TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
-
Upload
renanklein -
Category
Documents
-
view
217 -
download
0
Transcript of TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
1/68
RODRIGO NUNES DOS SANTOS
TRATAMENTO DE SUPERFÍCIES METÁLICASDE TANQUES DE ESTOCAGEM
Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito doCurso de Engenharia Civil comênfase na Área Ambiental.
SÃO PAULO2003
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
2/68
RODRIGO NUNES DOS SANTOS
TRATAMENTO DE SUPERFÍCIES METÁLICASDE TANQUES DE ESTOCAGEM
Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito doCurso de Engenharia Civil comênfase na Área Ambiental.
Orientador:
Profa. (Dra.) ADIR JANETEGODOY DOS SANTOS.
SÃO PAULO2003
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
3/68
AGRADECIMENTOS
Agradeço as pessoas que me ajudaram a concluir este trabalho, e que
fizeram com que eu pudesse alcançar o meu objetivo.
Agradeço em especial a Deus e as pessoa que depositaram confiança,
minha esposa e meus pais; além de poder contar com a cordialidade das
empresas Jocar Engenharia e Sumaré Tintas.
Portanto, agradeço a todos os envolvidos e aos professores da Universidade
Anhembi Morumbi, e à coordenadora do trabalho pelas críticas, sugestões e
correções construtivas, realizadas neste trabalho.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
4/68
i
SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................... III
ABSTRACT...................................................................................................IV
LISTA DE FIGURAS......................................................................................V
LISTA DE FOTOGRAFIAS ...........................................................................VI
LISTA DE TABELAS ...................................................................................VII
1 INTRODUÇÃO........................................................................................1
2 OBJETIVOS............................................................................................3
2.1 Objetivo Geral........................................................................................... 3
2.2 Objetivo Específico ................................................................................. 3
3 METODOLOGIA DO TRABALHO..........................................................4
4 JUSTIFICATIVA......................................................................................5
5 MÉTODOS DE TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE..................................6
5.1 Ensaio cíclico. .......................................................................................... 6
5.2 Decapagem Química ............................................................................... 8
5.3 Jateamento de ar e areia ...................................................................... 11
5.3.1 Areia .................................................................................................. 12
5.3.2 Granalha ........................................................................................... 15
5.3.3 Sinterball ........................................................................................... 16
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
5/68
ii
5.3.4 Jateamento com água e areia ........................................................ 17
5.3.5 Hidrojateamento ............................................................................... 20
5.4 Camadas de proteção anticorrosiva.................................................. 21
6 ESTUDO DE CASO..............................................................................22
6.1 Análise do caso...................................................................................... 22
6.2 Roteiro de Inspeção Externa (Tanque em Operação)/Norma N-
2318/Mai2003...................................................................................................... 22
6.3 Resultado da Inspeção tratamento Externo..................................... 26
6.4 Resultado de Inspeção Tratamento Interno..................................... 28
7 ANÁLISE...............................................................................................30
8 CONCLUSÕES.....................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................32
ANEXO 1 - MANUAL DE INSPEÇÃO DE TANQUES DA PETROBRÁS ...34
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
6/68
iii
RESUMO
O tratamento de superfície metálica é um assunto abrangente por tratar de
diversos tipos de materiais, com acabamentos diferenciados.
Para que se opte pelo melhor forma de prevenção a corrosão é necessário
ter conhecimento sobre os mais diferentes métodos e suas aplicações, como
o químico, o físico e o biológico, e especialmente ter uma visão ambiental e
verificar-se os impactos que podem ser causados por ele. Os mais diferentes
ramos utilizam-se dos métodos de tratamento para a manutenção de seus
produtos e equipamentos, como as indústrias, obras, estaleiros, entre outros,
sob a responsabilidade de preservar a característica original dosequipamentos e peças, para que, com a recuperação dos materiais, exista a
redução de custos nos investimentos.
Este trabalho apresenta um levantamento bibliográfico sobre o tratamento de
superfície, considerado por análises laboratoriais e estudos comparativos de
desempenho, adotando as normas existentes e obtendo assim um método
ideal a ser aplicado.
Através do estudo de caso é caracterizado o tratamento de superfíciemetálica de tanques de estocagem em Itajaí – Santa Catarina , com
aplicações de técnica de prevenção e correção, adotando o jateamento com
granalha de aço como técnica de limpeza e em seguida a aplicações de
barreiras físicas de tintas epóxi bicomponentes, sendo necessário a
periodicidade da manutenção, devido aos desgastes da estrutura, através
da reação eletroquímica resultando a na reação de oxi-redução que dá
origem à corrosão. A viabilização e o conhecimento de cada processo, implica no meio em que
será ser utilizado, o que está relacionado em grande parte com os padrões
de desempenho, resultando em geral ganho de tempo e otimização dos
recursos e investimentos.
Palavras – Chave: tratamento, superfície, metálica.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
7/68
iv
ABSTRACT
The metallic pre-tratment of surface is an including subject for dealing with
diverse types of products with differentiated finishings. So that if it opts to the
best form of prevention the corrosion is necessary to have knowledge on the
most different methods and its applications as chemistry, the physicist and
the biological one, and especially to have an ambient vision and to verify the
impacts that can be caused by it.
The most different branches use of the methods of treatment for the
maintenance of its products and equipment, as the industries, workmanships,
shipyards, among others, under the responsibility to preserve the severalcharacteristic of the equipment and parts, so that with the recovery of the
products the reduction of costs in the investments exists.
This work presents a bibliographical survey on the treatment of surface,
considered for laborious analyses and comparative studies of performance,
adopting the existing norms and thus getting an ideal method to be applied.
Through the case study is characterized the treatment of metallic surface of
tanks of stockage in Itajaí - Santa Catarina, with applications of technique ofprevention and correction, adopting the blasting with granalha of steel as
cleanness technique and after that the applications of physical barriers with
the application of bicomponent inks epóxi, being necessary the regularity of
the maintenance, which had to the consumings of the structure through the
electrochemical reaction resulting in the oxi-reduction reaction that if of the
origin the corrosion.
