TEMPLO DE JERUSALÉM.

72
TEMPLO DE JERUSALÉM (Templo: rra, propriamente, casa; palavra emprestada do sumério que significa grande casa, por meio do acadiano ekallu; tepóv, templo', vaóç, santuário [interior], templo). Os termos designam variadamente o Tabernáculo (ISm 1.9), o Templo de Salomão, o Templo de Ezequiel, o Templo de Zorobabel (Ag 2.15) e o Templo de Herodes. (As citações da Escritura são da ARA, exceto onde foi indicado de outro modo.) I. Pano de fundo histórico A. Lugares sagrados da humanidade B. Exemplos mesopotâmicos C. Adoração e teologia D. Partes subsidiárias E. Protótipos cananitas II. Importância do Templo de Salomão A. Propósito distintivo B. Causa da existência C. Força unificadora D. Designação do local E. Caráter temporário III. Localização A. Eira de Araúna B. Característica do local IV. Templo de Salomão A. Preparações de Davi 1. Inspiração para o Templo 2. A arrecadação de materiais 3. O povo obrigado a construir 4. O serviço do Templo apresentado por Deus B. Dados 1. Data do início 2. Trabalhadores 3. Construção 4. Decoração 5. Mobília do Templo 6. Mobília do Pátio 7. Os pátios 8. Dedicação C. Dados suplementares D. História do Templo de Salomão E. Problemas 1. A altura do Santo dos Santos 2. A altura do pórtico 3. As paredes circundantes do Templo 4. As colunas de Jaquim e Boaz

Transcript of TEMPLO DE JERUSALÉM.

TEMPLO DE JERUSALM

(Templo: rra, propriamente, casa; palavra emprestada do sumrio que significa grande casa, por meio do acadiano ekallu; tepv, templo', va, santurio [interior], templo). Os termos designam variadamente o Tabernculo (ISm 1.9), o Templo de Salomo, o Templo de Ezequiel, o Templo de Zorobabel (Ag 2.15) e o Templo de Herodes. (As citaes da Escritura so da ARA, exceto onde foi indicado de outro modo.)

I. Pano de fundo histrico

A. Lugares sagrados da humanidade

B. Exemplos mesopotmicos

C. Adorao e teologia

D. Partes subsidirias

E. Prottipos cananitas

II. Importncia do Templo de Salomo

A. Propsito distintivo

B. Causa da existncia

C. Fora unificadora

D. Designao do local

E. Carter temporrio

III. Localizao

A. Eira de Arana

B. Caracterstica do local

IV. Templo de Salomo

A. Preparaes de Davi

1. Inspirao para o Templo

2. A arrecadao de materiais

3. O povo obrigado a construir

4. O servio do Templo apresentado por Deus

B. Dados

1. Data do incio

2. Trabalhadores

3. Construo

4. Decorao

5. Moblia do Templo

6. Moblia do Ptio

7. Os ptios

8. Dedicao

C. Dados suplementares

D. Histria do Templo de Salomo

E. Problemas

1. A altura do Santo dos Santos

2. A altura do prtico

3. As paredes circundantes do Templo

4. As colunas de Jaquim e Boaz

V. Templo de Ezequiel

A. Significado do Templo

B. Identidade do Templo

C. A construo

1. O ptio exterior

2. O ptio interior

3. O prtico do Templo

4. A casa

5. A construo do oeste

6. Recapitulao

7. Caractersticas adicionais

8. Construes de suporte

9. Os arredores do Templo

VI. Templo de Zorobabel

A. O repatriamento

B. Reconstruo

1. Construo

2. Importncia do Templo

3. Materiais para o Templo

C. Histria do Templo

1. Na poca de Esdras e Neemias

2. De Neemias aos Macabeus

3. Dos Macabeus a Herodes

VII. Templo de Herodes

A. Propsito

B. Dados

C. Construo

1. O Templo em si

2. Ptios internos

3. Ptio das mulheres

4. O Srg

5. Os muros exteriores

6. As portas

7. As colunatas

8. O ptio exterior

9. As cisternas

D. A Torre de Antonia

E. Histria do Templo de Herodes

1. Perodo do NT

2. A histria de 30 a 70 d.C.

VIII. Restauraes

A. Templo de Salomo

B. Templo de Ezequiel

C. Templo de Zorobabel

D. Templo de Herodes

A. Lugares sagrados da humanidade.

Evidncias sobre o cuidado religioso da humanidade so encontradas em qualquer parte onde o homem tenha sido capaz de estabelecer alguma continuidade de habitao. O Crescente Frtil do Egito-Mesopotmia fornece exemplos de alguns dos locais sagrados e templos mais antigos, com Jeric sendo um dos mais antigos, datando do perodo mesoltico (cerca de 6800 a.C. Um trao caracterstico a presena de um muro circundante, destacando a rea de seus arredores, enfatizando assim a superioridade e santidade implcita do local e sua divindade.

No Egito, a forma discemvel de templo mais primitiva era uma pequena casa semelhante do adorador. Na frente dela havia o smbolo do deus, completamente envolvido por uma cerca ou muro baixo (BA, VII, 44). Posteriormente, essa casa foi substituda por uma grande e complexa srie de ptios e sales (a saber, templos de Camaque e Luxor do sc. 15 a.C.) dentro de um muro circundante, dentro do qual estavam no apenas a divindade principal, mas tambm outras divindades relacionadas e subsidirias.

Cerimoniosamente, desenvolveu-se ali uma necessidade de expressar conceitos teolgicos, demonstrados pelas peregrinaes de Amom, em Camaque, por intermdio de vrias estaes no complexo do templo (op. cit., 45).

B. Exemplos mesopotmicos.

No sul da Mesopotmia (Sumria), nos perodos mais primitivos, ergueram-se estruturas simples de templo, construdas principalmente de juncos. A expanso veio com o advento da construo com tijolo seco ao sol. Ocorreram variaes de planta at ao final do 3- milnio, quando os templos receberam a forma de um salo grande com o dolo colocado na extremidade final, geralmente numa sala no profunda oposta entrada. Os adoradores reuniam- se em um ptio extemo e olhavam para o saguo principal onde, no fundo bem distante, viam o deus grandiosamente adornado emoldurado em um portal monumental. A inteno era impressionar o adorador e causar-lhe medo e admirao. Porm esse no era o propsito do Templo de Yahweh em Jerusalm (veja abaixo).

No perodo assrio, na rea mesopotmica setentrional (Assria), estava ausente o ptio extemo familiar dos templos babilnicos: o adorador entrava por uma porta na parede lateral do santurio,

I . Pano de fundo histrico

onde o dolo estava e ento se virava para ficar defronte da imagem. Pilastras ou paredes baixas ao lado das paredes naquele canto emolduravam a deidade, a qual ficava em plataformas baixas. No perodo babilnico, a entrada era freqentemente provida de torres nos flancos.

Os templos do sul mesopotmico mostram derivao de casas, enquanto que o templo assrio acentuava o relacionamento mais privado da deidade e do adorador. Este templo era geralmente encontro na base do zigurate, sobre a qual a deidade pousava quando descia terra. Registra-se que santurios menores eram construdos no topo para convenincia da deidade em sua vinda, mas nenhum exemplar sobreviveu.

C. Adorao e teologia. A prova da presena da divindade, tanto no Egito quanto na Mesopotmia, era a presena da imagem, explicando assim como poderia se dizer que o povo se tomava cativo quando as imagens eram levadas por um conquistador. Tanto no Egito quanto no sul da Mesopotmia, os deuses eram levados para fora em procisso entre o povo. Na Assria, porm, pelo menos at Assumasirpal II (883-859 a.C.), as imagens permaneciam em seus santurios. Em tais procisses elas eram objetos de regozijo e canto das pessoas comuns, mas em nenhum caso dos perodos do Imprio Antigo ou Mdio no Egito elas entravam para adorar a deidade. Somente a famlia real e os sacerdotes, a nobreza e a classe alta obtiveram esse status posteriormente.

No Egito a complexidade das formas subseqentes forneceu um veculo ou estmulo fcil ao conceito de que o templo era um microcosmo do mundo: o deus estava no santurio e o complexo do templo representava o universo ao seu redor. Este conceito estava ausente tanto nas formas mesopotmicas quanto nas cananitas. Os assrios adotaram o zigurate posteriormente, indicando a influncia babilnica. Os templos palestinos ou cananitas testificam de uma perspectiva mais simples.

D. Partes subsidirias. O templo mesopotmico tinha partes adicionais para os sacerdotes, e depsitos para as ofertas e receitas das terras do templo, s quais so feitas referncias freqentes nos documentos comerciais cuneiformes de argila. Havia tambm escolas para treinar os escribas na escrita cuneiforme, a fim de fornecer registradores para as receitas do templo e a administrao de suas propriedades. Para o Templo em Jerusalm havia as cmaras construdas dos lados e nos fundos, e na estrutura herodiana uma pequena parte providenciada para o uso dos sacerdotes que assistiam imediatamente o Templo, mas no na grande escala dos templos babilnicos. At este ponto no existia a necessidade de tais partes em Jerusalm.

E. Prottipos cananitas. Uma das formas mais primitivas de templos cananitas encontra-se no Megido (cerca de 3000 a.C.), a qual consiste de uma grande sala simples e retangular contendo um dolo. Outras trs, no Megido, datam de cerca de 1900 a.C., possuindo a mesma planta; em todas as formas o lugar da porta fica no lado comprido. Um exemplo particularmente notvel desse tipo ocorre em Ai (cerca de 2500 a.C.). Por volta de 1500 a.C., a planta quadrada, com o acrscimo de um prtico. Um refinamento adicional acontece em Bete-Se, na construo de uma pequena sala ou cubculo nos fundos, erguida acima do cho da sala, e contendo o dolo; esse constitui um dos exemplos mais antigos de um santo dos santos (heb. 137, debir), como no Templo de Salomo.

Um estilo de templo estritamente fencio do perodo ps-1000 a.C. foi encontrado em Tel Tainat (antiga Hatina), na Sria. Este consiste de um prtico, um lugar santo e um santo dos santos, exatamente como a descrio de 1 Reis 6ss. (BA, IV, 2; fig. 3; Oriental Institute Bulletin, I [ 1937], 13.) A mesma forma de planta vista nos templos gregos sem colunatas ao redor, indicando influncia Sria.

II. Importncia do Templo de Salomo

A. Propsito distinto. A caracterstica notvel do Templo de Salomo que no havia dolo nele, somente o propiciatrio sobre a Arca e o Querubim (03TD) protegendo o primeiro, declarando ao mundo que dolos so desnecessrios para definir a presena de Deus ou sua santidade. Devido falta de luz, a sala somente poderia ser alcanada por meio de um ritual especfico, em uma poca do ano especfica, com o objetivo da reconciliao do povo; a casa de Yahweh em Jerusalm no era considerada uma casa csmica de Deus, mas enfatizava o caminho da salvao ao penitente e lhe assegurava a graa de Deus para sua alegria e bno (lRs 8.27-30). Deus no estava localizado em qualquer sentido transmitido por uma imagem, quer egpcia, babilnica ou cananita, nem atado a qualquer outra forma tal como a Arca (veja tambm Propiciatrio). Portanto, o Templo no era necessrio por causa da natureza de Deus; ele no tinha necessidade de um templo (At. 7.48,49). Ele era uma acomodao s limitaes e necessidades do seu povo (lRs 8.27ss.).

B. Causa da existncia. O fato de que os povos contemporneos tinham templos no base suficiente para justificar o Templo de Yahweh em Jerusalm. Embora Davi visse essa deficincia como desagradvel (2Sm 7.2), esse no foi o motivo pelo qual Davi buscou construir a casa de Deus. Um motivo satisfatrio, entre outros, o encontrado em Deuteronmio 12, onde o Templo devia ser um memorial protetor para o Israel crente, designado a desviar seus coraes dos dolos de seus contemporneos palestinos e lhes fornecer um incentivo (dessa forma protetor) para no praticar as iniqidades dos cananitas (M. Kline, Treaty of the Great King, 80), e um memorial pessoa do seu Deus, que os libertou da escravido no Egito para a liberdade na terra de Cana.

