Tcc - Projeto de Proteção Do Transformador Elevador Da Usina Hidrelétrica de Jiral
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CARLOS HENIRIQUE OTONI FERRERFREDERIQUE AUGUSTO LISBOA
PROJETO DE PROTEÇÃO DE TRANSFORMADOR ELEVADOR DA USINA HIDRELÉTRICA DE JIRAU
Brasília – DF
2014
PROJETO DE PROTEÇÃO DO TRANSFORMADOR ELEVADOR DA USINA HIDRELÉTRICA DE JIRAU
Carlos Henrique Otoni FerrerFrederique Augusto Lisboa
Artigo apresentado ao final do curso, como parte dos requisitos para obtenção do título de Pós-Graduação em Engenharia de Energia, pela RTG.
Orientador: Profª. Alline Braga Guimarães
Aprovado em XX/04/2014
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
PROF. ESPEC. ALLINE BRAGA GUIMARÃES.
RESUMO
A proteção de grandes transformadores de potência é realizada pela
interação de diversos sistemas eletromecânicos com o sistema elétrico de
proteção. A complexidade destes sistemas é diretamente proporcional ao custo do
equipamento que se deseja proteger.
A comunicação eficiente destes sistemas entre si é primordial, de forma a
garantir a integridade do transformador, equipamentos relacionados, ao sistema
elétrico nacional e, principalmente, às pessoas que atuam no local.
Este trabalho se propõe a apresentar a solução dada para a Usina
Hidrelétrica de Jirau que se localiza no Rio Madeira, estado de Rondônia na região
Norte do Brasil.
Palavras-Chave: Transformador, Hidrelétrica, Proteção, Sistema de Potência, Jirau
ABSTRACT
The protection of large power transformers is accomplished by the
interaction of various electromechanical systems with the electrical protection
system. The complexity of these systems is directly proportional to the value of the
equipment that you want to protect.
The efficient communication of these systems among themselves is
paramount, so as to ensure the integrity of the transformer, related equipment, the
national electrical system and, especially, the people who work on site.
This work proposes to introduce the solution given to the Hydroelectric
Plant of Jirau which is located on the Madeira River, state of Rondonia in the
Northern region of Brazil.
Keywords: Transformer, Hydroelectric, Protection, Power Systems, Jirau
1.
6
2. INTRODUÇÃO
A Usina Hidrelétrica de JIRAU é composta por duas Casas de Força, duas
Subestações Elevadoras do tipo GIS (S1 e S2) independentes fisicamente uma
da outra e um Vertedouro (VT). Ela se localiza no Rio Madeira, estado de
Rondônia na região Norte do Brasil com potência instalada de 3750MW.
Cada Casa de Força conta com Unidades Geradoras (UG's), Subestação
Abrigada com isolação a SF6 e Transformadores Elevadores (TE's). Existem
um total de 50 UG's do tipo bulbo, cada uma com 83,34 MVA de potência
nominal, 28 destas localizadas na C1 e 22 na na C2 (PORTAL ENERGIA
SUSTENTÁVEL DO BRASIL, 2014). Estas máquinas estão ligadas por
barramento blindado, numa tensão de 13,8 kV, aos transformadores
elevadores. Na C1 temos 7 Transformador Elevador e na C2 6, todos eles
sendo de 340MVA-525kV, em estrela aterrado no secundário e dois
enrolamentos primários de 170MVA-13.8kV, em delta.
Para controle da vazão do rio, está localizado entre as duas casas de força, o
Vertedouro, composto por 18 comportas do tipo Segmento com 1(uma) central
hidráulicas para cada duas comportas e demais equipamentos.
Em cada uma das casas de forças foi observado o seguinte arranjo para as
unidades:
4 máquinas conectadas cada, duas a duas, através de seus
disjuntores, a um barramento de geração em 13.8kV sendo que
na casa de força da Casa de Força 2 teremos um arranjo
diferente em função no número de máquinas, ou seja, 5
unidades transformadoras com 4 máquinas e uma unidade
transformadora com 2 máquinas.
Os 2 barramentos de geração terão cada um uma derivação
para alimentação dos serviços auxiliares das unidades a eles
ligados e estão conectados através de um barramento blindado
aos enrolamentos primário do Transformador Elevador.
Todo o conjunto 4 (quatro) Máquinas, 1(um) Transformador e 2 (duas)
alimentações para os Serviços Auxiliares das unidades em questão foi
denominado “Unidade Transformadora”, com isto cada casa de força é formada
por um numero de “Unidades Transformadoras” assim constituídas:
7
7 (sete) Unidades Transformadoras na Casa de Força 1;
6 (seis) Unidades Transformadoras na Casa de Força 2.
