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I , "

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Tecnologia Meio Ambiente I e II

Tecnologia Acabamento -----1

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Quando o problema é CHAMUSCAGEM •

a solução é eX1ma Alta tecnologia no tratamento de tecidos

High technology in textile finishing

When the problem is singeing • The solution is TEXIMA

A combinação certa de tecnologia, pessoal, produtos e serviços para atender as suas necessidades.

The right combination of technology, sta'" products and service to meet your needs.

S.A. INDÚSTRIA DE MÁQUINAS ADMINISTRAÇÃO E FÁBRICA: MAlN OFFICE ANO MILL Av. Marechal Tito, 6765 - Itaim Paulista - CEP 08115- 100 - São Paulo - SP - Brasil Telefone (011) 963-2800 - TELEX 1160277 - TEXM SR - Caixa Postal 52350 End. Telegráfico: "TEXIMAQUINAS" - TELEFAX (011) 963-2439

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__________ Editorial _________ _

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Perspectiva da Nova Gestão

muito dlTlcil especificar a perspectiva de uma nova gestão, especialmente nas condições conjunturais atuais , onde se tem incertezas de toda or­dem, seja no âmbito social, econômico ou até mesmo de credibilidade

nas instituições. Sem nenhuma dúvida, nossa associação tem sido afetada por estas intempéries do nosso tempo.

Bem, todavia a gestão, afinal de contas , é nova e dela se espera alguma pers­pectiva, então vo ltando um pouco no tempo vamos rememorar à todos a parte dos estatutos onde fala dos objetivos da Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis, que são:

a) congregar os técn icos de nível superior e médio que se dedicam à Química Têxtil, de maneira a fomentar e aprimorar os conhecimentos tecnológicos dos associados;

b) promover o desenvolvimento e aperfeiçoamento da indústria têxtil nacional ;

c) publ icação de revistas e boletins técnicos ;

d) organ izar conferências ou simpósios e participar de congressos ou exposi­ções têxteis , tanto locais como internacionais;

e) participar de federações ou associações internacionais congêneres;

f) fomentar, obter e atribuir a concessão de bolsas de estudos e aperfeiçoamen­to no país ou no exterior;

Portanto , a perspectiva da nova gestão seria de, através da realização de um sonho antigo, f inalmente concretizarmos a aquisição de nossa sede própria; uti­lizando este fato novo para conseguirmos robustecer nossa Associação, promo­vendo uma aproximação participativa de todos associados, pois temos a con­vicção de que sem um interesse coletivo e obstinado dos profissionais da quími­ca têxtil , nunca seremos fortes e, muito longe estaríamos dos objetivos previstos em nossos estatutos .

Encerramos nossos comentários, conclamando a todos que não se omitam e participem, tornando-se parte integrante dos destinos da A.B .Q.C.T. e, assim sendo , nossas perspect ivas, seja qual for a gestão, será sempre positiva, na concretização constante de nosso objetivos.

Antonio Ajudarte Lopes Filho Presidente

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Filiada à FLAQT -Federação Latino

Americana de Químicos

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUíMICOS E COLORISTAS TÊXTEIS

Sede Própria:

Praça Flôr do Linho, 44 Centro Comercial de Alphaville

Telefax: (011) 725-4931 - CEP 06453-000 - Barueri - SP

Diretoria Nacional

Presidente Antônio Ajudarte Lopes Filho

Vice-Presidente Gastão Leonidas de Camargo

1J2 Secretário Agostinho de Souza Pacheco

Núcleo Santa Catarina

Coordenador Geral Syllas U. Bandeira Filho

Vice-Coordenador Charles Muller

Núcleo Centro

Coordenador Geral Francisco Romano Pereira

Vice-Coordenador Ricardo Gomes Fernandes

Núcleo Rio Grande do Sul .

Coordenador Geral Clóvis Franco EIi

Vice-Coordenador Eugênio José Witriw

2D Secretário Flávio Trindade

1J2 Tesoureiro Giovanni Manzo

2D Tesoureiro Roberto Baptista

Secretário Eduardo Marinho

Tesoureiro Gilson J. Teixeira Ramos

Secretário Francisco José Fontes

Tesoureiro Emanuel de Andrade Santana

Secretária Maria Julieta E. Biermann

Tesoureiro José Ariberto Jaeger

Diretor Técnico Walter Aparecido Pollonio

Suplente Gilmar Vieira

Suplente Antonio Wilson Coelho

Suplente João Alfredo Bloedow

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--------__ Expediente _________ _

A Revista "QUíMICA TÊXTIL" é órgão of ic ial da Associa­ção Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis e é especializada na publicação de artigos técn icos , de in­teresse geral para as indústrias e para os técn icos especializados em beneficiamento Químico Têxteis. É distribu ida gratuitamente aos assoc iados da ABQCT, Indústria Têxt il e entidades filiadas à FLAQT.

- Distribuição geográfica da revista "Química Têxtil" : São Paulo , Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Ge­rais, Pernambuco; Rio Grande do Sul , Ceará, Paraná.

- Tiragem deste número: 6.000 exemplares

A Revista Química Têxtil é editada pela EBT - Editora Brasil Têxtil. Administração, Departamento Comercial: Rua Coriolano, 28 - CEP 05047-000 - São Paulo - SP -Fone: (011) 871-4290/ (011) 872-7526 - Fax: (011) 65-6991. Capa, Editoração Eletrônica e Produção Gráfica: MJC Técnica de Comunicação Ltda. Fotolito: Infocor, Impres­são: Camargo Soares.

Os artigos são de inteira responsabilidade dos autores, não representando , necessariamente, a opinião da revis­ta. Atenção: os artigos só podem ser reproduzidos me­diante autorização da Editora.

____________ Sumário ___________ _

~ Editorial ............. .................................................................................................. 01

~ Diretoria ............................................................................................................... 02

~ Expediente / Sumário ........................................................................................ 03

~ Informe ABQCT ................................................................................................... 04

~ Novos Produtos .................................................................................................. 06

~ Tecnologia Meio Ambiente I

Reciclagem de Água ................................................................................. 07

Tecnologia Meio Ambiente II

Produtos Químicos e a

Questão Ecológica .................................................................................... 11

~ Encarte:

Preparação de Esqueletos ....................................................................... 17

~ Proposta / Admissão de Sócios ....................................................................... 18

~ Tecnologia Acabamento .................................................................................... 19

~ Retificações ........................................................................................................ 28

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Informe ABQCT --------

Histórico do Núcleo Centro da ABQCT

° Núcleo Centro da ABQCT foi fundado no dia 29/04/87 por ocasião do II Simpósio de Química Têxtil. Na oca­sião, o Sr. Gilberto Bretz Pinho foi empossado como Co­ordenador Geral do Núcleo que compreendia, na época, os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santos. A posse foi concedida pelo então presidente Nacional Dr. Werner Stein.

A 1ª Coordenadoria do Núcleo Centro era composta pe­los seguintes profissionais:

Gilberto Bretz Pinho Rogerio Amorim João Mattos Bernal Valdir Florencio da Veiga Ernesto Aurélio Mancini

Coordenador Vice-coordenador Secretário Tesoureiro Suplente

Ainda participavam deste Núcleo os seguintes Associados:

Haroldo Castanho Pedro André Luiz Bourdot João Luiz Freitas Gomes Francisco Romano Pereira João Roso Neto como coordenador

Até o primeiro semestre de 1993, a Coordenadoria era formada por:

Francisco Romano Pereira Ricardo Gomes Fernandes Francisco José Fontes Emanuel de Andrade Santana Antonio Wilson Coelho

Coordenador Vice-coordenador Secretário Tesoureiro Suplente

No dia 16 de setembro de 1993 foi realizada em Petrópolis a Reunião da Coordenadoria do Núcleo Centro, que deu posse à nova equipe que passou a conduzir os destinos deste Núcleo, que ficou assim constituída:

José Luiz Rios de MelJo Coordenador Geral Francisco Romano Pereira Vice-coordenador Francisco José Fontes Secretário Emanuel de Andrade Santana Tesoureiro Antonio Wilson Coelho Suplente

Durante os 7 anos de existência, realizamos os eventos abai­xo, que contaram com a presença de 1.163 pessoas:

RI

1. 17/07/87 Desenvolvimento dos Recursos Humanos na Indústria Têxtil ;

2.08/11/87 Tratamento de Água para Caldeira;

3.22/10/87 Avaliação da XI ITMA - Paris ;

4. 29/04/88 Preservação do Meio Ambiente (FEEMA);

5. 15/07/88 Segurança na Manipulação de Produtos Químicos e Co­rantes na Cozinha de Tintas;

6.26/08/88 Panorama atual do tingimento de algodão com Corantes Reativos;

7. 18/11/88 Visita ao Parque Industrial da Bayer do Brasil ;

8.07/04/89 Estocagem e aplicação do Peróxido de Hidrogênio na Indústria Têxtil ;

9. 27/08/89 Neutralização de Fios, Malhas, Tecidos e águas alcalinas usando CO

2;

10. 05/09/89 Progressos no Ting imento de algodão conseqüência de recentes pressões do Mercado;

11 . 25/07/90 Implantação de uma Tinturaria segundo novas tendênci­as tecnológicas ;

12. 11/04/91 Colorimetria computadorizada

13. 14/08/91 Peróxido de Hidrogênio - Manuseio e Segurança;

14. 26/03/92 Modernos Conceitos de Manutenção e Revestimento de Cilindros;

15.28/08/92 Produtividade com alta qualidade no enobrecimento de tecido de malha;

16. 29/09/92 Encolhimento de malha por compressão;

17. 31/07/93 Churrasco de Confraternização na Ilha do Governador.

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Matriz: Fábrica e Vendas Estado de São Paulo : Av. Castelo Branco s/no (Jordanésia) - Cx. Postal 33 - Cajamar - SP - Brasil - CEP 07760-000 Telefone : (011 ) 407-4368 - Fax : (011 ) 407-4275

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Novos Produtos ________ _

Novos Produtos

Acheson do Brasil Ltda. Fone: (011) 492-4000 1 Fax: (011) 492-5433 STENTERLUBE H Lubrificante de alto desempenho, econômico e de custo competitivo específico para correntes e trilhos de Rama Têxteis.

