Tema 2; Escola e Cultura

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2/20/13 1 Educação e Diversidade Escola e Cultura Profa. Ma. Ana Maria Bittar Crivari Escola e Cultura

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tema 2. escola e cultura

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    Educao e Diversidade

    Escola e Cultura

    Profa. Ma. Ana Maria Bittar Crivari

    Escola e Cultura

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    A escola tem como papel social organizar e difundir os conhecimentos historicamente organizados e comunicados por uma coletividade.

    Assim os processos educativos geralmente tornam-se dinmicos de socializao da cultura. Cultura essa gerada pelo conhecimento armazenado ao longo dos tempos.

    A escola nos padres encontrados hoje, de acordo com as necessidades da sociedade vigente, tem como funo primordial a construo de conhecimentos gerais que possibilitem aos educandos apoderar-se dos bens culturais historicamente produzidos pela sociedade (SILVEIRA, NADER & DIAS, 2007).

    Pensando em uma escola que tem como objetivo fomentar ideias crticas e atuantes e assim promover o espao de socializao da cultura, pode-se pensar neste espao como um local apropriado para dar incio a formao inicial do homem. Com um conjunto de atividades, distribudas de forma metdica, continuada e sistemtica, permite ao homem posicionar-se frente ao mundo.

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    Visando mobilizar atitudes e comportamentos adequados a uma boa convivncia social, a escola pode integrar ao seu currculo temas relativos diversidade sociocultural (gnero, raa/etnia, religio, orientao sexual, pessoas com deficincias e desigualdades sociais) e, assim, fazer parceria com a famlia, formando cidados confiantes, conhecedores de sua vocao e prontos para o mundo.

    A escola deve ainda valorizar as vrias manifestaes artsticas culturais, religiosa e desportivas dos variados grupos culturais a que pertence, contribuindo para a conscientizao da cultura dos direitos humanos.

    Desenvolver por meio das prticas educacionais, atitudes, condutas e aes que beneficiem e fortaleam comportamentos cooperativos, atitudes humanizadas, dilogo participativo e respeito mtuo.

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    Na escola transformadora necessrio repensar a formao docente, pois urge a necessidade de uma escola revisitada por temas atuais em que: a multidisciplinaridade e multiculturalidade sejam enfatizadas; o ser humano seja o centro e o conhecimento de uma busca particular e desejada, sem imposies e distante da educao metaforicamente chamada por Paulo Freire de educao bancria.

    Freire ainda prope a educao libertadora, me que o educador e o educando fazem parte da aprendizagem, abrindo espao para o dilogo e para transformao.

    O que Educao

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    O que Educao

    Cada tipo de grupo humano cria e desenvolve situaes, recursos e mtodos empregados para ensinar s crianas, aos adolescentes e, tambm, aos jovens e mesmo aos adultos, o saber, a crena e os gestos que o tornaro um dia o modelo de homem ou mulher que o imaginrio de cada sociedade ou mesmo de cada grupo mais especfico, dentro dela idealiza, projeta e procura realizar (BRANDO, 1993, p. 22).

    Educao tudo aquilo que envolve a ao humana, como suas crenas, seus valores, suas leis, sua religio, artes.

    Segundo Brando, (1993, p.26)

    Cultura: tudo o que existe transformado da natureza pelo trabalho do homem. Assim, acumula-se um saber que ser transmitido.

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    Endoculturao: processo pelo qual um grupo social aos poucos socializa, em sua cultura, os seus membros, como tipos de sujeitos sociais. Tudo que se adquire em uma cultura como conhecimento que se absorve por meio da experincia como o mundo ou com o outro (Compor tamentos soc ia lmente ace i tos , consensuais).

    Educao: ela existe quando a me corrige o filho para que ele fale direito a lngua do grupo, ou quando fala filha sobre as normas sociais do modo de ser mulher ali (BRANDO, 1993, p. 26).

    A educao aparece sempre que surgem formas sociais de conduo e controle da aventura de ensinar e aprender. O ensino formal o momento em que a educao se sujeita pedagogia (a teoria da educao), cria situaes prprias para o seu exerccio, produz os seus mtodos, estabelece suas regras e tempos, e constitui executores especializados. quando aparecem a escola, o aluno e o professor.

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    No incio, o espao educacional no escolar. Ele o lugar da vida e do trabalho: a casa, o templo, a oficina, o barco, o mato, o quintal (p. 32).

    Onde viver o fazer faz o saber.