O lado de 525kV de cada uma destas Unidades Transformadoras está
conectado, através de um disjuntor e suas respectivas seccionadoras, a uma
subestação abrigada, do tipo SF6.
As Subestações, Casa de Força 1 e Casa de Força 2, são interligadas através
de uma linha curta aérea, LT4 na Casade Força 1 e LT5 na Casa de Força 2. A
transmissão é realizada por 3 Linhas de Transmissão de 550 kV que estarão
conectadas a subestação Coletora em Porto Velho (LT1, LT2 e LT3), sendo a
LT1 e LT2 na Casa de Força 1 e a LT3 na Casa de Força 2.
As Usinas e o seu Vertedouro, juntos serão supervisionados e controlados
remotamente a partir da Sala de Controle Central localizada no Edifício de
Supervisão, Casa de Força 1.
O propósito deste texto é realizar um estudo básico da cadeia de proteção de
uma unidade transformadora deste empreendimento referência no cenário da
engenharia.do Brasil.
3. O TRANSFORMADOR
DADOS TÉCNICOS PRINCIPAIS:
TIPO DO EQUIPAMENTO
o Transformador Trifásico
o Transformador Elevador
RELAÇÃO DE TENSÃO
o Alta tensão (H): 525 kV +/- 2x12,5 kV (CDST)
o Baixa tensão (X): 13,8 kV
o Baixa tensão (X’): 13,8 kV
GRUPO DE LIGAÇÃO (EQUIPAMENTO/BANCO)
o Polaridade subtrativa / YN d1 d1
o AT: Estrela com neutro solidamente aterrado
o BTx: Triangulo
o BTx’: Triangulo
POTÊNCIA
Potência nominal [MVA] ONAN ONAF1 ONAF2
Alta tensão (H) 258 298 340
8
Baixa tensão (X) 129 149 170
Baixa tensão (X’) 129 149 170
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO E ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA
Elevação de temperatura [°
C]ONAN ONAF1 ONAF2
Óleo máximo (top oil) 55 55 55
Enrolam. médio 55 55 55
Enrolam. máximo (hot spot) 65 65 65
NÍVEL DE ISOLAÇÃO
Nível de isolação [kV]Terminal
H H0 X X’
Impulso atmosféricoOnda plena 1550 110 110 110
Onda cortada 1705 - 121 121
Impulso de manobra 1175 - - -
Freqüência industrial (1min/1h) 550/477 - - -
Tensão aplicada 34 34 34 34
IMPEDÂNCIA
Potência base [MVA] Tensão base [kV]Impedância em 75 °C [%]
Calculado Garantido
170 525/13,8 (BTx) 15,9 16,0 ± 10%
170 525/13,8 (BTx’) 16,1 16,0 ± 10%
PERDAS
Potência base [MVA] Tensão base [kV]
Perdas totais em 75 °C [kW]
Em vazio Em carga
Calc. Gar. Calc. Gar.
340 525/13,8-13,8 160 167 876 885
9
Para a proteção dos TE's existem quatro sistemas: Sistema de Proteção
(Elétrica), Sistema de Água Nebulizada, Sistema de Hidrantes e o Sistema
Preventivo Anti-Explosão.
10
3. SISTEMA DE PROTEÇÃO ELÉTRICA
A zona de proteção deste sistema compreende o transformador elevador, os
barramentos blindado das duas barras de geração de 13,8kV inclusive os vãos
de saída para os serviços auxiliares, o trecho de conexão da subestação 525kV
em SF6 com o trafo elevador (ver Figura 1).
Figura 1 - Descrição da proteção do transformador
11
3.1PROTEÇÃO DIFERENCIAL DA UNIDADE (87T)
O método mais comum de proteção do transformador utiliza o relé diferencial
como a proteção primária, ao passo que tempos muito curtos de eliminação da
falha vem sendo exigidos pelas normas atuais além de serem recomendados
pelos fabricantes dos transformadores de potência (ANDERSON, 1926, p.690).
A proteção diferencial deve proteger o transformador apenas para faltas que
estejam dentro da zona de proteção do equipamento. Faltas fora da zona de
proteção não devem causar atuação da proteção diferencial.
Este tipo de proteção é apropriada para detectar curtos-circuitos monofásicos,
bifásicos e trifásicos na área protegida. Estabilizada para qualquer curto -
circuito fora da área protegida. Possui restrição por componente harmônica,
assegurando insensibilidade de operação para correntes transitórias de
magnetização do transformador elevador. A proteção é provida de sinalização
de operação por fase. Tempo de operação menor do que 30 milissegundos
para uma corrente igual a duas vezes de ajuste (BLACKBURN, p. 281).