The viable and the knowledge of each process, imply in the way where it willgo to be used, what it is related to a large extent with the performance
standards, having resulted in general profit of time and otimização of the
resources and investments.
Key - Word: pre-treament, surface, metalic.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
8/68
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 5.1: Percentual de quebra da areia após jateamento........................13
Figura 5.2: Perfil obtido com cada formato de granalha...............................15
Figura 5.3: Equipamento completo de jateamento abrasivo.........................16
Figura 5.4: Equipamento Wet Blast..............................................................19
Figura 5.5: Funcionamento do bico Wet.......................................................19
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
9/68
vi
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Foto 5.1: Jateamento de uma estrutura metálica com o abrasivo “areia”.... 14
Foto 5.2: Jateamento de um navio petroleiro com o método de
hidrojateamento.....................................................................................20
Foto 5.3: Jateamento de um tanque da Petrobrás ...................................... 21
Foto 6.1: Jateamento externo dos tanques da Base de Distribuição de Itajaí
(SC).......................................................................................................27
Foto 6.2: Tanques já restituído da Base de Distribuição de Itajaí (SC). ...... 29
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
10/68
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1: Normas para ensaios de corrosão atmosférica ...........................7
Tabela 5.2: Normas SIS 055900 ....................................................................8
Tabela 5.3: Reações químicas no tratamento de ferro oxidado ................... 10
Tabela 6.1: Intervalo de inspeção de acordo com o produto armazenado...26
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
11/68
1
1 INTRODUÇÃO
O tratamento de superfícies metálicas em tanques de estocagem se iniciacom métodos utilizados para a eliminação da corrosão, isto é o desgaste
decorrente da modificação química ou estrutural de um material, provocado
pela ação química ou eletroquímica espontânea de agentes do meio
ambiente.
Sob o ponto de vista eletroquímico, deve-se considerar os potenciais
padrões de redução (Eº Red) dos materiais. Quando os valores de Eº redsão diferentes, ocorre a perda de elétrons, espontaneamente, do material de
menor Eº red, para o material de maior Eº red.
Esta transferência de elétrons ocasiona um desgaste que transforma a
estrutura coesa, dura e resistente do aço em ferrugem, que é um material
friável, com pouca coesão de suas partículas, que pode ser desagregado e
lavado pelas águas das chuvas.
A formação de ferrugem ocorre pela reação do oxigênio do ar atmosférico
com o aço (liga contendo principalmente ferro e carbono, este último em
teores de 0,008 % a 2,000 %, e elementos de liga em pequenas proporções,
como silício, manganês, alumínio, cobre, nióbio, cromo, níquel, vanádio,
etc.). A modificação química referida é a transformação do metal em seu
óxido respectivo. Basta deixar o aço exposto ao intemperismo sem proteção,
ou seja, sujeito à ação do sol e da chuva, que ele enferrujará
espontaneamente.
Com o passar do tempo foram desenvolvidas técnicas que a cada dia se
aprimoram. Técnicas que implicam na remoção da camada oxidada,
desincrustação da superfície, com métodos mais eficazes. Há dez anos
aproximadamente este processo era realizado através de lixamentos e
aplicações de produtos químicos ultrapassados, o que fazia com que este
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
12/68
2
tratamento levasse um bom tempo para a obtenção do resultado final,
implicando numa relação indesejada custo – benefício.
Os métodos existentes são definidos em função do serviço a ser realizado e
das condições mais favoráveis. Na construção civil estes métodos são
aplicados em fachadas de pedra, limpeza em alvenaria, recuperações de
vigas metálicas estruturais, artesanatos em madeiras e vidros, além do
acabamento final de uma obra, em plataformas de estação de petróleo,
como as da Petrobrás, na manutenção e conservação de tanques, navios
petroleiros e óleodutos.
Este trabalho aborda o levantamento bibliográfico dos métodos aplicáveis ao
tratamento de superfície metálicas, de tanques empregados na estocagem
de combustíveis orgânicos. Este levantamento inclui também a discussão
das normas de inspeção.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
13/68
3
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
A pesquisa bibliográfica sobre tratamento de superfícies metálicas de
tanques de estocagem tem como objetivo principal contribuir para a
divulgação dos meios utilizados para este fim e exigências a serem
cumpridas para o melhor aproveitamento dos serviços, principalmente na
área da construção civil. Fazer um estudo de caso demonstrando a eficácia
de um determinado processo como o tratamento mais adequado o qualempregou o jateamento dos tanques com granalha de aço e a aplicação de
tintas epóxi.
2.2 Objetivo Específico
Verificar e discutir porquê o processo de tratamento de superfície metálica,com o pré-tratamento e limpeza por técnicas de jateamento a seco com
granalha de aço, seguida da aplicação de barreiras físicas com pintura a
base de tintas epóxi bicomponentes, respeitando todos os critérios das
normas brasileiras e internacionais de segurança e manutenção da
Petrobrás, mostrou-se eficaz na manutenção dos tanques de estocagem de
combustível em Itajaí/SC.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
14/68
4
3 METODOLOGIA DO TRABALHO
O desenvolvimento deste trabalho baseia-se em levantamentosbibliográficos que abrangem o assunto. Foram pesquisadas normas técnicas
regulamentadoras, seminário, revistas técnicas, pagina da internet com
dados de referências com produtos específicos, tais como os que se
relacionam o uso de abrasivos para jateamento, que apresentam
características físicas e químicas além das informações técnicas sob a sua
fabricação e aplicação (ABTS, 2002; Petrobrás, 2003; SIS, 1967; Maciel,
2002).
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
15/68
5
4 JUSTIFICATIVA
Considerando que a corrosão é uma reação espontânea de oxi-redução, énecessário buscar o melhor método a ser utilizado no tratamento de
superfícies metálicas, pois a manutenção relacionada à corrosão resulta em
custos altos onde e gasto cerca de R$ 120.000,00, no Brasil, conforme
dados da ABST. As obras civis dependem dos interesses governamentais,
políticos, sociais e ambientais. O seu planejamento, projeto, construção e
manutenção devem seguir as exigências legais e normas vigentes. As
condições de execução e uso, bem como os materiais em pregados, podemfacilitar a corrosão em determinados empreendimentos. O método mais
barato de mitigar a corrosão e a aplicação de barreiras físicas, como a
pintura, porem é necessário o pré-tratamento adequado da superfície a ser
pintada, com a eliminação da camada de óxidos, empregando métodos
abrasivos que aumentem a rugosidade superficial.
