SUGESTÕES DE TEMAS PARA O CURSO DE Geografia e...
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BIBLIOTECA PARA O CURSO DE GESTÃO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS
Selecionamos para você uma série de artigos, livros e endereços na Internet
onde poderão ser realizadas consultas e encontradas as referências necessárias
para a realização de seus trabalhos científicos, bem como, uma lista de sugestões
de temas para futuras pesquisas na área.
Primeiramente, relacionamos sites de primeira ordem, como:
www.scielo.br
www.anped.org.br
www.dominiopublico.gov.br
SUGESTÕES DE TEMAS
1. GESTÃO IMOBILIÁRIA E LOGÍSTICA REVERSA NOVA ÁREA DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL
2. GESTÃO IMOBILIÁRIA E AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS
3. GESTÃO IMOBILIÁRIA E DESEMPENHO NA CADEIA PRODUTIVA
4. GESTÃO IMOBILIÁRIA E INDICADORES DE DESEMPENHO
5. GESTÃO IMOBILIÁRIA E COMPETITIVIDADE
6. GESTÃO IMOBILIÁRIA E OS ELOS OU FONTES QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA
7. GESTÃO IMOBILIÁRIA E INDICADORES DE CUSTOS
8. GESTÃO IMOBILIÁRIA E INDICADORES DE INOVAÇÃO
9. GESTÃO IMOBILIÁRIA E INDICADORES DO ESFORÇO INOVATIVO
10. GESTÃO IMOBILIÁRIA E INDICADORES DOS RESULTADOS OBTIDOS COM A INOVAÇÃO
11. GESTÃO IMOBILIÁRIA E INDICADORES DE MARKETING
12. GESTÃO IMOBILIÁRIA E INDICADORES DO ESFORÇO DE MARKETING
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13. GESTÃO IMOBILIÁRIA E INDICADORES DOS RESULTADOS DO MARKETING
14. GESTÃO IMOBILIÁRIA E GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS.
15. GESTÃO IMOBILIÁRIA E METODOLOGIA DE GESTÃO PARA ADENSAMENTO DE CADEIAS PRODUTIVAS
16. GESTÃO IMOBILIÁRIA E TERMO DE REFERÊNCIA DE TECNOLOGIA DE GESTÃO DO USO DO PODER DE COMPRA: projeto formação de recursos humanos especializados
17. GESTÃO IMOBILIÁRIA E LOGÍSTICA E GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
18. GESTÃO IMOBILIÁRIA E COMPETIÇÃO: estratégias competitivas essenciais
19. GESTÃO IMOBILIÁRIA E INDICADORES DE DESEMPENHO
20. GESTÃO IMOBILIÁRIA E GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
21. GESTÃO IMOBILIÁRIA E INDICADORES DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO
22. GESTÃO IMOBILIÁRIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL NA CADEIA LOGÍSTICA: uma visão integrada para o incremento da competitividade
23. GESTÃO IMOBILIÁRIA E A COMPETITIVIDADE NO CONTEXTO ATUAL
24. GESTÃO IMOBILIÁRIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS GRANDES EMPRESAS
25. RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA E CIDADANIA EMPRESARIAL: uma análise conceitual comparativa
26. ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL NOS NEGÓCIOS
27. A QUESTÃO AMBIENTAL E O IMPACTO NA GESTÃO EMPRESARIAL: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO SETOR DE HIGIENE E LIMPEZA
28. GESTÃO DE ESTOQUES NA CADEIA LOGÍSTICA INTEGRADA
29. CAPITALISMO: novas dinâmicas, outros conceitos
30. RESPONSABILIDADE SOCIAL: a empresa hoje
31. GESTÃO EMPRESARIAL: DE TAYLOR AOS NOSSOS DIAS – evolução e tendências da moderna administração de empresas
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32. A EMPRESA VISTA COMO UM ELO DA CADEIA DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
33. DINÂMICA DEMOGRÁFICA, CONDIÇÕES SOCIAIS E COMPETITIVIDADE
34. EM BUSCA DO FUTURO: a competitividade no Brasil
35. ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE
36. MEIO AMBIENTE: ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS
37. ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO
38. GESTÃO EMPRESARIAL E COMPETITIVIDADE
39. EM BUSCA DO FUTURO: a competitividade no Brasil
40. RESPONSABILIDADE SOCIAL E MEIO AMBIENTE
41. TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NO SETOR AUTOMOBILÍSTICO
42. VANTAGEM COMPETITIVA
43. COMO A INFORMAÇÃO PROPORCIONA VANTAGEM COMPETITIVA: ESTRATÉGIAS
44. COMPETITIVAS ESSENCIAIS
45. DA VANTAGEM COMPETITIVA À ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
46. O PROCESSO DA ESTRATÉGIA
47. CRESCEM EXIGÊNCIAS AOS FORNECEDORES
48. ÉTICA EMPRESARIAL: posturas responsáveis nos negócios, na política e nas relações pessoais
49. ANÁLISE DOS GANHOS DAS NOVAS CONFIGURAÇÕES NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA E A GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTO
50. PERCEPÇÃO E TENDÊNCIAS DO CONSUMIDOR BRASILEIRO
51. VANTAGEM COMPETITIVA EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL BASEADA EM TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO
52. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES LOGÍSTICAS
53. AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES LOGÍSTICAS PARA ADOÇÃO DO ECR NOS SUPERMERCADOS BRASILEIROS
54. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: planejamento,
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organizações e logística empresarial
55. AUTOMAÇÃO DE IDENTIFICAÇÃO E COMUNICAÇÃO
56. A INTERNET NA GESTÃO DOS FORNECEDORES
57. GESTÃO DE DISTRIBUIDORES E DESINTERMEDIAÇÃO
58. REDES VAREJISTAS DESCOBREM A TI
59. ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE A GESTÃO DE CUSTOS E A GESTÃO DO PREÇO DE VENDA: um estudo das práticas adotadas por empresas industriais
60. CONTABILIDADE GERENCIAL
61. CUSTO E DESEMPENHO: administre seus custos para ser mais competitivo
62. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING: análise, planejamento, implementação e controle
63. UMA CONTRIBUIÇÃO À FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA
64. UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE CUSTEIO EM INDÚSTRIAS BRASILEIRAS: uma pesquisa empírica
65. GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
66. LOGÍSTICA E GERENCIAMENTO DA CADEIA DE DISTRIBUIÇÃO: estratégia, operação e avaliação
67. A INFORMAÇÃO CONTÁBIL E O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES: MARCO CONCEITUAL E ESTUDO EMPÍRICO
68. VANTAGEM COMPETITIVA: criando e sustentando um desempenho superior
69. CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DE UM MODELO CONCEITUAL DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO ESTRATÉGICA
70. GERENCIAMENTO INTEGRADO DE CUSTOS
71. A REVOLUÇÃO DOS CUSTOS: como REINVENTAR E REDEFINIR SUA ESTRATÉGIA DE CUSTOS PARA VENCER EM MERCADOS CRESCENTEMENTE COMPETITIVOS
72. FUNDAMENTOS DO CONTROLE DE QUALIDADE NAS EMPRESAS: práticas e implementações
73. COMUNICAÇÃO INTERNA E QUEBRA DE PARADIGMAS NA GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
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74. ESTILOS DE LIDERANÇA
75. FALTA DE EMPREGO OU FALTA DE CAPACITAÇÃO?
76. O DESAFIO DO GESTOR PARA DESENVOLVER UMA EQUIPE
77. O PAPEL DO GESTOR NA MANUTENÇÃO DA EQUIPE MOTIVADA
78. EDUCAÇÃO EMPRESARIAL (CORPORATIVA)
79. A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NAS SITUAÇÕES CONFLITIVAS NAS ORGANIZAÇÕES
80. ORÇAMENTO DOMÉSTICO COMO FORMA DE MOTIVAÇÃO NO TRABALHO
81. ALIMENTOS E BEBIDAS: treinar ou terceirizar
82. A EMPRESA QUE VIVE EM MIM
83. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
84. CAPITAL INTELECTUAL
85. A COMPETITIVIDADE NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
86. A UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NO GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
87. ANÁLISE DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAS: critérios e tendências nas organizações atuais
88. BALANCED SCORECARD
89. CALL CENTERS - influência no desenvolvimento profissional das pessoas
90. ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO
91. INFLUÊNCIA DO TERCEIRO TURNO NA VIDA SOCIAL, FAMILIAR E PROFISSIONAL DO TRABALHADOR
92. RESPONSABILIDADE SOCIAL - uma reflexão a respeito do compromissos das empresas com a sociedade e o meio ambiente
93. A MOTIVAÇÃO E SEU PAPEL PARA ATINGIR RESULTADOS ORGANIZACIONAIS
94. A IMPORTÂNCIA DO LÍDER NO DESENVOLVIMENTO DE UMA EQUIPE
95. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA GESTÃO DE PESSOAS
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96. ESTRATÉGIAS PARA ELIMINAR CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES
97. LIDERANÇA EM EQUIPES
98. A IMPORTÂNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
99. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
100. LIDERANÇA E OS DESAFIOS DA MUDANÇA
101. A ADMINISTRAÇÃO NA VISÃO DE FAYOL
102. A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS
103. EMPRESA FAMILIAR – SUAS CARACTERÍSTICA E ESTRUTURA: subsídios para análise de mudanças
104. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL BASEADA NA FIDELIZAÇÃO CLIENTE - EMPRESA
105. ESTRESSE NOS PROFISSIONAIS DE RECURSOS HUMANOS
106. GESTÃO DO FATOR HUMANO E SISTEMA DE TRABALHO
107. RESPONSABILIDADE SOCIAL NA EMPRESA
108. REDENÇÃO DE PROFISSIONAIS NO COOPERATIVISMO
109. RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
110. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE VENDAS
111. OS PADRÕES COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM A EXPANSÃO E DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES
112. MUDANÇA NA CULTURA ADMINISTRATIVA EM UM CENÁRIO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO
113. LIDERANÇA E OS DESAFIOS DA MUDANÇA
114. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL
115. A INFLUÊNCIA DO GESTOR NA FORMAÇÃO DE LÍDERES NA INDÚSTRIA
116. COMO A GESTÃO DE PESSOAS PODE AUXILIAR O DOCENTE NAS SÉRIES INICIAIS
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117. O EXERCÍCIO DE LIDERANÇA COM MONITORES DE CRECHES
118. LIDERANÇA CARISMÁTICA E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
119. O PAPEL DA LIDERANÇA NO DESEMPENHO DOS PROFISSIONAIS
120. A FUNÇÃO DO LÍDER NO AMBIENTE DE TRABALHO
121. A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO NA ORGANIZAÇÃO
122. ADMINISTRADOR RURAL EM SUAS TOMADAS DE DECISÕES
123. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO PROFISSIONAL
124. LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO NA GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS
125. GESTÃO DE QUALIDADE EM TI
126. AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL NA CONSTRUÇÃO DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
127. A IMPORTÂNCIA DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAS NO MERCADO DE TRABALHO
128. A LEI DE RESPONSABILIDADE SOCIAL APLICADA NAS ORGANIZAÇÕES
129. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO - como ferramenta para a motivação do funcionário e da equipe
130. COMPORTAMENTO HUMANOS NAS ORGANIZAÇÕES
131. QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL EM RECURSOS HUMANOS
132. ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS FAMILIARES
133. ATENDIMENTO AO CLIENTE: qualidade em primeiro lugar
134. EDUCAÇÃO EMPRESARIAL (CORPORATIVO)
135. A MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS: um estudo doutrinário
136. A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS TOMADAS DE DECISÕES
137. LIDERANÇA EM EQUIPES
138. A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO NA ORGANIZAÇÃO
139. A INFLUÊNCIA DO GESTOR NA FORMAÇÃO DE LÍDERES NA INDÚSTRIA
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140. ATENDIMENTO AO CLIENTE NA EMPRESA VAREJISTA 141. BECHMARKING 142. LIDERANÇA 143. MOTIVAÇÃO E LIDERANÇA EM EQUIPES 144. O PAPEL DO GESTOR NA IDENTIFICAÇÃO DE LÍDERES NA
INDÚSTRIA 145. RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO TRABALHO 146. A FUNÇÃO DO LÍDER NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL 147. A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO NUMA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO 148. EMPREENDORISMO NO BRASIL 149. A IMPORTÂNCIA DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAS 150. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA GESTÃO DE
PESSOAS 151. O EXERCÍCIO DE LIDERANÇA COM MONITORES DE CRECHES 152. A LEI DA RESPONSABILIDADE SOCIAL APLICADA NAS
ORGANIZAÇÕES 153. APLICAÇÃO DE RECURSOS DE COACHING EM UMA EMPRESA DO
RAMO ODONTOLÓGICO 154. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL 155. TREINAMENTO DE VENDAS EM UM COMÉRCIO VAREJISTA DE
BRINQUEDOS 156. COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA EM UMA EMPRESA FAMILIAR 157. GERENCIAMENTO DE PESSOAS - VANTAGEM COMPETITIVA
SUSTENTÁVEL 158. QUALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 159. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL 160. EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO EM UM HOTEL DE PEQUENO PORTE
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161. GESTÃO DO CONHECIMENTO 162. GESTÃO DO CONHECIMENTO COM FOCO EM CRM APLICADO A
MICROS E PEQUENAS EMPRESAS
163. LIDERANÇA E ASPECTOS PSICOLÓGICOS E CULTURAIS NO PROCESSO E NEGOCIAÇÃO
164. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 165. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: auxílio para micros e pequenas
empresas 166. QUALIDADE DE VIDA NAS EMPRESAS 167. GESTÃO DE BARES 168. GESTÃO DE PESSOAS – GESTÃO DE COMPETÊNCIAS E
COMPETITIVIDADE 169. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E O PERFORMANCE
EMPRESARIAL 170. HOTELARIA: EMPREENDORISMO E PLANEJAMENTO 171. LAVA-RÁPIDO E RESTAURANTE: maximinizando o tempo 172. PLANEJAMENTO EFICAZ DE VENDAS 173. A RESPONSABILIDADE SOCIAL 174. CONSULTORIA EM RECURSOS HUMANOS DE UMA EMPRESA 175. TRANSFORMAÇÃO ORGANIZACIONAL: teoria e a prática de inovar 176. COMO SE TORNAR UM LÍDER SERVIDOR: os princípios de liderança de
o monge e o executivo 177. COMO SE TORNAR UM LÍDER SERVIDOR: os princípios de liderança de
o monge e o executivo 178. EMPREENDORISMO 179. EMPREENDEDORISMO: transformando idéias em negócios 180. ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS - TEORIA GERAL E
PRÁTICA EM EMPRESAS MINEIRAS
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181. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E PERFOMANCE EMPRESARIAL 182. EMPRESAS FAMILIARES: cultura, poder e política 183. HOTELARIA: EMPREENDORISMO E PLANEJAMENTO 184. IMPLICAÇÃO DO AMBIENTE FÍSICO NA RETENÇÃO DE TALENTOS 185. ASSESSMENT FOCADO EM FEEDBACK - AVALIAÇÃO 360º GRAUS 186. COOPERATIVISMO DE TRABALHO: alternativa de geração de trabalho e
de renda 187. LAYOUT: SOB O ENFOQUE DA PRIVACIDADE NO TRABALHO 188. LAYOUT E MOTIVAÇÃO 189. TREINAMENTO COMO RESULTADO NA ORGANIZAÇÃO 190. TRANSFORMANDO SUOR EM OURO. 191. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL 192. LIDERANÇA SERVIDORA 193. MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS 194. QUALIDADE DE VIDA NAS EMPRESAS 195. VANTAGEM COMPETITIVA NA ERA DO CONHECIMENTO E DO
CAPITAL HUMANO 196. GESTÃO ESTRATÉGICA DE INFORMAÇÕES DE UMA EMPRESA DE
SOFTWARE 197. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NO PROCESSO DE GESTÃO DE
PESSOAS NAS EMPRESAS 198. PERFIL E A CARACTERÍSTICA DO EMPREENDEDOR 199. COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA EM UMA EMPRESA FAMILIAR 200. O PAPEL DO GESTOR DE RH NO DESENVOLVIMENTO DA ÉTICA 201. ADMINISTRANDO RELACIONAMENTOS - INTERPESSOAL X
INTRAPESSOAL 202. A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO DAS EQUIPES PARA O SISTEMA
ORGANIZACIONAL
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203. A INFLUÊNCIA DAS CORES E DOS RUÍDOS NO AMBIENTE DE
TRABALHO 204. A FUNÇÃO DO LÍDER NO AMBIENTE DO TRABALHO 205. ESTRATÉGIAS E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE UMA EMPRESA
FRANQUEADORA 206. RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS PRIVADAS COM
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 207. TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO 208. COMPRAS PELA INTERNET: EVOLUÇÃO NO MUNDO ATUAL 209. RETENÇÃO DE TALENTOS 210. TEORIAS DAS RELAÇÕES HUMANAS EM COMPARATIVO COM A
GESTÃO DE PESSOAS 211. GERENCIAMENTO DE PESSOAS - VANTAGEM COMPETITIVA
SUSTENTÁVEL 212. MARKETING DIRETO NO SETOR VAREJISTA: como atrair nossos
clientes 213. MARKETING PESSOAL 214. OS 4P´S DO MARKETING 215. MARKETING DE RELACIONAMENTO VOLTADO PARA PEQUENAS
EMPRESAS 216. FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES NA HOTELARIA E A IMPORTÂNCIA DO
MARKETING DE RELACIONAMENTO 217. MARKETING COMO RECURSO PARA QUALIDADE TOTAL NAS
EMPRESAS 218. A IMPORTÂNCIA DO MARKETING EMPRESARIAL NO MUNDO DOS
NEGÓCIOS 219. MARKETING DE SERVIÇOS DAS OPERADORAS DE TELEFONIA
MÓVEL 220. MARKETING DE RELACIONAMENTO VOLTADO PARA PEQUENAS
EMPRESAS
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221. O USO DO CRÉDITO POR CONSUMIDORES DA BAIXA RENDA PARA AQUISIÇÃO DE PRODUTOS DE MARCAS QUE SÃO SINÔNIMO DE QUALIDADE
222. MARKETING BANCÁRIO 223. MARKETING DE VAREJO 224. MARKETING DE VENDAS 225. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO COMO ESTRATÉGIA DE MARKETING 226. MARKETING DE VENDAS EM UMA LOJA DE PEÇAS E IMPLEMENTOS
AGRÍCOLAS 227. MARKETING CULTURAL COMO FERRAMENTA PARA REFORÇO
INSTITUCIONAL DA MARCA TIM 228. MARKETING DE RELACIONAMENTO VOLTADO PARA AS PEQUENAS
EMPRESAS: confiabilidade e comprometimento 229. A INFLUÊNCIA NO MARKETING NO VAREJO 230. MARKETING NO SETOR DE VAREJO 231. INTERAÇÃO COM OS CONSUMIDORES ATRAVÉS DO MIX
PROMOCIONAL 232. MARKETING SOCIAL - ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE
DIFERENCIAÇÃO 233. MARKETING MOTIVACIONAL 234. AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA APLICAÇÃO DE CONTROLES
PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS EM UMA MUDANÇA NO LAYOUT DE UMA SIDERÚRGICA DE AÇO
235. PROCESSOS FORMAIS EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS -
IMPLANTAÇÃO DE ESCRITÓRIO DE PROJETOS 236. GESTÃO DE NEGÓCIOS - MATURIDADE DE PROJETOS E
ESCRITÓRIOS DE PROJETOS SOB O ENFOQUE DA FERRAMENTA BSC - BALANCED SCORECARD
237. DIFICULDADES DE IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS EM EMPRESAS
FAMILIARES 238. MELHORIA/EFICIÊNCIA NA QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES NO
PROCESSO DE CONTRATAÇÃO
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239. RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL LIGADA A GERENCIAMENTO DE
PROJETOS 240. VIABILIDADE NAS EXPORTAÇÕES DE IMPLANTES ODONTOLÓGICOS
PARA O MÉXICO 241. GLOBALIZAÇÃO E COMÉRCIO EXTERIOR 242. COMÉRCIO EXTERIOR: SISCOMEX 243. VIABILIDADE NAS EXPORTAÇÕES DE IMPLANTES ODONTOLÓGICOS 244. O COMPORTAMENTO GERENCIAL NAS ORGANIZAÇÕES – UM
ESTUDO EM FACE DAS NOVAS TECNOLOGIAS 245. GESTÃO ESTRATÉGICA EM INDÚSTRIAS QUÍMICAS 246. GESTÃO DE MATERIAIS E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EFICAZ E
COMPETENTE 247. RESPONSABILIDADE SOCIAL: uma reflexão a respeito do compromisso
das empresas com a sociedade e o meio ambiente 248. MUDANÇAS NA GOVERNANÇA CORPORATIVA 249. LIDERANÇA NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO 250. ISO 9001 2008 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DA IMPLANTAÇÃO 251. COMPORTAMENTO GERENCIAL NAS ORGANIZAÇÕES 252. A IMPORTÂNCIA DOS CONTROLES INTERNOS NA GESTÃO
EMPRESARIAL 253. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES - UMA CONTRIBUIÇÃO A GESTÃO
EMPRESARIAL 254. GESTÃO DO AGRONEGÓCIO 255. FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE TOMADA DE DECISÕES 256. FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE TOMADA DE DECISÃO DO
USUÁRIO INTERNO DA ORGANIZAÇÃO 257. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DE CUSTOS VARIÁVEIS PARA
MELHORIAS DO RESULTADO 258. GESTÃO DE CUSTOS PARA QUALIDADE TOTAL
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259. GESTÃO FINANCEIRA E ESTRATÉGIA DE MERCADO 260. A PEQUENA EMPRESA E A MISTURA DE CONTAS PESSOAIS E
EMPRESARIAIS 261. A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE CUSTOS NO
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: a ferramenta de centros de custos
262. PLANEJAMENTO FINANCEIRO E SUAS FERRAMENTAS 263. FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA NA TOMADA DE DECISÃO 264. SISTEMA ABC – CUSTEIO BASEADO NAS ATIVIDADES DE
IMPLANTAÇÃO AO RESULTADO 265. FLUXO DE CAIXA NA PEQUENA EMPRESA 266. ORGANIZAÇÃO DE FINANÇAS 267. OS DESAFIOS DO ADMINISTRADOR NO CONTROLE DO FLUXO DE
CAIXA DE UMA EMPRESA FAMILIAR DE PEQUENO PORTE 268. A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL NO CONTROLE
FINANCEIRO DAS ORGANIZAÇÕES 269. A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA FORMAÇÃO
DE PREÇO DE VENDA 270. A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA NAS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS 271. A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO PÚBLICO PARA O
ADMINISTRADOR 272. FLUXO DE CAIXA 273. FLUXO DE CAIXA: FERRAMENTA NA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 274. FLUXO DE CAIXA - INSTRUMENTO DE CONTROLE CONTÁBIL 275. FLUXO DE CAIXA NA PEQUENA EMPRESA 276. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS 277. LOGÍSTICA REVERSA: UMA NOVA REALIDADE NO INTER-
RELACIONAMENTO COM O CLIENTE
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278. A LOGÍSTICA REVERSA DO PÓS-VENDA NO E-COMMERCE 279. AS NOVAS TECNOLOGIAS NO GERENCIAMENTO DE ESTOQUES 280. A LOGÍSTICA COMO CHAVE DE COMPETITIVIDADE NO VAREJO DE
PEQUENO PORTE 281. A GESTÃO DE ESTOQUE COMO FATOR GERADOR DE LUCROS PARA
EMPRESA 282. GESTÃO E CONTROLE DE ESTOQUE NO HOSPITAL 283. LOGÍSTICA - UM DIFERENCIAL COMPETITIVO 284. LOGÍSTICA E ESTOQUE DE MATERIAL
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ARTIGOS PARA LEITURA, ANÁLISE E UTILIZAÇÃO COMO FONTE OU REFERENCIA
Produção Print version ISSN 0103-6513
Prod. vol.7 no.1 São Paulo June 1997
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65131997000100002
Planejamento estratégico na indústria imobiliária: evidências de mercado
Oscar Fernando Osorio Balarine
Doutor em Engenharia de Produção. Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas-
PUCRS. Av.Ipiranga, 6681 - 90619-900 Porto Alegre(RS),[email protected]
RESUMO
O artigo descreve aplicações do planejamento estratégico à atividade imobiliária,
levantando bibliografia existente e estratégias utilizadas por empresas incorporadoras no
mundo real. Conclui-se que inúmeras empresas vem empregando consistentemente o
planejamento estratégico em seus negócios, além de utilizarem criativas campanhas
mercadológicas que contribuem para o sucesso dos empreendimentos.
Palavras-chave: Planejamento Estratégico, Desenvolvimento Imobiliário
ABSTRACT
This paper describes Strategic Planning improved to property development, and
management strategies cases in brazilian real world. It is conclusive that many developers are using strategic planning and marketing to reach successful enterprises.
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Key words: Strategic Planning. Property Development.
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Bibliografia
BALARIN, R. Construção no Mercosul. Gazeta Mercantil, 05/04/95. p.8. [ Links ]
____. Constructa Chega ao Brasil. Gazeta Mercantil, 12/03/96. p.C-2. [ Links ]
____. Miami Atrai Investidor Brasileiro. Gazeta Mercantil, 13/03/96. p.C-2. [ Links ]
____. Parceria para o Crédito a Imóvel. Gazeta Mercantil, 15/03/96. p.B-3.
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____. Maior Flexibilidade nos Novos Escritórios. Gazeta Mercantil, 30/05/96, Caderno Propriedades, p. 1. [ Links ]
BALARINE, O. Administração e Finanças para Construtores e Incorporadores. Porto Alegre, Edipuc, 1990. 196p. [ Links ]
____. Determinação do Impacto de Fatores Sócio-Econômicos na Formação do Estoque Habitacional em Porto Alegre. Porto Alegre, Edipuc, 1996. 228p. [ Links ]
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Economia Global e Gestão versão impressa ISSN 0873-7444
Economia Global e Gestão v.16 n.2 Lisboa set. 2011
Método do rendimento na avaliação imobiliária: uma revisão da literatura
Fernando Tavares*, António Carrizo Moreira** e Elisabeth Pereira***
* Doutoramento em curso em Gestão Industrial no Departamento de Economia, Gestão e
Engenharia Industrial (DEGEI) da Universidade de Aveiro. Investigador no Centro de Estudos em Governança, Competitividade e Políticas Públicas. E-mail: [email protected]
** Professor Auxiliar no DEGEI, Universidade de Aveiro. Investigador no Centro de
Estudos em Governança, Competitividade e Políticas Públicas. E-mail: [email protected]
*** Professora Auxiliar do DEGEI da Universidade de Aveiro. Investigadora no Centro de Estudos em Governança, Competitividade e Políticas Públicas. E-mail: [email protected]
RESUMO
O presente artigo faz parte de uma investigação académica sobre avaliação imobiliária.
Nele se apresenta uma revisão bibliográfica sobre o método do rendimento e a sua
aplicabilidade à avaliação imobiliária. Numa primeira parte é abordado o método do
rendimento e os meandros do seu cálculo, assim como os aspectos da determinação de
rendas e benefícios, centrando-se a questão fulcral nas taxas de desconto. Por outro lado
é também estudado, de modo complementar, a duração do arrendamento bem como a
«vacancy rate» e as relações entre preços, retornos e rendas. Na segunda parte analisa-
se a literatura existente sobre o investidor fundamental versus sentimental e o
«mispricing» presente no mercado, complementando esta análise com estudos de evidência empírica recentes sobre o cálculo da «caprate».
Palavras-chave: Avaliação Imobiliária, Método do Rendimento, Avaliação Fundamental, Cap Rate, Vacancy Rate.
Real estate income approach: a literature review
ABSTRACT
The present article is part of an academic research on real estate. The main purpose of
this article is to present a literature review on the income approach and its applicability
to the real estate property appraisal. The first part of this work addresses the main
issues of the income method and the calculation of its items, as well as the determination
of rents and benefits and the key issue of discount rates. On the other hand, in a
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complementary way, the duration of the lease and the vacancy rate and the relationship
between prices, rents and returns are also addressed. The second part analyses the
existing literature on the fundamental versus sentimental investor and the market
mispricing, complementing this analysis with recent studies of empirical evidence about the cap rate calculation .
Key words: Real Estate Valuation, Income Method, Fundamental Evaluation, Cap Rate, Vacancy Rate.
INTRODUÇÃO
A avaliação imobiliária influencia grande parte das decisões financeiras nas modernas
economias desenvolvidas, onde o sector imobiliário se apresenta como muito relevante
para o crescimento económico, quer directa, quer indirectamente. Num contexto de
globalização, as crises financeiras passadas e recentes demonstraram que os perigos de
colapso financeiro são reais, sendo de prever o seu contágio a outros mercados e a outras economias.
A avaliação imobiliária apresenta um carácter relevante sobretudo pela utilização do
método do rendimento que tem subjacente o método de actualização das rendas futuras
dos imóveis, que utiliza o valor actual das rendas futuras que um imóvel produz ou é capaz de vir a produzir durante a sua vida útil futura.
O valor presente de um bem é constituído pela soma de todas as rendas líquidas futuras
relacionadas com o mesmo. É necessário estimar os fluxos de caixa futuros (proveitos
menos custos) imputáveis até ao final da sua vida útil. Os fluxos de caixa futuros devem
ser previstos dentro do princípio da prudência, associado à actividade a que o bem está
destinado, atendendo aos rácios médios actuais e com uma visão de futuro. Deve tentar
prever-se o comportamento futuro atendendo ao ciclo de vida normal do bem e à sua
exploração no seu ciclo económico, considerando ainda qualquer aspecto que possa influir no valor dos proveitos e dos custos.
A avaliação consiste na utilização de um modelo, enquanto processo de determinação do
valor da propriedade influenciado pela quantificação da compreensão do mercado,
impacto legal, constrangimentos físicos do regime de planeamento, disponibilidade
financeira, procura para o produto, bem como do modo como a conjuntura económica influencia o valor da propriedade.
A utilização do modelo do rendimento na avaliação imobiliária requer alguns cuidados.
Desde logo na periodicidade dos cash flows (anuais, semestrais, trimestrais, mensais) e
na taxa de ocupação dos imóveis. Projectar cash flows futuros exige dados que, no
mercado imobiliário, não são fáceis de obter, pois as variáveis com influência são
diversas (política fiscal, taxas de juro, entre outras conjunturais). O processo de
formação do preço no mercado imobiliário reflecte, por vezes, valores sentimentais e
pouco racionais. Cabe ao investidor analisar, atendendo aos princípios de rentabilidade e risco enunciados por Markowitz (1952).
O objectivo do presente trabalho é procurar, na medida do possível, efectuar uma
revisão bibliográfica sobre o modelo do rendimento aplicado na avaliação imobiliária.
Para tal, o artigo divide-se em cinco secções. Na primeira secção é efectuada uma
pequena introdução. Na segunda aborda-se o método do rendimento, as suas variáveis,
principais relações, vantagens e inconvenientes. Enquanto a influência dos investidores
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fundamentais versussentimentais é analisada na terceira secção, alguns modelos de
determinação dinâmica dos preços dos imóveis através de cap rates1 e principais
variáveis são apresentados na quarta secção. Finalmente, na quinta secção são
apresentadas algumas considerações finais e as principais conclusões.
O MÉTODO DO RENDIMENTO
O método do rendimento é um método de actualização das rendas futuras dos imóveis.