Alm da vantagem prtica da adorao centralizada, uma casa de culto central era importante para a estrutura da Aliana de Yahweh com Israel. A lealdade de Israel a Yahweh seu Deus era expressa nos sacrifcios e ofertas que eram apresentados no Templo. Os lugares altos de vrias tribos dividiam o povo e eram destruidores de sua lealdade a Deus; eles desviavam dele sua tributao justa como seu Criador e Senhor, e, nesse sentido, os altos foram completamente condenados. Dessa forma o Templo tomou-se uma confirmao da Aliana por Israel. Esta viso toma desnecessrio considerar que a lei do santurio central foi um desenvolvimento tardio; ela foi adiada at que Israel fosse um povo estvel, vivendo em paz, quando Yahweh ocuparia sua habitao no meio dele de uma maneira mais bvia (cp. Kline, op. cit., 80ss.; Dt 12.10). O estabelecimento do altar em um lugar o elemento distinto em Deuteronmio, em contraste com a remoo da glria do Shekinah de um lugar para outro no perodo de Moiss a Davi (apesar de que o pensamento dessa tal centralizao nunca existiu). O Templo tinha a necessidade de expressar claramente o vnculo de Israel com a Aliana. No foi permitido que Davi construsse o Templo e isso no quer dizer que o Senhor no habitaria nele, mas que aquele no era o tempo propcio (cp. 2Sm 7.5-7,11 com Dt 12.11).

C. Fora unificadora. O Templo devia ser, para Israel, o lugar onde, particularmente em trs festas anuais, eles deviam regozijar-se diante de seu Deus e lembrar da suas grandes bnos concedidas a eles (Dt 12.12). Davi foi o recipiente dos sculos dessa perspectiva de uma forma particular e veio compreender a necessidade desse santurio central para a unidade entre o povo. Desse modo o Templo de Israel em Jerusalm tinha o propsito, desde o princpio, de diferir dos de seus contemporneos. E evidente o fato de que houve motivo para a diviso por causa da atrao dos templos adversos estabelecidos em qualquer outra parte (cp. Js 22.11-31) na conduta de Sambal na poca de Alexandre (Jos. Ant. XI. Viii. 1-4), que procurou unir-se ao sacerdote Manasss e seus grupos por intermdio da promessa de um templo, e na poltica de Jeroboo I em construir dolos em D e Betei para unir as dez tribos a si mesmo (cp. lRs 12.25-33). Nem Samaria, nem D ou Betei deviam ser o local da casa de Yahweh; somente o lugar que o Senhor escolhesse devia ser o centro da adorao, onde julgamentos de Deus deviam ser procurados e onde o povo devia se lembrar, de modo particular, de seus livramentos (Dt 26.1-3).

D. Designao do local. A escolha do local da habitao para o nome de Yahweh veio nos acontecimentos especiais do levantamento do censo de Davi (2Sm 24.1; lCr 21,22). Na eira de Arana, o jebuseu, foi ordenado a Davi que levantasse um altar de propiciao a Deus para deter a praga. Foi declarado que esta era a casa, i.e., o Templo de Deus e o lugar do altar, i.e., o nico altar, do povo de Israel (1 Cr 22.1). Ali tomou-se o lugar da obedincia e da propiciao para Israel.

E. Carter temporrio. Este local simbolizava o ouvido de Deus (lRs 8.27-29), o refgio do estrangeiro (w. 41-43) e a casa de orao para todos os povos (Is 56.7), at o fim para que todas as naes da terra temessem a Deus (lRs 8.43). No NT, este local simbolizava o corpo de Cristo (Jo 2.18-21) como o servo obediente de Deus para propiciar a ira de Deus sobre o pecador. Alm disso, o Templo, como lugar da habitao de Deus, simboliza o cristo como o lugar da habitao de Deus (ICo 3.16).

No incio da igreja, Estevo, morto por sua f, declara que o povo estava colocando o Templo acima de Deus, esquecendo-se de que ele no precisava realmente de um templo no sentido de salas de pedras e madeira (At 7.44ss.; cp. At 17.24,25), mas que ele desejava o corao de came do crente (Ez 36.26,27) sobre o qual o Senhor poderia gravar sua lei, i.e., sua natureza, a qual culminaria em obedincia e santidade de vida.

H um primeiro passo para o cumprimento desse resultado. O milnio ver um Templo erigido por Deus, o refgio de todas as naes; mas ser primeiramente memorial. Quando o milnio acaba seu curso e a nova era da perfeio for estabelecida, no haver Templo, pois o Cordeiro estar ali no meio do seu povo (Ap 21.22). Assim, o Templo mediatorial em todas as eras, justificando a posio de Estevo.

III. Localizao

A. A eira de Arana. A localizao do Templo de Salomo identifica-se com a eira de Arana (alternadamente Om, 2Cr 3.1), conhecida como Monte Mori, o local do sacrifcio de Isaque (Gn 22.2), onde Davi edificou o altar do Templo (2Sm 24.24,25; lCr 22.1; cp. lCr 21.18-26). A localizao do altar deve ser determinada da seguinte forma: Arana e seus filhos esconderam-se da presena do anjo (2Cr 21.20); o esconderijo foi a rea da eira (v. 21), pois Arana saiu dele para encontrar Davi. O lugar do esconderijo foi a gruta onde, sem dvida, eles estocavam seus gros aps os separarem da palha. Visto que a rocha sob a Cpula de Qubbet es-Sakhra, onde a gruta est, mostra os efeitos da pedreira acima do nvel da gruta, lgico considerar que esta rocha encontrava-se mais alta originalmente e que a eira cercava a rocha e a gruta.

Portanto, o altar no seria colocado no topo da colina que forma a gruta. Davi pediu com insistncia a eira, para erigir ali o altar de Deus. Parece que Davi se referia rea mais nivelada ao redor dessa elevao, por isso era ali que a verdadeira debulha era feita. Portanto, deve-se considerar que o altar estava localizado ao leste da elevao, ou at mesmo ao nordeste e sudeste onde havia em qualquer dessas reas espao amplo para a localizao do altar e seu rito. Alm disso, requereram-se mais espao para o rito do altar, pois a pia devia estar nas proximidades imediatas do altar, e havia espao insuficiente na rocha sobre a gruta. Tambm deve ser lembrado que houve uma fundao de grandes pedras para o Templo (lRs. 5.17), formando a grande plataforma sobre a qual o Templo e as salas de depsito adjacentes foram construdos (cp. BA, XIV I, 6; 2, 3). Tal plataforma, com a altura de 1,80 m a 2,25 m, elevaria o nvel do cho do interior do Templo acima do topo, ou quase no topo, da rocha atual no Qubbet es-Sakhra, a estrutura abobadada atual que cobre a elevao na gruta na eira de Arana. Qualquer outra elevao da rocha acima desse cho seria coberta pelo piso mais alto do Santo dos Santos (Cp. Simo, Jerusalem in OT, 381 ss.).

Do lado da eira, Davi estabeleceu a prtica de fazer sacrifcio a Yahweh (cp. lCr 1.28) e determinou a localizao do altar de Israel (22.1).

B. Caracterstica do local. As pesquisas e escavaes de Warren, Wilson, Conder, Schick e outros em Jerusalm estabeleceram a topografia da cidade muito conclusivamente (cp. Wilson e Warren, The Recovery of Jerusalem, 50ss.). A rea da cidade divide-se principalmente em uma cordilheira ao leste e uma ao oeste, separadas por um extenso vale conhecido pelo nome de Tiro- peo. A cordilheira do leste demarcada no lado leste pelo vale profundo e estreito de Cedrom. Na extremidade sul da montanha ocidental encontra- se o Vale de Hinom, no qual acabava o Tiropeo (agora ocupado na maior parte), e ento o Hinom continua rumo leste passando extremidade ponta sul da cordilheira leste at o Cedrom (Veja esboo topogrfico).

A cordilheira leste era mais dividida em direo ao norte atravs de uma pequena ramificao do Cedrom at o oeste e depois se virava rapidamente geralmente para o norte, conhecido como Vale de Santa Anne. Agora o vale coberto pela extremidade norte do Haram. A extremidade sul da cordilheira oriental foi o local das cidades de Davi e Neemias, com Ofel situado a meio caminho em direo ao Vale de Santa Anne. A cordilheira continuava a se elevar em direo ao norte muito rapidamente a uma elevao alta na eira de Arana e um pico paralelo mais alto na localizao de Antonia; o local era mais nivelado ao leste de Sakhra antes de cair repentinamente para o Cedrom, e no lado oeste logo cai para o Tiropeo, limitando assim a extenso da construo salomnica original, mais consideravelmente no lado ocidental que no oriental. O Vale Tiropeo est agora ocupado, na maior parte, por runas de sculos.

A localizao do Templo foi influenciada pela localizao da cidade de Davi e pela atrao da plataforma rochosa superior. Esta localizao estava prxima da cidade, mas do lado de fora dela, livre das interferncias oferecidas pelas estruturas da cidade existente e em uma eminncia apropriada a seu carter, nem mesmo hoje dominada pela cidade na cordilheira ocidental.

IV. Templo de Salomo

A. Preparaes de Davi. 1. A inspirao para o Templo. A inspirao para a planta e estrutura do Templo veio a Davi oriundo de Yahweh, quando o Senhor lhe deu o descanso de todos os seus inimigos (2Sm 7.1-3; cp. Dt 12.10ss.), quando em paz ele foi capaz de construir sua prpria casa. Davi reuniu todos os oficiais de Israel (lCr 28.1) e os comissionou e a seu filho Salomo a construrem o Templo. Aps dar essa responsabilidade, ele entregou a Salomo a planta (28.11) que havia recebido do Esprito de Deus (v. 12) e por escrito (v. 19). Dessa forma Deus determinou o padro de aproximao do adorador, bem como os elementos da sua adorao, para que o caminho certo para ele fosse conhecido. Deus determinou o carter do Templo como ele fizera com o Tabernculo. A proviso para a entrada do sumo sacerdote uma vez por ano, com sangue, era suficiente para fornecer a expiao necessria para o povo manter sua santidade para a comunho com Deus. A cmara exterior era suficiente para a intercesso e comunho diria com seu Deus, tomada necessria por sua natureza. Alm dessas salas no havia necessidade de um sistema elaborado de ptios, como nos templos egpcios. O modelo do santurio de Tel Tainat, datado concisamente aps o perodo de Salomo (veja acima I, E), no foi, portanto, uma fonte da planta, mas o modelo semelhante significa que os cananitas o adotaram como uma forma conveniente de expressar a maneira de sua adorao e que no havia em Jerusalm uma introduo de formas pags em qualquer expresso sincretista da religio.

2. A arrecadao de materiais.

O ajuntamento de materiais comeou cedo por Davi, quando Salomo era jovem (lCr 29.1 ss.). Os materiais incluam 100.000 talentos de ouro e 1.000.000 de talentos de prata (22.14) e de sua prpria fortuna particular Davi separou para a ornamentao de ouro e incrustaes de prata

3.000 talentos do ouro de Ofir o ouro mais estimado e 7.000 talentos de prata purificada (29.3-5). Os oficiais do povo deram 5.000 talentos e 10.000 daricos (veja Daricos) de ouro, 10.000 talentos de prata, bronze (uma fuso grosseira de cobre) correspondendo a 18.000 talentos, e 100.000 talentos de ferro. Outros deram jias preciosas das quais no houve contagem. Alm disso, foram especificados e estabelecidos pesos para muitos artigos de moblia (28.13-19) por Davi (cp. n2 1 acima), indicando que o tamanho e o modelo dos artigos haviam sido fixados neste perodo por Yahweh.

Davi tambm preparou pedras na pedreira, pregos de ferro sem conta, madeira de cedro para construir e omar com molduras (22.1-4), ao que Salomo estava livre para acrescentar (v. 14). Peritos em todo tipo de obra tambm foram preparados por Davi para contriburem com suas habilidades para a construo da Casa de Yahweh (v. 15).

