áreas, para definição da cota de rateio da compensação financeira pela utilização de recursos hídricos dos municípios; 

Ausência de procedimentos para conversão da Reserva de Disponibilidade Hídrica em Outorga de direito de uso dos recursos hídricos; 

Equacionamentos  associados  aos  usos  múltiplos  e,  eventualmente,  concorrências  desses recursos  hídricos,  em  suas  feições  socioeconômicas,  ambientais  e  estratégicas,  relativas  à pesca, abastecimento urbano, saneamento básico, irrigação, transporte, uso industrial, lazer e etc.; 

Pareceres  contraditórios  sobre os  impactos dos  sedimentos  sobre os  reservatórios,  além da falta de estudos sobre as possíveis mudanças na escala regional, com possível assoreamento e alteração no regime de chuvas, afetando as vazões dos rios e capacidade dos reservatórios; 

Existem no sistema restrições operativas de caráter estrutural, como as de vazões mínimas a jusante dos reservatórios para proteção da ictiofauna e da morfologia fluvial, ou para captação de  água  para  as  populações,  ou  ainda  para manutenção  da  navegação,  que  têm  que  ser consideradas.  

 

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8ANEXO 1 

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ‐ APP´s 

Obrigatoriedade de aquisição e implicações econômicas; 

Definição Espacial X Aplicação; 

Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório; 

Aplicabilidade das normas ao longo do tempo. 

 

DA AUTORIZAÇÃO PARA SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO ‐ ASV 

Prazos  da  ASV  incompatíveis  com  o  cronograma  de  implantação  ou  operação  dos empreendimentos; 

ASV  emitidas  com  prazo  de  validade  incompatível  com  a  execução  dos  serviços  de manutenção; 

Problemas  com as  LTs antigas e  sem a  regularização do  licenciamento ambiental quando da solicitação da ASV; 

Alto risco de desligamentos no sistema interligado pela insuficiência de limpeza de faixa; 

Cancelamentos  de  processos  licitatórios  de  limpeza  de  faixa  em  decorrência  de  atrasos  na emissão da ASV; 

Dificuldade de obtenção das ASV´s pela inexistência da DUT – Declaração de Utilidade Pública; 

Ausência de procedimentos para emergências considerando as penalidades estabelecidas pela Lei  de Crimes Ambientais  9.605/98 e pelo Decreto 3.179/99; 

Inexistência de procedimentos para tratar os casos de emergência ; 

Morosidade na tramitação do  processo; 

Dificuldades para definir procedimentos; 

Exigências diversificadas de cada GEREX do IBAMA e dos OEMAs 

Alto  valor  das  multas  aplicadas  pelo  ONS  pela  insuficiência  da  limpeza  de  faixa  no comprometimento da confiabilidade do sistema; 

Exigência de Compensação Ambiental; 

Sendo a compensação ambiental estabelecida pela MP 2.166/01 a mesma estabelecida pela Lei 9.985/00 que  institui o SNUC, existe uma  lacuna no marco regulatório para emissão pelo IBAMA(?) da ASV em um empreendimento com licenciamento estadual; 

Conflito de competência entre o IBAMA e órgãos estaduais para emitir ASV para as APPs e fora delas; 

Exigências de procedimentos não aplicáveis as LTs; 

Atualmente, a ANEEL não emite Resolução declarando a utilidade pública de  toda a área da faixa de servidão das LTs; 

A  Declaração  de  Comprometimento  exigida  pela  Portaria  IBAMA  113/95  conflita  com  o objetivo da ASV; 

Exigência da Reposição Florestal. 

 

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9ANEXO 1 

DO BLOQUEIO DAS ÁREAS PELO DNPM 

Lançamento  de  Edital  de  Licitação  pelo  DNPM  para  áreas  com  concessão  outorgada  para implantação e operação de empreendimentos hidrelétricos; 

Conflito entre a interpretação e aplicação da legislação setorial pela Diretoria do DNPM e pelos Distritos Descentralizados; 

A questão do bloqueio ou exclusão das áreas que  já  são objeto de Alvarás de Pesquisa que interferem com os aproveitamentos hidrelétricos; 

Insuficiência de critérios e procedimentos para bloqueio eficiente das atividades de exploração de direitos minerários; 

Elaboração  de  processos minerários  para  as  escavações  exigidas  ou  quaisquer  jazidas  que forem  necessárias  ao  empreendimento,  com  respectiva  criação  de  empresa  mineradora, recolhimento de CEFEM, ICMS e demais encargos e tributos. 

 

DAS OBRIGAÇÕES DOS EMPREENDEDORES 

Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; 

Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da Licença; 

Qualidade inadequada dos estudos ambientais; 

Postura inadequada de alguns Empreendedores; 

Indefinição  de  abrangência  e  de  limites  relativos  às  responsabilidades  dos  empreendedores quanto a programas de compensação de interesse municipal e regional; 

Consideração incipiente da variável ambiental no processo decisório. 

 

DA QUALIDADE DOS EIA/RIMAs e ESTUDOS AMBIENTAIS 

Em 2005 o  IBAMA disponibilizou um Termo de  referência padrão para elaboração do estudo de impacto ambiental e o respectivo relatório de  impacto ambiental – EIA/RIMA de aproveitamento hidrelétrico.  Ele  tem  como  objetivo  determinar  a  abrangência,  os  procedimentos  e  os  critérios gerais para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental  (RIMA),  instrumentos de  licenciamento ambiental para Aproveitamentos Hidrelétricos (AHE). O mesmo é ajustado às características específicas do projeto e do ambiente de sua inserção. 

Para  o  licenciamento  ambiental  do  empreendimento,  o  responsável  legal  por  sua  implantação deve  elaborar  EIA  baseando‐se  no  Termo  de  Referência,  o  qual  tem  por  finalidade  fornecer subsídios  genéricos  capazes  de  nortear  o  desenvolvimento  de  estudos  que  diagnostiquem  a qualidade ambiental atual da área de implantação do AHE e sua inserção na bacia hidrográfica. 

A  partir  dos  dados  específicos  levantados  na  Ficha  de  Abertura  de  Processo  (FAP)  e  no mapeamento  fornecido  pela  Base  de  Dados  SINIMA  (Sistema  de  Informações  sobre  o  Meio Ambiente) o TR é ajustado possibilitando uma avaliação integrada dos impactos ambientais, tanto para  aqueles  isolados  e  relacionados  especificamente  com  o  empreendimento  quanto  os cumulativos, que apresentam efeitos sinérgicos com demais projetos inventariados e propostos ou em implantação/operação na área de inserção. 

A quantidade de vezes que o órgão ambiental exige novas informações e documentação e variável de empreendimento para empreendimento: 

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10ANEXO 1 

É inversamente proporcional a qualidade dos estudos apresentados e a pressão exercida sobre os técnicos envolvidos no licenciamento para que a licença não seja expedida; 

Tem  sido  utilizado  como  expediente  para  protelação  do  licenciamento  quando  a  pressão exercida  pelo  MP  amparada  na  Lei  de  Crimes  Ambientais  e/ou  a  Lei  de  Improbidade Administrativa, pela  aversão  ao  risco dos  funcionários que  estão  licenciando.  Tal  risco  força esses agentes públicos a  serem extremamente  conservadores na análise de autorizações ou permissões, diante do risco de serem processados criminalmente. O resultado disso é que as licenças ambientais necessárias para os projetos de infra‐estrutura têm sido sistematicamente adiadas  pela  complementação  de  termos  de  referência  e  exigência  de  novas  informações  e documentação; 

Os  desenhos  dos  projetos  raramente  têm  sido  alterados  pela  rigidez  locacional  dos empreendimentos  hidrelétricos  e,  a  necessidade  de  inventários  atualizados  e  de  estudos integrados  de  bacia  que  já  promoveram  conceitualmente  a  escolha  da melhor  relação  custo  x benefício socioambiental na divisão de quedas e configuração do empreendimento. 

Não são identificadas restrições quanto ao nível de capacitação dos técnicos do setor privado para atendimento das demandas dos órgãos  licenciadores. Seguem as  regras/normas/regulamentos e estão aprimorando experiências anteriores. 

Com a pulverização da  terceirização por parte das Empresas Projetistas no desenvolvimento de seus  projetos,  cresceu  expressivamente  a  necessidade  de  assegurar  a  integração  dos produtos/projetos desenvolvidos separadamente.  

É  fator crítico de sucesso não só um maior rigor na exigência de qualidade em todos os estudos ambientais contratados, mas também a “Quarteirização” dos estudos contratados, para respectivo controle de qualidade dos estudos apresentados.  

Em geral os EIA/RIMA´s atendem os Termos de Referência negociados entre os licenciadores e os empreendedores.  Os  principais  problemas  reais,  riscos  potenciais  e  não  conformidades  dos EIA/RIMA´s são: 

 

DO TERMO DE REFERÊNCIA (TR) 

Recomendações do TR repassadas em etapas posteriores a LI; 

Deficiências geradas em estudos ambientais motivadas por falhas na elaboração do termo de referência; 

Ausência  de  padronização  de  quesitos  por  tipo  de  empreendimento,  para  aqueles  aspectos invariáveis comuns aos mesmos; 

Assimetria de abordagens entre o IBAMA e os Órgãos Estaduais de Meio Ambiente ‐OEMA´s; 

Participação insuficiente de outras instituições (FUNAI, IPHAN  e outros) na elaboração dos TR´s 

Insuficiência de diretrizes metodológicas e referências sobre temas ou problemas a receberem tratamento mais detalhado. 

 

DOS ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL 

Não atendimento pleno das exigências contidas nos Termos de Referência; 

Repetição  de  estudos  ambientais  na  mesma  região,  para  diferentes  empreendimentos: 

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11ANEXO 1 

diversos investidores são obrigados a repetir pesquisas idênticas, resultando em desperdício de recursos e perda de oportunidades; 

Algumas  ações nos Projetos Básicos Ambientais  são  somente  sugeridas, não determinantes. Em  função  da  experiência do  técnico  (fiscalização) pode  variar  a  forma de  aplicação,  sendo suscetível a modificações durante o processo; 

Desconsideração  da  bacia  hidrográfica,  dificultando  significativamente  o  conhecimento  dos conflitos socioambientais; 

Caracterização da área baseada predominantemente em dados secundários; 

Delimitação  das  áreas  de  influência  sem  alicerce  nas  características  e  vulnerabilidades  dos ambientes naturais e nas realidades socioregionais; 

Falta de integração dos dados de estudos específicos; 

Deficiências detectadas em estudos mesmo  tendo  sido  cumpridas  todas  as exigências  feitas pelos órgãos licenciadores; 

Ausência de proposição de alternativas; 

Apresentação de alternativas reconhecidamente inferiores (inexeqüíveis) à selecionada no EIA; 

Comparação de alternativas a partir de base de conhecimento diferenciada; 

Ausência ou insuficiência de informações sobre a metodologia utilizada; 

Proposição de execução de atividades de diagnóstico em etapas do licenciamento posteriores à LP; 

Utilização de dados muito  genéricos  com pouca  especificidade dificultando o  conhecimento das demandas apresentadas nos TR´s; 

Inexistência de pressupostos científicos inquestionáveis: A ciência como verdade provisória ‐ o que é certo hoje, tornar‐se‐á  insustentável amanhã  ‐ mas, enquanto esta verdade apresentar consistência  e  sustentabilidade,  ela  deve  ser  tomada  como  parâmetro  para  decisões  que incorram  em menos  erros. Os  EIA‐RIMA´s  podem  não  expressar  a  palavra  final  em  termos científicos e técnicos. 

 

MEIO FÍSICO E BIÓTICO 

Ausência ou  insuficiência de dados quantitativos  sobre  a  vegetação  (inventários  florísticos e faunísticos); 

Ausência de dados sobre organismos de determinados grupos ou categorias; 

Informações inexatas, imprecisas ou contraditórias; 

Superficialidade ou ausência de análise de eventos singulares (cheias e secas); 

Insuficiência de mapas temáticos; 

Ausência de dados que abarquem um ano hidrológico, no mínimo; 

Ausência de diagnóstico de sítios de reprodução (criadouros) e de alimentação de animais; 

Deficiências de amostragem para diagnóstico; 

Caracterização "incompleta" de águas, sedimentos, solos e resíduos, ar, etc.; 

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12ANEXO 1 

Desconsideração  da  interdependência  entre  precipitação  e  escoamentos  superficial  e subterrâneo; 

Utilização de mapas em escala inadequada, desatualizados e ou com ausência de informações. 

 

MEIO ANTRÓPICO 

�  Pesquisas insuficientes e metodologias ineficazes; 

�  Conhecimento insatisfatório dos modos de vida de coletividades socioculturais singulares e de suas redes intercomunitárias; 

�  Insuficiência ou ausência de estudos orientados pela acepção de patrimônio cultural; 

�  Caracterizações socioeconômicas regionais genéricas, não articuladas às pesquisas diretas locais; 

�  Não  adoção  de  uma  abordagem  urbanística  integrada  em  diagnósticos  de  áreas  e populações urbanas afetadas. 

 

IDENTIFICAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE IMPACTOS 

Não identificação de impactos relevantes (inclusive indiretos); 

Não identificação de impactos mutuamente excludentes; 

Ausência de avaliação da cumulatividade e sinergia dos impactos; 

Identificação parcial de impactos; 

Subtilização ou desconsideração de dados dos diagnósticos; 

Omissão de dados e ou justificativas quanto à metodologia utilizada para arrogar os pesos aos atributos dos impactos; 

Tendência à minimização dos impactos negativos e à supervalorização dos impactos positivos; 

Indicação de impactos genéricos. 

 

MITIGAÇÃO E COMPENSAÇÃO DOS IMPACTOS 

Proposta  inicial  de  compensações  de  perdas  no  deslocamento  compulsório  de  populações baseadas em diagnósticos inadequados; 

Proposição de medidas que não são a solução para mitigação do impacto; 

Ausência de avaliação da eficiência das medidas mitigadoras  propostas; 

Indicação de obrigações ou impedimentos, técnicos e legais, como medidas mitigadoras; 

Proposição  de  Unidade  de  Conservação  de  categoria  e  uso  sustentável  para  aplicação  dos recursos, em casos não previstos pela legislação; 

Indicação de medidas mitigadoras pouco detalhadas. 

 

PROGRAMAS DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO AMBIENTAL 

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13ANEXO 1 

Erros conceituais na indicação do monitoramento; 

Proposição de monitoramento insuficiente; 

Estipulação de prazos incompatíveis com época de ocorrências de impactos; 

Ausência de proposição de programa de monitoramento de impactos específicos. 

 

DO RIMA 

O Rima é um documento incompleto; 

Distorção dos resultados do EIA, no sentido de minorar os impactos negativos; 

Emprego de linguagem inadequada; 

As complementações do EIA não são incorporadas no RIMA. 

 

DOS PRAZOS 

Atraso na análise dos EIA‐RIMA´s e a demora para emissão das  licenças aumentam o período de implantação das UHE´s, reduzindo a fase de operação numa concessão fixa de 35 anos; 

Prazos insuficientes para a realização das pesquisas de campo; 

Prazo de Validade da LI incompatível com o prazo de construção/implantação; 

Prazos  de  Validade  da  LO´s  são  extremamente  diversificados    e  mesmo  curtos  (1)  ano, incompatível com o prazo de concessão e dinâmica do empreendimento; 

A proximidade temporal na implantação dos projetos poderá resultar na ocorrência de efeitos sinérgicos, não somente durante a operação, mas desde a fase de construção, indicando não só a necessidade de realização de estudos sócio‐ambientais de  forma  integrada, mas também a avaliação de incertezas e riscos associados aos planos de expansão propostos no PDEE. 

 

DOS CUSTOS MAJORADOS 

Politização das demandas dos municípios por déficit de investimento público; 

Enorme quantidade de pleitos municipais não imputáveis ao aproveitamento; 

As  obrigações  de  reassentamentos  não  previstos  chegam  a  custar  até  seis  vezes  os  valores superiores praticados pelo Incra; 

Aumento do número de famílias a serem indenizadas, ou relocadas; 

Aumento de beneficiários pelo desmembramento das propriedades, maioridade dos herdeiros ou constituição de nova unidade familiar; 

Aumento da aquisição de áreas para reassentamento de famílias; 

Ocorrência de Bloqueios  e  Invasões do MAB  (Custos de Paralisação de Obra  / Atendimento Logístico para Autoridade Policial / Reparação de Depredações / Horas Ociosas); 

Princípio  da  responsabilidade  (ou  da  reparação  integral  do  dano  ambiental)  onde  não  há espaço para estabelecimento de limites máximos para indenizações e nem para as reparações; 

A legislação não determina valores máximos para as indenizações e tampouco para a  taxa de 

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14ANEXO 1 

compensação ambiental; 

Aumento da reorganização / relocação da infra‐estrutura e apoio aos serviços municipais; 

Aumento da relocação de benfeitorias das propriedades não inviabilizadas; 

Especulação com o preço da terra/hectare das áreas a serem indenizadas; 

Aumento da indenização de áreas remanescentes que restam economicamente inviabilizadas; 

Aumento da área a ser desmatada no entorno do reservatório e preço do hectare desmatado; 

A ocorrência de efeitos  indutores do desenvolvimento regional, considerando a possibilidade de  interação  com  os  planos  e  projetos  públicos  e  privados  para  a  região,  requer  uma  clara distinção dos benefícios e  custos  associados  ao  setor elétrico e  aqueles  atribuíveis  a outros setores econômicos e sociais, como forma de viabilizar ambientalmente os projetos sem onerar os consumidores de energia elétrica. 

 

EXIGÊNCIAS DE RESERVA LEGAL PARA EMPREENDIMENTOS DO SETOR ELÉTRICO 

Solicitação de  cumprimento da  suposta obrigação prevista no Código  Florestal de  averbar  a Reserva Legal para os empreendimentos do Setor Elétrico tem gerado dúvidas e apreensão às Empresas, apresentando visões diferenciadas inclusive quanto à sua pertinência; 

Essa demanda tem origens diversas: órgãos ambientais, Ministério Público, ONG’s e empresas certificadoras das normas ISO 14.000, etc. 