Neste método, a propriedade é encarada como um bem produtivo, capaz de produzir
uma renda, com determinado nível de proveito e, portanto, de rendimento, podendo
tratar-se de um prédio urbano ou de um prédio rústico. O valor de mercado baseado na
renda presente é interpretado como a soma máxima que um investidor conhecedor das
actuais condições do imóvel, especialmente relacionadas com a sua ocupação presente e
rendimento gerado com a renda praticada, estaria disposto a desembolsar com a sua aquisição.
Segundo Ruback (1987), os modelos baseados no desconto de fluxos de rendimento,
baseados em fundos, partem da expressão:
Sendo que:
CFi: fluxo de fundos gerados no período i;
Vn: valor residual no ano n;
K: taxa de desconto exigida para o desconto de fluxos de fundos;
T: ano final de cash flows (pode ser infinito).
Embora, à primeira vista, possa parecer que a equação (1) está a considerar uma
duração temporal de fluxos, a realidade é diferente, já que o valor residual no ano n (Vn)
pode ser calculado descontando os fluxos futuros a partir desse período.
Um procedimento simplificado, para considerar uma duração indefinida de fluxos futuros
a partir do ano n, é supor uma taxa de crescimento constante (g) dos fluxos a partir
desse período e obter o valor residual no ano n, aplicando a fórmula simplificada de
desconto de fluxos indefinidos com crescimento constante (Ruback, 1987):
Apesar dos fluxos poderem ter uma duração indefinida, pode ser admissível depreciar o
seu valor a partir de determinado momento, dado que o seu valor actual é menor quanto
mais longínquo é o horizonte temporal. Por outro lado, a vantagem competitiva de
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muitos negócios tende a desaparecer ao fim de alguns anos.
Segundo Molina (2003), Rebelo (2002) e Schulz (2003), o valor de uma propriedade
imobiliária, capaz de produzir uma renda, é dado pelo quociente entre o rendimento líquido periódico (Rta) e a respectiva taxa de actualização (r).
Onde:
V: valor do imóvel;
Rta: renda líquida do período;
r: taxa de juro correspondente ao período.
Desta forma compara-se a renda de um imóvel com o valor que se obteria num
investimento seguro, como por exemplo em Obrigações do Tesouro, ou noutro activo
com risco baixo. De acordo com o princípio enunciado, o valor de algo é proporcional à
renda económica que gera, mas no caso dos imóveis este é apenas uma hipótese de partida, pois existem outras variáveis que incidem sobre o bem (Molina, 2003):
· No âmbito rural podem ter importância factores como a distância ao núcleo urbano;
sentimento de reconhecimento social pela posse da terra; expectativas futuras de índole
urbanística, empresarial, turística, etc.; perspectivas de melhorias de rentabilidade
futura, que podem derivar de diversas causas, proximidade de vias de comunicação ou a
empresas que laborem com produtos agrícolas, apetência dos vizinhos pela aquisição de imóveis limítrofes;
· No âmbito urbano podem influir outros factores: necessidade de ampliação de uma
determinada actividade industrial num local adjacente; proximidade a um dos locais de
trabalho da actividade que se desenvolve; desejo de dispor de um imóvel limítrofe à
habitação por questões familiares ou de prestígio; número de pessoas que circulam naquela parte da via e que está ligado ao local comercial, entre outras;
· Complementarmente aos aspectos enunciados anteriormente, atendendo à natureza do
bem, existem outros que são comuns: tanto a segurança como a liquidez e a
rentabilidade dos imóveis são diferentes de outras aplicações financeiras. Os motivos são
múltiplos, mas o maior peso específico vai para a falta de um mercado perfeito, sem
comerciantes especiais, temporais e custos administrativos que têm influência sobre o
valor de venda.
Segundo Molina (2003), a inflação apresenta-se como um elemento de crucial
importância em todos os investimentos financeiros, bem como em qualquer actividade relacionada com imobiliário.
Para León (2003), a inflação repercute-se no sector imobiliário de diferentes formas. No
sector imobiliário rústico é diferente da verificada no sector urbano, e ambas são
distintas da taxa de inflação geral existente no mercado nacional de bens imóveis.
Assim, o investidor procura as alternativas que lhe oferecem um retorno mais elevado,
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mas, no caso dos bens imóveis, deve ter também em conta, além da inflação, aspectos
relacionados com a aversão ao risco, a liquidez e possíveis mais-valias associadas à aquisição do imóvel.
Moreira (2002) entende que para se aplicar o método do rendimento deve ter-se
informação válida sobre:
· O cálculo exacto dos proveitos e dos gastos gerados pela detenção do imóvel, o que
levará à obtenção da renda real potencial;
· A periodicidade da renda estimada;
· Identificação dos benefícios que gera;
· Decisão sobre a taxa de actualização a utilizar;
· Vida útil do projecto de investimento imobiliário;
· Influência da inflação.
De notar que há modelos que tentam contornar alguns dos aspectos referidos. Por
exemplo, o modelo de Geltner e Mei (1995) é um modelo de previsão de cash flows que,
sendo vectorial auto-regressivo, consegue prever cash flows e retornos em mercados de propriedades comerciais.
Para Ghysels, Plazzi e Valkanov (2007), a alternativa a calcular o valor da propriedade
imobiliária, como qualquer outro recurso financeiro, é descontar o valor das rendas
esperadas. Estes autores analisaram o facto de o modelo de desconto de rendas ter
particular interesse para estimar o valor comercial das propriedades, nomeadamente em edifícios de escritórios, apartamentos, lojas e espaços industriais.
Também Plazzi, Torous e Valkanov (2006) estimaram o valor de uma propriedade
comercial com base no valor actual das rendas futuras. Por outro lado, a literatura
imobiliária pressupõe que o valor da propriedade imobiliária numa dada área
metropolitana é função da demografia, desenvolvimento económico e determinantes
geográficos2(Ghysels, Plazzi e Valkanov, 2007; Capozza et al., 2002; Abraham e
Hendershott, 1996; Lamont e Jeremy, 1999; Malizia, 1991).
Ghysels, Plazzi e Valkanov (2007) concluem que a cap rate está relacionada com o valor
futuro das rendas dos bens imóveis. Estes autores testaram esta relação previsível com
uma base de dados de mercado de cap rate e de retornos de bens imóveis de vinte e
umas áreas urbanas nos Estados Unidos no período entre 1985-2002. Efectuaram uma
regressão dos retornos futuros de longo prazo baseado na cap rate e concluíram que, em
17 das 21 regiões, a cap rate obtém melhores resultados para níveis de confiança de 10%.
Verifica-se que desde que as cap rates são usadas para fazer avaliações, estas têm efeito
nos preços do mercado, levando à constatação de um ponto de ligação entre a cap rate e
a previsão de retorno de lucros futuros.
Black, Fraser e Hoesli (2006) examinaram a relação entre os valores fundamentais, os
preços de mercado e as bolhas especulativas no mercado habitacional, enquanto
Almeida, Campello e Lin (2006) investigaram o efeito de alterações no preço da
habitação quando há crescimento económico com elevados níveis de crédito
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hipotecário. Outros, como Ranney (1981) e Sinai e Souleles (2005) consideraram a compra de casa como uma decisão individual dentro dos ciclos financeiros dos indivíduos.
Tabner (2007) utilizou uma extensa literatura financeira e imobiliária para destacar a
heterogeneidade do mercado imobiliário, com taxas de desconto diferentes,
distintos cash flows e, consequentemente, diferentes valores fundamentais para distintas
categorias de moradias que atraem diversos compradores, mesmo que algumas vezes a
propriedade seja idêntica. São necessárias taxas de crescimento, ou ajustes nas taxas de
desconto, para conciliar os diferentes valores fundamentais com o valor isolado do
mercado, quando ele é calculado à luz de taxas reais históricas de retorno e níveis de risco.
A possibilidade dos preços de mercado serem influenciados por preconceitos de
comportamento ou investidores internacionais que buscam a riqueza e benefícios na
diversificação de portfólio foram analisados por Tabner (2007). Este autor concluiu que
os valores fundamentais de propriedades idênticas são mais elevados para os
compradores que têm de pagar impostos, do que para os que estão isentos, sejam eles consumidores ou investidores.
Ainda no entender de Tabner (2007), os diferentes sectores de mercado são dominados
por diferentes categorias de compradores. Por exemplo, os novos consumidores e
compradores preferem negociar os apartamentos de um ou dois quartos do que grandes
casas de família, mercado que é dominado por proprietários com mais disponibilidade
monetária e de tempo, de forma a poderem usufruir, por períodos de tempo mais longos,
a propriedade.
Segundo Grenadier (2003), o valor fundamental emanado pela propriedade imobiliária
comercial é a sua renda, que reflecte o valor de mercado que os compradores têm
vontade de pagar para utilizar aquele espaço. Embora os contratos de arrendamento
possam ter cláusulas variadas, normalmente são usadas cláusulas mais ou menos
estandardizadas. Abundam cláusulas análogas com os tradicionais contratos financeiros.
Assim como existe o termo estruturas de taxas de juro, também existe o termo
estruturas de taxas de arrendamento. As cláusulas fixas e variáveis são análogas para apartamentos e arrendamentos indexados.
VARIÁVEIS RELACIONADAS COM O MÉTODO DO RENDIMENTO
Hordijk e Van de Ridder (2005) estudaram o índice holandês (ROZ), que mede o
desempenho do mercado imobiliário, e defendem que tem sido realizada pouca
investigação e que não existe nenhuma teoria ou regulamento geralmente aceite
relativamente à taxa de actualização. O ROZ aconselha a utilizar uma taxa isenta de risco
(obrigações do Estado) adicionada de uma taxa de risco para a propriedade (risco base
do imobiliário), mais o risco do sector onde a propriedade se insere (risco específico –
escritório, loja, residência). O risco específico da propriedade, como por exemplo a
posição competitiva, dado pelo desenvolvimento do mercado no ambiente imediato, deve
ser incluído no modelo do Discounted Cash Flow, onde este risco já foi quantificado
aquando da previsão do cash flow. No caso da estimação da capitalização da renda, este
tipo de risco é pertinente, pois na previsão dos cash flows futuros tem de estar parcialmente incluído no rendimento escolhido.
Outra variável estudada foi o valor residual, ou valor de saída, que consiste no preço de
venda estimado no final do investimento. Este valor encontra-se separado da soma dos
valores presentes dos cash flows que constituem a outra componente do valor
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total no modelo do Discounted Cash Flow. O método mais utilizado para calcular o valor
residual é o método de capitalização das rendas. No entanto, há várias dificuldades para
calcular o valor residual. Sivitanidou e Sivitanides (1996) e Van Gool, Pager e Weisz
(2001) entendem que o rendimento líquido ou bruto deve ser usado como rendimento de
saída (com o devido tratamento para cada um deles). Para estes autores, o rendimento
de saída não tem necessariamente que ser mais elevado que o rendimento bruto ou
líquido: mudanças na taxa de desocupação (vacancy rate), evolução do mercado e a
qualidade e diversidade dos inquilinos podem fazer com que até baixe. Lundstrom (2003)
entende que muitos avaliadores assumem uma relação fixa entre a taxa de desconto e a
de saída, o que é questionável tanto na teoria como na prática. De Kroon (2002) discute
a mesma relação: a taxa de desconto de cash flows futuros é válida para determinado
período, enquanto para a taxa de saída deve ser usada uma cap rate que só incorpora o
fluxo monetário do primeiro ano (para o comprador). A sua conclusão é que se há uma
relação entre a taxa de desconto do rendimento e a taxa de saída, então está a ser
usada de uma forma errada.
Quanto ao período a considerar para o valor residual, Pagliari (1991), Lusht (2001) e
Boyd (2002) entendem que o avaliador deveria usar o décimo primeiro ano como o
primeiro ano de exploração para o comprador. Van Gool, Jager e Weisz (2001) advertem
para o facto de os anos décimo ou décimo primeiro serem mitigados, pois há custos de
manutenção elevados ou custos extra de mudança de inquilinos. De acordo com Wiley
(1993), Keeris (2000), Lusht (2001) e Van Gool, Jager e Weisz (2001), os avaliadores
deveriam descontar aos compradores os custos pois, caso contrário, a pessoa inclui
custos que deveriam ter um tratamento fiscal diferente. O uso de condições diferentes
apresenta resultados incompatíveis de acordo com Fiedler (1992). Para Pogliani (1991),
Lusht (2001) e Boyd (2002), os dez anos são vistos como os mais apropriados dado que
aumentando o período para quinze anos, as previsões começam a ser complicadas e os
resultados reflectem cenários artificiais com pouca aderência à realidade. Se o termo é
pequeno, entenda-se três ou sete anos, o impacto do valor residual é elevado, o que faz com que os cash flows sejam inferiores.
Outro aspecto considerado foi a diferença entre as avaliações internas e externas. No seu
estudo, Hordijk e Van de Ridder (2005) tiveram como propósito verificar se os
avaliadores internos e externos aplicam modelos de avaliação consistentes e uniformes.
Para isso usaram elementos quantitativos e qualitativos e os regulamentos de avaliação
do ROZ foram examinados. A estatística tem sido aplicada a vários segmentos
imobiliários dos índices das bases de dados, com a finalidade de descobrir as diferenças
de suposições nas variáveis que influenciam o rendimento, taxa de desconto e taxa bruta
de retorno, com vista a verificar se a uniformidade tem melhorado ou piorado ao longo
do tempo. Os autores destacam que poderiam alcançar-se melhorias se os regulamentos
que referem evidências momentâneas do mercado: i) fundamentassem as taxas de
desconto e de retorno; ii) levassem em consideração a taxa de inflação; e iii) incluíssem
maior uniformidade nos tempos de entrada e saídas de cash flows (anuais, trimestrais, antecipados).
Segundo Hordijk e Van de Ridder (2005), considerando os diferentes tipos de mercado
imobiliário, o mercado residencial é o que apresenta maiores diferenças nas avaliações
efectuadas. Comparando as avaliações internas e externas, elas não têm muito impacto
nos rendimentos líquidos, com excepção dos residenciais. Porém, essas diferenças têm
vindo a diminuir nos últimos anos, o que é bom. Entre os avaliadores externos, as
diferenças no rendimento dos escritórios e das lojas é pequeno. Porém, a taxa de
desconto e a taxa de retorno de saída é uniforme no segmento de escritórios mas, no segmento residencial, são frequentes diferenças de 2% ao ano.
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES ESPECIAIS
As propriedades especiais são propriedades de natureza única, o que implica que não
existam vendas de propriedades análogas anteriores para comparação prévia, pelo que
apresentam um carácter heterogéneo. Em tais condições, o avaliador necessita de
recorrer a um modelo de estimação que analise os aspectos fundamentais da
propriedade para assim determinar o valor através da referência às qualidades produtoras de riqueza.
French (2004) analisou alguns métodos de avaliação imobiliária, dando especial ênfase à
estimação dos valores de propriedades especiais. Segundo este autor, enquanto para a
maioria das propriedades comuns o valor da propriedade é baseado na sua renda
potencial, vista como um investimento, para as propriedades especiais o valor é baseado
na visão do dono sobre o preço da propriedade, isto é, na contribuição que os lucros vão
trazer para o seu negócio e também em assuntos subjectivos como estados e
sentimentos de segurança. Por outro lado, para os avaliadores, como não existem bases de comparação, eles só podem reproduzir o cálculo dos preços através de estimativa.
French (2004) entende que a distinção entre a avaliação de uma propriedade especial e
de uma normal depende da natureza do modelo utilizado. Com uma propriedade normal,
há dados de transacções recentes suficientes para observar o nível de preços sem
necessitar de interpretar os fundamentos que lhe estão subjacentes. No entanto, as
propriedades especiais são as propriedades onde não há dados suficientes para estimar
por alguma forma de comparação. A suposição ao avaliar uma propriedade especial é
que o uso actual se manterá no futuro. Nesta base, há várias propriedades que podem ser descritas como especiais (French, 2004), podendo ser avaliadas da seguinte forma:
· Pelo método do rendimento – terra agrícola, telecomunicações, bares e restaurantes,
casinos e clubes, cinemas e teatros, hotéis, propriedades de lazer privadas, casas de saúde privadas, hospitais privados, estações de combustíveis e bosques;
· Pelo método do custo – propriedades de lazer públicas, casas de saúde públicas,
hospitais públicos e igrejas;
· Pelo método de avaliação residual – extracção mineral e propriedades de
desenvolvimento.
Para French (2004), o papel do avaliador é escolher o método que melhor reflicta o valor
da propriedade. Um avaliador tem de trabalhar com técnicas reconhecidas. No caso de
propriedades especiais, os métodos a utilizar deverão ser aqueles cujos princípios melhor
se identificam com o valor da propriedade para o negócio.
RENDAS E BENEFÍCIOS
No método do rendimento é relevante determinar as rendas e os benefícios. Para Molina
(2003), existem procedimentos clássicos de estimação para identificar as rendas futuras
que um imóvel é capaz de gerar. Um dos procedimentos consiste em investigar e
analisar o contrato de arrendamento. É necessário prever a sua evolução futura, os
aspectos legais, os prazos de renovação, a possibilidade de atrasos, a evolução do
mercado imobiliário da zona, as rendas que se obtêm em imóveis com características
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similares, os investimentos similares, os investimentos recuperáveis e os prazos de
recuperação. Têm de ser levadas em conta a conservação e manutenção, a sua
administração, o Imposto Municipal sobre Imóveis e outras taxas que o afectam, como os
períodos de tempo em que não está arrendado.
Normalmente usam-se séries históricas de arrendamentos similares. Esta informação
apresenta a evolução ao longo do tempo. São analisados os períodos de tempo que o
imóvel esteve sem ser arrendado, os possíveis usos alternativos do imóvel, os gastos em
que incorre o proprietário na realização de obras necessárias para trocar de inquilino ou,
simplesmente, para manter o imóvel, os benefícios obtidos e quais os pressupostos das
rendas abonadas periodicamente. Sem poder extrapolar-se directamente o futuro
imediato, é importante o conhecimento sobre estas variáveis para estimar parâmetros
subjectivos, pois são dados objectivos que, inicialmente, não têm forma de se repartir no
tempo (a não ser em percentagem).
Se não se conhecem os valores de arrendamentos normais dos bens a avaliar, será
necessário estimar a diferença entre os proveitos e os custos para calcular o rendimento líquido que resulte da exploração económica a que está ligado o imóvel.
Segundo Molina (2003), este procedimento é utilizado na avaliação de imóveis rústicos,
sobretudo quando se pode determinar com exactidão, apoiando-se em estudos de
mercado, a taxa de juro aplicada. É mais difícil calcular a renda líquida na compra de
habitação, e nos bens imóveis para utilização própria que se obteria do mesmo, do que nos bens para arrendamento. Assim deveria seguir-se a seguinte fórmula:
Onde:
Rta: Renda líquida do bem imóvel;
I: Receitas;
G: Gastos;
B: Benefícios (melhorias) a introduzir na gestão do imóvel.
Nos bens imóveis urbanos e rústicos, no entender de Molina (2003), deve levar-se em
conta o valor de reversão, i.e., o valor de mercado mais favorável a que o bem tenderia
no final da sua vida útil. Da complicada estimação desse valor fica o seguinte método: o
valor de mercado do imóvel será equivalente ao custo de reversão líquido previsto no final da sua vida útil.
O valor do terreno, incluindo o valor de reversão, será determinado a partir do seu valor
de mercado na data da transacção, que poderá actualizar-se com a mais ou menos-valia
que resulte do razoável entendimento da sua localização e uso e da evolução esperada do mercado.
De acordo com Nebreda, Padura e Sánchez (2006), o valor actual líquido (VAL) dos
fluxos de caixa do valor de reversão esperado para o tipo de actualização escolhido, calcula-se de acordo com a fórmula:
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Onde:
VAL: Valor actual líquido;
Ij: Valor dos proveitos do imóvel no momento j;
Pk: Os custos previstos no momento k;
tj, tk: período de tempo;
i: taxa de juro exigida;
n: número de períodos de tempo desde a transacção até ao final dos períodos de estimação das receitas esperadas.
Uma das dificuldades deste método é a estimação dos benefícios normais do empresário.
O benefício normal será entendido como o retorno idêntico à média do mercado.
Segundo Caballer (1993a), os benefícios podem decompor-se em duas partes: benefício
normal e benefício extraordinário. Este último corresponde ao benefício que um
empresário ou arrendatário obtém em função das suas capacidades de gestão, de que
resultam proveitos superiores aos que se consideraram normais. Esta peculiaridade,
embora complicada de identificar no âmbito rústico, é visível nos fundos de investimento imobiliário e determinada nos bens imóveis de natureza urbana.
Perante a problemática que se apresenta na determinação dos benefícios normais, no entender de Caballer (1993a), surgem duas soluções práticas:
· A possibilidade de obtenção de um benefício extraordinário é influenciada ao longo do
tempo pela interacção entre a oferta e a procura, fazendo coincidir os benefícios com
uma medida generalizada pressionada pelas competências de gestão;
· Por outro lado, ao tentar a separação contabilística do binómio rentabilidade-benefício
(R+B) é frequente considerar a rentabilidade como ganho e operar com ela da mesma
forma que se faz com a renda, ainda que tendo em conta as diferenças nos tipos de capitalização aplicáveis à avaliação analítica.
Assim:
Sendo R a rentabilidade, B o benefício, I as receitas, G os gastos e S o lucro.
A fórmula utilizada para calcular o valor da capitalização de rendas e de ganhos é:
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Sendo:
V: Valor de capitalização;
r: Taxa de capitalização da renda
r’: Taxa de capitalização dos ganhos
Operacionalmente existe outra solução, mais simples e útil, que tem vindo a aplicar-se
na avaliação imobiliária que consiste em calcular percentualmente os benefícios em
função das rendas.
Para Caballer (1993b), do ponto de vista económico, quanto maiores forem as rendas,
maior será o volume de negócios e maior deveria ser o benefício normal; no entanto,
justificada a relação, é mais difícil chegar a um valor correcto para esta percentagem.
Tradicionalmente, esta relação foi determinada de uma forma empírica, mediante o
estudo e análise de proveitos de imóveis rústicos e urbanos, que se generalizam, através
de um estudo prévio ao mercado e, posteriormente, à atribuição de valores individuais.
Esta relação apresenta a vantagem de que os benefícios imobiliários, para cada natureza
e uso concreto, só devem manter-se constantes em situações de aderência perfeita e, a
longo prazo, se se tratar de um caso de gestão empresarial e que lhe seja conhecida uma eficácia média.
O PERÍODO DA RESIDÊNCIA NO MERCADO DE ARRENDAMENTO: VACANCY RATE E DURAÇÃO
Outro aspecto relevante no âmbito do método do rendimento é a análise do período da
residência no mercado de arrendamento. Nos últimos anos observaram-se flutuações
cíclicas nos mercados de arrendamento habitacional (Deng, Gabriel e Nothaft, 2002),
sendo que, em muitos casos, as flutuações de mercado não são previsíveis, surgindo
assim um elevado nível de risco. Estes factos têm induzido alguns investigadores a
analisar as regras de equilíbrio da vacancy rate na determinação do mecanismo de ajustamento de preços na habitação de arrendamento.
Gabriel e Nothaft (2001), por um lado, analisaram a composição das rendas, a vacancy
rate e a duração separadamente, particularmente no que diz respeito à estimação do
equilíbrio da vacancy rate e, por outro lado, estimaram e analisaram a importância das
duas últimas medidas para melhorar a compreensão do mecanismo de ajustamento do
valor das rendas. Os resultados das análises efectuadas indicam que a duração da
residência no arrendamento habitacional é caracterizada pela significativa variação
temporal. Por exemplo, durante períodos de juros de hipoteca relativamente baixa e/ou
aumento dos preços das habitações, a duração do arrendamento é reduzido. No entender
destes autores, o conhecimento sobre os períodos de ocupação no mercado de arrendamento habitacional é limitado.
De forma a constatar a variabilidade da vacancy rate, Sternberg (1994) modelou a
probabilidade de existirvacancy status3, utilizando na sua análise uma constante
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restritiva, o que implicou uma vacancy rate constante ao longo do tempo.
Para Carvalho (2005), o conhecimento da taxa de desocupação é importante para poder
avaliar este tipo de activos, pois quanto mais elevada a desocupação, menor será o valor do activo.
No seu trabalho Deng, Gabriel e Nothaft (2002) verificaram uma alta rotatividade de
taxas de ocupação, com um valor médio de três anos de residência por inquilino. No
entanto, o volume de negócios e a duração de residência dependem das condições de
mercado e da política de habitação. Assim, a imposição de um forte controlo sobre as
rendas pode diminuir a duração da ocupação, bem como as expectativas dos
consumidores em relação à oferta e à procura habitacional também pode fazer mudar a
forma da curva de duração. Neste estudo, Deng et al. (2002) referem que a mediana dos
custos da habitação, as políticas de arrendamento de habitação, a taxa de pobreza, as
melhorias significativas dos rendimentos e níveis de vida dos inquilinos e o aumento de
oferta destocks de casas para arrendar relacionam-se negativamente com a duração da
residência dos inquilinos. Por outro lado, a existência de elevador nos edifícios, a taxa de
desemprego, o crescimento da população e das partes centrais das cidades e a
diminuição do número de casas para arrendar estão positivamente relacionados com a
duração da residência do inquilino. Os resultados indicam que a duração da residência na
habitação é sensível à localização e características estruturais. Deng, Gabriel e Nothaft
(2002) concluíram ainda que a duração do arrendamento da habitação tem uma ampla
distribuição, apresentando nos últimos anos uma tendência para diminuir: a duração
média situa-se entre um e dois anos, com alguns inquilinos a ficarem nas habitações bem mais de uma década.
A RELAÇÃO ENTRE O PREÇO DA HABITAÇÃO E O RENDIMENTO
Também a relação entre o preço da habitação e o rendimento gerado é um aspecto
importante a ter em conta no método do rendimento, particularmente se se trata de uma
relação de equilíbrio ou não.
Gallin (2003) constatou que muitos observadores no mercado imobiliário defendiam a
ideia de que os preços tinham aumentado muito rapidamente, encontrando-se
demasiado elevados em relação aos rendimentos per capita, comparativamente a
períodos anteriores. Gallin (2003) referiu que era natural que os preços viessem a
estagnar ou a cair de acordo com o argumento citado, até se aproximarem dos níveis de
rendimento. Também defendeu que, a longo prazo, existe uma correlação forte entre o valor da habitação e o valor da renda e da densidade populacional.
Por seu lado, para Hendershott (1998), a análise de equilíbrio é um instrumento precioso
para a investigação sobre investimentos imobiliários. No seu estudo demonstrou que esta
análise tem sido utilizada para estimar o prémio de risco para diferentes classes de bens
imóveis, para explicar o valor real da habitação, para explicar como o mercado de
arrendamento de longo prazo tem sido utilizado para determinar a renda de mercado
ajustada à avaliação, bem como para prever futuras rendas, preços e desenvolvimento de valores.
VANTAGENS E INCONVENIENTES DO MODELO DO RENDIMENTO
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O modelo do rendimento apresenta vantagens para determinadas entidades financeiras,
devido à facilidade de aplicação da maior parte dos pressupostos para quem gere fundos
imobiliários, onde as rendas produzidas pelos imóveis são importantes (Molina, 2003).
Este modelo é basicamente a simplificação do princípio de que um bem económico é
capaz de produzir uma renda no tempo e que esta é proporcional ao retorno do capital e ao tipo de bem em causa.
No entanto, para Molina (2003), este método também apresenta desvantagens, pois
apresenta vários elementos de difícil quantificação: valor de reversão4, vida útil, mais-
valia, menos-valia. Outro dos inconvenientes é que quando se trata de transacções
individuais em que não há conhecimento profundo dos proveitos e despesas, é difícil
estimar o benefício normal do empresário, para além de que o benefício do empresário pode ser normal e extraordinário.
Para León (2003), a inflação apresenta-se também como um elemento de importância
crucial em todos os investimentos financeiros e em qualquer actividade relacionada com
o sector imobiliário. As Normas Internacionales de Valuación (NIV, 2005) referem que
esta realidade deve ser levada em consideração quando se avalia pelo método do
rendimento.
No entender de Wang e Zhou (2000) existem algumas dificuldades práticas de aplicação
deste método, nomeadamente:
· Dificuldade no conhecimento do rendimento futuro da propriedade, da duração dos mesmos e previsão da conjuntura económica;
· Necessidade de uniformização dos métodos de avaliação para certas finalidades (efeitos fiscais, estabelecimento de seguros, hipoteca).
O INVESTIDOR FUNDAMENTAL VERSUS SENTIMENTAL
A teoria financeira clássica postula que os preços dos activos negociados nos mercados
reflectem racionalmente a estimação do risco ajustado e as taxas de desconto e fluxos de
rendimentos futuros, onde não há lugar para o investidor sentimental. Se existir um
desajustamento de preços (mispricing), ele é rapidamente anulado através de acções de arbitragem que concorrem entre si para conseguir retornos anormais.
A inabilidade, no entender de Clayton, Ling e Naranjo (2009), do modelo padrão do valor
actual para explicar as elevadas subidas e consequentes crashs nos preços dos activos,
tal como a «bolha» das empresas tecnológicas do final dos anos 1990 e outras anomalias
de preços, levou ao desenvolvimento da abordagem do comportamento financeiro na
avaliação de activos. Nestes modelos de comportamento, o sentimento do investidor
pode ter um papel fulcral na determinação do preço dos activos, independentemente dos
fundamentos do mercado.
Baker e Wurgler (2007) definem o investidor sentimental como tendo uma mistura de
crenças erradas sobre o crescimento de fluxos de caixa futuros, fluxos de investimento
ou risco com base no conjunto de informação actual. A abordagem comportamental é
também aplicada em «limites à arbitragem». Os arbitragistas têm dificuldades na
implementação de operações não triviais (inovadoras) e os custos de execução impedem-
nos de tomar posições para compensar os esquecimentos de preços. Além disso, com a
política anti-risco, os investidores são incapazes de arbitragem à distância
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do mispricing porque a imprevisibilidade do sentimento do investidor os expõe ao «risco
de ruído do negócio» (De Long et al., 1990). Assim, na medida em que o sentimento
influencia a avaliação, tomar uma posição oposta ao sentimento que prevalece no
mercado pode aumentar o risco do negócio, pelo que é importante compreender a influência relativa dos fundamentos versus os sentimentos na avaliação de activos.
Os mercados de imóveis comerciais privados são caracterizados por custos de transacção
mais elevados e substancialmente de menor liquidez do que os mercados públicos
bolsistas. Assim, se «fricções» relativamente pequenas no mercado de acções podem
causar prolongados períodos de sobrevalorização, parece plausível que a posição nos
mercados imobiliários privados seja potencialmente mais susceptível a esses episódios (Clayton, Ling, Naranjo, 2009).
Os sentimentos e os limites da arbitragem são necessários para a existência
de mispricing. Especificamente, num mercado caracterizado pela heterogeneidade dos
investidores, a existência de constrangimentos pode levar as vendas de curto prazo a
gerar desvios de preços dos activos, face aos seus valores fundamentais. Os investidores
optimistas tomam posições longas, enquanto os pessimistas gostam de tomar posições
curtas (Clayton, Ling e Naranjo, 2009). Os constrangimentos das vendas de curto prazo,
no entanto, podem inibir a capacidade racional dos investidores para eliminar a
sobrevalorização, mesmo durante períodos de tempo prolongados. Por isso, os
investidores racionais podem sentir-se à margem quando acreditam que os preços são
demasiado elevados em relação aos valores fundamentais, deixando o mercado ajustar os preços para, posteriormente, voltarem a entrar no mercado (Baker e Stein, 2004).
