TCC - Parede de concreto

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Comparação Entre Critérios de Dimensionamento Adotados

Transcript of TCC - Parede de concreto

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    Luciano Melchiors Martin

    PAREDES DE CONCRETO: COMPARAO ENTRE

    CRITRIOS DE DIMENSIONAMENTO ADOTADOS

    Porto Alegre

    dezembro 2010

  • LUCIANO MELCHIORS MARTIN

    PAREDES DE CONCRETO: COMPARAO ENTRE CRITRIOS DE DIMENSIONAMENTO ADOTADOS

    Trabalho de Diplomao apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obteno do

    ttulo de Engenheiro Civil

    Orientador: Roberto Domingo Rios

    Porto Alegre

    dezembro 2010

  • LUCIANO MELCHIORS MARTIN

    PAREDES DE CONCRETO: COMPARAO ENTRE CRITRIOS DE DIMENSIONAMENTO ADOTADOS

    Este Trabalho de Diplomao foi julgado adequado como pr-requisito para a obteno do

    ttulo de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo Professor Orientador e

    pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomao Engenharia Civil II (ENG01040) da

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    Porto Alegre, 20 de dezembro de 2010

    Prof. Roberto Domingo Rios Dr. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Orientador

    Profa. Carin Maria Schmitt Coordenadora

    BANCA EXAMINADORA

    Prof. Rubem Clcio Schwingel (UFRGS) Me pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Profa. Virgnia Maria Rosito dAvila (UFRGS) Dra. Pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Prof. Roberto Domingo Rios (UFRGS) Dr. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

  • Dedico este trabalho minha me, Cristina, que sempre me apoiou e especialmente durante o perodo do meu

    Curso de Graduao esteve ao meu lado.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo ao Prof. Roberto Rios, orientador deste trabalho pelo auxlio na elaborao desta

    investigao.

    Agradeo Profa Carin Schmitt pelas aulas nas disciplinas de Trabalho de Diplomao em

    Engenharia Civil.

    Agradeo ao Eng. Antnio Augusto Pasquali pela colaborao e compreenso pelos perodos

    de ausncia no escritrio.

  • Parta, oh noite. Esvaneam, estrelas.

    Ao amanhecer eu vencerei!

    Giacomo Puccini

  • RESUMO

    MARTIN, L. M. Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados. 2010. 113 f. Trabalho de Diplomao (Graduao em Engenharia Civil) Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

    O crescimento econmico que vem ocorrendo nos ltimos anos no Brasil ocasionou uma

    maior procura por empreendimentos imobilirios, exigindo das empresas construtoras maior

    produtividade e menores custos. Esse fato estimulou a procura por sistemas construtivos que

    aliassem rapidez de execuo e diminuio dos custos, sendo que uma das alternativas

    propostas o sistema construtivo em paredes de concreto. Este trabalho trata da comparao

    entre critrios de dimensionamento e detalhamento de paredes de concreto moldadas in loco

    em edifcios com at cinco pavimentos, utilizando o critrio da taxa de armadura resultante

    como parmetro de comparao. Como ainda no h em vigor no Brasil uma norma tcnica

    que trate especificamente do dimensionamento de paredes de concreto, o projetista pode

    utilizar normas estrangeiras ou o texto das Prticas Recomendadas, publicado pela Associao

    Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Para a comparao entre dimensionamento e

    detalhamento de paredes de concreto, foram adotadas as indicaes do texto da ABCP, a

    norma americana ACI 318 e a europeia Eurocode 2. Inicialmente, implementou-se no

    software SAP 2000 dois modelos de edificao residencial idnticos em geometria e cargas,

    apenas adotando no modelo 1 uma parede central de concreto em forma retangular e no

    modelo 2 uma parede, na mesma localizao, com duas abas idnticas nas extremidades.

    Aps a determinao dos esforos atuantes nas paredes, que foram modeladas como cascas

    finas, procedeu-se o dimensionamento e detalhamento de cada parede segundo os trs textos

    referncia adotados. Por fim, determinou-se a taxa de armadura para cada caso e os resultados

    obtidos foram comparados.

    Palavras-chave: paredes de concreto; mtodos de dimensionamento.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: etapas da pesquisa ............................................................................................. 22

    Figura 2: exemplo de casa assobradada executada em sistema paredes de concreto ....... 26

    Figura 3: critrio adotado para diferenciar paredes de pilares ......................................... 31

    Figura 4: possveis direes e sentidos de incidncia do vento ....................................... 53

    Figura 5: grfico das isopletas para determinao da velocidade bsica do vento .......... 54

    Figura 6: grfico para a determinao do coeficiente de arrasto no caso de vento turbulento ........................................................................................................... 59

    Figura 7: parede simples .................................................................................................. 62

    Figura 8: parede com duas abas ....................................................................................... 63

    Figura 9: corte no modelo................................................................................................. 64

    Figura 10: planta de frmas do modelo 1.......................................................................... 65

    Figura 11: planta de frmas do modelo 2.......................................................................... 66

    Figura 12: edificao modelada no programa SAP 2000.................................................. 67

    Figura 12: tenso S22 na parede sob ao do carregamento vertical mximo................... 71

    Figura 13: tenso S22 na parede sob ao do carregamento horizontal Vx........................ 72

    Figura 15: tenso S22 na parede sob ao do carregamento horizontal Vy........................ 73

    Figura 16: tenso S22 na parede sob ao do carregamento vertical mximo................... 74

    Figura 17: tenso S22 na parede sob ao do carregamento horizontal Vx........................ 75

    Figura 18: tenso S22 na parede sob ao do carregamento horizontal Vy........................ 76

    Figura F1: planta com os detalhamentos da parede simples de acordo com as trs referncias........................................................................................................... 112

    Figura F2: planta com os detalhamentos da parede 2 abas de acordo com as trs referncias........................................................................................................... 113

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1: caractersticas dos tipos de concreto utilizados no sistema construtivo paredes de concreto............................................................................................. 28

    Quadro 2: propriedades do material Seda......................................................................... 51

    Quadro 3: pesos especficos de diversos elementos de vedao....................................... 52

    Quadro 4: valores de sobrecarga usuais em edificaes residenciais............................... 52

    Quadro 5: valores de S1 dependentes do tipo de terreno................................................... 55

    Quadro 6: determinao da categoria da edificao em funo do tipo de rugosidade do terreno............................................................................................................ 56

    Quadro 7: determinao da classe da edificao em funo das dimenses do terreno... 57

    Quadro 8: identificao do fator S2 em funo da cota de interesse................................ 57

    Quadro 9: determinao do S3 baseado no grau de segurana requerido e a vida til da edificao............................................................................................................ 58

    Quadro 10: dimenses das paredes em anlise................................................................. 63

    Quadro 11: dimenses dos elementos no analisados....................................................... 33

    Quadro 12: caractersticas do concreto simulado.............................................................. 67

    Quadro 13: cargas verticais atuantes na estrutura............................................................. 68

    Quadro 14: cargas horizontais atuantes na estrutura......................................................... 69

    Quadro 15: taxas de armadura mnimas segundo os diferentes textos.............................. 77

