Terapia cognitivo comportamental e esquizofrinia

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC) E ESQUIZOFRENIA – PONTOS ESSENCIAIS 1 "O fato de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia apresentarem crenças irracionais não significa que eles sejam irracionais" (A.T. Beck) O primeiros relato sobre o uso de TCC em psicoses data de 1952 quando Beck publicou um artigo sobre psicoterapia aplicada à esquizofrenia crônica com persistência de sintomas delirantes (Beck, 1952). Contudo, apenas em 1990 é que os primeiros ensaios clínicos apurados especificamente para psicoses começaram a surgir (BARRETO e ELKIS, 2007). Pesquisas recentes apontam que a efetividade das medicação antipsicótica pode ser melhorada com interven;óes psicossociais como terapias familiares ou mesmo com a terapia cognitivo-comportamental (TCC). A TCC é recomendada para os pacientes psicóticos, que, apesar do tratamento medicamentoso, persistem os sintomas que lhe causam prejuízos significativos no seu contexto social, familiar (Mari e Streiner, 1994) e profissional. Um dos sintomas comuns do quadro esquizofrênico são ode de cunho delirantes (Beck, 1952) O benefício das terapias psicossociais para a esquizofrenia podem ser: - auxílio na redução dos índices de recaídas; - diminuição da severidade das alucinações e delírios (Haddock et al., 1988). - contribuição para o funcionamento global do paciente - Auxilia o paciente a encontrar novas alternativas para sua crença delirante, diminuindo assim, o impacto desse pensamento disfuncional em sua vida (BARRETO e ELKIS, 2007). - Técnicas mais utilizadas para o tratamento da esquizofrenia: - Normatização - Reforço das Estratégicas de Enfrentamento - Técnica dos módulos Normatização (Kingdon e Turkington, 1991). Aspectos importantes a considerar: a) Como se forma e se mantém o fenômeno psicótico? b) Como estabelecer um elo entre o conteúdo delirante e a história real de vida do paciente? 1 Este trabalho tem como objetivo trazer de forma resumida o artigo dos autores: Eliza Martha de Paiva Barreto; Hélio Elkis. Ver. Psiquiatr. Clín.. v.34 supl.2 São Paulo 2007. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832007000800011 Acessado em 26/06/2013.

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC) E ESQUIZOFRENIA – PONTOS ESSENCIAIS1

"O fato de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia apresentarem crenças irracionais não significa que eles sejam irracionais" (A.T.

Beck)

O primeiros relato sobre o uso de TCC em psicoses data de 1952 quando Beck

publicou um artigo sobre psicoterapia aplicada à esquizofrenia crônica com persistência de sintomas delirantes (Beck, 1952). Contudo, apenas em 1990 é que os primeiros ensaios clínicos apurados especificamente para psicoses começaram a surgir (BARRETO e ELKIS, 2007).

Pesquisas recentes apontam que a efetividade das medicação antipsicótica pode ser melhorada com interven;óes psicossociais como terapias familiares ou mesmo com a terapia cognitivo-comportamental (TCC).

A TCC é recomendada para os pacientes psicóticos, que, apesar do tratamento medicamentoso, persistem os sintomas que lhe causam prejuízos significativos no seu

contexto social, familiar (Mari e Streiner, 1994) e profissional. Um dos sintomas comuns do quadro esquizofrênico são ode de cunho

delirantes (Beck, 1952) O benefício das terapias psicossociais para a esquizofrenia podem ser:

- auxílio na redução dos índices de recaídas;

- diminuição da severidade das alucinações e delírios (Haddock et

al., 1988). - contribuição para o funcionamento global do paciente - Auxilia o paciente a encontrar novas alternativas para sua crença delirante, diminuindo assim, o impacto desse pensamento disfuncional em sua vida (BARRETO e ELKIS, 2007). - Técnicas mais utilizadas para o tratamento da esquizofrenia:

- Normatização

- Reforço das Estratégicas de Enfrentamento

- Técnica dos módulos

Normatização (Kingdon e Turkington, 1991).

Aspectos importantes a considerar:

a) Como se forma e se mantém o fenômeno psicótico?

b) Como estabelecer um elo entre o conteúdo delirante e a história real de vida

do paciente?

1 Este trabalho tem como objetivo trazer de forma resumida o artigo dos autores: Eliza

Martha de Paiva Barreto; Hélio Elkis. Ver. Psiquiatr. Clín.. v.34 supl.2

São Paulo 2007. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832007000800011 Acessado em 26/06/2013.

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c) Considerar, identificar e entender a vulnerabilidade do paciente para tornar

possíveis mudanças significativas, desenvolvendo um processo de adaptação.

d) Qual o contexto em que o fenômeno psicótico aparece?

e) Construção de estratégias de manejo dos sintomas.

Técnicas dos Módulos (Fowler et al., 1995)

Importante:

a) Aliança terapêutica e avaliações periódicas

b) Estabelecimento de estratégias comportamentais para manejo

dos sintomas, reações emocionais e atitudes impulsivas

c) Seguidamente discutir novas perspectivas sobre a natureza das

expectativas psicóticas experimentadas pelo paciente

d) Importante manter estratégias para o manejo das alucinações

e) Avaliar os possíveis pressupostos disfuncionais a respeito de si

e dos outros

f) Estabelecer novas perspectivas para os problemas individuais e

auto regulação dos sintomas psicóticos.

Técnica do reforço das estratégias de enfrentamento (Tarrier et al., 1990)

Esta técnica parte do pressuposto de que as alucinações e delírios

ocorrem em um contexto social subjetivo e que seus sintomas têm significado se acompanhados por uma reação emocional. É

importante resgatar as estratégias que o paciente já tem utilizado

anteriormente para enfrentar os sintomas, buscando aperfeiçoa-las.

Importante: Manipulação das emoções com métodos

- reestruturação cognitiva,

- Experimentos comportamentais

- Testes de realidade.

PARA MAIOR APROFUNDAMENTO, LEIA O ARTIGO ORIGINAL E VEJA AS SUAS

REFERÊNCIAS