Baker e Wurgler (2007) também procuraram medir de que forma os sentimentos
influenciam os preços e identificaram unidades populacionais que são mais susceptíveis
de serem afectadas pelo sentimento. Consistentes com o seu modelo de previsão, os
seus resultados sugerem que quando os sentimentos são elevados (baixos) para o
investidor, os retornos são relativamente baixos (altos) para unidades populacionais de
natureza mais especulativa ou para alguns tipos de arbitragem, que tende a ser
particularmente arriscada.
Embora considerado importante pelos avaliadores imobiliários, existem relativamente
poucos trabalhos académicos que visam a compreensão do papel dos investidores
fundamentais versus o dos investidores sentimentais, dos fluxos de capitais em bens imóveis e da dinâmica de preços.
MODELOS E CAPRATE
Para Archer e Ling (1997), existem três mercados que desempenham um papel
importante na determinação dos preços dos imóveis comerciais: o mercado do
arrendamento, o mercado de capitais e o mercado da propriedade imobiliária. As rendas
dos mercados locais são determinadas no mercado do arrendamento. O prémio de risco
dos activos varia de acordo com diferentes riscos de cash flow e são determinados no
mercado de capitais. Finalmente, no mercado da propriedade, os activos têm
características específicas, onde as taxas de desconto, os valores imobiliários e as cap rates são determinadas.
As taxas de desconto de propriedades específicas são determinadas pela interacção da
taxa isenta de risco, prémio de risco do investidor e pelo perfil de risco específico da
propriedade, para um dado fluxo esperado de receita operacional líquida (NOI – Net
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Operating Income).
Para Clayton, Ling e Naranjo (2009), o preço de equilíbrio da propriedade no período t,
Pet, deve ser igual ao valor actual dos NOI descontados, assumindo uma taxa de risco
ajustada, constante e não alavancada, rt. Isto é:
- T é o período esperado de exploração em anos;
- NSPT é a venda esperada líquida do imóvel no ano T5
- NOI são as receitas líquidas esperadas;
- rt é a taxa de risco ajustada, constante e não alavancada;
- gt é a taxa de crescimento do NOI no momento t (espera-se constante).
Para Geltner et al. (2007), se no momento t o NOI prevê um crescimento à taxa
constante gt, e partindo do princípio que NSP se mantenha como constante múltipla do
NOI, então a equação (9) simplifica a fórmula de avaliação na qual Pet é unicamente uma
função do crescimento esperado do NOI e da propriedade específica da taxa de desconto do risco ajustado. Isto é:
A cap rate de equilíbrio, no momento t, Ret, é simplesmente o recíproco do valor múltiplo.
A partir da equação (9) resulta que:
É importante referir que o nível de NOI não tem qualquer impacto sobre a cap rate. Pelo
contrário, é a mudança esperada no NOI que afecta o preço que os investidores estão
dispostos a pagar por cada euro no primeiro ano de NOI. Evidentemente, é improvável
que as taxas de crescimento do NOI e futuras taxas de desconto sejam eternamente
constantes. No entanto, a equação (10) é uma aproximação que motiva a nossa cap
rate de especificação empírica e é consistente com a generalidade dos modelos de valor
actual, que permite uma variação no tempo de crescimento das NOI e o impacto na taxa
de desconto na avaliação da propriedade comercial imobiliária e, consequentemente,
da cap rate. O risco da taxa de desconto ajustada tem dois componentes: a taxa de
rendimento disponível sem risco com um prazo igual ao do período de exploração
esperado da propriedade e o prémio de risco requerido, que é propriedade do mercado e dependente do tempo.
A taxa de rendimento disponível sem risco é determinada fora do espaço local e do
mercado imobiliário, tendo por base rendimentos de títulos do Tesouro sobre os valores
mobiliários, que são determinados pelos preços da oferta e da procura dos investidores
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no mercado dos títulos do Tesouro em todo o mundo.
No que se refere ao prémio de risco exigido nos mercados de capitais, os imóveis
comerciais concorrem com os outros activos por um lugar nas carteiras dos investidores.
Segundo a teoria clássica de gestão de carteiras, os investidores irão seleccionar uma
combinação de investimentos com base nas co-variâncias e nos retornos dos possíveis
activos. Como os investidores fazem ofertas para o seu mix de portfólio óptimo, a sua
licitação determina, simultaneamente, o necessário prémio de risco para o universo dos
investimentos, de acordo com o seu perfil de risco (variância e co-variância). Deste
modo, a fixação dos preços do risco depende das preferências de risco, articulados no
contexto mais amplo do capital, bem como o risco específico do perfil de investimento,
que é determinado pelas condições actuais e futuras no mercado espacial na qual se situa o imóvel.
Clayton, Ling e Naranjo (2009) sugerem que o sentimento desempenha um papel
importante na determinação dacap rate da propriedade comercial, uma vez que tem
impacto no sentimento de percepção quanto ao crescimento esperado das rendas e
prémio de risco. Para além das questões de endogeneidade, outra preocupação potencial
é que os testes de abordagem pressupõem implicitamente que os impactos dos
sentimentos nos preços acontecem em todos os momentos. Isto é, o sentimento é uma
variável essencial na equação de determinação dos preços. No entanto, o sentimento só pode desempenhar o papel de puxar os preços para cima nos mercados em «ebulição».
Também Baker e Stein (2004) e Yu e Yuan (2007) encontraram irracionalidade nos
mercados onde prevalece uma maior intensidade nas subidas. As vendas de curto prazo
inibem a habilidade dos investidores racionais em eliminarem a sobrevalorização, o que
pode implicar que os investidores irracionais estão activos no mercado apenas quando
são demasiado optimistas. Daí, os mercados de valores dos activos reflectirem o
sentimento irracional desses comerciantes.
Este paradigma comportamental permite a existência de ambos os investidores: os
irracionais e os que se limitam à arbitragem. Nestes modelos, o sentimento do
investidor, os fluxos de capitais e o volume de negócios podem ser uma das regras para a determinação dos preços dos activos, independentemente do mercado fundamental.
Os mercados imobiliários comerciais privados, segundo Clayton, Ling e Naranjo (2009)
diferem substancialmente dos mercados accionistas públicos. Em primeiro lugar, os
activos imobiliários são heterogéneos. Por isso, ao contrário das acções cotadas de uma
empresa para a qual arranjamos substitutos próximos, quer directa quer indirectamente,
a localização única ou outros atributos de bens imóveis comerciais restringem
severamente um investidor num conjunto de substitutos aceitáveis. Por outro lado, estas
trocas comerciais de bens heterogéneos e ilíquidos, são altamente segmentados e com
informação insuficiente nos mercados locais. Como resultado, os custos de pesquisa
associados ao matching de compradores e vendedores são significativos. A incapacidade
de vender a curto prazo imóveis privados restringe a capacidade de comerciantes
sofisticados entrarem no mercado e eliminarem o mispricing, especialmente se
considerarem que a propriedade está sobrevalorizada. Os limites à arbitragem podem,
por isso, conduzir a grandes desvios de preço em relação ao valor fundamental, quando estamos na presença de investidores sentimentais.
Estas características dos mercados imobiliários privados parecem torná-los altamente
sensíveis ao sentimento induzido de mispricing e, na verdade, existe uma convicção
generalizada entre muitas imobiliárias participantes no mercado imobiliário de que os
mercados estão sujeitos a fads (ou seja, oscilam em função dos sentimentos). Muitos
agentes do mercado imobiliário, de acordo com Clayton, Ling e Naranjo
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(2009), dedicam um esforço considerável na compreensão do sentimento de mercado
(ou seja, aquilo que os outros investidores poderão fazer) em vez de se concentrarem
exclusivamente nas considerações sobre os cash flows e sobre as taxas de desconto. Na
verdade, as reduções significativas das taxas de capitalização que ocorreram na maioria
dos mercados de imóveis comerciais de 2002 a 2007 foram, em grande parte, se não
totalmente, atribuídos ao sentimento de aumento de fluxos de capitais durante esse período.
Para Clayton, Ling e Naranjo (2009), apesar da importância potencial da análise
fundamental e sentimental na dinâmica de preços no mercado imobiliário, não existe
investigação que analise a relação directa, os fundamentos e os sentimentos dos
investidores nos preços dos imóveis comerciais. Os autores construíram um modelo de
equilíbrio da cap rate especificada em função do espaço imobiliário e da análise
fundamental do mercado de capitais, que foi estimada usando técnicas de correcção de erros capturando, assim, a dinâmica, tanto a curto como a longo prazo.
Os resultados de Clayton, Ling e Naranjo (2009) mostraram que a análise fundamental é
a chave para se chegar acap rates. No entanto, o sentimento também desempenha um
papel na formação de preços no período estudado de 1996 a 2007.
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO
Este trabalho apresentou uma revisão da literatura sobre a utilização do método do
rendimento na avaliação imobiliária. Assim, em jeito de súmula, o método do rendimento apresenta as seguintes características:
· Pelo valor de uma propriedade imobiliária é possível calcularmos uma renda (Molina, 2003; Rebelo, 2002 e Schulz, 2003);
· A inflação apresenta-se como um elemento de importância crucial para os
investimentos financeiros, bem como para as actividades relacionadas com o imobiliário
(Molina, 2003). A inflação no sector imobiliário rústico é diferente da que pode ser
apresentada no sector urbano e ambas são distintas da taxa de inflação geral que possa existir no mercado nacional de bens imóveis (León, 2003);
· Nos bens imóveis urbanos e rústicos deve levar-se em conta o valor de reversão (Molina, 2003);
· O valor de uma habitação é proporcional à renda económica que gera (Molina, 2003);
· Para a avaliação imobiliária é necessário avaliar o contrato de arrendamento (Molina,
2003) e verificar a composição das rendas, a vacancy rate e a duração do arrendamento (Deng, Gabriel e Nothaft, 2002);
· A análise de equilíbrio é um instrumento precioso para a investigação sobre
investimentos imobiliários (Hendershott, 1998), pois permite analisar a relação entre os
valores fundamentais, preços de mercado e bolhas especulativas no mercado
habitacional (Black, Fraser e Hoesli, 2006);
· A cap rate está relacionada com o valor futuro das rendas dos bens imóveis (Ghysels, Plazzi e Valkanov, 2007).
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O método do rendimento, utilizado essencialmente para avaliar propriedades especiais, apresenta as seguintes vantagens:
· Permite verificar a compatibilidade entre os preços de mercado e os valores fundamentais (Hendershott, 1998 e Gallin, 2003);
· É mais credível para a maioria das entidades financeiras (Molina, 2003);
· A utilização de uma cap rate na previsão dos retornos é económica e estatisticamente significativa (Ghysels, Plazzi e Valkanov, 2007);
· Para a maioria das propriedades comuns, o valor da propriedade está baseado na sua
renda potencial, vista como um investimento (French, 2004);
· Permite verificar o valor fundamental e compará-lo com o do mercado (Grenadier, 2003 e Tabner, 2007);
· Permite verificar a existência do mispricing (De Long et al., 1990).
A utilização do método do rendimento apresenta os seguintes inconvenientes:
· O valor de reversão, a vida útil e a mais-valia ou menos-valia são de difícil quantificação (Molina, 2003);
· Dificuldade no conhecimento do rendimento futuro da propriedade, da duração dos mesmos e da conjuntura económica ( Wang e Zhou, 2000);
· Necessidade de uniformização dos métodos de avaliação para certas finalidades (efeitos fiscais, estabelecimento de seguros, hipoteca) ( Wang e Zhou, 2000);
· Dificuldade na decisão da taxa de desconto (Geltner et al., 2007 e Clayton, Ling e
Naranjo, 2009).
A avaliação imobiliária é uma actividade multidisciplinar, onde há necessidade de amplos conhecimentos sobre os factores que podem influenciar o preço.
O processo de formação do preço de mercado permanece sujeito a comportamentos
frequentemente irracionais, de tal forma que o preço de mercado pode, no curto prazo,
apresentar grandes oscilações, embora, a longo prazo, tenda a flutuar em torno do valor
fundamental, o verdadeiro «preço» que importa aos investidores.
Na perspectiva do investidor, o mercado imobiliário tem interesse quando existe um
retorno semelhante ao mercado accionista, atendendo aos princípios de rentabilidade e
risco enunciados por Markowitz (1952). Assim, a perspectiva dos rendimentos futuros da
propriedade imobiliária está na base da utilização do método do rendimento como um
importante instrumento de avaliação imobiliária, com grande adesão no mercado imobiliário.
O método do rendimento apresenta interesse para as entidades financeiras ligadas ao
imobiliário. Este método tem por base que uma propriedade é capaz de produzir uma
renda e que o seu valor é dado pelo quociente entre o rendimento líquido periódico e a
respectiva taxa de actualização, sendo aplicável à maior parte dos pressupostos de quem
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gere fundos imobiliários.
Com a recente utilização da cap rate, há estudos (Ghysels, Plazzi e Valkanov, 2007 e
Tabner, 2007) que apontam para um superior desempenho deste método comparado
com o modelo dos preços hedónicos. Os pontos críticos do método do rendimento estão
na dificuldade de cálculo da cap rate e da vacancy rate. No que se refere à cap rate,
existem vários trabalhos (Ghysels, Plazzi e Valkanov, 2007; Black, Fraser e Hoesli, 2006
e Tabner, 2007) onde são apresentados modelos de cálculo da cap rate. Vários foram os
testes feitos na literatura recente para averiguar a sua robustez. Entende-se que o
estudo da cap rate ainda deva ser mais aprofundado, embora seja uma taxa de desconto
mais interessante no cálculo do valor do imóvel do que a simples taxa de juro. Já quanto
aos períodos de estimação das rendas há quase uma unanimidade entre autores
(Pogliani, 1991; Lusht, 2001 e Boyd, 2002) que entende que devem ser utilizados os dez
anos, pois utilizando quinze anos as previsões são difíceis de fazer e três ou sete anos faz
com que o valor residual seja elevado. A cap rate permite analisar o equilíbrio entre o
preço da habitação e o rendimento, e verificar a compatibilidade entre os preços de
mercado e os valores fundamentais. Este modelo da cap rate permite examinar o
mercado e verificar se existe mispricing, isto é, permite uma análise mais genuína e
equilibrada dos preços da habitação de acordo com os valores fundamentais, apresentando o valor do comportamento racional.
Pelas conclusões apresentadas, entende-se que o modelo do rendimento é incontornável
na avaliação imobiliária, sendo essencial ao investidor fundamental e preocupado com a existência de mispricing.
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NOTAS
1 Capitalization rate (cap rate) representa o retorno anual de um investimento antes de
pagamentos da hipoteca e do imposto sobre o rendimento. Para encontrar a cap
rate usa-se a seguinte fórmula cap rate = (Valor líquido das rendas/Valor de Mercado) x
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100.
2 Para Ghysels, Plazzi e Valkanov (2006), se a cap rate for utilizada como medida de
avaliação imobiliária existe uma conexão linear entre a localização económica, demográfica e variáveis geográficas que fazem lembrar os modelos hedónicos.
3 As unidades habitacionais desocupadas são consideradas vacancy (vagas). A vacancy
status é determinada pelas condições em que a unidade pode ser ocupada, por exemplo,
para arrendar, para vender, ou apenas para uso sazonal.
4 Um dos problemas da utilização deste método de avaliação no mercado imobiliário é o
cálculo do valor de reversão. A sua forma de cálculo pode variar dependendo do tipo de
investimento. Por exemplo, numa moradia com 97 anos será muito próximo do valor do
terreno, deduzido dos custos de obras de demolição. Num edifício de escritórios novos
poderá ser feito através da perpetuidade correspondente ao décimo primeiro ano e actualizada para o momento actual.
5 No NOI é assumido que inclui uma reserva para gastos de capital e outras despesas esperadas tais como leasingde comissões.
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São Paulo em Perspectiva Print version ISSN 0102-8839
São Paulo Perspec. vol.14 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2000
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-88392000000400003
GLOBALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO
SUBDESENVOLVIDA
João Sette Whitaker Ferreira
Professor de Planejamento Urbano Pesquisador do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da FAUUSP
Resumo: O presente artigo discute as relações entre o novo paradigma econômico da
globalização e a urbanização acelerada das grandes metrópoles subdesenvolvidas.
Baseando-se em dados estatísticos, ressalta-se o extremo grau de pobreza comum a
todas essas cidades da periferia da economia-mundo capitalista. Analisa-se, por fim, o
caráter das novas matrizes de planejamento urbano relacionadas à globalização, questionando sua eficácia no combate aos determinantes estruturais da pobreza urbana.
Palavras-chave: cidades-globais; globalização; urbanização da pobreza.
Este artigo inicia-se mencionando a história recente de uma grande metrópole
subdesenvolvida. Principal cidade de seu país, abrigando 55% das riquezas, foi objeto de
um fantástico movimento de investimentos internacionais, que se intensificou a partir da
década de 90 graças à liberalização de sua economia. Como resultado, os bairros com
maior acessibilidade viária viram crescer mais de mil edifícios ultramodernos, torres
inteligentes com mais de 50 andares, oferecendo escritórios com toda a infra-estrutura
demandada pelas grandes corporações internacionais e pelos serviços ligados ao
chamado "terciário avançado", ou ainda residências com o alto padrão exigido pelos
homens de negócios globalizados. Em outras palavras, essa cidade seguiu a receita do
urbanismo da pós-modernidade, que alguns chamam de Planejamento Estratégico.
Inseriu-se, no circuito das "cidades-globais", esse arquipélago de competitividade urbana
internacional, no qual a cidade é uma "máquina de produzir renda", uma mercadoria em
potencial que conseguirá atrair tanto mais investimentos quanto souber aproveitar as
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"possibilidades" econômicas do espaço urbano, através da coalizão entre as elites
fundiárias, o poder público e os empreendedores imobiliários (Arantes et alii, 2000;
Vainer, 2000). 1
Poder-se-ia afirmar que o quadro anteriormente descrito refere-se à cidade de São Paulo.
Entretanto, e apesar das semelhanças, trata-se de Bangcoc, capital da Tailândia, uma
metrópole de cerca de 8,5 milhões de habitantes (na região metropolitana, em 1990). E
a continuação da história não é propriamente uma novela de sucesso, pois atribui-se
justamente à "bolha especulativa imobiliária" que ali se criou a gênese da crise financeira
que assolou o mundo em 1998, lembrada nas nossas memórias como a "crise asiática".
Vejamos exatamente o que ocorreu, e porque esse acontecimento reflete um modelo de
urbanismo globalizado que se repete na maioria das metrópoles subdesenvolvidas,
inclusive em São Paulo.
A "BOLHA ESPECULATIVA" TAILANDESA
Desde 1985, a Tailândia já vinha recebendo, devido a uma conjuntura cambial favorável,
à oferta de mão-de-obra barata e a uma relativa estabilidade política, investimentos
japoneses diretos que lhe permitiram lograr um crescimento econômico significativo até
o final da década (Charmes, 1998). No início dos anos 90, sob os novos ventos da
economia mundial e acuada por fortes pressões internacionais, a Tailândia adotou (assim
como o Brasil e muitos outros países subdesenvolvidos) a receita econômica neoliberal,
visando atrair, por meio da desregulação financeira, da abertura do mercado e da
elevação das taxas de juros, o seu quinhão do enorme volume de capital financeiro internacional que até hoje perambula pelo mundo.
Do ponto de vista urbano, as conseqüências dessa dinamização econômica foram
imediatas na cidade de Bangcoc. Segundo o pesquisador francês Eric Charmes (1998), a
produção anual de escritórios chegou a mais de um milhão de metros quadrados em
1994 e a de apartamentos residenciais, a mais de 150 mil unidades.2 Imensos
empreendimentos residenciais de alto luxo foram lançados nas cercanias do centro bem
servidas pela rede viária (a exemplo do paulistano Village Pananby, às margens do rio
Pinheiros) e, em 1995, iniciou-se a construção da mais alta torre em concreto do mundo,
a Baiyoke Tower II, com 320 metros de altura e 90 andares. A valorização imobiliária
insuflou-se (o preço total das residências à venda na cidade, em 1994, chegou a 5
bilhões de dólares) e o valor da terra multiplicou-se exponencialmente, chegando a 5 mil
dólares o metro quadrado de terreno nas áreas mais valorizadas. Assim, somente
empreendimentos de grande porte poderiam ser rentáveis, o que favoreceu a presença,
por detrás dessas operações, dos fundos de pensão internacionais e de empreiteiras
globalizadas, como a gigante francesa Bouygues. Em mercados razoavelmente
organizados e regrados (o que não ocorre no Brasil, neste setor), os investimentos
imobiliários podem ser altamente rentáveis, apesar de serem considerados de alto risco
diante da imobilidade do capital investido. Por isso, verifica-se a ocorrência, não só na
Tailândia, mas também em Hong-Kong e no Japão, de forte atividade no setor através de
grandes empreendimentos gerenciados no caso dos edifícios comerciais como
empresas anônimas com cotas de participação (e não se vendendo escritórios um a um).
Porém, apesar de toda a euforia econômica e imobiliária, a Tailândia nunca deixou de ser
um país subdesenvolvido e, como tal, nunca deixou de ter pobres, aliás em maioria
absoluta. Assim, ainda segundo Charmes (1998), somente 10% das famílias de Bangcoc
tinham condições, em 1995, de adquirir moradias vendidas a preços acima de 48 mil
dólares (cerca de 30% da oferta). As estimativas mais otimistas apontavam, no mesmo
ano, que cerca de 275 mil famílias moravam em favelas ou habitações
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informais. Rapidamente, verificou-se que a festejada oferta de habitações e escritórios
comerciais estava muito acima da demanda real, o que provocou, já em 1995, a vacância de 30% dos imóveis ofertados.
A política econômica baseada na estagnação da indústria e das exportações e na
explosão das importações e do consumo provocou, concomitantemente, um
endividamento que obrigou o governo a tomar atitudes recessivas e restritivas, em
especial quanto aos empreendimentos imobiliários. A impopularidade gerada levou à sua
substituição, em 1995, por outro governo comprometido com os interesses dos setores
financeiro e imobiliário, que acentuou a crise ao reforçar a liberalização econômica,
investir em mega-obras viárias próximas aos grandes projetos imobiliários e pôr em
prática programas de salvamento das instituições financeiras e imobiliárias falidas (Charmes, 1998), aliás muito parecidos com o nosso Proer.
Junto a isso, e como último recurso em face da crise que se apresentava para alavancar
os fundos necessários a seus empreendimentos, 36 empresas de promoção imobiliária
lançaram ações na Bolsa de Valores. Em 1996, 61% da capitalização na bolsa de
Bangcoc devia-se a títulos vendidos por essas empresas e por instituições financeiras
ligadas à promoção imobiliária. Assim, as dificuldades vividas por esse setor rapidamente
causaram a queda da bolsa de Bangcoc, gerando desconfiança internacional. Em 1997,
quando a Somprasong Land, uma das maiores empresas imobiliárias do país, anunciou
sua incapacidade em pagar obrigações contraídas no mercado internacional, iniciou-se
um movimento de fuga maciça de capitais, desestabilizando de vez a economia do país,
obrigado a recorrer à ajuda do FMI. A crise asiática estava deflagrada, e seu efeito dominó sobre o mercado financeiro mundial chegaria rapidamente por aqui.
O relato das conseqüências da chamada "bolha especulativa" tailandesa, aqui resumidas
a partir do elucidativo artigo de Eric Charmes (1998), serve para mostrar uma situação
que encontra similitudes por todos os cantos do Hemisfério Sul: a intrínseca relação
causa-efeito estabelecida entre políticas econômicas de ajuste estrutural de cunho
liberal, adotadas por diversas economias dependentes segundo os moldes preconizados
pelas agências multilaterais, e a manutenção quando não o agravamento da trágica
situação socioeconômica da maior parte da população desses países. No âmbito das
grandes metrópoles, isso se traduz por um crescimento da população excluída vivendo
em condições de absoluta pobreza. Em outras palavras, o que aconteceu em Bangcoc é
sintomático e familiar em qualquer país subdesenvolvido: a aguda contradição entre a
globalização "modernizadora" empreendida pelas elites dominantes, ideologicamente
apresentada como um passaporte de ingresso para o Primeiro Mundo, e as bases sociais
miseráveis, oriundas do passado colonial, sobre as quais essa modernização se assenta
de maneira ainda mais acentuada nas grandes metrópoles urbanizadas do Terceiro Mundo.
DESENVOLVIMENTO DESIGUAL E COMBINADO
Tal contradição não é nova e foi há muito evidenciada pelos grandes intérpretes da
formação do Brasil, como Caio Prado Jr., Florestan Fernandes e Celso Furtado. Embora
suas análises se ancorem intimamente na realidade das sociedades latino-americanas,
elas descrevem uma lógica comum, em muitos aspectos, a todos os países que vivem
sob a égide do capitalismo dependente.3 Estes autores ressaltam a oposição entre
imperialismo (os interesses da expansão da economia-mundo capitalista4) e formação de
Estados Nacionais capazes de controlar o próprio destino (Sampaio Jr., 1999a). Tal
oposição se manifesta na impossibilidade de compatibilizar desenvolvimento capitalista,
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democracia e soberania nacional.
No Brasil, a aliança estratégica da burguesia com o capital internacional e com as
potências hegemônicas permitiu que a industrialização por substituição de importações
fosse levada às últimas conseqüências, aumentando o grau de autonomia relativa do país
dentro do sistema capitalista mundial (Sampaio Jr., 1999b). Em outros países periféricos,
a ausência de uma indústria nacional minimamente significativa relegou às elites um
papel de simples coadjuvante interno dos agentes do comércio internacional, o que foi
denominado, pelo sociólogo egípcio Samir Amin (1991), de "compradorização" das elites
subdesenvolvidas. O impacto extremamente destrutivo da globalização sobre o parque
industrial brasileiro, ao ameaçar a continuidade do processo de industrialização, parece
relegar nossa burguesia ao mesmo papel de mera "compradora" dentro do sistema
capitalista mundial. Entretanto, o que se quer destacar aqui é o processo pelo qual a
burguesia "moderna" garante seus interesses de hegemonia interna, sobrepondo-se às
elites mais conservadoras ("atrasadas") e promovendo o avanço capitalista internacional
por sobre uma estrutura social arcaica baseada em relações de desigualdade e
dominação herdadas do Brasil colonial. Essa é a estrutura do que muitos autores
brasileiros, e Florestan Fernandes em especial, chamaram de desenvolvimento
desigual em relação ao desenvolvimento do capitalismo hegemônico dos países
industrializados, e combinado , pois dispõe novas estruturas econômicas e sociais
trazidas do centro sobre estruturas internas arcaicas (Sampaio Jr., 1999a).
O entendimento dos autores citados anteriormente é de que a contradição entre
desenvolvimento desigual do capitalismo em escala mundial e o processo de formação do
Brasil não se esgotou. Ao contrário, Sampaio Jr. (1999a e b) avalia que esta contradição
transformou-se hoje em aberto antagonismo, ou seja, uma relação pela qual a
possibilidade de controle da sociedade sobre seu próprio destino não é mais compatível
com a manutenção de suas assimetrias sociais e sua posição subalterna e dependente
em relação à economia-mundo capitalista. O dilema imposto por tal impasse e as
conseqüências decorrentes de uma ou outra opção levam o autor a afirmar que o Brasil
encontra-se hoje "entre a Nação e a Barbárie" (Sampaio Jr., 1999c:12). Não obstante, é
nesse cenário de antagonismo que se insere o discurso da globalização, incorporado
pelas burguesias "modernas" como o instrumento mais apropriado, no novo contexto
histórico do capitalismo financeiro, para perpetuar uma nova imposição de incorporação
dos progressos técnicos do capitalismo hegemônico, que somente à elite beneficiarão e lhe garantirão a manutenção de sua hegemonia interna.
URBANIZAÇÃO DA POBREZA
As grandes metrópoles subdesenvolvidas são hoje a expressão do antagonismo e da
desigualdade anteriormente descritos. Em primeiro lugar, porque o fenômeno de
urbanização acelerada observado no mundo nos últimos 40 anos ocorreu, em grande
parte, nos países da periferia do sistema. Em segundo lugar, porque, uma vez isto posto,
observa-se que são justamente as cidades os instrumentos de excelência do fenômeno
de expansão da economia-mundo capitalista que se convencionou a chamar de
globalização. Sedes de grandes corporações transnacionais e de instituições financeiras,
redes de informação, teleportos e sistemas de telefonia celular e de comunicação por
cabo, bens de consumo sofisticados e atividades de serviços são elementos da
"modernidade" associada à globalização. Elementos de caráter essencialmente urbano, a
tal ponto que servem de parâmetro de definição das "cidades-globais" para os autores
que se empenham nesse tipo de caracterização (Sassen, 1996; Borja e Castells, 1997a).
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O fenômeno de urbanização observado em grande parte dos países subdesenvolvidos em
muito se deve à matriz de industrialização tardia da periferia. A atratividade exercida
pelos pólos industriais sobre a massa de mão-de-obra expulsa do campo (em especial
nos países que receberam empresas multinacionais que alavancaram a passagem de
economias agroexportadoras para economias "semi-industrializadas",5 como o Brasil ou a
Índia) provocou, a partir da década de 60, a explosão de grandes pólos urbanos no
Terceiro Mundo, que não receberam a provisão de habitações, infra-estrutura e
equipamentos urbanos que garantisse qualidade de vida a essa população recém-
chegada. Na maioria dos casos, o poder público pouco se empenhou para isso, devido à
abundância de mão-de-obra ofertada (que reduzia seu poder de reivindicação) e à sua
imiscuição com as elites dominantes, interessadas em manter baixos os níveis salariais e
o custo da mão-de-obra. O resultado desse processo que chamaremos de
"urbanização desigual" são as gigantescas metrópoles industriais fordistas
subdesenvolvidas, concentradoras da produção industrial e da massa de mão-de-obra
disponível e marcadas pela divisão social do espaço urbano, que Lipietz (1985) chamou
de "aglomerações paternalistas", típicas do "fordismo periférico". Segundo Sampaio Jr.
(1999b:425), já na década de 70 Caio Prado Jr. vislumbrava o caráter excludente dessa
forma de urbanização: "a inexorável desarticulação da industrialização agravaria de
maneira gigantesca o excedente estrutural de mão-de-obra, o qual, pela sua magnitude
absoluta e pela sua elevada concentração nos centros urbanos, tenderia a tornar cada
vez mais difícil e traumática a sua posterior integração no desenvolvimento capitalista, agravando ainda mais a crise social." (grifo meu).
É importante ressaltar que as taxas de urbanização elevadíssimas da América Latina
(média de 75% em 2000, segundo a Cepal) não encontram equivalência na Ásia ou na
África, onde a população ainda é predominantemente rural.6 Entretanto, isso não
desmente a observação do forte ritmo de urbanização do Terceiro Mundo, já que, não
obstante suas baixas taxas de urbanização, esses continentes apresentam grande
número de metrópoles que, isoladamente, ultrapassam os 5 milhões de habitantes e
organizam-se segundo as características da aglomeração fordista periférica. Observa-se
que, entre as dez áreas metropolitanas mais populosas do mundo, apenas três (Tóquio,
Nova York e Osaka) são do Norte e as outras sete pertencem a países
subdesenvolvidos7 (dessas sete, só três estão na América Latina).