Homa Ind. e Com. de Produtos Químicos Ltda. Fone: 55-011-563-1172 1 Fax: 55-011-563-1811 EMULSÃO TÊXTIL HOMA TF Produto de nova geração obtido a partir de Polidimetil­siloxano com presença de radicais hidroxila, proporcio­na inovação nos mais minuciosos acabamentos e na lu­brificação de fibras naturais e sintéticas, conferindo ain­da qualificado toque de maciez.

Optibrás Lubrificantes Sintéticos Ltda. Fone: (005511) 790-17001 Fax: (005511) 790-0813 TRIBOTEC SHT Óleo sintético isento de silicone, especialmente desen­volvido para lubrificação de correntes de Ramas para fi­xação e secagem de tecidos. TRIBOTEC LT 2/735 Graxa de múltiplas aplicações isenta de chumbo e zinco. TRIBOTEC WHITE Graxa branca, atóxica, de múltiplas aplicações em am­bientes limpos.

Prodelyn Química Ind. e Com. Ltda. Fone: (0152) 25-2465 1 Fax: (0152) 25-2441 TENSYLAN G Emulsionante para utilização nas formulações de óleos minerais parafínicos. TEXANYL UT Agente umectante com aplicações em tingimento, estampagem e acabamento. PRODESYL OIL Óleo minerais parafínicos - não solúveis e lubrificantes -solúveis para máquinas: circular, agulhas, mesa engre­nagens de meias e de costura, entre outras. PRODESYLAE Anti-espumante à base de silicone, resistente ao meio alcalino e ácido. PRODECYDE LC Microbicida de dispersão aquosa, sem solvente orgâni­co, e preservante para linhas e fios.

m

Resitex Resinas e Auxiliares Têxteis Ltda. Fone/Fax: (011) 427-50661 Telex: 11 71158 NOVA LINHA DE AMACIANTES DA RESITEX / (Escamados) Apresentam concentração 100%, em forma de escamas, o que vem a atender necessidades atuais, tais como: menor custo, transporte facilitado, maior espaço livre na estocagem, facilidade de emulsionamento e facilidade de manuseio. São eles: RESITEX LTM . CONC. (Pseudo-catiônico, indi­cado para branco) , RESITEX NW. CONC. (Não iônico), RESITEX ACP. CONC. (Catiôn ico universal) , RESITEX GM. CONC. (Lubrificante/Anti-estático) .

Espessantes para estamparia: TEXPRINT ECO 94 Espessante sintético especialmente indicado para pas­tas de estampar com pigmentos. TEXPRINT RDA Espessante especialmente indicado para estampagem com corantes.

Sandoz S/A. Fone: (011) 525-93221 Fax: (011) 525-9454 SIRRIX 2 UDB Agente sequestrante de metais pesados para desmine­ralização de f ibras naturais (tratamentos protônicos). Sua função é aumentar o grau de branco nos processos de alvejamento e atuar na neutralização e tamponagem de banhos alcalinos. SANITlZED Linha de produtos desenvolvida pela Sandoz Products Ud. - Suíça com objetivo de preservar os materiais têxteis para vestuário , lar e uso externo dos microorganismos.

Sintequímica do Brasil Ltda. Fone: (011) 217-93771 Fax: (011) 941-4371 AQUABOND PURE Fixador isento de formaldeído e melamina para estam­paria com pigmentos SUPER BRANCO MS Pigmento branco de alta solidez, pronto para uso, utili­zado para estamparia em fundos tintos. SINTERWET - 7 Retardante de secagem da pasta sobre a tela totalmente solúvel em água.

Este espaço está aberto aos novos produtos. Envie o nome do produto e a sua utilização para a redação da Química Têxt il pelo Fone/ Fax: (011 ) 725-4931

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Tecnologia Meio Ambiente I _____ _

Reciclagem de água, um programa economicamente viável e tecnicamente inovativo

1a parte As variáveis que levam à reciclagem, bem como o con­sumo da água e a qualidade dos despejos, entre os di­versos setores da indústria têxtil. * A segunda parte deste estudo tratará das diferentes eta­pas que envolvem o tratamento do efluente, desde a sua preparação, tratamento físico-químico por flotação e flo­culação, seguido pelo processo de oxidação e sedimenta­ção, até sua filtração. As características finais do efluente tratado por reciclagem, a proporção utilizada entre água recuperada e água industrial e sua aplicação também se­rão descritos posteriormente.

Introdução É descrito um sistema de tratamento para águas residu­ais têxteis com vistas a seu recycling para processos de alvejamento e tingimento . Também são abordadas as diferentes fases que com­põem o sistema, como preparação , tratamento físico­químico por flotação seguido por processo de oxidação e decantação , bem como casos onde o recycling já está sendo utilizado com sucesso . As experiências coletadas durante c inco anos usando recycling em indústrias têxteis , através de plantas, uni ­dades piloto e de estações completas , determinaram novos rumos e conceitos tecnológicos aqui descritos e avaliados.

1. Em que tipo de situação é possível pensar em recycling? As empresas têxteis usam uma quantidade considera­velmente grande de água por unidade produzida, apesar dos esforços em tecnologia de equipamentos e proces­sos feitos para melhorar a situação. A realidade demonstra que em determinadas regiões do mundo, a água não está mais disponível como um recur­so natural inesgotável, mas que passa a existir uma com­petição entre as empresas e a população pelo seu con­sumo. Simultaneamente, há uma tendência muito forte em an­damento na busca de qualidade da água consumida pela população, com padrões de potabilidade cada vez mais rígidos .

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Edgar Hart

Como derivação destes aspectos genéricos, as empre­sas passaram a se interessar por recycling, dentro das seguintes situações: 1. Por dificuldade de manter ou aumentar a vazão cap­

tada. 2. Por projetos de expansão sem ter o recurso água dis-

ponível. 3. Pela má qualidade da água captada. 4. Por questões ecológicas. 5. Pelo elevado preço pago entre captação e despejo.

2. Consumo de água e qualidade dos despejos Há diferenças acentuadas de consumo de água por dife­rentes setores da indústria têxtil. Por levantamento efe­tuado em cem empresas, verificam-se discrepâncias dentro de setores têxteis, notadamente entre aquelas que têm água abundante e de baixo custo, e as que pagam preço elevado. Observa-se que, enquanto uma tinturaria na Alemanha utiliza 80 l/kg de malha beneficiada, em alguns países na América Latina chega-se aos 150 l/kg, utilizando o mes­mo substrato, no caso 100% algodão e corantes reati­vos do mesmo fornecedor. É interessante também observar que os equipamentos utilizados são de tecnologia similar e com controladores automáticos. Na avaliação dos casos, conclui-se que estes consumos provêm dos diferentes processos e tempos utilizados, principalmente para as fases de preparação e lavação. A tabela abaixo mostra os dados dos consumos por se­tor de atividade:

Tingimento de Consumo de água

*1/kg produz. Amplitude

Fios acrílicos e nylon 130 80-170 Fios acrílicos, nylon e algodão 180 130-350 Malha de algodão 120 80-160 Malha de algodão e poliéster 110 90-170 Tecido plano de algodão 110 85-130 Tecido plano de seda e viscose 100 80-150

• Valores mais encontrados em fábricas consideradas modernas

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A relação de banho utilizada nas máquinas para tingir, influencia de forma direta a quantidade de água gas­ta . Isto explica em parte porque, por exemplo , a in­dústria têxtil de fios tem menor carga orgânica e con-

Parâmetros unidades

do efluente 1

pH - 3-5

0805 mg/I 100-200

DOO mg/I 500-800

Dureza total ppm CaC03 40-100

Óleos/graxas mg/I 15-70

Sólidos Suspensos mg/I 40-100

Sólidos sedimentáveis mi/I 1-10

Sólidos totais mg/I 2000-3000

Cor mg pt/CO 200-300

Condutividade Esp., 25°C u S/cm 1200-1600

Setores da Indústria Têxtil - tingimento de: 1. Fios acrílicos e nylon . 2. Fios acrílicos, nylon e algodão. 3. Malha 100% algodão, com pequeno percentual sintético 4. Tecido plano, 100% algodão . 5. Tecido plano, seda, viscose e acetato .

3. Recycling da Água Têxtil O conceito para eliminação de poluentes da água está ba­seado em teoria e prática de mais de 15 anos, que levaram a tratar o efluente dentro das seguintes etapas: - Preparação do efluente - Tratamento físico-químico por floculação e flotação - Tratamento por oxidação e sedimentação - Filtração Cada uma destas etapas envolve alternativas de trata­mento que produzem uma melhor qualidade final do eflu­ente, daí a necessidade de executar um trabalho de en­genharia de projeto com a própria fábrica onde será ins­talado o sistema. Uma série de ações entretanto, são geralmente utiliza­das dentro de uma ordem evolutiva.

3.1. Preparação do efluente Para chegar aos melhores resultados finais e considerando os aspectos da viabilidade econômica, para reciclar o eflu­ente dentro de um intervalo de 50% até 80%, considera­mos necessário para alguns casos, a separação do banho principal de tingimento, eliminando desta forma as grandes concentrações de corantes e sais inorgânicos.

m

centração sal ina do que o segmento de tecido plano e mallha. A tabela a seguir mostra alguns parâmetros importan­tes para alguns setores da indústria têxtil .

Setores da Indústria Têxtill

2 3 4 5

8-11 9-11 8-11 8-10

400-600 400-600 800-1500 100-300

800-1200 800-1200 800-1200 300-600

40-50 40-60 50-100 30-70

20-120 20-70 10-80 40-150

100-200 200-300 200-300 100-200

1-10 0,1-5 0,1-5 0,1-2

2000-3000 2500-4000 2000-3000 3000-4500

300-400 500-700 200-400 500-7000

1500-2500 1500-3000 1500-4000 1500-4000

Este passo não se considera quando a empresa traba­lha com elevadas diluições, como em via de regra, a in­dústria de tingimento de f ios. Obedecendo este critério, os passos principais para a preparação do efluente são : a) Separação do efluente, quando necessário, de eleva-

das concentrações salinas e de corantes. b) Gradeamento . c) Eliminação de are ia. d) Medição de vazão de entrada. e) Peneiramento f ino. f) Equalização por mistura dos efluentes. g) Ajuste de pH . h) Correção , se necessário, da temperatura. - A separação dos efluentes está baseada na condutivi­

dade elétrica de uma solução salina de compostos or­gânicos iônicos. Os sais mais utilizados para o tingi­mento são o cloreto de sódio e o sulfato de sódio . A amplitude util izada no critério de separação não consi ­dera como separável as concentrações salinas do pri­meiro banho de lavação, nem aquelas que têm presen­ça de produtos oxidantes ou redutores.