No caso da cadeia de proteção do empreendimento AHE Jirau, a função 87TE
do relé de proteção principal aquisita corrente dos elementos da barra 1
(Derivação para o serviço auxiliar 1, Gerador 1 e Gerador 2), corrente do TC de
bucha do transformador (enrolamento da barra 2) e do TC de pedestal do lado
de alta, fazendo com que sua zona de proteção cubra o transformador elevador
e a barra de geração 1. Já a função 87TE do relé de proteção alternada
aquisita corrente dos elementos da barra 2 (Derivação para o serviço auxiliar 2,
Gerador 3 e Gerador 4), corrente do TC de bucha do transformador (do
enrolamento da barra 1) e do TC de pedestal do lado de alta, fazendo com que
sua zona de proteção cubra o transformador elevador e a barra de geração 2.
Na energização ou magnetização de um transformador de potência a corrente
transitória de magnetização máxima (inrush) pode atingir valores de 8 a 12
vezes a corrente nominal. Vale ressaltar, entretanto, que no caso do
empreendimento em estudo por se tratar de um transformador elevador
acoplado a um gerador síncrono, a corrente de inrush não é considerada ao
passo que a energização do transformador é feita de modo gradual
(KINDERMANN, 2006, p. 135).
12
3.2PROTEÇÃO DIFERENCIAL CONTRA FALTA À TERRA
RESTRITA NO TRANSFORMADOR ELEVADOR (FUNÇÃO 87NT)
Esta é a proteção contra faltas à terra no enrolamento de alta tensão do
transformador elevador. Opera por comparação da soma das correntes de fase
com a corrente residual medida no neutro do transformador elevador. É
alimentada através do TCH0, bucha de neutro do transformador elevador e dos
TCS de fase (TC’s de pedestal de 525kV), os quais definem os limites da zona
protegida com exatidão.
3.3PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTE DE FASE E NO
NEUTRO DO TRANSFORMADOR ELEVADOR (FUNÇÃO 50/51,
50/51NT E 51GT)
Constituída basicamente por um relé monofásico de sobrecorrente com
característica de tempo normalmente inversa, com tempo de operação
ajustável e uma unidade instantânea para faltas severas, atuando como
retaguarda da proteção contra curtos-circuitos entre fase e fase à terra no
sistema elétrico de potência, assim como recomendam boa parte dos
fabricantes atuais (BLACKBURN, p. 310).
3.4PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTE DE FASE NA
DERIVAÇÃO DE SERVIÇO AUXILIAR (FUNÇÃO 51SA)
A função de proteção de sobrecorrente de fases foi selecionada para medir as
correntes de medição assinaladas na entrada M5, para fazer a proteção de
retaguarda para faltas entre fases na derivação de serviços auxiliares, proteção
51SA. Deverá atuar para faltas envolvendo fases no transformador de serviços
auxiliares como proteção de retaguarda de forma a eliminar faltas neste circuito
para contingência de falha de abertura do disjuntor de serviços auxiliares. Esta
é a função que esta na proteção principal para a derivação de número impar e
na proteção alternada para a derivação de numero par.
13
3.5PROTEÇÃO CONTRA FALTA À TERRA NO BARRAMENTO
BLINDADO (64B)
Esta função de proteção contra faltas à terra no trecho do disjuntor até o
primário transformador elevador (64B) será executada através da medição de
tensão homopolar (3V0) no enrolamento dos ytransformadores de potencial
(TPs) ligados em delta aberto, instalados no cubículo do disjuntor, do lado da
barra de geração. Sendo detectada uma falta pra terra esta proteção gerador
deverá abrir o disjuntor de serviço auxiliar (52CDGn) e dar alarme. Se após o
rearme do alarme a falta persistir o operador deverá programar a retirada da
unidade transformadora em operação.
3.6PROTEÇÃO CONTRA SOBREFLUXO NO TRANSFORMADOR
ELEVADOR (FUNÇÃO 24T)
A proteção de sobrexcitação é usada para detectar alta indução não admissível
em geradores e transformadores, especialmente em estações de energia e
transformadores da unidade. A proteção deve intervir quando um valor limite
para o objeto protegido (como exemplo o transformador da unidade) é
excedido. O transformador é colocado em risco, quando o bloco da estação de
energia é desconectado do sistema de carga total, e se o regulador de tensão
também não operar ou não operar suficientemente rápido para controlar o
aumento de tensão associada. Da mesma forma, uma diminuição na
frequência (velocidade), por exemplo, em sistemas ilhados, pode levar a um
aumento inadmissível da indução. Um aumento na indução acima do valor
nominal muito rapidamente satura o núcleo de ferro e causa grandes perdas
por correntes de Foucault. Este relé possui até quatro grupos de ajustes, tendo,
portanto, os dois grupos de ajuste solicitados, para atender o transformador
sobre carga (gerador em operação) e sem carga, energizado pelo lado de alta,
para proteger o transformador elevador contra sobrefluxo decorrente de
sobretensão, subfrequencia ou a combinação de ambas. Possui uma
característica de tempo inverso coordenada com as curvas de suportabilidade
V/Hz do transformador. A proteção atua sobre o rele de bloqueio do
transformador, 86TE, isolando a unidade transformadora.