A exigência de percentual acima do mínimo legal de 20%; 

Pedidos de constituição de RPPN como compensação à Reserva Legal; 

Incidência  de  reserva  legal  sobre  empreendimentos  novos  (licenciamento  ambiental)  e  em operação, tais como:  

Usinas  Hidrelétricas:  Área  inundada  do  reservatório,  Área  dos  canteiros  de  obras,  Área industrial das usinas, Propriedades relocadas, Áreas remanescentes e parcialmente atingidas; 

Subestações localizadas em área rural  

Linhas  de  Transmissão  quando  há  supressão  de  vegetação  para  constituição  da  faixa  de segurança 

Redes de Distribuição quando há supressão de vegetação para instalação ou manutenção; 

Inexistência  (?)  de  base  legal  para  instituir  a  Reserva  Legal,  considerando  as  demandas existentes,  o  potencial  de  aplicação  aos  empreendimentos  do  Setor  Elétrico  em empreendimentos declarados de Utilidade Pública; 

Excludentes de “responsabilidade”, considerando a base legal e jurisprudência (similaridade de defesa para ITR de áreas alagadas); 

Redundância com outros mecanismos de compensação ambiental, compensação florestal, APP, etc., considerando a base legal para caracterização de bis in idem; 

É pertinente obrigar averbar a Reserva legal de área considerada de Utilidade Pública? 

Ausência de previsão legal para a obrigação de averbar Reserva Legal. 

 

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15ANEXO 1 

DA REGULARIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS EM OPERAÇÃO E OU RENOVAÇÃO DAS LICENÇAS DE OPERAÇÃO 

Lacuna  nos  procedimentos  quando  é  solicitada  a  renovação  da  LO  e  o  Licenciador  não  se manifesta em tempo hábil, colocando o Empreendedor numa situação de ilicitude e passível de enquadramento no Art. 60 da Lei de Crimes Ambientais; 

Parecer AGU/PGF/IBAMA/PROGE Nº 286/03 defende a exigência da compensação ambiental nos  licenciamentos corretivos  sem  levar em conta que na época em que  foram  implantados não havia obrigação desta natureza; 

Do resgate arqueológico na faixa de deplecionamento dos reservatórios; 

Escassez de recursos humanos e materiais comprometendo a capacidade para acompanhar e monitorar o cumprimento das condicionantes das licenças; 

Empreendimentos hidrelétricos em operação a mais de 9 anos já recolheram 100% do total do investimento em tributos e indiretamente contribuíram em 0,5% com o meio ambiente. 

A  CADEIA  DE  RELACIONAMENTO  ENTRE  OS  ATORES  ENVOLVIDOS  NO  LICENCIAMENTO  AMBIENTAL  

As condições para a interação dependem da existência de agentes sociais interlocutores em ambos os lados, contando com alguns elementos em comum, tais como: 

Mútua disposição e reconhecimento dos agentes sociais antagônicos; 

Objetivos declarados e expectativas recíprocas e complementares; 

Comunicação clara e definida; 

Espaços e momentos pré‐estabelecidos; 

Mudança de posições resultantes de afinidades com objetivos e/ou entre agentes; 

Contatos retroalimentadores que atualizem o conteúdo da comunicação; 

Reconhecimento da legitimidade das demandas dos agentes sociais antagônicos. 

A ausência ou a parcialidade de alguns desses aspectos pode resultar em inexistência de interação e, conseqüentemente, em não estabelecimento da cooperação e aumento de conflitos. 

De  certo modo,  o  relacionamento  entre  os  atores  envolvidos  no  licenciamento  ambiental  tem estabelecido  processos  incompletos  de  interação,  tendo  resultado  em  processos  cooperativos parcializados e conflitos. 

Os  grupos  de  interesse  e  principais  atores  que  participam  neste  processo  apresentam comportamento e objetivos diferentes: 

Movimentos Sociais: 

Aumentar número de famílias beneficiadas; 

Pauta permanente de demandas crescentes; 

Ações violentas de bloqueio de acessos; 

Ação perante os órgãos federais (IBAMA, MME); 

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16ANEXO 1 

Denúncias a ONU, imprensa,  MPF. 

Movimentos mais organizados reivindicam a adoção de termo de pleno consentimento da população  diretamente  atingida,  no  contexto  do  licenciamento  ambiental,  para  UHEs  e outros empreendimentos, relativo à avaliação dos impactos e ações ambientais propostas. 

Min. Público: 

Maiores compensações aos atingidos; 

Mais investimentos na região; 

Menores prazos de validade da Licença; 

Patrocina Ações Civis Públicas. 

Prefeitos: 

Suprir carências de serviços essenciais  impactados ou não  pelo empreendimento; 

Asfaltamento de estradas; 

Frota de Máquinas agrícolas; 

Balneários, praças, chafarizes e outras instalações de infra‐estrutura social.  

ONG’s: 

A  relação e negociação com elas  tanto  se estabelecem via MP, como por  representantes das  comunidades  afetadas,  na  mídia,  audiências  públicas  e  demais  espaços  aonde  o licenciamento venha ser discutido; 

Pressão na imprensa,  MPF, e atuação em redes; 

Ações civis públicas; 

Atuação  nas universidades; 

Vínculos com ONG’s internacionais; 

Ambientalistas radicais afirmam que só há uma única visão para um problema complexo, multidisciplinar,  que  é  a  questão  da  gestão  ambiental  e  a  formulação  de  uma  política ambiental  para  a  preservação  a  qualquer  custo  e  preço.  Tal  postura  expressa  a impossibilidade  da  explicitação  do  contraditório,  da  exposição  das  diferenças,  do estabelecimento de compromissos democráticos e do planejamento governamental. Nem os projetos ecologicamente corretos podem ser realizados.  

Nos  métodos  de  mobilização  do  movimento  ambientalista,  muito  quebra‐quebra  de audiências públicas; muita obstrução e poucos argumentos. 

Em  primeira  instancia  tentam  a  exaustão  negar  a  viabilidade  ambiental  e  a  respectiva emissão da Licença Prévia; 

Sendo concedida a LP, procuram  incorporar o maior número possível de condicionantes e “ganhos”  para  sociedade  e  se  “vingam”  na  renovação  da  LO  –  fazendo  com  que  o empreendedor assuma impactos que não são do empreendimento 

FUNAI: 

Estudos  e  compensações  para  os  índios  da  região,  independente  da    distância  e  de eventuais impactos; 

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17ANEXO 1 

Compensação de impactos causados pelas obras que podem incidir direta ou indiretamente sobre  as  terras  indígenas  sob  os  aspectos  ambientais,  social,  político  e  econômico,  nas diversas fases de planejamento, execução e operação do empreendimento 

O processo de negociação com as comunidades afetadas ocorre através de: 

Reuniões públicas participativas; 

Audiências públicas do projeto; 

Reuniões públicas fundiárias. 

A concepção de espaço social considera como atingidos todos os afetados (proprietários ou não) pelo empreendimento, passíveis de indenização, relocação, readequação ou remanejamento.  

O remanejamento de populações considera três frentes após a elaboração de estudos e interação social que identificam os impactos e atingidos: 

Indenização em dinheiro 

Terrenos 

Culturas 

Construções 

Auxílio remanejamento (em dinheiro) 

Apoio jurídico 

Aluguel (período) 

Mudança (distância) 

Custas (cartorárias e municipais) 

Reassentamento 

“Terra por terra” 

Compensação social 

A  gestão  do  território  se  faz  através  do  investimento  de  recursos  técnicos  e  financeiros  para  a elaboração de Planos Diretores das cidades  inseridas na área de  influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional em atendimento ao Estatuto das Cidades. 

Uma Audiência Pública reúne: 

Delírios; 

Desejos; 

Saudades e 

Vontades 

Uma  Audiência  Pública  bem  conduzida  seu  resultado  não  será  percebido  no  processo  de licenciamento.  Uma  Audiência  Pública mal  conduzida  seu  resultado    será  sempre  lembrado  e constituirá num obstáculo no processo de licenciamento. 

Raramente as discussões focam nos impactos do projeto, mas costumam derivar para temas mais amplos  como  políticas  públicas,  justiça  social.  Igualmente  tem  ocorrido  o  empoderamento  das mesmas  por  parte  dos  setores mais  radicais  e  articulados,  contra  a  instalação  de  hidrelétricas, 

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18ANEXO 1 

como o MAB, CIMI, MST, Pastoral da Terra, etc. Esta participação polarizada e radical tem colocado em  dúvida  a  legitimidade  dos  pleitos  apresentados,  inclusive  pelos  próprios  impactados diretamente pelos empreendimentos. 

A  expressão  “Participação  social”  é  uma  expressão muito  genérica  e  o  poder  deliberativo  dos Conselhos de Meio Ambiente nas três esferas da administração pública, associada à participação social, podem gerar assembleísmos pouco produtivos e ativismo ambiental em nome de um Órgão de  Estado,  com  conseqüentes  efeitos  de  pressão  política,  proliferação  de  burocracia, maiores gastos, e afastamento de investidores. 

Mensagens ainda não claras para a sociedade: 

Necessidade de investimentos em energia; 

Opções disponíveis para o Brasil com respectivos custos e interferências ambientais; 

Não há fonte de energia que não tenha interferência com o meio ambiente; 

Vantagens  da  ênfase  na  hidroenergia  com  complementação  térmica  do  ponto  de  vista econômico e ambiental (Para onde estamos indo com esta opção de matriz energética) 

Desmistificação de preconceitos e “crenças” 

“É  possível  economizar  até  50%  dos  investimentos  apenas  com  repotenciação  das  usinas  e redução das perdas na transmissão” 

“Os  empreendedores  ganham  muito  dinheiro  e  devem  arcar  com  todos  os  custos socioambientais mesmo que nada tenham a ver com o projeto” 

As usinas hidráulicas não são consideradas fontes renováveis (WWF) 

Sugestões para comunicação 

Atitude pró‐ativa em vez de reativa; 

Plano de comunicação com etapas clássicas: 

Pesquisa; 

Criação de veículos de comunicação (boletim, folheto, revista etc.); 

Definição de porta‐vozes; 

Monitoramento e pronta resposta aos “ataques”; 

Desenvolvimento de ações de impacto regional e local (evitar desinformação). 

Desafio  imposto  ao  Executivo  (Federal):  coordenar  agendas  e  políticas  públicas.  Exemplo  de política pública não coordenada e não convergente: PNAP – Plano Nacional de Áreas Protegidas: 

Define  princípios,  diretrizes  e  estratégias  para  o  estabelecimento  até  2015  de  um  sistema abrangente de áreas protegidas – foco nas Unidades de Conservação – UC’s 

Revisão  de  dezembro  2006  – mapa  das  áreas prioritárias para  criação  indicam  que  64%  do Território Nacional será algum tipo de UC’s 

Apenas 5,55% da área  total da Amazônia estaria disponível para antropização para a atual e FUTURAS GERAÇÕES enquanto estas premissas  forem verdadeiras. No bioma Mata Atlântica haveria um déficit de 31,23% da área deste bioma para honrar os compromissos brasileiros na demanda potencial por áreas protegidas 

O eventual  impacto da UHE numa área preferêncial para criação de UC´s poderá ser utilizado 

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19ANEXO 1 

como justificativa para negar a viabilidade ambiental do empreendimento; 

O PNAP não está considerando a necessidade de energia do país (Não no meu quintal ‐not  in my backyard): todos são a favor de energias limpas ‐ mas cada um de nós continua consumindo energia elétrica. Ela significa conforto, saúde, desenvolvimento e qualidade de vida. Embora as questões ambientais tenham avançado bastante ‐ não há mágica que faça as interferências dos empreendimentos desaparecerem, como por encanto. Desenvolvimento não rima com falta de energia elétrica. 

Não seria o caso de  também serem criadas Áreas Protegidas para a Exploração do Potencial Hidroelétrico? 

O grande desafio é o de  valorar os efeitos e perdas de  cunho  social,  cultural e psicológico que usinas hidrelétricas  geram  as populações  sob  sua  influência para,  a partir desse  conhecimento, propor o conjunto de ações mais eficaz para minorar e/ou compensar as interferências geradas. 

 

 

A COMO OS EMPREENDEDORES PARTICIPAM EFETIVAMENTE  DAS DISCUSSÕES AMBIENTAIS  NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 

Os  empreendedores  participam  das  discussões  ambientais  no  setor  elétrico  brasileiro, manifestando sobre planos, programas, projetos, projetos de lei e marcos regulatórios, através de: 

Consultas Públicas; 

Reuniões públicas participativas; 

Audiências públicas; 

Representação institucional em Órgãos Colegiados; 

Encaminhamento de emendas e sugestões; 

Articulação/negociação; com comissão dos representantes para o fim das manifestações; 

Dialogo com as lideranças; 

Aconselhamento persistente e ininterrupto; 

Veiculação de informações; 

Defesa da ordem jurídica; 

Encaminhamento de denúncias ao judiciário de abusos dos cooperados  

Solicitação de intermediação; 

Site; 

Newsletter; 

e‐mail; 

Releases; 

Entrevistas; 

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20ANEXO 1 

Visitas às redações; 

Almoço com jornalistas;  

Artigos de opinião; 

Artigos científicos; 

Vídeo‐releases; 

Anúncios pagos; 

Propaganda em rádio;  

Propaganda em TV; 

Propaganda em jornal; 

Mala direta;  

Patrocínio; 

Ou interagindo diretamente  com o(a): 

Ministério de Minas e Energia 

SECEX ‐ Secretaria Executiva  

CONJUR ‐ Consultoria Jurídica  

SPDE ‐ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético  

SEN ‐  Secretaria de Energia Elétrica  

CMSE ‐ Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico 

Agências Reguladoras e Entidades Vinculadas ao MME: 

ANEEL ‐Agência Nacional de Energia Elétrica; 

CCEE ‐ Câmara de Comercialização de Energia Elétrica; 

EPE ‐ Empresa de Pesquisa Energética;  

ONS ‐Operador Nacional do Sistema Elétrico; 

Organismos correspondentes quando existentes na esfera Estadual. 

Diretamente com o Ministério de Meio Ambiente: 

SECEX ‐ Secretaria Executiva  

SMCQ ‐ Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental  

SBF ‐ Secretaria de Biodiversidade e Florestas 

SRHU ‐ Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano 

SAIC ‐ Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental 

Órgãos Colegiados: 

CONAMA ‐ Conselho Nacional do Meio Ambiente 

CNRH ‐ Conselho Nacional de Recursos Hídricos 

Agências e Entidades Vinculadas ao MMA: 

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21ANEXO 1 

IBAMA ‐ Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis  

ICM ‐ Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 

ANA ‐ Agência Nacional de Águas 

Organismos correspondentes quando existentes na esfera Estadual. 

TCU ‐ Tribunal de Contas da União. 

Congresso Nacional. 

Associações e ONG´s: 

ABCE ‐ Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica  

ABDIB ‐ Associação Brasileira da Infra‐estrutura e Indústrias de Base 

ABRAGE ‐ Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica  

ACENDE.B ‐ Instituto Acende Brasil  

APINE ‐ Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica  

CNI ‐ Confederação Nacional da Indústria  

FIEMG ‐ Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais 

FIESP ‐ Federação das Indústrias do Estado de São Paulo 

FIESP  Federação das Indústrias do Estado de São Paulo 

FMASE ‐ Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico 

FUNCOGE ‐ Fundação COGE  

SIESP  ‐ Sindicato da Indústria da Energia no Estado de São Paulo 

TNC ‐  The Nature Conservancy 

Genericamente  os  empreendedores  participam  das  discussões  ambientais  no  setor  elétrico brasileiro interagindo, ao longo do processo de planejamento, implantação e operação de projetos elétricos: 

Interação  com  organismos  financiadores,  envolvendo  o  corpo  gerencial  das  empresas, podendo se dar em diferentes etapas de estudo e tendo implicações normativas e conceituais no projeto (por exemplo, as diretrizes socioambientais do Banco Mundial); 

Interação  com  universidades,  centros  de  pesquisas  e  empresas  consultoras,  visando  à elaboração  de  estudos,  envolvendo  principalmente  o  corpo  técnico  das  empresas  e pesquisadores.  Este  tipo  de  interação  perpassa  todas  as  fases  de  estudo  e,  por  vezes, estabelece, desde o início do ciclo de estudos, interações ao nível local e regional; 

Interação com órgãos normativos e  licenciadores, ocorre em momentos específicos durante o ciclo de planejamento e operação. Esta  interação  se dá entre as empresas, ANEEL,  IBAMA e órgãos  ambientais  estaduais,  de maneira  formal  através,  principalmente,  da  discussão  das características  do  projeto  e  dos  conseqüentes  requisitos  normativos,  tanto  em  função  da legislação ambiental, quanto dos critérios de concessão em vigor; 

Interação  com  órgãos  governamentais  e  administrativos  (articulação  interinstitucional), discussão técnica e gerencial com Ministérios Públicos, Secretarias de Estado, Prefeituras, etc., durante  as  fases  de  planejamento,  visando  à  busca  de  parcerias  para  a  implementação  de 

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22ANEXO 1 

ações específicas; 

Interação  direta  com  a  população  afetada  e  seus  representantes,  abrangendo  a  população rural,  urbana,  grupos  indígenas  e  quilombolas.  O  processo  de  participação  da  população afetada desenvolve‐se principalmente a partir dos estudos de viabilidade até a conclusão do empreendimento, envolvendo o corpo técnico e gerencial das empresas; 

Interação  com  entidades  ambientalistas,  organizações  não  governamentais  e  associações profissionais,  durante  diversas  etapas  do  projeto,  visando  esclarecer  aspectos  relacionados com medidas atenuadoras do  impacto ambiental, envolvendo o corpo técnico e gerencial das empresas; 

Interação com a população e órgãos públicos, na fase de operação, envolvendo principalmente o corpo técnico das empresas, visando à convivência e utilização das novas condições regionais na gestão dos reservatórios, por exemplo. 

A  interação  com  a  sociedade  é  inerente  ao  processo  de  obtenção  de  licença,  seja  através  dos órgãos ambientais que analisam os estudos de  impacto e o relatório de  impacto ambiental, seja através do espaço que se abre para a atuação de segmentos da sociedade, mediante ações diretas nos  órgãos  ambientais,  nos  conselhos  de meio  ambiente  ou  no  próprio  processo  de  audiência pública. 

O  ENVOLVIMENTO DA  SOCIEDADE  EM RELAÇÃO ÀS DISCUSSÕES DO  SETOR  ELÉTRICO PARA A IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS 

As possibilidades de interação nas etapas de planejamento estratégico, especialmente no longo e médio prazos, são concebidas para permitir a intervenção de atores sociais "representantes", seja ao nível parlamentar seja ao nível científico‐profissional. Quanto às possibilidades de participação no  processo  decisório  dessas  etapas,  os  atores  sociais  "representantes"  são  essencialmente  os parlamentares, devido às exigências legais. 

O questionamento ao processo decisório do  setor, e a necessidade de melhor entendimento de sua  operação,  aparecem  com  a  crescente  organização  da  sociedade  civil,  notadamente  dos movimentos de atingidos por barragens, comunidade científica e entidades ambientalistas. 