    Quadro 16: quantitativos do detalhamento da parede simples pelo texto da ABCP......... 81

    Quadro 17: quantitativos do detalhamento da parede simples pelo ACI 318 .................. 82

    Quadro 18: quantitativos do detalhamento da parede simples pelo Eurocode 2 .............. 83

    Quadro 19: quantitativos do detalhamento da parede de 2 abas pelo texto da ABCP...... 84

    Quadro 20: quantitativos do detalhamento da parede de 2 abas pelo ACI 318 ................ 85

    Quadro 21: quantitativos do detalhamento da parede de 2 abas pelo Eurocode 2 ........... 86

    Quadro 22: comparao entre as taxas de armadura para a parede simples utilizando os trs textos de referncia ...................................................................................... 88

    Quadro 23: comparao entre as taxas de armadura para a parede 2 abas utilizando os trs textos de referncia....................................................................................... 88

    Quadro Q1: rea de ao necessria por elemento para a parede simples segundo o texto da ABCP ............................................................................................................. 92

    Quadro Q2: rea de ao necessria por elemento para a parede simples segundo a norma ACI 318 ................................................................................................... 95

    Quadro Q3: rea de ao necessria por elemento para a parede simples segundo a norma Eurocode 2 .............................................................................................. 98

    Quadro Q4: rea de ao necessria por elemento para a parede 2 abas segundo o texto da ABCP ............................................................................................................. 102

  • Quadro Q5: rea de ao necessria por elemento para a parede 2 abas segundo a norma ACI 318 .............................................................................................................. 105

    Quadro Q6: rea de ao necessria por elemento para a parede 2 abas segundo a norma Eurocode 2 ......................................................................................................... 108

  • LISTA DE SIGLAS

    ABNT: Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ABPC: Associao Brasileira de Cimento Portland

    ACI: American Concrete Institute

    BNH: Banco Nacional de Habitao

    DTU: Documents Techniques Unifies

    L1: concreto celular

    L2: concreto com agregado leve

    M: concreto com ar incorporado

    MEF: mtodo dos elementos finitos

    N: concreto normal

    NBR: norma brasileira

    UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

  • LISTA DE SMBOLOS

    Notao adotada por Fusco

    H = altura da parede (m)

    a = maior dimenso da seo transversal (m)

    b = menor dimenso da seo transversal (m)

    Notao adotada pelo texto das Prticas Recomendadas da Associao Brasileira de

    Cimento Portland

    = ngulo de desaprumo (radianos)

    H = altura da edificao (m)

    Fdes = fora de desaprumo (N)

    N = carga total do pavimento (N)

    resistd , = normal de clculo em unidade de comprimento admitida no plano mdio da parede

    (N)

    = taxa de armadura da parede

    t = espessura da parede (m)

    N = tenses de compresso atuantes devido s cargas verticais em valor de clculo (kN/cm)

    M = tenses atuantes devido s cargas horizontais em valor de clculo (kN/cm)

    As = rea de armadura (cm)

    l = comprimento das paredes no sentido do esforo cortante (m)

    Notao adotada pelo ACI 318

    nP = resistncia axial de clculo (N)

  • Ag = rea lquida do concreto (mm)

    = varivel relacionada s sees controladas por compresso

    fC = resistncia compresso especificada (MPa)

    K = fator de comprimento efetivo

    lc = comprimento dos elementos em compresso (mm)

    h = espessura do elemento (mm)

    Notao adotada pelo Eurocode 2

    As,vmin = rea de armadura mnima vertical (cm)

    As,vmax = rea de armadura mxima vertical (cm)

    As,hmin = rea de armadura mnima horizontal. (cm)

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ......................................................................................................... 18

    2 MTODO DE PESQUISA ....................................................................................... 20

    2.1 QUESTO DE PESQUISA .................................................................................... 20

    2.2 OBJETIVOS DO TRABALHO .............................................................................. 20

    2.2.1 Objetivo Principal ............................................................................................... 20

    2.2.2 Objetivo Secundrio ........................................................................................... 21

    2.3 HIPTESE .............................................................................................................. 21

    2.4 PRESSUPOSTO ...................................................................................................... 21

    2.5 DELIMITAES .................................................................................................... 21

    2.6 LIMITAES ......................................................................................................... 21

    2.7 DELINEAMENTO .................................................................................................. 22

    3 O SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDES DE CONCRETO NO BRASIL ....... 24

    3.1 MARCOS RECENTES DA CONSTRUO NO BRASIL ................................... 24

    3.2 ANLISE DO SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDES DE CONCRETO ........... 25

    3.2.1 Caractersticas do Sistema ................................................................................. 25

    3.2.2 Vantagens e Desvantagens do Sistema .............................................................. 26

    3.2.3 Materiais Utilizados ............................................................................................ 27

    3.2.3.1 Concreto ............................................................................................................. 27

    3.2.3.2 Formas ................................................................................................................ 28

    3.3 DIFICULDADES PARA O PROJETO ESTRUTURAL DE PAREDES DE CONCRETO NO BRASIL ........................................................................................

    28

    4 PAREDES COMO ELEMENTOS ESTRUTURAIS E CRITRIOS DE DIMENSIONAMENTO DO TEXTO PRTICAS RECOMENDADAS ...........

    30

    4.1 PAREDES COMO ELEMENTOS ESTRUTURAIS .............................................. 30

    4.1.1 Critrio para Definir Paredes Estruturais ......................................................... 30

    4.1.2 Panorama de Utilizao Estrutural das Paredes de Concreto ........................ 31

    4.2 CRITRIOS DE DIMENSIONAMENTO CONFORME TEXTO DAS PRTICAS RECOMENDADAS ..............................................................................

    32

    4.2.1 APRESENTAO .............................................................................................. 33

    4.2.2 ESCOPO ............................................................................................................... 33

    4.2.3 Requisitos Gerais de Qualidade da Estrutura e do Projeto ............................. 34

    4.2.3.1 Requisitos de qualidade da estrutura .................................................................. 34

    4.2.3.2 Requisitos de qualidade do Projeto .................................................................... 34

    4.2.4 Aes ..................................................................................................................... 35

  • 4.2.4.1 Generalidades ..................................................................................................... 35

    4.2.4.2 Esforos Solicitantes .......................................................................................... 35

    4.2.4.3 Cargas verticais nas paredes ............................................................................... 35

    4.2.4.4. Cargas horizontais nas paredes .......................................................................... 36

    4.2.4.4.1 Ao do vento .................................................................................................. 36

    4.2.4.4.2 Desaprumo ....................................................................................................... 36

    4.2.4.5 Coeficiente de ponderao dos esforos ............................................................. 37

    4.2.5 Resistncias ........................................................................................................... 37

    4.2.6 Dimenses Mnimas ............................................................................................. 37

    4.2.7 Premissas Bsicas de Concepo de Projeto ..................................................... 38

    4.2.8 Dimensionamento ................................................................................................ 38

    4.2.8.1 Generalidades ..................................................................................................... 38

    4.2.8.2 Premissas bsicas de dimensionamento ............................................................. 39

    4.2.8.3 Armadura mnima .............................................................................................. 39

    4.2.8.3.1 Seo de ao ................................................................................................... 39

    4.2.8.3.2 Espaamento entre barras de ao .................................................................. 40

    4.2.8.4 Resistncia limite sob solicitao normal .......................................................... 40

    4.2.8.4.1 Resistncia de clculo ..................................................................................... 40

    4.2.8.4.2 Verificao do dimensionamento ................................................................... 41

    4.2.8.4.3 Dimensionamento trao devido a momentos no sentido longitudinal da

    parede .......................................................................................................................

