TECNOLOGIAS ON LINE: POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Artigo apresentado no XV ENDIPE em formato de pôster.Autores:Karla Angélica Silva do Nascimento; Dennys Leite Maia; Joserlene Lima PinheiroPara citá-lo: NASCIMENTO, Karla Angélica Silva do; MAIA, Dennys Leite; PINHEIRO, Joserlene Lima. Tecnologias on line: possíveis contribuições pedagógicas na Educação a Distância. In: Anais do XV Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE). Belo Horizonte: UFMG, 2010.

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ANAIS DO XV ENDIPE – ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente: políticas e práticas educacionais, Belo Horizonte, 2010

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TECNOLOGIAS ON LINE: POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES PEDAGÓ GICAS NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Karla Angélica Silva do Nascimento

Faculdade Integrada da Grande Fortaleza

Dennys Leite Maia Universidade Federal Fluminense

Joserlene Lima Pinheiro

Universidade Estadual do Ceará

Resumo O presente artigo procura apresentar uma abordagem pedagógica das tecnologias on line presentes atualmente na Web 2.0 como contribuição para o ensino e a aprendizagem na Educação a Distância. Com as inovações tecnológicas a EaD atualmente integra o uso de vários recursos midiáticos dentro ou fora de um determinado ambiente virtual para criar situações de aprendizagem que possam favorecer o aluno a transformar as informações em conhecimento. Nessa perspectiva Piaget afirma que o conhecimento tão pouco se encontra totalmente determinado pela mente do indivíduo. É, na verdade, o produto de uma interação entre esses dois elementos, o sujeito e o objeto, pois na medida em que o sujeito age e sofre a ação do objeto, sua capacidade de conhecer se desenvolve para produzir o próprio conhecimento. A utilização dos recursos tecnológicos é de suma importância para que o tempo e o espaço passem a ser aliados dos docentes e discentes e para que se torne possível estabelecer critérios dentro de um espaço virtual que promova interatividade e consequentemente condições do aluno apropriar-se de novos saberes. A necessidade de trabalhar novas ferramentas de interação no espaço virtual é um desafio didático-pedagógico, quando bem analisadas e planejadas, promovem a autonomia e a flexibilização do espaço-tempo do aluno. Contudo, para que elas se tornem elementos fundamentais na mediatização dos processos de ensino e de aprendizagem, é necessário um norte pedagógico para o desenvolvimento de atividades educativas dessa natureza. Neste sentido, o artigo procura apresentar possíveis contribuições pedagógicas de algumas tecnologias on line vigentes na Web 2.0, estabelecendo metodologias específicas digitais de comunicação, de transmissão de dados que fomentem a interação e a construção do conhecimento.

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Introdução

A Educação a Distância (EaD) proporciona um contato entre alunos e professores bastante diferenciado da modalidade presencial, colocando em evidência outros aspectos que garantirão a comunicabilidade entre os atores que fazem parte do processo de ensino e aprendizado nessa modalidade. Na nova geração da EaD, baseada principalmente com suporte na internet, as ferramentas de interação, presentes num Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), por exemplo, funcionam como elementos bastante significantes para o processo educativo por proporcionar o ciclo descrição-execução-reflexão-depuração-descrição (VALENTE, 1999) importante para aquisição de novos conhecimentos.

A utilização dos recursos tecnológicos é de suma importância para que o tempo e o espaço passem a ser aliados dos docentes e discentes e para que se torne possível estabelecer critérios dentro de um espaço virtual que promova interatividade e consequentemente condições do aluno apropriar-se de novos saberes tendo como ponto de apoio os quatro pilares da Educação: Aprender a Aprender, Aprender a Fazer, Aprender a Conviver e Aprender a Ser.