As experiências de interação do setor elétrico ainda indicam um descompasso entre os momentos decisórios previstos no planejamento e as práticas das empresas de energia elétrica, dos órgãos de licenciamento e dos outros órgãos envolvidos.  

O planejamento do setor apresenta um caráter quase autônomo, quando poderia ser uma parcela de um Projeto de Desenvolvimento Nacional. É extremamente difícil mobilizar os representantes dos atores sociais para dar sustentação ao planejamento do setor elétrico. 

Genericamente o envolvimento da sociedade em relação às discussões do setor elétrico ao longo do processo de planejamento, implantação e operação de projetos elétricos ocorrem das seguintes formas de interação: 

Interação com organismos financiadores, realizada interna ou externamente ao setor, este tipo de interação envolve o corpo gerencial das empresas, podendo se dar em diferentes etapas de estudo  e  tendo  implicações normativas  e  conceituais no projeto  (por  exemplo,  as diretrizes sócioambientais do Banco Mundial); 

Interação  com  universidades,  centros  de  pesquisas  e  empresas  consultoras,  visando  a 

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23ANEXO 1 

elaboração de estudos, envolve principalmente o corpo técnico das empresas e pesquisadores. Este  tipo  de  interação  perpassa  todas  as  fases  de  estudo  e,  por  vezes,  estabelece,  desde  o início do ciclo de estudos, interações ao nível local e regional; 

Interação com orgãos normativos e  licenciadores, ocorre em momentos específicos durante o ciclo de planejamento e operação. Esta  interação  se dá entre as empresas, ANEEL,  IBAMA e orgãos  ambientais  estaduais,  de maneira  formal  através,  principalmente,  da  discussão  das características  do  projeto  e  dos  conseqüentes  requisitos  normativos,  tanto  em  função  da legislação ambiental, quanto dos critérios de concessão em vigor; 

Interação  com  orgãos  governamentais  e  administrativos  (articulação  interinstitucional), discussão técnica e gerencial com Ministérios Públicos, Secretarias de Estado, Prefeituras, etc., durante  as  fases  de  planejamento,  visando  a  busca  de  parcerias  para  a  implementação  de ações específicas; 

Interação  direta  com  a  população  afetada  e  seus  representantes,  abrangendo  a  população rural,  urbana,  grupos  indígenas  e  quilombolas.  O  processo  de  participação  da  população afetada desenvolve‐se principalmente a partir dos estudos de viabilidade até a conclusão do empreendimento, envolvendo o corpo técnico e gerencial das empresas; 

Interação  com  entidades  ambientalistas,  organizações  não  governamentais  e  associações profissionais,  durante  diversas  etapas  do  projeto,  visando  esclarecer  aspectos  relacionados com medidas atenuadoras do  impacto ambiental, envolvendo o corpo técnico e gerencial das empresas; 

Interação com a população e orgãos públicos, na fase de operação, envolvendo principalmente o corpo técnico das empresas, visando a convivência e utilização das novas condições regionais na gestão dos empreendimentos, reservatórios por exemplo. 

A  interação  com  a  sociedade  é  inerente  ao  processo  de  obtenção  de  licença,  seja  através  dos órgãos ambientais que analisam os estudos de  impacto e o relatório de  impacto ambiental, seja através do espaço que se abre para a atuação de segmentos da sociedade, mediante ações diretas nos  órgãos  ambientais,  nos  conselhos  de meio  ambiente  ou  no  próprio  processo  de  audiência pública. 

O nível de envolvimento da sociedade em relação às discussões do setor elétrico é extremamente baixo. Conforme quadro abaixo da pesquisa realizada pela ONU  

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24ANEXO 1 

25 

conclui‐se que: 

O  tema  meio  ambiente  aparece  apenas  em  12º  lugar  numa  lista  de  15  questões  mais importantes para os brasileiros; 

O tema energia elétrica não é citado como uma preocupação entre os brasileiros; 

É modesta a participação dos agentes setoriais na elaboração dos estudos em todas as etapas, não só em função dos prazo,s mas da baixa acolhida das sugestões apresentadas; 

O debate em relação às discussões do setor elétrico fica confinado as populações  impactadas (incluindo as três esferas da administração pública na área de influência do empreendimento), empreendedores, órgãos  licenciadores, ministério público e ONG´s  com participação  setorial ou local. 

Principais tendências detectadas de envolvimento da sociedade em relação às discussões do setor elétrico, ligadas ao licenciamento ambiental: 

Existe uma agenda regressiva entre a geração hidráulica e a área ambiental: a manifestação de interesse por um determinado sítio (desenvolvimento de inventários e estudos de viabilidade) corresponde  ato  contínuo  a  uma manifestação  de  interesse  pela  área  do  sítio  para  fins  de preservação (passando integrar os mapas de áreas preferênciais para preservação). 

Aproveitamentos hidrelétricos são considerados pelos ambientalistas como projetos perversos e emblemáticos da degradação ambiental e que as barragens continuam causando excessivos danos ambientais e sociais. 

                                                                 

 

25 HOYOS, Arnoldo de. Brazilian  Node Report. The Millennium Project UNO.  MPPC Meeting. Minneapolis,  25‐27/07/07 

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25ANEXO 1 

A  perda  da  identidade  individual  e  coletiva  das  populações  tradicionais  impactadas  pelos empreendimentos  hidrelétricos  em  decorrência  da  fragmentação  das  relações  sociais  pós‐reassentamentos/relocações, tem sido caracterizada pelos movimentos sociais como genocídio cultural. 

A exploração do potencial hidrelétrico na América do Norte atingiu 70%, na Europa 72%, na França  100%,  no  Brasil  apenas  27%,  o  que  naturalmente  estimula  a  criação  de  barreiras  à exploração  desta  vantagem  competitiva  natural  do  Brasil  pelos  seus  concorrentes,  onde  a matriz elétrica é predominantemente não renovável (93% combustíveis fósseis). 

Grande parte das molas‐mestras da gestão ambiental e dos recursos hídricos no Brasil estão, hoje,  sendo  construídas  por meras  resoluções  do  CONAMA  –  Conselho  Nacional  do Meio Ambiente,  e do CNRH  – Conselho Nacional de Recursos Hídricos que, difusos quanto  à  sua composição  política  ou  técnica,  pecam  pela  falta  de  qualidade  científica,  pela  pouca representatividade  e,  não  raro,  revela  em  muitas  de  suas  decisões  ordinárias,  falta  de compromisso técnico com os próprios órgãos governamentais que deveriam conduzir (muitas vezes por apego ideológico a ideais doutrinários invocados em clima de assembléia estudantil, ou  em  manobras  procrastinatórias  ocasionais  e  apaixonadas).  O  cidadão  comum  tem dificuldade  de  compreender  o  funcionamento  deste  sistema  e  dos  reais  benefícios  para  a sociedade brasileira. 

A cobertura  jornalística de meio ambiente ganha  importância nas decisões  judiciais: cresce o número de casos em que os juízes apresentam como fundamento das suas sentenças matérias jornalísticas. Como os juízes não costumam se deslocar até os locais dos conflitos e as imagens e fotografias funcionam como fortes elementos de sensibilização. 

Acrescida às incertezas jurídicas oriundas da legislação ambiental está o temor em enfrentar o aguerrido, bem organizado e  financeiramente bem nutrido aparato ambientalista‐indigenista internacional. O principal vetor operacional desse aparato é constituído por ONGs “nacionais" e multinacionais  que  possuem  vários  de  seus  integrantes  encastelados  em  postos‐chave  do Ministério do Meio Ambiente e que, por isso mesmo, é também conhecido como o "Ministério das ONGs". A orientar as ações e a agenda desse aparato não estão as questões ambientais ou indígenas, que entram como  fatores secundários e utilitaristas para "justificar" as respectivas campanhas,  mas  interesses  econômicos,  comerciais  e  estratégicos  de  poderosos conglomerados  que  controlam  a  produção  e  o  fluxo  de matérias‐primas  e  outros  produtos, sintonizados, em alguns casos, com interesses de mesmo teor dos países onde estão sediados. Certamente,  um  cenário  no  Brasil  apontando  para  um  encarecimento  ou  incertezas  no fornecimento de eletricidade,  insumo crucial para qualquer  setor produtivo,  seria de grande valia para seus concorrentes no competitivo mercado globalizado. Veja‐se, por exemplo, o caso do WWF, uma ONG multinacional que  tem, entre seus dirigentes e apoiadores, membros de poderosos  conglomerados  empresariais  como  acima  mencionado.  Oportunamente,  dia  12 passado, a ONG divulgou mundialmente seu mais novo libelo contra a construção de barragens alegando que as mesmas  já "fragmentaram" 60 % dos  rios em  todo o mundo e desalojaram mais de 80 milhões de pessoas, condenando ainda as mais de 400 barragens em construção e as "centenas" de outras que estariam sendo planejadas. 26 

O jurista Ives Gandra Martins, está convencido de que, assim que dominarem o terrorismo, as                                                                  

 

26  Adaptado  do  site  Alerta  em  Rede;  “Setor  elétrico  precisa  de  "mudança  de  paradigma  empresarial”;  consultado  em  01/12/05; 

http://www.alerta.inf.br/11_2005/051120a.htm 

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26ANEXO 1 

nações mais  desenvolvidas  voltarão  seus  arsenais  para  a  Amazônia,  pois  trata‐se  da maior floresta úmida da Terra, onde se encontram 5% de sua água potável, 200 diferentes espécies de árvores por hectare, a maior fonte natural de produtos bioquímicos e farmacêuticos do planeta e  uma  reserva mineral  avaliada  em  US$  1,5  trilhão  a  US$  2  trilhões.  E  que,  apesar  desse patrimônio, é pouquíssimo habitada e mereceu na Constituição Federal tratamento que a deixa vulnerável, na opinião do jurista. Gandra Martins explica que, pela Constituição de 1988, “são reconhecidos aos índios os direitos originais sobre as terras que tradicionalmente ocupam (15 % do território brasileiro), competindo à União demarcá‐las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. Para ele, como as terras indígenas – “e não brasileiras” – correspondem a cerca de 1,3 milhão de quilômetros quadrados  (cerca de 3,5 Alemanhas) e  são  riquíssimas,  “a  cobiça pode  levar alguma potência a entender, unilateralmente, que a União não está protegendo a contento as terras indígenas: “Esse pode ser o pretexto para, com base na própria Constituição brasileira, uma outra nação  intervir militarmente nesses territórios,  inclusive ‘a pedido desses privilegiados  índios’”. Segundo Gandra Martins, esse capítulo do  supremo estatuto brasileiro supervalorizou os direitos dos  índios  (um grupo de apenas 410 mil pessoas), ao conferir‐lhes 15%  do  território  nacional,  e  resultou  de  um  “fantástico  lobby,  inclusive  por  parte  de estrangeiros, como o músico inglês Sting”. 27 

O  MAB  tem  denunciado  o  Brasil  à  Relatoria  da  ONU  de  Defesa  dos  Direitos  Humanos, acusando‐o  de  perseguição  policial  e  prisões  arbitrárias  de  representantes  de movimentos sociais e de outras violações cometidas contra os defensores dos atingidos por barragens. 

As  ONG´s  não  têm  desperdiçado  nenhuma  oportunidade  de  influenciar  o  processo  de licenciamento ambiental.  A relação e negociação com elas tanto se estabelecem via MP, como por representantes das comunidades afetadas, na mídia, audiências públicas e demais espaços aonde o licenciamento venha ser discutido. 

Movimentos mais  organizados  reivindicam  a  adoção  de  termo  de  pleno  consentimento  da população diretamente atingida, no contexto do licenciamento ambiental, para UHEs e outros empreendimentos, relativo à avaliação dos impactos e ações ambientais propostas. 

Os ambientalistas  têm adotado a estratégia do "alvo móvel", ou  seja, quando detectam que determinado  setor  produtivo  está  investindo  em  uma  área,  criam  todos  os  obstáculos  para dificultar, ou mesmo impedir, os devidos investimentos. 

Existe uma  fragmentação do movimento ambientalista que dificulta a convergência para um acordo entre as partes. O movimento de defesa do meio ambiente não é monolítico. Ele tem pelo menos cinco tendências: 

i. Os preservacionistas, uma minoria sem peso atualmente, preconiza a intangibilidade da natureza; 

ii. O  conservacionismo  se  preocupa  em  proteger  amostras  representativas  de ecossistemas nativos, não se preocupando muito com as atividades econômicas que se processam fora delas; 

iii. Os ecologistas desejam uma  transformação  radical no sistema produtivo e mesmo na nossa civilização; 

iv. Os  ambientalistas,  defendem  o  desenvolvimento  sustentável,  ora  mais  à  moda                                                                  

 

27 FIESP, “O Perigo Vem de Fora”; Revista da Indústria, págs. 45‐46, Ano 5,  nº 109, julho de 2005.  

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27ANEXO 1 

ecologista, ora mais à moda clássica.  

v. Segmentos mais  radicais  e  ideologicamente  alinhados  procuram  através  do  ativismo ambiental “matar o capitalismo por excesso de democracia – se não houver  luta, não existirá a busca de alternativas”. 

vi. O  ambientalismo  radical  afirma  que  só  há  uma  única  visão  para  um  problema complexo, multidisciplinar, que é a questão da gestão ambiental. Tal postura expressa a impossibilidade  da  explicitação  do  contraditório,  da  exposição  das  diferenças,  do estabelecimento  de  compromissos  democráticos  e  do  planejamento  governamental. Nem  os  projetos  ecologicamente  corretos  podem  ser  realizados.  Nos  métodos  de mobilização do movimento ambientalista, muito quebra‐quebra de audiências públicas; muita  obstrução  e  poucos  argumentos.  “Demarcação  de  terra  indígena  e  reforma agrária,  sem  retomada  e  ocupação  de  terras,  não  existem”.  28  São  um  atestado  da fragilidade da atual razão argumentativa do movimento ambientalista. Nas prioridades escolhidas  e  no  seu  método,  não  são  bandeiras  suficientemente  responsáveis  e maduras num país que  luta pelo desenvolvimento  sustentável, que  tem um  governo democrático e agências reguladores e de controle ambiental legalmente constituídas. 

vii. Existe  também   um “ambientalismo  romântico”, que deve  ser  superado. É necessária uma  nova  agenda  ambientalista  para  rediscutir  sua  estratégia,  seus  objetivos  e  seus métodos; 

Se fosse possível indicar o principal ator responsável por obstáculos ao processo de licenciamento, estes  seriam  os  operadores  “ecocentristas”  ou  “biocentristas”  do  Licenciamento  Ambiental, independentemente de onde estejam na administração pública operando o SISNAMA ou tutelando o cumprimento dos preceitos constitucionais: executivo, judiciário, legislativo ou no terceiro setor, (a sociedade brasileira é tolerante demais com quem é intolerante para conosco) que: 

Exigem o cumprimento das cláusulas do “Contrato Verde” com a  renúncia ao atual estilo de vida  para  um modelo mais  simples  e  solidário,  em  que  o  desejável  seja  substituído  pelo realmente  necessário,  consideração  global  da  problemática  ambiental,  interiorização  dos custos ambientais; inclusive dos passivos ambientais “ocultos”; 

A política ambiental deve ser formulada para a preservação a qualquer custo e preço, portanto não há nenhuma necessidade de sua vinculação com o que pode ser melhor para o Estado ou para  o  País,  dessa  forma,  deverá  sempre  visar  o melhor  para  a  fauna  e  a  flora;  a  agenda antrópica é problema de outras pastas políticas; 

Buscam a supremacia do meio ambiente em detrimento de outros usos dos recursos naturais, inclusive do interesse nacional e da utilidade pública; 

A gestão ambiental de sucesso é aquela que impede a ação antrópica in totum, nesse caso, ao se  propor  uma  regulamentação  ambiental,  a  meta  é  impedir  ao  máximo  essa  ação, considerando que no processo de negociação, até sua aprovação  final, se possa alcançar um bom nível de dificuldades, quiçá o total impedimento (desistência pelo cansaço); 

Exclusividade sobre o saber da gestão ambiental; 

Em primeira instância tentam à exaustão negar a viabilidade ambiental e a respectiva emissão                                                                  

 

28 “As lágrimas da Aracruz e a coragem das mulheres camponesas”, Cristiano Navarro, Jornalista do Conselho Indigenista Missionário, Mensagem 

original ‐ De: Cimi ‐ Assessoria de Imprensa [mailto:[email protected]]  Enviada em: segunda‐feira, 13 de março de 2006 11:08 

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28ANEXO 1 

da Licença Prévia –  são os “Heróis da Negatividade”  (Nelson Rodrigues) – com postura anti‐empreendimentos;  

Desejam condicionar a aprovação de EIA/RIMA´s ao parecer do Comitê de Reserva da Biosfera; 

Idem  para  aprovação  pelos  Conselhos  Municipais  de  Meio  ambiente  de  quaisquer empreendimentos  nos  Municípios,  independentemente  de  quem  esteja  licenciando  o empreendimento; 

Sendo  concedida  a  LP,  procuram  incorporar  o maior  número  possível  de  condicionantes  e “ganhos”  para  sociedade  e  se  “vingam”  na  renovação  da  LO  –  fazendo  com  que  o empreendedor assuma impactos que não são do empreendimento; 

Assumem simbolicamente a função de “Suplente de Deus”, através de pretensões de alterar a dinâmica  dos  ecossistemas  ‐  algo  que  só  Deus  poderia  fazê‐lo  ‐  desumanizando  o  direito ambiental; 

Ferem os princípios  ou renunciam implicitamente ao: 

o Princípio  1,  Declaração  do  Rio  (92):  “Os  seres  humanos  estão  no  centro  das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza”; 

o Princípio  4, Declaração do Rio  (92):  “Para  alcançar  o desenvolvimento  sustentável,  a proteção  ambiental  constituirá  parte  integrante  do  processo  de  desenvolvimento  e não pode ser considerada isoladamente deste”; 

o Princípio 5, Declaração do Rio (92): “ Para todos os Estados e todos os indivíduos, como requisito  indispensável  para  o  desenvolvimento  sustentável,  irão  cooperar  na  tarefa essencial de erradicar a pobreza, a fim de reduzir as disparidades de padrões de vida e melhor atender às necessidades da maioria da população do mundo”. 

o Na  Política  Nacional  do Meio  Ambiente,  Lei  Nº  6.938/81,  (31/08/81)  o  “Art  2º  ‐  A Política  Nacional  do  Meio  Ambiente  tem  por  objetivo  a  preservação,  melhoria  e recuperação  da  qualidade  ambiental  propícia  à  vida,  visando  assegurar,  no  País, condições ao desenvolvimento sócio‐econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,...” onde fica claro que a política ambiental é suporte para o desenvolvimento e não um obstáculo. 