- A separação de sólidos grosseiros, como restos de pano ou cordas , é feita por meio de gradeamento sim­ples estático , pois a presença deste tipo de material não costuma ser abundante e pode ser facilmente ret i­rado em intervalos de um dia.

A eliminação de materiais de dimensões superiores a 1-2mm por peneiramento em uma fase anterior à entrada do eflu­ente em tanques, envolve aspectos técnicos e econômicos.

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Menor capacidade elétrica instalada no tanque de mis­tura dos efluentes, tendo como conseqüência também menor quantidade de espuma formada. Ausência de material sed imentado nas regiões não atin­gidas plenamente pela ag itação. - O ajuste de pH e a mistura dos efluentes, que era feito

em dois tanques separados e seqüenciais, passou a ser feito em um único tanque, refletindo diretamente no cus­to final da estação, e com vantagens técnicas.

O ajuste de pH é feito com produtos amplamente conhe­cidos como: • Hidróxido de sódio, em solução aquosa. • Ácido sulfúrico concentrado ou gás carbôn ico . Há uma tendência muito forte de utilizar o gás carbônico como neutralizante, em função do seu fác il manuseio e aplicação . É necessário cuidar entretanto nas águas fortemente al­calinas com pH acima de 11, para que o tanque onde está sendo executado o processo tenha dimensões apro­priadas, pois temos observado que em tanques de pou­co tempo de retenção há elevada concentração de C02 livre que ocasiona falsa leitura no pHmetro instalado. Para os processos de recycl ing posterior são utilizados valores de pH compreendidos entre 8,2 e 8,6. A mistura das diferentes águas que entram para o tan­que de equalização é promovida por agitação . A opção por aerador de superfície ou por injeção profun­da de ar, é feita em função da presença de produtos re­dutores como o hidrosulfito de sód io ou similares, que influenciam nesta etapa valores de DBO. É comum que uma empresa tenha sofrido sanções pelo órgão de controle ambiental ou esteja pagando mais caro pela presença de uma carga orgânica inexistente. Em geral, após cinco horas de aeração contínua, há uma eliminação da DBO da ordem de 10 a 15%, como resul ­tado da oxidação de conjuntos redutores . Observa-se que com este tempo de aeração a carga or­gânica efetiva praticamente se mantém inalterada.

3.2. Tratamento físico-químico por floculação e flotação Entre os principais motivos que levam a adotar nesta fase a flotação, podemos destacar: - Os agregados floculados formados são garantidamente

melhor separados por flotação do que por decantação. - Os efluentes têxteis têm como uma das suas princi­

pais características a presença de óleos e graxas, ou seja, de hidrocarbonetos pesados, que podem ser eli ­minados por flotação. Descarta-se os sistemas de de­cantação para esta finalidade .

Existem diferenças notáveis entre as tecnologias utiliza­das para efetuar flotação, porém dentro de uma linha geral são empregados equipamentos que introduzem a mistu­ra "efluente + produtos químicos + ar" pela parte de baixo,

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fazendo com que a floculação química formada seja le­vantada por pequenas bolhas de ar até a superfície. Demonstrou ser mais efetivo o processo por nós desen­volvido , onde a entrada da mencionada mistura é feita por cima, mantendo a floculação química na superfície e conduzindo a água tratada para a parte baixa do equipa­mento , onde é separada. As vantagens constatadas neste equipamento são: - Melhor formação do floco - Menor quantidade de produtos químicos utilizados - pH mais próximo do neutro - Melhor remoção de corantes e produtos detergentes - Maior facilidade de prensar os lodos na desaguadora. Para efetuar a floculação química que conduz à redução da cor da ordem de 90 - 95% , são dados os seguintes produtos químicos. - Polieletrólito - Polieletrólito descolorante - Sulfato de alumínio A forma de dosagem destes produtos deve ser definida em função de cada tipo de efluente, pois a qualidade final da água a ser obtida depende de fatores como: - Distância entre o ponto de introdução dos agentes flo­

culantes e o equipamento de flotação. - Pressão da rede de condução do efluente contra a ca-

pacidade das bombas dosificadoras. - Tamanho e formato da floculação química obtida. O esquema abaixo representa a forma de trabalho do equipamento de flotação.

_ ra. pador continuo de lodo

A água obtida após esta etapa apresenta as seguintes peculiaridades:

DBO Redução de 55 até 90%

Cor Redução de 90 até 95%

Aspecto Incolor ou levemente colorida

Detergentes Redução de 60 a 70%

Óleos e grax;as Redução de 96 até 99%

pH Entre 6,4 e 6,6

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Tecnologia Meio Ambiente I ______ _

Em alguns casos da indústria têxtil, esta água estará pron­ta para ser utilizada em algumas aplicações como: - Lavação de quadros - Lavação de cilindros - Lavação de esteir~~ de máquinas estampadoras

Pra reutilizá-Ia comq água para efetuar novamente ope­rações de tingimento e alvejamento , é necessário submetê-Ia a processo complementar.

3.3. Tratamento por oxidação e sedimentação A água residual proveniente do processo anterior por flotação, com características de ser praticamente in­color, porém contendo materiais em suspensão , é sub­metida a um processo complementar de oxidação e decantação. Esta etapa constitui a real garantia da qualidade final do efluente, que ao passar pela torre de oxidação é forçado a uma precipitação complementar. O equipamento tem como principais características e ações: - É vertical, ocupando pouco espaço físico. - Funciona como célula de oxidação. - Não é necessário uma dosagem complementar de pro-

dutos químicos. - Promove a eliminação total dos corantes da água. - Reduz em mais de 20 - 30% a DBO. - Não necessita sofrer retrolavagem. - Não necessita sofrer qualquer ação de tratamento com

vapor.

3.4. Filtração A exemplo do que ocorre no tratamento de água con­vencionai, com água de superfície, o efluente deve pas­sar por um processo de filtração. São recomendados nestes casos filtros de dupla ação com leitos filtrantes de areia e antracito. Os períodos de retrolavagem são de 12 até 24 horas, executados como em qualquer outro processo de filtra­ção e limpeza do filtro .

4. Características Finais do Efluente Tratado para Recycling

Cor Totalmente removida

DBO Redução de 70 a 95%

Óleos e graxas Redução de 98 - 99%

Materiais suspensos De 0,1 a 0,5 mg/I

Sais dissolvidos Redução de 15 até 25%

Cloro livre ativo Ausente

Dureza final Depende dos processos empregados

Concentração salina Em tinturarias que normalmente trabalham somente com este sistema de "recycling ", observou-se inicialmente um crescimento das concentrações salinas, até que chegou­se a uma estabilização.

O gráfico abaixo representa os casos:

3.0

_ 2.5

'§ , • lO · .. ... e(

~ 2.0

;:; I~ 1.5 u-e( a: ~ 1.0 w o z 8 0,5

0,0 01 02 03 04 05 06

TEMPO (SEMANAS)

5. Proporção utilizada na prática entre a água re­cuperada e a água industrial Apesar de se ter acompanhado períodos onde as em­presas reutilizam a água recuperada até 80% durante 2 -3 dias consecutivos , é aconselhável começar com 50% e ir elevando gradativamente a proporção até encontrar o limite operac ional adequado .

6. Aplicação da água recuperada Estações funcionando há mais de dois anos com este conceito de tratamento , utilizam água reciclada normal­mente para as seguintes operações ou processos: a) Processos de alvejamento total. b) Processos de tingimento com corantes reativos, dire-

tos , enxofre, Naftol e pigmentos. c) Lavação e aplicação de amanciantes d) Lavação de quadros e cilindros de estamparia. e) Lavação de pisos e calçadas . f) Banheiros

A água reciclada não pode ser utilizada em caldeiras de qualquer espécie . Além das estações de tratamento , servem como base para desenvolvimento tecnológico vários protótipos ins­talados em empresas para execução de testes. Na PRO ECO (SC, Brasil) há um protótipo fornecendo água 24 horas/dia para execução de tingimento e alvejamen­to, com recycling de 100%. Estes resultados conduzirão a novas informações que serão publicadas e enviadas aos clientes.

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Produtos químicos utilizados na indústria têxtil e a questão ecológica

Palestra proferida no XIII Congresso Latino­Americano de Química Têxtil - Meddellin -Colômbia - Ago/93

1a parte Este trabalho apresentado durante o XIII Congresso Latino-americano de Química Têxtil , em Medellin - Co­lômbia, proporciona uma visão global sobre os funda­mentos de ecologia e os testes de avaliação da bio­degradabilidade.

Introdução É crescente a preocupação mundial com a conservação do meio ambiente. Os países mais desenvolvidos têm imposto restrições cada vez maiores ao uso de substân­cias não biodegradáveis. A hora é chegada para que deixemos de tratar este tema com observações meramente acadêmicas, mas nos en­gajamos nesta filosofia internacional. Caso não credite­mos à ecologia o seu devido valor, o mínimo que nos acontecerá será a perda de mercado naqueles países que já se decidiram a conservar este planeta da melhor for­ma possível. Este trabalho visa dar uma visão global sobre os funda­mentos de ecologia, os testes mais usuais de avaliação de biodegradabilidade, obviamente isto sob a óptica da indústria têxtil. Os dois pontos básicos de análise são os tensoativos que estão presentes praticamente em todas as etapas de processamento têxtil e os agentes de engomagem. Ambos são responsáveis por mais de 75% da carga or­gânica residual nas indústrias têxte is. Será possível resolver o problema quando indústria pro­dutora de insumos ou indústria têxtil mudar sua forma de atuar e decidir caminhar na trilha conservacionista. Estou certo de que, em seu campo de atuação, quem o fizer estará diferenciando-se positivamente e antecipan­do-se a um futuro inevitável.