14
3.7PROTEÇÃO DE SOBRETENSÃO (59B)
Esta função de proteção trifásica de tensão tem a finalidade de detectar
sobretensão na barra de geração. Esta condição pode ocorrer principalmente
quando a barra de geração esta energizada pelo transformador elevador. A
proteção atua sobre o rele de bloqueio do transformador, 86T, isolando a
unidade transformadora.
3.8PROTEÇÃO DE SUBTENSÃO (27B)
Proteção de subtensão, função ANSI 27, que faz medições de tensão fase/fase
(tensão trifásica) para detectar falta de tensão na barra de geração, e
disponibilizar uma saída para o controle do disjuntor de serviços auxiliares,
para ser usado no circuito de manobras deste disjuntor.
3.9PROTEÇÃO DE SOBRECORRENTE (51BG)
Proteção constituída basicamente pela função de sobrecorrente com
característica de tempo normalmente inversa, com tempo de operação
ajustável, atuando como retaguarda da proteção contra curtos - circuitos entre
fases na derivação do transformador de serviços auxiliares. Devera atuar para
faltas envolvendo fases no transformador de serviços auxiliares como proteção
de retaguarda de forma a eliminar faltas neste circuito para contingência de
falha de abertura do disjuntor de serviços auxiliares.
3.10 CIRCUITOS DO RELÉ DE BLOQUEIO (86T) E DE TRIP DA
PROTEÇÃO DO TRANSFORMADOR ELEVADOR E BARRA DE
GERACÃO.
Em cada painel de proteção dos transformadores elevadores, será instalado
um rele de bloqueio 86TE, que será acionado por atuação das proteções
abaixo relacionadas:
87T - Proteção principal e alternada;
87NT - Proteção principal e alternada;
51NT - Proteção principal e alternada;
50/62BF - Proteção unitária do disjuntor de alta do trafo;
Atuações das Proteções intrínsecas do transformador elevador,
63B, 63VS
15
24T – Proteção principal e alternada
59B – Proteção principal e alternada
64B - Proteção principal e alternada
51SA – Proteção de sobrecorrente derivação do serviço
auxiliar.
A atuação do relé 86TE desencadeará as seguintes ações: Bloqueio do
fechamento do disjuntor do transformador elevador 52TE, atuação sobre o relé
de parada parcial com rejeição de carga (86PR) das unidades geradoras
associadas a este transformador e rele 86 dos disjuntores dos serviços
auxiliares ligados as barras de geração 1 e 2.
Circuito De Alimentação E Rearme Do Relé De Bloqueio 86T
Como será um único relé 86T que será atuado pelas proteções principal,
alternada e intrínsecas de cada TE, a alimentação auxiliar do mesmo será feita
com as duas fontes em paralelo através de uma ponte de diodos;
O relé 86TE é rearmado, no modo local, através de uma botoeira iluminada, na
cor vermelha para indicação de relé atuado, instalada no Quadro de
Desligamento do Transformador (QDT) ou no modo remoto através de um
comando da Interface Homem Máquina (IHM). O rearme deste rele de bloqueio
não é permitido caso haja algum rele de bloqueio 86BF de qualquer um dos
geradores.
Os circuitos de desligamento do disjuntor do lado de alta do
transformador, disjuntor 52TE, serão feitos da seguinte forma:
Os desligamentos serão ordenados pelos relés de proteção principal (UPPT),
alternada (UPAT), dos transformadores, que atuarão diretamente sobre relés
auxiliares de TRIP ultra rápidos, os quais atuarão nas bobinas de desligamento
distintas de cada disjuntor. Esses relés auxiliares de disparo possuem
capacidade de abertura de até 15 ampares em circuito indutivo, não
precisando, portanto, de reles auxiliares de reforço de trip com contatos em
paralelo com os mesmos.
As saídas dos reles da proteção da barra de geração, funções 59B, 64B , 51BG
e 24T atuarão também sobre os reles auxiliares de TRIP ultra rápidos e sobre
16
as proteções UPPT e UPAT, de forma a garantir a abertura das unidades
geradoras através destas proteções.
