TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

21
TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS Pressão Arterial (P.A.) Pulso (P) Temperatura (Tª) Saturação (SpO2) Respiração (Resp)

Transcript of TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

Page 1: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

Pressão Arterial (P.A.)

Pulso (P)

Temperatura (Tª)

Saturação (SpO2)

Respiração (Resp)

Page 2: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

SINAIS VITAIS

Sinais vitais são aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da função

corporal. Dentre os inúmeros sinais que são utilizados na prática diária para o auxílio do

exame clínico, destacam-se pela sua importância e por nós serão abordados: a pressão

arterial, o pulso, a temperatura corpórea e a respiração. Por serem os mesmos relacionados

com a própria existência da vida, recebem o nome de sinais vitais.

PRESSÃO ARTERIAL

A pressão ou tensão arterial é um parâmetro de suma importância na investigação

diagnóstica, sendo obrigatório em toda consulta de qualquer especialidade; relacionando-se

com o coração, traduz o sistema de pressão vigente na árvore arterial. É medida com a

utilização do esfigmomanômetro e do estetoscópio.

OS APARELHOS

ESFIGMOMANÔMETRO - É o instrumento utilizado para a medida da pressão arterial. Foi

idealizado por três cientistas: VonBasch (1880), Riva-Ricci (1896) e Korotkoff (1905). O

tamanho do aparelho depende da circunferência do braço a ser examinado, sendo que a

bolsa inflável do manguito deve ter uma largura que corresponda à 40% da circunferência do

braço, sendo que seu comprimento deve ser de 80%; manguitos muito curtos ou estreitos

podem fornecer leituras falsamente elevadas. O esfigmomanômetro pode ser de coluna de

mercúrio para a medida da pressão, ou aneróide. Existem aparelhos semi-automáticos que

se utilizam do método auscultatório e oscilométrico, com grau de confiabilidade variável,

devido sofrerem com freqüência alterações na calibração.

manômetro

manguito

ESTETOSCÓPIO - Existem vários modelos, porém os principais componentes são: Olivas

auriculares: são pequenas peças cônicas que proporcionam uma

Page 3: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

perfeita adaptação ao meato auditivo, de modo a criar um sistema fechado entre o ouvido e

o aparelho.

Armação metálica: põe em comunicação as peças auriculares com o sistema flexível de

borracha; é provida de mola que permite um perfeito ajuste do aparelho.

Tubos de borracha: possuem diâmetro de 0,3 a 0,5 cm. e comprimento de 25 a 30 cm.

Receptores: existem dois tipos fundamentais: o de campânula de 2,5 cm. que é mais

sensível aos sons de menor freqüência e o diafragma que dispõe de uma membrana semi-

rígida com diâmetro de 3 a 3,5 cm., utilizado para ausculta em geral.

 

FATORES DETERMINANTES DA PRESSÃO ARTERIAL

A pressão arterial é determinada pela relação PA = DC x RP, onde DC é o débito cardíaco e

RP significa resistência periférica, sendo que cada um desses fatores sofre influência de

vários outros.

O débito cardíaco é resultante do volume sistólico (VS) multiplicado pela freqüência cardíaca

(FC), sendo que o volume sistólico é a quantidade de sangue que é expelida do ventrículo

Page 4: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

cardíaco em cada sístole (contração); as variações do débito cardíaco são grandes, sendo

em média de 5 a 6 litros por minuto, podendo chegar a 30 litros por minuto durante um

exercício físico.

A resistência periférica é representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar, sendo este

fator importante na regulação da pressão arterial mínima ou diastólica; ela é dependente das

fibras musculares na camada média dos vasos dos vasos, dos esfíncteres pré-capilares e de

substâncias humorais como a angiotensina e catecolamina.

A distensibilidade é uma característica dos grandes vasos, principalmente da aorta que

possuem grande quantidade de fibras elásticas. Em cada sístole o sangue é impulsionado

para a aorta, acompanhada de uma apreciável energia cinética, que é em parte absorvida

pela parede do vaso, fazendo com que a corrente sanguínea progrida de maneira contínua.

A diminuição da elasticidade da aorta, como ocorre em pessoas idosas, resulta de aumento

da pressão sistólica sem elevação da diastólica.

A volemia interfere de maneira direta e significativa nos níveis da pressão arterial sistólica e

diastólica; com a redução da volemia, que ocorre na desidratação e hemorragias, ocorre

uma diminuição da pressão arterial.

A viscosidade sangüínea também é um fator determinante, porém de menor importância; nas

anemias graves, podemos encontrar níveis mais baixos de pressão arterial, podendo estar

elevados na poliglobulia.