Valente (2003) sugere uma abordagem pedagógica para EaD, que ele chamou de “Estar junto virtual”. Essa abordagem caracteriza-se por “envolver múltiplas interações no sentido de assessorar constantemente o aprendiz para poder entender o que ele faz” (VALENTE, 2003, p. 31). Ou seja, o tutor/professor, junto com as ferramentas disponíveis, tem papel fundamental no processo de aprendizagem do aluno de EaD, uma vez que cabe a ele colaborar para que os discentes possam aprender distância e embora estejam sozinhos (em virtude da distância física), não estarão desacompanhados. Essa mesma indicação é percebida nos Referencias de Qualidade para EaD quando recomenda que

devem ser articulados mecanismos que promovam o permanente acompanhamento dos estudantes, no intuito de identificar eventuais dificuldades na aprendizagem e saná-las ainda durante o processo de ensino-aprendizagem (BRASIL, p. 16).

Behrens (2006, p. 71), coloca que o profissional do futuro precisa ter

competência para ser autônomo na produção de conhecimentos e ser acessível para coletivizá-los em grupos. Percebe-se dessa maneira uma convergência dos pilares da educação na formação de indivíduos que saibam criar projetos, “vender” suas ideias de modo ativo e envolvente.

Por essas colocações acima citadas observa-se que tudo caminha para um só propósito: promover o encontro mesmo que a distância. Esse enfoque justifica-se pelo fato de que somente havendo o encontro entre alunos, professores, conteúdos e materiais, mediados pela tecnologia existente se

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torna possível estabelecer critérios para a aprendizagem a distância e consequentemente subsídios que reforcem a importância de uma atitude mais crítico e reflexiva por parte de alunos e professores durante o processo de construção de novos saberes.

Observa-se que alguns professores utilizam os recursos tecnológicos simplesmente como meios auxiliares de ensino ao invés dos mesmos serem vistos como parte integrante do processo educacional.

Com base nessas colocações, faz-se necessária uma reflexão quanto ao conceito de ambiente e a sua relação com a educação. Segundo Almeida e Fonseca Junior (2000, p.59):

Pensar na criação de ambientes é pensar em criar um mundo inteiro de possibilidades. Desenvolver ambientes sempre novos é próprio da natureza humana. Está em nosso modo de ser. Os ambientes são concepções de espaço e convivência. Facilitam ou dificultam certos tipos de relações das pessoas com os lugares e, principalmente, das pessoas entre si e consigo mesmas.

Percebe-se então a força que um ambiente exerce entre as pessoas que participam do mesmo para os mais diversos tipos de situações. A própria educação de cada povo, possibilita que sejam criados ambientes para que seus valores e suas competências passem de geração em geração.

A partir desse momento a discussão segue para, não só uma mudança do próprio ambiente escolar físico, mas para uma mudança que ocorra com a utilização das tecnologias de informação e comunicação no sentido de que as mesmas possam, segundo Almeida e Fonseca Junior (2000, p.62) “contribuir decisivamente para o trabalho daqueles educadores que vislumbram, no futuro, a escola com novas responsabilidades diante de uma nova sociedade do conhecimento”.

Nesse sentido, este estudo tem como objetivo expor possíveis contribuições pedagógicas de algumas tecnologias on line vigentes na Web 2.0, estabelecendo metodologias específicas digitais de comunicação, de transmissão de dados que fomentem a interação e a construção do conhecimento. Recursos tecnológicos na EAD Para toda ação pedagógica, antes de qualquer coisa, é necessário que os atores responsáveis pelo processo de ensino-aprendizagem deixem claro a concepção que entendem, e portanto tomarão como norteadora para todo o processo educativo, acerca do que é ensinar e aprender. É necessário que se esteja claramente estabelecido qual abordagem pedagógica pretendem utilizar, seja ela: comportamentalista, construtivista ou sócio-interacionista (OLIVEIRA et al, 2001). Essa afirmação está em sintonia ao que recomenda os Referencias de Qualidade Para Educação Superior a Distância, elaborado pelo