Serão estes movimentos realmente cidadãos?  

Quem decide o quê em nome de quem? 

Decisão “local” sobre tema de interesse “nacional”. Algumas ONG’s tem se caracterizado como “stakeholders hostis” – seriam legítimos defensores dos interesses nacionais? 

Levantar o tapete implica um desconforto momentâneo mas deixará a casa muito mais limpa, confortável e saudável. 

Apenas o segmento social, representado por entidades ambientalista, e o setor púbico da agenda ambiental julgam ter o domínio do que seja o melhor para a gestão ambiental (únicos detentores da verdade e da legitimidade no tema); 

A transversalidade do tema ambiental tem se comportado como ação de mão única, ou seja, para todas as agendas políticas devem ser  impostos parâmetros ambientais, mas a política ambiental não pode,  sob de pena de  se  “corromper”,  considerar, nas  suas  imposições, especificidades das demais agendas. Destaques para a atuação das seguintes ONG´s: 

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29ANEXO 1 

ABONG ‐ Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais 

Amazon Watch 

Amigos da Terra Internacional (Friends of the Earth International) ‐ No Brasil, Amigos da Terra está  representada pela Núcleo Amigos da Terra  ‐ Brasil, com  sede em Porto Alegre e, desde 1989, por Amigos da Terra ‐ Amazônia Brasileira, com sede em São Paulo. 

Argonautas ‐ Associação Ambientalista da Amazônia 

CASA ‐ Centro de Apoio Sócio Ambiental ‐; 

CIMI ‐ Conselho Indigenista Missionário 

Coalizão Rios Vivos 

COICA ‐ Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica 

CPT ‐ Comissão Pastoral da Terra 

ECOFORÇA 

EDF ‐ Environmental Defense Fund 

EWGA ‐ European Working Group on Amazonia (Grupo de Trabalho Europeu sobre a Amazônia) 

FASE  ‐ Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional  

FBCA ‐ Fundação para Conservação da Biodiversidade na Amazônia 

FBOMS ‐ Fórum Brasileiro de Organizações Nâo‐Governamentais e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento 

FOREN ‐ Fórum de debates sobre energia de Rondônia. 

Fundação Heinrich Böll; 

FVA ‐ Fundação Vitória Amazônica  

GGF  ‐ Global Greengrants Fund; 

GPERS ‐ Grupo de Pesquisa em Energia Renovável e Sustentável da Unir 

Greenpeace 

Greenpeace Internacional ‐ GPI 

GTA ‐ Grupo de Trabalho Amazônico 

IAF ‐ Intermerican Foudation  

Imaflora 

IMAZON ‐ Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia 

IPAM ‐ Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia 

IRN ‐ Internacional River Network  

ISA ‐ Instituto Sócio Ambiental  

ISPN ‐ Instituto Sociedade, População e Natureza 

KANINDÉ ‐ Associação de Defesa Etno‐Ambiental. 

MAB ‐ Movimento dos Atingidos por Barragens 

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30ANEXO 1 

OSR ‐ Organização dos Seringueiros de Rondônia 

RAN ‐ Rainforest Action Network 

RIOTERRA‐ Centro de Pesquisas Subaquáticas da Amazônia 

SOS AMAZÔNIA 

SOS Mata Atlântica 

WWF  ‐ Word Wide Fund for Nature ‐ Brasil 

O Ministério Público, entre outras, tem por atribuição a defesa do Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à  sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações (Art. 225 da Constituição Federal).  Assim, quando ocorre um dano, ou quando há perigo de que um dano ao meio ambiente ocorra, o Promotor de  Justiça promove a defesa do meio ambiente no âmbito extrajudicial ou  judicial (em favor de toda a sociedade, dos moradores de um determinado bairro ou cidade ou de um grupo de pessoas pelo dano ou potencial dano afetadas, ou seja, das presentes e futuras gerações), por meio de  instrumentos como o  inquérito civil público, o termo de compromisso de ajustamento de conduta e as ações coletivas, dentre as quais a ação civil pública. 

Ao tomar conhecimento de um dano ambiental, ou do risco de sua ocorrência, qualquer pessoa pode  se  dirigir  diretamente  à  Promotoria  de  Justiça  de  sua  cidade,  noticiando  os  fatos  e representando pela adoção das providências cabíveis.   

“Art. 129 (da C.F.). São funções institucionais do Ministério Público: 

I ‐ promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 

II ‐ zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos  assegurados  nesta  Constituição,  promovendo  as  medidas  necessárias  a  sua garantia; 

III ‐ promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 

V ‐ defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; 

VI  ‐  expedir  notificações  nos  procedimentos  administrativos  de  sua  competência, requisitando  informações  e  documentos  para  instruí‐los,  na  forma  da  lei  complementar respectiva;” 

O Ministério Público em geral caracteriza sua atuação pelo caminho do conflito, como única opção para defesa do “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à  sadia qualidade de vida,  impondo‐se ao Poder Público e à  coletividade o dever de defendê‐lo e preservá‐lo para as presentes e futuras gerações” (Art 225 – CF). 

As interferências do Ministério Público e das Procuradorias Federal e Estaduais em questões sócio‐ambientais, sem a  retaguarda  técnica adequada dos Empreendedores e Órgãos Ambientais,  tem gerado  sérias conseqüências na  implantação de empreendimentos. Os procuradores  têm  levado um número crescente de questões ambientais aos tribunais, ganharam a simpatia de muitos juízes e pretendem interferir cada vez mais cedo no desenho de grandes projetos de infra‐estrutura. 

Quando a natureza parece ameaçada, os  juízes tendem a concordar mais com os argumentos do Ministério Público e das ONG´s do que com os pontos de vista do governo e dos empreendedores. O  princípio  da  precaução  aplicado  indiscriminadamente  sem  a  necessária  relativização, considerando que alguns riscos podem ser controlados, mas não eliminados, sendo intrínsecos as 

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31ANEXO 1 

atividades humanas. 

O Meio Ambiente é composto por bens ambientais de uso comum do povo, portanto, de fruição difusa, e essenciais à  sadia qualidade de vida para as presentes e  futuras gerações. O equilíbrio ambiental  é  dinâmico,  indeterminado  e  difuso  –  intrinsecamente  conflituoso.  As  normas ambientais  são  desproporcionais,  isto  é,  não  é  qualquer  um  que  pode  tratar  do  tema  sem especialização.  Sem  justiça  especializada  não  se  aplica  a  norma  adequadamente.  A  criação  de Varas  Ambientais  contribuiria  expressivamente  na  resolução  de  controvérsias  ligadas  ao licenciamento ambiental. 

Assim sendo, é necessário: 

Avançar  na  consolidação  do  entendimento  quanto  aos  chamados  conceitos  jurídicos indeterminados: impactos ambientais significativos, relevante interesse, etc; 

Relativização  do  princípio  da  precaução,  considerando  que  alguns  riscos  podem  ser controlados, mas não eliminados, sendo intrínsecos as atividades humanas; 

Considerar o TAC como um instrumento auxiliar de gestão e não complementar de fiscalização; 

A criação de Varas Ambientais especializadas; 

A  elaboração  de minuta  de  Carta‐Consulta  ao  Ibama  e  ao Ministério  Público  Federal  (a  ser utilizada  pelos  futuros  empreendedores  dos  novos  empreendimentos  do  SEB)  sobre  a competência e  interesse no  licenciamento do empreendimento  (em questão), acompanhado de  considerações  sistematizadas,  da  jurisprudência,  conseqüências  e  demais  considerações complementares de relevante interesse para estimular um acordo prévio entre os licenciadores e MP, evitando a judicialização; 

A  implementação com abrangências estaduais das ações de planejamento ambiental,  incluindo a variável  ambiental  no  planejamento  setorial  do  desenvolvimento  (funções  de  governo  ‐ fundamentais para balizar as ações de licenciamento, dando segurança para o posicionamento dos técnicos durante o processo de  licenciamento, caracterizando pró‐atividade para o que pode e o que não pode, restando ao Empreendedor ajustar‐se as diretrizes existentes  já  legitimadas pelos mecanismos  de  controle  social  na  elaboração  dos  instrumentos  a  seguir  relacionados):  i) Zoneamento  Econômico  ‐  Ecológico,  ii)  Planos  de  Bacia  Hidrográficas,  iii)  Avaliação  Ambiental Estratégica Regional e  Setorial,  iv) Planos nacionais e  regionais de ordenação do  território e de desenvolvimento econômico e social (Estatuto das Cidades). 

Outras ações que contribuiriam para uma maior agilização do Judiciário na área ambiental: 

O aperfeiçoamento das regras processuais também contribuiria para melhorar o desempenho do Judiciário.  

Igualmente  importante  é  a  consolidação  do  entendimento  quanto  aos  chamados  conceitos jurídicos  indeterminados:  impactos  ambientais  significativos,  relevante  interesse,  etc.  –  e aperfeiçoar a  informação que orienta a  tomada de decisão  sobre a viabilidade ambiental de empreendimentos. Esse debate requer o envolvimento direto da comunidade científica, além dos segmentos técnicos e jurídicos participantes da gestão ambiental no Brasil. 

Diálogo com o Poder Judiciário, por intermédio da Escola de Magistrados e cooperação com a Magistratura para melhorar a previsibilidade do sistema; 

Intensificação  das  articulações  junto  à  Magistratura  Federal  para  disseminar  informações relevantes  sobre o  tema e a defesa do  interesse nacional no processo de  licenciamento dos empreendimentos do SEB. 

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32ANEXO 1 

Algumas  ações  são  fundamentais  para  que  o  processo  de  legitimação  (que  a  população diretamente  impactada pelo empreendimento deseje e esteja disposta a arcar com os  impactos negativos associados à mesma ‐ reassentamentos involuntários, etc.):  

A construção de um padrão elevado de articulação e acordo entre as partes, adotando uma postura firme, porém ponderada; 

Adoção  do  Estudo  Integrado  de  Bacias  como  condição  prévia  para  o  licenciamento  de empreendimentos hidrelétricos;  

Substituição  de  ações  corretivas  por  posturas  preventivas  e  pró‐ativas  na  consertação  de políticas públicas – Ações de governo,  intersetoriais e  integradas  ‐ consolidando um processo eficaz  de  articulação  institucional  entre  as  políticas  de meio  ambiente,  recursos  hídricos  e energia; 

"Mudança de paradigma" no enfrentamento dos  contenciosos ambientais, que  tendem a  se acumular e  inviabilizar a  construção de hidrelétricas, passando de uma postura nitidamente reativa para outra mais pró‐ativa; 

Adoção  de  uma  política  de  relacionamento  pró‐ativa  com  a  comunidade  diretamente impactada  pelo  empreendimento  com  adequada  e  eficiente  comunicação  dos  benefícios advindos  da  implantação  do  empreendimento  (até mesmo  antes  de  iniciar  o  processo  de licenciamento); 

Implementação  voluntária  de  ações  afirmativas  de  responsabilidade  social  com  as comunidades diretamente impactadas pelos empreendimentos e demais stakeholders; 

Realização  periódica  de  auditorias  ambientais  e  avaliações/  acompanhamentos  de desempenho ambiental. 

O  LICENCIAMENTO  AMBIENTAL  COMO  MOEDA  DE  TROCA  

O licenciamento ambiental virou cabo de guerra entre os poderes, é usado como “trava molas” e às  vezes  como moeda  de  troca,  desconsiderando  totalmente  a  finalidade  para qual  está  sendo requerido. Quando  se  trata de Obra do Governo Federal aí as dificuldades aumentam, e muito. Esses travamentos provocados por entidades muitas vezes ditas não governamentais (ONGs) estão causando  impacto negativo no desenvolvimento social brasileiro, hoje, a maioria dos pedidos de licenciamento para construção de hidrelétricas, portos, aeroportos e, até mesmo hidrovias estão parados  independentemente da  compensação  ambiental  exigida. O  problema  também  atinge  a realização de obras de ampliação e reformas de rodovias e ferrovias.  Boa parte dos investimentos em gasodutos, oleodutos e saneamento básico  também  foram afetados,  isso significa bilhões de reais deixados de ser investidos no progresso e desenvolvimento social do país. Em um país como o  Brasil  cuja  necessidade  energética  é  muito  grande  e  onde  se  fala  constantemente  na possibilidade de apagões, portos e aeroportos estão saturados, estradas em condições lamentáveis e  o  sistema  de  saneamento  básico  são  considerados  um  dos  piores  do mundo  esses  entraves podem significar um retrocesso irreparável. 

A  legislação ambiental brasileira  segundo alguns  juristas é muito boa, o que deve  ser analisado com  frieza  é  a  forma  de  aplicação,  quando  essa  é  usada  no  sentido  de  atrapalhar  o desenvolvimento  e  ou  reforçar  currais  eleitorais.    Além  da  burocracia,  os  processos  de licenciamentos  são  lentamente  analisados  e  introduzidos  centenas  de  condicionantes  que praticamente inviabilizam diversos grande projetos.  

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33ANEXO 1 

O Brasil é um dos países em que a concessão de licenças ambientais é mais demorada. Nos Estados Unidos, onde o nível das exigências é semelhante, concede‐se uma autorização duas vezes mais rápida. Há  várias  razões para  a  lentidão brasileira.  Indiscutivelmente  as mais  importantes  são  a burocracia e a falta de estrutura do setor público. Para produzir um relatório de impacto ambiental de uma obra importante, uma empresa chega a envolver uma centena de pessoas, dentre as quais vários especialistas renomados, e investe até 15 milhões de dólares. O IBAMA, entre outros órgãos responsáveis por esses licenciamentos, tem apenas poucos funcionários para analisar centenas de processos por ano. Há outro detalhe essencial sobre o  IBAMA. Suas duas atribuições básicas são conflitantes:  uma  é  zelar  pela  preservação  do meio  ambiente,  outra  é  conceder  licenças  para realizar obras. Ou  seja, de um  lado precisa pensar  com  a  cabeça de um ecologista  radical, que defende o verde do homem. De outro, precisa analisar com olhos de  investidor. Há países que  já separaram  as  atribuições  ambientais  num  órgão  defensor  do  verde  e  em  outro  que  concede licenças. O Ministério Público vive um conflito semelhante e age contra os interesses da Nação. Na tentativa  de  discorrer  sobe  o  desmatamento  na  Amazônia,  recentemente  veiculou  um  longo comercial denegrindo a  imagem e a qualidade da carne produzida no país, ato que poderá afetar as  exportações  desse  produto  de  vital  importância,  se  não  o mais  importante  do  agronegócio brasileiro. Se for uma tentativa de defender o cidadão e a Amazônia, o tiro saiu pela culatra.   

Muitas outras  vítimas desse processo nefasto  foram  as hidrelétricas, um dos exemplos  foi  a de Estreito,  no  Maranhão  (1.087  MW),  cujas  obras  foram  suspensas  por  força  de  uma  liminar concedida por um juiz da subseção Imperatriz da Justiça Federal do Maranhão, em resposta à ação civil pública  impetrada pelo Conselho  Indigenista Missionário  (Cimi) e pela obscura e ecorradical Associação de Desenvolvimento e Preservação dos Rios Araguaia e Tocantins. De  acordo  com  a sentença, o Estudo de Impacto Ambiental (o famoso EIA‐RIMA) da usina se mostrava insatisfatório com relação às populações indígenas que sofreriam as conseqüências da implementação da usina.  

De  fato,  os  ecoditadores  foram  alimentados  e  fomentados  em  janeiro  de  1989  com  o  épico Encontro  de  Altamira,  quando  o  aparato  ambientalista‐indigenista  internacional  logrou obstaculizar o andamento dos projetos da usina de Belo Monte (então Cararaô, com 14 mil MW) e outras da bacia do rio Xingu, totalizando cerca de 20 mil MW. O resultado foi o apagão de 2001.  

Para ficarmos apenas com as hidrelétricas de Belo Monte, Santo Antônio, Jirau e, agora, Estreito, são mais  de  18 mil MW  de  eletricidade  cuja  geração  se  encontra  seriamente  ameaçada  e  de prejuízos  incalculáveis  para  o  País,  apesar  do  leilão  já  executado,  os  ecorradicais  do  tipo  Via Campesina,  Atingidos  por  Barragens  entre  outros,  ainda  vão  fazer  muito  barulho  e  pressão desconsiderando a geração de energia extremamente necessária para o país.  

Energia nuclear também bombardeada  

O  Brasil  já  entrou  para  o  seletíssimo  clube  de  países  que  enriquecem  o  próprio  urânio  como combustível de centrais nucleoelétricas, O enriquecimento de urânio, mesmo bombardeado pelos Estados unidos que  tentaram  jogar a comunidade européia contra o País, está sendo  feito pelas ultracentrífugas com tecnologia brasileiríssima que elevam a concentração do  isótopo 235 de 0,7 para 3,5%, suficientes para geração de emergia por longo período. 

"Com  o  processo  de  enriquecimento  feito  no  Brasil,  90%  do  urânio  utilizado  em  Angra  é totalmente nacional, com custos em reais", o que representa 20% do custo do MWh gerado pelas usinas hidrelétricas, A etapa de enriquecimento, por sua vez, é responsável por 35% do total gasto com combustível.     Diferentemente do gás natural,  importado a peso de dólar para queimar em usinas termelétricas, o Brasil possui vasta reserva de urânio (a 6ª maior do mundo, com apenas um terço  do  território  prospectado)  e  domina  o  ciclo  de  fabricação  e  enriquecimento  de  urânio, inclusive  agora,  como  mencionado,  em  escala  industrial.    É  claro  que  um  atraso  tecnológico 

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34ANEXO 1 

brasileiro  nessas  áreas  estratégicas  interessa,  e  muito,  a  poderosos  grupos  de  nações industrializadas. 

Os Ecorradicais as ONGs e o dinheiro público 

Quando  se  considera que a  SEGURANÇA ENERGÉTICA do País  foi  seriamente ameaçada  com os sucessivos erros estratégicos cometidos governo, pós governo, no setor elétrico, é inadmissível que a decisão para  a  colocação em  funcionamento da usina nuclear de Angra 3  seja  atingida pelos pruridos ecológicos dos ecorradicais de plantão cuja "linha dura" ambientalista está transformando o país em uma verdadeira "ecoditadura". 

Não  é  segredo  que  as  principais  ONGs  que  compõem  o  aparato  ambientalista‐indigenista internacional são abertamente patrocinadas por poderosos conglomerados econômico‐financeiros do  Establishment  anglo‐americano  e  até  mesmo  por  instituições  governamentais  de  países industrializados. Junto com os ecodólares, vem a agenda do colonialismo de 'quarta geração'.  