3. O povo obrigado a construir. As pessoas, desde o mais alto prncipe sob o comando de Davi at ao mais baixo, foram colocadas s ordens de Salomo (28.21) e de Yahweh, para que elas pudessem andar com o Senhor e construir o Templo em confirmao da sua fidelidade a aliana e, portanto, a Yahweh (w. 10-21). Sua boa vontade em construrem o Templo era, simultaneamente, a afirmao da Aliana dada por Yahweh e a pr- condio da ocupao perptua da terra (cp. Kline, Treaty of the Great King, 76ss.).

4. O servio do Templo apresentado por Deus. O servio do Templo tambm foi especificado por Davi por intermdio da ordem do Esprito de Deus (28.13), os sacerdotes devem oficiar no altar e os levitas cuidar das funes subsidirias (cp. 24.1,3 e v. 19).

Dessa forma o modelo do Templo, o tamanho da moblia e a adorao foram ordenados por Yahweh. Deve-se entender que nenhuma coisa da adorao, utenslios, rituais ou construes foi deixado inveno do homem, para que nenhuma incluso de um simples elemento formado unicamente conforme o pensamento ou ingenuidade humanas estivesse presente, de modo que levantasse suspeita sobre todo o centro de adorao, e justificasse, de alguma forma, a idia da cooperao humana no estabelecimento do caminho da reconciliao com Deus.

B, Dados. As principais fontes de informao relacionadas ao Templo de Salomo so referncias do AT (lRs 5-8; lCr 17; 21; 22; 28;

29 e 2Cr 2-7), embora existam outras referncias espalhadas pelo restante das Escrituras. Qualquer reconstruo do Templo de Salomo est limitada primordialmente a estas, apesar de outros dados arquitetnicos e arqueolgicos lanarem luz sobre alguns aspectos, como planta e moblia.

1. Data do incio. 1 Reis 6.1 e 2 Crnicas 3.2 estabelecem o comeo da construo do templo no 4fi ano de Salomo. Seu reinado terminou em 931/30 a.C. (Thiele, Mysterious Numbers of the Hebrew Kings, 2 ed., 53), o que exigiria 971/70

a.C. para o l2 ano dos seus 40 anos de reinado (lRs 11.42), estabelecendo o incio do Templo em 967/966 a.C. (veja Cronologia).

2. Trabalhadores. O fundidor foi um fencio, Hiro de Tiro (lRs 7.13). Outros trabalhadores foram os sidnios de um outro Hiro, rei de Tiro (5.6), cujos trabalhadores cortaram os cedros do Lbano para o Templo. Eles foram convocados para o servio porque no havia israelitas competentes nessa obra. Alm disso, Salomo recrutou 30.000 israelitas (5.13) para trabalharem em turnos no Lbano com a operao de cortar e derrubar rvores (v. 14). Havia tambm 153.600 estrangeiros em Israel (2Cr 2.17) sobre os quais estavam 3.600 supervisores para dirigir seus labores (v. 18). Esses trabalhadores estavam divididos em 70.000 para levarem as cargas e 80.000 para trabalharem pedras nas montanhas. Com base em que 50 homens formam uma companhia com um capito sobre eles (2Rs 1.9), os 30.000 e 150.000 formam 180.000 para os quais 3.600 supervisores seriam requeridos.

3. Construo. A madeira e a pedra eram preparadas de antemo (lRs 5.18) a fim de eliminar o barulho no local (6.7). O comprimento interior total da casa (6.2) era de 60 cvados (27m) com uma largura de 20 cvados (9m) e altura de 30 cvados (13,5m) para o Lugar Santo C^n) e para o Santo dos Santos (Tm) 20 cvados (9m). Alm disso, havia um prtico aberto de 10 cvados (4,5m) de profundidade com largura de 20 cvados (9m), o mesmo que o interior do Lugar Santo (v. 3 veja Prtico). As pedras eram pr-cortadas em uma pedreira de forma quadrada, preparadas e transportadas para o local a serem colocadas na devida posio. Tanto no Megido desse perodo quanto em Samaria no sculo seguinte so exem pios de pedras cortadas, finamente moldadas, para construo, com as bordas cortadas cuidadosamente para alinhamento e juno (lRs 5.18). Contudo, este trabalho parece ser excepcional, pois muitas outras construes na nao eram de alvenaria de pedra bruta ou britada. Os trabalhadores israelitas no sabiam como fazer essa construo especializada; por isso a importao de peritos fencios.

A descrio das cmaras laterais segue a seguinte forma (lRs 6.5,6; sumrio, v. 10); com uma plataforma (siX) (w. 5,10) contra todos os lados da casa. De acordo com Ezequiel havia uma plataforma (Ez 41.9 RSV passagem BJ) sobre a qual foram construdas as cmaras laterais. Considerando que as duas construes eram bastante semelhantes, conclui-se que o Templo de Ezequiel era basicamente o Templo de Salomo com modificaes feitas durante os sculos. Em apoio a este conceito, a palavra S?1X (lRs 6.5) no significa cmara mas cama (BDB 426b; JNES, II, 286); aqui a traduo fundao muito apropriada arquitetonicamente e elimina a repetio vazia (na traduo) de cmaras, que, na verdade, outra palavra (ir), indicando dessa forma duas estruturas diferentes. As cmaras laterais foram construdas em uma plataforma elevada de 5 c- vados (2,25m) de altura, indicadas no v. 10, onde a palavra siX traduzida incorretamente como cmaras e deveria ser lida como plataforma.

O restante do v. 10 menciona as cmaras, mas to abrupto que se suspeita de omisso acidental no processo de cpia de parte do original, o qual deveria ser lido: E ele edificou... (aqui segue o sinal do acusativo heb.: eth, o acusativo imediatamente seguinte) a plataforma contra a casa toda, 5 cvados (2,25m) de altura, e ele fez (mais, o sinal do acusativo: eth [as cmaras laterais...]). Aparte esquecida estava entre os dois sinais do acusativo, dando assim a traduo da KJV e causando uma mudana aparente no significado de inx\.

A construo das cmaras laterais apresentada como uma srie de salas uma em cima da outra (6.6; Ez 41.6), com cada andar superior sucessivo de 1 cvado (0,45m) a mais que o inferior. Esse crescimento foi obtido pelo fato de que as pores superiores do muro na lateral do Lugar Santo foram recuadas por 1 cvado (i.e., o muro tomou-se 1 cvado mais fino no segundo e no terceiro andar). A cmara mais baixa tinha 5 cvados (2,25m) de largura, a do meio 6 (2,70m) e a superior 7 (3,15m), sendo a altura do andar de 5 cvados (2,25m) (embora se a espessura das vigas e pavimentos forem subtradas, a altura certa seria menor); ento essas dimenses podem ser alturas certas como no Lugar Santo. A parede interior, i.e., parede do Templo, tinha 6 cvados (2,70m) (Ez 41.5) e a parede da cmara exterior 5 (2,25m) (v. 9) com a largura do espao aberto entre as paredes conforme observado acima. Os assoalhos consistiam de madeira sobre vigas e pranchas introduzidas nas reentrncias das paredes do Templo. Tambm provvel que, no nvel do telhado, a parede do Lugar Santo tenha recuado outro cvado para que as vigas do telhado no fossem construdas na parede da Casa (lRs 6.6).

Para se entrar nos andares superiores das cmaras laterais haviam escadas (6.8) construdas contra as paredes do Lugar Santo, acessvel daquela sala. Ezequiel (41.7) descreve um tipo de acesso s cmaras, e possvel organizar o texto para localizar as escadas no lado sul e no lado norte do Templo de Salomo.

As janelas so mencionadas (lRs 6.4) como tendo uma estrutura (HW, de fato significando cobertura) que as cobria, i.e., janelas cobertas com trelia (Ez 41.16). A estrutura (HW) consistia de abatimentos sucessivos em volta da abertura (veja Janela).

A estrutura do teto no Templo de Salomo era de vigas e pranchas de cedro (lRs 6.9). Ezequiel (41.16) menciona um forro de madeira nas cmaras; 2 Crnicas 3.5 (KJV) menciona o mesmo no lugar santo, cp. 1 Reis 6.17, e provavelmente no Santo dos Santos (lRs 6.5,16,19-23,31). A estrutura do teto foi construdo de vigas de madeira (cp. 2Cr 3.7) revestidas com elementos de madeira menores fechados, formando uma base sobre a qual era acondicionada argila e coberta com um calcrio pulverizado, superfcie plana, nivelada e resistente, fornecendo uma superfcie como de cimento que era praticamente impermevel. As pedras rolantes para consolidar o calcrio foram encontradas em locais antigos.

O prtico do Templo (n^lK) era alcanado por uma srie de degraus na frente do nvel do ptio (cp. Ez 40.6), provavelmente no menos que dez.

As paredes e tetos interiores foram rematados com cedro (lRs 6.9,15) e o piso com tbuas de pinheiro (v. 15). Teto (v. 15) pode ter sido introduzido atravs de uma pronncia m ou incorreta da palavra que significa, de fato, vigas, indicando que o trabalho em madeira acabado foi assentado sobre vigas mais duras, talvez obtendo alguma coisa da natureza dos cofres.

O Santo dos Santos era um cubo (6.20) e tambm revestido com painis (v. 16), separado do Lugar Santo por uma diviso de revestimento de cedro com portas duplas de madeira de oliveira. O lintel e as vergas com as ombreiras tambm foram feitos de madeira de oliveira. A expresso porta pentagonal do v. 31, que pode ser traduzida como quntupla, apresenta um problema. Se, porm, considera-se que a parede entre as ombreiras e as paredes laterais da sala eram quase iguais em espessura s ombreiras e que os cantos das ombreiras na lateral da porta eram chanfrados, ento a fachada da ombreira na porta (um), as fachadas chanfradas (dois) e a fachada das ombreiras pelas paredes (trs) fornecem a aparncia de ombreiras quntuplas ou de cinco lados. Um lintel de madeira se assentava sobre elas para fornecer o piv mais elevado para as folhas das portas.

Do lado oposto a essa diviso, no lado da arca, um vu foi pendurado (2Cr 3.14), tranado ou costurado em moldes coloridos com linha azul, prpura e carmesim, e no conjunto foram aplicados modelos de querubins (D2l"i3).

Uma porta foi providenciada para o Lugar Santo (lRs 6.33, templo), desde o prtico com ombreiras cortadas de forma quadrada de madeira de oliveira, em oposio as extremidades das paredes de pedra (ombreiras) formando a parede dos fundos do prtico, com as folhas das portas bi-dobradas para dobrarem-se uma contra a outra e ento se abrir contra a ombreira. A construo comum tinha um pino de madeira como o piv na borda das folhas que eram unidas com tiras de metal, e os pinos eram colocados nos encaixes do lintel e fixados em encaixes de pedra ou em cavidades nas soleiras de pedra. As trancas por dentro mantinham as portas fechadas, passando por travas do lado de dentro das portas. Uma soleira de pedra completava a abertura no alinhamento do cho. As portas do Templo foram feitas de pinheiro por causa da maior resistncia dessa madeira.

Ao redor da construo do Templo foi formado um trio pela edificao de uma parede de trs fileiras de pedras cortadas e uma de vigas de cedro (6.36). A rea assim cercada foi chamada de ptio do sacerdote (2Cr 4.9) e tinha portas na parede cobertas com placas de bronze.

4. Decorao. Muitos das superfcies das paredes no Lugar Santo e no Santo dos Santos era esculpidas (1 Rs 6.18) com modelos de flor como um ornamento e querubins (v. 29). As portas dessas salas tambm eram entalhadas com palmeiras e querubins em ambos lados, e os entalhes, por sua vez, eram revestidos com ouro. O trabalho em madeira em outros lugares (vv. 18-20) era incrustado, dourado ou marchetado, apresentando uma viso brilhante ao observador. A combinao de folhas de palmeiras (significando vitria) e querubim (significando a santidade de Deus) declarava que o triunfo espiritual do homem vinha somente de e por intermdio do Deus santo.