As proteções intrínsecas de cada Transformador, deverão, atuar sobre relés
auxiliares ultra-rápidos, com 4 contatos simples / seco. Estes contatos serão
usados conforme a seguir:
o 1 contato para atuar numa entrada binária da proteção UPPT
para promover as ordens de desligamentos necessárias para
isolar o Transformador;
o 1 contato para atuar numa entrada binária da proteção UPAT
para promover
o as ordens de desligamentos necessárias para isolar o
Transformador;
o 1 contato para atuar numa entrada binária da UACT;
o 1 contato para atuar numa entrada binária do Registrador
Digital de Perturbações (RDP).
De forma a ter uma maior confiabilidade e segurança, as proteções internas
dos transformadores deverão ser alimentadas pelas duas fontes, bateria 1 e
bateria 2, simultaneamente, paraleladas através de pontes de diodos, que
deverão ser fornecidos nos armários dos respectivos transformadores
elevadores.
3.11 PROTEÇÃO CONTRA FALHA DE DISJUNTOR DO
TRANSFORMADOR 50/62BF
Assim como fora mostrado na seção anterior o relé de bloqueio 86TE só será
ativado a partir da atuação de alguma proteção do transformador. Com o
fechamento do contato do relé de bloqueio, a bobina de abertura será ativada com
a consequente abertura do disjuntor. Se o disjuntor falhar, insto é, não conseguir
eliminar o defeito interno no transformador, a proteção de falha do disjuntor irá
atuar.
Vale ressaltar que na proteção contra falha de disjuntor do transformador não se
pode contar com o relé de sobrecorrente 50BF ao passo que o seu ajuste não
cobre todos os tipos de defeitos no transformador como, por exemplo, pequenos
defeitos internos ao transformador não irão sensibilizar o relé de sobrecorrente
50BF (ANDERSON, 1926, p.173).
17
4. SISTEMA DE ÁGUA NEBULIZADA
O sistema de proteção e combate a incêndio por meio de água nebulizada de
alta velocidade utiliza a água como agente extintor. A extinção do incêndio é
feita pelos princípios de resfriamento e abafamento pelo vapor produzido,
emulsificação de alguns líquidos, diluição ou uma combinação destes. Estes
sistemas são utilizados para extinção de incêndio em equipamentos elétricos
imersos em óleo. No caso específico, a extinção do incêndio é feita pelo
princípio de emulsificação, obtido através da aplicação de água sob pressão. O
fator preponderante desse processo é o de induzir uma mudança física no
fluído combustível com a finalidade de transformá-lo em não inflamável,
usando-se o expediente de emulsificá-lo com água. Para obter o efeito de
emulsificação é necessário usar um spray relativamente grosso e forte para
alcançar agitação superficial.
4.1 COMPONENTES DO SISTEMA AUTOMÁTICO DE ÁGUA
NEBULIZADA DE ALTA VELOCIDADE
O sistema de água nebulizada de alta velocidade é composto por:
a) Tubulação molhada em aço carbono com acabamento preto a montante da válvula dilúvio;
b) Tubulação seca em aço carbono com acabamento galvanizado a quente a jusante da válvula dilúvio;
c) Conexões com roscas em ferro maleável com acabamento galvanizado a quente a jusante da válvula dilúvio para diâmetros de até 50 mm;
d) Conexões para solda em aço carbono com acabamento galvanizado a quente a jusante da válvula dilúvio para diâmetros a partir do diâmetro de 65 mm;
e) Conexões para solda em aço carbono com acabamento preto a montante da válvula dilúvio para diâmetros a partir do diâmetro de 65 mm;
f) Válvula dilúvio com acionamento elétro-pneumático e seus acessórios, sendo que para os transformadores elevadores terá o diâmetro de 200 mm e para os transformadores de serviços auxiliares terá o diâmetro de 100 mm;
g) Projetores de água nebulizada de alta velocidade;
18
h) Sistema de detecção por meio de sprinklers com tubulação pressurizada por meio de ar comprimido;
i) Suportes em aço carbono com acabamento galvanizado a quente;
j) Dois filtros duplex de limpeza manual para tubulação de 200 mm de diâmetro;
k) Válvulas de alívio;
l) Uma bomba elétrica principal de no mínimo 312 m³/h @ 9,0 bar para cada subsistema;
m) Uma bomba elétrica reserva de 312 m³/h @ 9,0 bar para cada subsistema;
n) Uma bomba Jockey de 1,2 m³/h @ 10,4 bar (106 mca) para cada subsistema;
o) Tanque de ar comprimido;
p) Quadro de Controle do Sistema de Água Nebulizada QCAN;
q) Quadro de Controle Local das Bombas QCLAN;
r) Caixas terminais CXTAN;
Cabe ressaltar que cada rede possui um filtro duplex de limpeza manual, uma
bomba elétrica principal, uma bomba elétrica reserva e uma bomba Jockey.