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Ministério da Educação (MEC), no tocante a definição, no projeto político pedagógico de um curso, da opção epistemológica de educação. Isso porque, essa escolha estará refletida nos materiais pedagógicos desenvolvidos e utilizados (apostilas, vídeos, objetos de aprendizagem, dentre outros), bem como, terá relação direta com a proposta de organização curricular e consequentemente de avaliação. Em processos de ensino e aprendizagem que envolvem computadores, como o caso da nova geração da EaD, as opções construtivista e sócio-interacionista apresentam-se como mais promissoras. Essas concepções de aquisição de conhecimento ofereceram subsídios para a abordagem construcionista (PAPERT, 1994) para softwares educativos, como um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) é classificado (VALENTE, 1999). Essa abordagem pedagógica caracteriza-se pela autonomia do aluno e o controle de seu aprendizado, sendo auxiliado pelo computador e seus pares, sejam professores e colegas. Na EaD, o aprendizado passa a ser uma construção social entre colegas de cursos, professores/tutores, mediados pela ferramenta, no caso o computador conectado a internet e o AVA. Consequentemente, o currículo desse curso deverá ser moldado para que esses momentos de construção do conhecimento, não apenas ocorram, mas sejam otimizados.

Durante muito tempo, a transmissão dos conteúdos aos alunos na modalidade a distância foi feita de forma impressa e por meio do correio tradicional, na forma de livros, fascículos, módulos etc. Esses mecanismos proporcionaram um grande salto nessa modalidade, pois a EaD assumiu a forma de um processo organizado de produção e ensino/aprendizagem, porém a educação era pautada apenas no professor que ensinava e o aluno que aprendia. Na época, a EaD já expandia o acesso à educação, especialmente aos moradores de regiões isoladas ou de pessoas que eram impossibilitadas de frequentar cursos em período convencional. Com as inovações tecnológicas a EaD foi fortemente impulsionada pela associação dos meios de comunicação, tais como o rádio e a televisão. A inclusão dessas mídias disseminou e democratizou o acesso à educação em vários níveis, atendendo a muitas pessoas.

Com o advento dos microcomputadores (1979 e 1980) as diferentes mídias, então utilizadas na EaD, passaram a ser integradas, surgindo assim o conceito de multimídia (integração de imagens, vídeos, som, etc). Atualmente, muitos cursos a distância são apresentados neste formato, permitindo ao aluno maior acesso aos materiais didáticos, ao contrário do que acontecia nas gerações anteriores de EaD. Nos anos iniciais, esses materiais foram veiculados, predominantemente, em disquetes e CD-ROM. A partir de 1990, com o surgimento da World Wide Web (WWW) e das tecnologias de comunicação da Internet, a EaD iniciou uma outra fase, proporcionando o acesso remoto aos cursos e a possibilidade de uma comunicação assíncrona e

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síncrona, implicando uma maior interação entre os participantes (KENSKI, 2003).

Atualmente, o formato de EaD que vem crescendo consideravelmente é aquele que se utiliza de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, conhecido também por Educação On-line. Este novo formato vêm ganhando espaço na EaD, pois além de agregar as mídias de divulgação de conteúdo já existentes, trouxe novas ferramentas de interação que proporcionaram maior velocidade na troca de informações, feedback entre os atores do processo e um alto grau de interatividade. Nesse sentido, Várias instituições têm usado essa tecnologia na EaD para ampliar os espaços de formação, proporcionado aos alunos o acesso à informação a qualquer dia, hora e local.

Os recursos tecnológicos são utilizados cada vez mais para organizar a mediação entre alunos e professores que se encontram, na maioria das vezes, em lugares e tempos diferentes.

De acordo com Moran (2007, p.125), a mudança na educação com a utilização da tecnologia é influenciada pela não necessidade da presença física, enfatizando assim a conectividade como agente potencializador do aprendizado. Essa possibilidade, por um lado, ainda se vê restringida pela desigualdade social com relação ao acesso das tecnologias de informação e comunicação, mas ao mesmo tempo, possibilita uma aprendizagem personalizada, flexível, ubíqua e integrada. De qualquer maneira, o que existe ainda em tempo de mudanças de paradigmas educacionais é um apego à presencialidade pelas instituições mais tradicionalistas.

Conforme Moran (2004) o ambiente virtual de aprendizagem amplia os espaços de formação que proporciona aos usuários acesso à informação a qualquer dia, hora e local. Mas, afinal, de que maneira se dá a interação dessa tecnologia com o ensino e a aprendizagem?