5. Moblia do Templo. A Arca com seu propiciatrio do Tabernculo foi colocada atrs do Santo dos Santos, embaixo dos querubins, os quais foram feitos de madeira de oliveira (6.23ss.) e revestidos de ouro. Estes tinham 10 cvados (4,5m)de altura e suas asas 10 cvados (4,5m), metade da largura da sala. Eles funcionavam simbolicamente como guardies do caminho at Deus, solenizando o corao do adorador em sua aproximao de Deus. Suas faces estavam viradas em direo parte divisria. Eles eram figuras compostas bem conhecidas do povo daquela poca, no requerendo descrio de suas formas. Eles podem ter sido semelhantes ao querubim de quatro faces de Ezequiel e eram representados geralmente com mos e ps, portanto, como tendo basicamente um corpo humano.

No Lugar Santo, diante da porta para o Santo dos Santos foi colocado o altar de incenso (6.20; 7.48; cp. Ex 30.1-10) provavelmente novo e feito de cedro, visto que ele foi revestido com ouro. Presumivelmente (cp. Ex 40.22) a mesa para o po da proposio tambm era nova, revestida com ouro e colocada no lado direito da sala, como no Tabernculo. Nesta sala ficavam dez castiais (melhor: candelabros ARA), cinco do lado direito e cinco do esquerdo, todos de ouro, com seus copos de leo e ornamentao, para iluminar o Lugar Santo (lRs 7.49).

Duas colunas de bronze, que se chamavam Jaquim (ID1) e Boaz (TSD), ficavam sobre a plataforma que cercava o Templo, localizada na frente deste. A forma do primeiro termo um antigo particpio causativo de ID, que significa sustentador (JBL, LXVIII, 317ss.), salientando o lado positivo do carter de Deus. Boaz a forma do particpio da raiz simples do rabe bgiz, que significa castigador, apresentando o aspecto negativo do carter de Yahweh como guarda de Israel (ibid.).

E questionvel que se queimasse incenso nessas colunas, visto que sua altura tomaria difcil alcanar seus topos para reabastecer o incenso. Elas tinham aproximadamente 4 cvados (l,80m) de dimetro e 18 de altura (8,10m) (7.15) para as colunas com capitis de 5 cvados (2,25m) de altura cada um. O cronista (2Cr 3.15) menciona 35 cvados (15,75m) como a altura total das duas colunas, aparentemente somente a extenso delas. O cvado adicional da extenso era mais provavelmente um tipo de suporte independente semelhante a alguns que foram encontrados. Os capitis so descritos como obra de lrios (lRs 7.19) e tendo uma parte em forma de globo (v. 41; cp. v. 20, bojo); ptalas de lrios estavam abaixo, 4 cvados (l,8m) de extenso (v. 19), provavelmente colocadas para baixo como exemplos desse perodo mostram. 2 Reis 25.17 afirma que elas tinham 3 cvados (l,35m) de altura, mas isso se refere obra de rede; parece que essa medida referia-se poro superior do capitel, deixando 2 cvados (0,90m)para a altura da obra de lrios.

Os globos (lRs 7.41) tinham uma rede (axadrezado, v. 17, q.v.) de correntes que sustentavam duas fileiras de roms. As correntes eram sete (v. 17), as quais estavam divididas, i.e., quatro correntes cadas do ponto central no topo com trs filamentos colocados ao redor do globo com as roms atadas ao filamento base, presas uma abaixo da outra.

6. Moblia do ptio. O trao saliente do ptio e era o mar de fundio (v. 23) com 10 cvados (4.5m) de dimetro, 30 cvados (13,5m) de circunferncia e 5 (2,25m) de altura conseqentemente em forma de tigela, quase to grosso quanto a mo e contendo 2.000 batos (w. 24-26; 2Cr 4.5 apresenta 3.000 batos, 62.460L). As figuras so possveis de interpretao racional se, contudo, se assumir (de Ez 41.8) o uso do cvado grande (cvado real). Com base nisso, a capacidade seria de cerca de 10.000 gales (37.854L) usando a frmula comum para volume esfrico. Em Crnicas, outro mtodo de clculo parece ter sido usado, o volume de um cilindro, que neste caso de 3.000 batos (41.640L). Desse modo, o problema o do mtodo pelo qual os escritores viam o formato do mar e no uma contradio importante no texto (cp. BA, XII, 86-90). O mar estava localizado no ptio do altar ao sudeste (2Cr 4.10).

Aborda foi rematada com obra de ptala de lrio bem conhecida dos capitis da coluna. Tambm havia colocntidas (lRs 7.24) debaixo da borda em duas fileiras de 10 em cada cvado, referindo-se a algum tipo diferente de decorao.

O mar estava assentado sobre uma base composta de doze bois em grupos de trs, cada grupo olhava em direo a um ponto da bssola (v. 25). Estes correspondiam s doze tribos de Israel, dando testemunho santificador de Deus.

Os suportes tinham rodas para as pias mveis (7.27ss.) e eram em nmero de dez, formados de suportes com 4 cvados (l,80m) de comprimento e largura e 3 (l,35m) de altura, os lados feitos de painis e obras ornamentais (veja Festes Pendentes). Os apoios foram fundidos em pequenas colunas (suportes, v. 30 ARC) aos quais os eixos eram unidos por rodas de 1,5 cvado (0,67m)de dimetro. As rodas eram como rodas de carro de guerra, de seis raios como mostram os vestgios arqueolgicos. Como indicado no v. 34, os apoios estendiam-se para cima formando, assim, os cantos dos suportes. Os festes do v. 30 eram peas dos lados de cada suporte.

No topo dos suportes eram encaixadas as pias que continham a gua para lavarem o que pertencia ao holocausto (2Cr 4.6), pois o mar era para os sacerdotes se lavarem nele (v. 6). Essas pias comportavam cerca de quarenta batos, ou duzentos gales (75 7L) de gua. Elas poderiam ser movidas conforme as lavagens exigissem. Normalmente eram distribudas de forma que ficavam cinco ao norte e cinco ao sul do ptio diante do Templo. Alm disso, havia dez mesas (4.8) para o esfo- lamento dos sacrifcios trazidos pelo povo. Estas eram colocadas no mesmo ptio como as pias, provavelmente cinco de cada lado.

No centro do trio estava o grande altar de bronze (4.1). Tinha 20 cvados (9m) de comprimento, 20 (9m) de largura e 10 (4,5m) de altura. Seu transporte do Jordo exigiu que seus lados fossem de construo em painis com peas de canto e uma grade atravs da qual as cinzas podiam cair; um mtodo para remover essas cinzas tambm foi fornecido, ou pela remoo da grade ou atravs dos lados dos painis. A descrio de Ezequiel (43.13ss.) no lana muita luz sobre o altar de Salomo porque ocorreram muitos eventos entre eles (veja abaixo: Templo de Ezequiel).

Outros utenslios so enumerados em 1 Reis 7.38ss., e 2 Crnicas 4.6,19ss. Existiam bacias para gua e para pegar o sangue dos sacrifcios, tenazes, taas, espevitadeiras (para apagar velas?), colheres de vrios tipos para tirar e manejar a carne do sacrifcio, bem como utenslios planos, tais como mexedores de massa para cozinhar a oferta de bolos. Da mesma maneira esto enumerados os incensrios para os sacerdotes.

7. Os ptios. Pouco se fala em Reis ou Crnicas a respeito dos ptios que cercavam o Templo. 1 Reis 6.36 menciona um ptio interior que, devido inclinao do local, era o ptio superior (Jr 36.10). Este ltimo era formado por uma parede circundante de trs fileiras de pedras cortadas e uma fileira de vigas de cedro para uni-las (cp. 2Cr 4.9, ptio dos sacerdotes). Com o Templo sobre uma base de 6 cvados (2,70m), o todo apresentava uma vista como uma construo de plataformas, dando ao Templo um aspecto grandioso. O ptio maior, ou exterior (lRs 7.9,12), circundava tanto o Templo quanto as obras do palcio de Salomo.

Para se chegar ao ptio exterior se utilizavam portas; embora elas no sejam mencionadas especificamente, as folhas das portas esto enumeradas (2Cr 4.9; veja abaixo). Do ptio exterior ao interior o acesso tambm era feito por meio de portas, s quais uma pessoa comum (leiga) tinha acesso (Jr 36.10). Ezequiel 44.1 menciona a porta, e por causa da partida e retomo do Shekinah de Deus, a partir desta porta, esta era a porta principal para o ptio exterior do Templo, provavelmente a porta de 2 Crnicas 4.9. Entre o trio do Templo (interior) e o palcio de Salomo, havia acesso do trio do palcio ao trio interior por uma porta, presumivelmente no muro sul do ptio interior, a porta da guarda (2Rs 11.19). Havia tambm uma porta ao norte, conhecida como Sur (11.6; cp. Vet Test, XIV, 335-337). *

8. Dedicao. A obra de construo do Templo levou 7 anos e 6 meses (lRs 6.1,38; 2Cr. 3.1). Os 7 anos (lRs 6.38) so anos baseados em um calendrio civil Tisri-Tisri (outono a outono) (cp. Thiele, Mysterious Numbers [1951], 31).

A dedicao aconteceu no ms de Etanim, o 7- ms, em tempos posteriores chamado de Tisri. Nos meses de intervalo entre Bul (lRs 6.38), o 8- ms, e Etanim (8.2) do ano seguinte (para Tisri) foi trazida a moblia, sendo o mais difcil de transportar o mar de bronze e seus pedestais do Jordo a Jerusalm. No l2 dia do ms ocorreu a festa das Trombetas, quando a Arca da Aliana do Senhor foi trazida ao Santo dos Santos de sua tenda em Jerusalm (8.6) e foi colocada debaixo das asas dos querubins. Quando as armaes da tenda foram desmontadas, simbolizava que ajomada de Israel a sua terra estava terminada. Quando os sacerdotes se retiraram do Lugar Santo, o Shekinah de Deus encheu o Templo, significando assim a aprovao e aceitao de Yahweh do Templo. Daqui por diante a casa devia ser a representao da sua presena (v. 29), o lugar no qual o corao arrependido podia encontrar a misericrdia de Deus (vv. 30ss.).

C. Dados suplementares. 1 Reis 7.1ss. indica que o palcio de Salomo foi construdo prximo ao Templo, e acredita-se que o Templo significava nada mais que uma capela real. Porm os Salmos 96.8 e 116.19 falam da adorao nos trios da casa de Yahweh em Jerusalm, em cujo Templo est o povo de Deus (SI 116.18), invalidando assim a suposio acima.

No perodo posterior ao trmino do Templo, entre a relao dos bens carregados nos navios de Salomo estava a madeira de sndalo (ugartico Algm), possivelmente o sndalo vermelho da ndia e Ceilo, provavelmente o ltimo porque os navios foram buscar ouro prximo de Ofir. A madeira foi trabalhada e deu forma a parte do trabalho em madeira das paredes do Lugar Santo (10.11,12).

Com respeito s riquezas do Templo, um tesouro foi registrado (Js 6.19,24) como uma instituio bem conhecida durante aquele tempo por pertencer a Yahweh, o depositrio do saque de vrias batalhas de Israel contra seus adversrios. Nele foi depositado o despojo de guerra de Jeric (v. 24). Oficiais foram designados para a casa dos tesouros de Yahweh (lCr 26.20ss.). A partir de suas vitrias sobre os povos ao redor, Davi dedicou (26.26) vrios objetos a Yahweh. Estes eram usados para manter a Casa de Yahweh (lCr. 26.27). Samuel (v. 28) e Saul tambm dedicaram despojo a Yahweh. Salomo trouxe as coisas que seu pai havia dedicado e as colocou entre os tesouros da casa de Yahweh (lRs 7.15), incluindo provavelmente todos os outros tesouros que, pelas referncias acima indicadas, tinham sido entregues aos levitas, os guardadores do Templo.

E provvel que as salas do tesouro fossem salas de trs andares em volta do Templo, pois 1 Crnicas 28.11 inclui os tesouros com o restante das salas do Templo. Como tais, elas somente eram acessveis a partir do Lugar Santo.