TÉCNICA - Após a lavagem das mãos, reunir todo o material e dirigir-se à unidade do

paciente, orientando-o para o procedimento. O mesmo deve estar em repouso por pelo

menos cinco minutos, em abstenção de fumo ou cafeína nos últimos 30 minutos; o braço

selecionado deve estar livre de vestimentas, relaxado e mantido ao nível do coração

(aproximadamente no quarto espaço inter-costal); quando o paciente está sentado, coloca-

se o braço por sobre uma mesa; a pressão arterial poderá estar falsamente elevada caso a

artéria braquial fique abaixo do nível do coração.

O pulso braquial deve ser palpado para o diagnóstico de sua integridade A bolsa

inflável deve ser centralizada por sobre a artéria braquial, sendo que a margem inferior do

manguito deve permanecer 2,5 cm. acima da prega anti-cubital; prende-se o manguito e

posiciona-se o braço de modo que fique levemente fletido.

Page 5: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

 

Método palpatório: insufla-se o manguito, fechando-se a válvula e apertando-se a

“pera” rapidamente até o desaparecimentodo pulso radial, verifica-se o valor e acrescenta-se

30 mmHg. Após, desinsufla-se lenta e completamente o manguito até o aparecimento do

pulso, o que é considerado a pressão arterial máxima. Desinsufla-se a seguir o manguito

rapidamente. O método palpatório só permite a verificação da pressão arterial máxima.

Método auscultatório: coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente por sobre a

artéria braquial; insufla-se o manguito suavemente até o nível previamente determinado (30

mmHg acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e em seguida

desinsufla-se lentamente, à uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo. Verifica-se o nível

no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que corresponde à pressão arterial

máxima. Continua-se baixando a pressão até o abafamento das bulhas e a seguir o

desaparecimento completo dos ruídos de Korotkoff, o que corresponde à pressão arterial

mínima. Em algumas pessoas, o ponto de abafamento e o de desaparecimento ficam muito

afastados, e em raras situações chegam a não desaparecer. A diferença entre a pressão

arterial máxima e mínima é chamada de pressão de pulso. Durante a ausculta dos ruídos (de

Korotkoff), pode existir uma ausência temporária dos mesmos, sendo este fenômeno

chamado de hiato auscultatório, comum em hipertensos graves a em patologias da vávula

aórtica.

Notas complementares

Page 6: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

variações na posição e na pressão do receptor do estetoscópio interferem com o resultado

dos níveis tencionais.

a pressão arterial deve ser medida em ambos os braços.

as diferenças de pressão acima de 10 mmHg sugerem obstrução ou compressão arterial do

lado de menor pressão

evitar a congestão das veias do braço, pois dificulta a ausculta

a roupa da paciente não deve fazer constrição no braço

a presença de arritmias importantes interfere na medida da PA

a medida da PA deve ser sempre medida em condições basais.

a PA pode ser medida nas coxas, porém com manguitos especiais e com o estetoscópio

localizado no oco poplíteo

em pacientes obesos, a maior circunferência do braço determina níveis pressóricos

falsamente elevados, sendo conveniente nesses casos a mediada da PA no ante-braço, com

o estetoscópio sobre a artéria radial.

em crianças, na determinação da PA diastólica, leva-se em conta a diminuição dos ruídos de

Korotkoff, já que o desaparecimento pode não ocorrer.

VALORES NORMAIS DA PRESSÃO ARTERIAL - Os valores máximos estabelecidos pelo

Consenso Brasileiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia par indivíduos acima de 18 anos

é de 140/90 mmHg. A pressão arterial sistólica como a diastólica podem estar alteradas

isolada ou conjuntamente.

VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS

Idade - em crianças é nitidamente mais baixos do que em adultos

Sexo - na mulher é pouco mais baixa do que no homem, porém na

prática adotam-se os mesmos valores

Raça - as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez se deva à

condições culturais e de alimentação.

Sono - durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de 10% tanto na

sistólica como na diastólica

Page 7: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

Emoções - há uma elevação principalmente da sistólica

Exercício físico - provoca intensa elevação da PA, devido ao aumento do

débito cardíaco, existindo curvas normais da elevação da PA durante o

esforço físico. (testes ergométricos).

Alimentação - após as refeições, há discreta elevação, porém sem

significado prático.

