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Templarismo , material pesquisado na net

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Algo de paradoxal ocorre quando nos deparamos com a nossa pequenez perante a Natureza

O HOMEM, O UNIVERSO E O ESPRITO. Algo de paradoxal ocorre quando nos deparamos com a nossa pequenez perante a Natureza. Por um lado, nos vemos como seres especiais, superiores, capazes de construir tantas coisas, de criar o belo, de transformar o mundo atravs da manipulao de matria prima, da pedra bruta ao diamante, da terra inerte ao monumento cheio de significado, dos elementos qumicos aos plsticos, avies, bolas e pontes.

Ao olhar para o Universo, o homem nada. Ao olhar para o Universo, o homem tudo. Esse paradoxo da nossa existncia, sermos criaturas espirituais num mundo que no se presta a questionamentos profundos, um mundo que segue, resoluto, o seu curso, que procuramos entender com nossa cincia e, de forma distinta, com nossa arte. MARCELO GLEISER, Folha de So Paulo, 31/01/2010, Mais, fl. 9.

Toda vez que as tragdias naturais chocam-nos, vm-nos as idias apocalpticas de que estamos prximos do fim. Comeamos a indagar do fim do mundo e dos tempos e voltamo-nos para o desconhecido em busca do consolo, de uma viso de salvao, de um lugar ou meio de continuarmos a existir, em corpo ou esprito.

Chegamos a acreditar (alguns apenas) que o AGORA uma continuao do ontem e o futueo, ao menos no plano individual, no plano do Esprito.

O Esprito seria o sistema operacional instalado em nosso crebro HD (hard disk) e seria ainda o sistema de gesto de nossas vidas (ERP -Enterprise Resource Planning); seria a causa da inteligncia. Acontece que o Esprito no instalado exatamente como fora no passado, no mero backup, pois esquecemo-nos das bondades e maldades pretritas. Para alguns, o Esprito seria auto instalvel, como um vrus, que ele elege o que instalar, por exemplo, no instala a memria do mal passado. Outros acreditam ainda que a instalao do Esprito d-se por vontade alheia ao sistema operacional e esse instalador que elege o que instalar. Quando transplantarmos crebros no sei como faremos a upgrade o Esprito!!

Numa viso puramente natural, portanto humana, as tragdias naturais - isso porque existem as tragdias provocada pelas mos humanas - so to naturais no contexto do planeta e do universo que sequer poderiam ser tidas como tragdias. So to naturais como o nascer e morrer das estrelas; como o nascer e morrer do dia.

O fato que o Universo continua indiferente aos homens e continua a expandir-se e mover-se com alguns corpos morrendo dentro de si e outros surgindo; os choques so constantes e deles resulta a energia, fonte de tudo, inclusive da vida humana.

Claro que as tragdias naturais chocam os homens e no deveria ser diferente. Um dos dois sentidos da vida a sobrevivncia da espcie o primeiro a procriao. Quando vemos semelhantes sucumbirem diante das tragdias naturais, pensamos em ns mesmos e no nosso fim, principalmente se a nossa sorte for a mesma.

O que o esprito? algo que pr-existe ao homem? Sobrevive depois deste? Ou apenas a capacidade de pensar (no digo inteligncia simplesmente porque esta existe em todas as formas de vida) que nos distingue dos demais seres?

Se olharmos o homem como mais uma espcie na natureza (ao lado de borboletas e lees) e neste canto do Universo logo chegaremos a concluso de que tudo finda como comea: do nada, no nada. Na verdade NADA, aqui empregado, no sentido do natural para afastar, neste contexto, a influncia benigna ou maligna de seres no humanos, ou seja, o NADA seria a complexa obra da natureza construda em bilhes de anos, construo esta desde o momento zero, na singularidade e que, a olho nu ou microscpico chamam-se: vulo e esperma. Neles todo cdigo da vida acha-se presente, inscrito e inconcebvel que acordos feitos no alm possam alterar-lhes as caractersticas, como nascer sem perna ou ter olhos azuis. Est a a engenharia gentica a desafiar Deus (Joo 9.2-3).

Ora, se no houver uma eternidade ou a possibilidade de retorno, as vtimas das tragdias naturais seriam injustiadas pela divindade? Parece-me que no, seja porque a divindade no seria injusta de impor a tragdia seja porque para a divindade no existe a tragdia. Tendo que se deslocar as placas tectnicas, os terremotos, indiferentes aos sentimentos humanos, acontecero necessariamente e no se preocupar a natureza em avisar-nos antecipadamente at possvel que nos avise, contudo, ainda no lhes entendemos os sinais, se existirem.

O esprito humano finda com vida humana. No precisamos de uma continuao para que nossas vidas tenham sentido. No a esperana ou o medo (cu ou inferno ou o retorno) que imprimem valores aos valores morais, ou seja, a moral no vem de algo sobrenatural, to natural como ver a luz ou ouvir o som. A moral tem seus valores forjados justamente na preservao da espcie humana (segundo mandamento). Mas adiante, estes valores evoluem e acham a proteo do Direito perspectiva histrica. O sucesso ou fracasso de nossas vidas tm haver com nossas opes sendo igualmente verdade que o Estado pode ajudar ou atrapalhar.

Os valores culturais, nosso conceitos de bem e mal, tudo criao humana e variam conforme a cultura das gentes. O pecado do ocidente pode no ser no oriente e vice-versa.

Tambm humana a divindade, j que a criamos; humana igualmente a viso do universo; humana reproduo e preservao da espcie. Tudo natural, tudo humano aos olhos da conscincia humana. Tudo, neste contexto natural humano quanto os signos lingsticos ora empregados por humano dirigido aos humanos, j que no ousaria falar aos deuses.

Nosso paradoxo?

..sermos criaturas espirituais num mundo que no se presta a questionamentos profundos, um mundo que segue, resoluto, o seu curso, que procuramos entender com nossa cincia e, de forma distinta, com nossa arte.

Jeazi Lopes de OliveiraJaneiro, 2010.