D. Histria do Templo de Salomo.

Quando Roboo, filho de Salomo tomou-se rei, sua poltica repressiva tomou-se a causa imediata da diviso do reino. Santurios foram estabelecidos por Jeroboo em D e Betei, rompendo assim a aliana de Israel com Deus (lRs 12.25-33). Em Jud, uma apostasia do povo cresceu rapidamente por volta do 52 ano de Roboo (14.23,24; 926/25 a.C.), caracterizada pela edificao de lugares altos e postes-dolos em cada um dos elevados outeiros. Ento, em julgamento divino, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalm (2Cr 12.2,5) e tomou os tesouros tanto do Templo quanto do rei, incluindo os 300 escudos de ouro que Salomo havia feito.

Asa colocou no Templo os despojos de seu pai (lRs 15.15). Quando Baasa, rei de Israel, guerreou contra Jud, muito provavelmente por fortificar Ram (v. 17), Asa reuniu todos os tesouros do Templo e de seu tesouro e os enviou a Ben-Hadade de Damasco, para selar uma aliana com ele contra Israel (v. 18ss.). Em seus anos iniciais (2Cr 15.10), Asa voltou-se aos caminhos de Yahweh e renovou o altar no trio interior (diante do prtico, v. 8) substituindo, provavelmente, algumas de suas partes, agora evidentemente decompostas por causa do calor do fogo. Entretanto, sua consagrao e confiana no Senhor falharam quando em seu 362 ano ele fez uma aliana com Ben-Hadade (2Cr 15.1816.4). Nos dias de Josaf, observa-se um novo ptio da casa de Deus (2Cr 20.5), significando que ele pode ter reconstrudo a porta.

Quando Acazias foi morto por Je, Atalia, sua me, usurpou o reino de Jud de Jos (2Rs 11.1 ss.), at seu 7 ano. Durante este perodo, Jos foi escondido no Templo at que tivesse idade suficiente para ser proclamado rei (2Cr 22.123.15). Atalia foi colocada para fora do trio interior (cp. 23.13) atravs das fileiras (2Rs 11.15), i.e., portas ao longo da parede leste do trio interior (Ez 40.6,7; cp. Vet Test, xiv, 331-343). Antes do seu remado, os recintos do Templo ficaram em mau estado por causa de Atalia (2Cr 24.7) e da falta de cuidados sacerdotais (2Rs 12.1 ss.), e esta condio continuou at o 23- ano (v. 6), quando Jos convocou Joiada, o sumo sacerdote, para uma reunio (cp. 2Cr 24.4ss.). Visto que no havia dinheiro disponvel dos tesouros do Templo, nem dos fundos do rei, o sacerdote colocou caixas de oferta para presentes voluntrios para esse propsito (v. 9ss.). Em intervalos peridicos o dinheiro era retirado, com o qual eram comprados materiais para os consertos e os trabalhadores eram pagos (v. lOss.). Atalia fez tanto em suas depredaes que at os vasos, etc., precisaram ser substitudos (v. 13). Aps a morte de Joiada, o povo, ainda infectado com a idolatria de Atalia, conspirou com Jos para apostatar de Yahweh (24.17ss.). Quando Zacarias, o profeta, repreendeu Jos e a princesa (v. 20), eles o apedrejaram at a morte no ptio do Templo (v. 21). Por este pecado, uma pequena fora sria imps grande prejuzo sobre Jerusalm e sobre o exrcito de Jud (w. 23,24), e Jos teve de entregar os tesouros do Templo e do palcio a Hazael, rei da Sria (2Rs 12.18).

No reinado de Amazias, filho de Jos, Jeos de Israel invadiu Jud e destruiu a cidade (14.13) e levou os tesouros do Templo e do palcio, porque Amazias tinha se exaltado em orgulho contra Israel, por causa de suas vitrias sobre os edomitas (v. 7,8; cp. 2Cr 25.23ss.).

Uzias, um rei ativo e capaz, reconstruiu a cidade de Jerusalm, mas ele caiu no erro do orgulho e procurou usurpar funes sacerdotais no Templo (26.16SS.).

Joto sucedeu seu pai Uzias e construiu a Porta de Cima (2Rs 15.35, Porta Alta ARC).

Acaz, que sucedeu seu pai, Joto, profanou a casa de Yahweh. Ele saqueou os tesouros do Templo, acrescentou seus prprios e os enviou (734, 733 a.C.) ao monarca assrio Tiglate-Pileser III (745-727 a.C.) para assegurar sua ajuda contra a aliana israelita-sria feita contra ele (2Rs 16.7,8). Para homenagear Tiglate, Acaz foi a Damasco e l viu um altar do qual ele fez uma cpia (v. 10). Este altar foi colocado diante do altar salomnico, o qual foi mudado para o lado norte (v. 14) e foi feita uma oferta sobre o altar, provavelmente como uma condio da aliana. Outras depredaes levaram ao fechamento do Templo (2Cr 28.24) e a quebra de seus vasos. Alm disso, ele cortou os suportes da pia e a colocou sobre um pedestal de pedra (2Rs 16.17) e, como um sinal de serventia, fez um lugar no Templo para Tiglate-Pileser (v. 18). Essas alianas paralelas, proibidas nos tratados de suserania hitita (Kline, op. cit., 32), indicam traio contra o Deus soberano de Israel.

Ezequias reverteu as polticas de Acaz. Ele abriu as portas do Templo e exigiu que os levitas o restaurassem a sua santidade anterior (2Cr.29.5); eles fizeram isso em 8 dias (v. 17) e restauraram os objetos que Acaz havia lanado fora (v. 19). Ele fez os levitas voltarem a seus lugares no Templo e ordenou ao povo que apresentasse ofertas (31.4ss.). Quando trouxeram, de forma generosa, ele construiu depsitos no recinto do Templo para recolher as ofertas (v. 11). Porm Ezequias se tomou orgulhoso e fez alianas com naes estrangeiras; ele se esqueceu do poder de Deus e por isso foi acometido de enfermidade. Seu exemplo assegurou a futura queda de lerusalm (cp. 2Cr 32.24ss.; 2Rs 20.14ss.).

Manasss inverteu as boas aes de seu pai, Ezequias, erigiu altares idlatras nos ptios do Templo e colocou uma imagem esculpida no Templo (21.3ss.; 2Cr 33.3ss.). Ele foi levado cativo Babilnia devido a seus pecados (33.11). Manasss se arrependeu e Deus permitiu que ele retomasse a Jerusalm. Em confirmao do seu arrependimento, ele destruiu o que havia feito (v. 15) e reparou o altar do holocausto. Seu exemplo idlatra a seu filho e a outros depois dele, porm, resultou na destruio final do Templo (2Rs 21.11 ss.).

Amom adorou a imagem de seu pai, Manasss, e aps um reinado de 2 anos seus servos o mataram (21.19ss.). O povo da terra feriu os conspiradores e transformou Josias em rei.

Josias coordenou o reparo do Templo em seus dias (22.3ss.; 2Cr 34.8ss.). A obra em pedra foi reparada e algumas vigas substitudas (34.11). Ele removeu do Templo os utenslios que haviam sido feitos para Baal (2Rs 23.4), os cavalos dedicados ao sol (v. 11), colocados pelos reis anteriores a ele, os altares no ponto mais alto das salas, que Acaz havia acrescentado e os altares que Manasss fizera, os quais Amom havia restaurado nos dois ptios do Templo. Apesar de tudo isso, o povo no se voltou verdadeiramente a Yahweh e os pecados traados por Manasss continuaram (cp. 2Rs. 23.26,27). A destruio no estava muito longe.

No reinado de Jeoaquim, Nabucodonosor tomou toda a terra ocidental e Jeoaquim tomou-se seu tributrio, mas ele se rebelou aps 3 anos e a cidade foi cercada. Os utenslios do Templo (2Cr.36.7) foram levados Babilnia, bem como Jeoaquim (v. 6), tanto por seus pecados quanto pelo fruto dos pecados de Manasss (2Rs 24.3,4).

Joaquim continuou como rei, mas no final de 3 meses foi atacado por Nabucodonosor que o levou cativo Babilnia junto com os tesouros do palcio e utenslios adicionais do Templo feitos por Salomo, (v. 13) os quais ele cortou em pedaos para levar Babilnia, e outros tesouros do Templo.

No remado de Zedequias, chegou o fim do Templo de Salomo. Zedequias rebelou-se contra Nabucodonosor; a cidade caiu em 586 a.C. e Zedequias tentou fugir noite, mas foi capturado pelas tropas dos caldeus. A cidade e o Templo foram queimados e os utenslios remanescentes, de bronze e ouro, foram agrupados para serem levados Babilnia. Os pilares do Templo, seus suportes e o mar de bronze foram fragmentados e carregados para a Babilnia. A Arca e o querubim, agora provavelmente somente em formas de madeira, pereceram nas chamas. Os 380 anos do Templo chegaram ao fim, cumprindo as palavras de Jeremias relativas destruio da cidade, do Templo e do povo, por seus pecados (Jr 25.3ss.).

E. Problemas. Alguns aspectos problemticos da estrutura do Templo no foram discutidos acima, para evitar interrupo da descrio geral.

1. A altura do Santo dos Santos. Seu

pavimento ficava no mesmo nvel do pavimento do Lugar Santo ou ficava acima? Exemplos de salas de altar erigido aparecem no Oriente Mdio (veja Dagom, Templo de). Uma altura de teto mais baixa que no Lugar Santo necessitaria de uma parede de pedra clerestria dividindo os dois, mas falta evidncia na documentao de uma viga de apoio. Outra evidncia mostra os dois no mesmo nvel. No Templo de Herodes, uma cortina dupla separava os dois, eliminando a necessidade de degraus {veja abaixo VII. C. 1). Em segundo lugar, moedas do sc. le d.C., que retratam o Templo no dia do sacrifcio do novilho vermelho (AMuehsam. Coin and Temple, 26s.; ilustraes, Vss.), mostram a Arca dentro do Templo, mas sem degraus conduzindo a seu nvel, indicando o Santo dos Santos no mesmo nvel do Lugar Santo. Presume-se que esta organizao remonta pelo menos ao Templo de Zorobabel. Tambm possvel que Zorobabel tenha seguido a forma inicial do Templo de Salomo. muito possvel que os nveis do cho das duas salas sempre tenham sido o mesmo e que existia um sto sobre o Santo dos Santos (veja abaixo VIL C. 1).

2. A altura do prtico. Este apresentada com 120 cvados (54m) (2Cr 3.3,4). Por outro lado, no dada ao prtico uma altura em 1 Reis (6.3), sugerindo que era a mesma da casa (v. 2). Se, para o momento, pode-se relacionar os dados da composio tanto de Reis quanto de Crnicas a qualquer um desses registros, ser recordado que Reis termina com a libertao de Joaquim da priso (2Rs 25.27ss.) e Crnicas com o decreto da restaurao de Ciro (2Cr 36.22,23), levando assim o autor de cada um dos livros mais prximo aos dados da destruio do Templo e a ter conhecimento da condio e forma exatas do Templo em seu trmino. Neste caso, se Crnicas determina 120 cvados, o fato de que Reis no registra a altura tem pouca conseqncia; este fato no era importante para seu escritor.

provvel tal torre de 120 cvados? As fundaes para ela seriam muito importantes. Contudo, indicaes das formaes estruturais para sustentar tais obras de torre slida so encontradas em templos de Megido (Estrato V, era de Ramss III; estratos VIII-VII A), Siqum e possivelmente em Bete-Se (Estrato V).

Em relao a esta grande altura, Josefo escreveu que Joto acrescentou prticos e passagens na rea do Templo (Jos. Ant. IX. xi. 2). O prdio do Templo foi erigido a uma altura de 60 cvados (27m) (Ed 6.3), enquanto que a largura apresentada (60 cvados, 27m) muito similar da primeira estrutura, incluindo as cmaras laterais. Esses fatos justificariam a crena de que os acrscimos superiores ao Templo foram feitos num perodo posterior e que Joto fez alguns deles. Tanto o Templo de Zorobabel quanto a reconstruo de Herodes desse segundo templo foram muito semelhantes quanto ao tamanho. A justificao do aumento e ornamentao do Templo resultou da vitria de Joto sobre os amonitas (2Cr 27.5), com o despojo e tributo usado para celebrao do triunfo; salas superiores foram acrescentadas sobre o Lugar Santo e Santo dos Santos e o prtico foi alterado e elevado com um grande portal construdo nele, a Porta Alta da Casa do Senhor.