Produtos Químicos utilizados na indústria têxtil. A grande controvérsia que existe sobre a questão do meio ambiente é decorrente, acredito, do fato de que as pes­soas têm diferentes graus de entendimento ou conheci­mento sobre o assunto. Embora exista um grande número de estágios de enten­dimento, podemos classificá-los principalmente em três

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Miguel Nunes da Silva Filho

grupos: dois deles opostos e o terceiro o tão famoso meio termo apregoado por Aristóteles a mais de 20 séculos. Um pólo de comportamento é a preservação, o qual quer ver os ecossistemas naturais com pouco ou nenhuma intromissão do homem. Nos ventos da ECO'92, a Rede Globo exibiu um programa especial sobre o que se po­deria chamar "A curiosa fauna e flora" brasileira. A imagem de um caboclo no interior da Amazônia pes­cando uma espécie rara de peixe, que se alimenta de semente de árvore foi mostrada. Em seguida, populares foram perguntados sobre conservação e defesa do meio ambiente. Numa escolha entre o caboclo e o peixe, este último foi preferido, tendo ganho por unanimidade o di­reito de ser preservado. Obviamente não é o caboclo com sua vara de pesca de subsistência que está ameaçando àquela espécie rara de peixe. Este porém é um pólo de comportamento. Outro pólo antagônico é o da exploração, que tem como único objetivo o lucro ou o desenvolvimento desenfrea­do e implacável. Todos nós conhecemos exemplos des­tas atitudes. Devastação de florestas com objetivo único de comercialização de madeira, garimpo de ouro com mercúrio, pesticidas em rios, efluentes industriais sem tratamento , etc . Minha atitude preferida é a terceira: Conservação. Joseph Holmes (US Bureau of Mines) em 1910 definiu: "A con­servação é mais inteligente e eficaz forma de usar os recursos naturais ". Acredito que é melhor e mais barato fazer corretamente as coisas quando da primeira vez que se faz do que consertar o erro depois. O objetivo deste trabalho é introduzir alguns princípios básicos que mostram que é possível conciliar a ativida­de industrial com a conservação, disposição e muita transpiração ... Naturalmente nosso enfoque será sobre os produtos químicos utilizados na indústria têxtil, que é a esfera de responsabilidade minha e vossa. Dentre os muitos desafios vividos pela indústria nacional e, porque não dizer internacional, podemos emoldurar alguns como: qualidade, competitividade e conservação do meio ambiente. Considerando que estamos num estágio de desenvolvi-

IQ

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mento inferior, podemos ver nosso futuro na realidade já vivida por países do primeiro mundo. Acredito também que as exigências do futuro se farão cada vez mais pre­sentes diante da abertura total de fronteiras que vemos hoje a nível mundial. Isto nos leva a encarar de imediato as exigências de controle ambiental , que tenho certeza serão cada vez mais rigorosas.

Ciclo de carbono e energia A possibilidade da vida depende basicamente da dispo­nibilidade de matéria para edificação dos organismos, e de energia para a realização de suas atividades. Embora a fonte de energia (proveniente do sol) seja praticamente ilimitada, as fontes de matéria-prima para construção das moléculas orgânicas armazenadoras de energia são li­mitadas. O elemento básico para esta organização é o carbono, o qual se encontra na natureza, principalmente sob a for­ma de CO

2 (gás carbônico atmosférico). Este carbono ,

que é utilizado diretamente pelas plantas verdes na cons­trução de matéria orgânica vegetal , deverá ser devolvido ao meio, novamente na forma de gás carbônico , ao final de um ciclo vital ou ecológico, sob pena de diminuírem, progressivamente na natureza, as fontes primárias do elemento carbono. A molécula orgânica contém energia disponível que, ao ser ingerida por um ser vivo, parte será consumida e parte conservada (utilizando-a na construção do próprio orga­nismo). Este, por sua vez, servirá de alimento a um outro ser vivo, que igualmente utilizará parte de energia em suas atividades, e assim por diante, até que o último ser vivo desta cadeia alimentar morra e seja decomposto em CO (gás carbônico) e água. 2

Pode-se dizer pois que a vida na superfície de terra se caracteriza por ciclos, quer de energia quer de matéria. Tudo o que é tomado do meio é a ele restituído através de uma cadeia de reações formada de elos, que são os vários tipos de vida independentes. Essa são relações dinâmicas, que existem entre os organismos, e entre os organismos e o meio ambiente.

Ciclo do carbono e Energia

Atividade humana provoca desequilíbrios É característica de atividade humana provocar desequilíbrios. O homem obtém energia e trabalho a partir de diversos desequilíbrios. A humanidade em todas as suas revoluções tecnológicas deu saltos quantitativos cada vez maiores no uso de energia, ou seja, o homem é o único ser vivo que sempre aumenta a quantidade de energia gasta para viver. Na pré-história o homem nômade de 100 mil anos a.C. precisava de 5.000 kcal/diárias. Após a revolução agrí­cola do Neolítico (1 0.000 a.C.) consumia 10.000 kcal/dia. Na idade média este valor subiu para 26.000 kcal/dia (1.400 d.C.), e no início da era industrial (1875) chegou a 77.00. Atualmente países como E.U.A. consomem apro­ximadamente 246.000 kcal/dia. Ao adubar e irr igar o solo o homem obtém, em um espa­ço restrito , uma população de vegetais comestíveis mui­to maior do que a que se desenvolveria naturalmente, obedecendo ao pri ncípio de equilíbrio da natureza. Em termos energéticos , esta área cultivada realizará muito mais fotossíntese , isto é, transformação de energia solar dispersa em energia molecular, utilizável. Por conseguin­te , desse desequilíbrio ecológico resulta maior rendimen­to energético . Este excesso de produção vegetal levará fatalmente a uma seqüência de outros desequilíbrios. Se for utilizado na ali­mentação de animais, conduzirá a uma superpopulação destes; estes por sua vez serão consumidos pelo homem, levando a superpopulação do homem. Sabemos hoje que este é um problema sério. Temos um planeta com mais de 5 bilhões de bocas para alimentar. Mas este não é o nosso tema de discussão. Os desequilí­brios em excesso vieram a criar um termo novo: poluição.

Atividade humana provoca desequilíbrios Térmicos

Mecânicos

Químicos

Atômicos

Ecológicos

Máquinas vapor/explosão

Usina hidroelétricas

Pilhas elétricas

Centrais nucleares

Agricultura, indústria, ...

* ENERGIA ~ ~ ~ ENERGIA SOLAR

H H H

H-t-t-t-.~. I I I H H H

, <::s ENERGIA ~ '1'~i \

SfNTESE DE MATÉRIA ORGÂNICA

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Poluição Poluição no seu sentido mais amplo pode ser entendida como qualquer modificação de características de um ambiente, de modo a torná-lo impróprio às formas de vida que ele normalmente abriga. Para fins práticos, en­tretanto, esta definição deve ser mais restrita, de modo a incluir um elemento indicador do prejuízo sanitário, eco­nômico ou simplesmente estético. Isto significa que a modificação do meio ambiente para ser considerada poluição deve afetar de maneira nociva, direta ou indire­tamente, a vida e o bem estar humanos. Há um princípio geral em Biologia que diz: todos os com­postos orgânicos são biodegradáveis. Este princípio é respeitado pela natureza, e toda matéria orgânica que é sintetizada naturalmente deve ser posteriormente decom­posta para restituir ao meio os elementos básicos que integram a contínua cadeia de alimentos , de modo a manter c'Onstante o equilíbrio biológico e ecológico. Uma das formas de provocar desequilíbrios ecológicos, por interrupção de um elo das cadeias alimentares, con­siste na produção dos compostos orgânicos sintét icos não biodegradáveis. Composto orgânico não biodegradável significa: não ser­ve como alimento a nenhum tipo de ser vivo. Em outras palavras, pode-se dizer que a natureza não estava pre­parada para produzir a decomposição de compostos "in­ventados" pelo homem. Por exemplo, as substâncias plásticas de larga utiliza­ção doméstica e industrial, não são biodegradáveis , e a restituição ao meio do C utilizado na fabricação, só é possível mediante incineração.

POLUiÇÃO A modificação do ambiente, para ser considerada po­luição, deve afetar de maneira nociva, direta ou indire­tamente, a vida e o bem estar humano.

Cargas das águas residuais Como dados gerais podemos dizer que para a fabricação e beneficiamento de 1 tono de produto têxtil se consome aprox. 200 tono de água. Do total dos produtos químicos utilizados para o beneficiamento têxtil mais de 90% são removidos após cumprir seu papel requerido. Dados como estes nos mostram que a indústria têxtil é potencialmente poluidora, seja pela grande quantidade de água que utiliza, seja porque a grande maioria dos produtos químicos utili­zados são eliminados. Segundo pesquisa de Sch6nberger na Alemanha, a carga contaminante das águas residuais das indústrias têxteis tem uma DOO de aprox. 1.700 mg O/litro como média. Isto sig­nifica três vezes acima das águas residuais comuns. A partir destes dados se verifica claramente a importân­cia do estudo dos agentes de engomagem e dos tenso­ativos, que juntos perfazem mais de 75% do potencial poluidor da indústria têxtil.

RI

Vamos nos concentrar a partir de agora na verificação dos métodos de ensaio de biodegradabilidade e dados relevan­tes sobre os agentes de engomagem e tensoativos. Por facilidade didática, me permitam começar sobre os métodos de ensaio de biodegradabilidade dos tensoativos

Carga das águas residuais das indústrias têxteis Grupo de produto Agentes de engomagem Umectantes e detergentes Auxiliares de tingimento Ácidos orgânicos Preparação da fiação Redutores Corantes/banqueadores ópticos Outros

Caráter iônico Apenas para relembrar:

% sobre o total 57% 18% 7% 7% 5% 3% 1% 1%

São consideradas tensoativos substâncias que quando dissolvidas à 0,5% W/W em solução aquosa, reduzem a tensão superficial da água, à 20°C, a valores inferiores a 45 dyn/cm Os tensoativos são uma combinação de (grupos) radi­cais hidrófobos/hidrófilos. Eles são classificados basicamente em três grupos:

Aniônicos : sabões/Na/K Aminas; sulfatos; fosfatos Catiôn icos: quaternários de amônio Não-iônicos: EO/PO

Derivados de EO/PO, Óxido de Etileno, Óxido de Propileno

Caráter iônico

Aniônicos:

Catiôn icos:

Não-iônicos:

Hidrófobo Hidrófilo

________ COO- Na+

CH3 I

_______________ N+- CH3

CL I

CH3

________ O - C2Hp - C

2HpH

Tensoativos utilizados na indústria têxtil De .maneira bastante ampla e geral vamos visualizar a aplicação dos tensoativos nas diversas etapas do pro­cessamento têxtil. Igualmente importantes eles são na fabricação dos fios artificiais ou sintéticos, onde eles atuam como lubrifican­tes , emulgadores ou anti-estáticos. Os grandes volumes destas substâncias utilizados hoje, seja a nível industrial ou doméstico, torna imperativo o conhecimento do seu impacto no meio ambiente.