Essas grandes aglomerações urbanas da periferia, justamente em virtude dessa
urbanização desigual, apresentam hoje, invariavelmente, um absoluto quadro de
pobreza. Ermínia Maricato mostra, em artigo nessa mesma revista, que o processo de
urbanização permitiu, é verdade, melhorias significativas em alguns indicadores sociais,
principalmente nos demográficos. A América Latina, e em especial o Brasil, apresentou
melhorias nos índices de esperança de vida ao nascer, ou ainda na taxa de mortalidade
infantil, em grande parte conseqüência do aumento da infra-estrutura urbana básica
ofertada (saneamento, água tratada, etc.). Dados da Cepal mostram que na América
Latina, em virtude de sua alta taxa de urbanização, predomina a pobreza econômica
(devido aos baixos salários) sobre aquela por falta de infra-estrutura básica adequada.
Se em 1980 as carências físicas (necessidades básicas não-satisfeitas) superavam em
porcentagem a incidência de pobreza (54% e 35%, respectivamente), já em 1997 essa
relação havia se invertido, com o índice de pobreza somando 36%, contra 32% da população sem saneamento básico (Arriagada, 2000:11).
Em contrapartida, Maricato mostra que a urbanização desigual provocou também uma
piora nos índices socioeconômicos (crescimento, renda, desemprego e violência) e
urbanísticos (crescimento urbano e aumento de favelas). O que se verifica é que a
urbanização é, de fato, concentradora da pobreza. Ainda segundo Arriagada (2000), 60%
dos pobres da América Latina moram em zonas urbanas, "situação que converte o
continente na região em desenvolvimento que melhor exemplifica o processo
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mundial de 'urbanização da pobreza'" (Arriagada, 2000:8, grifos meus). Na virada do
século, 125,8 milhões de moradores de áreas urbanas do continente são pobres. A ONU
define como pobre a pessoa que ganha menos de 400 dólares por ano.8 Ainda segundo a
Cepal, na América Latina, cerca de 220 milhões de pessoas viviam na pobreza no ano
2000, o que representa aproximadamente 45% da população do continente (Cepal,
2000a). No mundo, esse número se eleva a 1,3 bilhão de pessoas, ou um quinto da
população mundial (Ibase, 1997), boa parte concentrada nas grandes metrópoles da periferia.
As condições de pobreza encontradas nessas cidades podem ser verificadas pela alta
porcentagem de moradores vivendo em habitações subnormais. No Brasil, entende-se
por esse termo moradias em favelas, cortiços e loteamentos clandestinos. A
informalidade urbana diz respeito à inadequação físico-construtiva da habitação e/ou
geomorfológica/ambiental do entorno (construções precárias, terrenos em áreas de risco
ou de preservação ambiental, área útil insuficiente para o número de moradores, etc.), à
ausência de infra-estrutura urbana (saneamento, água tratada, luz, acessibilidade viária,
etc.), ou ainda à ilegalidade da posse da terra ou do contrato de uso. Dentro dessas
características, variam de idioma para idioma os termos que designam tais
habitações: villas, callampas, barriadas, tomas, slums, bidonvilles, etc. (Clichevsky,
2000). O que não variam são o grau de precariedade e a falta de qualidade, características da globalização da pobreza.
Nas grandes metrópoles brasileiras, estima-se que cerca de 50% da população, em
média, resida na informalidade, o que só em São Paulo representa cerca de 6 milhões de
pessoas. Os moradores de favelas chegam a cerca de 20% da população dessa cidade,
assim como em Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, chegando a 46% em Recife
(Bueno apud Clichevsky, 2000). Em Córdoba, na Argentina, cerca de 20% da população
mora em favelas (villas) (Luciano, 1997) e na região metropolitana de Lima (Peru), 50%
dos habitantes moram em condições subnormais, sendo 30% em favelas e 20% em
cortiços (Castro e Riofrío, 1997). Esse número se repete em Quito e em Caracas, no
Equador, atingindo 59% na Cidade do México e em Bogotá (Cepal, 2000b). Tal situação
não se restringe às metrópoles latino-americanas. Uma rápida "volta ao mundo" mostra
como pobreza e urbanização formam um par bastante globalizado, apresentando
números incrivelmente semelhantes. Em 1996, estimava-se que 50% da população de
Deli, na Índia, morava informalmente (Bueno, 2000), sendo 25% em favelas (IRD,
1998). Em Bombaim, no mesmo país, estimava-se em 150 mil o número de moradores
de rua, sendo que, em 1991, 45% da população vivia em assentamentos ilegais (Bueno,
2000). Chittagong, a segunda maior cidade de Bangladesh, tem uma população estimada
entre 1,5 e 2,5 milhões de habitantes, dos quais 1 milhão são favelados (FPH, 1997).
Nas Filipinas, Manila apresentava, também em 1996, 40% de sua população residindo na
informalidade, porcentagem próxima à de Karachi, no Paquistão (44%, em 1996)
(Bueno, 2000). Já na Indonésia, em 1994, essa porcentagem subia para 70%, nas
cidades de Surabaia e Yogyakarta (Bueno, 2000). No Cairo, outra grande metrópole
subdesenvolvida, alvo da "modernização ocidental", também a metade da população
vivia, em 1996, em condições informais. Evidentemente, os números da África, a
extrema periferia esquecida da economia-mundo capitalista, são ainda mais
assustadores: em Luanda, capital da Angola, 70% da população morava na informalidade. Em Adis Abeba, na Etiópia, eram 85% (Bueno, 2000).
Outra característica da urbanização desigual é o exagerado ritmo de crescimento das
periferias pobres em relação aos centros urbanizados. Enquanto a taxa média de
crescimento anual das cidades brasileiras é de 1,93%, o da periferia de São Paulo chega
a 4,3% ao ano (Instituto Cidadania, 2000). Em Deli, na Índia, a região urbanizada
crescia 3,8% ao ano, entre 1981 e 1991, enquanto as zonas rurais adjacentes à mancha
metropolitana urbanizavam-se ao ritmo de 9,6% ao ano (IRD, 1998). Em Bogotá, na
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Colômbia, de 1973 a 1985, os bairros centrais da cidade apresentaram taxas negativas de crescimento e os da periferia cresceram entre 7,5% e 12,5%, no mesmo período.
ENTRE A CIDADE E A BARBÁRIE
Esse é, portanto, o cenário das grandes cidades subdesenvolvidas, no início do século
XXI: um alto grau de pobreza, oriundo da natureza estruturalmente desequilibrada da
industrialização e da urbanização periféricas. A preocupação de Prado Jr. estava certa, e
hoje é patente a impossibilidade de reintegrar o contingente excessivo de mão-de-obra
nos grandes centros urbanos, o que agrava inexoravelmente o quadro social. É nesse
contexto que a globalização tenta imprimir suas características modernizadoras,
exacerbando o quadro de antagonismo explicitado anteriormente, pois, no contexto
urbano, a contradição estrutural das economias de desenvolvimento desigual e
combinado se traduz pela incompatibilidade entre os bairros "globalizados" da cidade
formal e os assentamentos ditos "subnormais", que configuram a tipologia majoritária da
cidade real, nas zonas periféricas abandonadas pelo capital e pelo poder público.
Como mostraram os números da exclusão urbana apresentados anteriormente, há hoje
mais pobres do que ricos em muitas metrópoles do Terceiro Mundo. Isso provoca,
obviamente, uma inversão no conceito "do que é" a verdadeira cidade, pois as elites
estão na verdade cada vez mais "sitiadas" em um mar de pobreza. Nunca as classes
dominantes se sentiram tão ameaçadas. Não é à toa, portanto, que a grande imprensa
brasileira tradicionalmente representante dos interesses de nossas elites use
repetidamente termos como "centro invadido", ou "cidade sitiada" (Veja, 2001) para
expressar o sentimento de que a verdadeira cidade, a que "vale", é apenas a cidade
formal que essas elites ocupam. Ao invés de perceberem no crescimento inexorável da
pobreza a preocupante e inaceitável mudança do perfil socioeconômico geral dos
habitantes, as elites apenas se preocupam com uma invasão indesejada da "sua" cidade.
A recusa em perceber que essa cidade já não é mais representativa da cidade real
verifica-se tanto na constante busca de segurança e conforto em bairros-fortalezas de
altíssimo padrão como Alphaville, em São Paulo, Muang Thong Thani, em Bangcoc, e
Nordelta, em Buenos Aires quanto na reação de indignação em face dos níveis
insustentáveis de violência urbana gerados pelo chamado "apartheid social urbano".
Talvez se possa então tomar emprestado, para aplicá-lo ao contexto urbano, o raciocínio
exposto por Sampaio Jr. (1999a) para a particular situação do capitalismo brasileiro no
pós-guerra: enquanto as cidades fordistas periféricas mantiveram-se, nas últimas
décadas, sob controle da burguesia, apesar do alto grau de desigualdade e pobreza nas
suas franjas periféricas, mantiveram sob relativo controle a matriz espacial e temporal do
desenvolvimento urbano. As cidades eram o locus político privilegiado para o exercício da
onipotência das classes dominantes, independentemente da pobreza que se fazia
crescente.9 A situação social das cidades, no final da década de 90, entretanto,
transformou essa contradição em aberto antagonismo. A burguesia parece ter perdido
definitivamente o controle sobre o crescimento urbano desigual, e cada vez mais faz-se
necessária uma opção mais radical entre a manutenção de um status-quo urbano, em
que as estruturas das relações sociais, econômicas e políticas chegaram a níveis
intoleráveis, e a adoção de medidas que abalem radicalmente essas estruturas no
sentido da construção de uma cidadania baseada em princípios de eqüidade social. No
caso das cidades brasileiras, assim como certamente em muitas metrópoles
subdesenvolvidas, pode-se dizer que se vive, hoje em dia, uma situação limítrofe entre "a cidade e a barbárie".
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A cidade subdesenvolvida expressa a marginalidade social em países que combinam o
atraso com o moderno. Seu problema é portanto o mesmo da sociedade
subdesenvolvida: a subordinação absoluta à lógica dos negócios, por meio da histórica
superexploração do trabalho e superdepredação do meio ambiente, que parecem ter
chegado, na sociedade e nas cidades, a níveis intoleráveis. Entretanto, as ações de
imposição do capitalismo hegemônico, pelo novo paradigma da globalização, e as novas
matrizes de planejamento urbano que as acompanham, parecem apenas reforçar essa
situação.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E SUBDESENVOLVIMENTO
Se, por um lado, as políticas liberais nos moldes do conhecido Consenso de
Washington,10
apresentadas ao Terceiro Mundo como uma tábua de salvação para a crise
dos anos 80, promoveram certa dinamização econômica ligada ao terciário avançado e às
indústrias de ponta (no centro dos novos paradigmas econômicos da globalização), por
outro, pouco resolveram e até acentuaram a desigualdade social, fato hoje admitido até
pelo Banco Mundial (Folha de S.Paulo, 16/09/99). A Cepal avalia que as reformas liberais
tiveram "um efeito surpreendentemente pequeno" no crescimento, no emprego e na
eqüidade, em nível agregado (Stallings e Peres, 2000). O modelo preconizado não vinha
com a advertência11
de que a possível modernização decorrente da globalização nos
países subdesenvolvidos só beneficiaria a poucos e que, pelo contrário, o alto grau de
exclusão desse processo iria sim deixar de fora grandes parcelas das populações envolvidas (Fiori, 1997).
Mesmo que exista hoje forte desconfiança sobre os efeitos dos ajustes estruturais de
cunho liberal impetrados por vários países subdesenvolvidos, seus correspondentes no
âmbito das políticas urbanas continuam sendo apresentados como mais atuais do que
nunca (Maricato, Fix e Ferreira, 1999). Esse novo instrumental técnico de gestão das
cidades, um "novo planejamento" que ficou conhecido como Planejamento Estratégico
(PE), adaptado às características de flexibilidade e dinamismo da economia globalizada,
contrapõe-se ao planejamento funcionalista modernista e busca referências em
parâmetros ligados à gestão empresarial. A principal característica do PE é a de que ele
não traz uma resposta, em termos de políticas públicas, ao impasse antagônico existente
nas cidades subdesenvolvidas. Pelo contrário, parece acirrar ainda mais tal anacronismo.
O Planejamento Estratégico pauta-se pela visão de que a única maneira de se pensar o
futuro das cidades é inseri-las numa rede de "cidades-globais", na qual a problemática
central deve ser a competitividade urbana (Vainer, 2000): "As agências multilaterais e
seus ideólogos já desenharam a cidade ideal do limiar do século XXI: é a cidade
produtiva e competitiva, globalizada, conectada a redes internacionais de cidades e de
negócios. Concebida e pensada como empresa que se move num ambiente global
competitivo, o governo desta cidade se espelha no 'governo' da empresa: gestão
empresarial, marketing agressivo, centralização das decisões, pragmatismo, flexibilidade,
entre outras, seriam as virtudes das quais dependeria cada cidade para aproveitar as
oportunidades e fazer valer suas vantagens competitivas no mercado de localização
urbana".12
A idéia, portanto, é a de que a cidade globalizada encontra mais chances de
sobrevivência quanto mais souber se inserir na competição pela atração de investimentos
e de sedes de grandes empresas transnacionais, quanto mais investir nos avançados
sistemas de informação e comunicação, na modernização de sua infra-estrutura, no
fortalecimento do "terciário avançado" e em canais de conexão com o capital financeiro
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internacional, supostamente capaz de dar nova vida às áreas urbanas "degradadas". O
arcabouço técnico desse "novo" planejamento divide as ações de intervenção no espaço
urbano em várias escalas, todas elas vinculadas às comunicações ou às atividades
conectadas à economia globalizada: teleportos, centros empresariais, espaços para feiras
e congressos, parques tecnológicos, aeroportos, hotéis, operações de embelezamento e modernização dos espaços públicos, etc. (Borja e Castells, 1997b).
A melhor ilustração dos resultados desse "novo" planejamento urbano está na descrição
da "bolha especulativa" de Bangcoc, feita no início deste artigo. Uma pujante renovação
imobiliária das áreas mais nobres, resultante da articulação entre os atores locais
essenciais para a dinamização econômica urbana a saber, os empreendedores
imobiliários, as elites fundiárias, o poder público13
e os investidores, sejam estes
nacionais ou internacionais em torno da construção de "consensos" para identificar as
"possibilidades econômicas dos lugares" de forma que se tornem atraentes para os
potenciais "compradores" da cidade, os investidores internacionais (Arantes et alii, 2000
e Vainer, 2000). Percebem-se facilmente o forte caráter empresarial da ação do PE e a
ausência de preocupações com questões sociais mais urgentes, contrapondo-se à farta
presença de termos como "valorização", "negócios", "visibilidade", "inserção na dinâmica
econômica" e outros que remetem à nova função concorrencial das cidades. Neste
cenário, a realidade social das metrópoles subdesenvolvidas parece ter sido
simplesmente esquecida. Ocorre de fato que, mais uma vez, modelos técnico-teóricos de
planejamento são importados de uma realidade que não é a da periferia, porém são
implantados aqui como se fossem a chave para a caminhada "rumo ao Primeiro Mundo".
A incompatibilidade entre essas receitas e a nossa realidade urbana levou Ermínia
Maricato (2000) a cunhar o termo "as idéias fora do lugar e o lugar fora das idéias".
O modelo do Planejamento Estratégico, não obstante, vem sendo aplicado por diversos
municípios na América Latina, geralmente promovido por grandes operações de
marketing, como cabe a qualquer operação de cunho concorrencial. Assim, ficaram
conhecidos por aqui os exemplos do Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro, ou
ainda o plano de reurbanização do Eixo Tamanduatehy, promovido em Santo André-SP14
.
No caso do Rio, Vainer (2000) mostra como se trata de uma "bem orquestrada farsa",
montada para colocar em escanteio as reivindicações populares e dar espaço aos
interesses dos empreendedores e a um agressivo marketing de criação de falsos
consensos que a legitimassem. Tudo para validar "projetos caros aos grupos dominantes
da cidade", que permitiriam tornar a cidade competitiva e vendável à dinâmica do capital
internacional. Na Argentina, o Planejamento Estratégico vem sendo implementado oficialmente em várias cidades, com destaque para Córdoba e Bahia Blanca.
AS "ILHAS DE PRIMEIRO MUNDO"
As políticas públicas afinadas com o novo cenário econômico excludente da globalização
promoveram nos anos 90 e o Planejamento Estratégico se insere nesse processo a
desregulamentação e flexibilização das normas urbanísticas e a fragmentação urbana
(Clichevsky, 2000), em contraposição ao centralismo funcionalista e regulador do
paradigma anterior (Planejamento Modernista). Assim como as políticas de ajuste
neoliberal abriram as portas para a entrada do capital globalizado interessado nas
importantes parcelas de consumidores altamente capitalizados dos países periféricos
(devido ao alto grau de concentração da renda), a desregulação urbana favoreceu a ação
da articulação "empreendedores imobiliários/proprietários fundiários/grande
capital/poder público", que viram nas parcelas abastadas das sociedades periféricas e
nas empresas transnacionais atuantes nesses mercados uma grande oportunidade de
negócios imobiliários. Por isso, repetem-se pelo mundo afora os exemplos de
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produção de espaços de alto poder aquisitivo, verdadeiras "ilhas de Primeiro-Mundo"
dentro do mar de pobreza das metrópoles subdesenvolvidas. Pode-se dizer que a
produção do espaço nas cidades antagônicas da periferia da globalização segue cada vez
mais um parâmetro de segregação social, em que as elites dominantes determinam sua
conformação, excluindo abertamente as camadas populares, num fenômeno que por
sinal não é propriamente novo, como já demonstrou Villaça (1999a). Essas "ilhas" podem
ter funções ou características diferentes, podendo ser bairros residenciais, zonas de
negócios voltadas ao terciário avançado, ou ainda áreas mais centrais "degradadas" e
recuperadas para novos usos residencial e comercial voltados para as elites urbanas (a
chamada gentrificação). Todas elas, entretanto, caracterizam-se pelo alto volume de
investimentos privados e públicos, pelas modernas tecnologias empregadas, pela
qualidade da infra-estrutura urbana disponibilizada e pelo alto poder aquisitivo de seus
usuários. Muitas são fruto de articulações encabeçadas pela ação decisiva de arquitetos-
empreendedores15
(Arantes, 2000), interessados na criação de promissoras
oportunidades para o grande capital (às vezes de maneira artificial, como em Bangcoc).
Já foram citados os exemplos dos bairros residenciais de Muang Thong Thani, em
Bangcoc, Parque Panamby, em São Paulo, e Nordelat, em Buenos Aires. O modelo
de gentrificação de áreas centrais, iniciado nos países industrializados nas conhecidas
operações urbanas de Battery Park, em Nova York, e de London Docklands, em Londres
(Nobre, 2000), passou a ser aplicado na periferia como receita de sucesso para dar "nova
vida" (na verdade, vida das elites) a bairros centrais abandonados por causa da nova
dinâmica da economia globalizada (mais uma vez, as "idéias fora do lugar"). Um dos
exemplos mais sintomáticos é o de Puerto Madero, em Buenos Aires. Em São Paulo,
embora deva agora contar felizmente com a enérgica oposição de grupos
organizados da sociedade civil, como o Fórum Centro Vivo, já é grande a articulação
entre empresários, investidores, poder público estadual, arquitetos e empreendedores
imobiliários para a promoção de uma "revitalização" do centro nos moldes
da gentrificação urbana, para fazer com que ele volte a ser "visto" pelo grande capital.
No âmbito empresarial, a Operação Urbana Faria Lima, em São Paulo, vem promovendo
a criação de uma "nova centralidade" de negócios e comércio, no eixo de crescimento sudoeste da cidade, ao longo da calha do rio Pinheiros (Nobre, 2000).
Assim, ao crescimento acelerado das periferias pobres e à presença de áreas centrais
abandonadas pelas elites, se contrapõem zonas de crescimento exclusivo das classes
dominantes, que conformam metrópoles divididas entre a cidade formal, alvo de todos os
investimentos imobiliários e da ação e investimentos do poder público, e a informal,
esquecida por ambos16
(Maricato, 1996). Os exemplos no Brasil nos são familiares, como
a Zona Sul do Rio de Janeiro, ou a região sudoeste de São Paulo. No resto do mundo,
não é diferente: é o bairro de Colaba, em Bombain, a região sul e o distrito de Nova Delhi, em Deli, Índia, e assim por diante.
O aspecto mais importante a ser destacado é que essa lógica vem pressupondo uma
forte participação do poder público em sua promoção, seja por estar este representando
os interesses dominantes, seja por estar certo que promove de alguma maneira a
"modernização" da cidade. Comprometem-se, em áreas privilegiadas, altos valores do
orçamento na produção de infra-estrutura urbana, principalmente viária, compatível com
as exigências das "ilhas de modernidade", em detrimento dos investimentos maciços
urgentemente necessários na cidade informal, o que ressalta o alto caráter de exclusão
desse processo. Assim, Maricato (2000:141) mostra que o governo paulistano, em 1998,
gastou, em 11 obras viárias, "a incrível soma de US$ 7 bilhões, aproximadamente,
comprometendo a cidade com dívidas que iriam tornar inviáveis até mesmo os serviços
básicos da gestão seguinte. Dessas 11 megaobras, apenas duas não estavam no interior
ou próximas da região que concentra os bairros de mais alta renda de São Paulo.
Aparentemente tratou-se da estratégia de construir uma 'ilha de Primeiro Mundo', com
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condições para abrigar a São Paulo, cidade mundial. No mesmo período o governo
municipal descumpriu a lei que obrigava o município a investir 30% do orçamento na Educação".
SÃO PAULO, CIDADE GLOBAL?
Se a relação entre os modelos econômicos de ajuste estrutural adotados nacionalmente e
a não-melhoria subseqüente do quadro de pobreza, em especial nas cidades, parece
agora mais clara, varia de país para país a eventual relação direta entre o capital
financeiro globalizado e o aquecimento imobiliário nas grandes cidades com potencial
para "cidades-globais". Por exemplo, o alto grau de comprometimento direto do grande
capital internacional nas operações imobiliárias especulativas na Tailândia não encontra
semelhanças (ainda?) no Brasil. Segundo Fix (no prelo), os investidores mais
proeminentes nos megaprojetos imobiliários brasileiros ligados ao terciário avançado
(como na região da Av. Luiz Carlos Berrini, em São Paulo) são fundos de pensão
nacionais. Entretanto, mesmo que não sejam capitais diretamente ligados ao mercado
internacional, é importante ressaltar que são de caráter financeiro e especulativo, ou
seja, fortemente inseridos na dinâmica financeira do capitalismo internacional
globalizado. Também é sintomática a paulatina entrada no mercado brasileiro de grandes
grupos estrangeiros de promoção imobiliária, como o caso da Richard Ellis, uma das
principais promotoras na área da Av. Luiz Carlos Berrini. Nobre (2000:144) destaca a
ação desses atores, na cidade de São Paulo: "os investidores preferidos para cooptação
dos promotores foram os fundos de pensão(...). Entre 1990 e 1998, os investimentos dos
fundos de pensão no mercado imobiliário passaram de 2 para aproximadamente US$ 8
bilhões (...). A associação dos promotores imobiliários com esses investidores possibilitou
a construção de uma grande quantidade de edifícios modernos (...) cujos locatários
preferidos foram as grandes corporações multinacionais".
Por esse critério, entende-se a argumentação daqueles que se empenham em definir a
cidade de São Paulo como uma "cidade-global". Não é, entretanto, o critério mais
animador, haja vista o resultado desastroso da implicação do capital financeiro
internacional no mercado imobiliário de Bangcoc. Nobre (2000) mostra como os
megaprojetos servem apenas como uma forma de atrair investimentos através de um
desenho urbano que agrade às grandes corporações e às elites. Pautando-se pelo
exemplo dos megaprojetos executados na década de 80, nos EUA e em Londres, o autor
mostra como isso, no entanto, aumenta o potencial de risco dos investimentos
imobiliários: "a expansão do mercado imobiliário nessa década ocorreu através da
criação artificial de demanda, pois os edifícios foram construídos por razões financeiras
(maiores taxas de retorno), e não por necessidades reais do mercado, levando à
desvalorização do estoque construído e ao crescimento das taxas de vacância nos
edifícios antigos. (...) Em outras palavras, o projeto autojustifica-se. Ele não responde
nem às forças do mercado, nem às necessidades identificáveis. E cria demanda
artificialmente. (...) A quebra da bolsa de valores na Segunda-Feira Negra (19 de
outubro de 1987) pôs fim ao período de crescimento econômico, levando à perda de
empregos no setor que mais se beneficiou com a desregulamentação econômica. Londres
e Nova York perderam cada uma aproximadamente 100 mil empregos no setor financeiro
(Fainstein, 1994). O mercado imobiliário foi diretamente afetado pelo grande aumento da
vacância dos edifícios comerciais, que chegou a duplicar, alcançando 20% do estoque construído" (Nobre, 2000:127-128).
A fragilidade da relação entre investimentos financeiros e imobiliários é patente, e a crise
em Bangcoc evidenciou isso mais do que nunca. É interessante notar que os edifícios
mais modernos de São Paulo, na "nova centralidade" das Avenidas Berrini e Águas
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Espraiadas, são ocupados por empresas em regime de locação (Nobre, 2000). Em
situações de instabilidade econômica mais séria, que podem ocorrer, como se sabe, a
qualquer hora, essas empresas reorganizam sua estrutura física para enxugar custos,
substituindo, rapidamente, os custosos "edifícios inteligentes" por soluções mais baratas,
como escritórios junto às fábricas, ou aluguel de edifícios mais simples, aumentando de
forma inesperada a taxa de vacância e comprometendo o retorno dos investimentos
imobiliários. Se o alto risco dos investimentos imobiliários já provocou crises não só em
Bangcoc, mas também em países centrais como os EUA e a Inglaterra, o que dizer dos
riscos eventuais em uma economia que se encontra em alto grau de instabilidade como a
brasileira (Sampaio Jr., 1999a)? São Paulo, com seus cerca de 6 milhões de excluídos,
teria fôlego financeiro e econômico suficiente, no restrito círculo de suas elites sitiadas,
para garantir o sucesso de um boom econômico promovido diretamente pelo capital especulativo internacional?
Outra argumentação típica daqueles que pretendem enfaticamente atribuir à cidade de
São Paulo o título de "cidade-global" é a que aponta para um processo de substituição
das atividades industriais características do fordismo por novas atividades de caráter
globalizado, em geral ligadas ao terciário avançado. Embora seja verdade que a cidade
concentra grande volume de atividades desse setor (o que não é, aliás, um fato novo
nem exclusivo da era da globalização), é interessante observar os resultados de pesquisa
feita pela Secretaria de Planejamento, que, após classificar as atividades econômicas da
cidade em "globais" ou "não-globais", constatou que apenas 7,2% dos estabelecimentos
se enquadram em "atividades mais diretamente ligadas ao que se convencionou chamar
de globalização" (PMSP, 2001:29).
Também argumenta-se a existência de uma fuga maciça de indústrias para centros mais
distantes, devido ao alto custo de manutenção de empresas na cidade e às facilidades de
gestão empresarial descentralizada propiciadas pela tecnologia de comunicação, em um
processo de desconcentração industrial. Embora seja este um fenômeno verdadeiro, ele
ainda ocorre em proporções muito relativas, bem menos importantes do que o
propagado. Dados da Fundação Seade mostram que a Região Metropolitana ainda é
responsável por 60,4% de todo o valor adicionado gerado pela indústria paulista e por 56,8% do pessoal ocupado no Estado (Fundação Seade, 2000).
Além disso, o aumento das atividades terciárias tem com certeza relação com a expansão
dos setores do "terciário avançado" ligados à economia globalizada, mas é sobretudo a
queda do nível de emprego industrial, conseqüência do impacto destrutivo da
globalização sobre o parque industrial brasileiro, que determinou uma migração de parte
desses trabalhadores desempregados para o setor terciário, ou ainda para o setor
informal. Dados da Prefeitura de São Paulo mostram um aumento significativo do
desemprego em São Paulo, entre 1988 e 1998, crescendo de 8,2% para 17% (PMSP,
2001) devido à diminuição da atividade industrial, que passou de 29,1% para 17,8% no
mesmo período. Também se transferiram empregos para o setor de serviços, ainda que
em grande parte em atividades não tão "globalizadas", como serviços domésticos e
pequeno comércio. Porém, o aumento desse setor, entre 1988 e 1998, portanto
exatamente no período de intensificação dos paradigmas econômicos da globalização,
não foi tão significativo, e principalmente partiu de um valor já bastante alto em 1988:
de 51,3% para 62,4%. O que impressiona, isto sim, é que a recessão econômica fez com
que a economia informal crescesse enormemente, de tal forma que o emprego
assalariado com registro representava, em 1998, apenas 40,5% das ocupações (PMSP, 2001).
Não se pretende aqui negar o caráter globalizado de um importante número de
atividades econômicas desenvolvidas hoje em São Paulo, em especial na chamada "nova
centralidade" das Avenidas Faria Lima, Berrini e Águas Espraiadas. Tampouco se quer
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negar que a cidade desempenhe de fato um papel de destaque na nossa inserção na
economia globalizada. O questionamento que se faz aqui diz respeito ao grau de
importância que se dá a essa inserção e portanto ao papel global da cidade e à
crença de que ela seja uma via eficaz para a "modernização" do país, em moldes que não
sejam os dos interesses das burguesias nacionais, mas sim os do conjunto da sociedade.
Parece que a ênfase dada por pesquisadores e profissionais de planejamento ao estudo
sobre a maneira e a posição com que a metrópole se insere na rede das cidades globais
reflete uma matriz teórica equivocada, pois importada dos países centrais, e que não
responde aos desafios próprios da nossa realidade. Uma matriz, aliás, que não se adapta
em nenhuma metrópole de países da economia dependente. É um caso típico de "idéias fora do lugar" (Maricato, 2000).
Qual é, então, a "modernidade" que queremos? A da possibilidade de autodeterminação
da nação nos moldes da democracia e da eqüidade econômica e social. Porém, o modelo
de ajuste estrutural neoliberal e sua vertente urbanística do planejamento estratégico só
servem, como visto, para produzir mais exclusão e garantir a "entrada no Primeiro
Mundo" apenas de alguns privilegiados. Pode-se então perguntar: para a solução dos
problemas estruturais que impedem o desenvolvimento efetivamente includente e a
construção de uma nação que controle o seu próprio destino, qual a vantagem, na ponta do lápis, em São Paulo ser uma cidade-global?
NOTAS
Agradeço a Helena Menna Barreto, da FAUUSP, e Alfredo Calcagno, da Cepal, pela ajuda na obtenção de dados essenciais à redação deste artigo.
1. Sassen, Borja, Castells e muitos outros autores que defendem a idéia de que a
economia globalizada se organiza nessa "rede mundial de cidades" medem o grau de
"globalização" de uma metrópole através de dados como o número de sedes de
empresas transnacionais, a importância de suas bolsas de valores, o grau de
informatização e de capacidade informacional do parque imobiliário, o número de
equipamentos destinados aos negócios (hotéis, business-centres...), etc. Ver a respeito Arantes et alii (2000), Maricato (2000), Vainer (2000) e Ferreira (2000).
2. À guisa de comparação, em 1996, um ano em que o mercado esteve especialmente
aquecido, a média de lançamentos de habitações no mercado formal na cidade de São Paulo, segundo a Embraesp, foi de 30 mil unidades.
3. Aceitando-se, é claro, as variações devidas às especificidades históricas e culturais tão
diferentes de cada país. Ver, por exemplo, Amin (1991).
4. Nos termos propostos por Braudel (1978) e Wallerstein (1994).
5. As agências multilaterais criaram vários rótulos para diferenciar países como Brasil,
México, Índia ou Paquistão, considerados com grande potencial de "entrar" na economia
globalizada: economias em desenvolvimento, semi-industrializadas, emergentes, etc.