3. As paredes circundantes do Templo no so descritas em Reis ou Crnicas em detalhe suficiente para se discernir sua localizao ou altura. Nenhuma estrutura original do Templo do rei Salomo sobreviveu para fornecer a altura da parede das trs fileiras (lRs 6.36). Se alguma informao adicional estivesse disponvel, poderia se definir mais precisamente a rea fechada; todavia algumas consideraes servem para localizar o Santo dos Santos mais exatamente, e ento ajudar a sugerir a possvel localizao das paredes do ptio. Watson (PEQ [1896], 56) apresentou o problema muito bem se o altar do sacrifcio estivesse sobre a Rocha (sakhra; a rocha exposta sob a abboda da Cpula da Rocha), isto foraria a parede ocidental do Templo tanto para o oeste que ali ocorreria instantaneamente uma fundao alta de quase 15 m. Alm disso, colocar o altar sobre a Rocha evitava a disposio rebaixada do trio do sacerdote (trio interior) vista do trio exterior do Templo de Herodes, como descrito por Josefo e a Mishna (PEQ, [1896], 55), visto que Herodes obviamente construiu sobre fundaes antigas do segundo templo que, por sua vez, foi erigido sobre as do primeiro. As superfcies rochosas definidas pelas exploraes de Wilson, Warren, Achick, et al., so, quando o Santo dos Santos foi colocado sobre a Rocha, mais altas o suficiente ao oeste da parede de trs do Templo para permitir a construo da parede do trio interior at 10 cvados (4,5m) de distncia, com a parede exterior at mais 20 cvados (9m), sem ter de construir paredes altas de sustentao com o objetivo de se preparar para o enchimento de terra de volta no nvel dos trios de dentro. No foi at o aparecimento de Herodes que o incentivo e o capital se tomassem disponveis para empurrar a parede ocidental externa alm do oeste e a levantasse a algo como sua altura atual. Na era de Salomo, a parede exterior era, obviamente, uma extenso do muro da cidade, mas no teria sido construda muito abaixo da inclinao do cume do monte (i.e., no sobre a inclinao), para fornecer a defesa mxima. Colocar o Templo mais ao oeste teria violado este costume observvel em outro lugar. Essas consideraes indicariam que a rea fechada pela parede exterior era preferivelmente o cume do monte para propsitos defensivos, e que a rea tendeu a ser mais estreita de leste a oeste e mais longa de norte a sul. As fundaes antigas das paredes circundantes do Templo de Salomo poderiam ser descobertas, se alguma parte delas existe, dentro dos limites de Har. Em alguns lugares a localizao seria indicada por grandes alicerces cortados na rocha alieerce, aumentados e diminudos conforme a inclinao e o curso exigia. A mesma prtica de cortar alicerces escalonados foi empregada no perodo de Herodes, como demonstraram as escavaes de Warren. Ser mostrado abaixo que a parede oriental existente de Har era uma parede da cidade antiga, usada por Herodes como sua parede oriental. A parede oriental de Salomo foi encontrada ao oeste desta.

4. As colunas Jaquim e Boaz. Um problema adicional diz respeito s colunas Jaquim e Boaz (veja acima, IV, B, 5). Ser que elas eram colunas estruturais dentro do prtico, e sustentavam a estrutura do teto acima? Ou elas estavam em posio livre? Uma primeira considerao da planta do templo menor de Tel Tainat, onde as colunas esto localizadas dentro da linha do telhado, pode indicar que as colunas do Templo de Salomo tambm foram colocadas na mesma situao. Contudo, teria sido dado a elas nomes memoriais de significado diverso (como demonstrado abaixo) se elas fossem simplesmente estruturais? Da mesma maneira, o arranjo das redes de correntes e roms no topo dos capitis sugerem muito fortemente a caracterstica de posio livre dessas colunas. O lugar onde elas permaneceram expresso como diante do Templo em 2 Crnicas 3.15-17.

Porm h evidncia adicional da arqueologia para o relacionamento dos pilares ao Templo. Existe no Louvre um modelo de um pequeno santurio de culto, com colunas independentes e no ligados capitis com boto de flor com quatro ptalas, sem qualquer funo estrutural, mas tendo, obviamente, algo a ver com a caracterstica religiosa do santurio. Embora esta seja uma forma cananita, ela no foi empregada por causa de qualquer fervor religioso sinergstico, mas porque Yahweh ordenou assim, e porque a forma se aproxima do significado dado.

Os pilares de Salomo diferiam-se ainda mais dos exemplos cananitas pela rede de correntes cada sobre eles, e desempenhavam uma funo diferente da dos cananitas, i.e. de comemorar o carter de Deus; as roms simbolizavam a totalidade da palavra de Deus por meio de mandamentos separados, simbolizados pelas sementes.

O TEMPLO DE JERUSALM

No 142 ano aps a destruio de Jerusalm (572 a.C.), Ezequiel foi trazido de volta a Jerusalm em uma viso, e um anjo mediu o Templo na sua presena.

A. Significado do Templo. Qual o significado do Templo de Ezequiel? Isto est expresso na lei do templo (Ez 43.12) de que sobre o cimo do monte, todo o seu limite ao redor ser santssimo; eis que esta a lei do templo. Era uma expresso da santidade de Yahweh atravs do complexo que revelado no processo de medida, e deste complexo o povo deve medir o modelo (cp. o caminho da santidade) para que eles possam se envergonhar das suas iniqidades (43.10; BS, 106:58).

Considerando que a viso ocorre no final da profecia de Ezequiel, deve-se observ-la como a culminao da obra do profeta. A santidade de Deus foi o ponto principal do seu ministrio. A santidade de Deus foi ultrajada pela iniqidade persistente de Israel. O livro servia como o processo de revelao, acusao e julgamento de Israel (cap. 1-26), o julgamento das naes circundantes para que o nome de Yahweh fosse vindicado em toda a terra (cap. 25-32), seguido pelo renascimento e restaurao do povo prdigo (cap. 33-39), que incluiria o ltimo grande ataque ao povo de Deus, concluindo com a revelao de Deus habitando entre o povo (cap. 40-48; BS, 106:57). O Templo (cp. Ml 3.1) deve tomar-se o lugar de habitao da glria divina (cp. Ez 43.1-6): Filho do homem, este o lugar do meu trono, e o lugar das plantas dos meus ps, onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre (43.7).

B. Identidade do Templo. Que Templo este? E completamente separado do Templo anterior em Jerusalm? E um complexo de construes completamente novo? Um estudo da seqncia de eventos ajuda a responder essa questo. Israel, em todas as suas tribos, participou do cativeiro; a destruio do seu Templo simbolizou o julgamento de Deus sobre ele devido ao seu pecado. Ele tinha a restaurao prometida depois do arrependimento (Dt 3 0.1 ss.). A partida do Shekinah (glria Ez. 11.22,23) significou a queda de Jerusalm. O retorno desta glria (43.1 ss.) significava a restaurao de Israel ao favor e bno de Deus. Contudo, se um Templo fosse muito diferente do Templo que Nabucodonosor destruiu, como ele poderia trazer alguma segurana ao povo? Visto que o Lugar Santo e o Santo dos Santos so do mesmo tamanho que os do Templo de Salomo, e considerando outras semelhanas, a concluso que o Templo de Ezequiel basicamente o Templo de Salomo, mas com modificaes na estrutura do trio e na organizao. Ele no meramente um templo ideal, pois ao descrever o uso do altar, Yahweh (43.18ss.) descreve sua santificao (w. 18-27) e as ofertas feitas pelos sacerdotes (44.1531) dizem respeito ao que deveria ser feito por um povo restaurado ao seu Deus.

Porm o que foi mencionado acima no responde questo o Templo de Ezequiel existiu realmente? A nfase sobre o ritual e a eliminao do ritual no NT indica que este templo serve a outro propsito.

Deve-se lembrar que Israel passou por deportao devido idolatria e rejeio da Aliana de Yahweh (Dt 4.27,28; 28.64-68), mas se em sua aflio eles procurassem o Senhor de todo o corao, ele os ouviria e os restaurariam a sua terra (Dt 4.29-31; Jr 29.10-14). O propsito era aperfeioar um povo recalcitrante e relapso, e criar uma nao santa (Ez 37.21-23,26-28) que, como povo santo, retomaria verdadeiramente sua terra. Ezequiel 40-48 apresenta em palavras quadros da conseqente unio ntima de Yahweh com seu povo, e transmitiu ao remanescente de Israel a segurana do retomo a sua herana. A organizao dos trios impressionou o povo sobre a necessidade de santidade pessoal; mas tambm, a presena de Yahweh ali (43.1 -12) demonstrou sua acessibilidade por parte do povo. O ritual, sendo restaurado, transmitiu a Israel que ele foi verdadeiramente aceito, e por isso poderia esperar que se tomasse um povo purificado e restaurado.

Portanto, o Templo de Ezequiel era uma ajuda visual para a f. Visto que os exilados que retomaram aderiram forma do Templo anterior e no do Templo de Ezequiel, parece que seu Templo deveria ser entendido simbolicamente. A verdadeira restaurao de Israel ainda est por vir, quando Deus, pela segunda vez (Is 11.11), salvar Israel do cativeiro, quando ser dado ao povo de Israel um novo corao (Ez 36.26) e a nao nascer em um dia (Is 66.8-10). Isto se refere ao milnio e ao renascimento de Israel, pois todos os gentios devem esperar para que eles tambm possam ser renovados e participar das bnos da casa de Deus (Is 56.7).

C. A construo. 1. O ptio exterior.

A descrio comea com a parede que circunda o trio exterior. O conjunto poderia ser medido com uma cana de 6 cvados (3m) de comprimento, o cvado sendo o cvado real ou grande (=0,5 lm) (Ez 40.5; 41.8; 43.13). A parede tem uma cana de altura e uma de extenso. O anjo seguiu primeiro at a porta oriental e a medida revelou que a soleira tem a mesma largura da parede, i.e., a soleira continua atravs da largura da parede com a abertura de 10 cvados (5,10m) de extenso (Ez 40.11). O portal exterior da passagem alcanado por um lance de escada que termina na soleira. O interior do portal tem uma srie de cmaras da guarda que termina num prtico no canto ocidental (ou oposto). As cmaras da guarda tm uma cana quadrada, trs de cada lado (v. 10) com um poste de pedra no meio de 5 cvados (2,55m) de extenso. Essas salas (cp. lRs 14.28; 2Cr 12.11) so para uso dos guardas incumbidos de evitar a entrada do incircunciso (Ez 44.9,14), indicando o carter santo daqueles a quem permitido entrar.

Sobre o canto oriental est um teto (40.13) e a medida total de 25 cvados (12,75m) lado a lado externamente; 10 cvados (5,10m) para a passagem, 6 (3m) para cada cmara, deixando assim 1 cvado e meio (0,76m) para a largura da parede nas paredes dos fundos ou exteriores de cada cmara.

No canto intemo do complexo est o prtico e interiormente uma soleira ou pavimentao de 6 cvados (3m) de largura, a extenso de um poste entre as salas da guarda, porm 1 cvado (0,5 lm) mais largo, e tambm provavelmente coberto com telhas.

O prtico no canto interno chamado de ala interior, que o espao que d acesso passagem de entrada (v. 9), indicando assim uma rea cercada. Quais so as dimenses deste prtico? Uma vez que 8 cvados (4m) (v. 8) uma dimenso total em linha reta e o comprimento total de 50 cvados (25,5m) medido do lado de fora da parede circundante (v. 25) at o lado de fora do prtico interior, e tambm que a primeira cmara da guarda est prxima parede exterior, um comprimento total indicado dessa forma no 50 cvados (v. 15), mas 48 (24,5m). Os pilares de 60 cvados (30m) de altura (v. 14) no esto includos no total, segundo os termos do v. 15, e, por isso, deve-se revisar a considerao das dimenses do prtico.