    41

    4.2.8.5 Dimensionamento ao cisalhamento ................................................................... 42

    4.2.8.5.1 Foras convencionais de cisalhamento .......................................................... 42

    4.2.8.5.2 Verificao da resistncia .............................................................................. 42

    5. CRITRIOS DE DIMENSIONAMENTO ADOTADOS PELAS NORMAS INTERNACIONAIS ...............................................................................................

    44

    5.1 DIMENSIONAMENTO DE PAREDES DE CONCRETO SEGUNDO A NORMA ACI 318 ....................................................................................................

    44

    5.1.1 Alcance ................................................................................................................ 44

    5.1.2 Generalidades ..................................................................................................... 44

    5.1.3 Armadura Mnima ............................................................................................. 45

    5.1.3.1 Armadura vertical ............................................................................................. 45

    5.1.3.2 Armadura horizontal ......................................................................................... 45

    5.1.3.3 Disposio da armadura .................................................................................... 45

    5.1.3.4 Espaamento mnimo ........................................................................................ 46

    5.1.4 Mtodo de Clculo Emprico ............................................................................. 46

  • 5.1.4.1 Resistncia axial de projeto ................................................................................ 46

    5.1.4.2 Espessura mnima de paredes projetadas pelo mtodo de clculo emprico ...... 47

    5.2 DIMENSIONAMENTO DE PAREDES DE CONCRETO SEGUNDO A NORMA EUROCODE 2 ...........................................................................................

    47

    5.2.1 Generalidades ....................................................................................................... 47

    5.2.2 Armadura Vertical ............................................................................................... 48

    5.2.3 Armadura Horizontal .......................................................................................... 48

    6. DISPOSIES PARA O DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS EM CONCRETO ARMADO............................................................................................

    49

    6.1 CONSTANTES E FRMULAS PARA A DETERMINAO DOS MATERIAIS 49

    6.1.1 Mdulo de Elasticidade Secante ........................................................................... 49

    6.1.2 Coeficiente de Poisson ........................................................................................... 50

    6.1.3 Coeficiente de Dilatao Trmica ........................................................................ 50

    6.1.4 Peso Especfico Aparente ...................................................................................... 50

    6.1.5 Material Seda ......................................................................................................... 50

    6.2 CARGAS ATUANTES NA EDIFICAO............................................................... 51

    6.2.1 Cargas com Atuao Vertical ............................................................................... 51

    6.2.1.1 Carga permanente ................................................................................................. 51

    6.2.1.2 Carga acidental ..................................................................................................... 52

    6.2.2 Cargas com Atuao Horizontal .......................................................................... 53

    6.3 PR-DIMENSIONAMENTO DAS SEES DOS ELEMENTOS DE CONCRETO ARMADO .............................................................................................

    59

    6.3.1 Pr-Dimensionamento de Lajes ........................................................................... 60

    6.3.2 Pr-Dimensionamento de Vigas ........................................................................... 61

    6.3.3 Pr-Dimensionamento dos Pilares ....................................................................... 61

    7. IMPLEMENTAO COMPUTACIONAL DOS MODELOS ............................. 62

    7.1 ELABORAO DOS MODELOS COMPUTACIONAIS ...................................... 62

    7.1.1 Formas e Dimenses das paredes em anlise ...................................................... 62

    7.1.2 Dimenses da Edificaes ..................................................................................... 63

    7.1.2.1 Modelo 1 .............................................................................................................. 64

    7.1.2.2 Modelo 2 .............................................................................................................. 65

    7.1.3 Dimenses das Sees Transversais dos Elementos no Analisados no Modelo ........................................................................................................................

    66

    7.2 IMPLEMENTAES DOS MODELOS NO SAP 2000 .......................................... 67

    7.2.1 Cargas Verticais .................................................................................................... 67

    7.2.2 Cargas Horizontais ................................................................................................ 68

  • 8 ANLISE DE RESULTADOS .................................................................................. 70

    8.1 ANLISE DO MODELO 1 ....................................................................................... 70

    8.1.1 Caso do Carregamento Vertical Mximo ........................................................... 71

    8.1.2 Caso do Carregamento Horizontal Vx ................................................................. 71

    8.1.3 Caso do Carregamento Horizontal V-x ................................................................ 72

    8.1.4 Caso do Carregamento Horizontal Vy ................................................................. 73

    8.1.5 Caso do Carregamento Horizontal V-y ................................................................ 73

    8.2 ANLISE DO MODELO 2 ....................................................................................... 74

    8.2.1 Caso do Carregamento Vertical Mximo ........................................................... 74

    8.2.2 Caso do Carregamento Horizontal Vx ................................................................. 75

    8.2.3 Caso do Carregamento Horizontal V-x ................................................................ 75

    8.2.4 Caso do Carregamento Horizontal Vy ................................................................ 76

    8.2.5 Caso do Carregamento Horizontal V-y ................................................................ 76

    9 DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO DAS PAREDES ESTUDADAS 77

    9.1 DIMENSIONAMENTO DAS PAREDES ................................................................. 77

    9.1.1 Dimensionamento da parede do modelo 1 .......................................................... 78

    9.1.1.1 Dimensionamento segundo o texto da ABCP ...................................................... 78

    9.1.1.2 Dimensionamento segundo o ACI 318 ................................................................ 78

    9.1.1.3 Dimensionamento segundo o Eurocode 2 ............................................................ 79

    9.1.2 Dimensionamento da parede do modelo 2 .......................................................... 79

    9.1.2.1 Dimensionamento segundo o texto da ABCP ...................................................... 79

    9.1.2.2 Dimensionamento segundo o ACI 318 ................................................................ 79

    9.1.2.3 Dimensionamento segundo o Eurocode 2 ............................................................ 79

    9.2 DETALHAMENTO DAS PAREDES ....................................................................... 80

    9.2.1 Detalhamento da parede do modelo 1 ................................................................. 80

    9.2.1.1 Detalhamento segundo o texto da ABCP ............................................................. 80

    9.2.1.2 Detalhamento segundo o ACI 318 ....................................................................... 81

    9.2.1.3 Detalhamento segundo o Eurocode 2 ................................................................... 82

    9.2.2 Detalhamento da parede do modelo 2 ................................................................. 83

    9.2.2.1 Detalhamento segundo o texto da ABCP ............................................................. 83

    9.2.2.2 Detalhamento conforme o ACI 318 ..................................................................... 85

    9.2.2.3 Detalhamento conforme o Eurocode 2 ................................................................. 86

    10 CONCLUSES ......................................................................................................... 87

    REFERNCIAS ............................................................................................................... 89

    APNDICE A .................................................................................................................. 91

  • APNDICE B .................................................................................................................. 101

    APNDICE C .................................................................................................................. 111

  • __________________________________________________________________________________________ Luciano Melchiors Martin. Trabalho de Diplomao. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2010

    18

    1 INTRODUO

    O aumento da demanda no setor imobilirio ocorrido nos ltimos anos, principalmente na

    faixa dos imveis de menor custo, estimulou as construtoras a procurarem sistemas

    construtivos que melhor satisfizessem s exigncias do mercado: alta produtividade aliada

    reduo de custos. Entre os vrios sistemas construtivos pesquisados pelas construtoras, uma

    das alternativas encontradas foi o de paredes de concreto moldadas in loco.