Mudança de posição - a resposta normal quando uma pessoa fica em pé ou sai da posição

de decúbito, inclui uma queda da PA sistólica de até 15 mmHg e uma leve queda ou

aumento da diastólica de 5 a 10 mmHg. Pode ocorrer hipotensão postural (ortostática), que

se acompanha de tontura ou síncope; as três causas mais comuns da hipotensão ortostática:

depleção do volume intra-vascular, mecanismos vaso-constrictores inadequados e efeito

autônomo insuficiente sobre a constrição vascular.

PULSO

A palpação do pulso é um dos procedimentos clínicos mais antigos da prática médica, e

representa também um gesto simbólico, pois é um dos primeiros contato físico entre o

médico e o paciente.

FISIOLOGIA - Com a contração do ventrículo esquerdo há uma ejeção de um volume de

sangue na aorta, e dali, para a árvore arterial, sendo que uma onda de pressão desloca-se

rapidamente pelo sistema arterial, onde pode ser percebida como pulso arterial. Portanto o

pulso é a contração e expansão alternada de uma artéria

LOCAIS - As artérias em que com freqüência são verificados os pulsos: artéria radial,

carótidas, braquial, femurais, pediosas, temporal, poplítea e tibial posterior. Nessas artérias

pode ser avaliado: o estado da parede arterial, a freqüência, o ritmo, a amplitude, a tensão e

a comparação com a artéria contra-lateral.

PROCEDIMENTO

Lavar as mãos

Page 8: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

Orientar o paciente quanto ao procedimento

Colocar o paciente em posição confortável, sentado ou deitado, porém sempre com o braço

apoiado

Realizar o procedimento de acordo com a técnica descrita abaixo

Contar durante 1 minuto inteiro

Lavar as mãos

Anotar no prontuário

TÉCNICA - Pulso radial: a artéria radial encontra-se entre a apófise estilóide do rádio e o

tendão dos flexores, sendo que para palpá-los emprega-se os dedos indicador e médio, com

o polegar fixado no dorso do punho do paciente, sendo que o examinador usa a mão direita

para examinar o pulso esquerdo e vice versa.

Pulso carotídeo: as pulsações da carótida são visíveis e palpáveis medialmente aos

músculos esternocleidomastoideos. Para sua palpação, devemos colocar o polegar

esquerdo (ou o indicador e dedo médio) sobre a carótida direita e vice-versa, no terço inferior

do pescoço, adjacente à margem medial do músculo esternocleiomastoideo bem relaxado,

aproximadamente ao nível da cartilagem cricóide.

Pulso braquial: colocar a mão oposta por debaixo do cotovelo do paciente e utilizar o polegar

para palpar a artéria braquial imediatamente medial ao tendão do músculo bíceps, sendo

que o braço do paciente deve repousar com o cotovelo esticado e as palmas da mão para

cima.

Page 9: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

   

 

CARACTERÍSTICAS DO PULSO

PAREDE ARTERIAL - A parede do vaso não deve apresentar tortuosidades, sendo

facilmente depressível; na aterosclerose, ocorre deposição de sais de cálcio na parede dos

vasos, sendo que à palpação notamos o mesmo endurecido, irregular, tortuoso, recebendo o

nome de traquéia de passarinho.

FREQÜÊNCIA - A contagem deve ser sempre feita por um período de 1 minuto, sendo que a

freqüência varia com a idade e diversas condições físicas. Na primeira infância varia de 120

a 130 bat/min.; na segunda infância de 80 a 100 e no adulto é considerada normal de 60 a

100 batimentos por minuto, sendo que acima do valor normal, temos a taquisfigmia e abaixo

bradisfigmia. Na prática diária, erroneamente usamos os termos respectivamente de

taquicardia e bradicardia, pois nem sempre o número de pulsações periféricas corresponde

aos batimentos cardíacos. Está aumentada em situações fisiológicas como exercício,

emoção, gravidez, ou em situações patológicas como estados febris, hipertiroidismo,

hipovolemia entre muitos outros. A bradisfigmia pode ser normal em atletas.

RITMO - É dado pela seqüência das pulsações, sendo que quando ocorrem a intervalos

iguais, chamamos de ritmo regular, sendo que se os intervalos são ora mais longos ora mais

curtos, o ritmo é irregular. A arritmia traduz alteração do ritmo cardíaco.

Page 10: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

AMPLITUDE OU MAGNITUDE - É avaliada pela sensação captada em cada pulsação e

está diretamente relacionada com o grau de enchimento da artéria na sístole e esvaziamento

na diástole.

TENSÃO OU DUREZA - É avaliada pela compressão progressiva da artéria, sendo que se

for pequena a pressão necessária para interromper as pulsações, caracteriza-se um pulso

mole. No pulso duro a pressão exercida para desaparecimento do pulso é grande e pode

indicar hipertensão arterial.