    O fim da educao desenvolver em cada indivduo toda a perfeio de que ele seja capaz.

    O que cultura

    O que Cultura

    Cultura o conjunto de atividades e modos de agir, costumes e instrues de um povo. (verbo latino colere, que significa cultivar, criar, tomar conta e cuidar; cultura significa o cuidado do homem com a Natureza e com o prprio homem).

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    o meio pelo qual o homem se adapta s condies de existncia transformando a realidade.

    Cultura um processo em permanente evoluo, diverso e rico.

    o desenvolvimento de um grupo social, uma nao, uma comunidade: fruto do esforo coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais e materiais.

    o conjunto de fenmenos materiais e ideolgicos que caracterizam um grupo tnico ou uma nao (lngua, costumes, rituais, culinria, vesturio, religio), estando em permanente processo de mudana.

    Normalmente, ouve-se as expresses ter cultura e no ter cultura como sinnimos de culto e inculto, o que ocasiona muitas aberraes e preconceitos.

    A religio, a comida e seu preparo, as vestimentas, os mveis, a habitao, os hbitos mesa, as cerimnias, o modo de relacionar-se com mais velhos e jovens, com os animais e com a terra, os utenslios, as tcnicas, as instituies sociais (como a famlia) [...]

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    [...] e polticas (como o Estado), os costumes diante da morte, a guerra, o trabalho, as cincias, a Filosofia, as artes, os jogos, as festas, os tribunais, as relaes amorosas, as diferenas sexuais e tnicas, todos estes aspectos caracterizam a Cultura como resultado de relacionamentos ao longo da existncia humana.

    O mundo passa por grandes transformaes e a cultura to particular de cada povo ou nao ouvida por toda parte.

    Mas mesmo assim a escola ainda educa, ensina pensando de forma monocultural, lembrando que o aprendizado deve partir do que o educando j tem como experincia, como cultura e que s assim ter um aprendizado eficaz.

    A escola surgiu para acolher s necessidades da classe dominante, educar os filhos dos nobres, daqueles que detinham o poder, assim adotou uma cultura nica e continua at a atualidade.

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    As questes culturais no podem ser ignoradas pelos educadores e educadoras, sob o risco de que a escola cada vez se distancie mais dos universos simblicos, das mentalidades e das inquietaes das crianas e dos jovens de hoje. (MOREIRA, 2011, p. 16).

    As questes da cultura escolar, e a ausncia do entendimento a respeito do multiculturismo, perpassa as dificuldades sobre o fracasso e a evaso escolar, sem pensar na incluso que notadamente ainda no acontece.

    O que Cultura Escolar

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    O que Cultura Escolar

    A cultura termo novo, usado na discusso dos problemas em curso na instituio escolar e em temticas escolares.

    A cultura escolar so os entrelaamentos de questes como reforma escolar, inquietaes pedagg i cas , au tonomia , amp l i ao e entendimento dos objetivos escolares.

    Busca enfatizar as deficincias da realidade atual e as necessidades de mudana, e ainda como seria a escola dos sonhos e o equilbrio entre expectativas e a realidade para um processo de educao eficiente.

    Para Harkabus (1997, p. 2), a cultura escolar chamada cultura organizacional e definida como a soma de suposies (expectativas), abordagens, princpios reconhecidos, normas dec laradas e re laes mtuas, que se manifestam, ao longo de um perodo de tempo, quer no comportamento individual, quer no coletivo das pessoas de uma organizao.

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    Thus Jakubkov (1999b, p. 71), afirma que a cultura de uma escola um fenmeno interno que criado em primeiro lugar e s depois utilizado no mbito da Gesto pelos atuais empregadores escolares.

    Na analise da cultura escolar atual, Arroyo (1992) fala em seu texto Fracasso-sucesso: o peso da cultura escolar e do ordenamento da Educao Bsica que o momento de reavaliar s velhas realidades como:

    Desigualdades e os mltiplos processos de excluso e marginalizao.

    Desiguais oportunidades socioculturais da infncia pobre e os perenes mecanismos de excluso do sistema escolar.

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    O fracasso escolar nunca esteve to presente.

    As motivaes para tanta sensibilidade so diversas como:

    - Medo dos conflitos sociais. - Medo da violncia dos meninos de rua. - Velhos ideais de uma escola igualitria. - Reduo de custos na administrao de reprovados e repetentes.

    Arroyo (1992) salienta que tanto na escola privada quanto na pblica a lgica a mesma h uma indstria, uma cultura da excluso.