A dimenso acima de 48 cvados (24,5m) supe que entre a terceira cmara da guarda e a rea do prtico, est um pilar de 6 cvados (3m) de extenso, a mesma dimenso da soleira da porta (v. 7). Tem sido habitual para alguns intrpretes considerarem os pilares do prtico interior (v. 9) como sendo os pilares do v. 14. Isto no neces srio, pois, comparando o v. 8 com Ezequiel 41.1, a referncia de 8 cvados (4m) de largura (40.8) pode ser construda como a largura inteira das faces da parede interior, com os 2 cvados (lm) dos pilares sendo a espessura do canto das paredes. Isto d um total de 50 cvados (22,5m), face a face, e os pilares do v. 14 esto fora desta dimenso, mas contra a face da parede. Os 6 cvados (3m) (v. 8) so ento o comprimento da extremidade das paredes do prtico interior, alm dos 10 cvados (5,10m) da abertura da entrada, perfazendo um total de 22 cvados (ll,22m), deixando 1 cvado e meio (0,76m) para a espessura da parede nos lados norte e sul, a mesma das paredes dos fundos das cmaras da guarda (veja acima).

O versculo 10 um sumrio da uniformidade das dimenses das salas da guarda, e os pilares tambm eram de dimenso uniforme (v. 9). A mesma palavra (no singular) usada no v. 48 (batentes, RSV), onde as paredes em cada lado da abertura so indicadas, justificando, desse modo, a interpretao do v. 9 acima. As colunas do v. 14, contudo, no so observadas nem mencionadas no v. 9, pois elas no desempenham funo estrutural na entrada.

O portal atravs da parede exterior e a primeira cmara da guarda mais 1 cvado (0,5lm) totalizam 13 cvados (6,6m) (v. 11). Em parte alguma possvel obter este nmero por intermdio do acrscimo exato das extenses da parede e das dimenses da sala da guarda, particularmente nas extremidades do portal. A porta (v. 11) deve ser mais que o espao do pavimento; o cvado a mais seria proveniente de uma parte estrutural colocada transversalmente acima da entrada, no lado oeste da primeira sala da guarda, como uma parte do teto, cobrindo assim toda esta poro, perfazendo uma entrada coberta com telhas de 13 cvados (6,6m) de extenso, onde poderia se encontrar abrigo no tempo tempestuoso, enquanto se obtinha permisso da guarda para passar alm do trio.

Na frente de cada cmara lateral existe um espao de 1 cvado de largura de uma cana longa (6 cvados (3m); v. 12), provavelmente um espao separado por uma parede baixa de pedra para formar uma linha divisria, a parede talvez sendo preferivelmente de pedra fina e colocada na borda. As portas nas cmaras laterais so mencionadas como uma porta defronte da outra (v. 13); logicamente estas estariam nas paredes do fundo ou das laterais da estrutura da porta, permitindo aos guardas entrarem e sarem livremente do trio ao redor da construo da passagem.

As alturas dos pilares nas paredes do prtico

interior so de 60 cvados (30m) e o uso do verbo feito indica uma citao dos anais que registram a construo, visto que manifestamente impossvel medi-los dentro dos limites da capacidade humana, o que pressupe novamente sua existncia prvia. Embora eles tenham uma pequena planta da rea relativa altura, quando unida parede detrs no haveria problema de estabilidade vertical.

A construo da passagem introduz 44 cvados (22,44m) no ptio (v. 6) cercada pela parede exterior e acessvel em ambos os lados (w. 14,15). So colocadas janelas nas salas da guarda nas paredes ao lado das portas (v. 13) e nos pilares (v. 16) entre as salas da guarda. Havia uma reentrncia na face da parede exterior nesses pilares, permitindo janelas nas paredes laterais das salas da guarda adjacentes a esses pilares. A espessura dos pilares entre a passagem e a face da parede lateral da estrutura determinvel pelo v. 30, o qual apresenta um sumrio das salas e dimenses; 25 cvados (12,75m) sendo o total, dimenso lado a lado, e 5 cvados (2,55m), a dimenso fracionada da espessura dos pilares.

Tambm existem janelas nas paredes laterais do prtico interior (v. 16). Diz-se que as janelas so fechadas, i.e., tapadas com trelia (no estreitas) e ao redor para dentro, i.e., a face exterior da parede na janela formada de uma srie de abatimentos concntricos, com cada anel suspenso mais distante um do outro. Os pilares entre as salas da guarda tm representaes de palmeiras esculpidas (v. 16).

Saindo da passagem, Ezequiel foi levado ao trio exterior (v. 17 F, H, J) circundando a parede que fecha a construo do Templo. Este trio exterior para o povo, o interior para os sacerdotes. Um pavimento (O) corre ao longo da parede exterior e se estende dela at a extremidade das construes da entrada, margeando o trio exterior. Sobre o pavimento esto construdas trinta cmaras (v. 17). O uso dessas cmaras no mencionado; elas podem ser para o uso das pessoas, servindo como depsitos ou quartos para os sacerdotes enquanto eles esto de servio no seu turno de tarefas no Templo. As cmaras so mencionadas (Jr 35.4; lCr 9.26; Ne 10.38-39) como depsitos ou quartos.

O tamanho do trio determinado pelo espao entre as paredes que esto defronte das passagens. O espao entre a face oeste da porta oriental e a face leste da porta oposta ao trio interior (L) registrado como 100 cvados (5 lm) (F); o mesmo (H, J) verdadeiro para as portas dos lados norte (G) e sul (I) do trio exterior (cp. Ez 40.19,23,27). Considerando que as portas do norte e do sul so idnticas e so as portas correspondentes ao trio interior, mas sobre planta invertida, a dimenso total exterior de norte a sul de 500 cvados (255m); o mesmo encontra-se na dimenso leste a oeste.

Ezequiel foi levado depois (v. 20) porta norte (G) a qual medida (w. 20-23) e porta sul (I) na parede sul (w. 24-27), descobrindo-se que so idnticas. Uma especificao adicional apresentada em relao ao acesso por degraus s portas norte e sul em nmero de sete. Presumivelmente, o mesmo nmero ocorre na porta oriental. As condies de santidade para a entrada so as mesmas em todo caso. Deus tem somente um caminho at sua presena.

2. O ptio interior. Depois Ezequiel foi conduzido ao trio interior (v. 28) pela porta sul (K) e observou as medidas tomadas. A entrada a mesma na planta e na construo conforme as entradas da parede exterior, contudo invertida, o prtico defrontando o trio exterior (J). Na frente de cada uma dessas entradas existem oito degraus.

A porta oriental (vv. 32-34) e a porta norte (w. 35-37 M) at o trio interior so exatamente iguais a porta sul, salvo a porta norte no trio interior onde esto utenslios adicionais para lavar as ofertas sacrificiais (v. 38). Nas laterais do prtico esto quatro mesas (a), duas de cada lado, para abater as ofertas (v. 39) e duas de cada lado na frente do prtico, tambm para abater os sacrifcios (v. 41), perfazendo um total de oito no todo. Alm disso, h outras quatro mesas de pedra (v. 42) sobre as quais so deixados os utenslios usados para o abate das ofertas. No prprio prtico esto dispostos ganchos para receber os sacrifcios at que eles sejam oferecidos.

Imediatamente do lado de fora da porta norte no trio interior (v. 44) esto salas (W) para os cantores, as quais abrem para o sul, e uma no lado leste da porta para sacerdotes em servio (v. 46).

O altar descrito em Ezequiel 43.13-17. O cvado aqui o cvado real, cvado comum mais a largura de uma palma (v. 13). A base (pn, literalmente seio; usado aqui no sentido de suporte) era de 1 cvado de altura at uma salincia de 1 cvado de largura, at a borda da qual encontra-se uma extremidade vertical de um palmo de largura (a palavra mi, a distncia da ponta do polegar ponta do dedo mnimo quando a mo est completamente aberta; provavelmente no com o mesmo significado da palavra palmo; nso, largura de uma palma usada com o cvado para designar o cvado real). Acima desta base est um segundo elemento de 2 cvados (lm) de altura com uma borda de 1 cvado (0,5 lm) de largura. Superando este existe um outro elemento de 4 cvados (2m) de altura. A lareira do altar (v. 16, Ariel ARC) tem 12 cvados (6,12m) quadrados. A largura de 1 cvado para cada uma das salincias forma a base de 16 cvados (8,16m) quadrados. So registrados degraus (v. 17), provavelmente de meio cvado de altura e largura, que exigem de quatorze espelhos de degrau, estendendo-se assim 4,5 cvados (2,25m) no mnimo da base.

3. O prtico do Templo. O trio interior mede 100 cvados (51m) de norte a sul e o mesmo da parede leste oeste do Templo (Ez 40.47). Dessa forma, o prtico mede 20 cvados (10m) de extenso e 11 (5,6m) de largura (40.49).

Se, como no v. 49, a largura do prtico significa uma direo norte a sul de 11 cvados (5,6m), ento, o comprimento de leste a oeste tem 20 cvados (10m). Se aporta de entrada tem 6 cvados (3m) de largura e paredes divisrias de 5 cvados (2,55m) de largura em cada lado da porta num total de 16 cvados (8,16m), isto deixa um total de 4 cvados (2,04m), menos de 20 cvados (10m) de comprimento interior, o que uma diferena muito grande.

Todavia, se considerarmos que a dimenso de 20 cvados (10m) tomada de norte a sul, e como uma dimenso interior, e a dimenso de 5 cvados (2,55m) do v. 48 como a largura das paredes divisrias na entrada, ento as faces interiores das paredes laterais do prtico alinham-se com as faces das paredes laterais do Lugar Santo. Essa organizao resulta em uma extenso de leste a oeste de 11 cvados (5,6m) interiormente (v. 49), e os 3 cvados (l,53m) (v. 48) a espessura das paredes divisrias. Quando feita uma soma das dimenses de leste a oeste da casa, e uma plataforma de 5 cvados (2,55m) para os pilares includa (v. 49; cp. 42.11), obtm-se um comprimento total at a parede dos fndos da casa de 100 cvados (51m) (41.13).

Ao redor do Templo est uma plataforma

(U,41.8) de 6 cvados (3m) de altura, que projetava 5 cvados (2,55m) acima das paredes da cmara (v. 11; veja abaixo). Em volta desta plataforma existe uma rea aberta de 20 cvados (10m) (v. 10). Existe outra construo na extremidade oeste e colocada a 20 cvados (10m) de distncia (v. 13) formando o limite ocidental desta rea (veja abaixo). O versculo 14 resume as dimenses desta casa. Uma anlise das medidas leva a um conflito que somente pode ser resolvido com base nas consideraes observ adas abaixo. A casa" tem 100 cvados (51m) de comprimento de leste a oeste da construo, como tambm a plataforma do lado oeste e o espao separado ao oeste (v. 13). Uma tabulao das dimenses leste-oeste separadas da casa no chega a 100 cvados de extenso, mas somente 95 cvados (48,45m) com a dimenso curta do prtico leste a oeste, e 104 cvados (53,04m) se sua dimenso leste a oeste de 20 cvados (lOm). Portanto, outro sistema de medidas deve ser procurado. Visto que a dimenso de leste a oeste (v. 13) inclui o espao separado de 20 cvados (10m), esta dimenso, quando iniciada na face da construo a oeste da casa chega a uma dimenso de 100 cvados (51m) at a face da parede leste interior do Lugar Santo, chegando dessa forma face oeste da parede ao oeste do prtico, que tambm a parede leste do Lugar Santo (Q). Mas esta organizao requer que a parede leste do Lugar Santo seja considerada parte do prtico, e no do Lugar Santo. Qual seria a causa desta considerao? Vamos lembrar que as paredes laterais do Lugar Santo recuam 1 cvado (0,5 lm) para cada um dos depsitos das cmaras laterais. Onde ela sai acima do telhado, ela recua 2 cvados (l,02m) interiormente nas paredes laterais do prtico, promovendo assim o aparecimento do Lugar Santo ligado aos fundos da parede do prtico. Pode ser que as paredes laterais do prtico tenham mais de 6 cvados (3m) de espessura, projetando-se a mais que 2 cvados (l,02m). Desse modo, parece que h uma torre no Templo de Ezequiel, copiada da torre alta de Josias. Esta uma outra das caractersticas do Templo que leva algum a considerar que ele no muito diferente daquele que Nabucodonosor destruiu.