Considerando todos os fatores acima e o custo elevado da maioria destes
processos é necessário que se faça um planejamento das fases demanutenção, para mitigação da corrosão por tratamento de superfície e
assim, assumir uma visão estratégica e mercadológica para a escolha da
técnica abrasiva mais adequada e do tipo de tinta que possa impedir ou
diminuir a exposição da estrutura ao intemperismo.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
16/68
6
5 MÉTODOS DE TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE
5.1 Ensaio cíclico.
Este ensaio resultou de trabalhos realizados por diversos institutos
internacionais, como o J. A. Capp (1914), com o objetivo de desenvolver
ensaios cíclicos que propiciem uma avaliação realística dos sistemas de
proteção contra a corrosão antes da execução da obra, e após a obra, com o
seu monitoramento, para as manutenções eventuais. Maciel (2003) ressaltaque o ensaio cíclico é a preparação necessária para á obtenção de
resultados mais confiáveis nos ensaios que simulam a corrosão.
As normas nesta área são ensaiadas no Brasil quase exclusivamente pelos
tradicionais métodos de névoa salina. O método mais adotado mundialmente
para o ensaio cíclico é o método de névoa salina que foi introduzido por J. A.
Capp (USA) em 1914, e em 1939 o método se tornou-se mundialmente
conhecido como ASTM B 117 (“neutral salt spray”).O ensaio de névoa salina simula um clima marinho úmido e salino, onde o
produto será submetido durante a sua utilização a diversos fatores que
influenciam a corrosão: temperatura (ciclagem térmica), umidade (saturada e
não – saturada), secagem, repouso, radiações UV, sais presentes em
suspensão, poeiras e impacto de pedras. O acompanhamento das
alterações resultantes da ocorrência da corrosão através do tempo
possibilitou que diversas normas combinassem alguns fatores surgindo
resultados mais realistas.
A norma ISO 9227 congrega detalhadamente todos os requisitos e
procedimentos para o ensaio de névoas salina neutra, acética ou cupro-
acética. Esta norma é o resultado de um acordo entre diversas entidades
internacionais de normatizações e obtém o mesmo nível de “status” da
norma ASTM B 117, sendo obrigatória à utilização de equipamentos e
procedimentos que atendam a todos os requisitos da mesma.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
17/68
7
As normas mais utilizadas nos ensaios que simulam a corrosão provocada
pelas condições atmosféricas são mostradas na tabela 5.1.
Tabela 5.1: Normas para ensaios de corrosão atmosférica
Fonte: Revista Tratamento de Superfície, Edição nº 115.
Névoa Salina Umidade Clima Industrial
ABNT NBR 8094 ABNT NBR 8095 ABNTNBR 8096
ABNT NBR 8823 - -ABNT NBR 8824 - -
ASTM B 117 ASTM D 2247 ASTM G 87
ASTM B 287 ASTM D 1735 -
ASTM B 368 - -
DIN 50021 DIN 50017 DIN 50018
JIS Z 2371 - -
BSI 7479 - -AFNOR A05 101 - -
Muitas empresas desenvolveram ensaios para atender suas necessidades
específicas. Devido à importância dessas empresas, muitos destes ensaios
se propagaram na indústria automobilística como, a General Motors e
empresas petrolíferas, como a Petrobrás, que criaram assim suas própriasnormas, baseadas em normas pré-existentes.
Dentre as normas de preparação de superfície, a mais usada no Brasil é a
Sueca Swedish Standard Institution (SIS 055900), de 1967. Na tabela 5.2.
são apresentados os graus de oxidação definidos na norma SIS 0559000:
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
18/68
8
Tabela 5.2: Normas SIS 055900
Fonte: Revista Tratamento de Superfície, Edição nº 115.
Grau de
OxidaçãoComentários
GRAU ASuperfície de aço completamente coberta pela carepa1 de laminação,
intacta e aderente.
GRAU BSuperfície de aço com principio de corrosão, cuja carepa tenha
começado a desagregar-se.
GRAU CSuperfície de aço, cuja carepa tenha sido removida pela corrosão ou
possa ser removida com pequenos alvéolos.
GRAU DSuperfície de aço, cuja carepa tenha sido removida pela corrosão,
apresentando como são alvéolos de serena intensidade.
É importante salientar que, os ensaios aceleradores de corrosão, tais como
os ensaios cíclicos e os seus respectivos equipamentos, não originam
resultados absolutos sempre é possível observar as condições de uso de
estruturas para introduzir as alternativas novas nos ensaios, com o objetivo
de reproduzir o desempenho mais realista do produto ou estrutura durante
sua a vida útil.
Como o ambiente terrestre está sujeito a alterações climatológicas, pode
ocorrer a necessidade de se modificar alguns parâmetros do ensaio,
considerando-se do desequilíbrio ecológico, tal como a chuva ácida, cuja
ocorrência acidental aumentou nos últimos anos. É importante que os
métodos cíclicos desenvolvidos considerem as condições ambientais do
Brasil, regionalmente localmente.
5.2 Decapagem Química
A decapagem refere-se à remoção da oxidação formada sobre superfície de
ferro, aço e sua ligas. Este método envolve as aplicações de soluções para a
remoção.
1 - Carepa – camada de óxido, que possui espessura que varia entre 0,001 e 0,002
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
19/68
9
Caraciolo (2002, p.40) define a decapagem química como a técnica para a
remoção de camadas de oxidação, aplicada às superfícies de ferro, aço e
suas ligas, que pode apresentar diferenças na composição química e tempo,dependendo da finalidade com que se emprega.
Os métodos de remoção das camadas de oxidação dependem da estrutura
e composição do óxido formado, pois para cada tipo de óxido há um tipo de
solvente adequado e uma determinada condição de trabalho.