    O sistema construtivo paredes de concreto diferencia-se do sistema construtivo tradicional de

    prticos de concreto e vedao em alvenaria, pois se constitui de cascas de concreto que

    apiam as lajes. Essas cascas tm a dupla finalidade de servir como elemento estrutural e de

    vedao simultaneamente. O fato de retirar a etapa de execuo de elementos com funo

    exclusiva de vedao confere maior rapidez obra, ao mesmo tempo em que reduz os custos

    com a mo de obra.

    Embora os conceitos fundamentais sejam os mesmos, o comportamento estrutural dos

    elementos desse sistema construtivo diferencia-se do comportamento dos elementos do

    sistema tradicional, exigindo uma rotina de dimensionamento especfica. Todavia, ainda no

    existe uma norma tcnica brasileira vigente que trate exclusivamente sobre o procedimento de

    projeto de paredes de concreto. Enquanto essa norma no publicada, os projetistas tm

    consultado trabalhos como as Prticas Recomendadas de Projeto na Coletnea de Ativos de

    Paredes de Concreto, publicado pela Associao Brasileira de Cimento Portland (ABCP), que

    contm diretrizes bsicas que devero ser incorporadas norma em elaborao. O projetista

    tambm pode fazer uso da norma brasileira NBR 6118/07 Projeto de Estruturas de Concreto

    Procedimento , onde h a abordagem sobre os pilares-parede, cujo papel estrutural

    semelhante ao das paredes de concreto. Alternativamente, pode-se consultar normas

    estrangeiras, como a americana publicada pelo American Concrete Institute ACI 3181, a

    francesa Documents Techniques Unifies DTU 23.12 e o Eurocode 23, publicado pelo

    European Committee for Standardization que tambm tratam deste tema.

    1 Building Code Requirements for Structural Concrete and Commentary 2 Murs em Bton Banche

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    19

    O presente trabalho de concluso de curso visa comparar o resultado do dimensionamento e

    posterior detalhamento obtido aps a obteno dos esforos mediante modelagem

    computacional de uma parede de concreto submetida a um determinado carregamento. Os

    critrios de dimensionamento adotados so as diretrizes propostas pelo texto das Prticas

    Recomendadas, publicado pela ABCP, tendo como referncia, principalmente em termos de

    conceitos, a norma brasileira NBR 6118/07, e as recomendaes de normas estrangeiras,

    como as contidas nas normas norte-americana e europeia.

    O trabalho, alm deste captulo da introduo, apresenta o captulo 2 no qual o mtodo de

    pesquisa que guia o seu desenvolvimento detalhado. O captulo 3 faz uma breve reviso

    sobre como o sistema paredes de concreto adotado no Brasil. O captulo 4 apresenta a

    parede como elemento estrutural e transcreve os itens necessrios para o seu

    dimensionamento segundo o texto das Prticas Recomendadas. O captulo 5 discorre sobre os

    critrios de dimensionamento segundo as normas estrangeiras ACI 318 e Eurocode 2. O

    captulo 6 trata sobre o dimensionamento e pr-dimensionamento de estruturas em concreto

    armado em geral. O captulo 7 apresenta a implementao computacional dos modelos e as

    cargas utilizadas na edificao. O captulo 8 realiza a anlise dos esforos obtidos com o

    programa SAP 2000. O captulo 9 dedica-se ao dimensionamento e detalhamento das paredes

    estudadas. As concluses relativas comparao entre taxas de armadura de cada parede so

    apresentadas no captulo 10.

    3Design of Concrete Structures Part 1-1: General Rules for Buildings

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    20

    2 MTODO DE PESQUISA

    O trabalho foi desenvolvido segundo o mtodo de pesquisa apresentado a seguir.

    2.1 QUESTO DE PESQUISA

    A questo de pesquisa deste trabalho : quais as diferenas nos resultados, em termos de taxa

    de armadura, quando paredes de concreto so dimensionadas e detalhadas utilizando a

    Coletnea de Ativos das Prticas Recomendadas, fundamentada nos conceitos da NBR

    6118/07, e conforme as normas estrangeiras ACI 318 e Eurocode 2?

    2.2 OBJETIVOS DO TRABALHO

    Os objetivos do trabalho podem se divididos em principais e secundrios.

    2.2.1 Objetivo principal

    O objetivo principal deste trabalho a comparao dos resultados do dimensionamento e

    detalhamento de paredes de concreto, em termos de taxa de armadura, quando as mesmas so

    projetadas segundo as indicaes do texto das Prticas Recomendadas, que est de acordo

    com os conceitos bsicos da NBR 6118/07, e conforme as diretrizes das normas

    internacionais ACI 318 e Eurocode 2.

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    21

    2.2.2 Objetivo secundrio

    O objetivo secundrio deste trabalho a obteno das tenses e deformaes nas diferentes

    partes constituintes da parede de concreto quando submetida a um carregamento usual em

    edificaes residenciais.

    2.3 HIPTESE

    A hiptese do trabalho que as taxas de armadura resultantes dos distintos mtodos de

    dimensionamento e detalhamento utilizados no apresentam diferena superior a 10%.

    2.4 PRESSUPOSTO

    O trabalho tem por pressuposto que o comportamento estrutural das paredes de concreto pode

    ser representado por um modelo de cascas para fins de obteno das solicitaes atuantes na

    seo transversal do elemento.

    2.5 DELIMITAES

    O trabalho delimita-se anlise de paredes de concreto planas ou polidricas em uma

    edificao residencial com cinco pavimentos.

    2.6 LIMITAES

    As limitaes do trabalho so apresentadas a seguir:

    a) utilizao do software SAP 2000 para obteno das solicitaes na seo transversal dos elementos;

    b) somente ser utilizado o texto das Prticas Recomendadas e as normas ACI 318 e Eurocode 2 para o dimensionamento e detalhamento das paredes;

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    22

    c) ser analisado somente o caso da parede de concreto vinculada diretamente na fundao, no sendo abordado o caso de elementos de transio;

    d) as dimenses da edificao em anlise no se baseiam em nenhum projeto existente, sendo estabelecidas pelo autor do trabalho;

    e) no ser realizada nenhuma anlise de segunda ordem, sendo a estrutura considerada de ns fixos.