4.2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ÁGUA NEBULIZADA DE ALTA
VELOCIDADE PROJETADO
O sistema de proteção e combate a incêndio por meio de água nebulizada de
alta velocidade é do tipo automático.
Cada transformador é envolvido por uma rede de anéis de tubulação seca de
aço carbono com acabamento galvanizado a quente nos quais são distribuídos
os projetores de água nebulizada de alta velocidade. A tubulação é suportada
por meios de suportes de aço fixados ao redor dos respectivos transformadores
ou por suportes tubulares (standpipes).
Essa tubulação se encontra ligada há uma válvula especial chamada de válvula
dilúvio, a qual controla o abastecimento de água. A partir da válvula dilúvio é
montada uma segunda rede que também envolve o transformador e na qual
são distribuídos os detectores de calor, os sprinklers pilotos, constituindo o
19
elemento de detonação automática do sistema. Essa segunda rede é
pressurizada por ar comprimido, e é controlada pelas caixas terminais CXTAN.
A água a ser utilizada no sistema é proveniente do próprio reservatório da
usina hidroelétrica.
Ocorrendo um princípio de incêndio no equipamento, a elevação da
temperatura provocará a atuação do elemento sensor do detector de calor, a
ampola do sprinkler, a pressão de ar cairá em razão do vazamento,
transmitindo essa perda de pressão ao pressostato, que por sua vez emitirá um
sinal para o painel de incêndio NOTIFIER que se encontra dentro do quadro
QCAN, com a queda de pressão de ar haverá o desarme do diafragma que
mantém a válvula dilúvio em posição fechada, (tão logo a válvula dilúvio é
atuada, o motor de alarme hidráulico é acionado, operando um alarme que
chama a atenção para o ocorrido) permitindo a passagem de água para as
tubulações até chegar nos anéis de proteção, onde estão instalados os
projetores de água nebulizada, os quais estão adequadamente distribuídos de
forma a proteger toda a superfície do equipamento e seu tanque de óleo,
provocando o impacto da água em alta velocidade sobre o óleo incendiado,
causando a emulsificação deste, proporcionando um resfriamento de forma que
a extinção de incêndio é acompanhada pelo sufocamento da combustão,
apagando o incêndio.
20
5. SISTEMA DE HIDRANTES
O Sistema de Combate à Incêndio por Hidrantes é constituído por duas
centrais de bombeamento independentes.
Este sistema tem por finalidade combater o incêndio nas áreas externas e
internas das Casas de Força. Os hidrantes irão atender as seguintes áreas:
área dos transformadores, almoxarifados, áreas de montagem, edifício de
controle, edifício da portaria e depósito.
O fornecimento de água para o sistema de combate a incêndio por hidrantes
será feito através de tubulação derivada das tubulações de captação de água
para o sistema de água de resfriamento. Da tubulação de alimentação, serão
alimentados os grupos motobomba que recalcarão a água através de um
coletor principal de alimentação para os hidrantes.
O sistema de combate a incêndio por Hidrantes será composto de 2(dois)
conjuntos de bombeamento, onde cada um contém 1(um) filtro dupla cesta e 3
(três) grupos motobombas centrífugas, de eixos horizontais, sendo 1 (um)
deles principal, 1 (um) reserva ativa e 1 (um) auxiliar (jóckey) para
pressurização do sistema, além de tubulação, hidrantes de coluna e
instrumentação para controle.
Na tubulação de alimentação do sistema de sucção das bombas, será instalado
um filtro tipo dupla cesta, de modo que seja possível a manutenção no filtro
sem a interrupção do fluxo d’água na tubulação.
Para o sistema, haverá uma bomba jóckey que manterá a rede pressurizada
dentro dos limites estabelecidos pelos pressostatos de alta e baixa pressão.
Na abertura de um ou mais hidrantes, a pressão da rede cai atuando o
pressostato de pressão muito baixa, fazendo que a bomba principal entre em
operação automaticamente. Se a bomba principal não entrar em operação,
após 15 (quinze) segundos a bomba reserva será ligada automaticamente. Em
caso de detecção de falha da bomba principal a bomba reserva entrará em
funcionamento sem a referida temporização.
O sistema será acionado toda vez que um ou mais hidrantes forem abertos,
despressurizando a rede. A redução brusca da pressão na rede, detectada
pelo pressostato de muito baixa pressão, aciona a bomba principal ou reserva.