As camadas de óxido mais comumente formadas nas superfícies metálicas
são denominadas rotineiramente de casca de laminação, cascas de
recozimento ou “carepa” e possuem uma espessura que varia entre 0,001 e0,002 mm. Diferentes tipos de óxidos formados e suas diferentes
características originais solubilidade diferenciada em ácidos, influindo
altamente no processo de decapagem. A casca de laminação uniforme e
terraz só pode ser removida por dissolução química. Camadas de óxidos
com muitas rachaduras permitem uma penetração melhor do solvente, além
de possibilitar a utilização de concentração e de temperatura menores
sendo, portanto a mais favorável ao ensaio. O processo de decapagem varia
de acordo com o solvente empregado. Quando se emprega ácido sulfúrico
(H2SO4) a temperatura varia de 50 a 70º C e no caso do ácido clorídrico
(HCl) costuma-se utilizar a temperatura de trabalho de até no máximo 40º C.
Outro fator que influencia acentuadamente o processo de decapagem é o
tempo, especialmente quando se tem uma movimentação do banho ou das
peças.
Cabe salientar a importância do teor de carbono da estrutura metálica ou liga
sobre a formação da casca de laminação. Como o carbono tem a
propriedade de difundir da superfície do aço para a camada da casca, ocorre
a descarbonização da superfície do aço. Essa difusão influi no processo de
decapagem, porque pela reação do carbono com os componentes dessa
casca processa-se uma redução de ferro de maior valência (3+) para os de
menor valência (2+, 0).
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
20/68
10
Entre os ácidos para a remoção dessa casca, os mais usados são o ácido
clorídrico e o ácido sulfúrico. Veremos na Tabela 5.3. as reações químicas
decorrentes do tratamento de ferro oxidado, com solução de ácido clorídrico.
Tabela 5.3: Reações químicas no tratamento de ferro oxidado
Fonte: Revista Tratamento de Superfície, Edição nº 117.
1 FeO + 2 HCl = FeCl2 + H2O
2 Fe + 2 HCl = FeCl2 + H2
3 Fe3O4 + 8 HCl = 2 FeCl3 + FeCl2 + 4 H2O4 Fe2 O3 + 6 HCl = 2 FeCl3 +3 H2O
5 FeCl3 + H = FeCl2 + HCl
6 2 FeCl3 + Fe = 3 FeCl2
As reações mais importantes em aço descarbonizado são as de numero 1 e
2, porque entre todos os óxidos de ferro, aqueles de Valencia menor são os
mais facilmente solúveis. Estas reações descritas se processam da mesmamaneira para o uso do ácido sulfúrico.
No controle dos banhos de decapagem são normalmente aplicados métodos
conhecidos para a determinação da concentração dos ácidos. É importante
o controle do teor de ferro nos banhos de decapagem, o que pode ser
determinado por titulação.
Nos casos de decapagem com estes tipos de ácido, é conveniente a
aplicação posterior de inibidores, para a neutralização da superfície antes dapintura. Os efluentes líquidos, gerados na decapagem química, devem ser
tratados antes da liberação para o meio ambiente.
No caso do ácido clorídrico, deverá ser feita uma neutralização e
precipitação do ferro com uma filtração posterior do resíduo sólido e no caso
do ácido sulfúrico, além dos passos de neutralização, precipitação e
filtração, há necessidade de controle do teor de sulfatos, o que, dependendo
do processo, se torna relevante. Deve-se obedecer a todos os limites de
descarga estabelecidos na legislação vigentes.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
21/68
11
5.3 Jateamento de ar e areia
Uma superfície metálica limpa, livre de ferrugem, graxa, sujeira e umidadesão o melhor substrato para um bom revestimento protetor. O jateamento de
material abrasivo pode ser feita de duas maneiras: por ar comprimido ou por
turbinas centrífugas. Os abrasivos mais usados em operações de
jateamento são: areia, granalhas de aço e óxido de alumínio, após o
jateamento, a superfície deverá ser limpa por meio de escovas, aspirador de
pó (de jato de ar seco) para a remoção de partículas. A profundidade do
jateamento de areia, segundo um grau específico, o comitê 303 do ACI listaem 4º o jateamento de areia por expor o agregado fora da matriz.
Para uma melhor preparação da superfície de aço pelo emprego de areia,
granalha de aço ou outros abrasivos, respeita-se os seguintes padrões:
Padrão Sa 1: Limpeza por jateamento abrasivo ligeiro (BRUSH-OFF)
Carepas de laminação soltas, ferrugem e matérias estranhas devem ser
removidas. A superfície deve ser limpa imediatamente com aspirador, ar
comprimido limpo e seco ou escova limpa. A aparência final devecorresponder aos padrões fotográficos e visuais, conforme estabelecida
neste padrão Sa 1. Este tratamento de acordo com a tabela 5.2. pg. 7, não
se aplica a superfícies que apresentem grau A de oxidação. Para os demais,
os padrões de tratamento são: B Sa 1, C Sa 1 e D Sa 1 da (Norma SIS 05
5900 – 1988).
Padrão Sa 2: Limpeza por jateamento abrasivo comercial
Praticamente toda carepa de laminação, óxidos e outras impurezas são
eliminados por este tratamento. Se a superfície possui alvéolos (crateras),
pelo menos 66,7% da área de 6,45cm² deverão estar livres de resíduos
visíveis. A superfície deve ser limpa imediatamente com aspirador, ar
comprimido limpo e seco ou escova limpa. A aparência final deve
corresponder aos padrões fotográficos e visuais, conforme Sa 2. Este
tratamento não se aplica a superfícies que apresentem grau A de oxidação.
Para os demais, os padrões de tratamento são: B Sa 2, C Sa 2 e D Sa 2 da
(Norma SIS 05 5900 – 1988).
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
22/68
12
Padrão Sa 2 ½: Tratamento por jateamento abrasivo do metal quase
branco
Carepas de laminação, ferrugem e matérias estranhas devem ser removidasde maneira tão perfeita que seus vestígios apareçam somente com manchas
tênues ou estrias. A superfície deve ser limpa imediatamente com aspirador,
ar comprimido limpo e seco ou escova limpa. A superfície deve apresentar
aspecto correspondente aos padrões fotográficos e visuais, conforme Sa 2
½, com seus respectivos graus de oxidação: A Sa 2 ½, B Sa 2 ½, C Sa 2 ½
e D Sa 2 ½da (Norma SIS 05 5900 – 1988).