4. A casa. A porta para o Lugar Santo (Q) desde o prtico de 10 cvados de largura (5,10m) (41.2), deixando 5 cvados (2,60m) da parede lateral em cada lado, visto que o Lugar Santo tem 20 cvados de largura (10m). Os 6 cvados (3m) do v. 1 se referem espessura da parede como largura da ombreira em termos de pilares, seu nome comum. O Lugar Santo tem 20 cvados (10m) de largura e 40 (20m) de comprimento, como no Templo de Salomo.

O anjo foi ao Santo dos Santos sozinho (v. 3). A porta mede 6 cvados (3m), os pilares 2 cvados (lm) e a largura da porta 7 cvados (3,57m).

Embora ocorra uma aparente contradio, fica claro que a abertura no Santo dos Santos de 7 cvados de largura (ltima parte, v. 3). Visto que a outra dimenso se refere tambm porta, provavelmente a altura. Possivelmente a porta tem duas folhas, cada uma com 3,5 cvados de largura (l,78m), fixadas pelos pinos dos pilares nas ombreiras. Os 2 cvados (lm) das ombreiras referem-se largura no plano da parede dos pilares das ombreiras em cada um dos lados da abertura.

Portanto, o Santo dos Santos medido com 20 cvados (10m) em cada lado, presumivelmente a mesma em altura e a mesma em todas as direes para o Templo de Salomo, seguindo a mesma conveno bsica.

A parede ao redor do Lugar Santo e do Santo dos Santos foi medida como uma cana (v. 5). Os pavimentos mais altos que formam as cmaras laterais (T) mais largas (v. 7) resultam do recuo das paredes da casa no lado da cmara, onde as vigas do pavimento se encontram, contudo no entram (v. 6) nas paredes, i.e., repousam sobre esses recuos. Existem trinta salas (v. 6) em cada um dos trs pavimentos, totalizando noventa cmaras. As cmaras tm 4 cvados (2m) de largura entre as paredes exteriores e interiores do pavimento mais baixo, este tendo menos que a largura das cmaras do Templo de Salomo. provvel que com o aumento da altura das paredes do Lugar Santo e do Santo dos Santos tenha sido necessrio aumentar a espessura da parede em 1 cvado (0,51 m), para torn-la estvel, e esta a razo pela qual as cmaras tm 4 cvados (2,04m) de largura. As espessuras das paredes no so apresentadas para o Templo de Salomo, sendo inferidas a partir do Templo de Ezequiel por causa da uniformidade de tamanho do Lugar Santo e do Santo dos Santos. A parede exteriortem 5 cvados (2,55m) de espessura (v. 9). Chega-se s cmaras atravs de escadas voltadas para a plataforma ao redor (v. 11).

5. A construo do oeste. A rea separada (v. 12) na extremidade oeste da casa faz frente a outra construo (v. 12) que mede 80 cvados (40,8m) de largura e 100 cvados (51m) de comprimento. Afirma-se claramente que sua largura esteja explicitamente no lado oriental (ou ocidental) (literalmente, o lado do caminho do mar) com 70 cvados (35,7m) interiormente mais 5 cvados (2,55m) para as paredes, perfazendo um total de 80 cvados, deixando 10 cvados entre suas paredes norte e sul e as paredes norte e sul do trio interior. Seu comprimento de leste a oeste de 90 cvados (45,9m) interiormente, mais 5 cvados (2,55m) para as paredes, totalizando 100 cvados. Estas so as medidas totais da casa (v. 13), cuja dimenso total norte a sul a mesma do edifcio situado ao oeste entre as paredes do trio interior (v. 14).

6. Recapitulao. O versculo 15 enumera caractersticas adicionais desta casa situada ao oeste. Ela tem algo como galerias nas laterais norte e sul em trs pavimentos (cp. 42.3,4). A medida de 100 cvados (51m) (v. 8) refere-se ao comprimento dessas galerias (veja abaixo para construo e significado do termo galerias). As especificaes dessa construo (o comprimento das galerias parenttico, designando o lado particular da construo sobre a qual elas esto localizadas), o Templo e os prticos do trio so mencionados sem medidas, o que indica que este um simples resumo, no um conjunto novo de medidas separadas.

A recapitulao continua em Ezequiel 41.16a, com uma enumerao das soleiras, e janelas guarnecidos com trelias (cobertas) encontradas aqui e entre as trs construes (ao redor dos trs lugares). Antes do trmino da recapitulao, uma caracterstica sugerida pela palavra soleira (16b) introduzida: em frente (BJ) sugere o lintel do Templo de Herodes como formado com cinco vigas de carvalho que se alternavam com um curso de pedra. Wright (Biblical Archeology [1956], 140) sustenta a possibilidade definida de que este foi o mtodo no Templo de Herodes; ele foi usado em perodos mais antigos, como ele observa e o procedimento mais provvel empregado no Templo de Ezequiel.

Nas ombreiras tambm esto formaes de pilar colocadas embaixo dos lintis. As medidas, como um resumo, continuam no versculo 17 para as reas interior e exterior, sendo determinada cuidadosamente a medida de cada rea.

A decorao das paredes da casa descrita como representaes alternadas de palmeiras e querubins de dois rostos (w. 18-20; cp. lRs 6.29; 7.36), contudo, somente duas faces eram mostradas porque uma superfcie plana em baixo-relevo contnuo toma impossvel mostrar mais que duas faces. Eles provavelmente deviam ser considerados como tendo quatro faces como na viso (cap. 1). Os pilares da porta para o Lugar Santo eram quadrados na seo (v. 21); a face (i.e., dos pilares da porta do Santo dos Santos) era semelhante aos pilares da porta do Lugar Santo.

7. Caractersticas adicionais. O altar de incenso descrito (Ez 41.22) como feito de madeira e sem a cobertura de ouro do altar do Templo de Salomo; tem 3 cvados (l,51m) de altura e provavelmente quadrado (como no Tabernculo e presumivelmente no Templo de Salomo), visto que dada apenas uma dimenso. Tm chifres (peas de canto), pois peas de canto desasso- ciadas de chifres no tm significado. O termo comprimento deveria ser traduzido por base (NVI), pois este o equivalente mais prximo na soletrao e na forma das letras que podem ter sido mal escritas por comprimento.

As portas em si so formadas em pares de folhas dobrveis, para que quando abertas contra as ombreiras ocupem reas menores do pavimento (w. 23,24). Os mesmos querubins e palmeiras tambm so esculpidos nas portas e nas paredes (v. 25).

Uma nota adicional (v. 25b) acrescida descrevendo a fachada do prtico; tem baldaquinos grossos, uma nota retrospectiva sobre a construo do lintel acima da porta. A luz entra no prtico pelas mesmas janelas guarnecidas com trelias observadas em outras partes, nas paredes norte e sul. Elas tambm esto localizadas na lateral das paredes da cmara (v. 26). As vigas grossas (v. 25) podem ser as vigas largas que sustentam os pavimentos do baldaquino das cmaras laterais.

As paredes do prtico, as cmaras laterais e suas vigas do pavimento so decoradas apenas com palmeiras esculpidas, indicando a santidade menor dessas reas.

8. Construes de suporte. A ateno de Ezequiel foi depois direcionada a outro grupo de edifcios no trio exterior (Y, 42.1). Ele foi levado para fora do trio interior atravs da porta norte at um edifcio que retrocedia at a parede que forma a cerca do lugar separado. A referncia

(42.1) a um edifcio ao norte requer duas estruturas separadas um tanto organizadas, como demonstrado na planta, o nmero de cmaras aproximadamente o mesmo, com uma passagem entre elas de 10 cvados (5,10m)de largura. O edifcio ao sul tem 100 cvados (51m) de comprimento de leste a oeste e 20 (10m) cvados de largura de norte a sul (v. 2); o edifcio norte tem 50 cvados (25,5m) de comprimento e 20 (10m) de largura de norte a sul tambm. Na extremidade oeste desses edifcios fica uma rea aberta (b; 46.20) para cozer as ofertas. As portas do edifcio sul esto do lado norte (42.2), i.e., elas abrem a passagem comum, tambm se abrem para o lugar separado, pois os sacerdotes devem deixar suas vestes nas celas para evitar sua profanao mediante o contato com o povo (42.14); para evitar isso eles no podem sair para o trio exterior, mas so capazes de entrar nas celas diretamente do trio interior.

A construo da cela de trs andares, como observado no termo 0tP, que significa terceiro, no trs (cp. Gn 6.16), pois somente o terceiro pavimento tem galerias (PTix). Trs pavimentos so mencionados. A traduo dos versculos 1-3 deveria, portanto, ser entendida da seguinte forma:

Ento ele conduziu-me para o lado norte, para o ptio externo, e levou-me ao edifcio dos quartos que se localizava do lado oposto ao lugar separado e tambm oposto ao edifcio que olha para o norte, com comprimento de 100 cvados na frente, com uma porta que dava para o norte, e a largura de 50 cvados (42.8), em frente dos 20 cvados do ptio interior e defronte ao pavimento que estava no ptio exterior; tendo galeria contra galeria nos trs pavimentos (traduo livre).

A ltima frase pode ser entendida como referindo-se s galerias que defrontam uma outra atravs da passagem entre os edifcios. Essa passagem fornece acesso s cmaras (v. 4) e tem 10 cvados (5,10m) de largura. O comprimento da passagem no declarado, mas expressa uma distncia de 1 cvado (0,5lm), a qual no mantm nenhuma relao lgica com o edifcio ou a passagem. Se esta considerada uma plataforma de 1 cvado de largura correndo ao longo da frente do edifcio, no h nenhuma ligao gramatical que expresse o relacionamento. Portanto, melhor entender que ela se refere a uma parede de 1 cvado de largura que serve como um biombo, estendendo-se rumo leste desde o edifcio exterior (veja planta e tambm abaixo, v. 7).

Nos versculos 5 e 6 descrita a construo das cmaras e das galerias de trs andares. Considerando que no so utilizados pilares para sustentar a parede exterior da galeria (6a), usado o mtodo de uma parede de apoio na parede da galeria exterior e no primeiro e segundo andares na linha da parede usual para a galeria e as cmaras no terceiro andar. A idia das colunas (a qual no ocorre; o contraste indicado) sugerida por colunas no trio exterior, possivelmente entre ou ao lado das cmaras contra sua parede exterior (6a).

H uma parede de 50 cvados (22,5m) de comprimento em frente s cmaras (v. 7), erigida de forma paralela cmara e estendendo-se na direo das portas (veja planta). Se esta uma interpretao correta, deve haver uma outra interpretao da dimenso de 1 cvado do v. 4, mas no possvel determinar o significado com a terminologia arquitetnica limitada disponvel. A frase, defronte do templo... 100 cvados (v. 8), descreve novamente o comprimento da cmara, indicando qual edifcio a parede estava relacionada.

Esta cmara repete-se no lado sul do trio interior. A palavra oriente resulta de um erro de copista, onde D7p foi transmitido erroneamente por onp sul. Esta mudana do texto apoiada pelo versculo 12 e a mudana faz sentido em todo o contexto. Desse modo existem apenas dois conjuntos de construes de cmaras, no trs, como sugerido por alguns comentaristas. Os versculos 10 e 11 deveriam ser lidos da seguinte forma:

Na largura do muro do ptio ao sul, diante do local separado e do edifcio, havia celas com uma passagem na frente delas, como as celas que estavam em direo ao norte... (traduo livre).

Os versculos 13 e 14 apresentam a funo desses edifcios. Visto que so referidos como sendo cmaras norte e sul em frente ao lugar separado, podem existir somente esses dois edifcios, um norte e um sul. Aqui, em tranqilo isolamento e contemplao, os sacerdotes podem comer suas pores sacramentais das ofertas. As ofertas so armazenadas neste lugar at que sejam cozidas ou assadas (a carne dos sacrifcios era fervida; a comida era assada). As cmaras do privacidade para que ali no haja alguma coisa acidental no comer ou no despir-se, pois o comer fazia parte do carter santo do culto. O propsito do sacrifcio era a comunho com Yahweh e ele tinha de ser realizado por aqueles que eram ritualmente puros.