    2.7 DELINEAMENTO

    O trabalho foi realizado atravs das etapas apresentadas a seguir que esto representadas na

    figura 1 e descritas nos prximos pargrafos:

    a) pesquisa bibliogrfica;

    b) definio e modelagem computacional das paredes para fins de obteno de solicitaes;

    c) dimensionamento e detalhamento das paredes segundo as referncias;

    d) anlise e comparao dos resultados;

    e) concluses.

    Figura 1: etapas da pesquisa

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    23

    A etapa de Pesquisa Bibliogrfica consistiu em uma reviso do material publicado sobre o

    assunto e forneceu a fundamentao terica necessria para a elaborao do trabalho a fim de

    responder a questo de pesquisa. Essa etapa esteve presente ao longo de todo o transcorrer do

    trabalho.

    A etapa Definio e Modelagem das Paredes significou a definio e modelagem da

    estrutura com a sua subdiviso em uma malha composta por elementos de formato e

    dimenses apropriados e posterior soluo com o mtodo dos elementos finitos (MEF) a fim

    de obter as solicitaes nas sees transversais dos elementos. Para tanto, a estrutura foi

    modelada computacionalmente com o software SAP 2000.

    A etapa Dimensionamento e Detalhamento das Paredes significou a aplicao dos

    diferentes critrios de dimensionamento e detalhamento utilizados por cada texto referncia e

    apresentados nos captulos 4 e 5. Com base nas solicitaes obtidas na etapa anterior

    determinou-se a rea de armadura necessria para a parede bem como sua disposio dentro

    do elemento.

    A etapa Anlise e Comparao dos Resultados consistiu na anlise dos diferentes

    detalhamentos resultantes segundo cada texto referncia e posterior obteno da taxa de

    armadura resultante por cada um deles. A etapa das Concluses possibilitou verificar se a

    diferena entre as taxas de armadura obtidas na etapa anterior estavam em concordncia com

    a diferena estabelecida na hiptese do mtodo de pesquisa.

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    24

    3 O SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDES DE CONCRETO NO BRASIL

    O presente captulo destina-se a apresentar o sistema construtivo paredes de concreto, suas

    caractersticas particulares, bem como seus aspectos positivos e negativos em relao ao

    sistema construtivo tradicional constitudo por estruturas formadas por prticos de concreto e

    vedao de alvenaria.

    3.1 MARCOS RECENTES DA CONSTRUO NO BRASIL

    Em COHABS... (1977 apud LORDSLEEM JNIOR et al., 1998, p. 152, grifo do autor):

    A criao do Banco Nacional de Habitao (BNH) em 1966 fez despontar na dcada de 70 os grandes programas habitacionais. Verificou-se a importao de novas tecnologias e o interesse crescente de construtoras e fabricantes de materiais pelos processos construtivos no-convencionais, dentre os quais pode-se destacar para a produo de paredes macias no local: o sistema Outinord de formas metlicas; e os sistemas de formas metlicas e de madeira Geo-sistem e Preford.

    Conforme Tauil (1987 apud LORDSLEEM JNIOR et al., 1998, p. 152) entre os processos

    construtivos que se consolidaram como tecnologia vivel e persistiram durante a dcada de

    80, somente a alvenaria estrutural e o sistema Outinord que mostraram bom potencial de

    avano. Os autores ainda afirmam que houve uma nova postura no mercado de edificaes

    com a extino do BNH, na dcada de 80, e o redirecionamento da poltica habitacional.

    Essas mudanas estimularam uma nova postura das construtoras. De acordo com Barros

    (1996 apud LORDSLEEM JNIOR et al. 1998, p. 153) com a retrao do mercado houve a

    tendncia das empresas em buscar uma produo de edificaes racionalizada, via otimizao

    das atividades em obra, abreviao dos prazos e minimizao de custos.

    Essa tendncia se manteve at poucos anos atrs, pois, segundo Faria (2009a, p. 34) o volume

    de lanamentos das construtoras acompanhava a demanda por imveis. O sistema tradicional

    era o que melhor equalizava as exigncias quanto a prazo, oramento e qualidade do

    empreendimento. Contudo, a abertura do capital das principais construtoras, a injeo de

    crdito imobilirio e o aquecimento da economia geraram um aumento da demanda por

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    25

    imveis econmicos, concomitante escassez de equipamentos, materiais e mo de obra. A

    construo convencional no se mostrou uma soluo economicamente vivel para esse novo

    mercado e as empresas comearam a estudar alternativas tecnolgicas para buscar o equilbrio

    da trade custo, cronograma e qualidade no segmento popular.

    3.2 ANLISE DO SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDES DE CONCRETO

    Os principais tpicos do sistema construtivo paredes de concreto so resumidos nos itens a

    seguir.

    3.2.1 Caractersticas do sistema

    Conforme afirmam Misurelli e Massuda (2009, p. 74), No sistema construtivo paredes de

    concreto, a vedao e a estrutura so compostas por esse nico elemento. As paredes so

    moldadas in loco, tendo embutidas as instalaes eltricas, hidrulicas e as esquadrias..

    Segundo a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 12) o sistema parede de

    concreto pode ser empregado nos seguintes tipos de edificaes:

    a) casas trreas;

    b) casas assobradadas;

    c) edifcios com pavimento trreo mais cinco pavimentos tipo;

    d) edifcios com pavimento trreo mais oito pavimentos tipo limite para ter apenas esforos de compresso ;

    e) edifcios de at trinta pavimentos;

    f) edifcios com mais de trinta pavimentos considerados casos especiais e especficos .

    A figura 2 mostra um exemplo de casa assobradada construda no sistema paredes de

    concreto.

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    26

    Figura 2: exemplo de casa assobradada executada em sistema paredes de concreto

    (FARIA, 2009a, p. 39)

    Conforme Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 12), os empreendimentos

    mais recentes do sistema paredes de concreto vm de pases parecidos com o Brasil, como

    Colmbia, Mxico e outras naes da Amrica Central. Pode-se citar como exemplos:

    a) edifcios de at vinte pavimentos construdos pelas construtoras Inpar e Sergus;

    b) conjuntos residenciais no Mxico e Amrica Central;

    c) edifcios de at vinte e cinco pavimentos na Colmbia.

    Em relao aos tipos de empreendimentos em que o sistema pode ser aplicado, Faria (2009a,

    p. 39) afirma que apesar da maior penetrao do sistema construtivo na construo de

    habitaes do segmento econmico, ele tambm pode ser aplicado em edifcios de mdio e

    alto padro.

    3.2.2 Vantagens e desvantagens do sistema

    As vantagens do sistema esto citadas a seguir (FRANCO, 2004, p. 6):

    a) alta produtividade;

    b) custo global competitivo;

    c) execuo simultnea da estrutura e vedao;

    e) pode dispensar revestimentos ou usar revestimentos de pequena espessura.

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    27

    As desvantagens do sistema so as seguintes (FRANCO, 2004, p. 6):

    a) baixa flexibilidade;

    b) custo funo da reutilizao das formas e da velocidade de execuo;

    c) impe grande domnio tecnolgico de todo o processo;

    d) na disputa por mercado com a alvenaria estrutural em edifcios residenciais, geralmente fica em desvantagem.