Padrão Sa 3: Limpeza por jateamento abrasivo ao metal branco Carepas de laminação, óxidos e materiais estranhos devem ser removidos
totalmente, que lhe dará uma aparência cinza clara e isento de manchas ou
estrias. A superfície deve ser limpa imediatamente com aspirador, ar
comprimido limpo e seco ou escova limpa. A aparência final deve estar de
acordo com os padrões fotográficos e visuais, conforme Sa 3, com seus
respectivos graus de oxidação: A Sa 3, B Sa 3, C Sa 3 e D Sa 3 da (Norma
SIS 05 5900 – 1988).
O tratamento por jateamento abrasivo é mais rápido que os outros métodos
para tratar as superfícies por decapagem química, porem em menor tempo
de trabalho e sem necessidade do tratamento dos efluentes líquidos. Mesmo
tendo como problema à geração excessiva de pó, o processo de jateamento
consiste em retirar apenas os óxidos existentes na superfície da estrutura
metálica. Como resultado final deste tipo de técnica, a superfície ficará com
um aspecto semelhante ao método de tratamento.
5.3.1 Areia
A areia é um abrasivo natural, proveniente de margem dos rios ou de
jazidas. É uma matéria prima de baixo custo. Seu uso só é recomendado em
campo aberto, pois o seu uso gera alto teor de sílica livre no ar, que pode
provocar problemas respiratórios além de silicose2. O impacto da areia
contra a superfície provoca a quebra das partículas produzindo poeira.
2 Silicose – doença que afeta os brônquios quando estes se expõem ao ar com alta
concentração de sílica livre, o que provoca uma reação de petrificação das células
impedindo a contração na respiração.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
23/68
13
Após uma operação de jateamento, cerca de 70 % da areia resulta em pó e
a sua reutilização como abrasivo atinge no máximo dois ciclos. Após duas
operações de jateamento 100% da a areia é transformada pó e não é maispossível o seu aproveitamento para este fim.
Veremos na figura 5.1. o desempenho da areia em relação ao seu grau de
quebra após o jateamento.
Figura 5.1: Percentual de quebra da areia após jateamento
Fonte: Manual de Jateamento – Techgel Comercial LTDA
100%
0%
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
24/68
14
A foto 5.1. apresenta um operador jateando uma estrutura metálica e
observa-se a poeira que este tipo de jateamento provoca.
Foto 5.1: Jateamento de uma estrutura metálica com o abrasivo “areia”
Fonte: Empresa de Jateamento e Pintura Jacoar
No caso de jateamento de superfícies com pintura que contenham metais
pesados como o chumbo, por exemplo, o descarte do pó gerando no
processo, deve obedecer à classificação dos resíduos sólidos.
Por estes motivos ocupacionais e ambientais, a areia é proibida em diversos
Estados brasileiros. A poeira pode ser prejudicial também para os
equipamentos elétricos e mecânicos.
A areia para uso em jateamento deve ser isenta de sais, de umidade, de
argila, de mica, de carvão e isenta de partículas de conchas3.
3 – carapaças rica em CaCO3 que vivem enterradas nos leitos dos rios onde se extrai aareia.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
25/68
15
O uso de jateamento de areia em cabinas se torna antieconômico, pois o
seu custo final é cerca de 6 vezes maior, do que o custo empregando
granalhas como abrasivo.
5.3.2 Granalha
As granalhas são partículas feitas com um tipo especial de aço, de alta
dureza e são obtidas em dois formatos, esféricas(shot) e angulares (grit). As
shot têm dureza Rockwell C de 40 a 50 e as grit de 55 a 60. A figura 5.2.
apresenta os formatos comerciais de granalha, com os respectivos tipos de
superfícies metálicas aos quais estas se aplicam.
Figura 5.2: Perfil obtido com cada formato de granalha
Fonte: Manual de Jateamento – Techgel Comercial LTDA “site”
O jateamento que emprega as granalhas como abrasivo permite reciclagens
de até 350 vezes. Existem sistemas de recuperação automáticos das
granalhas, com piso gradeado, elevadores de canecas e sistema de
purificação das granalhas. O sistema mais simples de recuperação manual émuito penoso para o operador, pois uma pá de granalhas pesa quase 15 kg.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
26/68
16
5.3.3 Sinterball
O sinterball é obtido da bauxita sinterizada, não contém sílica porque mais
de 80 % de sua composição é de óxido de alumínio. É um material duro,leve e não gera oxidação de ferro. É apresentado nas formas esférica e
angular. Pode ser usada com pressões mais baixas de jateamento na faixa
60 a 70 lb/pol. Produz pó preto quando usada sob pressões altas. Pequena
porção do material fica incrustada na estrutura de aço, o que torna a
coloração da superfície tratada mais escura do que uma jateada com areia
ou granalha. No entanto, este material incrustado não prejudica a aderência
das tintas, nem causa problemas de corrosão galvânica devido àspropriedades do oxido de alumínio, citados acima. O jato abrasivo é
impulsionado por meio de ar comprimido com pressões ao redor de 4 kg/cm2
(60 a 70 lb/pol ).
A figura 5.3. apresenta uma instalação para jateamento, incluindo os
equipamentos de proteção individual (EPI), do operador, transporte e
estocagem da matéria – prima.
Figura 5.3: Equipamento completo de jateamento abrasivo.
Fonte: Manual de Jateamento – Techgel Comercial LTDA” site"
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
27/68
17
5.3.4 Jateamento com água e areia
O jateamento abrasivo com água e areia é praticamente o mesmo do
jateamento a seco, exceto que é introduzida água na corrente de ar + areia.Existem vários métodos, todos baseados na umidificação da areia antes do
bico, no bico de saída, ou após o bico.