Nessa situação a bomba jóckey é desligada automaticamente.
21
Quando da entrada em operação da bomba principal ou da reserva, a bomba
Jóckey é desligada automaticamente.
O desligamento da bomba principal ou reserva será feito manualmente.
Na saída das bombas principais serão instaladas válvulas de alívio que têm por
objetivo descarregar a vazão excedente.
6. SISTEMA DE PREVENSÃO DE EXPLOSÃO DO TRASFORMADOR
("TRANSFORMER PROTECTOR")
Pequenas falhas no isolamento das bobinas e nas conexões internas do
transformador provocam a formação de arcos elétricos e aquecimento local,
causando a decomposição do óleo com a formação de bolhas de gás que se
deslocam para a parte superior do transformador.
Estes e outros defeitos incipientes podem, com o decorrer do funcionamento do
transformador evoluir para defeitos mais graves, tal como curto-circuito interno.
Portanto, há necessidade de se detectar estes pequenos defeitos incipientes
para que a equipe ténica da subestação possa programar a manutenção.
O relé mais apropriado para detectar a presença de gás e rápida
movimentação de óleo no transformador é o relé à gás conhecido como relé
Buchholz (função 63).
No caso deste empreendimento o sistema foi denominado "Transformer
Protector". Em faltas de baixa impedância o gradiente de pressão no interior do
transformador é muito rápido para a atuação do Buchholz bem como a abertura
de disjuntor (50ms). Este sistema atua com a rapidez necessária impedindo
que as ondas de pressão, causadas pela expansão do gás, transfira sua
energia para a carcaça do equipamento na grande maioria dos casos causa a
explosão do transformador. Este sistema é composto por: Conjunto de
Despressurização Vertical, Conjunto de Injeção de Gás Inerte, Conjunto
Detector Linear de Calor e Tanque de Separação Gás/Óleo no Conservador.
6.1OPERAÇÃO DO SISTEMA
O Conjunto de Despressurização Vertical é instalado no transformador e no
Comutador em Carga. Este inclui um Disco de Ruptura o qual alivia a condição
de pressão excessiva em alguns milissegundos e uma Câmara de
Descompressão permite uma despressurização em alta velocidade. Tempo de
22
Despressurização é um parâmetro crítico. Portanto, o diâmetro do Conjunto de
Despressurização é um fator importante para que todo o sistema seja efetivo.
Durante um curto-circuito, o Transformer Protector é ativado dentro de
milissegundos pelo primeiro pico de pressão dinâmica de uma onda de choque,
evitando explosão do transformador antes que a pressão estática aumente.
Um Conjunto de Injeção de Gás Inerte, instalado atrás de parede corta-fogo
próximo ao trafo, cria um ambiente seguro dentro do transformador e o
Comutador em Carga depois do processo de despressurização, pela injeção de
nitrogênio dentro do tanque do transformador. O gás inerte irá parar
imediatamente a produção do gás explosivo e equalizará a temperatura do óleo
em contato com:
Os gases aquecidos localmente, entre 1000 e 2000°C(1832 e 3632°F),
que são criados pelo arco elétrico; e
As partes metálicas superaquecidas acima de 680°C(1256°F) para
bobinas de alumínio ou 1080°C(1976°F) para bobinas de cobre.
O fluxo de gás inerte irá canalizar os gases explosivos para uma área remota.
Além disso, o este Conjunto impede o ar (oxigênio) de entrar em contato com
os gases auto-inflamáveis. Com isso, o arrefecimento do transformador e
equipamentos associados é dado pela transferência de calor causada durante
a agitação do óleo. O processo de injeção de gás ocorre durante 45 minutos.
Depois que a esta estiver completa, a equipe de manutenção poderá iniciar os
trabalhos no transformador.
O Painel de Controle é capaz de fazer a injeção de gás inerte tanto manual
como automaticamente. Para a injeção automática de gás inerte (configuração
padrão do Transformer Protector), dois sinais simultâneos são enviados ao
Painel de Controle enviando informações de modo que o Conjunto de Injeção
de Gás Inerte possa ser acionado automaticamente. Os dois modos que
resultam na injeção automática são: Modo Prevenção e Modo Extinção.
Quando ambos os sinais estão presentes, um Atuador Elétrico ativa
imediatamente o alarme do Conjunto de Injeção de Gás Inerte. Assim que isso
acontece, o Conjunto de Injeção de Gás Inerte injetará Gás Inerte
automaticamente no fundo do transformador, do Comutador em Carga e da
Caixa de Cabo em Óleo. A Injeção Manual de Gás Inerte pode ser feita
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colocando o sistema para modo manual e apertando o botão de injeção manual
por 5 segundos.
