Tese Hobbes

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS CURSO DE DIREITO DISCIPLINA CIÊNCIA POLÍTICA PROFESSOR: ROBERTO WÖHLKE. APRESENTAÇÃO DA TESE ( até 3 laudas) ALUNO: LUIZ SOARES MELO REFERENCIA DO TEXTO: BRANCO, Pedro Hermílio Villas Bôas Castelo. Hobbes e a Fundação da teoria Política. In: FERREIRA, Lier Pires; GUANABARA, Ricardo; JORGE, Vladimyr Lombardo. Curso de Ciência Política: Grandes Autores do Pensamento Político Moderno e Contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Cap. 3. p. 51-95. 1. Questão / Tema Homo homini lupus – As consequências do egoísmo e da individualidade exacerbada na atualidade. 2. Argumentos extraídos do Texto. (Fundamentos) “A máxima o homem é lobo do homem tem dois significados. O primeiro se revela na situação na qual a ausência de Estado pode tomar nossos limites tênues a ponto de podermos agir com a agressividade de lobos diante dos outros. O segundo significado deixa claro que também somos lobos de nós mesmos e a fragilidade de nossos limites internos eleva a propensão à autodestruição mediante as próprias paixões.” (p. 62 e 63) “A fonte de validade do Estado reside na da teoria geral do contrato que nada mais é do que instrumento jurídico criado pelo homem. Na teoria política de Hobbes, o poder político do Estado [...] encontra sua justificativa [...] na vontade impelida pelo medo da morte violenta e na esperança de obtenção da paz. Teorias do Estado cujas justificações se baseiam na tradição, na teologia ou na razão natural são destituídas de qualquer sentido pela teoria política de Hobbes. Assim, o poder passa a ser proveniente de um livre acordo entre homens que renunciam de modo recíproco aos seus direitos em favor de um

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Page 1: Tese Hobbes

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍCENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICASCURSO DE DIREITODISCIPLINA CIÊNCIA POLÍTICAPROFESSOR: ROBERTO WÖHLKE.

APRESENTAÇÃO DA TESE ( até 3 laudas)

ALUNO: LUIZ SOARES MELO

REFERENCIA DO TEXTO: BRANCO, Pedro Hermílio Villas Bôas Castelo. Hobbes e a Fundação da teoria Política. In: FERREIRA, Lier Pires; GUANABARA, Ricardo; JORGE, Vladimyr Lombardo. Curso de Ciência Política: Grandes Autores do Pensamento Político Moderno e Contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Cap. 3. p. 51-95.

1. Questão / Tema

Homo homini lupus – As consequências do egoísmo e da individualidade exacerbada na atualidade.

2. Argumentos extraídos do Texto. (Fundamentos)

“A máxima o homem é lobo do homem tem dois significados. O primeiro se revela na situação na qual a ausência de Estado pode tomar nossos limites tênues a ponto de podermos agir com a agressividade de lobos diante dos outros. O segundo significado deixa claro que também somos lobos de nós mesmos e a fragilidade de nossos limites internos eleva a propensão à autodestruição mediante as próprias paixões.” (p. 62 e 63)

“A fonte de validade do Estado reside na da teoria geral do contrato que nada mais é do que instrumento jurídico criado pelo homem. Na teoria política de Hobbes, o poder político do Estado [...] encontra sua justificativa [...] na vontade impelida pelo medo da morte violenta e na esperança de obtenção da paz. Teorias do Estado cujas justificações se baseiam na tradição, na teologia ou na razão natural são destituídas de qualquer sentido pela teoria política de Hobbes. Assim, o poder passa a ser proveniente de um livre acordo entre homens que renunciam de modo recíproco aos seus direitos em favor de um soberano. Ao celebrarem um acordo mútuo de vontades, denominado contrato social, submetem-se ao soberano.” (p. 52)

3. Argumentos Pessoais.

Segundo Thomas Hobbes, o ser humano é naturalmente egoísta. O Estado e as leis servem para estabelecer limites para o egoísmo exacerbado do homem. O principal objetivo do Estado forte, segundo Hobbes é de impedir que o mais fraco seja dominado pelo mais forte e que o próprio instinto agressivo do indivíduo volte-se para ele próprio.Hobbes viveu na época de guerra civil onde experimentou uma realidade de ausência do Estado, com escassez, desorganização, prepotência e vislumbrou então, como solução para o problema social, um estado forte que proporcionasse segurança e prosperidade para todos. Dizia que o homem era naturalmente mal, agressivo e egoísta e que a sociedade, a civilização e as regras depuravam estes sentimentos transformando o homem em um ser sociável capaz de viver em uma sociedade equilibrada.

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Existem reflexos de fácil identificação do individualismo somado ao instinto agressivo apontado por Hobbes. Em qualquer cidade média hoje no Brasil, não é difícil testemunhar cenas de selvageria no trânsito, onde cada indivíduo julga que sua pressa é mais justa do que a do próximo. Outro reflexo disto é a sistematização da corrupção no Brasil.

A reflexão que me permito sugerir a vocês, hoje, é a seguinte: o Estado é proposto por Hobbes como um controlador dos impulsos egoístas, violentos e individualistas do homem. Seguindo a linha de raciocínio de Hobbes, chegaremos à seguinte incongruência: partindo do princípio de que o homem é mal e egoísta, não podemos deixar de ponderar que o estado é pensado, organizado e governado por homens. Sendo assim este estado não obedece, mesmo que com ressalvas, aos mesmos impulsos egoístas citados por Hobbes?Resultado desta proposta de Estado como sendo o único agente socializante do homem, a meu ver, seria a corrupção inestancável que acompanhamos atualmente, bem como a violência crescente que parece não ter solução. Por outro lado, considero que seja, ruim com o Estado, mas pior sem o Estado.

Mais do que repressão e coerção por parte do Estado, precisamos de educação e de bons exemplos. Na falta de bons exemplos devemos sê-los. Com um mínimo de esforço de cada um podemos conquistar uma sociedade mais solidária, colaborativa e positivamente espontânea. Na política, no trânsito, ou em nossas vidas pessoais, os pequenos gestos de solidariedade e colaboratividade fazem parte de um processo de amadurecimento humano, que talvez Hobbes não teve a oportunidade de fazer parte devido as condições têmporo-espaciais em que viveu, mas que já é visto como um paradigma emergente por contemporâneos nossos como Boaventura de Souza Santos, do qual, parte de sua obra, tivemos a oportunidade de conhecer em aulas passadas.

Caros colegas e ilustre professor, obrigado e boa noite.