    3.2.3 Materiais utilizados

    Os tipos de concreto e formas utilizados pelo sistema no Brasil esto especificados nos itens a

    seguir.

    3.2.3.1 Concreto

    Conforme Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 137) so quatro os tipos de

    cimento indicados para o sistema paredes de concreto:

    a) concreto celular (tipo L1): baixa massa especfica e bom desempenho trmico e acstico;

    b) concreto com alto teor de ar incorporado at 9% (tipo M): caractersticas mecnicas e termoacsticas similares s do concreto celular;

    c) concreto com agregados leves ou com baixa massa especfica (tipo L2): bom desempenho trmico e acstico, mas levemente inferior aos dos concretos L1 e M;

    d) concreto convencional ou concreto auto-adensvel (tipo N),

    - concreto convencional: deve possuir uma trabalhabilidade adequada e evitar a sua segregao nas partes inferiores das formas verticais;

    - concreto auto-adensvel: possui aplicao muito rpida e dispensa o uso de vibradores.

    As caractersticas dos tipos de concretos esto resumidas no quadro 1.

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    28

    TIPO DESCRIO MASSA ESPECFICA

    (kg/m)

    RESISTNCIA COMPRESSO MNIMA (MPa)

    L1 Concreto celular 1.500 a 1.600 4

    L2 Concreto com agregado leve 1.500 a 1.800 20

    M Concreto com ar incorporado 1.900 a 2.000 6

    N Concreto normal 2.000 a 2.800 20

    Quadro 1: caractersticas dos tipos de concreto utilizados no sistema construtivo paredes de concreto (adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO

    PORTLAND, 2008, p. 39)

    3.2.3.2 Frmas

    Segundo Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 13) os tipos de frmas

    utilizados no sistema paredes de concreto so os seguintes:

    a) metlicas (quadros e chapas em alumnio ou ao);

    b) metlicas e compensado (quadros em alumnio ou ao e chapas de madeira compensada ou material sinttico);

    c) plsticas (quadros e chapas de plstico reciclvel contraventadas por estruturas metlicas).

    3.3 DIFICULDADES PARA O PROJETO ESTRUTURAL DE PAREDES DE

    CONCRETO NO BRASIL

    Ainda no h em vigor no Pas uma norma tcnica que regulamente especificamente o projeto

    estrutural de edificaes em paredes de concreto. Conforme Faria (2009b, p. 34):

    A norma tcnica para elaborao de projetos de edifcios com paredes de concreto moldadas in loco comea a tomar forma. Embora ainda haja um longo caminho at sua publicao, j est disponvel para o pblico o texto que embasa as discusses tcnicas do comit responsvel pela elaborao da norma.

    Em relao concepo estrutural, a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p.

    177) afirma que o princpio estrutural do sistema parede de concreto o modelo de estrutura

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    29

    composta por paineis e no por prticos de pilares e vigas, conforme previsto pela norma

    brasileira NBR 6118. Devido a esse fato, a Comisso Brasileira de Normas Tcnicas

    considerou que a NBR 6118 no se aplica ao dimensionamento desse sistema estrutural.

    Em relao aos procedimentos que o projetista estrutural pode adotar, a Associao Brasileira

    de Cimento Portland (2008, p. 177, grifo dos autores) sugere o texto Prtica Recomendada

    de Projeto para Pequenas Construes (at 5 pavimentos) em Paredes de Concreto, que

    constitui o texto preparatrio para a primeira norma brasileira sobre dimensionamento de

    paredes de concreto. Esse texto baseia-se nos conceitos da NBR 6118, em normas estrangeiras

    como a americana ACI 318 e a francesa DTU 23.1, bem como na experincia de alguns dos

    calculistas nacionais renomados.

    Essa limitao em at cinco pavimentos justificada pelos seguintes fatores (FARIA, 2009b,

    p. 148):

    a) a tipologia para um produto promissor para um mercado em expanso, o da habitao popular;

    b) o texto das Prticas Recomendadas relaciona-se diretamente com a norma brasileira NBR 15.575 Edifcios Habitacionais de at Cinco Pavimentos Desempenho;

    c) o comportamento estrutural de edifcios mais baixos menos complexo, portanto a elaborao de uma norma especfica para essa tipologia seria mais rpida do que um texto que contemplasse estruturas com mais pavimentos.

    Nos casos de edificaes mais altas, a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p.

    177) recomenda o uso de normas estrangeiras, como o ACI 318 e a DTU 23.1, ou ainda um

    texto especfico de Prticas Recomendadas para Construes acima de cinco pavimentos, a

    ser desenvolvido futuramente.

    Diante deste panorama, Faria (2009b, p. 35) afirma que como a tecnologia ainda

    relativamente recente, exige mobilizao maior de tempo e recursos por parte dos calculistas.

    Assim, num primeiro momento, os projetos tendem a ficar de 20% a 30% mais caros que

    estruturas aporticadas convencionais.

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    4 PAREDES COMO ELEMENTOS ESTRUTURAIS E CRITRIOS DE

    DIMENSIONAMENTO DO TEXTO PRTICAS RECOMENDADAS

    No primeiro item ser feita uma reviso de paredes como elementos estruturais e nos item

    seguinte sero apresentados os critrios de dimensionamento e detalhamento adotados pelo

    texto Prticas Recomendadas da ABPC.

    4.1 PAREDES COMO ELEMENTOS ESTRUTURAIS

    A seguir ser apresentado um critrio para definir paredes estruturais e posteriormente ser

    apresentado o panorama do uso de paredes como elementos estruturais.

    4.1.1 Critrio para definir paredes estruturais

    No h um critrio plenamente estabelecido sobre as dimenses que caracterizam uma parede.

    Ao definir paredes, Fusco (1995, p. 374) estabelece que:

    As paredes so peas estruturais de superfcie que tm por finalidade principal suportar cargas verticais, como os pilares.

    Por vezes pode ser at difcil distinguir uma parede de um pilar alongado. O problema convencional.

    Embora os regulamentos frequentemente procurem definir as paredes em razo da relao a/b, entre a maior e a menor dimenso da seo horizontal da pea, isso parece pouco razovel, particularmente considerando os baixos valores propostos pelos diferentes cdigos.

    Do ponto de vista prtico, parece mais razovel considerar a pea estrutural como parede, e no como pilar, quando a maior dimenso de sua seo horizontal for uma frao significativa de sua altura H [...].

    A figura 3 apresenta a relao entre comprimento e altura para paredes.

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    31

    Figura 3: critrio adotado para diferenciar paredes de pilares (FUSCO, 1995, p. 374)

    Fusco (1995, p. 374) sugere que, para fins prticos, pode-se admitir como parede a pea com

    a relao dada pela frmula 1:

    5,0H

    a

    (frmula 1)

    Onde:

    a = maior dimenso da seo horizontal;

    H = altura do elemento.

    4.1.2 Panorama da utilizao estrutural das paredes de concreto

    No passado, as paredes de concreto eram projetadas na maioria das estruturas para proteo

    contra o ambiente externo com pouca considerao pela capacidade da parede como um

    elemento estrutural. Essa abordagem era devida principalmente baixa tenso de clculo

    permitida para paredes em verses iniciais das normas de concreto publicadas (DOH, 2002, p.