Para Santos (2003), um ambiente virtual de aprendizagem precisa ser uma obra aberta, em que a imersão, a navegação, a exploração e a comunicação possam fluir tranquilamente. Assim, esses ambientes devem ser espaços onde pessoas e ferramentas técnicas interagem num processo que auto se organiza em uma comunicação interativa onde o saber e o fazer transcendem. A interação social também influencia a afetividade e a aprendizagem como um todo. No momento em que os alunos adquirem confiança e consideração por seus colegas e professores, as relações interpessoais se formam.

Entretanto, a aversão ao uso das tecnologias na educação presencial tem diminuído, tendo em vista a exigência maior de flexibilidade e adaptabilidade entre os professores e alunos que mantém alguns hábitos de comunicação fora da sala de aula por meio de e-mails e sites de relacionamento. Moran (2007, p. 90), coloca como essa transição, passando do

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simples domínio tecnológico para o domínio pedagógico, é lenta e cautelosa por parte dos docentes:

Os educadores costumam começar utilizando-as para melhorar o desempenho dentro dos padrões existentes. Mais tarde, animam-se a realizar algumas mudanças pontuais e, só depois de alguns anos, é que educadores e instituições são capazes de propor inovações, mudanças mais profundas em relação ao que vinham fazendo até então. Não basta ter acesso à tecnologia para ter o domínio pedagógico. Há um tempo grande entre o conhecer, utilizar e modificar processos.

Como coloca Kenski (2007, p.85), independente do uso mais ou menos intensivo de equipamentos midiáticos nas salas de aula, professores e alunos têm contato todo dia com as mais diversas mídias.

Esse fato reforça como o uso das tecnologias de informação e comunicação está cada vez mais presente na relação estabelecida entre os atores do processo de ensino e aprendizagem de modo semipresencial.

Segundo Valente (2007), a EaD integra o uso dos vários recursos de um determinado ambiente virtual para criar situações de aprendizagem que possam favorecer o aluno a transformar as informações em conhecimento. Nessa perspectiva Piaget afirma que o conhecimento tão pouco se encontra totalmente determinado pela mente do indivíduo. É, na verdade, o produto de uma interação entre esses dois elementos, o sujeito e o objeto, pois na medida em que o sujeito age e sofre a ação do objeto, sua capacidade de conhecer se desenvolve para produzir o próprio conhecimento. Tecnologias on line: ferramentas de aprendizagem e interação.

Nos últimos anos, a EaD ganhou uma nova dimensão com novas possibilidades e desafios, instigando outras formas de aprender e de ensinar. As ferramentas da Web 2.0. mostram novas maneiras de aprendizagem e interação entre as pessoas.

Segundo estudo realizado por Trein e Schlemmer (2009, p.8), as ferramentas da Web 2.0 proporcionam um nível de interação gradual, pois “quanto maior o nível de interação, maiores são as possibilidades para os processos de ensino e de aprendizagem”.

O Ministério de Educação de Portugal lançou o “Manual de ferramentas da Web 2.0 para professores”, organizado pela professora Ana Amélia A. Carvalho da Universidade do Minho, além de contar com a participação de outros professores e investigadores, do ensino básico e superior, com experiência de utilização das várias ferramentas em contexto de aprendizagem e também na formação de professores. Com base nesse estudo segue algumas possibilidades de uso como contribuição ao ensino a distância:

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• Criação de Blogs: o blog é uma página da web que possui elementos informativos breves e cronologicamentes dispostos. Essa ferramenta pode assumir a forma de um diário, jornal, página de novidades, ou links para outros sites. Proporciona um espaço de comunicação que os professores podem utilizar com os alunos sempre que houver necessidade de desenvolver a escrita, compartilhar idéias e refletir sobre o conteúdo explorado na disciplina, curso e/ou aula. Os alunos por sua vez podem apresentar seus trabalhos individuais ou de grupo para que os demais colegas possam comentar.