Neste trabalho, adotou-se a definição "países subdesenvolvidos" para identificar tanto
estes quanto todos os outros países da periferia, já que nenhum deles deixa de apresentar níveis inadmissíveis e generalizados de pobreza.
6. Taxas de urbanização na Malásia 52,1%, Nigéria 37,7% e Índia 26,3% (World
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Bank, 1995).
7. São elas, em ordem de tamanho decrescente: Cidade do México, São Paulo, Seul,
Moscou, Bombain, Calcutá e Buenos Aires-La Plata (Lefebvre, 1992).
8. O que dizer daqueles que dispõem de 1,5 dólar/dia, e que estatisticamente não são
mais, portanto, considerados pobres.
9. Ao contrário, a pobreza tornou-se até politicamente interessante ao permitir a
corrupção eleitoral através da compra de votos, a manipulação eleitoral, etc.
10. O documento completo embora por natureza extremamente sucinta, como devem
ser as cartilhas do Consenso de Washington pode ser lido em Williamson (1994).
11. Não foi, entretanto, por falta de advertências por parte de um grande número de
intelectuais brasileiros, entre os quais destacam-se José Luis Fiori, Maria da Conceição
Tavares, Francisco de Oliveira, Otília Arantes, Ermínia Maricato, Plinio Sampaio Jr., e
muitos outros, que o Brasil adotou a cartilha do Consenso de Washington.
12. Manifesto de lançamento da idéia de uma Rede Brasileira de Planejadores pela
Justiça Social, Porto Alegre, 27 de janeiro de 2001.
13. Nas muitas vezes em que este representa os interesses dos setores dominantes, o
que não é incomum em países subdesenvolvidos nos quais as prioridades das políticas
públicas são muito freqüentemente invertidas a favor desses setores e em detrimento do bem geral e da homogeneização social.
14. Ainda que não definido como tal pela prefeitura daquela cidade.
15. Em São Paulo, a figura do arquiteto-empreendedor é bastante familiar: Carlos
Bratke (Av. Luiz Carlos Berrini), Julio Neves (Av. Faria Lima) e Ruy Othake são alguns
dos exemplos mais conhecidos. Nos países industrializados, as grandes operações de
promoção urbanísticas sempre envolvem um seleto grupo de grandes e festejados
escritórios de arquitetura, até como forma de garantir um markenting urbano mais eficaz.
16. Uma rara exceção à regra é Joanesburgo, na África do Sul, que por motivos próprios
à dinâmica do "fim" doapartheid racial naquele país, foi inteiramente ocupada pela
população negra e pobre após a elite branca ter decidido abandoná-la por completo.
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ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE A GESTÃO DE CUSTOS E A GESTÃO DO PREÇO DE VENDA: um estudo das práticas adotadas
por empresas industriais conserveiras estabelecidas no RS
Débora Gomes Machado (Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Brasil) [email protected]
Marcos Antônio de Souza (Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Brasil) [email protected]
Resumo
Este artigo tem como objetivo identificar quais práticas gerenciais estão sendo
adotadas pelas empresas de forma a lhes possibilitar, sob um enfoque sistêmico, a
eficaz gestão do preço de venda e dos custos demandados pelas suas operações.
O estudo foi desenvolvido no contexto da reconhecida limitação das empresas em
impor um preço de venda ao mercado, uma decorrência da crescente influência do
mercado comprador em estabelecer o preço que está disposto a pagar pela
aquisição de bens e serviços. Os dados da pesquisa, caracterizada como
exploratória e descritiva, foram obtidos por meio de entrevistas presenciais
realizadas com executivos de nove das onze empresas industriais conserveiras de
médio e grande porte, localizadas no RS, selecionadas a partir do cadastro da
FIERGS. Constatou-se que as indústrias desse segmento utilizam como fonte de
informações a contabilidade tradicional, destacando-se o uso do método de custeio
por absorção e o sistema de pré-determinação de custo-padrão, enquanto que as
práticas gerenciais mais contemporâneas pesquisadas não encontram aderência
prática, com exceção da pequena representatividade da utilização do custo-meta. O
estabelecimento e a gestão do preço de venda são práticas majoritariamente
amparadas na sistemática de custo mais margem.
Palavras-chave: Contabilidade Gerencial, Gestão de Custos, Gestão do Preço de
Venda.
Área Temática: Gestão Estratégica de Custos
1 Introdução
As organizações, inseridas num ambiente econômico de mercado caracterizado por
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acirrada concorrência, necessitam direcionar maiores esforços ao planejamento e
controle dos seus fatores de produção, geradores de custos e receitas. Nesse
ambiente, o recurso informação adquire conotações de cunho estratégico e
operacional. No conjunto de tais informações incluem-se, entre outras, aquelas
referentes a preços e custos.
As questões que tratam do atual ambiente de atuação das empresas têm sido
fartamente abordadas pela literatura. Berliner e Brimson (1992), Shank &
Govindarajan (1997), Iudícibus (1998), Kaplan e Cooper (1998), Atkinson et al.
(2000), entre outros autores que tratam da gestão empresarial, expõem uma série
de fatores que caracterizam esse ambiente. Dos diversos aspectos tratados, a
crescente influência do mercado comprador em estabelecer o preço pelo qual está
disposto a pagar pela aquisição de bens e serviços e a conseqüente perda de poder
das empresas em estabelecer o preço pelo qual desejam vender tem sido uma
constante. Trata-se, portanto, da Gestão do Preço de Venda. Além disso, também é
reconhecido que a limitação das empresas em impor um preço de venda ao
mercado as têm obrigado a voltar-se mais acentuadamente à gestão da sua
eficiência operacional, no que se refere ao planejamento e controle do consumo dos
recursos demandados pela realização de suas operações. Trata-se, portanto, da
Gestão de Custos.
Partindo-se da premissa de que estes focos da gestão empresarial, a Gestão do
Preço de Venda e a Gestão de Custos, não podem ser tratados isoladamente, tendo
em vista as relações existentes entre eles, este procura responder a seguinte
questão: Quais práticas gerenciais, dentre as recomendadas pela literatura, estão
sendo adotadas pelas empresas de forma a possibilitar, sob um enfoque sistêmico,
a eficaz gestão do preço de venda e dos custos demandados pelas suas
operações? Procura-se identificar a adoção, ou não, das práticas gerenciais mais
difundidas pela literatura. O objetivo de diagnosticar a atuação das empresas com
referência a tais práticas é uma forma de verificar a aderência delas em relação à
prática empresarial. As práticas de gestão de custos estudadas foram os métodos
de custeio, o custo-meta, o custo-padrão, custeio por ciclo de vida, análise de custo
da logística integrada, análise da cadeia de valor, gestão baseada em atividades e
formação do preço de venda, entre outros.
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2 Referencial teórico
2.1 Gestão de custos
Na última década, fruto do acirramento da concorrência de um mercado globalizado,
profundas mudanças têm ocorrido no modus operandi, nas estratégias e nas
práticas gerenciais das organizações, com reflexos na gestão de custos. Nesse
contexto, o eficaz processo de gestão de custos, passa, necessariamente, pela
eficiência e eficácia das atividades de planejamento, execução e controle. As
empresas estão buscando a redução de custos e aumento da produtividade de
diversas formas. Porter (1989) coloca a liderança em custos como uma das
alternativas estratégicas, ou ainda, a diferenciação de produto. O papel que a
informação contábil exerce dentro de uma empresa é o de facilitar o
desenvolvimento e a implementação das estratégias competitivas.
2.1.1 Métodos de custeio
O custeio de produtos/serviços tem sido referenciado como a função básica da
contabilidade de custos (MARTINS, 2003). Além do aspecto puramente contábil, os
métodos adotados para o custeio também são utilizados como fonte geradora de
informações para a gestão. De fato, é a utilização de tais métodos que disponibiliza
informações específicas que contribuem no controle dos custos, auxiliando na
tomada de decisão. A seguir apresenta-se, no Quadro 1, a caracterização básica
dos métodos de custeio tratados nesse artigo.
Alguns métodos de custeio são mais indicados como instrumentos gerenciais, outros
para relatórios externos, outros são mais conservadores, outros mais abrangentes,
com visão de curto ou longo prazo, etc. Deve-se ter em conta que não há um
método considerado o melhor para ser utilizado de maneira indiscriminada e para
todas as finalidades pelas empresas.
Dependendo do objetivo e uso da informação desejada, deve-se escolher um ou até
mais de um método para serem usados concomitantemente, permitindo, assim, a
obtenção das informações consideradas relevantes para o embasamento de
decisões e utilidades específicas.
Alguns objetivos alcançados pelos métodos de custeio são descritos a seguir.
1) se o anseio é conhecer a margem de contribuição dos produtos, então o método
de custeio variável atende a esse objetivo;
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2) o método de custeio pleno, por evidenciar os gastos totais, se caracteriza como
um bom instrumento gerencial para cálculo do preço de venda referencial, pois
indica o resultado livre de todos os custos e despesas;
3) se o foco de análise recai sobre a eficiência dos trabalhos desenvolvidos pela
empresa, então o ABC é o mais específico para atender a esse objetivo e, ainda, se
a alocação dos custos indiretos de fabricação precisam de uma informação mais
acurada, o ABC também poderá contribuir;
4) se o objetivo for atender a legislação contábil, tributária-fiscal e às publicações
dirigidas aos usuários externos, então o custeio por absorção é o mais indicado.
Método
Características do método
Custeio por absorção
Atribui todos os gastos relativos ao esforço de fabricação aos produtos, total, ou
parcialmente, prontos. Os custos de produção fixos são alocados aos produtos por
meio de rateio e os custos variáveis são alocados diretamente aos produtos e as
despesas são levadas diretamente ao DRE.
Custeio pleno
Também conhecido como RKW, atribui aos produtos todos os gastos da empresa,
não só os custos, mas também as despesas operacionais, inclusive as financeiras e
ainda os juros do capital próprio (custo de oportunidade), objetivando fornecer o
montante gasto pela empresa no esforço de obter receitas, evidencia o valor
adicionado.
Custeio variável
Atribui apenas os custos e despesas variáveis em nível de unidade do produto,
evitando as distorções causadas por rateios arbitrários de alocação dos custos fixos
aos produtos; evidencia a margem de contribuição; e trata os custos variáveis como
relevantes para decisões de curto prazo. Os custos e as despesas fixas são
considerados integral e diretamente no resultado do período.
Custeio direto
Os custos indiretos de fabricação e as despesas operacionais, ambos fixos
específicos são apropriados aos respectivos objetos de custeio e não aos produtos
como um todo.
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Dessa forma têm-se a margem direta, (MD=MC–CDFE) margem de contribuição
menos custos e despesas fixas específicas, enquanto que a margem de contribuição
é igual a preço de venda menos custos e despesas variáveis (MC=PV–CDV).
Custeio baseado em atividades – (Activity Based Costing - ABC)
Atribui os custos de acordo com o consumo de recursos pelas atividades e destas
pelos produtos. O ABC utiliza-se da relação dos custos com as atividades
desempenhadas, através do rastreamento dessas, alocando de forma mais racional
os custos indiretos.
Quadro 1 – Características sumarizadas dos métodos de custeio
2.1.2 Sistemas de predeterminação de custos
Como formas de predeterminar e antecipar a informação de custos dos produtos,
para controle e tomada de decisões, tem-se o custo-padrão e o custo-meta.
Conforme Atkinson et al. (2000), custos-padrão são parâmetros projetados para as
unidades de produtos, correspondendo aos custos dos recursos das atividades
produtivas planejadas para o período estabelecido. O custo-padrão é elaborado por
um conjunto de setores que envolvem desde o planejamento até a fabricação
propriamente dita e tem como base as informações de consumo de matérias-primas,
mão-de-obra, materiais secundários e outros custos, por cada produto elaborado.
Representa, para fins da gestão organizacional, as opções e políticas adotadas pela
empresa quanto aos meios e formas de realizar suas operações de produção.
Já o custo-meta é um processo de planejamento de lucros, preços e custos, que
parte do preço de venda para chegar ao custo. Para Sakurai (1997), o custo-meta é
um processo estratégico de gerenciamento de custos para reduzir os custos totais
ainda no estágio de desenvolvimento do produto. Tem como objetivo central a
redução de custos em face do planejamento estratégico de lucro e das condições
mercadológicas, principalmente quanto a preço e qualidade.
O custo-meta e o custo-padrão aplicam-se em diferentes estágios do ciclo de vida
do produto. Conforme Sakurai (1997), o custo-meta é aplicado quando do
planejamento e desenho do produto; já o custo-padrão é aplicado quando da
produção efetiva. Sakurai destaca que o custo-meta é uma prática voltada para o
mercado e no contexto do desenvolvimento do produto, enquanto que o custo-
padrão tem um foco interno e é voltado principalmente para controle dos
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recursos utilizados na fase de produção. O custo-meta é uma parte do planejamento
estratégico do lucro, pois considera a concorrência e as necessidades do cliente.
Em contrapartida, o custo-padrão é um instrumento de controle no nível operacional
interno.
Além do custeio ABC e do custeio-meta a literatura tem dado destaque a algumas
outras práticas que dão sustentação à gestão de custos, expostas a seguir.
2.1.3 Análise dos determinantes de custos
Os determinantes de custos são considerados como um dos pontos centrais da
gestão de custos. Para Shank e Govindarajan (1997), representam a causa raiz de
ocorrência dos custos.
No contexto da gestão estratégica de custos a principal causa de ocorrência dos
custos precede a efetiva fabricação dos produtos, trata-se da opção pela estrutura
de produção e da sua forma de operacionalização. São os chamados determinantes
de custos, subdivididos em determinantes estruturais, que representam as opções
estratégicas primárias da empresa, e os determinantes operacionais ou de
execução, relativos à capacidade de execução e desempenho da produção. A
literatura pesquisada sobre o assunto (PORTER, 1989; SHANK e GOVINDARAJAN,
1997; ROCHA, 1999 e SOUZA, 2001), demonstra que se torna mais útil, no sentido
estratégico, explicar a posição dos custos em termos de escolhas estruturais e de
execução que moldem a posição competitiva da empresa.
2.1.4 Custeio por ciclo de vida
Assumindo a premissa de que os produtos têm existência útil cada vez mais
reduzida, Kotler (1998) destaca que o ciclo de vida do produto divide-se em quatro
estágios: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Quando o produto é
lançado ou introduzido em um determinado mercado, há um crescimento lento das
vendas em que o lucro é inexistente ou inexpressivo; na fase de crescimento ou
aceitação do produto pelo mercado, o lucro já começa a existir de forma mais
significativa; no estágio de maturidade há uma redução do crescimento das vendas,
o lucro estabiliza ou entra em declínio; no último estágio, o de declínio, as vendas
caem e o lucro fica reduzido, época em que o produto deixa ou começa a deixar de
ser atrativo para os objetivos da empresa. A gestão do ciclo de vida,
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segundo Hansen e Mowen (2001, p. 439), “consiste de ações tomadas que
provocam projeção, desenvolvimento, produção, comercialização, distribuição,
operação, manutenção, atendimento e descarte de um produto para que os lucros
do ciclo de vida sejam maximizados”. O impacto do ciclo de vida do produto sobre a
gestão dos custos é muito importante e é necessário conhecer esse impacto.
2.1.5 Análise de custo da logística integrada
A logística integrada disponibiliza as possibilidades do gerenciamento de custos
através de técnicas e recursos específicos. A logística não é mais considerada
simplesmente uma atividade de apoio às operações empresariais, mas sim como um
dos principais elementos na estratégia competitiva das empresas. Segundo Ballou
(l993), é de responsabilidade do sistema logístico definir a estrutura interna da
empresa, com o objetivo de controlar o fluxo de bens e serviços e planejar as
atividades logísticas. O autor expõe que a organização e o controle são atividades
chaves em logística. A organização trata da estruturação dos relacionamentos entre
as áreas de forma a viabilizar as atividades logísticas de maneira eficaz. Quanto ao
controle, abarca a definição de quem tem autoridade e responsabilidade pelo
planejamento e controle dos custos e do nível de serviço logístico.
Conforme Novaes (2001), a logística empresarial envolve elementos materiais,
humanos, tecnológicos e de informação, otimizando o uso de recursos, buscando a
eficiência e a melhoria dos níveis de serviço ao cliente, sempre objetivando a
redução de custos, eliminando do processo tudo que não agrega valor para o
cliente. Na atualidade, a logística procura eliminar do processo tudo que não tenha
valor reconhecido pelo cliente, buscando agregar valor de lugar, de tempo, de
qualidade e de informação à cadeia produtiva.
2.1.6 Análise da cadeia de valor
A análise da cadeia de valor é um forte elemento para uma eficaz gestão de custos.
Se uma empresa pode ou não desenvolver e manter uma diferenciação ou
vantagem, depende de como a mesma gerencia sua cadeia de valor em relação às
cadeias de valor das demais empresas concorrentes. É arriscado ignorar as ligações
da cadeia de valor, pois ganhar e sustentar vantagem competitiva requer que uma
empresa compreenda todo sistema e não apenas a parte da cadeia de
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valor que a empresa participa. Tem-se, então, que a análise da cadeia de valor é o
reconhecimento de que isoladamente a empresa tem menos chances de sobreviver
no mercado. Porter (1989) explica que toda empresa é uma reunião de atividades
que são executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu
produto. Todas essas atividades podem ser representadas, fazendo-se uso da
cadeia de valor. O autor acrescenta que a cadeia de valor representa a história da
empresa, e o modo como ela executa suas atividades é um reflexo de sua estratégia
empresarial.
2.1.7 Gestão baseada em atividades - Activity Based Management (ABM)
A gestão baseada em atividades, na visão de Atkinson et al. (2000), é um processo
administrativo que usa a informação fornecida por uma análise de custos baseada
em atividades para melhorar a lucratividade da empresa. O ABM inclui a execução
racional das atividades, elimina as que não agregam valor ao produto, abrange
esforços de reengenharia, melhoria nos processos e redução de custos.
Conforme Kaplan e Cooper (1998), o gerenciamento baseado em atividades refere-
se a todo o conjunto de ações que podem ser tomadas com base nas informações
sobre o custeio baseado em atividades e possui duas aplicações complementares
denominadas: ABM operacional e ABM estratégico. O ABM operacional propicia
oportunidades de transformação, reengenharia e melhorias contínuas no processo
produtivo. O ABM estratégico propicia várias opções de medidas por meio das quais
podem modificar suas curvas de vendas e lucratividade, tratando, portanto, da
alteração do mix de produtos.
2.2 Gestão do preço de venda
Pesquisas têm buscado a identificação de como as empresas estão precificando os
seus produtos. Fishman (2003) investigou como as empresas norte-americanas
definem os preços e descobriu que a maioria das empresas o faz sem estudos
prévios. Simplesmente somam os custos, imitam os concorrentes ou ainda
estabelecem uma margem suportável pelo mercado.
A formação do preço de venda, ou seja, atribuir preço aos bens e serviços
oferecidos ao mercado, envolve, conforme Bernardi (1998), uma série de fatores.
Além das considerações e
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objetivos mercadológicos, deve orientar-se economicamente e do ponto de vista
interno, por três caminhos, que são: a maximização dos lucros, o retorno do
investimento e os preços baseados nos custos. Acrescenta-se à exposição do autor
que também há o preço-meta, pois o preço baseado nos custos pode não ser aceito
pelo mercado e, nesse contexto, se insere o preço de venda-alvo.
Formar preços com base no custo torna necessário ter-se um parâmetro inicial ou
padrão de referência para análise comparativa com o preço praticado pelo mercado,
a fim de evitar que o preço calculado sobre os custos possa ser invalidado por tal
mercado. Lunkes (2003) afirma que a formação do preço de venda através da
apuração dos custos é a forma mais utilizada, pois o preço deve refletir o valor
econômico que o cliente percebe nele, relativos a custo, escassez, investimento em
propaganda etc. Obviamente, se tal custo for excessivo a recusa pelo cliente será
automática.
Na atualidade há uma crescente necessidade de utilização do custo-meta para
estabelecimento do preço-meta, ou seja, partindo do preço que o consumidor está
disposto a pagar pelo produto ou serviço, projeta-se o custo que deverá ocorrer com
a produção efetiva do mesmo.
Cogan (1999) pressupõe uma quebra de paradigma quanto aos custos como fator
condicionante para a fixação do preço de venda, pois os custos eram direcionados
pela engenharia e, atualmente, são direcionados pelo mercado.
A necessidade de análise das relações de ambas as gestões, de custos e do preço
de venda, são evidenciadas, mais intensamente, em decorrência das dificuldades da
prática empresarial, tais como: dificuldade de impor seu preço de venda ao
mercado; redução de capital de giro para suprir as necessidades de caixa e
mercados caracterizados por concorrência imperfeita. O custo-meta explica parte
dessas relações, pois pertence à gestão de custos e direciona ações que objetivam
conquistar determinado mercado com estratégias que incluem a gestão do preço de
venda.
Sendo assim, a gestão de custos e a gestão de preço de venda não podem ser
efetuadas isoladamente e sim sistemicamente, pois as relações existentes entre
ambas envolvem muitos fatores, alguns deles tratados neste estudo. Percebe-se
que a utilização isolada de informações sobre os custos de nada ou pouco adiantam,
pois os impactos são recíprocos. A interdisciplinaridade da gestão abarca
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uma gama de informações e é necessário que os gestores se mantenham
informados desse grande conjunto de fatores para que possam gerir racionalmente
as atividades empresariais.
3. Metodologia e limitações da pesquisa
Nesta pesquisa foi empregado o método indutivo de pesquisa, ou seja, parte-se de
constatações empíricas para redundar na elaboração de uma teoria ou para
referendá-la. Este estudo, dado o seu escopo, enquadra-se na segunda opção.
Abdel-khalik e Ajinkya (1979), enfatizam que as teorias que se originam de um
conjunto específico de observações são chamadas indutivas. Os autores
acrescentam que a maioria das teorias descritivas é indutiva.
As teorias indutivas que se derivam de observações empíricas efetivas são
descritivas, pois descrevem como acontecem os fenômenos na realidade.
Esta pesquisa classifica-se como exploratória, descritiva e pesquisa de campo. O
universo desta pesquisa é composto pelas indústrias de transformação conserveiras
de médio e grande porte localizadas no Estado do Rio Grande do Sul. Quanto ao
porte das empresas considerou-se a classificação do SEBRAE e da Lei Federal n°
10.165/2000. As indústrias foram localizadas por meio da 6ª edição do cadastro
industrial da FIERGS. A Tabela 1 apresenta as empresas de médio e grande porte
relacionadas à atividade de produção de conservas, segundo o referido cadastro, de
acordo com a classificação de porte do SEBRAE.
A presente pesquisa limita-se quanto à extrapolação dos resultados, os quais são
válidos somente para as indústrias produtoras de conservas gaúchas de médio e
grande porte participantes do estudo. É relevante o baixo número de empresas que
compõem o estudo, apesar de terem sido pesquisadas praticamente todas as
empresas de médio e grande porte deste segmento no Estado. Apesar dessa
limitação, é fundamental ressaltar a importância do estudo tanto para o contexto da
região como para o segmento pesquisado. Apesar dos cuidados com a seleção do
perfil dos entrevistados, esta pesquisa está baseada unicamente nas informações
prestadas pelos mesmos não se utilizando qualquer outro instrumento ou
procedimento que possibilitasse verificar a exatidão das mesmas.
O fato de a maioria das empresas serem constituídas sob a forma de sociedade por
cotas de responsabilidade limitada e, portanto, estarem desobrigadas da
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publicação de demonstrações contábeis, impediu que algumas das informações
recebidas fossem confirmadas.
Razão Social
Município
Nº Empregados
Albino Neumann & Cia Ltda
Morro Redondo
259
Ângelo Auricchio & Cia Ltda
Pelotas
150
Conservas Oderich S/A
São Sebastião do Caí
769
Conservas Ritter S/A Indl e Coml
Cachoeirinha
150
Enfripeter Com Armaz.Ind.Prod.Alim.Ltda
Pelotas
130
Ind Conservas Alimentícias Leon Ltda
Pelotas
150
Ind de Conservas Minuano S/A
Morro Redondo
103
Ind de Conservas Schramm Ltda
Pelotas
117
Oderich Irmãos Ind. Alimentos Ltda
Pelotas
340
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70
Schiller Ind Com Alimentos Ltda
Pelotas
400
Vega Indl. e Mercantil Prod. Alim. Ltda
Pelotas
400
Fonte: Cadastro da FIERGS (2001).
Tabela 1 – Indústrias gaúchas da atividade de produção de conservas
As empresas classificadas como micro e pequenas foram excluídas da amostra por
não possuírem a estrutura básica necessária ao atendimento dos questionamentos
realizados. O entrevistado foi o responsável ou o profissional diretamente envolvido
na gestão de custos e na gestão do preço de venda das empresas. A técnica
empregada foi a entrevista pessoal, padronizada com perguntas fechadas, abertas e
semi-abertas, que nortearam o rumo da entrevista para coletar dados que
permitissem agrupar os resultados para tratamento e análise dos mesmos,
permitindo evidenciar os aspectos revelados pela pesquisa de campo.
Para confirmação, ou não, por meio da pesquisa de campo realizada, foram
construídas três suposições, descritas a seguir:
S1 = O modelo de formação do preço de venda ou a forma de cálculo que mais se
aproxima deste, adotado na prática pelas empresas pesquisadas, é orientado pelo
mercado. S2 = Na prática não existe uma gestão integrada entre preço de venda e
custos e, por conseqüência, resultado. S3 = Não há uma efetiva utilização das
práticas gerenciais recomendadas pela literatura, por parte das empresas
pesquisadas, o que poderia contribuir para que as mesmas viabilizem de maneira
mais efetiva o atingimento do lucro-alvo.
4 Análise e discussão dos resultados
Dentre as onze empresas, uma não participou da pesquisa e outra encerrou as suas
atividades há mais de dois anos, restando nove empresas, localizadas em quatro
municípios gaúchos:
Pelotas, Morro Redondo, Cachoeirinha e São Sebastião do Caí, todas com capital
100% nacional.
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a) Análise das Características das Empresas
Objetivando agrupar o perfil da amostra, com vistas a identificar o porte das
empresas pelos critérios de faturamento e número de funcionários, bem como o
tempo de existência das mesmas, assim se descrevem os resultados:
✓ Faturamento R$:
33% = de 1,2 a 12 milhões - MP
67% = acima de 12 milhões – GP
✓ Exportadoras:
33% = média de 15% mercado externo
67% = 100% mercado interno
✓ Nº Funcionários:
33% possuem de 100 a 499 - MP
67% possuem acima de 500 – GP
✓ Tempo de atividade das empresas:
1 a 20 anos = 22%
21 a 40 anos = 56%
81 a 100 anos = 22%
Das empresas pesquisadas, 33% são de médio porte e 67% são de grande porte, de
acordo com a classificação dada pela Lei Federal 10.165/2000, que trata em seu
artigo 17°, da classificação do porte das empresas pelo faturamento. Pelo número
de funcionários as empresas mantiveram a mesma classificação de porte
encontrada com base no faturamento. O número mínimo encontrado foi de 150
funcionários e o máximo foi de 900, sendo que as empresas somadas possuem
atualmente 4.620 funcionários na atividade industrial.
De acordo com as entrevistas 33% da amostra fatura também para o mercado
externo, para até 34 países, sendo e Uruguai e a Argentina os mais citados. As
demais (67%) faturam somente para o mercado interno, abrangendo vários estados
brasileiros. Devido a forte concorrência, mencionada pelos entrevistados, há uma
busca constante para manter o nicho de participação de cada empresa no mercado,
buscando o atendimento às necessidades dos consumidores brasileiros e
estrangeiros. O tempo de atividade das empresas pesquisadas evidencia que elas
possuem considerável experiência. A empresa que possui menos tempo, tem 7 anos
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e a que tem mais tempo, 96 anos, ambas de grande porte.
b) Análise das Características dos Entrevistados.
Identificou-se o perfil dos entrevistados, descritos a seguir:
Formação
contábeis 56%
administração 22%
outros 22%
Função
contadores 55%
demais gestores 45%
Figura 1 – Formação dos entrevistados
Figura 2 – Função dos entrevistados
Nota-se (Figura 1) que os entrevistados possuem, em 56% dos casos, graduação
em contabilidade, evidenciando que, em princípio, devem estar qualificados ou ter
conhecimento sobre gestão de custos e preço de venda. Se considerados também
os que tem formação em administração o percentual chega a 78%.
Também fica evidente que as funções desempenhadas pelos entrevistados estão
vinculadas ao assunto pesquisado. Eles atuam em áreas afins à gestão de custos e
preço de venda e, portanto, adequados para atender aos objetivos da pesquisa.
Cursos relacionados a GC e GPV
possui 44%
não possui 56%
Experiência na função
até 5 anos 22%
acima de 5 anos 78%
Figura 3 – Cursos realizados pelos entrevistados Figura 4 – Experiência dos
entrevistados.
Quanto aos entrevistados terem participado de cursos especificamente relacionados
a Gestão de Custos e Gestão do Preço de Venda, 56% responderam
negativamente. Isso demonstra a ausência de busca por uma maior
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qualificação profissional na área. Constatou-se que a maioria dos entrevistados atua
a mais de 5 anos na função, evidenciando que são profissionais experientes. A
maioria possui mais de 5 anos na empresa, o que evidencia que os mesmos
conhecem a empresa e o seu funcionamento.
c) Análise das Características da Gestão do Preço de Venda e da Gestão de
Custos.
A seguir algumas questões que objetivaram identificar as características dos
procedimentos aplicados na formação de preços, com vistas a verificar se as
práticas gerenciais inerentes a gestão de custos e gestão do preço de venda,
difundidas pela literatura, estão sendo adotadas nas empresas pesquisadas.
Questão 1 : Qual o método de custeio utilizado na empresa?
Objetivo: Identificar os métodos de custeio utilizados pelas empresas e suas
respectivas aplicações.
Método de custeio utilizado
ABC Absorção Pleno Variável Total
Para finalidades fiscais
0
9
0
0
9
Para finalidades gerenciais
0
8
0
1
9
Para apuração de custos p/formação de preço de venda
0
8
0
1
9
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Tabela 2 – Método de custeio utilizado pelas empresas
Para finalidades fiscais 100% das empresas utilizam o custeio por absorção, pois a
legislação do Imposto de Renda é respeitada por elas de forma a evitar penalidades
fiscais. Para finalidades gerenciais, ou seja, para suprir os usuários internos com
informações que visam a subsidiar a tomada de decisões, inclusive quanto a preços,
oito empresas utilizam o mesmo método de custeio, e somente uma utiliza o método
de custeio variável de forma ampla e formal. Essa preferência pela adoção do
método de custeio por absorção também foi identificada por outras pesquisas
consultadas. Souza (2001) ao pesquisar 49 subsidiárias brasileiras de empresas
multinacionais, também constatou a preferência pelo método de custeio por
absorção, utilizado por 73,5% das empresas pesquisadas; em segundo lugar se
encontra o custeio variável, utilizado por 14,3% das empresas.
Na pesquisa efetuada por Miranda e Nascimento Neto (2003), com 81 indústrias
brasileiras, ficou constatado que 35,5% das empresas pesquisadas utilizam somente
o custeio por absorção e 32,8% o utilizam combinado com outros métodos, de forma
a suprir as informações gerenciais e atender a legislação. Segundo os autores, a
referida pesquisa verificou que fatores como a estrutura de custos da empresa, tais
como: maiores ou menores custos fixos, o fato de serem, ou não multinacionais,
assim como fatores externos, tais como a origem da empresa, número de
concorrentes, exportação de produtos etc, não influenciam na escolha do método de
custeio. Isso corrobora a pesquisa de Souza (2001).