    1-1).

  • __________________________________________________________________________________________ Luciano Melchiors Martin. Trabalho de Diplomao. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2010

    32

    Conforme Doh (2002, p. 1-1), com o passar dos anos, as paredes de concreto armado

    conquistaram maior aceitao, por engenheiros atuantes, como elementos estruturais

    portantes. Essa aceitao devida ao aumento da pesquisa realizada sobre paredes de

    concreto e o subsequente aumento nas tenses de clculo permitidas em vrias normas de

    concreto atuais.

    As paredes de concreto armado so atualmente consideradas importantes elementos

    estruturais com as principais normas de projeto dedicando captulos especficos ao projeto de

    paredes. As paredes portantes de concreto armado podem ser utilizadas em vrias situaes de

    projeto (DOH, 2002, p. 1-1), ou seja, paredes:

    a) atuando como elementos integrantes de sistemas de ncleos de paredes;

    b) de contraventamento para resistir carregamentos laterais, como o vento ou efeitos ssmicos, atuando no plano das estruturas;

    c) externas para resistir combinaes de foras horizontais e verticais no plano das estruturas.

    Devido aos avanos na tecnologia do concreto e popularizao do concreto de alta

    resistncia, significativas redues de custo podem ser obtidas atravs do uso de paredes

    menos espessas em estruturas elevadas. Paredes menos espessas reduzem o custo das

    edificaes e tambm aumentam o espao locvel lquido do empreendimento. Assim,

    progressivamente est tornando-se mais importante realizar um projeto mais preciso e menos

    conservador dos ncleos de paredes (FRAGOMENI, 1995 apud DOH, 2002, p. 1-2).

    4.2 CRITRIOS DE DIMENSIONAMENTO CONFORME TEXTO DAS

    PRTICAS RECOMENDADAS

    Nos itens a seguir sero transcritos os trechos do texto das Prticas Recomendadas necessrios

    ao dimensionamento das paredes de concreto.

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    33

    4.2.1 Apresentao

    A Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 35) afirma que a contribuio deste

    Ativo servir como texto-base para a norma tcnica sobre Paredes de Concreto Armado

    Projeto e Execuo de Edificaes limitadas a cinco pavimentos. Quanto exatido do

    texto, a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 35) comenta que apesar de ainda

    ser um texto-base, o documento aborda o sistema com o rigor tcnico esperado para uma

    norma tcnica, apresentando-se claro e didtico o suficiente para ser usado como referncia

    no mercado.

    4.2.2 Escopo

    Segundo a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 36) o documento das Prticas

    Recomendas tem o seguinte escopo:

    [...] fixa os requisitos bsicos exigveis para o projeto e execuo das construes em paredes de concreto moldadas in loco, com formas removveis.

    [...] se aplica ao projeto de paredes submetidas carga axial, com ou sem flexo, concretadas com todos os elementos que faro parte da construo final, tais como detalhes de fachada (frisos rebaixos), armaduras distribudas e localizadas, instalaes eltricas (e algumas hidrulicas) embutidas.

    [...] estabelece as disposies construtivas e as condies de clculo para diferentes tipos de concreto.

    [...] tem seu campo de aplicao limitado a:

    (a) edifcios de at cinco pavimentos, estruturado por paredes de concreto;

    (b) lajes de vo luz com dimenso mxima de 4 m e sobrecarga mxima de 3.000 N/m2;

    (c) piso a piso mximo da construo igual a 3 m;

    (d) dimenses em planta de, no mnimo, 8 m.

    Conforme a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 37) o texto no se aplica aos

    seguintes casos:

    (a) construo de paredes pr-fabricadas;

    (b) construo [com paredes] moldadas in loco com formas incorporadas;

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    34

    (c) construes com paredes curvas;

    (d) construes com paredes submetidas ao carregamento predominantemente horizontal, como muros de arrimo ou reservatrios.

    4.2.3 Requisitos gerais de qualidade da estrutura e do projeto

    Nos itens a seguir primeiramente so apresentados os requisitos de qualidade da estrutura e

    posteriormente os requisitos de qualidade do projeto.

    4.2.3.1 Requisitos de qualidade da estrutura

    Conforme a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 37) a estrutura deve ser

    projetada e executada de modo que:

    (a) resista a todas as aes que sobre ela produzam efeitos significativos tanto na sua construo quanto durante a vida til;

    (b) sob as condies ambientais previstas na poca de projeto e quando utilizada conforme preconizado em projeto, conserve sua segurana, estabilidade e aptido em servio durante o perodo correspondente sua vida til;

    (c) contemple detalhes construtivos que possibilitem manter a estabilidade pelo tempo necessrio evacuao quando da ocorrncia de aes excepcionais localizadas, como exploses e impactos.

    4.2.3.2 Requisitos de qualidade do projeto

    Segundo a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 38) o projeto deve ser

    concebido adotando-se:

    (a) sistema estrutural adequado funo desejada para a edificao;

    (b) combinao de aes compatveis e representativas;

    (c) dimensionamento e verificao de todos os elementos estruturais presentes;

    (d) especificao de materiais apropriados e de acordo com os dimensionamentos efetuados;

    (e) procedimentos de controle para projeto.

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    35

    4.2.4 Aes

    Os prximos itens tratam sobre as aes as quais so submetidas s estruturas das paredes.

    4.2.4.1 Generalidades

    As aes a considerar classificam-se conforme a NBR 8681 Aes e Segurana nas

    Estruturas devem ser consideradas todas as cargas laterais as quais a parede possa ser

    submetida, inclusive cargas de desaprumo (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO

    PORTLAND, 2008, p. 39).

    4.2.4.2 Esforos solicitantes

    De acordo com a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 40):

    O clculo dos esforos solicitantes deve ser realizado de acordo com os princpios da teoria das estruturas.

    Os edifcios e as paredes de concreto devem ser contraventados de tal forma que no ocorram grandes deslocamentos relativos entre o topo e a base. Esta condio admite-se atendida quando:

    (a) dispem-se paredes resistentes em dois sentidos, de modo a proporcionar estabilidade lateral dos componentes e ao conjunto estrutural;

    (b) a laje calculada como solidria com as paredes resistentes e funcionando como diafragma rgido, de forma a transferir a estas os esforos horizontais.

    Estruturas que no se enquadrem nestes requisitos no so objeto desta prtica recomendada.

    4.2.4.3 Cargas verticais nas paredes

    O carregamento vertical das paredes deve considerar todas as cargas atuantes sobre ela, de

    acordo com a NBR 6120 Cargas para o Clculo de Estruturas de Edificaes , e admite-se

    que as cargas agem no plano mdio das paredes de concreto, que devem ser calculadas como

    estruturas de casca plana (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2008,

    p. 40).

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    36

    4.2.4.4 Cargas horizontais nas paredes

    Conforme a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 41):

    As cargas horizontais que devem ser consideradas so a ao do vento e o desaprumo. A ao do vento deve ser levada em conta no funcionamento global [...].

    Considerar o maior esforo dentre aqueles gerados pela ao do vento e o desaprumo.