Se  não  houver  uma  reação  à  altura  das  forças  nacionalistas  e  outras  interessadas  no desenvolvimento  socioeconômico  do  País,  o  aparato  ambientalista‐indigenista  continuará  a  agir livremente em prol dos  interesses de seus patrocinadores e o Brasil  jamais sairá da condição de 'potência emergente'. 

Há  que  se  criar  um  sistema  de  defesa  e  proteção  das  matrizes  energéticas  brasileiras  com legislação  própria  que  leve  em  consideração  sua  exploração  em  benefício  exclusivo  do desenvolvimento do País e de  sua gente e que possa erradicar esses entraves colocados muitas vezes, por  interesses  internacionais  tendo como canal de disseminação as ONGs que  recebem o dinheiro público para causar grande atraso tecnológico no País. 

Estudos revelam que 55% das ONGs existentes no país, que são milhares, se mantêm com recursos públicos. 

Cadastro  feito  pela  Abong  Livres  das  amarras  da  Lei  de  Licitações,  entidades  ganham  espaço crescente com 248 filiadas em 2001 mostra que, nesse grupo de elite, as associadas à Abong são mais  bem‐estruturadas  que  a média,  o  financiamento  público  é menos  importante  do  que  o proveniente  das  agências  internacionais,  responsáveis  por  50,61%  do  orçamento  total  dessas ONGs. O governo  federal entra  com 7,50%, os Estados  com 5,93% e as prefeituras,  com 5,03%. Recursos de empresas respondem por 4,19%; venda de produtos e serviços, por 3,83%; agências multilaterais e bilaterais, por 2,40%; contribuições de associados vêm na lanterninha, com 1,77%. 

De acordo com matéria publicada em O estado de São Paulo 

ONG deixou de  ser organização não  governamental desde quando  começou  a  receber dinheiro público para se financiar. Pois o título Organização não Governamental ficou sem sentido, pois se recebe  verba publica  fica  indiretamente  governamental, porem  sem  as  fiscalizações oficiais por parte do próprio governo. As ONGs neste caso são usadas como meio de desviar recursos para fins nebulosos.  Volta  e meia  aparecem  na mídia  noticiários  a  respeito  de má  versassão  de  fundos destas  entidades  que  no  fim  não  são  punidas  no  tribunal  de  contas  e  nem  pelo  judiciário. O ministério público de São Paulo certa feita denunciou que a prefeitura da capital governada pela então prefeita Marta destinou mais de dois milhões para uma ONG que  tratava de  sexualidade, que por  sua vez  faria uma pesquisa entre  crianças do  sexo masculino até 5 anos de  idade para observar se eles teriam ereção, sim eu disse ereção. Não é a toa quando vemos nomes de políticos como membros destas ONGs, muitos deles  ligados aos sem terra que usam ONGs para arrecadar fundos do governo e do exterior, pois os sem terras não possuem entidade jurídica para escapar de punições,  pois  sempre  estão  afrontando  a  lei. Muitas  destas ONGs  estão  servindo  como  braço eleitoral recrutando pessoas voluntárias e outras pagas para atuarem em favor de um determinado 

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35ANEXO 1 

partido ou  candidato a eleição. Olha que não estou  falando de  sindicatos e centros acadêmicos que na pratica também recebem dinheiro público e desviado para fins políticos e estranhos. Estou falando apenas das ONGs que se multiplicaram aos horrores pelo Brasil a fora. Esse é o tal jeitinho brasileiro da malandragem que parece que não vai acabar tão cedo, pois todos os partidos usam desta estratégia. 

CAUSAS  RECORRENTES  DA  JUDICIALIZAÇÃO  DOS  PROCESSOS  DE  LICENCIAMENTO  

O  Art.  170.  da  C.F.  que  trata  da  ordem  econômica  e  financeira  registra  “A  ordem  econômica, fundada na valorização do  trabalho humano e na  livre  iniciativa,  tem por  fim assegurar a  todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:  

I ‐ soberania nacional;  

II ‐ propriedade privada;  

VI  ‐ defesa do meio ambiente,  inclusive mediante  tratamento diferenciado  conforme o  impacto ambiental dos produtos e  serviços e de  seus processos de elaboração e prestação;  (Inciso  com redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003) 

VII ‐ redução das desigualdades regionais e sociais;  

VIII ‐ busca do pleno emprego;  

Parágrafo  único.  É  assegurado  a  todos  o  livre  exercício  de  qualquer  atividade  econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.” 

Para tanto é necessário considerar que vivemos num mundo real, capitalismo real =  inserção no mundo  globalizado,  portanto  são  necessárias  decisões  sem  fantasias  voluntárias  que  levem  a soluções  imaginárias,  procurando  promover  a  administração  do  possível,  evitando  o  perigo  do desconstrutivismo por um ideal utópico – cultivo da impossibilidade. Isto significa que “não pode”, o  nada  pode,  sempre,  gera  distorções  e  ditadores,  pois  solidifica,  no  desejo  social,  a  idéia  da necessidade  de  se  ter  um  “salvador  da  pátria”,  além  de  não  assegurar  efetivamente  o cumprimento dos preceitos constitucionais. 

Considerando a  inexistência de pressupostos científicos  inquestionáveis: A ciência como verdade provisória  ‐ o que é certo hoje,  tornar‐se‐á  insustentável amanhã  ‐ mas, enquanto esta verdade apresentar  consistência e  sustentabilidade, ela deve  ser  tomada  como parâmetro para decisões que  incorram  em menos  erros. Os  EIA‐RIMA´s podem não  expressar  a palavra  final  em  termos científicos e técnicos. 

A ausência de Lei Complementar regulamentando o Artigo 23º da Constituição Federal representa até  60%  dos  processos  de  judicializados  dos  empreendimentos  do  SEB,  pelo  conflito  de competência entre as entidades  licenciadoras,  inclusive para empreendimentos em  implantação, com Licença de Instalação concedida pelos Órgãos Estaduais. Conseqüentemente, a concessão de licença  ambiental  com  inexistência  de  condições  de  legalidade  para  avançar  com  o empreendimento é mais um fator de insegurança para implementação dos empreendimentos.  

O Ministério Público, entre outras, tem por atribuição a defesa do Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à  sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações (Art. 225 da Constituição Federal).  Assim, quando ocorre um dano, ou quando há perigo de que um dano ao meio ambiente ocorra, o Promotor de  Justiça promove a defesa do meio ambiente no âmbito extrajudicial ou  judicial (em favor de toda a sociedade, dos moradores 

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36ANEXO 1 

de um determinado bairro ou cidade ou de um grupo de pessoas pelo dano ou potencial dano afetadas, ou seja, das presentes e futuras gerações), por meio de  instrumentos como o  inquérito civil público, o termo de compromisso de ajustamento de conduta e as ações coletivas, dentre as quais a ação civil pública. 

Ao tomar conhecimento de um dano ambiental, ou do risco de sua ocorrência, qualquer pessoa pode  se  dirigir  diretamente  à  Promotoria  de  Justiça  de  sua  cidade,  noticiando  os  fatos  e representando pela adoção das providências cabíveis.   

“Art. 129 (da C.F.). São funções institucionais do Ministério Público: 

I ‐ promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 

II ‐ zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos  assegurados  nesta  Constituição,  promovendo  as  medidas  necessárias  a  sua garantia; 

III ‐ promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 

V ‐ defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; 

VI  ‐  expedir  notificações  nos  procedimentos  administrativos  de  sua  competência, requisitando  informações  e  documentos  para  instruí‐los,  na  forma  da  lei  complementar respectiva;” 

O Ministério Público em geral caracteriza sua atuação pelo caminho do conflito, como única opção para defesa do “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à  sadia qualidade de vida,  impondo‐se ao Poder Público e à  coletividade o dever de defendê‐lo e preservá‐lo para as presentes e futuras gerações” (Art 225 – CF). 

As  interferências  do Ministério  Público  e  Procuradorias  Federal  e  Estaduais  em  questões  sócio‐ambientais, sem a  retaguarda  técnica adequada dos Empreendedores e Órgãos Ambientais,  têm gerado  sérias conseqüências na  implantação de empreendimentos. Os procuradores  têm  levado um número crescente de questões ambientais aos tribunais, ganharam a simpatia de muitos juízes e pretendem interferir cada vez mais cedo no desenho de grandes projetos de infra‐estrutura. 

A utilização, exagerada dos Termos de Ajustamento de Conduta – TAC –, tem acentuado o caráter negativo  do  modelo  de  comando  e  controle,  especialmente  quando  avocam  o  licenciamento ambiental e, até mesmo, patrocinam ações de natureza tipicamente executivas, o que desvirtua o papel constitucional dessa instituição. 

Quando a natureza parece ameaçada, os  juízes tendem a concordar mais com os argumentos do Ministério Público e das ONG´s do que com os pontos de vista do governo e dos empreendedores. O  princípio  da  precaução  aplicado  indiscriminadamente  sem  a  necessária  relativização, considerando que alguns riscos podem ser controlados, mas não eliminados, sendo intrínsecos as atividades humanas. 

O Meio Ambiente é composto por bens ambientais de uso comum do povo, portanto, de fruição difusa, e essenciais à  sadia qualidade de vida para as presentes e  futuras gerações. O equilíbrio ambiental  é  dinâmico,  indeterminado  e  difuso  –  intrinsecamente  conflituoso.  As  normas ambientais  são  desproporcionais,  isto  é,  não  é  qualquer  um  que  pode  tratar  do  tema  sem especialização.  Sem  justiça  especializada  não  se  aplica  a  norma  adequadamente.  A  criação  de Varas  Ambientais  contribuiria  expressivamente  na  resolução  de  controvérsias  ligadas  ao licenciamento ambiental. 

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37ANEXO 1 

Assim sendo, é necessário: 

Avançar  na  consolidação  do  entendimento  quanto  aos  chamados  conceitos  jurídicos indeterminados: impactos ambientais significativos, relevante interesse, etc; 

Relativização  do  princípio  da  precaução,  considerando  que  alguns  riscos  podem  ser controlados, mas não eliminados, sendo intrínsecos as atividades humanas:  

A mera presunção de dano tem sido   suficiente para a paralisação de processo de licenciamento ambiental 

Necessidade  de  orientação  jurisprudencial  sólida  sobre  as  relações  entre proteção ambiental e geração de energia 

Tellico Dam (USA) 1967‐1979: inúmeras discussões e decisões judiciais 

Atualmente a Suprema Corte Norte Americana exige a prova do dano ambiental para que a atividade econômica possa ser validamente paralisada 

Considerar o TAC como um instrumento auxiliar de gestão e não complementar de fiscalização; 

A criação de Varas Ambientais especializadas; 

A  elaboração  de minuta  de  Carta‐Consulta  ao  Ibama  e  ao Ministério  Público  Federal  (a  ser utilizada  pelos  futuros  empreendedores  dos  novos  empreendimentos  do  SEB)  sobre  a competência e  interesse no  licenciamento do empreendimento  (em questão), acompanhado de  considerações  sistematizadas,  da  jurisprudência,  conseqüências  e  demais  considerações complementares de relevante interesse para estimular um acordo prévio entre os licenciadores e MP, evitando a judicialização; 

A  implementação com abrangências estaduais das ações de planejamento ambiental,  incluindo a variável  ambiental  no  planejamento  setorial  do  desenvolvimento  (funções  de  governo  ‐ fundamentais para balizar as ações de licenciamento, dando segurança para o posicionamento dos técnicos durante o processo de  licenciamento, caracterizando pró‐atividade para o que pode e o que não pode, restando ao Empreendedor ajustar‐se às diretrizes existentes  já  legitimadas pelos mecanismos  de  controle  social  na  elaboração  dos  instrumentos  a  seguir  relacionados):  i) Zoneamento  Econômico  ‐  Ecológico,  ii)  Planos  de  Bacia  Hidrográficas,  iii)  Avaliação  Ambiental Estratégica Regional e  Setorial,  iv) Planos nacionais e  regionais de ordenação do  território e de desenvolvimento econômico e social (Estatuto das Cidades). 

Outras ações que contribuiriam para uma maior agilização do Judiciário na área ambiental: 

O aperfeiçoamento das regras processuais também contribuiria para melhorar o desempenho do Judiciário.  

Igualmente  importante  é  a  consolidação  do  entendimento  quanto  aos  chamados  conceitos jurídicos  indeterminados:  impactos  ambientais  significativos,  relevante  interesse,  etc.  –  e aperfeiçoar a  informação que orienta a  tomada de decisão  sobre a viabilidade ambiental de empreendimentos. Esse debate requer o envolvimento direto da comunidade científica, além dos segmentos técnicos e jurídicos participantes da gestão ambiental no Brasil. 

Diálogo com o Poder Judiciário, por intermédio da Escola de Magistrados e cooperação com a Magistratura para melhorar a previsibilidade do sistema; 

Intensificação  das  articulações  junto  à  Magistratura  Federal  para  disseminar  informações relevantes  sobre o  tema e a defesa do  interesse nacional no processo de  licenciamento dos empreendimentos do SEB; 

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38ANEXO 1 

Divulgação de informações relevantes sobre as necessidades energéticas, as opções existentes, ações  socioambientais  previstas  e  já  feitas  nos  projetos,  impactos  da  não  realização  dos projetos previstos, etc. 

Algumas  ações  são  fundamentais  para  que  o  processo  de  legitimação  (que  a  população diretamente  impactada pelo empreendimento deseje e esteja disposta a arcar com os  impactos negativos associados à mesma‐ reassentamentos involuntárias, etc.):  

A construção de um padrão elevado de articulação e acordo entre as partes, adotando uma postura firme, porém ponderada; 

Adoção  do  Estudo  Integrado  de  Bacias  como  condição  prévia  para  o  licenciamento  de empreendimentos hidrelétricos;  

Substituição  de  ações  corretivas  por  posturas  preventivas  e  pró‐ativas  na  consertação  de políticas públicas – Ações de governo,  intersetoriais e  integradas  ‐ consolidando um processo eficaz  de  articulação  institucional  entre  as  políticas  de meio  ambiente,  recursos  hídricos  e energia; 

"Mudança de paradigma" no enfrentamento dos  contenciosos ambientais, que  tendem a  se acumular e  inviabilizar a  construção de hidrelétricas, passando de uma postura nitidamente reativa para outra mais pró‐ativa; 

Adoção  de  uma  política  de  relacionamento  pró‐ativa  com  a  comunidade  diretamente impactada  pelo  empreendimento  com  adequada  e  eficiente  comunicação  dos  benefícios advindos  da  implantação  do  empreendimento  (até mesmo  antes  de  iniciar  o  processo  de licenciamento); 

Implementação  voluntária  de  ações  afirmativas  de  responsabilidade  social  com  as comunidades diretamente impactadas pelos empreendimentos e demais stakeholders; 

Realização  periódica  de  auditorias  ambientais  e  avaliações/  acompanhamentos  de desempenho ambiental. 

 

A  SEGURANÇA  SOCIOAMBIENTAL  

A  segurança das barragens vai muito além da avaliação dos  riscos associados à manutenção de estruturas de  instalações de geração e equipamentos. Ela deve  considerar  também os aspectos físicos,  bióticos,  sociais  e  de  mudanças  climáticas,  abrangendo  todas  as  etapas  do empreendimento. 

Na etapa de estudos básicos e viabilidade o  ideal é:  i)  selecionar parceiros/sócios que  tenham suas  empresas  e  demais  instalações  adimplentes  no  cumprimento  da  legislação  ambiental  e passivos  ambientais  equacionados:  isto  pode  ser  uma  exigência  na  negociação  de  novos empréstimos;  ii)  verificar  a  ocorrência  de  interferência  em  quilombolas,  populações  indígenas mesmo de forma  indireta possam se transformar em barreiras  intransponíveis na  implantação do empreendimento;  iii)  iniciar  a  articulação  com  as  lideranças  locais  onde  será  realizado  o empreendimento, acompanhada de ações afirmativas de  responsabilidade  socioambiental antes mesmo de  iniciar o processo de  licenciamento. Confiança adquire‐se, não se compra. Não basta financiar, tem que participar. 

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39ANEXO 1 

Na etapa de projeto executivo: i) a maior parte das bacias hidrográficas tem apresentado aumento do  intemperismo,  com  cheias  cada  vez mais  freqüentes,  em  decorrência  do  aumento  de  áreas desmatadas para agricultura e assentamentos humanos, com a conseqüente erosão acelerada da produção de sedimentos. Isto exige reavaliação dos critérios de dimensionamento de vertedouros e  controle  de  sedimentos/assoreamento  do  reservatório;  ii)  utilizar  no  projeto  as  melhores soluções técnicas e práticas de gestão socioambiental disponíveis e economicamente viáveis; iii) o risco  associado  à  segurança  ambiental  é  inversamente  proporcional  à  qualidade  dos  estudos realizados;  iv) articular e apoiar a qualificação profissional da mão de obra  local  com  cursos do Sesi, Sebrae e congêneres para treinar parte dos seus futuros colaboradores; v) incorporar cenários de  prognósticos  ambientais:  apresentada  uma  tendência  de  degradação  motivada  por  outras atividades transformadoras na região, poderá imputar um impacto negativo resultante indevido à PCH;  vi)  firmar  parcerias  com  instituições  de  ensino  e  pesquisa  locais  sempre  que  possível, incluindo as mesmas em suas necessidades nas etapas de projeto, construção e monitoramento. 

Na etapa de construção:  i) procurar contratar ao máximo a mão de obra  local;  ii) utilizar, sempre que possível, fornecedores  locais de materiais e serviços;  iii) não basta um bom projeto,  licenças ambientais e recursos financeiros para assegurar o êxito na  implantação: é necessário  legitimar o empreendimento, ou seja, que as populações direta e  indiretamente  impactadas em sua maioria aceitem e até mesmo desejem o empreendimento. Mais do que ações de marketing é consolidar a imagem de um empreendedor socioambientalmente  responsável. O grande desafio está no agir, no fazer, no praticar com relação à ecoeficiência.  

Na etapa de operação:  i) acompanhar a evolução do uso do  solo à montante do  reservatório e também  a  jusante,  pelo menos  nos  próximos  10  km:  com  pequeno  investimento  de  tempo  e pesquisa é possível recuperar imagens de satélite (algumas sem custos – LANDSAT, por exemplo) 3, 5 e 10 anos anteriores à  instalação do empreendimento, avaliando o a velocidade de degradação ambiental e seus impactos na perda de biodiversidade, aumento de sedimentos, etc.. Um convênio com  uma  universidade  local  pode  ser muito  útil  para  tal;  ii)  procurar  selecionar  sempre  que possível  o  pessoal  de  operação  e manutenção  de membros  da  equipe  local  que  participou  da construção,  incluindo o treinamento necessário durante a construção;  iii) articular e apoiar ações de preservação ambiental na bacia hidrográfica, inclusive com ações concretas que podem incluir o fornecimento  de  mudas,  por  exemplo;  iii)  quando  todos  os  esforços  falharem  recorrer  ao Ministério  Público  na  defesa  da  qualidade  ambiental.  Um  meio  ambiente  ecologicamente equilibrado é bom também para redução dos custos de operação e manutenção: menor desgaste e cavitação  de  turbinas,  intervalos maiores  para  limpeza  de  grades  e  ações  de  desassoreamento, etc.. 