Também, nos Estados Unidos em pesquisa realizada por Govindarajan e Anthony
(1983), nas 505 maiores empresas, das 1000 divulgadas na Revista Fortune, foi
comprovado que 82% dos preços de seus produtos são baseados no custeio por
absorção, e que apenas 17% delas confiam no custeio variável para decisões de
preço. Outra pesquisa realizada no mesmo país em 1994, por Shim e Sudit,
revisando a pesquisa de 11 anos antes com 141 empresas, concluiu que 70% das
empresas continuavam a utilizar o custeio por absorção, 12% no custeio variável e
18% basearam-se apenas no mercado, apontando uma mudança em direção ao
custo-meta.
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Ott (1997) também constatou que o método de custeio por absorção é o mais
utilizado, embasado em sua pesquisa com empresas industriais de médio e grande
porte estabelecidas no Brasil, assim como em empresas industriais estabelecidas na
Comunidade Autônoma do país Vasco. A conclusão de Ott ratifica aquela
apresentada por Miranda e Nascimento Neto (2003). Verifica-se, portanto, que o
método de custeio por absorção, apesar das falhas e limitações para fins gerenciais,
destacadas na literatura, é o mais utilizado até o presente momento.
Questão 2: Que sistema de planejamento e controle de custos é utilizado?
Objetivo: Identificar a efetiva utilização de sistemas de planejamento e controle de
custos, como práticas de gestão.
Sistema
Qde
%
custo-padrão
5
56
custo-meta
0
0
custo-meta + custo-padrão
3
33
Nenhum
1
11
Total
9
100
Tabela 3 – Sistema utilizado para planejamento e controle de custos
Constatou-se que 56% das empresas utilizam o custo-padrão. Em 33% utiliza-se o
custo-padrão em conjunto com o custo-meta, sendo este utilizado principalmente
para produtos novos e processos de reengenharia do produto. Em 11%
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das empresas não é utilizado nenhum tipo de sistema de pré-determinação dos
custos. As empresas que utilizam o custo-padrão realizam análise das variações,
algumas constantemente, outras com menos freqüência. Tais análises servem,
principalmente, para o controle dos insumos consumidos na produção e para cálculo
do preço de venda.
A exemplo do verificado quanto ao método de custeio, esse resultado também é
referendado por outras pesquisas. A pesquisa de Souza (2001) constatou que o
custo-padrão é o mais utilizado na prática empresarial. Dentre as 49 subsidiárias
brasileiras de empresas multinacionais pesquisadas, 95,9% utilizam esse sistema de
pré-determinação de custos. Ott (1997) também constatou que o custo-padrão é o
mais utilizado pelas 154 indústrias do RS e pelas 57 indústrias da Comunidade
Autônoma do País Vasco.
Dado que as indústrias conserveiras, em sua maioria, mantém o mesmo mix de
produção há bastante tempo, não tendo muita freqüência no lançamento de novos
produtos, a utilização do custo-padrão vem mais ao encontro das necessidades
informacionais, ou seja planejamento e controle dos custos no âmbito operacional.
Daí decorre o motivo da não tão expressiva utilização do custo-meta.
Questão 3: Na empresa utiliza-se orçamento de despesas e custos?
Objetivo: Identificar a efetiva utilização dos orçamentos como prática gerencial de
controle.
Utilização de orçamento
Qde
%
sim
2
22
não
7
78
Total
9
100
Tabela 4 – Utilização de orçamento geral na empresa
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Observou-se que somente duas empresas possuem orçamento de despesas e
custos formalmente. Nas demais empresas há uma simples previsão dos custos de
acordo com o volume de frutos recebidos dos pomares; se a safra foi muito
produtiva, a quantidade a ser beneficiada também será maior e conseqüentemente
os custos também o serão. A utilização de orçamento, aqui tratada, refere-se ao
orçamento em termos amplos, e não somente no âmbito dos custos.
Questão 4: Na empresa procede-se a análise periódica entre custo orçado e custo
realizado, detalhado com variações por elemento de custo?
Objetivo: Identificar o uso efetivo das análises entre custo orçado e realizado.
De um modo geral as empresas fazem análises periódicas, até diariamente, das
variações do consumo de itens não financeiros, entre orçado/previsto e realizado por
elemento de custo.
Nas duas empresas que possuem orçamento formal, a análise é feita para os
setores de produção, comercialização, administração. Em tais empresas, qualquer
diferença entre o orçado e realizado é bem analisado, de modo a evitar que ocorram
futuras distorções. Nas empresas que não possuem um sistema formal de
orçamento (78%), também é feito um controle sobre o consumo físico de matérias-
primas e outros elementos, mesmo que embasados na experiência dos gestores do
que com a formalidade de um processo orçamentário.
Tendo em vista a identificação de que as empresas pesquisadas estavam totalmente
distantes da adoção efetiva das práticas de gestão consideradas como essenciais
pela literatura para o atual ambiente operacional em que elas atuam, foi apresentada
uma questão de ordem geral.
(Questão 5), visando identificar o potencial de aplicação das práticas citadas.
Questão 5: Quais práticas ou técnicas gerenciais estão sendo planejadas implantar
no curto ou médio prazo?
Objetivo: Identificar se a empresa pretende utilizar gerencialmente práticas ou
técnicas mais modernas.
Foram citadas para os entrevistados as seguintes práticas: o custeio ABC, a análise
dos determinantes de custos, a análise do custeio por ciclo de vida, a análise dos
custos logísticos, a análise da cadeia-de-valor e da gestão baseada em atividades.
A totalidade dos entrevistados respondeu que não tem planos de implantar no curto
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ou médio prazo nenhuma das práticas citadas. Identificou-se, também que somente
dois dos entrevistados conheciam essas práticas gerenciais.
Questão 6: Base utilizada para formação do preço de venda:
Objetivo: Identificar com base em qual custo a empresa forma o preço de venda.
Nas entrevistas constatou-se que o custo de reposição é utilizado por 100% das
empresas.
Alguns entrevistados afirmaram que as empresas adquirem boa parte da matéria-
prima e embalagem na entressafra, período no qual diminui a procura e,
conseqüentemente, o preço de compra desses componentes. Todos entrevistados
manifestaram a necessidade de atualizar os seus custos para não incorrerem em
erros na formação do preço de venda. Percebe-se que as empresas utilizam o custo
orçado, ou o custo-padrão, mesmo sem conhecê-lo formalmente, visto que o custo
de reposição se constitui num tipo de orçamento.
Pelas respostas obtidas fica evidente que as empresas utilizam-se, para formação
do preço, a tradicional metodologia de custo mais margem.
Questão 7: O preço de venda praticado é o mesmo calculado originalmente?
Objetivo: Identificar a efetiva aplicabilidade do preço original.
Prática do preço calculado
Qde
%
sim
3
33
não
6
67
Total
9
100
Tabela 5 – Prática do preço calculado
As respostas demonstraram que 33% das empresas praticam o preço originalmente
calculado, justificando-se essa prática por: 1) não depender do preço dos
concorrentes, 2) pela fidelização de seus clientes, 3) pela qualidade de
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79
seus produtos e, 4) pelo prazo de pagamento oferecido aos clientes. Nas demais
empresas (67%) prevalece a negociação, o que normalmente conduz a uma
redução de preço. Sendo assim, o preço calculado originalmente é considerado mais
como uma referência ou ponto de partida, para a negociação.
Nota-se que a adoção de custo mais margem para formar preço de venda acaba por
ser corrigido, na expressiva maioria dos casos, pelo preço praticado pelo mercado.
Ou seja, confirma-se que a maioria das empresas tem grande dificuldade em impor
um preço ao mercado.
Questão 8: Na hipótese de o preço de venda em sua empresa ser superior ao preço
de mercado, qual o procedimento adotado?
Objetivo: Identificar, quando da adoção do preço de venda, qual a política adotada
pela empresa para equalizar seu preço em relação ao mercado.
Procedimento curto prazo
Qde
%
reduz a margem de lucro
8
89
revisa os custos
0
0
revisa o processo produtivo
0
0
outros
1
11
Total
9
100
Tabela 6 – Procedimento adotado no curto prazo
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80
No caso do preço de venda da empresa ser superior ao do concorrente principal ou
da média do mercado, 89% das empresas afirmaram reduzir a margem de lucro no
momento da negociação, ou seja, de imediato. Somente 11% das empresas
afirmaram manter o seu preço de venda, mesmo sendo maior, oferecendo um prazo
maior para pagamento que os concorrentes. Nota-se, portanto, que a adoção final
do preço de mercado (via preço do concorrente), que a princípio poderia induzir ao
entendimento de que a empresa utiliza-se de conceitos do custo-meta, é, na
realidade, uma ação reativa via sacrifício da margem de lucro.
Ou seja, não há um efetivo e formal planejamento do custo permitido. Isso não
significa, entretanto, que as empresas não tomam ações, mesmo que isoladas, de
forma a viabilizar reduzir seus custos. Algumas dessas ações constam da Tabela 7.
Técnicas, instrumentos e procedimentos utilizados
Qde
%
Manutenção preventiva de máquinas e equipamentos, prevenindo falhas e
dispêndios com substituição das mesmas
7
78
Otimização da produção pela produtividade/fruta, procurando reduzir as perdas no
processo
9
100
Recálculo do padrão na tentativa de achar um valor mais baixo
5
56
Terceirização de transporte, alimentação, recrutamento, seleção, treinamento de
pessoal, serviços de manutenção
3
33
Utilização do custeio-meta, revisando a engenharia do produto
3
33
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81
Tabela 7 – Técnicas, instrumentos e procedimentos utilizados na redução de custos
Constata-se, assim, que essas práticas não são aplicadas de forma sistêmica pelas
empresas.
Cada uma é tratada como foco específico para esse processo de redução de custos.
Questão 9: Na empresa utiliza-se cálculo de custo marginal para preços mínimos de
venda?
Objetivo: Identificar como a empresa decide aceitar pedidos a preços diferenciados.
Utiliza calcular o custo marginal
Qde
%
sim
4
44
não
5
56
Total
9
100
Tabela 8 – Utilização do custo marginal
As empresas que utilizam o cálculo do custo marginal, ou seja, o cálculo de custo
decorrente da produção de uma unidade adicional, para preços mínimos de venda,
contribuindo favoravelmente para maior diluição dos custos fixos, representa 44% do
total. Havendo capacidade ociosa, esta é uma prática fundamental para a tomada de
decisão. A utilização pelas empresas do cálculo do custo marginal não tem relação
com a adoção do método de custeio variável, são apenas cálculos isolados que
contribuem nas decisões de vendas. Os 56% restantes, correspondendo a cinco
empresas, não utilizam o cálculo do custo marginal, justificando não receberem
encomendas adicionais a preço diferenciado do preço normal de venda.
5 Conclusão
Constatou-se que na maioria das empresas pesquisadas são utilizadas práticas de
contabilidade societária como fonte de informações, não havendo a
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adoção das práticas contemporâneas recomendadas na literatura, foi identificada a
utilização do custo-meta, de forma parcial e em pequena proporção, dentre as
práticas pesquisadas.
Quanto às suposições assumidas preliminarmente como possíveis respostas à
questão de pesquisa, constatou-se o seguinte:
A suposição S1 não se confirmou, pois as empresas, na realidade, formam o seu
preço de venda baseado em custos mais margem, apesar de tentar validá-lo
posteriormente no mercado.
Quando o mercado não aceita o preço calculado, elas reduzem o preço de venda,
sem maiores preocupações.
A suposição S2 foi confirmada, pois as empresas pesquisadas não estão
amparadas com procedimentos que permitam uma análise prévia sobre a interação
entre esses três elementos (custos-preços-resultado); quando não conseguem impor
o seu preço de venda no mercado, de imediato o reduzem com efeito direto no
resultado.
A suposição S3 foi confirmada, pois as empresas não utilizam as práticas
gerenciais contemporâneas na gestão de seus custos e preços de vendas. Foi
identificado, apenas, o uso de práticas de gestão tradicional, como o método de
custeio por absorção para mensuração de custos, e o sistema de controle e pré-
determinação de custo-padrão. Dada a constante preferência pela metodologia do
custo mais margem, o custo-meta, consequentemente, teve uma pequena
representatividade.
O resultado da pesquisa permite concluir que as empresas pesquisadas não
reconhecem, no momento, a validade e utilidade prática dos mais recentes
desenvolvimentos teóricos quanto à gestão de custos e gestão de preço de venda.
Por outro lado, também se confirma que as empresas não estão buscando
profissionalização por parte dos seus gestores, de modo a obtenção de
conhecimento por parte dos mesmos para a adoção das práticas gerenciais
recomendadas pela literatura, para assim contribuir no alcance da eficiência e
eficácia na gestão de custos e preços de venda.
Por meio da pesquisa de campo foi possível conhecer a realidade da prática
adotada na gestão dos custos e gestão do preço de venda, bem como a interação
entre essas práticas. De forma geral as conclusões desta pesquisa
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83
ratificam os resultados verificados em diversas pesquisas consultadas, apesar de
desenvolvidas com amostras diferentes.
REFERÊNCIAS
ABDEL-KHALIK, A. Rashad; AJINKYA Bipin B. Empirical Research in Accounting: a methodological viewpoint. Sarasota: AAA - American Accounting Association, Accounting Education, Série n.4, 1979.
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BERLINER, Callie; BRIMSON, James A. Gerenciamento de Custos em Indústrias Avançadas: base conceitual CAM-I. São Paulo: T.A. Queiroz, 1992.
BERNARDI, Luiz Antonio. Política e Formação de Preços: uma abordagem competitiva sistêmica e integrada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
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PRESSUPOSTOS DA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: evidências de estudos sobre a indústria automobilística
Alceu Gomes Alves Filho Aline Lamon Cerra Jonas Lucio Maia
Mario Sacomano Neto Patricia Viera Grizola Bonadio
Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de São Carlos,
Resumo
O desenvolvimento de abordagens para estudo de cadeias de suprimentos é
relativamente recente e vem sendo tratado em periódicos científicos, de modo
sistemático, apenas a partir do final dos anos 80. Neste artigo, são apresentados,
inicialmente, os principais pressupostos da abordagem que ficou conhecida como
Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS). Em seguida, procura-se ilustrar, a partir
de uma revisão parcial de trabalhos realizados sobre a indústria automobilística, em
que medida tais pressupostos podem, ou não, ser verificados. Constatando que
apenas em alguns casos o conjunto de pressupostos tende a se tornar realidade,
sugere-se que seja desenvolvida uma etapa metodológica inicial para a verificação
de tais pressupostos ou para a avaliação das características estruturais e relacionais
da cadeia de suprimentos a ser estudada. Procurando contribuir para o
desenvolvimento dessa primeira etapa metodológica, faz-se uma breve síntese de
algumas correntes teóricas que podem oferecer subsídios para a análise das
características estruturais e relacionais principais da cadeia de suprimentos. Tal
análise auxilia a avaliar o contexto em que princípios e técnicas da GCS poderão ser
propostos e implementados e, também, pelo menos parcialmente, os resultados que
poderão ser alcançados.
Palavras-chave: cadeias de suprimentos, pressupostos da gestão da cadeia de
suprimentos, indústria automobilística.
v.11, n.3, p.275-288, set.-dez. 2004
1. Introdução
São relativamente recentes os esforços para desenvolvimento de abordagens para o
estudo de cadeias de suprimentos. Apenas no final da década de 80, lastreado pelo
amplo desenvolvimento da logística, o assunto começa a ser sistematicamente
tratado em periódicos científicos nas áreas de Administração e Engenharia de
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Produção no ocidente, concomitantemente à difusão do novo padrão de
relacionamento entre empresas, oriundo da indústria automobilística japonesa.
A partir de então, cresceram exponencialmente tanto a literatura mais prescritiva
quanto aquela que analisa as situações e as práticas implementadas para a
coordenação ou gestão de cadeias de suprimentos, tendo sido abordada uma
variedade de temas cuja amplitude vai além dos limites definidos pelos fluxos de
bens e pelos correspondentes fluxos de informações. É também evidente a difusão
acelerada do conjunto de ferramentas e a multiplicação de aplicações, em diversos
setores da economia, do que se convencionou denominar “Gestão da Cadeia de
Suprimentos” (GCS), um corpo de conhecimentos ainda em construção que pode
ser aplicado com a finalidade de coordenar as ações/atividades das diversas
empresas ou unidades produtivas que constituem os elos e a cadeia de elos para a
produção de um conjunto de bens e serviços.
Em função dessa variedade de temas e desse desenvolvimento recente e dada,
ainda, a variedade de tipos das cadeias analisadas, de setores em que estão
inseridas, de localização de seus elos, de extensão das parcelas das cadeias
(subconjunto de elos) que são examinadas nos trabalhos e, principalmente, de
objetos de análise escolhidos, a literatura contempla propostas metodológicas
heterogêneas, ou ainda não consolidadas, mesmo quando estes objetos estão bem
delimitados. Na raiz da heterogeneidade metodológica, situam-se os pressupostos
principais sobre o objeto de estudo: as cadeias de suprimentos.
Especialmente a literatura de cunho mais prescritivo, e mesmo a literatura empírica,
assume um conjunto de pressupostos e não propõe uma etapa metodológica inicial
que poderia contemplar a avaliação (verificação ou não) de tais pressupostos ou a
identificação das características estruturais e relacionais principais das cadeias de
suprimentos examinadas.
Em muitos casos, esses pressupostos não são explicitados ou, então, são
enunciados como princípios norteadores de práticas de gestão mais eficazes, como
se o conjunto destes pudesse ser adotado e ser o mais eficaz e eficiente em
quaisquer circunstâncias. Admite-se que os pressupostos fornecem uma base sólida
para um conjunto de princípios. Admite-se que, seja qual for a situação da cadeia de
suprimentos, a implementação do modelo de produção enxuta ou de cadeia enxuta
(lean supply) irá tornar a cadeia mais eficaz/eficiente e, portanto, pode-se
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passar, rapidamente, à avaliação de quão eficiente ou eficaz cada cadeia é,
conforme são adotados os elementos que constituiriam a cadeia enxuta e a
correspondente gestão da cadeia enxuta ou GCS.
Como uma avaliação do conjunto de pressupostos da GCS não foi até o momento
sugerida pela literatura, embora tenha sido iniciada por alguns poucos autores (New,
1996, por exemplo), retoma-se aqui uma discussão sobre os pressupostos principais
e freqüentemente mencionados. Essa discussão justifica a proposição de uma etapa
metodológica inicial para os estudos sobre cadeias de suprimentos e sobre GCS.
Partindo desse objetivo, este texto está organizado da seguinte forma. Inicialmente,
são apresentados os principais pressupostos da GCS encontrados na literatura, e é
proposto um determinado agrupamento, de acordo com características comuns que
estes contemplem. Indicações de características de algumas cadeias de
suprimentos do setor automobilístico e de autopeças, a partir de uma revisão da
literatura, são apresentadas na seção seguinte e constituem evidências de que os
pressupostos podem ser verificados em certos casos, mas não em outros.
Apresentam-se, então, três correntes de pensamento que também focalizam cadeias
de suprimentos e relações entre empresas: a Análise de Redes, a Dependência de
Recursos e a Economia de Custos de Transação, procurando-se destacar como
estas podem contribuir para a verificação e discussão dos pressupostos previamente
apresentados. Na última seção, considerações finais são traçadas, propondo-se que
as pesquisas sobre cadeias de suprimentos incluam uma etapa metodológica inicial
de identificação e avaliação das características estruturais e relacionais das cadeias
a serem analisadas ou, em outras palavras, de identificação e avaliação das
configurações das cadeias de suprimentos.
2. A gestão da cadeia de suprimentos e seus pressupostos
O termo “Gestão da Cadeia de Suprimentos” (GCS) é relativamente novo, tendo
sido proposto pela primeira vez na literatura na década de 80 (Cooper, Lambert e
Pagh, 1997). Apesar disto, apenas nos anos 90 aparecem os primeiros relatos de
empresas que envidaram esforços, já consoantes com essa abordagem, superando
a visão tradicional, orientada excessivamente para os problemas internos, e
focalizando a gestão de suas relações com as demais empresas que compõem as
cadeias de suprimentos.
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Segundo Pires (1998), essa nova abordagem (ou novo conjunto de práticas) tem
trazido contribuições para empresas de diversos setores, sobretudo para a
automobilística – que neste estudo é utilizada para constituir o conjunto das
ilustrações. A indústria automobilística tem servido como setor paradigmático nas
questões relacionadas à Administração da Produção e à Gestão da Cadeia de
Suprimentos, especialmente com o advento da Produção Enxuta (ou Produção
Flexível, ou Toyotismo).
Despertado o interesse nos campos empresarial e acadêmico ao longo da década
de 90, observa-se, então, significativa expansão da literatura a respeito da
abordagem de Gestão da Cadeia de Suprimentos e do conjunto de técnicas que
apóiam sua implementação. Nesta literatura, pode-se verificar que o sistema de
gestão (da Cadeia de Suprimentos) proposto implica uma série de pressupostos,
mas raramente os próprios pressupostos são discutidos. Estes teriam de ser
verificados ou assumidos pelas organizações na “prática”, para que se pudesse
afirmar que as práticas de gestão, derivadas destes pressupostos, seriam aplicáveis
e produziriam os resultados esperados.
A seguir, encontram-se descritos os principais pressupostos de Gerenciamento da
Cadeia de Suprimentos mencionados na literatura. Opta-se aqui por agrupá-los em
quatro subconjuntos, relacionados, respectivamente, (1) ao ambiente competitivo,
(2) ao alinhamento estratégico das organizações e à repartição de ganhos, (3) à
estrutura da cadeia e (4) às relações entre as empresas na cadeia.
Grande parte da literatura sobre GCS propõe, de acordo com esses pressupostos,
que uma GCS eficaz irá propiciar que atividades, processos, fluxos de materiais e
informações estejam alinhados e integrados de modo a atender às necessidades de
mercado, agregando valor aos produtos e serviços oferecidos. Segundo Cooper,
Lambert e Pagh (1997), o Supply Chain Management (ou a GCS) é a integração dos
processos de negócio desde o usuário final até os fornecedores originais, que
proporcionam produtos, serviços e informações que agregam valor para o cliente.
Desse modo, admite-se que as características das cadeias podem ser
transformadas pela prática da GCS, com benefícios para as empresas que
compõem a cadeia de suprimentos.
O primeiro subconjunto de pressupostos refere-se a como empresas e
pesquisadores percebem o ambiente competitivo. Os demais
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subconjuntos referem-se a como empresas e pesquisadores percebem os
comportamentos das empresas nas cadeias de suprimentos, incluindo elementos de
suas estratégias, da divisão de trabalho entre os elos e do padrão de relacionamento
existente entre estes.
2.1 Ambiente competitivo
O primeiro dos pressupostos, e o mais importante, embasa todos os outros aqui
apresentados. De acordo com Christopher (1997), tem ocorrido uma reconfiguração
do ambiente competitivo, de forma que a competição passou a ocorrer entre cadeias
inteiras, e não mais entre empresas isoladamente. Deste modo, tem-se o seguinte
pressuposto:
• A competição deve ocorrer entre cadeias e não mais entre empresas isoladas.
2.2 Alinhamento estratégico e repartição de ganhos
Um segundo grupo de pressupostos decorre imediatamente do primeiro. Se a
competição agora ocorre entre cadeias de suprimentos, segue que as empresas
devem ter suas estratégias alinhadas, de modo que as ações individuais produzam
ganhos para toda a cadeia. A contrapartida do alinhamento estratégico seria, então,
uma repartição dos ganhos equânime entre as empresas, conforme o esforço e o
investimento de cada uma. Internamente à cadeia, haveria então um jogo de soma
positiva e não um jogo de soma zero, em que uma empresa ganha apenas quando a
outra perde. A teoria sobre GCS propõe, então, que as empresas integrantes da
cadeia devem repartir os ganhos de modo equilibrado e equânime, sem assimetrias
(Cooper, 1997 apud Trienekens, 1999):
• Os benefícios devem ser distribuídos a todos os integrantes da cadeia. Não deve
haver, na cadeia, empresas “vencedoras” e empresas “perdedoras”.
Baum e Dutton (1996) discutem o enredamento (embeddedness) das estratégias no
contexto das relações entre firmas. Mencionam a possibilidade de alinhamento e o
condicionamento das estratégias competitivas, pelo fato das empresas fazerem
parte de cadeias de suprimentos. Deste modo, o próximo pressuposto pode ser
enunciado como:
• As estratégias competitivas das empresas participantes da cadeia devem estar
alinhadas.
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2.3 Estrutura da cadeia
Na mesma linha de argumentação e ainda sustentado pelo primeiro pressuposto, um
terceiro grupo pode ser divisado, focalizando aspectos importantes das estruturas
das cadeias. Neste terceiro grupo, podem-se incluir aspectos relacionados a como
os papéis das empresas ou unidades produtivas estão distribuídos nas cadeias, ou,
em outras palavras, como o trabalho está dividido entre as empresas ou unidades
produtivas, entre os elos da cadeia de suprimentos, e como atividades e processos
são realizados.
A literatura propõe inicialmente que haja uma organização hierárquica, com papéis
bem definidos, em que os fornecedores estão organizados em níveis, estabelecendo
relações cooperativas – com fornecedores no mesmo nível e com fornecedores nos
demais níveis –, e são coordenados (em parte pelo menos) pelos fornecedores nos
níveis superiores (mais próximos dos clientes ou mais importantes, na definição dos
negócios na cadeia).
Com a introdução das modernas práticas de gerenciamento, como o Just In Time e
o TQM – Total Quality Management – , passou a ser fundamental o estabelecimento
de relações mais estreitas com os fornecedores, para que os produtos pudessem
ser entregues com qualidade assegurada e nas quantidades e prazos corretos. Para
permitir tais relações, a perspectiva da GCS promove a redução do número de
fornecedores (Lummus,Vokurka e Alber, 1998). Tal redução deve permitir e
estimular uma cooperação que, segundo Mchug, Humphreys e Mclvor (2003), será
tão mais intensa quanto maior for a participação do custo do produto fornecido no
produto final. Deste modo o próximo pressuposto é:
• Os fornecedores devem estar organizados hierarquicamente, com um número
relativamente pequeno de fornecedores em cada nível da cadeia.
Cooper, Lambert e Pagh (1997) e Trienekens (1999) afirmam que o Supply Chain
Management lida com a integração dos processos de negócios através de toda a
cadeia de suprimento, envolvendo a integração de funções e processos no interior
de cada empresa e entre as empresas. Assim:
• As atividades e os processos, mesmo aqueles distribuídos por várias empresas,
devem estar integrados na cadeia de suprimentos.
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Internamente a cada firma, Wild (1995) comenta que a “integração funcional” visa
diminuir ou remover as divisões entre funções pela união de atividades, sendo o
mesmo conceito passível de ser aplicado nas relações inter-firmas. Desta forma, a
Gestão da Cadeia de Suprimentos visa maximizar a sinergia existente entre todas
as partes da cadeia, de forma a atender o cliente final da maneira mais eficaz e
eficiente possível. A idéia de integração no contexto intra e inter-empresarial é
reforçada por Tan (2002), na medida em que o autor afirma que a filosofia
subjacente à GCS focaliza a maneira pela qual as firmas implementam os seus
processos de fornecimento, a tecnologia, a capacidade de aumentar a vantagem
competitiva e a coordenação das funções de produção, logística e materiais, tanto
dentro de cada firma como entre as firmas (intra-firma como inter-firmas).
Como decorrência da integração das várias áreas funcionais dentro e fora da
empresa, tem-se o pressuposto de que as empresas devem estar todas dispostas a
cooperar, para que haja um fluxo de produtos e de informações eficiente (Pires,
2004; Cooper, Lambert e Pagh, 1997).
Para Lambert, Emmelhainz e Gardner (1996), deve haver um fluxo bidirecional de
produtos (materiais e serviços) e de informação, entre todas as empresas
constituintes da cadeia. Assim, o pressuposto é:
• Os fluxos de materiais, serviços e informações devem ser bidirecionais, ocorrendo
entre todas as empresas pertencentes à cadeia.
Segundo Slack, Chambers e Johnston (2002), a eficiência operacional se relaciona
aos esforços que cada operação na cadeia pode fazer, para reduzir sua própria
complexidade. Deve-se ressaltar o efeito cumulativo destas atividades individuais, as
quais simplificam as operações de toda a cadeia. Deste modo, tem-se:
• Cada empresa, em cada elo da cadeia, deve buscar eficiência operacional, tendo
em vista a otimização das atividades da cadeia como um todo.
2.4 Relações entre empresas
Por fim, e como já indicado, para que haja alinhamento estratégico, integração de
processos e funções é necessário haver relações cooperativas entre as empresas
que constituem as cadeias de suprimentos.
Com as mudanças no ambiente competitivo global, verifica-se o crescimento do
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interesse pelos vários tipos de alianças ou parcerias estratégicas entre as empresas.
Segundo Pires (1998); Bowersox e Closs (1996), as empresas devem abandonar a
forma tradicional de relacionamento – em que havia a simples relação de compra e
venda, sem qualquer caráter colaborativo – e passar a adotar relacionamentos mais
estáveis e cooperativos com seus fornecedores.
Segundo Ballou (2001); Eulália apud Abdala (2002); Bowersox e Closs (1996);
Mchug, Humphreys e Mclvor (2003) e Ellran apud Miranda (2002), a busca por
relacionamentos mais estáveis tem ocorrido em função da impossibilidade de uma
única empresa exercer controle sobre o fluxo produtivo, desde a fonte de matéria-
prima até o ponto de consumo final. Desta forma, é necessário que tais
relacionamentos de longo prazo sejam pautados pela cooperação e pela parceria, e
não pela competição ou por relacionamentos conflituosos, para que todas as
empresas pertencentes à cadeia possam alcançar vantagens competitivas. Para
exemplificar um tipo de relacionamento cooperativo, pode-se citar a realização de
investimentos conjuntos em P&D e o envolvimento dos fornecedores nos processos
de desenvolvimento e fabricação dos produtos. Deste modo, tem-se:
• As relações entre empresas devem ser cooperativas e de longo prazo.
A Figura 1 mostra o conjunto dos principais pressupostos associados à teoria de
Gestão da Cadeia de Suprimentos. Como indicado, as características das cadeias
referentes aos grupos de pressupostos condicionam-se mutuamente e, ainda,
condicionam e são condicionadas pelas práticas da GCS. Quando as características
da cadeia corresponderem ao estipulado nos pressupostos, as práticas da GCS
serão mais facilmente implementadas, reforçando as características indicadas nos
pressupostos.
Quando não corresponderem, será provavelmente mais difícil e demorada a
implementação da GCS. Em conjunto, como já mencionado, os pressupostos
sustentam os princípios que orientam a GCS, e esta, por sua vez, propõe a
utilização de diversas técnicas que visam promover o alinhamento, a integração e a
gestão eficaz dos processos de negócios que atravessam as fronteiras das
organizações constituintes de cada cadeia de suprimentos.
Esses pressupostos, os princípios e as práticas da GCS constituem o que se poderia
denominar a “abordagem única de GCS”. Dois conjuntos de questões são então
cruciais: (1) A gestão individual em cada empresa e a gestão coletiva na
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cadeia são contingentes das características contempladas nos pressupostos
mencionados e, eventualmente, de outras características aqui não consideradas?
Seria necessário, então, abandonar a lógica da abordagem única para que
alternativas de GCS pudessem ser desenvolvidas conforme fossem as
características das cadeias? e (2) O alinhamento, a integração, a cooperação e a
gestão individual, conforme as necessidades do conjunto das empresas,
constituirão sempre a melhor alternativa para todas as empresas (e para cada uma
das empresas) na cadeia?