    As aes horizontais previstas nesta Prtica Recomendada aplicadas transversalmente s mesmas esto limitadas a uma presso total de 1.000 N/m2, includa a presso dinmica do vento. Para aes que excedam essa grandeza recorrer ABNT NBR 6118.

    4.2.4.4.1 Ao do vento

    De acordo com a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 41), Para a

    considerao da ao do vento deve ser seguida a ABNT NBR 6123 [Foras devidas ao vento

    em edificaes]..

    4.2.4.4.2 Desaprumo

    Segundo a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 41), Para edifcios de

    mltiplos andares, deve ser considerado um desaprumo global atravs de um ngulo de

    desaprumo , [...]. Esse ngulo calculado conforme a frmula 2:

    H170

    1=

    (frmula 2)

    Onde:

    o ngulo de desaprumo, em radianos;

    H a altura da edificao, em metros.

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    37

    De acordo com a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 41), A considerao

    deste desaprumo tem a mesma magnitude de uma carga horizontal aplicada em cada

    pavimento no valor [...]. Esse valor calculado pela frmula 3:

    NFdes = (frmula 3)

    Onde:

    Fdes a fora gerada pelo desaprumo;

    N a carga total do pavimento considerado.

    4.2.4.5 Coeficiente de ponderao dos esforos

    Segundo a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 41), Deve ser adotado um

    coeficiente de ponderao dos esforos f com valor de 1,4..

    4.2.5 Resistncias

    A Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 42) estabelece que as resistncias

    devem ser adotadas conforme a NBR 6118. Alm disso, tendo em vista o escopo do texto, a

    resistncia caracterstica compresso (fck) no deve ser tomada superior a 40 MPa.

    4.2.6 Dimenses mnimas

    A Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 42) determina que a espessura mnima

    das paredes com altura de at 3 m deve ser de 10 cm. Nos casos de paredes internas de

    edificaes de at dois andares pode-se utilizar uma espessura de 8 cm. Para paredes com

    alturas maiores, a espessura mnima deve ser 1/30 do menor valor entre a altura e metade do

    comprimento horizontal entre travamentos.

  • __________________________________________________________________________________________ Luciano Melchiors Martin. Trabalho de Diplomao. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2010

    38

    4.2.7 Premissas bsicas de concepo de projeto

    As estruturas de paredes de concreto devem atender as seguintes premissas bsicas

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2008, p. 43):

    (a) comprimento da parede maior ou igual a oito vezes a sua espessura;

    (b) espessura da parede maior ou igual a 10 cm, ressalvando que nas construes com at dois pavimentos, podem ser utilizadas paredes com espessura maior ou igual a 8 cm;

    (c) paredes predominantemente comprimidas com pequenas excentricidades;

    (d) resistncia caracterstica compresso no concreto (fck) menor ou igual a 40 MPa;

    (e) os esforos causados pelas restries deformao, como retrao e dilatao trmica, devem ser calculados e dimensionados separadamente. Para efeito deste documento devem ser tomadas providncias necessrias para anular estes esforos, tais como juntas de dilatao ou juntas de controle.

    4.2.8 Dimensionamento

    Os itens a seguir fornecem as diretrizes bsicas para o dimensionamento das estruturas em

    parede de concreto.

    4.2.8.1 Generalidades

    De acordo com a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 43-44):

    As paredes devem ser construdas monoliticamente e com armadura de ligao, seja na ligao parede com parede, seja na ligao parede com laje em todas as suas bordas. Qualquer elemento pr-moldado no deve invadir a seo da parede.

    As paredes devem ter extremidades com travamento de, no mnimo, trs vezes a espessura da parede. No caso de no ser possvel o travamento, a parede deve ser calculada separadamente como pilar ou pilar-parede.

    As paredes que no estiverem continuamente apoiadas em outro elemento (parede inferior ou fundao contnua) devem ter esta regio no apoiada analisada como viga-parede [...].

    O clculo das lajes deve seguir as exigncias da ABNT NBR 6118.

    No permitida a abertura de paredes ou a sua remoo sem consulta ao projetista da obra.

  • __________________________________________________________________________________________ Paredes de Concreto: comparao entre critrios de dimensionamento adotados

    39

    4.2.8.2 Premissas bsicas de dimensionamento

    Conforme a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 43-44), as paredes devem

    seguir s seguintes premissas bsicas:

    (a) trechos de parede com comprimento menor que oito vezes a sua espessura devem ser dimensionados como pilar ou pilar-parede;

    (b) trechos de parede que tenham tenso solicitante caracterstica superior a 0,20 fck devem ser dimensionadas como pilar ou pilar-parede;

    (c) paredes devem ser dimensionadas flexo-compresso para o maior valor entre as seguintes excentricidades,

    - (1,5 + 0,03h) cm, onde h a espessura da parede;

    - excentricidade decorrente da presso lateral do vento no menos que 1.000 N/m2;

    (d) paredes com excentricidades maiores devero ser calculadas pela ABNT NBR 6118.

    4.2.8.3 Armadura mnima

    Os itens a seguir estabelecem os critrios adotados para a armadura mnima.

    4.2.8.3.1 Seo de ao

    Segundo a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 45):

    A seo mnima de ao das armaduras verticais deve corresponder a no mnimo 0,10% da seo de concreto. Para construes de at dois pavimentos, permite-se a utilizao de armadura mnima equivalente a 70% destes valores.

    A seo mnima de ao das armaduras horizontais deve corresponder a no mnimo 0,15% da seo de concreto. No caso de paredes com at 6 m de comprimento horizontal, permite-se a utilizao de armadura mnima equivalente a no mnimo 66% destes valores, desde que se utilize fibras ou outros materiais que comprovadamente contribuam para minorar a retrao do concreto [...]. Respeitada esta condio, as construes de at dois pavimentos admitem uma armadura mnima de 40% do valor especificado.

  • __________________________________________________________________________________________ Luciano Melchiors Martin. Trabalho de Diplomao. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2010

    40

    4.2.8.3.2 Espaamento entre barras de ao

    De acordo com a Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 45), O espaamento

    mximo entre barras das armaduras verticais e horizontais no deve ser maior que duas vezes

    a espessura da parede, sendo de, no mximo, 30 cm..

    4.2.8.4 Resistncia limite sob solicitao normal

    Os itens a seguir tratam sobre a resistncia limite das estruturas.

    4.2.8.4.1 Resistncia de clculo

    A Associao Brasileira de Cimento Portland (2008, p. 46) estabelece que a resistncia de

    clculo deve ser determinada conforme a frmula 4:

    643,1

    )..85,0(

    )]2(31[

    )..85,0(

    221,

    tff

    kkk

    tff scdcdscdcdresistd

    +

    +

    +=

    (frmula 4)

    Onde:

    d,resist = normal de clculo em unidade de comprimento admitida no plano mdio da parede;

    = taxa de armadura da parede;

    t = espessura da parede.

    Sendo:

    002,0.sscd Ef = ;

    68,12,1.4,1 ==c ;

    0,35/8635 21 == kk ;

    35

    86,35/12086 21

    ==