Este método surgiu da necessidade de se eliminar os riscos proporcionados
pelo jateamento a seco convencional. No jateamento com abrasivo úmido, o
perfil é similar ao jateamento a seco e os produtos possíveis contaminantes,
presentes são água, inibidor de corrosão e “flash rusting”.
O “flash rusting” é a corrosão leve que se forma quando a superfície é jateada a úmido sem inibidor de corrosão e inicia a secagem. Pode ocorrer
também após lavagem de uma superfície jateada com água doce, sem
inibidor de corrosão e mesmo, com abrasivo úmido na presença do inibidor
de corrosão.
A utilização de jateamento com abrasivo úmido requer mudança conceitual
relativa ao aspecto final da superfície a ser pintada. Durante décadas
costumou-se a pintar áreas jateadas, sem presença visual de corrosão. O
jateamento com abrasivo úmido, sem inibidor de corrosão, origina uma
superfície com flash rusting, que é perfeitamente aceitável do ponto de vista
de pintura, desde que se utilize produto adequado, mais corrosão.
Não é recomendo qualquer tipo de inibidor de corrosão em superfícies
sujeitas a imersão constante e também para tintas ricas em zinco.
Para superfícies que apresentem umidade residual após o jateamento com
abrasivo úmido, recomenda-se que os operários resolvam a origem deste
problema eliminando esta fonte de umidade.
No jateamento sem inibidor de corrosão, a água deve ser limpa e
ligeiramente alcalinizada(pH acima de 8,5). O processo deve ser rápido e
após o jateamento, deve-se secar rapidamente a superfície com ar
comprimido limpo e seco. No jateamento com inibidor de corrosão, o inibidor
mais usado é o Nitrito de Sódio(NaNO2 ). Concentração mais usada: 0,5% (1
kg de nitrito para cada 200L de água). Após o jateamento a úmido, deve se
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
28/68
18
lavar com água limpa e secar rapidamente com ar comprimido limpo e seco.
O grau máximo conseguido é Sa 2 1/2.
O jateamento com inibidor do tipo Nitrito de Sódio necessita de muitaatenção na execução em virtude de ser um sal solúvel em água. Se os
resíduos não forem completamente removidos da superfície jateada podem
causar bolhas e corrosão, principalmente em frestas e superposições de
chapas, principalmente quando estas são expostas em ambientes úmidos. O
Nitrito dissolvido em água proporciona um pH alcalino. Se o tempo entre o
jateamento a úmido e a pintura for longo e a superfície começar a amarelar
tendendo a cor marrom-alaranjado, deve-se esfregar com escova de açopara remover a ferrugem formada. Após jateamento a úmido é
recomendável a utilização de tintas a base de resina de epóxi, pois tipo de
preparação de superfície, dificilmente evita a ferrugem instantânea “flash
rust”.
O processo em que a mistura da água com a areia é feita antes desta
chegar ao bico é mais difícil de executar, pois a areia molhada pode
empelotar e entupir o bico ou a mangueira.
O processo que mistura a água após o bico, não é tão eficiente e consome
um volume muito grande de água, além de ser muito pesado para o jatista.
Por este motivo já deixou de ser utilizado. O processo que tem apresentado
melhores resultados é o que molha a areia no meio do bico, conforme
figuras 5.4 e 5.5.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
29/68
19
Figura 5.4: Equipamento Wet Blast
Fonte: catálogo CMV “site”
Figura 5.5: Funcionamento do bico Wet
Fonte: catálogo CMV “site”
As pressões no jateamento com areia e água, são menores do que no
hidrojateamento, da ordem de 6.500 lb/pol. Consegue-se rugosidade
suficiente para a aderência das tintas.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
30/68
20
5.3.5 Hidrojateamento
No Hidrojateamento é empregada somente água, sob alta pressão. O
impacto do jato de água contra a superfície, com pressão ao redor de 40.000lb/pol consegue remover ferrugens, tintas velhas e até carepa de laminação.
Mas, por não conter partículas sólidas, a água não produz rugosidade
suficiente na superfície para alguns tipos de pintura. A foto 5.2. mostra a
aplicação de hidrojateamento em um navio petroleiro ancorado em um
estaleiro. A foto 5.3. mostra a aplicação da mesma técnica em um tanque da
Petrobrás.
Foto 5.2: Jateamento de um navio petroleiro com o método de hidrojateamento
Fonte: Empresa de Jateamento e Pintura Cortes, comunicação pessoal.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
31/68
21
Foto 5.3: Jateamento de um tanque da Petrobrás
Fonte: Empresa de Jateamento e Pintura Cortes, comunicação pessoal.
O hidrojateamento é indicado para superfícies que já sofreram manutenção
por jateamento uma vez, por que removendo a tinta velha, expõe a
rugosidade do jateamento anterior.
5.4 Camadas de proteção anticorrosiva
Camadas pretas com proteção anticorrosiva catódica com custo mais
favorável e menor carga para o homem e o meio ambiente, a cromatização
preta para potencial padrão de redução é a opção ideal.
As peças pretas quase sempre são exigidas por puras razões estéticas: por
exemplo, para peças funcionais e decorativas da indústria automobilística.
Por muitos anos o preto era, com exceção da cor natural do metal, a única
cor aceitável, tendo desempenhado uma função técnica somente em poucos
casos, como nos painéis coletores de energia solar. A proteção anticorrosiva
pouco influencia o pólo do pigmento incorporado, ficando igual tanto em
amarelo quanto em verde-oliva.
Com o custo mais favorável e menor carga para o homem e o meio
ambiente, a cromitização preta para zinco/ferro é a opção ideal, podendo
substituir os vernizes com solvente.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
32/68
22
6 ESTUDO DE CASO
Estudou-se o tratamento de superfície metálica em uma obra localizada naBase de Distribuição de combustíveis de Itajaí (SC), em uma área
correspondente a 19.116,30 m², onde foi realizados a manutenção de cinco
tanques de armazenamento de derivados de petróleo, com o tratamento de
recuperação das partes corroídas, base anticorrosiva e pintura.
6.1 Análise do caso
Os responsáveis pelo empreendimento contrataram uma empresaconceituada no mercado de engenharia civil, com o objetivo de inspecionar
os tanques deteriorados, devido à corrosão, em atmosfera litorânea.