 

PRESSUPOSTOS  BÁSICOS  

"O difícil, vocês sabem, não é  fácil..."  já dizia o saudoso Vicente Matheus. Na área ambiental, o quilowatt  mais  eficiente  é  o  que  não  consumimos.  Persistindo  a  atual  tendência  estamos estimulando  o  carvão  e  a  energia  nuclear  e,  reduzindo  a  oportunidade  de  desenvolver  fontes próprias de energias  limpas como a hidrelétrica, a biomassa, a eólica ou a  solar  (sendo as duas últimas dependentes de  subsídios  e  sem  viabilidade  econômica  com  as  tecnologias  atualmente disponíveis). Para uma matriz elétrica sustentável, não basta boa vontade,  ideologia ecológica ou visão ambiental estratégica.  

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40ANEXO 1 

Precisamos  definir  uma  política  de  sustentabilidade  para  o  Brasil,  incentivando  a  eficiência energética  e  os  esforços  por  desenvolver  energias  renováveis  calcada  em  soluções  técnicas  e economicamente  viáveis,  com  metas  plausíveis  e  eficazes,  onde  as  dimensões  tecnológica, econômica  e  política  possam  avançar  em  contraposição  à  nefasta  lógica  meramente conservacionista.  

A  questão  ambiental  é  uma  questão  complexa  que  implica  inexoravelmente  em  conflitos.  É desejável  uma maior  transparência  por  parte  do Ministério  de Minas  e  Energia  ‐ MME  e  em especial,  os  responsáveis  pela  política  nacional,  (Casa  Civil  e  o  Palácio  do  Planalto)  sobre  as “derrotas”  frente  a  uma  eventual  agenda  ambiental  regressiva,  permitindo  que  a  sociedade perceba o que está em jogo e possa se movimentar para resgatar a defesa do interesse nacional.  

Precisamos  construir  uma  relação  mais  produtiva  com  o  setor  ambiental  considerando adequadamente a variável ambiental no processo decisório da matriz elétrica. É necessária uma visão  estratégica  sobre  meio  ambiente,  ancorada  numa  decisão  política  de  governo compromissado com os  interesses nacionais. A agenda ambiental não deveria ser monopólio de um ministério, mas de uma visão de Estado. 

Internalização  de  valores  éticos  e  socioambientais  no  planejamento  estratégico,  forma  de gestão e modelo de negócios.  

Enfocar a percepção dos princípios da sustentabilidade como ferramentas de administração do risco, elemento de aumento da competitividade e de criação de valor no longo prazo, fator de melhoria  do  desempenho  e  veículo  privilegiado  de  valorização  dos  ativos  intangíveis organizacionais. 

Adotar  práticas  sustentáveis,  pautadas  em  valores  éticos,  com  a  otimização  do  resultado financeiro, a eficiência e transparência na administração.  

Transversalidade na abordagem, envolvendo o ciclo completo de iniciativas nas múltiplas áreas relacionadas ao desenvolvimento sustentável e à ética nos negócios e "em todas as relações". 

Coerência  nas  condutas  consagrando  o  alinhamento  do  discurso  e  ações,  no  cotidiano  das empresas. 

Incorporação  das  variáveis  socioambientais  nas  práticas  de  negócios,  reconhecendo  e assumindo nosso papel de veículo do desenvolvimento sustentável, através da participação a instrumentos como o www.pactoglobal.org.br Pacto Global, os www.unpri.org Princípios para o Investimento  Responsável,  os  www.equator‐principles.com  Princípios  do  Equador  e  o www.cdproject.net Carbon Disclosure Project. 

Número  crescente  de  relatórios  específicos  procura  capturar  a  relevância  estratégica  de políticas de  sustentabilidade para o mercado  financeiro, enquanto a análise de  investimento agrega novas  variáveis,  fundamentalmente  ligadas  às questões de  governança  corporativa  e responsabilidade socioambiental. 

Tendência  a  considerar  a  internalização  da  variável  social  e  ambiental,  na  estratégia  de negócios, como fator não mais dissociável da análise econômica e das perspectivas de retorno financeiro e valorização acionária. 

O mundo  tem  assistido  ao  crescimento  constante  dos  fundos  de  SRI  (Socially  Responsible Investment Funds),  impulsionados pelas escolhas conscientes de  investidores  institucionais e fundos de pensão, na busca de uma melhor e mais segura  rentabilidade  financeira de  longo prazo.     

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41ANEXO 1 

No  tocante  ao  setor  bancário,  os  “Princípios  do  Equador”  têm  aglomerado  um  número crescente  de  bancos  internacionais  de  primeira  linha,  que  passaram  a  incluir  critérios  de avaliação  socioambiental  nas  atividades  de  project  finance  e  concessão  de  crédito,  em conformidade com as diretrizes formuladas pela International Finance Corporation – IFC. 

Seguradoras e  fundos de pensão  formulam uma avaliação crescente do perfil socioambiental de  seus  clientes e/ou entidades  investidas,  como parte  integrante da dinâmica de  "decision making".   

As demandas ambientais  são cada vez mais complexas e caras. Para o  licenciamento ambiental, várias ações aperfeiçoariam este instrumento: transparência e ótima qualidade em todas as etapas do  processo;  homogeneização  de  procedimentos  –  com  previsibilidade  para  prazos  e  custos vinculados; eliminação do conflito de competências  regulamentando o artigo 23 da Constituição Federal  –  C.F.  (competência  comum  entre  União,  Estados  e Municípios  na  proteção  do meio ambiente);  concessão  de  licenças  ambientais  com  existência  de  condições  de  legalidade  para avançar  com  o  empreendimento;  regulamentação  dos  critérios  para  o  cálculo  de  compensação ambiental no  licenciamento de empreendimentos e atividades que causem significativo  impacto ambiental; alteração da legislação de crimes ambientais para que o funcionário público na lide com autorizações ou permissões ambientais só seja punido em caso de dolo; regulamentação do artigo 231, da C.F. sobre o aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais hidrelétricos em terras  indígenas;  fortalecimento  das  agências  ambientais  com  aprimoramento  da  capacidade técnica dos órgãos de licenciamento; aperfeiçoamento da qualidade do processo de licenciamento; termos de  referência para os diferentes  segmentos e portes de projetos  com  vistas  a  reduzir  a incerteza  frente  aos  requisitos  do  licenciamento  e  salvaguardar  o  licenciador  (Lei  de  Crimes Ambientais); procedimentos padronizados para a renovação das licenças ambientais; medidas para definir melhor os requisitos que envolvem o ciclo de licenças ambientais (previsibilidade); marcos regulatórios específicos para compensações e medidas mitigatórias. 

Outras ações seriam extremamente produtivas para o equacionamento dos empreendimentos de interesse do Setor elétrico: a construção de um padrão elevado de articulação e acordo entre as partes,  adotando uma postura  firme, porém ponderada; adoção do  Estudo  Integrado de Bacias como  condição  prévia  para  o  licenciamento  de  empreendimentos  hidrelétricos;  substituição  de ações corretivas por posturas preventivas e pró‐ativas na consertação de políticas públicas – ações de  governo,  intersetoriais  e  integradas  ‐  consolidando  um  processo  eficaz  de  articulação institucional  entre  as  políticas  de  meio  ambiente,  recursos  hídricos  e  energia;  avaliação  da consistência das novas ações  regulatórias previstas com as prioridades das políticas públicas e a existência  de  alternativas  de  políticas mais  desejáveis  (menores  custos  administrativos, maior eficácia, efeitos distributivos, etc.) para  se  atingirem os mesmos objetivos das  regulamentações propostas; implantação de procedimentos de integração entre os instrumentos de planejamento e gestão  ambiental  (Zoneamento  Econômico  ‐  Ecológico,  Planos  de  Bacia Hidrográficas, Avaliação Ambiental Estratégica Regional e Setorial Planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social (Estatuto das Cidades) Avaliação Ambiental  Integrada de Bacia Hidrográfica  (não regulamentada)) e sua vinculação com a tomada de decisão no processo de  licenciamento  ambiental;  criação  através  de  Lei  ou Medida  Provisória  ‐ MPV  ou  Decreto  a Reserva Estratégica dos Potenciais de Energia Hidráulica  ‐ os potenciais de energia hidráulica para hidrelétricas  bem  como  as  terras  necessárias  a  transmissão  da  energia  associada  ,  serão preferêncialmente destinadas à exploração dos potenciais hidráulicos nelas existentes;   mudança de  paradigma  no  enfrentamento  dos  contenciosos  ambientais,  que  tendem  a  se  acumular  e inviabilizar a construção de hidrelétricas, passando de uma postura nitidamente reativa para outra mais  pró‐ativa  e  a  consolidação  de  um  plano  estrutural  multissetorial  e  de  desenvolvimento 

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42ANEXO 1 

sustentável,  equacionando  os  passivos  ambientais,  à  exemplo  do  Programa  “Territórios  da Cidadania”, em regiões que receberão novos investimentos de hidrelétricas e linhas de transmissão solucionando déficits de investimentos públicos não imputáveis aos empreendimentos. 

Como  sugestões  de  ações  de  controle  dos  riscos  ou  otimização  das  obrigações  dos Empreendedores  poderíamos  destacar  em  grau  de  importância  decrescente:  maior  rigor  na exigência de qualidade  em  todos  os  estudos  ambientais  contratados;  contratação de  auditorias para  os  estudos  contratados,  com  respectivo  controle  de  qualidade  dos  estudos  apresentados; adoção de uma política de  relacionamento pró‐ativa com a comunidade diretamente  impactada pelo  empreendimento  com  adequada  e  eficiente  comunicação  dos  benefícios  advindos  da implantação  do  empreendimento  (até  mesmo  antes  de  iniciar  o  processo  de  licenciamento); implementação  voluntária de ações afirmativas de  responsabilidade  social  com as  comunidades diretamente  impactadas pelos empreendimentos e demais  stakeholders e a  realização periódica de auditorias ambientais e avaliações/ acompanhamentos de desempenho ambiental. 

A principal demanda não é por novos instrumentos legais. A prioridade é avançar na consolidação do entendimento quanto aos chamados conceitos  jurídicos  indeterminados:  impactos ambientais significativos,  relevante  interesse,  etc.  –  e  aperfeiçoar  a  informação  que  orienta  a  tomada  de decisão  sobre  a  viabilidade  ambiental  de  empreendimentos.  É  necessário  intensificar  o  diálogo com o Poder Judiciário, por intermédio da Escola de Magistrados e cooperação com a Magistratura para melhorar  a  previsibilidade  do  sistema;  aprimoramento  de  outros  instrumentos  de  gestão ambiental  (instrumentos econômicos, metas de qualidade  ambiental)  como  contribuição para  a eficiência  do  licenciamento;  avaliação  de  conflitos  entre  a  legislação  ambiental  e  resoluções aprovadas por conselhos de caráter normativo. 

É necessária a  relativização do Princípio da Precaução exigindo a prova do dano ambiental para que  a  atividade econômica possa  ser  validamente paralisada  (atualmente  a mera presunção de dano tem sido suficiente para a paralisação de processo de licenciamento ambiental). Esse debate requer o envolvimento direto da comunidade científica, além dos segmentos técnicos e  jurídicos participantes da gestão ambiental no Brasil. 

Considera‐se  que  o Ministério  de Minas  e  Energia  em  articulação  com  o Ministério  da Defesa coordena as ações necessárias à Segurança Energética Nacional, através de um planejamento de Estado de longo prazo, levando em conta os vários cenários possíveis no período desejado. 

As contribuições para a elaboração de uma Política de Defesa Nacional da Segurança Energética voltada,  para  ameaças  internas  e  externas,  constituem‐se  nos  elementos  de  planejamento  de defesa  da  segurança  energética  e  tem  por  finalidade  estabelecer  objetivos  e  diretrizes  para  o preparo  e  o  emprego  da  capacitação  nacional  em  todas  as  esferas  do  Poder  Nacional.  As contribuições  são  compostas por uma parte política, que contempla os  conceitos, os ambientes nacional e  internacional e os objetivos da Defesa da Segurança Energética Nacional. Outra parte contempla  a estratégia, que engloba  as orientações e diretrizes obtidas  através das  análises de cenários. 

A percepção das ameaças à segurança energética está desvanecida para a maioria dos brasileiros, ao considerar que energia está no interruptor ou tomada de seu domicílio ou de sua empresa, ou, que, o abastecimento de seu veículo é apenas uma questão de escolha do posto de combustível mais próximo, portanto, não havendo com que se preocupar.   Esta postura  ignora  toda a cadeia produtiva e  infraestrutura necessária a ser mantida e ampliada através de equilíbrio sustentado, para a manutenção do fornecimento da energia necessária nas suas mais variadas formas para ser utilizada pelo País. 

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43ANEXO 1 

Diante da atual conjuntura mundial de cenários de escassez ou  restrição de energia,  imposições cada  vez mais  restritas  quanto  à  poluição  ambiental  e  pesquisas  de  novas  fontes  de  energia, ativismos  exacerbados  de  diversas  entidades  da  sociedade  civil  patrocinadas  por  interesses escusos, áreas petrolíferas situadas em regiões seletivas, etc. Com essas perspectivas, certamente que os Países  com potencial energético passarão  a  ser  consideradas opções para o  suprimento dessa deficiência para o mundo.  

 

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1ANEXO 2 

ANEXO  –  2  ‐ IIRSA  (INICIATIVA  PARA  LA  INTEGRACIÓN  DE  LA  INFRAESTRUCTURA  REGIONAL  SURAMERICANA) 

Atualmente, o Brasil vem se destacando no cenário internacional como um ator de influencia, alem de uma relevante fonte de ajuda ao desenvolvimento da America do Sul. Esta consideração pode ser observada na National Security Strategy    (p. 3 e 44)  29, o  livro branco  sobre a estratégia de segurança e defesa do governo norte‐americano que destaca a  influência do Brasil nas  relações internacionais. 

Isto decorre da estabilidade relativa em que o Brasil se apresenta para o mundo, relacionando‐se de  forma amistosa com  todos os países, principalmente seus vizinhos  regionais que apresentam um histórico de relacionamento desde a época das colonizações. Na tentativa de superar questões ideológicas na sub‐região da America Latina, pode‐se observar a presença de problemas e desafios comuns aos países da America do Sul, tais como a vulnerabilidade econômica, instabilidade política e social e falta de infra‐estrutura. 

Neste sentido, o Brasil vem realizando ações que visam a aproximação e a interação com os demais países  do  bloco  em  diversos  setores,  neste  caso,  atentando  ao  setor  energético,  pode  ser observado no tocante do Mercosul a recentemente assinatura do acordo que visa a construção de uma linha de transmissão de Itaipu (Brasil) a Asuncíon (Paraguai) e no âmbito regional, através da IIRSA (Iniciativa para  la  Integración de  la  Infraestructura Regional Suramericana  ‐  Iniciativa para a Integração  da  Infraestrutura  Regional  Sulamericana)  os  58  projetos  de  articulação  setorial  em paralelo a UNASUL. 

A  IIRSA  tem  por  objetivo  a  integração  da  infraestrutura  (  de  transportes,  energética  e  de telecomunicações ) dos 12 países formadores da America do Sul para o desenvolvimento regional equitativo e sustentável. No que diz respeito ao setor energético, o objetivo principal é o de: 

“Promover acciones  tendientes a crear  las condiciones necesarias para que se desarrollen eficientes interconexiones energéticas regionales, bajo un marco regulatorio que promueva la competencia y el libro comercio30.” 

Um  dos  maiores  óbices  que  se  apresentam  são  as  diversas  políticas  energéticas  de  seus integrantes, onde muitas apresentam divergências gerenciais, uma vez que o Estado é um  forte regulador  na  região,  havendo  pouco  espaço  para  a  iniciativa  privada  31.  Em  alguns  pontos,  as políticas  do  setor  são  tanto  convergentes  quanto  divergentes,  surgindo  à  necessidade  de  se estabelecer políticas comuns a todos os membros da comunidade a fim de se facilitar a interação e a cooperação no setor. 

Outro entrave na consolidação são os diferentes padrões  técnicos, gerando a necessidade de se converter  de  um  padrão  interno  de  freqüência  e  tensão  para  outro  diferente  na  exportação daquela  energia,  como  ocorre  entre  o  Brasil  e  o  Paraguai  onde  é  necessário  a  conversão  da freqüência de 60Hz para 50Hz do segundo. Somado a este  fator há ainda o  fator  idade do atual sistema de transporte de energia, resultando numa perda de eficiência significante.  

                                                                 

 

29 UNITED STATES. National Security Strategy. Washington: Seal of the President of United States. May, 2010. 

30 IIRSA. Información Detallada De IIRSA. Buenos Aires: Secretaría IIRSA. 2004.  

31 OLADE. La situación energética en América Latina‐Informe Final. Buenos Aires: Mercados Energeticos. Marzo, 2003.  

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2ANEXO 2 

Há  que  se  observar  que  as  principais matrizes  energéticas  da  região  são  a  hidroelétricas  e  as termoelétricas a gás. O relevo e a hidrografia da região favorecem o primeiro tipo de matriz, cujo ponto  fraco  é  a  vulnerabilidade  a  sazonalidade  das  chuvas,  podem  não  suprir  a  demanda necessária.  Já  a  segunda  é  favorecida  pela  grande  quantidade  de  reservas  existentes  no continente. 

MERCOSUL  

Panorama  dos  países  componentes  da  América  do  Sul  em  relação  à  produção,  distribuição  e consumo de energia: 

Chile: alta dependência de fornecimento energético externo. Mercado interno de energia elétrica pouco  competitivo  devido  à  grande  concentração  de  propriedade  no  âmbito  da  geração energética. Possui grande  integração de energia gasífera  com a Argentina, entretanto, a mesma integração  não  se  consumou  quanto  ao  setor  elétrico,  esbarrando  na  falta  de  regulamentação específica para o setor em âmbito internacional nestes países. A partir da crise de fornecimento de gás pela Argentina passou a investir maciçamente em fontes de energia renovável com alternativas locais. 