Os problemas principais identificados em uma parte da literatura sobre GCS são: (1)
a proposição da abordagem única de GCS, bastante apoiada nos pressupostos
apresentados, o que pode ser verificado especialmente na literatura de cunho
prescritivo; e (2) a apresentação de casos de cadeias de suprimentos, em que o
modelo é apresentado como referência única de avaliação. Desse modo, quando os
pressupostos, princípios e práticas são adotados, à cadeia é atribuída uma avaliação
positiva; quando não são adotados, a avaliação é negativa.
3. Evidências empíricas na indústria automobilística
Esta seção visa ilustrar, partindo de evidências empíricas, em que medida os
pressupostos da GCS podem ser verificados na prática. Para tal, procurou-se
identificar na literatura estudos que apresentassem casos sobre cadeias de
suprimentos das indústrias automobilísticas européia, americana e brasileira.
Preferiu-se abordar a indústria japonesa apenas quando houvesse artigos
comparando características desta indústria com as da indústria ocidental.
Tal opção foi feita de modo a respeitar o espaço delimitado para este artigo e
porque, com maior probabilidade, pesquisadores brasileiros irão analisar casos de
cadeias comandadas por empresas automobilísticas instaladas no ocidente.
Os artigos aqui analisados relatam pesquisas empíricas que podem ilustrar
características de cadeias de suprimentos relacionadas aos pressupostos da GCS
previamente abordados. Esta breve revisão mostra, conforme apresentado a seguir,
que os pressupostos da GCS podem ser confirmados empiricamente apenas
parcialmente nas cadeias de suprimentos.
3.1 Indústria européia
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Zirpoli e Caputo (2002) apresentam o processo de reestruturação de fornecedores
da FIAT Italiana, que decorreu de uma política de outsourcing praticada pela
montadora durante a década de 90. Diferentemente do pressuposto de que deve
haver somente competição entre cadeias e não mais entre empresas isoladas, o
referido artigo apresenta a necessidade da FIAT estimular certa competição entre
fornecedores, de forma a evitar possíveis riscos e ineficiências que poderiam advir
de relacionamentos estritamente cooperativos.
O estudo empírico de Zirpoli e Caputo (2002) indica que uma configuração de
relacionamento cooperativo entre empresas ocorre de modo limitado na cadeia. A
ocorrência de benefícios para todos os integrantes da rede também não pôde ser
verificada, pois, segundo os autores, a falta de técnicas de compartilhamento de
lucros consistentes com os riscos assumidos pelos fornecedores ameaça sua
motivação, sua atitude cooperativa e sua vontade de continuar a investir e assumir
riscos.
Pérez e Sánchez (2001) desenvolveram uma pesquisa abrangendo 28 fornecedores
na região de Aragão – Espanha –, com a finalidade de verificar, qualitativamente, o
nível de difusão das características que marcam as parcerias estratégicas. Os
resultados apontam que apenas uma minoria das empresas estudadas envolveu-se
no desenvolvimento de componentes de seus clientes e nenhuma envolveu seus
fornecedores no desenvolvimento de produtos. Segundo os autores, isto denota um
grau limitado de integração tecnológica, pois em países como EUA e Japão cerca de
25 a 50% das empresas estariam envolvidas no desenvolvimento de componentes.
Towill, Childerhouse e Disney (2002) analisaram 20 cadeias automotivas européias
e concluíram que 11 dessas cadeias teriam atingido um estágio de integração
funcional e, portanto, poderiam ser consideradas como cadeias que possuem
processos enxutos, que serviriam como base para sua evolução ao estágio mais
avançado de integração interna. Cerca de 20% estariam exibindo um conjunto de
boas práticas, mas cerca de 70% estariam em estágios de transição, ainda distantes
do que os autores construíram como modelo de referência.
Relações
Ganhos e Alinhamento
Alinhamento
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Estratégico
Benefícios
Distribuídos
Competição entre cadeias
Cooperação e Parceria
Relações de Longo Prazo
Estrutura
Número Reduzido de Fornecedores
Hierarquizados
Atividades e Processos
Integrados
Fluxo Bidirecional de Materiais e Informações
Eficiência
Cumulativa
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Figura 01
Figura 1. A GCS e seus pressupostos (elaborada pelos autores).
Doran (2001) analisou o caso do fornecimento sincrônico de bancos por um
fornecedor de assentos a uma montadora, ambos instalados no Reino Unido.
Conclui que o sucesso de tal prática depende da existência de relações estreitas
entre fornecedor e montadora, mas que, dadas as dificuldades envolvidas em tal
desenvolvimento, este sistema de fornecimento teria de estar restrito a um pequeno
número de componentes chave.
Estudos empíricos na indústria automobilística da Suécia indicam que altos ou
satisfatórios níveis de confiança, entre compradores e fornecedores, resultam em
cadeias de suprimentos “lean” (enxutas), “responsive” (que atendem rapidamente
novas necessidades) e “agile” (ágeis) (Svensson, 2001). O survey envolveu 229
empresas e 458 executivos foram entrevistados.
Doran (2004) ainda acrescenta que a modularização fortalece a tendência de
organização em níveis (camadas) e de diminuição do número de fornecedores em
cada cadeia.
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3.2 Indústria americana
O trabalho de Brunnermeier e Martin (2002) analisa os custos originados por
problemas e incompatibilidades no fluxo de dados relativos a produtos, chamados
custos de interoperabilidade. Como reflexo do fluxo ineficiente de dados na cadeia,
estima-se que os custos de interoperabilidade na automobilística americana sejam
de 1 bilhão de dólares ao ano, dos quais 90% são para corrigir problemas, e não
para evitá-los. Os autores ressaltam ainda os diferentes impactos que estes custos
podem ter ao longo da cadeia, dado que para fornecedores menores, em níveis mais
afastados da cadeia, tais custos podem representar 12% da receita anual.
A existência de benefícios para todas as empresas da rede parece não haver sido
verificada em Lauer (2000).
Em seu artigo, o autor analisou os efeitos colaterais da adoção forçada de EDI, que
as “Big 3” americanas (Chrysler, Ford e GM) impuseram sobre seus fornecedores.
Segundo o autor, a adoção obrigatória do EDI refletiu a enorme diferença de poder
existente entre os elos da cadeia, e que a lógica adotada foi a de “o que é bom para
a cadeia de suprimentos é bom para o setor industrial, e isso significa bom para as
Big 3”.
Dyer, Cho e Chu (1998) mostram que as empresas podem utilizar simultaneamente
dois modelos de gestão de suprimentos, arms-lenght (modelo tradicional) e
parcerias, em uma pesquisa empírica comparando as relações entre montadora e
fornecedores da indústria automobilística dos Estados Unidos, Japão e Coréia. Nos
EUA as relações estão se aproximando dos modelos de parcerias. Na Coréia,
predominam as relações do modelo tradicional. Já no Japão observam-se os
benefícios de ambos, com fornecedores segmentados em dois grupos:
1) fornecedores de inputs estratégicos (gerenciados por parcerias); e 2)
fornecedores de inputs não estratégicos (arms-lenght).
Bensaou (1999), como resultado de sua pesquisa empírica envolvendo gerentes das
três empresas americanas e onze japonesas, observou que as parcerias
estratégicas são menos evidentes entre firmas japonesas do que entre as
americanas. Na indústria automobilística japonesa predominam os casos dos
“fornecedores cativos”, em que os fornecedores fazem investimentos em ativos
específicos (para a relação com cada montadora) maiores do que os investimentos
correspondentes realizados pelas montadoras.
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Tan (2002) investigou nos EUA a viabilidade das práticas de GCS por meio de um
survey. Os resultados indicam que dois terços das empresas praticam alguma forma
de GCS. A conclusão é a de que a GCS tem impacto positivo no desempenho
empresarial.
3.3 Indústria brasileira
Lima (2004) ressalta que a T.I. (Tecnologia de Informação) é uma ferramenta
importante para o aumento e para a melhoria do fluxo de informações e materiais.
Seu artigo procura embasar um dos pressupostos contidos neste trabalho: a
existência de fluxo bidirecional de produtos (materiais e serviços) e de informação
entre todas as empresas pertencentes à cadeia.
Em relação à existência de fluxo bidirecional de produtos (materiais e serviços) e de
informação entre todas as empresas nas cadeias, a pesquisa de Salerno et al.
(2001) constata que esta prática é difundida no setor, viabilizada pela comunicação
por meio eletrônico. Mostra também que o fornecimento de módulos, sistemas e
sub-conjuntos é uma realidade no setor, pois cerca de 39% das empresas
pesquisadas adotam tais práticas. Quanto aos compromissos de longo prazo, a
pesquisa aponta que as empresas mantêm compromissos por períodos
relativamente longos, apoiados por contratos formais estabelecidos por prazo maior
do que 1 ano. Cerca de 69% das empresas da amostra adotam tais práticas. A
pesquisa de
Salerno et al. (2001) mostra que as estruturas das cadeias e as relações entre
empresas evoluíram no sentido propugnado pela GCS.
Alves Filho et al. (2001) e Sacomano Neto (2004) fornecem indícios de que as
estruturas das cadeias condicionam as relações entre empresas e de que estruturas
e relações condicionam as práticas na cadeia. Os estudos também indicam que as
relações entre montadoras e fornecedores variam e dependem das características
diferenciadas dos fornecedores.
O estudo de Sacomano Neto (2004), envolvendo duas montadoras de caminhões e
ônibus e dois fornecedores de autopeças, mostra que o sistema modular estimulou a
redução e a hierarquização dos fornecedores de auto-peças participantes da cadeia.
Revela que as trocas de informações, de produtos, e as interações para
coordenação e controle estimularam a difusão de conhecimento na montadora e nos
fornecedores envolvidos no sistema modular. A pesquisa mostra, ainda,
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que nos casos estudados nem sempre os benefícios são compartilhados entre os
atores participantes, em função da assimetria de poder entre as montadoras e as
autopeças. A assimetria de poder é mitigada no caso das relações entre montadoras
e fornecedores de sistemas e módulos, que ocupam posições privilegiadas na
estrutura da rede e que assim ampliam sua capacidade de negociação. Mas os
modulistas também estão sujeitos a diversas formas de controle altamente
institucionalizadas.
No arranjo modular estudado, a montadora estabeleceu com precisão os papéis dos
modulistas quanto às atividades manufatureiras, quanto ao aperfeiçoamento dessas
atividades e das atividades de design dos componentes, e quanto às atividades de
acompanhamento das entregas e da qualidade dos fornecedores do nível 2,0. A
montadora mantém a administração das compras de componentes provenientes do
nível 2,0 (Alves Filho et al., 2003).
O caso da cadeia de motores (Alves Filho et al., 2003) evidencia que os papéis dos
fornecedores e as relações que mantêm com a montadora de motores são muito
diferentes em função de características tais como porte, origem do capital,
capacidade tecnológica, dentre outros.
O caso mostrou, também, que iniciativas de desenvolvimento e apoio tecnológico e
de qualidade por parte da montadora podem estar perfeitamente de acordo com
seus interesses estratégicos (de terceirização e de controle da cadeia) ao visar
retornos maiores e maior poder de barganha. Do ponto de vista dos fornecedores de
pequeno porte e controlados pela montadora, a alternativa de fornecimento
subordinado à montadora pode significar, eventualmente, a melhor alternativa de
posicionamento estratégico no setor automobilístico e abrir oportunidades de
fornecimento a outras montadoras no futuro.
Resumindo, os estudos empíricos na Europa, EUA e Brasil indicam que as
possibilidades de alinhamento estratégico e de propensão a posturas de repartição
equânime dos ganhos (que caracterizariam relações simétricas de poder) são
limitadas, mesmo nos casos dos fornecedores principais (multinacionais), pois estes,
em geral, atendem, simultaneamente, vários clientes-montadoras e, exceto no caso
das unidades dedicadas (na manufatura celular ou nos condomínios industriais) e
dos relacionamentos de mais longo prazo, não possuem as motivações que às
vezes são deduzidas na literatura sobre GCS. Já os fornecedores
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nacionais e de menor porte ficam, em geral, sob controle das montadoras, mas não
se pode afirmar que as relações aí sejam cooperativas e simétricas. A assimetria de
poder é o que marca essas relações.
Pode-se afirmar que as montadoras procuram exercer um papel de coordenação na
cadeia – e o mesmo pode ser dito sobre alguns de seus principais fornecedores
multinacionais – e isso tende a ser para elas vantajoso. A coordenação direta da
montadora sobre sua cadeia, embora se estenda em alguns casos até os
fornecedores no nível 2,0 e seja reforçada por mecanismos de coordenação indireta
como no caso da certificação de normas de qualidade, é limitada em razão de três
fatores. Primeiro, pela estrutura da cadeia, pois logo no nível 1,0 estarão
fornecedores fortes (multinacionais proprietárias de tecnologia) que atendem
diversas montadoras e exercem certo controle sobre seus próprios fornecedores.
Além disso, em estruturas com fornecedores no primeiro nível não exclusivos, o
compartilhamento de atividades tecnológicas é também (estrategicamente) limitado.
Segundo, porque muitos dos fornecedores no segundo nível produzem
componentes para outros setores econômicos, em que pese a importância
econômica do setor automobilístico. Terceiro, porque nos níveis 3,0 ou 4,0 estão
posicionadas empresas multinacionais fornecedoras de matérias-primas em setores
oligopolizados, com grande poder de barganha a jusante e menos propensas à
adoção de práticas orientadas pelo modelo da produção enxuta.
Na seção a seguir, são apresentadas algumas correntes teóricas que podem
contribuir para o desenvolvimento e sistematização de uma etapa metodológica
inicial, para a análise das cadeias de suprimentos.
4. Outras correntes de pensamento sobre cadeias de suprimento
Diversos aspectos incluídos nos pressupostos apresentados são abordados por
outras correntes de pensamento e linhas de pesquisa nas áreas de Organização
Industrial, Economia Institucional e Sociologia Econômica. Sem pretender considerar
todas as alternativas, três dessas correntes foram escolhidas para ilustrar como
poderiam subsidiar a discussão e eventual verificação dos pressupostos
apresentados. São elas: a Análise das Redes, a Dependência de Recursos e a
Economia dos Custos de Transação.
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Estas perspectivas teóricas, segundo Trienekens (1999), pertencem à linha
institucional.
4.1 Análise das redes
A perspectiva das redes vem influenciando muitos estudos no âmbito da estratégia e
da teoria das organizações, e particularmente a GCS. A Análise das Redes pode
contribuir de diversas formas à Gestão da Cadeia de Suprimentos, principalmente
quanto aos aspectos morfológicos e ao posicionamento estrutural e relacional que
um ator pode ocupar em uma determinada rede.
Como mencionado por Lambert, Cooper e Pagh (1997), uma das questões chave
para a GCS é o entendimento de como a estrutura da rede é configurada. Para isto,
os autores definem três aspectos chave: 1) mapear quem são os membros da
cadeia; 2) as dimensões estruturais da rede; e 3) os diferentes tipos de processo
que atravessam a cadeia. A análise das redes auxilia a compreensão da “força”
relativa de cada membro, ou de um conjunto de membros, em uma estrutura de
relações de troca. Como mencionado por Pires (2004: 52), “a lógica da rede remete-
nos a uma estrutura mais complexa em que, raramente, existe uma linearidade na
execução dos processos e/ou atividades”.
A rede, como instrumento de análise, apóia-se na estrutura das relações para
compreender uma ampla gama de aspectos. Nessa perspectiva, o ambiente social
pode ser expresso como estruturas ou relações regulares entre as unidades
(Wasserman e Faust, 1994).
Conforme mencionado por Britto (2002), existem quatro elementos morfológicos que
constituem a estrutura das redes: nós, posições, ligações e fluxos.
Os nós podem ser descritos como um conjunto de agentes, objetos ou eventos
presentes na rede em questão. Existem duas perspectivas para o estabelecimento
dos nós da rede: a primeira tem as empresas como unidade básica de análise e a
segunda considera as atividades como os pontos focais do arranjo.
As posições definem as localizações das empresas ou atividades (os nós) no
interior da estrutura. Segundo Granovetter (1985), existem dois tipos de
posicionamentos na rede (embeddedness): o estrutural e o relacional. O primeiro
enfatiza como a posição estrutural de um ator na rede afeta o seu comportamento, e
o segundo enfatiza a dependência do comportamento dos atores com a
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101
estrutura de mútuas expectativas. Na estrutura estão presentes a relação de poder,
a confiança, o oportunismo, o controle social, os sistemas de alinhamento de
interesses, as formas de negociação e as formas de seleção de fornecedores,
dentre outros aspectos.
As ligações, conexões ou linkages, determinam o grau de interconexão dos atores
de uma rede. Britto (2002) destaca que é necessário um detalhamento dos
relacionamentos organizacionais, produtivos e tecnológicos entre os membros da
rede. Para o entendimento da estrutura de uma rede, ainda é necessária a análise
dos fluxos tangíveis (insumos e produtos) e dos intangíveis (informações). A
estrutura contém canais por meio dos quais os atores trocam bens e serviços,
transferem recursos e informações.
Essas trocas qualificam a relação entre os atores.
A morfologia das redes ajuda a ampliar a compreensão a respeito da estrutura e das
relações, entre os atores produtivos participantes de uma determinada cadeia. A
compreensão de como as empresas se posicionam na estrutura da rede e como
estabelecem os diversos vínculos são aspectos essenciais para o entendimento da
dinâmica da Gestão da Cadeia de Suprimentos.
Pressupostos da GCS podem ganhar novas interpretações com a Análise das
Redes. Tanto a morfologia como os diversos posicionamentos na estrutura auxiliam
a explicar as vantagens competitivas de membros que ocupam posições
privilegiadas na estrutura de uma rede. Posições privilegiadas na estrutura da rede
podem implicar em acesso a recursos, informações, matérias-primas, entre outros
aspectos. Nesse sentido, a análise das redes ajuda a explicar como a competição
configura-se entre cadeias e não mais entre empresas isoladas. A competição entre
cadeias pode levar a uma concentração ou, até mesmo, a uma hierarquização dos
fornecedores, como vem ocorrendo na indústria de autopeças no Brasil.
Outros pressupostos da GCS, como a coordenação e o planejamento das atividades
e processos, a configuração de relacionamentos cooperativos e a existência de
compromissos de longo prazo são aspectos que estão no centro das preocupações
da Análise das Redes, pois são fundamentais para qualificar uma relação
colaborativa.
Este nível de análise está relacionado à presença de confiança, reputação e
reciprocidade, os quais interferem nos mecanismos da GCS.
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4.2 Dependência de recursos
A Dependência de Recursos considera que o ambiente exerce uma forte influência
nas organizações e concentra a análise no fluxo de recursos críticos e escassos.
Possui fortes laços com a economia política das organizações (Hall, 1990) e com a
sociologia (Nohria e Gulati, 1994), tendo em sua raiz o trabalho de Pfeffer e Salancik
(1982).
Nesse trabalho, os autores destacam que a Dependência de Recursos tem recebido
maior atenção desde que se percebeu que as organizações controlam e alteram as
atividades umas das outras e que podem desenvolver mecanismos para minimizar
sua vulnerabilidade e dependência ambiental.
A Dependência de Recursos considera ativo o processo de interação com o
ambiente (Hall, 1990). As organizações tentam manipular o ambiente em que atuam
em seu próprio beneficio, tomando decisões estratégicas para melhor se adaptarem
a ele. Sendo variados os tipos de recursos – novas tecnologias, matérias-primas,
recursos financeiros, políticos, entre outros – é complexo o processo de tomada de
decisão sobre as ações que visam ampliar o controle ou sobre aquelas, de caráter
preventivo, que antecipam decisões ligadas aos recursos escassos, denominadas,
por Hatch (1997), como ações de contra-dependência.
A contribuição dessa perspectiva é relevante no que diz respeito às relações inter-
organizacionais (Hall, 1990) e, também, para a compreensão das forças de poder e
dependência existentes na rede de relações inter-organizacionais (Hatch, 1997). As
organizações usam a interação ambiental como um recurso capaz de minimizar os
problemas ligados à interdependência e às incertezas do ambiente (Pfeffer, 1972).
Tentam absorver a interdependência e as incertezas, seja por meio de fusões e
aquisições, seja por meio da cooperação entre organizações e da troca de recursos
ou, até mesmo, pela troca entre profissionais da organização. As unidades
organizacionais que têm capacidade para interagir com as restrições, incertezas e
contingências do ambiente também obtêm maior poder dentro das organizações
(Hall, 1990).
A dependência entre organizações reflete a diferença de poder entre elas, pois uma
organização tem mais ou menos poder, em relação às outras, à medida que controla
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os recursos necessários pelas outras ou reduz sua própria dependência, por meio
do controle dos recursos (Nohria e Gulati, 1994).
A Dependência de Recursos pode ser, assim, útil para compreender como as
organizações tentam minimizar sua dependência em relação a outras organizações,
na cadeia de fornecimento. Uma organização pode alterar ou se adaptar aos
relacionamentos interdependentes ao adotar estratégias de recursos (Daft, 1999)
que podem resultar na aquisição da propriedade dos fornecedores, na elaboração
de contratos e parcerias para assegurar recursos, etc. As associações de negócios,
acordos, fusões, cooperação, ações políticas e lobbies são formas de ações para
lidar com as diversas dependências de recursos a que os atores produtivos estão
sujeitos.
A Dependência de Recursos também ajuda a compreender as assimetrias de poder
presentes nas cadeias de suprimento. Quando uma empresa tem poder sobre outra,
pode exigir dos fornecedores a absorção de mais custos, a expedição de
suprimentos com maior eficiência e o fornecimento de mais serviços do que antes,
muitas vezes sem aumentar os preços (Daft, 1999). Isto não é o mesmo que admitir
que as relações são simétricas, como pressupõe a GCS. Diversos estudos no
âmbito da Análise das Redes e da Dependência de Recursos tratam das questões
relativas ao poder. As relações assimétricas de poder podem levar um ator mais
poderoso a determinar diversas condições a outros atores desfavorecidos na
estrutura de uma cadeia. Por esse fato, Amato Neto (2000) denomina o setor
automobilístico de uma “rede vertical de produção”.
A ocorrência de número reduzido de fornecedores, hierarquizados de acordo com o
nível que ocupam na cadeia, entendido como pressuposto da GCS, pode ser
compreendida com mais profundidade a partir da perspectiva da Dependência de
Recursos, pois quanto maior a interdependência dos atores, maiores serão suas
dependências e troca de recursos. Os mecanismos de coordenação da Cadeia de
Suprimentos são influenciados pelos recursos de poder que podem ser econômicos,
tecnológicos, conhecimento, confiança e reciprocidade (Trienekens, 1999).
A perspectiva da dependência de recursos também possibilita melhor compreensão
sobre as formas e alternativas, para o alinhamento de estratégias competitivas das
empresas participantes da cadeia e a existência, ou não, de compromissos de longo
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prazo entre fornecedores e clientes, constituindo uma abordagem que pode
complementar a análise de cadeias de suprimentos.
4.3 Economia dos custos de transação
A ECT, uma ramificação da Economia Institucional, considera as transações como a
unidade básica de análise (Trienekens, 1999) e estuda, em linhas gerais, como
parceiros em uma transação protegem-se dos riscos associados às relações de
trocas.
Fatores ambientais (especificidade dos ativos, incerteza e a freqüência com que as
transações ocorrem) e comportamentais (racionalidade limitada e oportunismo)
afetam os custos de transação (Williamson, 1985). Mais especificamente: a) ativos
específicos: são ativos que não são reempregáveis a não ser com perdas de valor;
b) incerteza: o papel que a incerteza representa é o de revelar os limites da
racionalidade, sendo resultante da assimetria informacional; c) freqüência das
relações: a repetição de uma mesma espécie de transação possibilita que as partes
envolvidas adquiram conhecimento umas das outras (reduzindo incerteza); d)
racionalidade limitada: considera-se que os indivíduos agem racionalmente, mas de
modo limitado; e e) oportunismo: considera-se que não há restrições ao
comportamento egoísta dos agentes econômicos, o que implica dizer que as partes
podem se aproveitar de uma negociação, impondo perdas à(s) sua(s) contraparte(s)
na transação.
A ECT explora os custos econômicos associados às estruturas de governança
requeridas para completar a transação, prevendo que a forma organizacional que
minimiza custos de transação será escolhida (Mcnally, 2002).
Uma estrutura de governança consiste em um mecanismo usado pelas firmas com a
finalidade de atenuar a ameaça de oportunismo. Economistas vêm conceituando
estruturas de governança considerando três tipos principais, sendo que o método
para determinar a eficiência de cada uma delas consiste em examinar os custos de
transação envolvidos (Barney, 1999): a) mercado: transações nas quais ocorre uma
instantânea transferência de produtos ou serviços e que os preços são determinados
pelo mercado; b) integração vertical (hierarquia): mecanismo utilizado para gerenciar
trocas econômicas dentro das próprias fronteiras da firma; e c) híbrida: franchises e
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alianças estratégicas são exemplos que combinam aspectos de transações de
mercado e integração vertical.
Assim, a principal hipótese que a ECT trabalha, segundo Williamson (1994), é o
alinhamento de transações (diferentes em seus atributos) com estruturas de
governança (diferentes em seus custos e competências). Considera-se, por
exemplo, que, conforme a especificidade dos ativos aumenta, mais complexas são
as estruturas de governança, ou seja, contratos mais complexos são requeridos para
atenuar barganhas sobre lucros de ativos específicos (Williamson, 1985) e, portanto,
maiores são os custos de transação.
A ECT tem como ponto de partida, segundo Stern apud Trienekens (1999), a análise
de decisões do tipo make or buy, ou seja, a decisão entre produzir internamente ou
terceirizar. A extensão em que se realiza a terceirização (outsourcing) depende dos
custos de transação envolvidos.
A peculiaridade da análise de Williamson (1996) está em promover a centralidade
dos custos de transação em lugar dos custos de produção. Como ressaltado por
Scott apud Hall (1990), a perspectiva do custo de transação assume que o que é
crítico não é a produção, mas, sim, o intercâmbio de bens e serviços e as estruturas
que governam estes intercâmbios.
A abordagem da ECT pode ser utilizada para avaliar a qualidade e a riqueza das
relações entre compradores e vendedores e o valor do desenvolvimento de
parcerias e confiança entre eles. A ECT considera as implicações das escolhas
organizacionais em desenvolver uma transação ou atividade internamente ou no
mercado e auxilia a avaliar como vários tipos de investimentos com outras firmas
podem contribuir para a formação de capacidades de longo prazo.
Assim, a ECT, enquanto perspectiva teórica que pode auxiliar pesquisas em cadeias
de suprimentos, considera que economias de custos de transação podem ser
alcançadas nas relações entre empresas, comparando os custos de se manter
relacionamentos contínuos com aqueles custos relacionados ao procurement,
avaliação, seleção e desenvolvimento de habilidades de novos fornecedores.
A configuração de relacionamento cooperativo ou de colaboração entre as
empresas, sugerida pela teoria de GCS, pode ser estudada sob a ótica dos
elementos de ECT: quando os parceiros envolvidos em uma transação investem em
ativos específicos, e o relacionamento passa a se basear em uma
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dependência mútua, reduzem-se os incentivos de cada parte ao oportunismo e tem-
se a eficiência em custos de transação como motivação para a cooperação (Ojode,
2000). Grant e Baden-Fuller (2000) sugerem outro benefício da cooperação, além da
minimização dos custos de transação, como a criação de um contexto
organizacional capaz de suportar mecanismos de integração de conhecimento.
Outro pressuposto da GCS, como já mencionado, é a existência de compromisso de
longo prazo entre fornecedores e clientes. Os estudos de ECT indicam que a
repetição de uma mesma espécie de transação leva à construção de reputação por
parte dos agentes envolvidos, possibilitando que as partes adquiram conhecimento
umas das outras, reduzindo as incertezas envolvidas (Farina, Azevedo e Saes,
1999). Os benefícios das relações de longo prazo surgem, segundo Swaminathan,
Hoetcker e Mitchel (2002), de três fatores relacionados: o desenvolvimento do
conhecimento de cada parceiro, o desenvolvimento de confiança e relações
baseadas em rotinas específicas.
Estabelecimento de contratos formais entre empresas da cadeia, outro pressuposto
de GCS, é um tema bastante explorado em ECT. Pela racionalidade limitada dos
tomadores de decisão, a distribuição assimétrica de informação e a inabilidade de
especificar completamente o comportamento dos agentes na presença de múltiplas
contingências, a ECT considera que todos os contratos são incompletos e, portanto,
sujeitos a renegociações e a ocorrência eventual de comportamento oportunista
(Leiblein e Miller, 2003).
Quando duas partes ou mais realizam investimentos específicos e surge uma
situação de dependência mútua, haverá incentivos para que o contrato não seja
rompido e continue indefinidamente ou por um tempo pré-determinado (Scramin,
2003).
Ao abordar as relações entre empresas, a ECT enfatiza a importância da confiança
nos relacionamentos, tema que não tem sido tratado pela GCS. Confiança em
relações entre comprador e fornecedor pode ser importante fonte de vantagem
competitiva porque (Grover e Malhotra, 2003): a) proporciona menores custos de
transação; b) facilita investimentos em relações que envolvem ativos específicos; e
c) leva a rotinas de troca de informações.
Confiança pode substituir controles formais e contratos.
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A Tabela 1 resume as correntes alternativas de pensamento citadas nesta seção,
apresentando o nível de análise, as principais variáveis e as contribuições de cada
uma à GCS.
As perspectivas apresentadas sugerem a necessidade de observar aspectos críticos
da cadeia de suprimentos, como a estrutura e as relações entre os atores, a
dependência e o fluxo de recursos críticos e as transações estabelecidas entre os
atores. Essas perspectivas, combinadas à GCS, podem contribuir para melhor
compreensão dos comportamentos existentes e dos resultados obtidos por
empresas e unidades produtivas envolvidas em cadeias de suprimentos.
5. Considerações finais
Em nossa percepção, é extremamente importante a continuidade da discussão
sobre o conjunto de pressupostos da GCS, pois estes interferem diretamente na
natureza do conhecimento que pode ser adquirido e acumulado, seja pela via
teórico-dedutiva, seja pela empírico-indutiva nas pesquisas nessa área. A literatura
empírica, apreciada neste trabalho, mostra que a GCS vem sendo amplamente
difundida e que há uma tendência das organizações e das cadeias de organizações
a adotarem diversas das práticas da GCS, explorando os espaços de aumento da
eficácia e eficiência das cadeias de suprimentos. Indica, entretanto, que os
pressupostos, quanto às cadeias, podem ser apenas parcialmente verificados, ou
verificados em apenas alguns segmentos das cadeias no setor automobilístico.
Faz-se necessário, então, que novas pesquisas venham a fornecer subsídios que
possam elucidar as questões aqui mencionadas.
Nossa discussão nos leva a sugerir que as abordagens de GCS devem incluir uma
etapa inicial de “verificação dos pressupostos”, ou de identificação da configuração
da cadeia de suprimentos, pois, por meio desta, poderiam ser desvendados os tipos
de contextos em que as relações entre as empresas e a GCS poderiam se
desenvolver. Seria evitada, assim, a “armadilha” da aceitação incondicional dos
pressupostos e das decorrentes práticas de GCS, refutando-se, conseqüentemente,
a existência de uma abordagem única, adequada a qualquer situação.