As normas da Petrobrás possuem o seguinte roteiro de inspeção de
tanques, os quais a empresa contratada seguiu, de modo a verificar o estado
dos tanques, para a sua manutenção.
6.2 Roteiro de Inspeção Externa (Tanque em Operação)/Norma N-2318/Mai2003.
Bacia de Contenção
a) inspecionar o dique quanto às condições físicas e integridade dos taludes;
a grama do dique deve ser rasteira;
b) inspecionar a bacia quanto ao acúmulo de sujeira ou areia de jateamento,
Indícios de vazamentos e suas condições físicas;c) inspecionar o sistema de drenagem:
- canaletas: quanto ao acúmulo de detritos;
- válvulas e grades: quanto à corrosão e emperramento;
- adufas ou comportas: quanto à corrosão e emperramento;
d) verificar as condições físicas das plataformas sobre o dique e sobre as
linhas de entrada e saída e dos acessos para veículos ao interior da bacia;
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
33/68
23
e) verificar as condições físicas dos eletrodutos: do sistema de iluminação,
dos misturadores, da instrumentação eletrônica e dos atuadores das
válvulas.
Base
a) verificar a existência de recalques; caso necessário, executar medição do
prumo do costado e/ou levantamento topográfico;
b) inspecionar o anel de concreto ou o berma quanto às fissuras, ferragens
expostas, avarias mecânicas, desagregação do concreto e declividade;
c) inspecionar as chapas de apoio quanto à corrosão;d) verificar a existência de possíveis vazamentos nas regiões dos drenos de
fundo ou pelo concreto do berma quando trincado;
e) inspecionar a impermeabilização da base, principalmente sob a porta de
limpeza e drenos do fundo, quando aplicável;
f) verificar as condições físicas e fixação do cabo terra, quando aplicável.
Pintura e Isolamento Térmicoa) o estado físico da pintura deve ser verificado e avaliado em comparação
com os padrões fotográficos das normas Da Petrobrás N-2318;
b) verificar as condições físicas do isolamento térmico.
Escadas, Plataformas e Passadiços
a) inspecionar todos os degraus, corrimãos e plataformas quanto à corrosão
e peças danificadas;
b) verificar a existência de furos para o escoamento de água nos degraus e
pisos das plataformas;
c) verificar as condições físicas dos dispositivos antiderrapante dos degraus
e pisos (revestimentos ou detalhe construtivo das chapas);
d) inspecionar visualmente, conforme a norma PETROBRAS N-2318, as
soldas de fixação das estruturas ao tanque, quanto à existência de trincas ou
corrosão; caso necessário, executar ensaio por líquido penetrante;
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
34/68
24
e) para os tanques de teto flutuante, verificar também a escada de acesso
ao teto quanto à corrosão nos trilhos e se a articulação e o sistema rolante
da escada (rodas, guias) podem mover-se livremente;f) inspecionar o aterramento entre o costado e o teto flutuante e entre a
escada do teto e o teto flutuante.
Costado
a) verificar através de exame visual em todo o costado, os seguintes itens:
- vazamentos;
- corrosão nas chapas e juntas soldadas; locais mais susceptíveis: rodapé,região sob degraus da escada helicoidal, eventuais frestas entre os perfis
soldados e o costado e regiões de acúmulo de vegetação;
- deformação nas chapas;
- verticalidade;
b) executar medição de espessura em todos os anéis em pontos
predeterminado são longo da escada, localizados a uma altura de 300 mm
acima da extremidade inferior de cada anel; no anel superior efetuar uma
medição na região correspondente à fase gasosa, acima do nível de líquido;
caso constatado baixa espessura ou alta taxa de corrosão, aumentar a
quantidade de medições e, sendo necessário, montar andaime e medir em
outras regiões;
c) inspecionar, através de exame visual e medição de espessura, quando
aplicável, as conexões do costado e as respectivas válvulas quanto à
corrosão nas faces dos flanges e vazamentos;
d) inspecionar a porta de limpeza e bocas de visita quanto a vazamento e
corrosão;
e) verificar as condições físicas do sistema de combate a incêndio
(tubulação, câmara de espuma, selo de vidro) quanto à deterioração;
f) inspecionar os acessórios, equipamentos e instrumentação quanto a
condições físicas:
- sistema de içamento do tubo móvel (cabos e roldanas);
- misturadores (bocal), tirantes, motor e suporte;
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
35/68
25
- indicador de nível;
- indicador de temperatura;
g) verificar as condições físicas na região dos misturadores;h) inspecionar o anel de contraventamento e seus suportes quanto à
corrosão; verificar a existência e situação de furos para escoamento de
águas pluviais.
Teto Fixo
a) inspecionar as chapas e juntas soldadas quanto à corrosão, deformação e
furos; regiões externas mais susceptíveis: regiões de acúmulo de água e sob
isolamento térmico (caso existente);
b) executar medição de espessura de acordo com o seguinte critério:
- diâmetro do tanque < 50 m: no mínimo em 5 chapas (4 na periferia e 1 no
centro);
- diâmetro do tanque > 50 m: no mínimo em 6 chapas (4 na periferia, 1 na
intermediária e 1 no centro);
Notas:
1) As medições devem ser feitas preferencialmente nas regiões de
empoçamento de água, regiões de maior insolação, próximo aos
mostradores e respiros e nas regiões de apoio sobre as vigas.
2) Em cada chapa deve ser executada uma medição no centro e outra
próxima à solda (região de sobreposição). Caso constatado baixa espessura
ou alta taxa de corrosão, aumentar a quantidade de medições.
a) inspecionar as bocas de visita e conexões do teto quanto à corrosão e
vazamentos;
b) inspecionar visualmente os acessórios quanto a ataque corrosivo, limpeza
e estanqueidade:
- válvulas de pressão e vácuo;
- corta-chamas;
- suspiros (“vent’s”);
- guarda-corpo;
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
36/68
26
- sistema de medição e tomada de amostra; verificar se a escotilha de
medição atende à condição antifaiscante.