Argentina: Auto‐suficiente sob o aspecto global de energia. Petróleo e gás natural correspondem a mais de 90% de sua produção energética e 81% do consumo global energético. O mercado interno ainda é abastecido por uma oferta de energia hidroelétrica (4%) e nuclear (3%). A exportação de gás natural para o Chile sofreu redução. 

Paraguai:  Apresenta  o maior  índice  de  energias  renováveis,  com  67%  de  participação  em  seu consumo  final  e  100%  em  sua  produção. Grande  exportador  de  energia  elétrica  para  o  Brasil, oriunda do Complexo Binacional de Itaipu. 

Uruguai:  Produção  energética  constituída  100%  de  fontes  renováveis,  sendo  57%  hidrelétrica  e 43% de outras  fontes  renováveis. No que  concerne  ao  consumo  a  situação  se  inverte, pois  em primeiro lugar está o uso de combustíveis derivados de petróleo (54%), seguido de energia elétrica com menos da metade desse percentual (24%). Ao lado de Chile, Peru e Brasil são os únicos países da América do Sul que mantém balança comercial de energia negativa. 

Venezuela: Maior  produtor  de  petróleo  da  região  e membro  da OPEP.  A  produção  interna  de energia  concentra‐se  em  petróleo  e  gás  natural  (93%).  O  país  enfrenta  grave  problema  de racionamento, em decorrência da escassez de energia elétrica. 

Bolívia:  Encontra‐se  em  situação  parecida  com  a  Venezuela,  entretanto  no  que  diz  respeito  à produção de gás natural, que é a maior fonte energética (78%) e de receitas para o país. Tem como principais compradores o Brasil e a Argentina, sofrendo enormes dificuldades para exportar para outros países, seja por falta de logística, seja por conflitos geopolíticos (v.g. Chile). Já com relação ao consumo  interno, a Bolívia tem pouca dependência do gás natural, com apenas  (18%),  frente (53%) de petróleo, (11%) de eletricidade e (18%) de outros combustíveis renováveis. 

ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA 

Na  expansão  do  fornecimento  de  eletricidade  na  região,  existem  duas  opções  básicas  no  que respeita à sua localização física. Embora a produção atual do sub‐setor da eletricidade na região é 

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3ANEXO 2 

basicamente  hidráulico,  a  sua  expansão  nos  países mais  desenvolvidos  tem  sido  com  base  em centrais  térmicas a gás natural. Uma  forma de atender à  crescente demanda por eletricidade é geração  próxima  dos  centros  de  consumo,  o  que  requer  o  transporte  do  gás  para  a  planta. Alternativamente, você pode ampliar a oferta em  locais próximos a  fontes de energia, as usinas estão próximas à cabeça do poço ou hidrelétricas perto de  rios.  Isso é necessário para construir linhas  de  transmissão  de  usinas  com  capacidade  ociosa,  ampliar  as  instalações  existentes,  e reforçar ou criar novas  ligações entre os centros de geração e centros de consumo.  Isso  faz com que o  transporte de gás e eletricidade entre em concorrência. Por outro  lado, uma vez definida uma  alternativa  para  atender  à  demanda,  o  crescimento  da  capacidade  instalada  levará  a  uma maior utilização do gás natural, indicando a complementaridade de ambas as fontes de energia. 

Em  termos  de  transporte  de  energia,  o  transporte  de  gás  e  eletricidade  tem  uma  forte concorrência ao decidir a localização da planta na fase de estudos de viabilidade. Cada alternativa tem  seus  custos  e  benefícios  são  cuidadosamente  detalhados  para  avaliar  a  adequação  da utilização de um mecanismo de transmissão de energia ou de outra. Quando o fluxo de energia é unidirecional.  Para  longas  distâncias,  de  transporte  de  gás  é mais  barato,  porque  o  transporte elétrico é  ineficiente devido a problemas de estabilidade das  redes e das perdas de energia. Da mesma forma, mover grandes volumes de energia é mais eficiente se o gás é transportado devido às  economias  de  escala  são maiores.  Por  exemplo,  para  transporte de  gás  para  abastecer uma usina de geração de energia de 2000 MW de potência perto os custos de carga de cerca de 5 US$ / MWh por mil quilômetros e 7,7 US$ / MWh para 1000 MW, no entanto, em fazê‐lo através de um 500 kV linha estes valores ascenderam a 6,3 e 7,5 US$ / MWh. Para alcançar estes 5 US$ / MWh, seriam  necessário  6400 MW  para  realizar  uma  tensão  de  800  kV. Quando  você  precisa mudar, muitas vezes, como no caso do Brasil e países vizinhos do Mercosul, temos de adicionar 5 US $ / MWh. 

Além  disso,  o  transporte  de  gás  tem  a  vantagem  de  que  é  escalável,  ou  seja,  investimentos adicionais  podem  aumentar  sua  capacidade  de  transporte.  Por  exemplo,  um  investimento adicional de 225MM$ em estações de compressão no gasoduto Bolívia‐Brasil, com um montante gastou 2000 MM$, elevaria a  capacidade de 17,2 milhões de m³ para 30 milhões de m³. Outra vantagem do transporte de gás natural que permite a substituição de combustíveis alternativos em processos  industriais, tais como diesel, ou residenciais, tais como gás  liquefeito de petróleo, que têm um alto valor no mercado global. 

Por  outro  lado,  o  transporte  elétrico  tem  certas  vantagens  sobre  o  gás.  Em  primeiro  lugar,  a capacidade  de  transmitir  energia  em  duas  direções  pode  aproveitar  a  complementaridade  dos recursos e da procura. Por exemplo, dois outros  sistemas hidrológicos, em um  sistema onde há uma  abundância  da  água  que  sobrou  por  falta  de  demanda  e,  por  outro  há  uma  escassez, poderiam  compartilhar  a  capacidade,  o  que  exige  reservas  menores.  Em  segundo  lugar,  os sistemas  com matrizes  de  energia muito  diferente,  como  um  país  com  uma  grande  parte  da geração  hidrelétrica  e  outra  com  uma  grande  parte  à  base  de  gás,  podem  completar  os  seus recursos  e  reduzir  as  exigências  de  reserva  para  garantir  o  abastecimento.  Terceiro,  porque  a distância entre as redes de transportes dos países vizinhos é menor no sistema elétrico no campo de gás, a infra‐estrutura é menor e, portanto, os custos de investimento são baixos. Finalmente, a oferta maior permite que mais  recursos econômicos  sejam  liberados,  reduzindo o preço que os usuários pagam para a sua energia. 

Nas décadas  anteriores, o desenvolvimento do  sub‐setor elétrico na América do  Sul permitiu a interligação no  interior das  grandes  regiões de  cada país,  impulsionado pela disponibilidade de recursos  hídricos  em  um  estado  dominado  quadro  de  desenvolvimento.  Este  processo  de integração  interna ainda não terminou, encontrando  importantes regiões de muitos países ainda 

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4ANEXO 2 

isoladas, como no  sistema da Patagônia na Argentina e no norte do Chile, ou com  interligações fracas, como é o caso do norte do Brasil com a área central e sul, norte do Peru, e Venezuela. 

A integração energética vai depender dessa importante interação entre setores de energia devido a uma mudança na visão dos países em seus setores de energia, como ele passou de um modelo estadista  e  fundamentalmente  fortemente  regulamentado,  para  uma  visão  que  predomina  em grande parte de mercado, que pode melhorar a eficiência da capacidade instalada, investimentos com  foco em  infra‐estrutura e  reduzir custos de energia, aumentando a qualidade do serviço. O aprofundamento da abordagem de mercado deve continuar, no entanto, substituir a visão nacional de  um  modelo  regional  para  estender  os  benefícios  da  integração  para  além  das  fronteiras regionais. 

O  campo  do  sub‐setor  de  gás,  que  também  foi  desenvolvido  em  áreas  de  empresas  estatais reduziu  redes  de  transportes.  As  redes  de  transportes  são  mais  avançadas  na  Argentina  e Venezuela, embora este último ainda falta  interligações que  integram a rede nacional. Colômbia, Chile, Brasil e Bolívia  também  têm uma  importante projeção de desenvolvimento do sistema de transporte. Somente a Argentina e a Venezuela têm maturidade dos mercados nacionais onde o consumo de gás é de cerca de 50% do mix de energia primária. 

As interligações de energia em primeiro lugar entre os países da região têm sua origem em:  

O desenvolvimento de grandes projetos hidrelétricos em rios Binacional Itaipu, Salto Grande e Yacyretá. 

O  desenvolvimento  das  interconexões  de  tempo  ou  condições  de  problemas  locais  entre Venezuela, Colômbia e Equador.  

Bolívia exporta gás para a Argentina.  

Estas interligações não foram feitas como as fases iniciais de integração, mas associado ao uso de necessidades  localizadas  e  específicas,  como  a  hidrelétrica  binacional  recorrente  transação  país demandante ou gás ou eletricidade para os excedentes e déficits das partes. 

O modelo estadista de desenvolvimento dos setores da energia dos anos 70 foi vendido para fora e mostrou‐se  inadequado para precipitar a crise da dívida externa dos países  latino‐americanos. A falta de separação do papel do Estado como empregador, fixador político e ao mesmo tempo como regulador, produziu distorções na gestão do setor de energia. Estas distorções politizadas da gestão do setor conduziram a uma má administração das empresas e comprometer a sua capacidade de emprestar. 

A crise do modelo estadista de desenvolvimento durante os anos oitenta  levou, durante os anos noventa, as mudanças sem precedentes nos mercados latino‐americanos da energia. A resposta à crise foi caracterizada por uma mudança significativa do ponto de vista conceitual, baseado em um sistema que promove a  liberalização do mercado e a abertura das atividades da iniciativa privada no setor energético. Esta mudança de paradigma, fomentada pelos mecanismos de mercado, teve como  recompensa  a  eficiência,  ao  incentivar  a  concorrência  nos mercados  contestáveis  e  um serviço  de melhor  qualidade  para  o  usuário.  Esta  é  a  forma  como  a  escala  de  transformações ocorridas  no  setor  elétrico  e  de  gás  natural,  para  as  quais  estabeleceram  novos  marcos regulatórios e instituições de acordo com estas normas. 

Com este novo paradigma  irá produzir os processos de transformação que se  iniciou no final dos anos 80, e chegar ao século XXI consolidada em grande parte da América do Sul. Quase todos os países têm expressado suas  leis de transformação. Alguns ainda não tenham  implementado, tais como,  Uruguai  e  Venezuela,  e  outros  ainda  estão  em  fase  de  transição  para  um modelo  de 

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5ANEXO 2 

mercado, no Brasil e no Equador. 

Nesta  nova  etapa,  vem  surgindo  novos  empreendimentos  na  implementação  de  gasodutos  e interconexões  elétrica  do  setor  privado.  Gasodutos  entre  Argentina  e  Chile  (NorAndino GasAtacama, Pacífico e GasAndes) entre Argentina e Uruguai  (costeiros e Cruzeiro do Sul), entre Argentina e Brasil  (Uruguaiana), entre Bolívia e Argentina  (Bermejo‐Ramos e Madrejones‐Campo Durán) e entre Bolívia e Brasil  (Santa Cruz‐São Paulo e Cuiabá) e das  interligações elétrica entre Argentina, Chile e Argentina e Brasil estão em risco projetos desenvolvidos pelo setor privado. 

Embora a maioria dos marcos regulatórios para incentivar a concorrência nem sempre é alcançada devido  às  limitações estruturais  acima  referidos.  É especialmente no  sub‐setor do  gás, onde  as empresas de produção de funcionamento na maioria dos países como um monopólio de fato. Tal é o caso do Brasil, Peru e Venezuela, ainda na Colômbia, Bolívia e Argentina, onde há algum grau de competição. 

Neste  contexto, o desenvolvimento do  sub‐setor gás e elétrico e exigir  regulamentos diferentes setores e instituições têm dois estados distintos:  

O desenvolvimento da estrutura de base setorial associados à captura de mercados isolados ou a substituição de combustíveis (introdução do gás natural na maioria dos países, e uma maior integração  do  sub‐setor  de  eletricidade,  especialmente  em  países  com  áreas  isoladas  ou ligações fracas); 

O desenvolvimento do setor no mercado competitivo. 

Na maioria dos setores, no entanto, os dois estados que coexistem, necessitam de um tratamento regulamentar  e  institucional  consistente,  que  diferem  muito  daqueles  que  podem  ser estabelecidas em países desenvolvidos, onde há, em primeiro  lugar, as agências comunitárias de concorrência  é  o  caso  Europa  e  instituições  com  jurisdição  federal,  como  os  Estados Unidos  e Canadá. Exige  também uma certa coerência entre os mercados de gás e eletricidade,  tendo em conta as suas diferentes características e estágio de desenvolvimento, mas também acredita que as decisões  de  regulamentação  sobre  o  sub‐setor  do  gás,  nomeadamente  no  que  diz  respeito  à expansão, preços e  concorrência definem o  comportamento dos  intervenientes no  sub‐setor da eletricidade. Caso  contrário, pode  fornecer  sinais de que  incentivar o desenvolvimento de uma opção em detrimento do outro, quando a opção rejeitada em um quadro harmonizado entre os dois setores, teria sido a solução eficiente. Por exemplo, se o transporte de gás é pago em dólares dos  Estados Unidos, mas  a  transmissão  de  energia  é  paga  em moeda  local,  a  opção  pode  ser selecionada para  localizar uma nova  fábrica perto do  campo de produção de gás para  limitar o risco.  Estes  requisitos  tornam‐se  mais  críticos  citando  a  análise  do  desenvolvimento  das interconexões  internacionais, pois estas diferenças se manifestam de forma mais aguda. Em uma visão geral da situação da America do Sul, podemos observar que: 

Transações em seus setores de energia elétrica são baseadas em mecanismos de mercado, que podem  ser  considerados  países  desenvolvidos  e  em  desenvolvimento,  com  exceção  da Venezuela, Uruguai e Paraguai; 

Os  sistemas  elétricos  requerem maiores  reservas,  em  termos  comparativos  com  os  países desenvolvidos, para atender à demanda que a geração hidrelétrica não pode cumprir durante os anos de baixa pluviosidade; 

Seus sistemas de água criam a necessidade de uma regulação muito administrativa, afetando o desenvolvimento dos mercados da eletricidade, em especial no Brasil e no Equador; 

Os  sistemas elétricos  foram desenvolvidos  com uma  visão das estruturas e necessidades de 

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6ANEXO 2 

cada país, talvez à custa de uma maior integração regional; 

Estado  de  planejamento  bastante  envolvido  na  definição  e  concepção  dos  sistemas  de transmissão  de  energia  elétrica,  especialmente  no  Equador,  Colômbia,  Venezuela,  Paraguai, Brasil e em certa medida, Argentina e Peru. No entanto, a integração elétrica é deixada para o setor  privado,  criando  assimetrias  no  tratamento  dos  diferentes  atores  e  onde  a  visão introduzir barreiras locais para a realização de interconexões; 

O gás natural é o combustível utilizado na expansão da capacidade de produção no setor da eletricidade; 

O mercado de gás está em estágios iniciais de desenvolvimento, com muito pouco competitiva com o elétrico e apresenta grandes diferenças com o primeiro, que muitas vezes distorce os sinais econômicos para o investimento; 

No  sistema  de  transporte  de  gás,  onde  o  sector  privado  é  um  participante, mas  tem  um monopólio dificulta as políticas de desenvolvimento não evoluem de acordo com as regras de mercado. 

Os benefícios da integração para os países que, em termos gerais, o seguinte:  

Argentina: a monetização de suas reservas e na construção de  infra‐estrutura de  interligação que garante o fornecimento futuro de fontes alternativas de produção; 

Bolívia: a monetização de reservas; 

Colômbia: a monetização de suas  reservas e na construção de  infra‐estrutura de  interligação que garante o fornecimento futuro de fontes alternativas de produção; 

Uruguai e Paraguai: reduzir os custos de produção de eletricidade a partir de sua  localização geográfica para o Brasil; 

Venezuela: a monetização de suas reservas e solução de problemas de transmissão de energia elétrica no curto prazo; 

Um aumento nas interconexões internacionais no sub‐setor da eletricidade na região, terão como benefícios,  um  impacto  direto  sobre  os  custos  ou  preços,  tais  como  redução  da  utilização  de combustíveis  não‐renováveis  e  passam  a  ter  um melhor  parque  de  geração;  para  uma maior utilização  da  água  armazenada  em  reservatórios,  principalmente  no  Brasil  e  Equador,  que  é derramado em anos hidrológicos  ricos ou médios por não ser capaz de usar o excedente destes recursos. Outros benefícios das interligações, bem como os preços dos consumidores, melhorando também a qualidade  "do mercado" através da  introdução de mais  concorrência, aumentando o número  de  participantes,  o  mercado  de  maior  volume  e  estabilidade  regulamentar.  Deve‐se ressaltar que as melhorias quantitativas são muitas vezes diferentes, quando medido a partir de uma abordagem macroeconômica que cobrem o impacto sobre as empresas e os consumidores. 

Entre  os  potenciais  benefícios  das  interligações  entre  os mercados  podem  ser mencionados  a seguir, colocado em economia direta e de qualidade no mercado: 

Aumento  da  eficiência  operacional  através  de  melhor  utilização  dos  recursos  de  energias renováveis,  em  substituição  ao uso do  gás natural  e  combustíveis  líquidos. A  otimização da operação dos reservatórios vai produzir melhores resultados, ou seja, menor custo de oferta e melhoria da qualidade de serviço, na medida em que há maior diversidade hidrológica maior o apoio térmico e aumento da procura à oferta; 

Otimização do desempenho hidráulico do conjunto, tornando‐o mais estável;  

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7ANEXO 2 

Um  investimento em geração mais eficiente, através da otimização do uso da  infra‐estrutura disponível  de  geração  de  energia,  reduz  para  uma  qualidade  determinada  com  meta  de requisitos de serviço, reserva de energia, potência de pico associado complementar demandas diárias, sazonais e de condições extremas (ano de seca ou de uma indisponibilidade máxima); 

Um investimento mais eficiente na transmissão através de uma utilização otimizada das infra‐estruturas  de  transporte  de  eletricidade,  para  permitir  uma maior  utilização  da  capacidade remanescente  para  a  otimização  do  escritório,  e  o  aumento  da  capacidade  de  transporte devido à existência de rotas alternativas para situações de emergência; 

Redução dos preços por dois  fatores. Primeiro devido ao aumento da  concorrência entre os agentes, como mencionado acima. Mas também, porque há um maior número de agentes, e portanto,  o  número  de  transações  e  o  volume  do  comércio  cresce  reduz  a  volatilidade  dos preços, que  se  traduz em menor  risco. Menor  risco, por  sua  vez,  se  traduz em preços mais baixos com o prêmio de risco menor;  

Devido às economias de escala para projetos  regionais,  também produzirá uma  redução nos custos de operação e manutenção; 

Aumento da competitividade (especialmente no Chile e Colômbia). A  integração pode ter um efeito positivo,  reduzindo a possibilidade de exercer poder de mercado por parte de alguns agentes. 