COMPARAÇÃO COM ARTÉRIA HOMÓLOGA - É sempre obrigatório o exame de pulso da

artéria contra-lateral, pois a desigualdade dos pulsos podem identificar lesões anatômicas.

TEMPERATURA

Sabemos ser quase constante, a temperatura no interior do corpo, com uma mínima

variação, ao redor de 0,6 graus centígrados, mesmo quando expostos à grandes diferenças

de temperatura externa, graças à um complexo sistema chamado termorregulador. Já a

temperatura no exterior varia de acordo com condições ambientais. A mesma é medida

através do termômetro clínico.

TERMÔMETRO CLÍNICO - Idealizado por Santório, entre os anos 1561 e 1636, é

considerado o ponto de partida da utilização de aparelhos simples que permitem obter dados

de valor para a complementação do exame clínico.

CONTROLE DA TEMPERATURA CORPORAL - O calor produzido no interior do organismo

chega à superfície corporal através dos vasos sangüíneos e se difundem através do plexo

sub-cutâneo, que representa até 30% do total do débito cardíaco. O grau de aporte de

sangue pela pele é controlado pela constricção ou relaxamento das artérias, sendo que ao

Page 11: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

chegar na superfície, o calor é transferido do sangue para o meio externo, através de:

irradiação, condução e evaporação.

Para que ocorra a irradiação, basta que a temperatura do corpo esteja acima do meio

ambiente. A condução ocorre quando há contato com outra superfície, sendo que existe

troca de calor até que as temperaturas se igualem. Já o mecanismo pelo qual o corpo troca

temperatura com o ar circulante chama-se convecção.

A temperatura é quase que totalmente controlada por mecanismos centrais de

retroalimentação que operam através de um centro regulador situado no hipotálamo, mais

precisamente através de neurônios localizados na área pré-óptica do hipotálamo, sendo que

este centro recebe o nome de centro termo regulador.

Quando há elevação da temperatura, inicia-se uma eliminação do calor, através do estímulo

das glândulas sudoríparas e pela vasodilatação; com a sudorese há uma perda importante

de calor, sendo que quando ocorre o inverso, ou seja o resfriamento do organismo, são

iniciados mecanismos para a manutenção da temperatura, através da constricção dos vasos

cutâneos e diminuição da perda por condução, convecção e transpiração.

LOCAIS DE VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA - Os locais onde habitualmente são

medidas as temperatura do corpo são: axila, boca, reto e mais raramente a prega inguinal,

sendo que além do valor absoluto, as diferenças de temperatura nas diferentes regiões do

corpo, possuem valor propedêutico, por exemplo, a temperatura retal maior que a axilar em

valores acima de 1 grau, pode ser indicativo de processo inflamatório intra-abdominal.

Na medida oral, o termômetro deverá ser colocado sob a língua, posicionando-o no canto do

lábio; a verificação da temperatura oral é contra-indicada em crianças, idosos, pacientes

graves, inconscientes, psiquiátricos, portadores de alterações orofaríngeas, após fumar e

após ingestão de alimentos quentes ou gelados.

Na temperatura retal, o termômetro deverá possuir bulbo arredondado e ser de maior calibre,

sendo contra-indicações para a verificação do método pacientes com cirurgias recente no

reto ou períneo ou portadores de processos inflamatórios neste local. É considerada a

temperatura mais precisa.

MATERIAL - bandeja, termômetro, algodão, álcool e sacos para algodão seco e úmido.

Page 12: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

PROCEDIMENTO

Lavar as mãos

Orientar o paciente quanto ao procedimento

Reunir o material e levar à unidade do paciente

Deixar o paciente deitado ou recostado confortavelmente

Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool

Enxugar a axila se for o caso, com as próprias vestimentas do paciente

Descer a coluna de mercúrio até o ponto mais baixo, segurando o

termômetro firmemente e sacudindo-o com cuidado

Colocar o termômetro na axila, se for o caso, mantendo-o com o braço

bem encostado ao tórax

Retirar o termômetro após 5 a 7 minutos

Ler a temperatura na escala

Limpar com algodão embebido em álcool

Lavar as mãos

Anotar no prontuário da paciente

VALORES NORMAIS DA TEMPERATURA - Como dito anteriormente, os locais habituais

da medida da temperatura corpórea são: a axila, a boca e o ânus, sendo que existem

diferenças fisiológicas entre os locais:

Axilar - 35,5 a 37,0 0C

Bucal - 36,0 a 37,4 0C

Page 13: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

Retal - 36,0 a 37,5 0C

A elevação da temperatura acima dos níveis normais recebe o nome de hipertermia e abaixo

de hipotermia.