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Processos Objetivo do tensoativo Função do tensoativo Caráter lônico

Alvejamento O tensoativo tem que , principalmente, agir Igualizante Catiônico na quebra da tensão superficial, favore-cendo a penetração dos agentes alvejan- Penetrante Aniônico tes e também apresentar ação de deter-gência para conferir hidrofilidade ao ma- Retardante Não-iônico

, terial, a qual é necessária para os proces- Migrante sos subseqüentes. Dispersante

Tingimento O tensoativo empregado tem várias finali- Emulsionante Não-iônico dades, dependendo do tipo de fluxo e co- Aniônico lorantes que serão processados, sendo que as propriedades necessárias dos ten-soativos são: exercer boa ação dispersan-te, igualizante e penetrante ou retardante dos corantes

Estampagem Por este processo, o tensoativo tem que Umectante Não-iônico apresentar característiicas emulsionantes, permitindo obtenção de emulsões, estáveis do tipo óleo/águia ou água/óleo e ser com-patível com os demais agentes.

Tensoativos utilizados na indústria têxtil

Processos Objetivo do tensoativo Função do tensoativo Caráter lônico

Engomagem Devido às altas viscosidades apresentadas Umectante Não-iônico pelas gomas o tensoativo usado neste pro-cesso tem a finalidade de quebrar a tensão Igualizante superficial , permitindo uma rápida penetra-ção e igualização da goma no fio.

Desengomagem O tensoatiivo utilizado tem a finalidade de Umectante Não-iônico aumentar a umectação do material, facilitan-do a ação dos agentes desengomantes.

Cozinhamento O tensoativo empregado, tem que apresen- Detergente Aniônico tar as características de amulsionante para agir na retirada dos corpos grasos e tam- Umectante Não-iônico bém detergente para eliminar as impurezas solúveis, conferindo boa hidrofilidade.

Mercerização O tensoativo neste processo tem que apre- Umectante Aniônico

sentar características de umectante, o qual, através da quebra da tensão superficial fa-vorece a rápida penetração da soda cáusti-ca no material, facilitando a reação .

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Processos Objetivo do tensoativo Função do tensoativo Caráter lônico

Acabamento A finalidade do tensoativo neste processo é atra- Umectante Não-iônico vés da quebra da tensão superficial permitir a pe-

r netração e igualização do banho de acabamento, conferindo maior qualidade ao material tratado.

Ensaboamento A ação de detergência do tensoativo vai permitir a Emulsionante Não-iônico retirada dos corantes não fixados nas fibras, man-tendo-os em suspensão juntamente com os co- Aniônico rantes hidrolizados.

Lavagem (Purga) O objetivo do tensoativo é emulsionar os lubrifi- Umectante Não-iônico cantes usados na fiação , mantendo os mesmos em suspensão , evitando , desta forma, que os mesmos voltem ao material, o que acarretaria pro-blemas posteriores.

Na próxima edição daremos continu idade a este assunto, abordando o aspecto da biodegradabilidade dos tensoativos.

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Encarte

Preparação de Esqueletos

Processos otimizados para preparação de esqueletos de poliéster e poliacrilnitrilo em misturas de fibras - Poliéster/Lã - Poliéster/Algodão - Poliacrilnitrilo/Lã

Esqueleto de Poliéster Esqueleto de Poliéster Esqueleto de Poliacrilnitrilo

Considerações Gerais Na preparação de esqueletos em misturas de fibras aparecem frequentemente os seguintes problemas: - a tonalidade do substrato t into sofre uma interfe­

rência relativamente grande; - baixa reprodutibilidade ; - tempos longos de tratamento , não satisfazendo as

exigências da prática.

Objetivos e Vantagens Os processos descritos na tabe la abaixo tem por ob­jetivo a preparação ráp ida e segura de esqueletos, destinados a avaliação colorística da parte da fibra sintética em misturas de substratos têxteis t intos.

Esses processos, quando comparados com os méto­dos convencionais, apresentam as seguintes vantagens: - tempos curtos de tratamento; - esqueletos completos, sem danificação da fibra

residual; - nenhuma influência sobre a tonalidade do tingimento; - amostras que fornecem uma base segura para

nuançagens corretas .

Indicações adicionais A f im de evitar o perigo de superaquecimento local, deve-se trabalhar em banho-maria ou em banho de óleo, como fonte de calor. Bico de Bunsen ou chapa elétrica não são apropriados para o aquecimento. As diversas amostras devem ser tratadas em banhos separados (exceção: em caso de tonalidades iguais e na mesma intensidade de cor). As prescrições da tabela devem ser aplicadas com a maior exatidão possível sendo que, esqueletos incom­pletos, "descascados" ou danificados proporcionam divergências de tonalidade.

Preparação de esqueletos de PES e PAC em misturas de fibras - Métodos Otimizados

Mistura -+ PES/Wo/55/45 -+ esqueleto de PES PAC/Wo -+ esqueleto PES/Co-+ esqueleto de fibras PES PES tingível com de PAC de PES Esqueleto normal corantes básicos

Banho 24g hidróxido de 12g hidróxido de 26 a 27g hidróxido de 83g ácido sulfúrico sódio sólido sódio sólido sódio sólido conc. 76g água 88g água 74 - 73g água 17g água

Duração do 5 minutos 5 minutos 14 minutos 6 a 6.5 minutos Tratamento

Temperatura 73 a 75° C 75° C 50° C 20° C de Tratamento

Relação de 1 :20 a 1 :30 1 :20 a 1 :30 Banho Obtém-se resultados equivalentes em 1 :30 1 :30

relações de banho entre 1 :20 e 1 :30

Tratamento - Enxaguar rigorosamente com água fria - Enxaguar rigorosa-posterior dos - Neutralizar com 1 % ácido acético conc. no último banho de mente com água esqueletos enxague

Medidas de - Na manipulação de soda cáustica e ácido sulfúrico devem ser tomadas as medidas de Precaução proteção com uso de óculos e, eventualmente, luvas de borracha.

- Ácido sulfúrico é muito agressivo e pode ser perigoso, em caso de manipulação inexperiente junto com água. As diluições devem ser preparadas como segue: Pesar ou medir a quantidade necessária de água, por exemplo, 17g. Em seguida, adicionar cau-telosamente ácido sulfúrico conc., por exemplo, 83g, deixando escorrer lentamente pela parede do copo Becker. Misturar cautelosamente com um bastão de vidro. Trabalha-se de preferência colocando o copo Becker dentro de um banho com água fria ou com gelo, a fim de evitar sobreaquecimento. Deve-se tratar a 20° C.

Parte integrante da Revista Química Têxtil

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________ Proposta de -Admissão --------

6 Associação Brasileira de Químicos

e Coloristas Têxteis Dados Pessoais

Nome

Data de nascimento _ ______ Local _____________ Nacionalidade ______ _

o End. Residencial _ ______________ ___________________ _

Bairro _ ______________ __ CEP _________ Fone ____ ____ _

Cidade _______________ _____________ Estado ___ _____ _

O Empresa onde trabalha _________ _______________________ _

End. Comercial _ _ _________________________________ _

Bairro _ ________________ CEP _________ Fone ________ _

Cidade ____________________________ Estado _______ _

Cargo que exerce _ _ ______________________ Tempo

(Assinale com um X o endereço para correspondência)

Formação Profissional

Título ________________ Escola _____________ Tempo ____ _

Título _________________ Escola _____________ Tempo ____ _

~mpode~MdadenaOuímicaTê~il ____________________________ _

Registro Profissional C.R.EA ----------------- C.R.O. __________ _

Empregos anteriores

Empresa __________ _____ Cargo _____________ Tempo ____ _

Empresa Cargo Tempo ____ _

Para uso exclusivo da Diretoria do Núcleo Regional

Admitido em ____________ _ Como sócio -------------------Coordenador ______ ___________ _____ ______________ _

Secretário ____________________________ _________ _

IR O.T. 2/94

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Tecnologia Acabamento

o modelo de detergência como uma ajuda na selecção de detergente

apropriado para o sistema em uso. Original publicado em Portugal Tabelas e gráficos traduzidos para a Língua Portuguesa

Introdução Uma só explicação do fenómeno de sujamento ajuda a com­preender melhor o mecanismo de limpeza de um detergen­te. Os detergentes comercializados no mercado são mistu­ras de produtos tenso activos que possuem propriedades específicas para cada etapa do processo de limpeza. Um produto comercial está formulado , por segurança, para cobrir as necessidades de cada etapa do processo por igual; sem que este requisito seja válido na prática pela diversi­dade de processos e variáveis dele mesmo. Enumeram-se as propriedades mais ressaltantes de cada grupo químico de tensoactivos com vista a seleccionar, entre as formulações comerciais, o mais apropriado para as necessidades do utilizador.