O conjunto dos pressupostos, segundo nossa análise, pode ser subdividido em
quatro categorias: (1) competição entre cadeias (2) alinhamento estratégico e
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repartição de ganhos, (3) estrutura hierarquizada e integrada, e (4) relações
cooperativas e de longo prazo.
Quanto à competição entre cadeias, a literatura mostra que no setor automobilístico
tal lógica não pode ser integralmente utilizada, embora as montadoras exerçam um
papel (limitado) de coordenação e procurem obter vantagens competitivas de suas
cadeias de suprimentos.
Quanto ao alinhamento estratégico, nossa revisão indica que uma empresa pode
fazer parte simultaneamente de diferentes cadeias, atendendo clientes situados em
diferentes setores ou, até mesmo, clientes concorrentes de um mesmo setor. Os
ganhos serão distribuídos conforme forem a distribuição do poder entre os
participantes, a estrutura da cadeia e as relações estabelecidas entre as empresas.
A possibilidade de alinhamento dos negócios das empresas envolvidas em uma
cadeia e o exercício de seus papéis na cadeia, tanto para a produção e distribuição
de bens e serviços quanto para a coordenação e distribuição dos ganhos, depende
da estrutura da cadeia e da avaliação dos possíveis benefícios e das dificuldades de
sua modificação. Os papéis nas cadeias poderão, ou não, ser melhor distribuídos e
exercidos, dependendo também do poder de coordenação dos participantes,
especialmente daqueles que comandam o projeto e a produção dos produtos finais,
e das relações entre os atores com maior poder.
Estritamente vinculada às condições acima, a estrutura da cadeia contempla os
papéis, portes, capacidades de produção, produtos e serviços fornecidos,
direcionamento setorial e empresarial desses produtos e serviços, competência
tecnológica, etc., abarcando alguns dos fatores que condicionam (e também são
condicionados por) o alinhamento das estratégias, a coordenação das ações e as
relações entre as organizações.
Finalmente, poderá haver maior ou menor integração funcional (entre organizações)
e integração dos processos na cadeia e, ainda, maior ou menor possibilidade de
coordenação (centralizada ou não) conforme se caracterizarem as relações entre
empresas na cadeia. Estas poderão ser cooperativas e de longo prazo, ou
conflituosas e de curto prazo, com maior ou menor compartilhamento de
informações e com uma gestão mais ou menos transparente e integrada.
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Tabela 1. Síntese das correntes alternativas de pensamento apresentadas.
Foco
Principais variáveis
Contribuições a GCS
Análise das redes
Estrutura e relações dos atores da rede
Posição estrutural e relacional na rede, natureza das relações, nós, fluxo de
recursos e relações de poder.
Identificar posições privilegiadas dos atores na estrutura da cadeia produtiva;
posições privilegiadas podem repercutir em acesso a recursos, informações,
matérias primas; configuração ou não de relacionamentos cooperativos (qualificar
uma relação cooperativa); a existência de compromissos de longo prazo e dinâmica
ou estabilidade da cadeia produtiva.
Dependência de recursos
Dependência de recursos entre organizações
Fluxo de recursos críticos e escassos, interdependência, estratégias de recursos e
relações de poder.
Estratégias de recursos podem gerar colaboração e/ou competição entre os atores;
compreensão de assimetrias de poder na cadeia produtiva; grau de
interdependência dos atores na cadeia, alinhamento de estratégias e recursos entre
os atores.
Economia dos custos de transação
Transações
Racionalidade limitada e comportamento oportunista para explicar a existência de
custos de transação. De acordo com a importância de cada elemento, um
mecanismo é escolhido dentre as formas de coordenar uma transação – mercado
spot, hierarquia ou formas híbridas.
Avaliar a Qualidade e riqueza das relações entre comprador e vendedor –
considerando a freqüência das relações, as incertezas envolvidas, especificidade
dos ativos e assimetria de informações;
Escolhas organizacionais em desenvolver uma transação (ou atividade)
internamente, por meio de alianças ou no mercado;
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Auxilia a avaliar como vários tipos de investimentos com outras firmas podem
contribuir para a formação de capacidades de longo prazo.
Estas considerações sobre os pressupostos da GCS são ainda preliminares, mas
nos levam a sugerir que os estudos empíricos sobre cadeias de suprimentos
passem a implementar uma etapa metodológica inicial que contemple a identificação
das características principais estruturais e relacionais da cadeia e que constituem o
contexto em que os princípios e as técnicas da GCS poderão ser implementados,
adequando-se às finalidades, características e modos de repartição de ganhos de
cada cadeia.
A consecução de tal etapa metodológica pode ser atingida com a utilização de
proposições de outras correntes de pensamento que vêm focalizando o mesmo
objeto.
Como ilustrado aqui, a Teoria das Redes, a Teoria sobre Dependência de Recursos
e a Economia de Custos de Transação adotam uma perspectiva institucional na
análise das cadeias, ao focalizarem as possibilidades de conexão, as formas de
coordenação das cadeias e também o ambiente institucional (Trienekens, 1999).
Desta forma, oferecem elementos que auxiliam a compreensão das características
estruturais e relacionais das cadeias de suprimentos e de como essas
características podem evoluir.
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VANTAGEM COMPETITIVA EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL BASEADA EM TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO
Aluisio Monteiro,M.Sc.
Professor do Departamento de Engenharia de Produção – ICT / UVA, Universidade Veiga de Almeida
André Luiz Batista Bezerra Graduando em Administração de Empresas – ICHS / UVA
RESUMO
A logística empresarial está cada vez mais evoluída quando se trata de Tecnologia
de Informação.
Para isso são utilizados sistemas integrados de gestão, desenvolvidos para integrar,
controlar e gerenciar a cadeia de suprimentos com o objetivo final de atender melhor
o cliente.
O artigo discute questões como; o processo de integração de uma solução de TI, a
escolha adequada de um sistema integrado de gestão, ferramentas disponíveis para
aplicação logística, e o benefício trazido pela decisão de aquisição dessa ferramenta
bem como, benefícios de operacionalização e o que eles trazem de vantagem
competitiva para a empresa e para todos os elos da cadeia de suprimentos.
Palavras-chave – Vantagem competitiva, Logística, ERP, integração, EDI, WMS,
ECR.
1 Introdução
O conceito de Logística segundo o Council of Logistic Management (1996) pode ser
definido como sendo o “processo de planejar, implementar e controlar a eficiência, o
fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações correlatas, do ponto
de origem ao ponto de consumo, com o objetivo de atender às exigências dos
clientes.”
A logística é tudo aquilo que envolve o transporte de produtos (entre clientes,
fornecedores e fabricantes), estoque (em armazéns, galpões, lojas pequenas ou
grandes) e a localização de cada participante da cadeia logística ou cadeia de
suprimentos.
Para BALLOU (1993), um dos objetivos da logística é melhorar o nível de serviço
oferecido ao cliente, onde o nível de serviço logístico é a qualidade do fluxo de
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produtos e serviços e gerenciado. A logística, portanto, é um fator que pode ser
utilizado como estratégia para uma organização. Sua aplicação se dá da escolha
adequada de fornecedores,passando pela organização e chegando ao cliente.
Atualmente a Logística Empresarial está associada diretamente ao fato de uma
organização relacionar-se com o cliente interagindo de forma eficiente com a cadeia
produtiva para conquistar o objetivo final – estar competitivamente atuando no
mercado.
Para obter essa vantagem competitiva, as empresas estão recorrendo aos sistemas
integrados de informação, buscando automatizar seu processo produtivo utilizando
algumas tecnologias do tipo: Electronic Data Interchange (EDI), o Warehouse
Management System (WMS), tecnologia de código de barras e o Vendor Managed
Inventor (VMI).
Figura 1: Adaptação do livro de Ballou, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de
suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial – 4ª ed., 2001.
A logística no Brasil é um tema relativamente recente se compararmos ao
surgimento e fábricas e indústrias no país. Ela vem sendo falada e discutida com
mais propriedade desde meados da década de 90, com a conscientização política
do “custo Brasil” e pela percepção da vantagem competitiva percebida pelos
empresários, desde então o conceito de logística foi pouco difundido.
A evolução, desde então, se deu pelo crescente interesse de obtenção de lucro
como conseqüência da redução de custos de transporte, localização e estocagem
de produtos.
Existem basicamente cinco modalidades de transporte de cargas mais
convencionais e cada um tem sua característica definida:
▪ Dutoviário – tem pontos e rotas fixas, produtos específicos, poucas empresas
participando no mercado e são difíceis as implantações de novos pontos;
▪ Ferroviário – tem terminais e rotas fixas, poucas empresas atuam no mercado e
também existem poucas rotas (isso devido à falta de incentivos governamentais);
▪ Aeroviário – tem terminais e rotas determinadas, poucas empresas atuando,
modalidade muito regulamentada sendo difícil a entrada de novos concorrentes;
▪ Aquaviário – tem portos e rotas fixas, poucas empresas atuam neste ramo;
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▪ Rodovias – muitos operadores, muitas rotas, muito utilizado para transporte de
cargas por ser o mais viável na situação em que estamos hoje.
O mercado de existente dentre da cadeia de suprimento no Brasil movimenta algo
em torno de 50 milhões de dólares anuais no que diz respeito a tecnologia de
informação, segundo a International Data Corporation (IDC). O Brasil representa,
hoje, 45% do mercado de tecnologia da América Latina que movimenta
aproximadamente 125 milhões de dólares. Sendo um número pouco expressivo
perto do que os EUA representou no mesmo período – 3,5 bilhões de dólares.
Fábrica
Transporte
Armazenamento
Consumidor
Fornecedor
Transporte
Armazenamento
Transporte
Transporte
Informação
Apesar disso, ainda há algumas barreiras a serem superadas para o maior
crescimento do mercado de Supply Chain Management (SCM). Entre elas estão a
falta de confiança nos fornecedores desse tipo de solução, os altos custos de
implementação e a falta de um claro entendimento sobre os benefícios dessa
ferramenta. Além do medo por parte dos clientes desse tipo de solução de implantar
o sistema pois ele compartilha as informações internas com clientes, fornecedores e
com os parceiros. Evidenciando um problema cultural a ser superado.
2 Sistemas de Informação
Os Sistemas de Informação são os sistemas ou práticas utilizadas pelas empresas
para melhorar o seu desempenho incluindo ter um custo operacional adequado,
processos logísticos inteligentes e integração com fornecedores e clientes através
de ferramentas que serão discutidas ao longo deste artigo.
Um dos fatores mais relevantes ao desenvolvimento dos processos administrativos é
a aplicação de tecnologia de informação, proporcionando um grande
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aumento de eficiência. Tais sistemas abrangem todas as ferramentas que a
tecnologia disponibiliza para o controle e gerenciamento do fluxo de informação de
uma organização (BALLOU, 1993).
Existem, no mercado, alguns tipos de ferramentas que facilitam e tornam a
informação mais acurada para aplicação na cedeia de suprimentos, alguns
exemplos destes sistemas são: o código de barras, o EDI (Electronic Data
Interchange), o ECR (Efficient Consumer Response) e os ERPs que integram todos
os outros.
2.1 Sistemas Integrados de Gestão / ERP – Enterprise Resource Planning
Os ERP (Enterprise Resource Planning) ou sistemas de gerenciamento empresarial
são sistemas complexos onde integram, de forma eficaz, todos os sistemas
operacionais da empresa. Por ser um sistema que abrange toda a parte gerencial da
empresa, a implantação dele não é simples exigindo da empresa uma série de
modificações prévias.
Podemos também defini-los em termos de “sistemas de informação integrados
adquiridos na forma de pacotes de software comercial, com a finalidade de dar
suporte a maioria das operações de uma empresa”(SOUZA,1999).
Considerando a definição acima, podemos dizer que um ERP consiste basicamente
na integração de todas as atividades do negócio, entre elas, finanças, marketing,
produção, recursos humanos, compras logística, etc. Com o benefício direto de
facilitar, tornar mais rápido e preciso o fluxo de informação permitindo assim o
controle dos processos de negócios. Portanto, o processo de tomada de decisão
empresarial.
Esses sistemas integrados de gestão Segundo SOUZA (1999),existem
características dos sistemas integrados de gestão que os tornam diferentes de
outros sistemas existentes, permitindo-nos fazer uma análise de custo-benefício de
suas aquisição, são elas:
▪ Os ERPs são pacotes comerciais;
▪ São desenvolvidos através de modelos padrões de processos;
▪ Integram sistemas de várias áreas das empresas;
▪ Utilizam um banco de dados centralizado;
▪ Possuem grande abrangência funcional.
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Antes mesmo da empresa fazer as pesquisas de fornecedores ERPs para aquisição
dos pacotes comerciais, é recomendável que a mesma faça o levantamento da real
necessidade da implantação do ERP, quais são as metas da empresa e o que ela
espera do sistema. O próximo passo é consultar fornecedores que satisfaçam as
necessidades previamente definidas.
Existem alguns forncedores de sistemas que geram solução na área logística e em
outros segmentos que exigem tecnologia de informação. O mercado brasileira de
fornecedores de sistemas, podemos citar dentre outros: SAP Brasil, Datasul,
Manugustics, Promática, Scala e JDEdwards.
2.1.1 Sistemas de Informações Logísticas
Atualmente observa-se, uma significativa inclinação do desenvolvimento de sistemas
integrados de gestão para aplicação na cadeia de suprimentos, visto que todos os
processos de negócios internos já foram integrados, restando apenas obter
vantagem competitiva da integração da cadeia de suprimentos 9fornecedores,
compradores etc).
Com isso, passa a ser possível a integração com as demais unidades de um grupo
empresarial por meio de EDI, com compartilhamento (parcial) da base de dados.
Para tal os maiores desafios encontrados são: sistemas geograficamente distantes e
distintos, com hardwares diversos, necessidade intensiva de sistemas de
telecomunicações, bases de dados diversas, operando em estruturas
organizacionais e culturas empresariais diversas.
A seguir comentaremos sobre algumas ferramentas integradas de gestão aplicadas
a cadeia de suprimentos.
2.1.1.1 WMS (Warehouse Management System)
O Sistema de Gerenciamento de Armazéns, chamado de WMS, é uma tecnologia
utilizada em armazéns onde ele integra e processa as informações de localização de
material, controle e utilização da capacidade produtiva de mão-de-obra, além de
emitir relatórios para os mais diversos tipos de acompanhamento e gerenciamento.
O sistema prioriza uma determinada tarefa em função da disponibilidade de um
funcionário informando a sua localização no armazém. Com este recurso ocorre um
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aumento na produtividade quando diferentes tipos de tarefas são intercaladas.
Este sistema tem capacidade de controlar o dispositivo de movimentação de
material feito por Veículos Guiados Automaticamente (AGVs) e fazer interface com
um Sistema de Controle Automatizado do Armazém (WACS) que tem a função de
controlar equipamentos automatizados como as esteiras e os sistemas de
separação por luzes e carrosséis.
Com uma ferramenta desse porte a empresa passa a ter um ganho na produtividade
com a economia de tempo nas operações de embarque e desembarque, transporte
e estocagem de mercadoria e ainda controlar o estoque de produtos no seu
armazém. Podendo ainda permitir que o gerente de logística controle as operações
de armazém apenas de longe observando apenas se o funcionamento do sistema
está adequado às operações logísticas.
Em paralelo ao WMS existe o WCS que é um Sistema de Controle de Armazém e
não um gerenciador se diferenciando assim do WMS em alguns aspectos. O WCS
não oferece uma variedade de relatórios para auxiliar no gerenciamento das
atividades; não tem flexibilidade de hardware; a customização é limitada a mudança
de campos e nomes, e a instalação deste sistema não pode ser feita de forma
modular, somente integral. A contrapartida de todos esses aspectos negativos é que
ele oferece um ótimo acompanhamento e controle das atividades (se limitando a
controle) e existe um custo reduzido de software e hardware requerido para a
implementação dessa solução.
2.1.1.2 RFID – Radio Frequency Identification
Identififcação via Radio Freqüência é, relativamente, uma das mais novas
tecnologias de coleta automática de dados. Inicialmente surgiu como solução para
sistemas de rastreamento e controle de acesso na década de 80. Uma das maiores
vantagens dos sistemas baseados em RFID é o fato de permitir a codificação em
ambientes não favoráveis e em produtos onde o uso de código de barras, por
exemplo, não é eficiente.
Este sistema funciona com uma antena, um transmissor e um decodificador. Esses
componentes interagem através de ondas eletromagnéticas transformando-as em
informações capazes de ser processadas por um computador A principal vantagem
do uso de sistemas RFID é realizar a leitura sem o contato como no
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código de barras. Você poderia, por exemplo, colocar o transmissor dentro de um
produto e realizar a leitura sem ter que desempacota-lo, ou por exemplo aplica-lo em
uma superfície que será posteriormente coberta de tinta ou graxa.
Esse sistema pode ser usado para controle de acesso, controle de tráfego de
veículos, controle de bagagens em aeroportos, controle de containers e ainda em
identificação de pallets. O tempo de resposta é baixíssimo, tornando-se uma boa
solução para processo produtivos onde se deseja capturar as informações com o
transmissor em movimento.
2.1.1.3 Rastreamento de Frotas com Tecnologia GPS – Global Positioning
System
Rastreamento é o processo de monitorar um objeto enquanto ele se move. Hoje em
dia é possível monitorar a posição ou movimento de qualquer objeto, utilizando-se
de equipamentos de GPS aliados a links de comunicação. O casamento GPS +
comunicação é necessário pois o receptor GPS localiza sua própria posição; esta
deve ser transmitida via canal de comunicação para uma central que fará
efetivamente o monitoramento. Esta tecnologia é comumente conhecida como AVL
(Automatic Vehicle Location).
GPS é um sistema de posicionamento mundial formado por uma constelação de 24
satélites que apontam a localização de qualquer corpo sobre a superfície terrestre.
Um aparelho receptor GPS recebe sinais desses satélites determinando sua posição
exata na Terra, com precisão que pode chegar à casa dos centímetros.
A tecnologia GPS é bem conhecida hoje, e comercialmente viável, tendo inclusive
fornecedores de equipamentos consolidados e preços formados. As variáveis que
efetivamente determinam o custo e o modo de operação do rastreamento de
veículos são canal de comunicação entre o veículo e a central de monitoramento e o
pacote de serviços oferecidos por esta central.
A ligação feita entre a central de comunicação e o ponto rastreado pode ser feita via
telefonia celular que tem seus aparelhos baratos para a solução que oferece, e tem
restrições como qualquer outra solução que é estar acessível apenas onde tem
cobertura de telefonia celular e o custo da comunicação ainda é alto.
Outra opção é a comunicação via rádio. Esta modalidade é muito simples de
implantar, tem um custo de implantação baixo, onde não há custo de
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comunicação, tendo que fazer a regulamentação com a ANATEL (no Brasil).
Com a possibilidade de rastrear veículos a empresa pode saber onde se encontra o
veículo que está fazendo determinada entrega e fazendo um link com o sistema via
web a empresa pode colocar a disposição do cliente a localização da entrega.
2.1.1.4 Código de Barras
O sistema surgiu da idéia de se criar um mecanismo de entrada de dados mais
rápida e eficiente, vendo que com o passar do tempo mais microcomputadores
estavam sendo fabricados com um grande potencial em armazenamento e
processamento de dados.
A leitura de código de barras exige que sejam utilizados alguns aparelhos
específicos e que são adotados conforme a necessidade da empresa. Alguns
desses aparelhos são os leitores (caneta ótica, slot reader, leitor CCD, pistola laser,
scanner omnidirecional e o leitor automático de documentos), os decodificadores
(decodificador para teclado, decodificador para interface serial e decodificador para
joystick) e impressoras especiais (software para impressão e impressoras
profissionais). As impressoras matriciais não têm funcionalidade para esse fim. As
impressoras jato de tinta e laser não estão adaptadas para comportar rolos de
etiquetas e papel contínuo. Por isso é que foram desenvolvidas impressoras
profissionais para impressão de código de barras.
Existe uma padronização mundial para a leitura de código de barras. Para cada
produto ou objetivo da identificação existe um tipo de código. Por exemplo:
O EAN – 13, EAN – 8 e UPC são utilizados na unidade de consumo, ou seja, na
embalagem do produto que o consumidor final esta comprando. Exemplo: 1 litro de
leite em caixa;
O EAN/DUN – 14 (SCC - 14) / UCC/EAN 128 são utilizados nas caixas que embalam
as várias unidades desses produtos unitários. Exemplo: um engradado contendo 12
litros de leite em caixa;
O UCC/EAN - 128 são usados nos pallets dentro dos galpões de supermercados ou
distribuidores.
Estes levam no código de barras Identificadores de Aplicação (AI).
O código de barras, comprovadamente, tem uma margem de erro menor que a
coleta de dados feita manualmente, sendo assim a maneira mais eficaz de
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coletar dados em termos velocidade da informação, facilidade de migração para o
sistema de controle de estoque e facilidade da adoção da prática do VMI (citado na
seção 3.10).
2.1.1.5 EDI (Electronic Data Interchange)
O EDI, ou Intercâmbio Eletrônico de Dados é um sistema que auxilia diretamente,
principalmente, a rotina dos vendedores agilizando o processo de comunicação com
a empresa na transmissão de dados. Todas as informações que um vendedor
precisa coletar e transferir para a empresa em um segundo momento, ele faz de
forma on line evitando assim a demora no in put do pedido e ele ainda tem a
possibilidade de consultar o estoque da empresa e informar ao cliente a
possibilidade de disponibilizar a mercadoria.
Com a implantação desse sistema com sucesso podemos detectar imensuráveis
benefícios trazidos por ele à sua empresa. Consegue-se com ele reduzir custos
administrativos, reduzir o estoque (considerando que estoque parado é capital
improdutivo, então temos ainda uma economia significativa para investimentos
dependendo da área comercial da empresa), reduzir custos e desgastes com o
cliente com os itens faltantes, pois se a tecnologia permite transmissão de dados on-
line temos a informação acurada e instantânea da posição de estoque. Outros
benefícios é que o sistema ainda faz com que o índice de divergências na entrega e
no recebimento de mercadorias seja próximo de zero, e permite o melhor
gerenciamento de rotas de transporte.
Toda essa tecnologia a disposição do profissional de vendas faz com que ele se
sinta mais valorizado e aumente sua produtividade se dedicando a área fim da
empresa – as vendas. E tão importante quanto aumentar as vendas para a empresa
é o fato de que, tanto pela tecnologia de software e hardware envolvida quanto pelo
corpo funcional há um ganho no valor agregado da empresa.
2.1.1.6 VMI – Vendor Managed Inventory
O VMI ou Estoque Administrado pelo Fornecedor, é uma ferramenta muito
importante principalmente para a cadeia de suprimentos que pretende ou já trabalha
com o JIT (Just-in - Time). O principal objetivo desta técnica é fazer com que o seu
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fornecedor, através de um sistema de EDI, verifique a sua real necessidade de
produto, no momento certo e na quantidade certa.
Este recurso tem uma maior funcionalidade para as empresas que um grande
número de fornecedores e possui um amplo mix de produtos.
A integração permite que se faça, de acordo com o forecast uma mudança de
planejamento de reabastecimento, pois a informação chega ao seu fornecedor em
tempo real. O nível de detalhamento é tanto que, detectada a demanda de produto
acabado, o software se encarrega de traçar planos para a produção, planejamento
de abastecimento e distribuição para os depósitos.
2.1.1.7 ECR (Efficient Consumer Response)
O ECR, Resposta Eficiente ao Cliente, não é um sistema e nem é uma técnica, é um
conjunto de práticas desenvolvidas em conjunto com fabricantes, distribuidores e
varejistas com o objetivo de obter ganhos por eficiência nas atividades comerciais e
operacionais entre as empresas prestando assim um serviço de qualidade ao
consumidor final.
As grandes redes de varejistas como Wall Mart, por exemplo, tem centenas de
fornecedores, outra infinidade de produtos diferentes e precisa de uma cadeia de
suprimentos totalmente integrada para poder oferecer aos seus clientes o produto na
prateleira. Para isso acontecer é necessário que a rede adote algumas práticas de
reengenharia de processos e Benchmarking ,inclusive utilizado-se da tecnologia de
informação. Sendo as mesmas, premissas para começar a pensar em integração e
gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Os requisitos para se por em prática a filosofia do ECR e fazer os check outs nas
saídas das mercadorias das lojas (PVs) e ter o controle do estoque no fornecedor.
Como o volume de produtos é muito grande, tanto o fornecedor quanto o varejista,
precisa utilizar uma coleta de informação que seja acurada e rápida tendo a sua
disposição o código de barras. E o controle do estoque do ponto de venda feita pelo
fornecedor é usada a ferramenta de VMI co transmissão de dados via EDI, onde
temos precisão e rapidez na operação.
A cadeia produtiva ideal passa por alguns sistemas de informação em uma ordem
lógica:
Resposta Eficiente ao Cliente
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Intercâmbio Eletrônico de Dados
Entrada de Dados
3 Conclusão
A vantagem competitiva baseada em sistemas integrados de gestão logística,
ocorre com o entendimento da necessidade de aquisição de tecnologia de
informação para integração da cadeia produtiva, a fim de atender o cliente final é
atualmente a fonte de vantagem competitiva mais cobiçada no mercado, porém
devem ser repensados os processos organizacionais ,bem como e seu redesenho.
Toda a tecnologia que hoje está à disposição da solução da logística empresarial é
capaz de gerar soluções que satisfaçam qualquer necessidade de mercado.
Podemos “linkar” através de um sistema integrado, ERP, o aplicativo de código de
barras que migra informações para um sistema de estoque onde tem informações
atualizadas a qualquer tempo por meio de um outro aplicativo de EDI. Isso tudo
pode estar disponível na intranet e extranet para toda a cadeia de produção afim de
otimizar o processo em termos de eficiência de resposta ao cliente.
Em face todo o exposto devemos ter consciência do enfoque sempre nos negócios e
não na tecnologia, servindo a mesma apenas como suporte a tomada de decisões
de forma mais rápida e eficiente. Para isso é necessário aliar o sistema de
informações logísticas ao sistema de informações gerenciais, sendo fundamental
para a definição e operacionalização do conceito de supply chain management.
De um modo geral, o sucesso da implantação de sistemas logísticos nas empresas
e as vantagens advindas de sua aplicação, depende do processo de
amadurecimento empresarial. Dessa forma, todo o processo logístico pode ser
otimizado, permitindo a maior eficácia nos processos internos e de comunicação
com a cadeia de suprimentos. LEE e WHANG (2002) indica que o segredo está em
utilizar as informações e alavancar os recursos disponíveis para coordenar ações,
priorizando os fluxos de informações. A palavra chave passa a ser a integração
empresarial para obtenção de vantagem competitiva.
1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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14.
13 ... Classificação. Responsa- bilidade Civil nos Negócios Imobiliários. 12 Da prescrição e
da
Decadência: Impedimentos e Suspensões. ... MODELOS DE GESTÃO PROFESSOR (1) ...
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Exec. em Gestão de Negócios Imobiliários 8 10 26/julho/2010 às 14:16 ...
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Pedagogia,
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143
ORIENTAÇÕES PARA BUSCA DE ARTIGOS CIENTÍFICOS NO SCIELO
Após a escolha do tema do TCC, pertinente ao seu curso de Pós-graduação,
você deverá fazer a busca por artigos científicos da área, em sites especializados,
para a redação do seu próprio artigo científico. O suporte bibliográfico se faz
necessário porque toda informação fornecida no seu artigo deverá ser retirada de
outras obras já publicadas anteriormente. Para isso, deve-se observar os tipos de
citações (indiretas e diretas) descritas nesta apostila e a maneira como elas devem
ser indicadas no seu texto.
Lembre-se que os artigos que devem ser consultados são artigos científicos,
publicados em revistas científicas. Sendo assim, as consultas em revistas de ampla
circulação (compradas em bancas) não são permitidas, mesmo se ela estiver
relatando resultados de estudos publicados como artigos científicos sobre aquele
assunto. Revistas como: Veja, Isto é, Época, etc., são meios de comunicação
jornalísticos e não científicos.
Os artigos científicos são publicados em revistas que circulam apenas no
meio acadêmico (Instituições de Ensino Superior). Essas revistas são denominadas
periódicos. Cada periódico têm sua circulação própria, isto é, alguns são publicados
impressos mensalmente, outros trimestralmente e assim por diante. Alguns
periódicos também podem ser encontrados facilmente na internet e os artigos neles
contidos estão disponíveis para consulta e/ou download.
Os principais sites de buscas por artigos são, entre outros:
SciELO: www.scielo.org
Periódicos Capes: www.periodicos.capes.gov.br
Bireme: www.bireme.br
PubMed: www.pubmed.com.br
A seguir, temos um exemplo de busca por artigos no site do SciELO.
Lembrando que em todos os sites, embora eles sejam diferentes, o método de
busca não difere muito. Deve-se ter em mente o assunto e as palavras-chave que o
levarão à procura pelos artigos. Bons estudos!
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144
Siga os passos indicados:
Para iniciar sua pesquisa, digite o site do SciELO no campo endereço da
internet e, depois de aberta a página, observe os principais pontos de pesquisa: por
artigos; por periódicos e periódicos por assunto (marcações em círculo).
Ao optar pela pesquisa por artigos, no campo método (indicado abaixo),
escolha se a busca será feita por palavra-chave, por palavras próximas à forma que
você escreveu, pelo site Google Acadêmico ou por relevância das palavras.
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145
Em seguida, deve-se escolher onde será feita a procura e quais as palavras-
chave deverão ser procuradas, de acordo com assunto do seu TCC (não utilizar “e”,
“ou”, “de”, “a”, pois ele procurará por estas palavras também). Clicar em pesquisar.
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146
Lembre-se de que as palavras-chave dirigirão a pesquisa, portanto, escolha-
as com atenção. Várias podem ser testadas. Quanto mais próximas ao tema
escolhido, mais refinada será sua busca. Por exemplo, se o tema escolhido for
relacionado à degradação ambiental na cidade de Ipatinga, as palavras-
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chave poderiam ser: degradação; ambiental; Ipatinga. Ou algo mais detalhado. Se
nada aparecer, tente outras palavras.
Isso feito, uma nova página aparecerá, com os resultados da pesquisa para
aquelas palavras que você forneceu. Observe o número de referências às palavras
fornecidas e o número de páginas em que elas se encontram (indicado abaixo).
A seguir, estará a lista com os títulos dos artigos encontrados, onde constam:
nome dos autores (Sobrenome, nome), título, nome do periódico, ano de publicação,
volume, número, páginas e número de indexação. Logo abaixo, têm-se as opções
de visualização do resumo do artigo em português/inglês e do artigo na íntegra, em
português. Avalie os títulos e leia o resumo primeiro, para ver se vale à pena ler todo
o artigo.
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Ao abrir o resumo, tem-se o nome dos autores bem evidente, no início da
página (indicado abaixo). No final, tem-se, ainda, a opção de obter o arquivo do
artigo em PDF, que é um tipo de arquivo compactado e, por isso, mais leve, Caso
queria, você pode fazer download e salvá-lo em seu computador.
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Busca por periódicos
Caso você já possua a referência de um artigo e quer achá-lo em um
periódico, deve-se procurar na lista de periódicos, digitando-se o nome ou
procurando na lista, por ordem alfabética ou assunto. Em seguida, é só procurar
pelo autor, ano de publicação, volume e/ou número.
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É preciso ressaltar que você deve apenas consultar as bases de dados e os
artigos, sendo proibida a cópia de trechos, sem a devida indicação do nome do
autor do texto original (ver na apostila tipos de citação) e/ou o texto na íntegra.
Tais atitudes podem ser facilmente verificadas por nossos professores, que
farão a correção do artigo.