Ainda,  há  a  possibilidade  de  benefícios  adicionais  significativos  em  matéria  de  integração energética regional, tais como: 

Redução  do  impacto  ambiental,  como  resultado  da  otimização,  com  menor  utilização  de combustíveis fósseis; 

Redução dos riscos regulatórios e outros que podem introduzir a participação no negócio como um corretor para diluir sua presença no mercado (isto pode ser um obstáculo para a execução das interligações ou ser resolvido com a implementação de um mercado robusto); 

Melhorar  a  segurança  do  abastecimento,  devido  ao  aumento  das  interconexões  resultando numa maior confiabilidade do serviço. Também é possível obter um aumento significativo na qualidade do fornecimento, a aplicação de um critério para o uso do sistema, permitindo que os operadores acordem um sistemas de troca em caso de emergência; 

Integração  de  áreas  remotas  ou melhoria  da  qualidade  nas  áreas  com  ligação  radial.  Isso decorre da necessidade de interligar sistemas entre os países. Por exemplo, na Argentina NEA ou áreas de  fronteira do Brasil é possível aumentar a qualidade do serviço e a segurança do abastecimento, aumentando o número de linhas para essas áreas. 

   

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8ANEXO 2 

AMEAÇAS  NA  AMÉRICA  LATINA  

O  hemisfério  sul  é  a  região  mais  pacífica  do  planeta.  Seus  problemas,  estão  mais  ligadas  à exploração dos recursos naturais e baixa qualidade de vida de sua população. Excetuando a África, poucos  conflitos  foram  registrados  entre  países  que  se  situam  nessa  região  do  planeta  e  na América  do  Sul,  especificamente,  não  se  tem  hoje  nenhum  conflito.  Ao  contrario  dos  nossos irmãos do norte que estão recheados de conflitos que envolvem diversas nações. 

A partir do início desse século, mais precisamente, após os atentados de 11 de setembro de 2001 essa  aparente  tranqüilidade  começou  a  mudar.  As  necessidades  de  matérias  primas  que, provavelmente começam a declinar na maioria dos países do norte, transportam o problema para a África e América do Sul que são as regiões mais pobres da terra e semeia os conflitos  internos tanto político quanto militar. Os EUA, a China e a Europa para defenderem seus interesses buscam o  apoio militar,  sob  a égide de potências preocupadas  com  a paz mundial, não proliferação de armas nucleares. Essas potências agem apoiando grupos que lhes são favoráveis em detrimento de outros. 

Para  que  o  Brasil  possa  enfrentar  os  desafios  que  surgem  nesse  cenário  é  preciso  ampliar  a capacidade defesa,  inclusive os  interesses regionais. O Brasil pleiteia um assento no Conselho de Segurança do ONU e sendo necessário aprimorar a capacidade bélica nacional. Há muito tempo o Brasil  não  entra  em  conflito  com  nenhum  dos  seus  vizinhos.  Alguns  desentendimentos  são mediados no campo político. Para que seja mantida essa harmonia com os vizinhos é que o Brasil, com superioridade territorial e econômica na região, terá que assumir o papel antes que outros o façam e provoquem uma ruptura dessa tranqüilidade. 

Atualmente  são  contabilizados  38  conflitos  ao  redor  do mundo,  de  acordo  com  a Organização Global  Segurity Org. Cabe  ressaltar que nenhum ocorre na América  Latina. No entanto há dois vizinhos que fazem fronteira com o Brasil, no Peru e na Colômbia, com problemas internos que são motivos de preocupação para o Brasil. Guerrilhas, narcotráfico, estabilidade política, democracia e crime organizado transnacional são assuntos constantes nas discussões sobre defesa no Complexo Regional  Sulamericano. Nos últimos dez anos, percebe‐se o  incremento de  temas  como  corrida armamentista,  barganha militar  e  alianças  extra‐regionais. Os  países  da  região  têm  aumentado exponencialmente o seu gasto em defesa.  

Mesmo pautada por  conflitos políticos e militares que não  a  guerra,  a existência de uma baixa incidência  de  conflitos  tradicionais  na  região  é  um  ativo  importante  para  todos  os  países sulamericanos. Todas as economias regionais, embora heterogêneas, estão em pleno processo de desenvolvimento  e  inserção  econômica  internacional.  Mais  recentemente,  a  Colômbia  e  a Venezuela  de Hugo  Chaves,  trocam  farpas  e  tiros  nas  fronteiras  entre  os  dois  países. Ameaças verbais de Hugo Chaves parecem mais uma desculpar para manter uma milícia armada, copiando a Guarda  Republicana  do  Irã,  cujo  objetivo  principal  deva  ser  fortalecer  seu  regime  autoritário. Porem,  isso  levou a uma corrida armamentista para o continente e estão aos poucos trazendo os Americanos e Russos para dentro de suas fronteiras. 

A existência de  conflitos  latentes entre países  sulamericanos  reascendidos pela desestabilização configuram  como    grandes  entraves  para  a  integração  regional.  A  partir  do  conceito  de  “Paz Violenta”, onde procura‐se entender  conflitos  internacionais  a partir dos  conceitos de Guerra e Paz. Nos  primeiros  10  anos  do  século  XXI  houve mudanças marcantes  na  América  do  Sul,  em especial  pelo  recrudescimento  de  temas  tradicionais  de  segurança,  como  o  novo  ciclo  de 

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9ANEXO 2 

rearmamento, ameaça de conflito militar entre Venezuela e Colômbia e a participação, cada vez mais  ativa,  de  potências  extra‐regionais  na  agenda  de  segurança  regional.  Nesse  cenário  o Conselho  de  Defesa  Sul‐Americano  ganha maior  relevância.  Contrariamente  a Organização  dos Estados  Americanos,  a  América  do  Sul  não  tem  apresentado  em  sua  história  exemplos  de segurança de  forma  regionalizada. Mesmo não havendo um desenvolvimento nos processos de integração e cooperação  regional, constata‐se que a  institucionalidade desses empreendimentos não  acompanha  o  ritmo  da  deterioração  das  condições  de  segurança  regionais.  O  momento presente apresenta uma relevante conjuntura crítica sobre o status de autonomia do regionalismo em  termos  da  gerência  da  ordem  regional  em  temas  de  segurança  e  defesa  e  acerca  das capacidades da integração regional sulamericana de produzir paz e prosperidade no século XXI. 

Colômbia, Equador e Venezuela: A crise diplomática entre Colômbia, Equador e Venezuela  teve início em março de 2008, quando o  Exército  colombiano  anunciou que matou o número 2 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes. No centro da desavença entre os dois países estão as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O grupo  libertou no dia 10 de  janeiro de 2008 a candidata à Vice‐Presidência Clara Rojas  ‐  seqüestrada em  fevereiro de 2002  ‐  e  a  ex‐parlamentar  Consuelo  González  ‐  refém  desde  setembro  de  2001.  Segundo  a guerrilha, o ato foi um gesto de desagravo para com Chávez depois de o Governo colombiano ter cancelado  sua mediação na busca de uma  troca humanitária. Desde 1964, a Colômbia  tem sido palco  de  uma  disputa  de  baixa  intensidade  armado  que  envolveu  o  governo  colombiano,  as organizações paramilitares, os cartéis de drogas, e  forças de guerrilha, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN). Durante o conflito, tomada de reféns, tráfico de droga e os atentados terroristas contra civis tornaram‐se uma parte familiar da vida quotidiana em grande parte da Colômbia.  

Embora  muitos  temam  a  renovada  força  militar  venezuelana  e  o  caráter  mais  ou  menos imprevisível do seu presidente Hugo Chavez, poucos conhecem contudo que a haver um conflito militar envolvendo a Venezuela bolivariana e uma outra nação, este será com toda a probabilidade um conflito contra… a Guiana e não contra os EUA. O primeiro  indício surgiu em 13 de Março de 2006 com a adição de uma oitava estrela à bandeira venezuelana, com a explicação de que seria um tributo à contribuição da província da Guiana na luta da independência venezuelana no século XIX. O Brasil é o único país com quem a Venezuela não possui problemas de limites fronteiriços. Os países  da  América  Latina  vêm  incrementando  seus  gastos  militares  desde  2004.  Em  termos militares a despesa dos 12 países do continente sulamericano corresponde a 4% do total mundial e à 9% dos EUA. 

Chile e Peru: No contexto de deterioração das relações entre Colômbia, Equador e Venezuela, a competição  estratégica  entre  Chile  e  Peru  e  do  rearmamento  das  principais  potências  sul‐americanas,  o  regionalismo  sul‐americano  se  vê  na  ausência  de  instrumentos  para  gerenciar  a ordem  regional  de  segurança.  A  situação  e  os  seus  desdobramentos  ainda  desconhecidos  nos levam a indagar sobre a urgência no desenvolvimento de uma robusta instituição de segurança na América  do  Sul. O  governo  peruano  vem  trabalhando  desde  1980  para  acabar  com  o  Sendero Luminoso, a guerrilha maoísta, que visa substituir o que eles vêem como um "governo" burguês em Lima e instalar uma "ditadura do proletariado". Embora o Sendero Luminoso fosse muito ativo na década de 1980, a prisão pelo governo em 1992 de Abimael Guzmán,  líder do grupo,  foi um golpe  significativo  para  suas  atividades.  Porém,  após  uma  década  de  dormência,  o  Sendero Luminoso anunciou seu retorno com a explosão de uma bomba perto da Embaixada E.U. em Lima, em Março de 2002, poucos dias antes de uma visita pelo então Presidente Americano George W. Bush. 

 

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10ANEXO 2 

ITAIPU 

No que concerne ao ambiente do Mercosul, verifica‐se de plano a questão de Itaipu como a mais rumorosa.  A usina construída pelo Brasil na fronteira com o Paraguai é considerada binacional por conta de acordo  internacional, que garante ao Paraguai cota parte da energia produzida. Ocorre que o Paraguai não utiliza toda a energia que lhe seria destinada, revendendo esta ao Brasil. 

Inicialmente  foi  previsto  o  valor  de  U$  300  por  gigawatt‐hora,  devendo  este  valor  ser periodicamente  revisto  pela  aplicação  de  fator  multiplicador.  Atualmente  utiliza‐se  o  fator multiplicador 5,1, que  resulta no pagamento ao Paraguai de U$ 120 milhões anuais, entretanto, está em andamento procedimento normativo visando elevar o fator multiplicador para 15,3, que resultará no pagamento de U$ 360 milhões anuais. 

No ano de 2009  foram assinadas notas reversais por Brasil e Paraguai, as quais deram  início aos procedimentos  internos de  cada país para alteração do  tratado  internacional e  reajustar o  fator multiplicador. No Brasil, o procedimento já foi encaminhado ao Congresso Nacional, onde tramita atualmente.  Note‐se  que  ao  encaminhar  o  projeto  ao  Congresso,  o  Presidente  da  República consignou neste que os custos financeiros da operação seriam inteiramente arcados pelo Tesouro Nacional, não havendo repasse do custo ao consumidor brasileiro. 

Outro  ponto  que merece  destaque  nas  atuais  tratativas,  diz  respeito  à  liberação  do  Paraguai comercializar  seu  excedente  energético  diretamente  no mercado  interno  brasileiro.  Esta  que  é considerada por muitos analistas como a mais significativa das mudanças, possibilitaria à empresa paraguaia ANDE ingressar no mercado brasileiro para negociar sua energia independentemente da intermediação do governo brasileiro. 

 

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1ANEXO 3 

ANEXO  –  3  ‐ MODELOS  FINANCEIROS  E  SIMULAÇÃO  DE  FINANCIAMENTO 

FORMAS  DE   INVESTIMENTOS  EXTERNOS  NO  BRASIL  

O  financiamento pode ser  formatado em  forma direta, ou atraves de  fundos de  investimento.Os fundos  de  investimento  em  Venture  Capital  e  Private  Equity  sao  regulados  e  fiscalizados,  e  no Brasil,  a  Comissão  de  Valores Mobiliários  é  responsável  pela  regulamentação  e  fiscalização  da atuação de tais fundos, bem como da atuação de seus gestores / administradores.   São aplicáveis as Instruções CVM nº 209/94 (Fundos Mútuos de Empresas Emergentes – normalmente voltados ao  venture  capital), CVM nº 391/03  (Fundos de  Investimento em Participações –  aplicáveis  aos veículos de venture capital e private equity).   Seja qual for a formatação do fundo, sua gestão fica a  cargo de empresas e  instituiçoes  financeiras  autorizadas e especializadas.     De  acordo  com o perfil  da  empresa  investida,  quanto  ao  porte,  setor,  estágio,  organizaçao  administrativa,  gestao empresarial, volume de recursos investidos, etc., a empresa privada financiadora no exterior, ou o Fundo  de  investimento  no  Brasil,  nao  tera  qualquer  envolvimento,  ou  tera  um  envolvimento menor ou maior na gestão do negócio.     Este envolvimento varia em  funçao da necessidade de apoio e  segurança do  retorno do  investimento, e está  relacionado a operaçao de estruturas de governança  corporativa  que  viabilizem  o  crescimento  da  empresa  e  protejam  os  investimentos realizados.    Existem  basicamente  tres  modalidades  em  que  os  financiamentos  podem  ser estruturados: 

Emprestimo  externo  de  longo  prazo,  realizado  entre  empresas  privadas,  atraves  de  Banco custodiante indicado pelos investidores. 

Venture  Capital  atraves  de  Fundo  Privado,  constituido  pelos  investidores,  e  empresa responsavel pela aplicaçao e retorno dos investimentos. 

Investimento Privado  (private  equity  investment) de  longo prazo,  atraves de  Fundo Privado, responsavel pela aplicaçao e retorno dos investimentos. 

Os modelos de financiamento, sao conduzidos diretamente por financeira autorizada e pelo Banco que gerenciara a recepçao dos recursos no Brasil. Aplicam‐se conforme normas Internacionais de financiamento e normas do Banco Central do Brasil. 

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO NO BRASIL  

Conceito ‐ E facultado a empresas estrangeiras a realizaçao de investimentos no Brasil através de fechamento de cambio no mercado comercial. A incorporaçao de uma empresa brasileira, a compra de participaçao acionaria ou o aumento de capital de uma empresa  ja existente, sao algumas opçoes de investimento. 

Procedimentos  –  E  necessario  que  o  “PAR”,  Investidor  /  Receptor  do  Investimento,  estejam cadastrados  no  BACEN,  possuindo  o  numero  de  identificaçao  IED  (Investimento  Estrangeiro Direto). Devera ser arquivado na  Junta Comercial as alteraçoes do Contrato / Estatuto Social  refletindo o aumento de capital, bem como, efetuar o registro declaratorio eletronico RDE, no SISBACEN, através de Instituiçao financeira autorizada. 

Retorno de Capital – O Investidor estrangeiro que tenha capitalizado uma empresa brasileira, pode  decidir  retornar  ao  exterior,  o  capital  investido.  Esse  retorno  pode  ser  resultante  de venda  de  participaçao  acionaria,  reduçao  de  capital,  ou  encerramento  de  atividades  da 

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2ANEXO 3 

empresa  brasileira.  Sao  necessarios  os  documentos  de  registro  na  Junta  Comercial,  com  a integralizaçao do capital registrado no (RDE), demonstraçao da origem e aplicaçao dos recursos (DOAR), publicaçao de ATA  relativa a venda de participaçao ou  reduçao do capital. Se houve ganho  sobre o capital  investido, devera apresentar o  (DARF) demonstrando o pagamento do Imposto de Renda. 

Impostos  –  Qualquer  remessa  ao  exterior,  a  titulo  de  retorno  de  capital,  estara  isenta  de imposto  de  renda  (IR),  até  o  valor  em moeda  estrangeira  dos  investimentos  registrados  no Banco Central do Brasil. O montante que superar tal valor, estara sujeito a aliquota de (IR), que sera de  (15%) para Paises que mantem relaçoes comerciais e  fiscais com o Brasil, e de  (25%) para Paises que o Banco Central do Brasil considere Paraiso Fiscais. 

Capital Contaminado – Caso o Capital internado nao tenha sido totalmente registrado junto ao Banco Central do Brasil, a remessa ao exterior a titulo de RETORNO DE CAPITAL, da parcela nao registrada, podera ser realizad atraves de transferencia internacional em (Reais $), (TIR). 

 

REMUNERAÇAO DE CAPITAL PROPRIO PRODUTO DE INVESTIMENTO EXTERNO 

Conceito  – Uma  empresa nacional que  receba  capital de um  investidor  externo,  a  titulo de aumento de capital, pode ter que pagar  juros sobre esse capital a criterio do  investidor. Se o capital em questao, estiver registrado no Banco Central do Brasil, a empresa nacional podera remeter  juros  sobre o  investimento direto atraves de uma operaçao de  cambio no mercado comercial. A  taxa de  juros neste caso é a  (TJLP), aplicada ao patrimonio  liquido da empresa, sendo  o  valor  resultante  pago  aos  acionistas  estrangeiros,  proporcionalmente  a  sua participaçao. 

Impostos – Imposto de Renda de (15%) sobre os valores pagos, ou (25%) caso o investidor seja residente  em  Paraiso  Fiscal.  Os  juros  pagos,  poderao  ser  deduzidos  do  exercicio  fiscal correspondente. O montante pago como  juros podera ser deduzido até o  limite de  (50%) do lucro do exercicio ou do lucro acumulado, dos dois o maior. 

Capital Contaminado – Aplica‐se as mesmas regras do item anterior. 

 

Sao apresentados esquematicos da operaçao descrita,  financiamento em  (Reais $)  via  fundo de investimento,  e  financiamento  direto  Empresa  no  exterior  /  Empresa  no  Brasil,  via  Banco custodiante. 

 

   

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3ANEXO 3 

 

   

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4ANEXO 3 

 

 

   

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6ANEXO 3 

 

   

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7ANEXO 3 

PLANILHAS  DE  SIMULAÇAO  DE  FINANCIAMENTO  

Apresenta‐se planilhas tipicas, para financiamento em (Euros) direto EMPRESA / EMPRESA, atraves de Banco Custodiante. 

 

 

 

 

   

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8ANEXO 3 

 

   

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9ANEXO 3 

 

   

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10ANEXO 3 

 

   

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11ANEXO 3