1. Teoria do Sujamento Entende-se por sujidade a retenção , mais ou menos es­tável, de uma substância em alguma área do substracto. A grande variedade de sujidades admite uma série de classificações, mas uma simples poderia ser: ( 1 ) Sujidades líquidas ( 2 ) Sujidades sólidas 1.1. As sujidades líquidas podem, por sua vez, ser aquo­sas (solúveis em água) ou oleosas (solúveis em óleo): ambas as classes de sujidade são retidas pelo tecido por forças electroestáticas, Van de Waals e de dispersão cujo raio de acção é efectivo sobre distâncias relativamente curtas, o que facilita a sua remoção . 1.2. As sujidades sólidas mantém-se aderidas mediante uma retenção mecânica ou oclusão; quando estão de­positadas entre as fibras do tecido denominam-se macro­oclusões e quando se situam nas irregularidades super­ficiais do tecido designam-se por micro-oclusões. A aderência de ambas as sujidades sólidas e líquidas, é o resultado da interacção molecular entre a fibra e a sujidade que depende das forças de aderência que, por sua vez, estão influenciadas, como se disse, pelo tipo de força, sua

Mirko R. Costa

a sua velocidade de secagem é baixa e a sua plasticidade é alta, pelo que a área de contacto e sua interacção com a sujidade sólida e com a fibra aumentam. Dito em simples palavras: a sujidade gordurosa é mais difí­cil de remover e é a mais pegajosa das sujidades sólidas. O quadro 1 mostra algumas das muitas e variadas suji­dades do tipo líquido oleoso e do tipo sólido, a título de exemplo ilustrativo.

Algumas Classes de Sujidades que Contaminam o Substrato Têxtil

SUBSTRATO ESTADO OLEOSAS SÓLIDAS

Algodão Cru Óleos e ceras naturais Sais de Mg++, Ca++

Lã Crua Gorduras naturais Sais, terra, pó

Regeneradas Cruas Antiestáticos e Matificantes, pó Encimagens

Sintéticas Cruas Antiestáticos e Matificantes, pó Encimagens

Algodão Estampado Tensoativos Corante não fixado Sais de Mg, Ca++

Algodão Tingido Corante não fixado Sais de Mg++, Ca++

Lã Tingida Gorduras naturais Corante não fixado Sais de Mg++, Ca++

Regeneradas Tingidas Corante não fixado Sais de Mg++, Ca++

Sintéticas Tingidas Corante não fixado Sais de Mg++, Ca++

Algodão Acabado Gorduras de ama- Sais de Mg++, Ca++ ciantes, resinas e reatantes

Lã Acabada Gorduras de Sais de Mg++, Ca++ amaciantes

Regeneradas Acabadas Gorduras de ama- Sais de Mg++, Ca++ ciantes, resinas e Catalisadores reatantes

concentração por unidade de área, a área de contacto, o Sintéticas Acabadas Gorduras de ama- Sais de Mg++, Ca++ estado da fibra e a plasticidade da superfície. Como ambas, sólidas e líquidas, entram em contato , os

ciantes, resinas e Catalisadores reatantes superficiais

mesmos parâmetros que regiam no parágrafo anterior, Tecido em entram em operação novamente entre elas. em geral

Como as sujidades oleosas são, por regra geral , viscosas,

Gordura humana, OLLlN restos de comida Sais de Mg++, Ca++ café, chá, etc.

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Tecnologia Acabamento

2. Teoria da Detergência O processo compreende-se melhor ao considerarmos como um fenómeno de sorção: absorção inicial ao mo­lhar o substracto para entrar em contacto com os siste­mas antagónicos, a água do banho de limpeza com o óleo da sujidade, e outro de desorpção final ao solubilizar a sujidade líquida e sólida para removê-Ia do substracto. Por conseguinte, este processo envolve a conversão de uma interface, substracto/óleo, em duas novas interfaces: substracto/água e sujidade/água. Esta última é separá­vel em duas: óleo/água e sólido/água. A remoção da sujidade ou detergência envolve várias etapas segundo as teorias modernas: (I) A humectação das sujidades (II) A extracção das sujidades (a) A sujidade oleosa via:

1) Saponificação ou hidrólise de uma gordura ou cera em um sabão e glicerina

o /I

c'S H31 C -o - CH2

o I /I

c'S

H3l C - o - CH2

+

O /I

c' S

H3l C -O

Gordura insolúvel em água

I - CH

2

3 Na OH

HO-CH2

O I /I

3 C'S

H3l CO Na+ HO -CH2

I

Sabão solúvel Glicerina em água solúvel em

água

2) Emulsificação por meio de tensoativos conforme a teoria de enrolamento.

Emulsionante Água Gordura Substrato

I r r 11 ~

inicial final Que converte a sujidade oleosa em um pequeno glóbulo em suspensão no banho

(3) Solubilização com solventes não polares que com­pensam as forças de coesão internas da sujidade oleosa ou, por outras palavras, que igualam o seu parâmetro de solubilidade para dissolvê-Ias ou inchá-Ias, facilitando a sua emulsificação. (b) A sujidade sólida via dispersão do aglomerado em partículas primárias de menor tamanho "solúveis" no dis­persante ou, melhor dizendo, suspensas nele. (III) A estabilização dos sistemas solubilizantes das suji­dades, emulsões e suspensões, que são somente está­veis em certas condições (sistemas meta-estáveis) para

evitar a sua precipitação fora da solução. Em poucas palavras: A detergência envolve humectação, emulsificação, disper­são e estabilidade de todos estes processos; além disso, requere-se a estabilidade sobre uma ampla gama de con­dições de temperatura, tempo, pH e concentrações. Sem mencionar outras necessidades tácticas como prontidão para alcançar o equilíbrio da reacção (curtos tempos de processos); nenhuma reacção colateral (solubilidade do ar para converter em espuma; interacção com a fibra; interacção com sais calcários, etc.), alta solubilidade dos produtos de reacção (facilidade de enxaguamento). Não esquecer o custo do produto que tem tanta influência na decisão, mas de difícil compreensão.

2.1. Processo de humectação Toda transferência de uma fase para outra só é possível quando existe interface entre ambas; isto é, quando o substracto têxtil é molhado. As forças de coesão que mantêm unidas as moléculas de água impedem que aumentem a sua expansão super­ficial sobre o substracto; o seu rompimento em função do trabalho efectuado para aumentar a sua superfície denomina-se tensão superficial e é uma medida da faci­lidade de humectação. (Ver Tabela 1).

Tensão superficial de alguns líquidos de uso têxtil Líquido

Água Glicol Dimetilftalato Percloroetileno Água + Tensoativo Tricloroetileno Tolueno 1.1.1. Tricloroetano Butanol

Tensão superficial (dinas/cm)

72,3 49,1 42,4 32,0 30,0 29,0 28,0 25,0 24,7

Tabela 1

A água possui uma tensão superficial extremamente alta para a sua estrutura química tão simples: um átomo de oxigénio e dois de hidrogénio; no entanto, o átomo de oxigénio é um forte atraente de electrões e os átomos de hidrogénio fortes doadores de electrões . Este arranjo molecular proporciona-lhes um alto momento dipolar, permitindo-lhe uma alta atracção entre as moléculas de água e consequentemente, uma coesão muito alta. Esta relativa complexidade, por outro lado, permite-lhe adap­tar-se às diferentes peculiaridades dos diferentes solutos, polares e não polares, que ela dissolve por hidratação. Algumas substâncias tenso activas quando agregadas gradualmente à água alteram a sua tensão superficial, alteração que depende da sua estrutura química.

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Dodecil aulfato sódico

------- Nonllfenol polloxietlleno

______ Dloclll sulfosucclnato sódico

Tensão superficial (dinas/cm) 40

20

0,02 0.04 0 ,06

% de tensoativo na solução

Tenaoatlvo Fluarado

0 ,08 0,10

Fig. 2 Tensão superficial de quatro soluções em função de sua concentração

Aqueles tensoactivos que diminuem marcadamente a tensão superficial da água quando usados em pequenas concentrações chamam-se HUMECTANTES. 2.2. Processo de Emulsificação Chama-se emulsão à mistura íntima e metaestável de dois líquidos imiscíveis entre si que se mantêm neste estado pela presença de uma interface formada por um tensoactivo parcialmente solúvel em ambas.

o valor B.H.L. versus a hidrosolubilidade e o uso prático

B.H.L. Comportamento

1 - 4 Não dispersável em água 5 - 6 Pobremente dispersável 7 - 8 Dispersão leitosa sob agitação 9 - 10 Dispersão leitosa estável

11 - 12 Dispersão translúcida 13 < Solução clara

Uso

Emulsão água/óleo Umectante Emulsão óleo/água

Tabela 2

A proporção de hidro e óleo-solubilidade na molécula do tensoactivo denomina-se balanço hidro:lipofílico e abrevia­se B.H.L. (H.L.B. em inglês). Um número adimensional de O a 20 serve de medida correlacionária deste balanço: valo­res inferiores a 10 denotam solubilidade em óleo e superio­res, solubilidade em água. (Ver Tabela 2). O valor B.H.L. dá indicações para a selecção de um emulsionante e os indí­cios para a sua substituição por outro de similar B.H .L.; no entanto, indica-nos a sua eficiência que está associada com a semelhança química entre o emulsionante e o composto gorduroso a emulsionar em água. Por outro lado; os valores de B.H.L. do tensoactivo , a sua constituição química e a constituição química da sujidade oleosa são muito variados e desconhecidos para o utilizador, pelo que só são de utilidade ao conhecer a constituição da sujidade oleosa. 2.3. Processo de Dispersão As partículas sólidas de tamanho muito diminuto dispersa­das em meio líquido designam-se por suspensões. Estas partículas, à medida que aumentam de tamanho, conver­tem-se em aglomerados e estes, ao crescer, em agregados.

m

As dispersões são, também, sistemas termodinamicamente metaestáveis visto que para reduzir a energia livre do siste­ma tende-se a aumentar em tamanho e a precipitar-se fora da solução. Os tensoactivos penetram na estrutura do sólido através dos poros ou microcrateras do cristal , deslocando o ar e substituindo-o por água que gera uma pressão interna que desintegra os agregados e aglomerados. Os tensoactivos aniónicos são absorvidos pelas par­tículas sólidas às quais proporcionam uma carga ne­gativa; esta carga origina uma força de repulsão inter­na que quando é maior que a energia de atracção da sujidade sólida produz a desintegração do aglomera­do ou do agregado e o tensoactivo exibe proprieda­des de DISPERSANTE. 2.4. A estabilidade dos sistemas solubilizados Como mencionamos, as emulsões da sujidade oleosa e as dispersões das sujidades líquidas são sistemas metaestáveis; isto é, sua solubilidade está condicionada a que o meio de operação não sofra grandes alterações porque de contrário precipitam O tensoactivo tem por função formar uma barreira que impeça que os glóbulos de gordura emulsionada ou as partículas sólidas finas dispersadas entrem em contacto, cresçam em tamanho e precipitem por aglomeração, coa­gulação, floculação ou coalescência. A solubilidade desta barreira entre ambos os solutos e o impedimento por repulsão eléctrica ou física entre os glóbulos emulsionados e as partículas sólidas dispersa­das em todas as condições do processo, assegura a re­moção eficiente da sujidade.

