Temáticas Da Poética Pessoana
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7/25/2019 Temticas Da Potica Pessoana
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EXTERNATO CARVALHO ARAJO
PORTUGUS 12 ANO
Fernando Pessoa ortnimo
Temticas da potica pessoana
1. O fingimento artsticoFernando Pessoa concebe a criao potica como um ato de fingimento que
desenvolve um processo de racionalizao. Assim, o poeta, o criador, ternecessariamente de converter emoes, sentimentos em ideias, servindo-se depalavras para os traduzir. No fundo, o trabalho potico exclusivamente intelectual.
Considerando o poema teorizador desta nova conceo artstica,Autopsicografia, podemos concluir que:
O poeta um fingidor porque imagina, transfigura o que sente,transforma a dor sentida em dor fingida atravs da linguagempotica;
a dor sentida pertence exclusivamente ao poeta, pois incomunicvel; no entanto, ela o ponto de partida para a criaoartstica;a dor fingida a que o poeta exprime por palavras e a que vaichegar aos leitores;
os que lem o que [o poeta] escrevepossuem outra dor, diferentedas duas do poeta (a sentida e a fingida), tambm intelectualizada,ainda que suportada pelas emoes e sentimentos inerentes a cadaleitor;
o corao no mais do que um comboio de corda que temcomo funo entreter a razo; neste contexto, sinnimo de
sentimento, o ponto de partida do trabalho intelectual (a razo).
Enfim, fingir no mentir, sentir Com a imaginao (Isto), trabalharintelectualmente, imaginar, simular emoes ou sentimentos. Mas este trabalho efetuado distante da realidade, isto , da emoo, o que tem de implicar a suarecordao. Na tica de Fernando Pessoa, o fingimento uma forma de sinceridadeintelectual.
Poemas ilustrativos da temtica:Autopsicografia(estudo/descrio psicolgica da prpria escrita do
poeta);
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Isto (pronome demonstrativo a apontar para a simplicidade daresposta do poeta queles que o teriam acusado de mentir).
2. A nostalgia da infncia
Como forma de fugir dor de pensar, Fernando Pessoa recorre ao sonho e,atravs da memria, revisita a infncia (perdida), como tempo e espao mticos. Nose trata da infncia (biogrfica) do prprio poeta, mas sim do smbolo de uma pocaem que o ser humano vive de forma despreocupada e, consequentemente, feliz. Destemodo, o poeta idealiza um tempo passado, ainda que inatingvel, refgio de umavivncia marcada pela dor de conscincia da caducidade. Assim, a infncia simbolizaa simplicidade, a naturalidade, a espontaneidade, tpicas da inconscincia e dainocncia prprias desta fase.
Poemas ilustrativos da temtica:
sino da minha aldeia;
No sei, ama, onde era.
3. A dor de pensar
O exerccio de autoanlise acompanhou sempre Fernando Pessoa, cercando-ode diversas questes, de foro existencial, para as quais no obteve respostas.Assim, o mistrio de ser, a conscincia da brevidade da vida, consequncia dairreversibilidade do tempo, a certeza da impossibilidade de reviver a infncia e averdade da morte originam-lhe uma angstia existencial, traduzida em sentimentode tdio, nusea e cansao.
A sua constante vocao para um exerccio exaustivo de anlise,acompanhada da sua tendncia para o isolamento, naturalmente propcio introspeo, propicia-lhe a dor de pensar. Preso ao pensamento, Pessoaintelectualiza tudo o que sente, da afirmar O que em mim sente st pensando
(Ela canta, pobre ceifeira). Contudo, deseja ser a ceifeira que canta Julgando-sefeliz(idem), mas nunca deixando de ser pensante, e almeja a liberdade do gatoporque sente[s] s o que sente[s](Gato que brincas na rua).
Poemas ilustrativos da temtica:
Ela canta, pobre ceifeira;
Gato que brincas na rua.