• Trabalhando com Mapas Conceituais: através da aprendizagem significativa de Ausubel (1982), o aluno dá sentido ou estabelece relações entre os novos saberes ou novas informações aos conceitos e conhecimentos existentes, ou com alguma experiência anterior. Conforme Jonassen (2007, p.15), “os alunos aprendem pensando de forma significativa, sendo o pensamento ativado por atividades que podem ser proporcionadas por computadores ou por professores.”

• Elaboração de textos usando Wikis: uma wiki pode ser pensada como uma combinação de um site e um documento feito em um editor de texto. Ela pode ser lida como qualquer outro site, sem privilégios de alteração, como também pode compartilhar e elaborar textos de forma colaborativa, usando apenas um navegador web padrão. Além disso, acompanha o histórico de como o documento está sendo revisado. Essa ferramenta ganha força na educação, principalmente com trabalhos colaborativos feitos por alunos e professores. Os alunos podem usar um wiki para colaborar em um relatório do grupo, a compilação de dados ou compartilhar os resultados de suas pesquisas. Além disso é ideal para guardar e/ou para publicar os projetos de trabalhos prontos de grupos de estudantes, planejando atividades de autoavaliação e avaliação pelos pares, estimulando os links entre os projetos de outros grupos.

• Publicação em Podcasting: alunos e professores podem publicar seus arquivos de mídia digital na rede, através de um rico recurso de armazenamento, chamado RSS, que permite aos usuários acompanhar a sua atualização. Com isso, é possível o acompanhamento e/ou arquivamento dos conteúdos de um podcast. Essa ferramenta pode ser utilizada nos projetos colaborativos, criação de uma rádio novela ou de programa de rádio com alunos, publicação de apresentações, como também explicação de conteúdos orais, que podem ser utilizados com alunos portadores de deficiência visual. Enfim, possibilidades de utilização do áudio, vídeo, imagem e animação para alcançar o objetivo de uma determinada atividade educativa.

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Considerações Embora estas ferramentas sejam importantes recursos de interação e

aprendizagem, cabe ao professor dinamizar o seu uso com os alunos. Geralmente, estas ferramentas, na parte tecnológica, são simples de serem manipuladas, mas as possibilidades e implicações pedagógicas dependem do significado que o professor pode fazer no contexto do curso.

É preciso lembrar que na EaD, sendo esta um processo de comunicação mediado por computador, as tecnologias constituem recursos técnicos do mais simples e baratos até os mais sofisticados, como vídeo-conferência. A melhor solução está em escolher ferramentas que possam alcançar o aluno onde quer que ele se encontre. Elas deverão ser apropriadas para corresponder ao interesse e motivações dos alunos e estar integradas para facilitar a interação e a construção do conhecimento. Referências ALMEIDA F. J. de; FONSECA JUNIOR, F. M.. Projetos e Ambientes Inovadores. Secretaria da Educação a Distância . Brasília-DF: Ministério da Educação, SEED, 2000. AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982. BEHRENS, Marilda A. Paradigma da complexidade: metodologias de projetos, contratos didáticos e portfólios . Petrópolis: Vozes, 2006. CARVALHO, Ana Amélia Amorim, org.. Manual de ferramentas da Web 2.0 para professores . Lisboa: Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular do Ministério da Educação, 2008. Jonassen, D.. Computadores, ferramentas cognitivas. Porto. Porto Editora, 2007. KENSKI, V. M.. Educação e Tecnologias: O Novo ritmo da informação . Curitiba: Campinas-SP: Papirus, 2007. _______, V. M.. Tecnologias de Ensino presencial e a distancia . Campinas São Paulo. ed. Papirus, 2003. MORAN, J. M.. Propostas de mudança nos cursos presenciais com a Educação On-Line . Congresso Internacional de Educação a Distância da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância. Salvador-Ba, 2004. Anais. ____________. A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá . Campinas-SP: Papirus, 2007. _________, J. M.. Novas Tecnologias e mediação pedagógica . 12ª ed. Campinas-SP: Papirus, 2006. OLIVEIRA, C. C. de., COSTA, J. W. da., MOREIRA, M.. Ambientes informatizados de aprendizagem: produção e avaliação de software educativo. Campinas, São Paulo: Papirus, 2001.

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