    Cultura que no deste ou daquele colgio, deste ou daquele professor, nem apenas do sistema escolar, mas das instituies sociais brasileiras geradas e mantidas, ao longo deste sculo republicano, para reforar uma sociedade desigual e excludente.

    Faz parte da lgica e da poltica da excluso que perpassa todas as instituies sociais e polticas, o Estado, os clubes, os hospitais, os partidos, as igrejas, as escolas. Demonstrando que a cultura excludente tem antigas e profundas razes.

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    A conscincia do direito educao bsica universal avanou, diz Arroyo (1992), porm no se conseguiu que a escola se estruturasse para garantir esse direito a todos os indivduos.

    A escola continua como instituio seletiva e excludente. A escola, enquanto instituio (boa vontades dos mestres), mantm a mesma ossatura rgida e excludente, a mais de um sculo.

    Mantm a estrutura piramidal, preocupada apenas com o domnio seriado e disciplinar de um conjunto de habilidades e saberes.

    A ultrapassagem de domnios preestabelecidos em cada disciplina e em cada srie precondio para a manuteno ou a perda irrecupervel do direito a uma experincia sociocultural formadora.

    Permanece a ideia da ultrapassagem de domnios preestabelecidos em cada disciplina e em cada srie.

    Continua a existir a precondio para a manuteno ou a perda irrecupervel do direito a uma experincia sociocultural formadora.

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    Sugere Arroyo (1992) que se analise tanto o fracasso quanto do sucesso escolar, para alm dos tradicionais diagnsticos reducionistas, podendo identificar no s as supostas causas deste fracasso.

    Os tradicionais diagnsticos reducionistas identificam como supostas causas deste fracasso a:

    - Capacidades dos alunos e dos mestres.

    - Grau de eficincia dos mtodos, isolando.

    - A estrutura e o funcionamento do prprio sistema educacional.

    A reprovao e a repetncia a que so condenadas nossas crianas, sem o menor escrpulo, passam a ser tratadas com seriedade, como um caso excepcional julgado coletivamente e nunca deixado merc do elitismo e da rigidez de cada escola, cada especialista ou cada mestre (ARROYO, 1992).

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    Padronizao da Cultura

    Padronizao da cultura

    Quando se menciona cultura brasileira como se falasse de uma nica cultura, individual, particular.

    Deixa-se de lado uma variedade de expresses culturais com as quais se convive, aceitando a imposio cultural, a homogeneizao e a unificao de uma nica cultura.

    A nao brasileira tem uma diversidade cultural.

    Uma nica ident idade tnica nacional , demonstra esquecimento, indiferena ou excluso do outro e da realidade que se vivencia.

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    Por meio da educao foi sendo implantado ao longo do tempo, uma padronizao cultural que vem sendo repetida de gerao em gerao.

    Um formato conservador e fechado foi usado para que isso acontecesse. As d i fe renas reg iona i s na l inguagem principalmente no foram valorizadas e se tornaram formas inferiores e inutilizadas de expresso.

    A dificuldade de aceitar o diferente e as diferenas, pensando nelas com distanciamento a realidade, da origem ao olhar reducionista.

    A falta de um olhar de pertena em relao as culturais regionais e ao folclore, dando origem ao conceito, que folclore algo engraado, divertido e reduzido ao mbito infantil, identifica uma perda acentuada do patrimnio cultural.

    A ideia europeia de cultura e a centralizao de uma s cultura resulta em uma realidade excludente em relao a etnia de vrios grupos e a socializao deles.

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    C a b e a e d u c a o e s t a b e l e c e r m a i o r entendimento em relao a pluralidade que existe na realidade cultural, em que a unidade seja estabelecida no plural.

    A unidade cultural da nao, s acontecer se a educao privilegiar o olhar em relao a pluralidade e a interculturalidade do povo brasileiro.

    A troca e a miscigenao cultural formam a unidade da nao, que promover respeito e compreenso em relao a diversidade tnico cultural do pais.

    O projeto educacional das instituies deve ter como compromisso bsico educar para a multiculturalidade e para o dilogo intercultural, especialmente no contexto brasileiro, to rico em diversidade .

    O encontro com a vida se d quando o homem encontra-se consigo mesmo. Mas esse encontro s possvel por meio do dilogo, isto , por meio do outro que o homem se descobre ou se afirma plenamente como pessoa (OLIVEIRA, 1983).