O Tanque de Separação Óleo-Gás no Conservador coleta o óleo
despressurizado, a mistura explosiva de gás inflamável e separa os gases do
óleo.
O Conjunto do Detector Linear de Calor é instalado na tampa do transformador
para detectar excesso de calor externo. Um sinal será recebido no Painel de
Controle advertindo a ocorrência de um evento. O Conjunto do Detector Linear
de Calor terá como objetivo confirmar, juntamente com as proteções elétricas,
a necessidade e injetar gás inerte dentro do transformador para manter as
condições normais de segurança no interior do mesmo.
Observe as Figura 02 e 03 para uma melhor visualização deste sistema como
um todo.
Figura 02 - Sistema Transformer Protector
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Figura 03 - Escopo do Detector Linear de Calor (DLC)
LÓGICA DE OPERAÇÃOO sistema pode ser ativado em dois modos diferentes:
1 - Modo Prevenção
Assim que o Transformer Protector recebe o sinal do Disco de Ruptura e um
sinal de proteção elétrica (Buchholz, Diferencial, Falha no Terra ou
Sobrecorrente) o sistema será ativado no Modo Prevenção, injetando
automaticamente o gás inerte. Ao mesmo tempo, um LED estará piscando
durante 5 minutos, e depois o LED ficará aceso permanentemente. Se o Painel
de Controle receber somente um sinal(Disco de Ruptura ou Proteção elétrica)
por 30 minutos, o sistema irá automaticamente mudar para “Fora de Serviço”.
2 - Modo Extinção
Se o Painel de Controle receber um sinal do Detector Linear de Calor e um
sinal de proteção elétrica, o sistema será ativado no Modo Extinção injetando
automaticamente o gás inerte.
Observe a Figura 04 para um melhor entendimento da lógica padrão para
operação deste sistema.
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Figura 04 - Lógica Padrão para Operação
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7. CONCLUSÕES
Em países como o Brasil, onde os grandes centros consumidores, em geral,
são localizados a centenas de quilômetros das usinas geradoras – como é o
caso do empreendimento AHE Jirau – é imprescindível a transmissão da
energia elétrica em alta tensão e extra-alta tensão, visando à redução de
perdas e o aumento da eficiência do sistema. Além disso, devido a limitações
impostas pelo isolamento dos enrolamentos dos geradores da usina, a tensão
de geração é em 13,8kV já que uma tensão mais elevada aumentaria
demasiadamente a espessura do isolamento, inviabilizando financeiramente a
sua fabricação.
Feitas estas considerações, conclui-se ser evidente a importância e criticidade
do transformador de potência, pois, além de serem essenciais para a correta
transmissão e distribuição de energia estes equipamentos desempenham
outras importantes funções como prover o sistema com ponto de aterramento,
melhoria da confiabilidade do sistema, isolamento elétrico entre duas partes do
sistema. Deve-se ressaltar, além de todas estas abordagens, que o longo
tempo de espera para reparo ousubstituição deste equipamento exige um
sistema de proteçãocapaz de limitar os danos a um transformador em falha.
Neste sentido, este artigo alcançou o seu objetivo ao passo que uma análise
abrangente e consolidada dos tópicos essenciais da cadeia de proteção da
unidade transformadora do empreendimento AHE Jirau foi realizada. Para isso
as funçõese princípios básicos atuação do sistema de proteção existente foram
apresentados, tais como:
Sistema de Proteção (Elétrica);
Sistema de Proteção Mecânica (Preventivo Anti-Explosão);
Sistema de Água Nebulizada;
Sistema de Hidrantes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
***PORTAL ENERGIA SUSTENTÁVEL DO BRASIL. Disponível em: <http://www.energiasustentaveldobrasil.com.br/> Acesso em 10 de Maio de 2014.
***ANDERSON, P.M. (Paul M.). Power System Protection. IEEE Press power engineering series, United States of America, 1926.
*** WARRINGTON, A. R. van C., Protective Relays: Their Theory and Practice, 2, John Wiley & Sons, Inc., New York, 1969.
***KINDERMANN, Geraldo - Proteção de Sistemas Elétricos de Potência – Volume 2. Edição do Autor, Florianópolis – SC, 2006, 1a edição.
***WESTINGHOUSE ELECTRIC CORPORATION. Transmission and Distribution – Reference Book. East Pittsburg – PA, 4th edition, 1950.
***BLACKBURN, J. L. Protective Relaying – Principles and Applications. Bothell, Washington, Second Edition.
***TRANSFORMER PROTECTOR SERGI FRANCE WEB SITE. Disponível em: <http://www.sergi-france.com/> Acesso em 3 de Junho de 2014.