O critério adotado, pelo qual se verificou a necessidade da manutenção dostanques, e considerando o produto armazenador mostrado na tabela 6.1, de
acordo com manual de inspeção da Petrobrás em anexo I.
Tabela 6.1: Intervalo de inspeção de acordo com o produto armazenado.
Fonte: Manual de Inspeção de Tanque da Petrobrás N-2318
6.3 Resultado da Inspeção tratamento Externo
Após a inspeção verificou-se que os tanques necessitavam de manutenção,
pois já se encontravam em estado fora daquela estabelecido pelas normas
técnicas da Petrobrás.
Iniciou-se a manutenção dos tanques, onde a execução dos trabalhos teve a
durabilidade de 292 dias de obra.
O tratamento que se mostrou favorável foi o jateamento a seco com o
abrasivo granalha de aço, por ser o melhor material abrasivo entre os que
existem, pois o seu ciclo de vida é maior do que os demais como o Sinter-
Ball ou areia alem de representar um custo mais barato, possui também um
perfil de aspereza ideal para um sistema de pintura correspondente a 30%
da espessura final da estrutura.
Antes de se iniciar o jateamento foi necessário à remoção da gorduras,
graxas e óleos, presentes nos tanques, através do desengorduramento companos e estopas embebidos em solventes.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
37/68
27
O jateamento abrasivo teve que alcançar o grau mínimo de limpeza Sa 3-
metal branco (norma SIS 05 59 00 - 88).
Após o jateamento da totalidade da área externa do tanque, a superfície foilimpa por meio de escova e o jato de ar seco, com a finalidade da remoção
de grãos de granalhas e particulados. Os pontos de solda como os cordões
de solda e arestas vivas tiveram que ser esmerilhadas para evitar baixa
espessura de tinta nas arestas vivas, que diminuiria a proteção.
A foto 6.1,. apresenta a operação de jateamento externo de um dos cincos
tanques recuperados.
Foto 6.1: Jateamento externo dos tanques da Base de Distribuição de Itajaí (SC).
Fonte: Empresa de Jateamento e Pintura Jacoar “site”
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
38/68
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
39/68
29
Tomou-se todos os cuidados em relação ao revestimento interno, pois a
maioria das falhas que se apresentam, após a execução são relacionadas a
defeitos apresentados durante a cura do material aplicado, no seu interior.
Foto 6.2: Tanques já restituído da Base de Distribuição de Itajaí (SC).
Fonte: Empresa de Jateamento e Pintura Jacoar “site "
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
40/68
30
7 ANÁLISE
Para a execução e restauração desta obra foram obedecidas, todas as
normas já estabelecidas, normas estas que compreendem testes, como oensaio cíclico, com este ensaio pode-se verificar, que a opção pelo
jateamento, seguido da aplicação de camadas de tintas protetoras, foi o
melhor método de manutenção. A obra tratava-se de uma dimensão grande,
vindo assim obter resultados positivos e eficientes, e principalmente
lucrativos para a empresa contratada.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
41/68
31
8 CONCLUSÕES
O levantamento bibliográfico e estudo de caso, assim como os resultados
apresentados indicam a grande contribuição que esta metodologia tem aoferecer nos programas de inspeção através do monitoramento da condição
de integridade dos tanques, proporcionado à implantação de um efetivo
programa preventivo de manutenção.
Os resultados são significativos, quando considerada a não retirada de
serviço de tanques, refletindo numa economia nos custos de manutenção, e
diminuição do impacto ambiental causado pelo descarte dos produtos
depositados nos tanques, os quais devem necessariamente ser removidos,quando da retirada de serviço por motivos de inspeção.
A otimização dos sistemas construtivos para alcançar a minimização dos
prazos das construções. Para isso, é possível empregar as técnicas de
tratamentos de superfície desde o principio básico como ensaios e teste
para a realização de ocorrências de ataque corrosivos em peças de acordo
como o seu habitate natural, provenientes de laboratórios para a realização
da escolha da melhor norma de prevenção da corrosão.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
42/68
32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABTS – Associação Brasileira de Tratamentos de Superfície. Edição
setembro/outubro nº 115, novembro/2002;
ASTM Handbook. 1939. ASM Internacional: USA, xv. V3: Alloy phase
diagrams;
Capp. J. A.,Ensaio de nevoa, USA, 1914;
Caraciolo, Marco Antonio; Revista Tratamento de Superfície Nº 117, pp. 40 –
45, Fevereiro 2002;
Catálogo de produtos da Empresa CMV, -
Acesso em 08/06/2003;
MACIEL, Carlos Alberto; Revista Tratamento de Superfície N º 115, pp. 56-58, Setembro 2002;
Manual técnico de jateamento, - Acessado em
21/06/2003;
FEEMA, Normas Técnicas nº NT –560- Padrão de Emissão de partículas
para Operações de Jateamento;
Norma Técnica CONTEC-SC-14– Emenda da norma PETROBRAS N-9 VER
- Pintura e Revestimento Anticorrosivos;
Norma ISO 9227 para ensaios de corrosão atmosférica. International
Standardizations Organization, Genebra, 1990;
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
43/68
33
SIS, normas de preparação de superfície - Sueca Swedish Standard
Institution (SIS 055900) de 1988;
Petrobrás, Norma N-2318, Inspeção em serviço de tanques de
armazenamento atmosférico, Petrobrás Brasileira S/A, Brasília, 2003;
- Acessado em 05/06/2003;
- Acesso em 20/05/2003.
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
44/68
34
ANEXO 1 - MANUAL DE INSPEÇÃO DE TANQUES DA
PETROBRÁS
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
45/68
35
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
46/68
36
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
47/68
37
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
48/68
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
49/68
39
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
50/68
40
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
51/68
41
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
52/68
42
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
53/68
43
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
54/68
44
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
55/68
45
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
56/68
46
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
57/68
47
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
58/68
48
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
59/68
49
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
60/68
50
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
61/68
51
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
62/68
52
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
63/68
53
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
64/68
54
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
65/68
55
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
66/68
56
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
67/68
57
-
8/19/2019 TCC-tratamento de Superficie Em Tanques de Estocagem
68/68