3. Os tensoactivos Os compostos capazes de modificar a tensão superficial de um líquido, água no nosso caso , e de compatibilizar dois compostos imiscíveis numa mistura líquida contí­nua chamam-se tensoactivos . Dependendo da carga eléctrica que lhes confere hidrossolubilidade e que le­vam ligadas à cadeia parafínica, classificam-se em: (I) Aniónicos, quando possuem uma carga eléctrica negati­va; categoria que integra uma grande variedade de consti­tuições químicas, todos eles de propriedades detergentes. (II) Catiónicos, quando possuem uma carga eléctrica positiva; categoria que não encontrou aceitação entre os detergentes mas sim entre os amaciadores. (III) Não-iónicos, que não possuem carga eléctrica e sua hidrossolubilidade se deve à presença de grupos de hidroxi­e etoxi- capazes de formar pontes de hidrogénio com a água. Também é uma categoria numerosa que possuem pro­priedade detergentes. (IV) Anfóteros; dependendo do pH do meio comportam­se como aniónicos, catiónicos ou não-iónicos de acordo com a sua constituição química. Comercialmente e industrialmente são quase inexistentes pelas suas pobres propriedades e alto custo .

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Representação Esquemática dos Tensoativos

AniOnico: Palmitato de Potássio

o I

CH - CH - CH - CH - CH - CH - CH - CH - CH - CH - CH - CH - CH - CH - CH - e - o (-) K(+) 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

CatiOnico: Cloreto de trimetilcetil amônio

CH3

I CH - CH - CH - CH - eH - eH - CH - [CH l-eH - eH - CH - CH - eH - o - N(+) - CH CII-)

3 2 2 2 2 2 2 23 2 2 2 2 2 I 3

CH3

Não-iOnico: ISOoctil fenol etoxilado

CIH3 C~3 o CH - C - CH - C --- --- o - (CH - CH - o -) - CH - CH OH

31

1 22 n 2 2

CH3

CH3

Anfóteros: Laurato de dimetilpropilamida sulfobetaina sódico

CH3

o I I

CH 3 - CH2 - CH 2 - CH2 - CH 2 - CH2

- CH2

- CH2

- CH2

- CH2

- ~ - CH2

- CH2

- CH2

- CH2

- ~ - 0 - Na+

Das classes anteriormente mencionadas, só são de im­portância comercial e consequentemente nossa, os tensoactivos aniónicos e os não-iónicos.

Os Carboxilatos: O

1

Fórmula Geral: -------------------------C - 0 (-) Me(+)

O I

C15

H31

- C - 0 (-) Na(+)

Palmitato sódico

Os Tensoactivos Aniônicos Esta classe compreende a maioria dos detergentes sintéti­cos mais populares do mercado. Com excepção dos car­boxilatos, os carboximetilatos e os fosfonatos, os demais

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CH3

O

integrantes devem a sua solubilidade ao radical sulfato. Mais conhecidos pelo seu ancestral nome de sabão , pos­suem propriedades de humectação e emulsificação que são conhecidas desde a época do império egípcio e que foram reconhecidas através dos séculos por outras civi­lizações como Pompéia, e mais tarde por Marselha em França (século XVII). O radical carboxílico, ácido fraco e responsável pela hidros­solubilidade, confere instabilidade frente aos sais de cálcio e magnésio e induz a sua precipitação por falta de solubili­dade. A presença de ácidos mais fortes inibe a sua ionização e separa-os fora da solução como o ácido gordo livre. Por outro lado, a sua presença no final de uma cadeia parafínica de doze a treze átomos de carbono conferem o balanço lipo-hidrofilico apropriado para um bom emulsionante. As suas desvantagens, instabilidade em meio ácido e prec ipitação em presença de sais calcários ,

Jj9

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limita consideravelmente o seu emprego industrial. As óptimas propriedades de detergência alcançam-se ao sulfatar álcoois gordos com doze a dezoito átomos de carbono. A presença do radical sulfónico , um ácido mais forte que o carboxílico , confere-lhe estabilidade em meio ác i­do e relativa tolerância aos iões de cálcio e magnésio mas não lhe dá poderes de dispersão.

Alquil Aril Sulfonatos:

Fórmula Geral :

---------------------------------------·----------·--0 S03(-)

Exemplo: C12 - H2S -------------O ------- S03 - Na+

Sulfonato sódico do dodecil benzeno

Os álcool-sulfatados: Fórmula Geral : ----------------.------------------------- 0 - SO/) Na(+)

Exemplo' CH - (CH) - CH (C H) - CH - O - SO (-) Na(+) . 3 23 2 3 2 3

Sulfato sódico de 2 etil n - hexanol

Esta classe reune a dos tensoactivos de maior produção comercial: o dodecilbenceno sulfonato sódico é o composto de melhores propriedades detergentes neste grupo. Estes compostos possuem propriedades de humectação rápida e características de remolhagem ; dão soluções de copiosa espuma, difíceis de desespumar; possuem baixo poder de emulsificação; e a presença do rad ical sulfónico confere-lhe a estabilidade no meio ác ido e a compatibilidade com água dura, embora careçam de poder de dispersão dos iões de cálcio e magnésio. O seu custo de fabricação é muito económ ico. A estabilidade da ligação C - N - C faz com que as aminas sulfonadas de ácido gordo sejam muito resistentes aos ácidos, álcalis e agentes oxidantes (peróxido de hidrogénio e clorito de sódio), estável na presença de água dura e sais metálicos; altamente solúveis em água sobre a qual for­mam uma espuma muito fina e persistente. Estes produtos possuem excelentes propriedades humectantes, boas pro­priedades emulsionantes e excelentes dispersantes graças à presença do forte radical fosfónico solubil izante A presença do radical fosfón ico altamente ion izável con­fere-lhe estabilidade em meio ácido, alcalino, agentes oxidantes (peróxido de hidrogénio e clorito de sódio) e água dura, além de poderes de dispersão de sais metá­licos e silicato de sódio e boa enxaguabilidade. A presença de fósforo , um nutriente, no radical hidrosolubi­lizante ,faz que sejam os únicos tensoactivos anión icos , compatíveis com enzimas.

m

Aminas e amidas graxas sulfonadas ou sulfatadas:

O I

Fórmula Geral : -------------------- C N - R - SO - Na+ I 1 3

Exemplo : O I

R

C H C - N --CH - CH - SO - Na+ 17 35 I 2 2 3

CH3

Sulfonato sód ico do oleato de metil taurina

Esteres Fosfatados:

0 - Na+ I

Fórmula Geral: -------------------- O - P = O I

O Na+

Exemplo:

0 - Na+ I

C H - O - [CH - CH - O] -- CH - CH - O - P = O 8 17 2 2 n 2 2 I

0 - Na+

Fosfonato sódico do octiletóxilado

Carboximetilatos:

Fórmula Geral :

----- O [- CH2

- CH2

- O -ln CH2 - CH2 - O - CH2 COO Na

Exemplo:

C H - O - (CH - CH - O -) CH - CH - O - CH -COOH Na+ 17 35 2 2 n 2 2 2

Carboximetilato sód ico do oleato etoxilado

Contrariamente aos sabões, os carboximetilatos não são precipitados pelos metais pesados pol ivalentes graças à porção etoxilada da sua molécula. Pela mesma razão e gra­ças ao terminal iónico da sua cadeia, não diminuem as suas propriedades de solubilidade a altas temperaturas como a maiori a dos tensoact ivos não-ión icos . Estes produtos reunem as melhores propriedades dos não-iónicos e as dos carboxilatos ou sabões na mesma molécula.

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Os Tensoativos Não-Iónicos Este tipo de produtos baseiam a sua hidrossolubilidade na formação de ligações de hidrogénio entre o átomo de oxigénio na cadeia etoxilada e o átomo de hidrogénio da

H

'0 ,. H

- - - - - - CH2

água. Esta hidratação é reversível pois ao aquecer a so­lução produz-se uma desidratação pela vibração térmi­ca da cadeia etoxilada.

H

O

H .. O .. H

H - O - H

H

O H - O - H H - '0' . . H:O:H O - H

:0: ............ .......... H

H

Temperatura nHp de Desidratação

.. - - - - - CH - CH - O - CH - CH - O -

2 2 .. 2 2 ••

H

:0:

H

H

:0:

.. H

:0:

H

Mecanismo de hidrosolubilidade de um tensoativo não-iônico

A temperatura a que a desitratação ocorre denomina-se temperatura ou ponto de turvação e é uma medida das suas propriedades hidrófilas e uma base para a identifi­cação do composto. A tolerância entre os electrólitos e a dureza da água é, de maneira geral , boa; os sais de cálcio aumentam a sua solubilidade ao formar complexos com a cadeia , mas os electrólitos diminuem-na por precipitação fora da solução . Entre os integrantes mais ressaltantes desta classe temos :

(I) Esteres Alquil/Aril Poliglicólicos:

Fórmula Geral:

---------------------0---- O - CH - CH - O - CH - CH - OH 2 2 2 2

Exemplo:

~H3 CIH30 CH - C - CH - C -- - O [-CH - CH - 0]- CH - CH - OH

31

21

22 n 22

CH3

CH3

Iso Octil Fenol Etoxilado

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Os produtos desta categoria possuem excelentes pro­priedades emulsionantes e aceitáveis propriedades de­tergentes com moderado poder espumógeno; a estabili­dade do éter aos ácidos e álcalis é extraordinaria e a sua humectação aumenta conforme cresce o comprimento da cadeia etoxilada. Os esteres alquilpoliglicólicos são equivalentes em pro­priedades de humectação e emulsificação aos arílicos.