FEBRE - Nada mais é do que a elevação da temperatura acima da normalidade, causada

por alterações do centro termo regulador ou por substâncias que interferem com o mesmo.

Muitas proteínas ou produtos como as toxinas de bactérias causam elevação da temperatura

e são chamadas de substâncias pirogênicas, sendo portanto que a elevação da temperatura

ou seja a febre pode ocorrer por infecções, lesões teciduais processos inflamatórios e

neoplasias entre as mais importantes.

A febre é apenas a elevação da temperatura, ou seja, um sinal porém a grande maioria das

pessoas se ressentem desta elevação apresentando outros sinais e sintomas como: astenia,

inapetência, cefaléia, taquicardia, taquipnéia, taquisfigmia, oligúria, dor pelo corpo, calafrios,

sudorese, nauseas, vômitos, delírio, confusão mental e até convulsões, principalmente em

recém-nascidos e crianças. Ao conjunto desses sinais e sintomas, acompanhado da

elevação da temperatura damos o nome de síndrome febril. São raras as pessoas que

apresentam febre na ausência de qualquer outro sinal ou sintoma.

SEMIOLOGIA DA FEBRE - As seguintes características da febre devem ser avaliadas:

início, intensidade, duração, modo de evolução e término.

INÍCIO - Pode ser súbito, onde percebe-se a elevação brusca da temperatura, sendo que

neste caso com freqüência acompanha-se de sinais e sintomas da síndrome febril, ou pode

ocorrer de maneira gradual, em que as vezes nem é percebida pelo paciente.

INTENSIDADE - A classificação obedece a temperatura axilar, devendo sempre lembrar que

a intensidade também depende da capacidade de reação do organismo, sendo que

pacientes extremamente debilitados e idosos podem não responder diante de um processo

infeccioso. A intensidade e é assim caracterizada:

febre leve ou febrícula - até 37,5 graus

febre moderada - de 37,5 até 38,5 graus

febre alta ou elevada - acima de 38,5 graus

Page 14: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

DURAÇÃO - É uma característica importante, podendo interferir na conduta médica. É dita

prolongada quando a duração é maior do que 10 dias, sendo que existem doenças próprias

que são responsáveis por esta duração, como a tuberculose, septcemia, endocardite,

linfomas entre outras.

MODO DE EVOLUÇÃO - Este dado poderá ser avalizado pela informação do paciente,

porém principalmente pela análise diária da temperatura, sendo a mesma registrada em

gráficos próprios chamados de gráficos ou quadro térmico, sendo que a anotação pode ser

feita no mínimo duas vezes por dia, ou de acordo com a orientação médica.

Febre contínua - aquela que sempre permanece acima do normal, com variações de até 1

grau; exemplo freqüente é a febre da pneumonia

Febre remitente - há hipertermia diária, sendo que as variações são acima de 1 grau; são

exemplos a febre dos abcesso, septicemias

Febre intermitente - neste caso, a hipertermia é interrompida por períodos de temperatura

normal, que pode ser de alguma medida no mesmo dia, ou um ou mais dias com

temperatura normal; é característica da malária.

Febre recorrente ou ondulante - caracteriza-se por períodos de temperatura normal que dura

dias, seguido de elevações variáveis da temperatura; são encontradas por exemplo nos

portadores de neoplasias malignas.

Término - é dito em crise, quando a febre desaparece subitamente, com freqüência nesses

casos acompanhado de sudorese profusa e prostação. Em lise quando a hipertermia

desaparece lentamente.

 

Page 15: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

Normal Contínua

 

Remitente Intermitente

 

RESPIRAÇÃO

A respiração é a troca de gases dos pulmões com o meio exterior, que tem como objetivo a

absorção do oxigênio e eliminação do gás carbônico.

FREQÜÊNCIA - crianças - 30 a 40 movimentos respiratórios/minuto

adulto - 14 a 20 movimentos respiratórios/minuto

ALTERAÇÕES DA RESPIRAÇÃO

Dispnénia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças

pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa.

Ortopnéia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição

ereta.

Taquipnéia : respiração rápida, acima dos valores da normalidade, freqüentemente pouco

profunda.

Bradipnéia : respiração lenta, abaixo da normalidade.

Page 16: TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

Apnéia: ausência da respiração

MATERIAL

Relógio com ponteiro de segundos

Papel e caneta para anotações

TÉCNICA

Lavar as mãos

Orientar o paciente quanto ao exame

Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados os movimentos

Contagem pelo período de 1 minuto

Lavar as mãos no término

Anotar no prontuário