(II) Condensados de óxido de etileno:

Fórmula:

Possuem excelentes propriedades emulsionantes supe­riores às do sabão e aos tensoactivos aniónicos

(III) Aminas e amidas graxasetoxiladas:

(CH - CH - O -) CH - CH - OH 2 2 n 2 2

Fórmula: ------- N (

(CH - CH - O -) CH - CH - OH 2 2 n .2 2

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Tabela comparativa das propriedades dos tensoativos com propriedades detergentes mais comuns

Radical Propriedades de Estabilidade Solubilidade

Natureza Composição Hidro Espuma

lônica Química Solubilidade Humect. Emulsific. Dispers. Não coai esc. H+ OH- Sal Mq/Ca Frio Quente

Aniónico Carboxilatos -COO - +++ ++

Aniónico Álcoois - O - S03- +++ ++

Sulfatados

Aniónico Alquilaril - S03- +++ +

Sulfonatos

AminaslAminas

Aniónico Gordas - S03- +++ ++

Sulfonadas

Aniónico Esteres - P032 - +++ ++

Fosfatos

Aniónico Carboximetilatos -CH -CH -O-CH -coo +++ ++

Não Esteres

iónico Alquilaril R.CH2-CH

2 -0-CH

2 -CH

2 OH +++ ++

Poliglicólicos

Não Condensado HO-(CH2)-0-(CH

2)n

iónico de óxido -0-(CH2) OH +++ +++

de etileno

Não Aminasl Amidas [(CH2) - O.J - (CH) OH

iónico Gordas -N / "- + ++

Sulfonadas [(CH2) - O.J - (CH

2) OH

Possuem boa estabilidade aos ácidos, álcalis e electró­litos; actuando anfoteramente, cationizam-se em presen­ça de ácidos e comportam-se não-ionicamente em solu­ções alcalinas. Exibem fracas propriedades humectantes, actuando como detergentes e formadores de espuma. Recapitulando as propriedades gerais de cada família de tensoactivos e tabulando obtemos a seguinte informação: Para selecionar o detergente apropriado para o sistema de limpeza problema, ajudar-nos-á conhecer os contami­nantes presentes e a maquinaria à diposição para efectuar a operação. A decisão não é fácil é não o deve ser, pois o técnico muitas vezes desconhece a quantidade e qualidade dos contaminantes no substracto e a proporção e identidade dos componentes no detergente. Isto deu origem ao que se denomina uma "ciência da formulação" baseada na experiência e conhecimento do formulador, que neces­sita de análises periódicas para avaliar o grau de remo­ção dos contaminantes na realidade. Seguem-se três exemplos que são de diária preocupa­ção para e técnico de acabamentos e que ajudarão a

O + O ti ti O ti tItI +

+ ++ ti ti ti ti tItItI tItItI +++

+ ++ tItI ti tItI ti tItI tItI +++

+ ++ tItI tItI tItI tItItI tItItI tItItI +

+++ +++ ti ti ti ti ti tItI ++

O + ti ti ti ti tItI ti ++

O + ti ti ti ti tItI ti ++

O + ti ti ti ti tItI ti +++

O + ti ti ti ti tItI tItI ++

explicar melhor a teoria mencionada. Usualmente e erradamente dá-se mais importância à da etapa de emulsificação por serem as gorduras e ceras os maiores contaminantes; ignorando-se as outras eta­pas de humectação, dispersão e não coalescência, que são de igual importância. Como já mencionamos, as gorduras e ceras podem ser removidas por um ou mais dos seguintes processos: (I) Saponificação com álcali (II) Emulsificação com o tensoactivo apropriado (III) Solubilização com solventes apoiares. Com o propósito de facilitar a remoção destas, é costu­me bastante difundido empregar uma, duas ou as três juntas de acordo com a fibra, a maquinaria e as condi­ções do substracto. Assim , por exemplo , emulsificação com solventes em­prega-se unicamente com a lã por não resistir a trata­mentos alcalinos (n o entanto muitos empregam indevidamente carbonato de sódio e amoníaco) . No al­godão, por ser uma fibra mais resistente, usam-se há anos os processos de saponificação e emulsificação conjun-

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tamente. o processo de solubilização não tem sido utili­zado, porque a maquinaria convencional não era apro­priada para o sistema. As temperaturas empregadas nos autoclaves de fervura volitizam o solvente e, por conse­guinte, perde-se efectividade; no entanto, o sistema que emprega os três processos simultâneos é necessário e eficiente nos seguintes casos: (I) Preparação por enrolamento e repouso em frio duran­te 24 horas. Este sistema permite aumentar a eficiência dos jiggers quando se efectua a fervura, branqueio e tin­gimento nestas máquinas. (II) Fervura de materiais altamente contaminados com óleo mineral de teares ou máquinas circulares. Este é o único sistema que garante a eficiente remoção dos óleos. O sistema e o tensoactivo mais apropriado é um tema tão vasto que não poderia ser tratado numa só disserta­ção pelo que agradecia que me fizessem chegar as vos­sas preocupações para trocar experiências.

Exemplo n2 1 Fervura do Algodão

Maquinaria: Autoclave atmosférico

Contaminantes: Do Quadro nO 1: Óleos e ceras naturais Sais minerais de cálcio e magnésio

Requerimento Emulsionante - dispersante para eliminação: - estável até a ebulição

- estável em soluções ao máx. de 20%

Solubilidade do Água quente e fria abundante produto de eliminação:

Tensoativos Álcool fosfato e Arilpoliglicol selecionados:

Exemplo nº 2

Maquinaria:

Contaminantes:

Requerimentos para eliminação:

Solubilidade do produto de

eliminação:

Tensoativos selecionados:

Exemplo n2 3

Maquinaria:

Contaminantes:

Requerimento:

Solubilidade do produto de eliminação:

Tensoativo selecionado:

ASSOCIAÇÃO

ItJlOUlm - BASF

Lavagem de algodão estampado

Lavadora de 6 caixas

Do Quadro nO 1 : Gomas Sais de Ca2+ e Mg2+

Corantes não fixados

Humectantes para ajudar a inchar - dispersante

Água quente

Álcool fosfatado/álcool sulfatado + dispersante

Lavagem de lã

Barca atmosférica

Do Quadro n2 1: gorduras

Emulsionante estável a pHs neutros e ligeiramente ácidos e de baixa temperatura

Água fria ou tépida

Arilpoliglicol

A VERSATILIDADE NAS NEGOCIAÇÕES ALIADA À QUALIDADE E TECNOLOGIA

DOS PRODUTOS BASF

Q.T. 2/94

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E~amos ____________________ __

A redação da revista Química Têxtil informa que na edição nQ 35/93 ocorreram alguns erros ortográficos referentes à textos e tabelas. Pedimos desculpas aos leitores e abaixo publicamos as devidas retificações.

Página 7 1il. coluna - 3JJ. linha leia-se: adsorção de corantes e não absorção; 6JJ. linha leia-se: adsorção por mecanismo e não absorção; 11il. linha leia-se: foram feitos e não froma feitos; 1lJa linha leia-se: foram descobertos e não forma descobertos; 12il. linha leia-se: trabalhos pioneiros e não trabalhos puoneiros; 17iA linha leia-se: químicos reativos e não quíicos reativos ; 1lJil. a 23JJ. linha texto truncado, leia-se: com os corantes reativos foi esta­belecido um quarto princípio para o tingimento de fibras celulósicas: adsorção do corante conforme o ítem (a) e em seguida reação com a celulose, formando com esta última uma ligação covalente . Da maior ou menor estabilidade desta ligação, depende a solidez dos tingimentos aos tra­tamentos úmidos.

Página 10 2iA coluna - 1il. linha leia-se: mesmo grupo e não nesno grupo;

Página 11 Tabela 11/ nos três últimos segmentos leia-se MCT no lugar de TCPI; no último segmento, a temperatura de tingimento corre­ta é 90° - 98°C e não 80° - 85°C.

Página 12 1iA coluna - Figura 1 leia-se: curva de esgotamento no lugar de curva de esgatamento; ítem 2 - 5 o título correto é: Fatores que afetam o esgotamento; 2iA coluna - 3JJ. e 4L linhas leia-se: Portanto, o que assegura a boa lavabilidade dos corantes reativos é a sua baixa afinidade, quando com­parados com corantes diretos.

Página 13 1il. coluna - item 2.7.4. - 14il. linha leia-se: tingimentos desiguais e ou perdas e não tingimentos desiguais e por perdas.

m

Página 14 1iA coluna - item 5.2. - último parágrafo leia-se : Com os Corantes Drimaren XlXN há maiores chances de se conseguir uma boa igualização devido: - alta substantividade na fase de sal , - boa migração, (§) - boa difusão , - boa reatividade , - alta compatibilidade quando usados em combinações. (§) Corantes reativos de baixa migração causariam: - diferenças de tonalidade de ourela para ourela, - listas e marcas de cordas, manchas - variações de tonalidade dentro/fora em tingimentos em turbo, bobinas cruzadas ou empacotados. Tabela VII leia-se: Azul X-3LR e não Azul X-3LG.

Página 15 Tabelas VIII e IX leia-se: azul X-3LR e não Azul X-3LG; Tabela superior leia-se: Tabela VIII - Migração na fase de sal das tricromias Drimaren X-3L e XN .

Página 16 Figura 4 os corantes ilustrados são:

Amarelo Drimaren X-RN - .- .- .- .- .- Vermelho Drimaren X-6BN - - - - - - - Azul Marinho Drimaren X-GN

Figura 5 os corantes ilustrados são:

Figura 7 denominação correta dos corantes ilustrados:

Página 19 Figuras 8 e 9

Laranja Drimaren X-3LGN Vermelho Drimaren X-6BN Azul Marinho Drimaren X-GN

Laranja Drimaren X-3LGN Vermelho Drimaren X-6BN Azul Marinho Drimaren X-GN

os gráficos estão invertidos. Os ilustrados na fig. 8 refe­rem-se a tricromia XN e os ilustrados na fig . 9 referem-se a tricromia X-3L.

Página 20 Figura 10 leia-se: 5) 3/4 Álcali3 no lugar de 5) 1/4 Álcali3

Página 22 Figura 14 No gráfico CIELAB o eixo vertical correto é o Amarelo­Azul e o eixo horizontal é o verde-vermelho.

Q.T. 2/94

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