“Substituição” de adubação convencional (NPK) via solo pela adubação foliar

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS Departamento de Fitotecnia “Substituição” de Nitrogênio via solo por via foliar com utilização do fertilizante CoRoN PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA APRESENTADO A EMPRESA NUTRICELER Graduando: Estevam Antonio Chagas Reis Orientador: Douglas Ramos Guelfi Silva (DCS-UFLA) LAVRAS-MG 2012

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“Substituição” de adubação convencional (NPK) via solo pela adubação foliar

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

Departamento de Fitotecnia

“Substituição” de Nitrogênio via solo por via foliar com utilização do fertilizante CoRoN

PROJETO DE INICIAÇÃO

CIENTÍFICA APRESENTADO

A EMPRESA NUTRICELER

Graduando: Estevam Antonio Chagas Reis

Orientador: Douglas Ramos Guelfi Silva (DCS-UFLA)

LAVRAS-MG

2012

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1. RESUMO:

Conduziu-se este trabalho com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes doses nitrogênio aplicado via foliar com

utilização de CoRoN 28-00-00 em substituição a uma fonte convencional de nitrogênio (sulfato de amônio) aplicado

via solo no cafeeiro, cultivar Catucaí Amarelo, em área experimental do Departamento de Agricultura da

Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais. O experimento foi instalado no ano agrícola 2011/2012, em

lavoura com espaçamento 3,5 x 0,7m, seguindo delineamento experimental de blocos casualizados, com três

repetições. Utilizaram-se três doses de CoRoN 28-00-00: 50%, 100% e 150% da dose recomendada no solo via folha

e a dosagem via solo com sulfato de amônio. Cada parcela foi constituída de quatorze plantas, sendo adotadas como

plantas úteis as dez plantas centrais. Foi realizada análise de desenvolvimento de ramo plagiotrópico e análise de

número de par de folhas antes da instalação do experimento e após o período vegetativo do cafeeiro e análise foliar

para teor de nitrogênio. Os resultados indicaram que não houve diferença significativa para as diferentes doses de

CoRoN 28-000-0 comparado com aplicação de nitrogênio convencional via solo.

2. INTRODUÇÃO:

O uso de fertilizantes foliares na cafeicultura tem crescido bastante e, por esse motivo, diversos fertilizantes foliares

são ofertados no mercado a fim de suprir os cafeeiros de suas exigências nutricionais. As pesquisas nas principais

regiões cafeeiras têm demonstrado que um dos fatores limitantes de produção é a carência de macronutrientes,

apontando a necessidade de informações concretas quanto às exigências nutricionais em diferentes condições de

manejo, tipos de solo e estádios fisiológicos da planta.

Em função da grande exigência de nitrogênio pelo cafeeiro, o presente trabalho objetivou avaliar diferentes doses de

nitrogênio aplicadas via folha em comparação com a adubação convencional de nitrogênio no cafeeiro, visando uma

nova forma de adubação nitrogenada no mesmo de forma a evitar perdas do nutriente.

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. LOCAL: O experimento foi instalado no campo experimental do Departamento de Agricultura da Universidade

Federal de Lavras – DEG/UFLA.

3.2. VARIEDADE: A variedade de café utilizada foi o Catucaí amarelo, de aproximadamente 5 anos. A lavoura está

instalada em espaçamento de 3,5m entre linhas e 0,7m entre plantas.

3.3. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL: O delineamento experimental empregado para o experimento de

substituição de nitrogênio via solo por via foliar com utilização de CoRoN foi em blocos casualizados com 3

repetições. As parcelas foram constituídas de 14 plantas sendo as duas plantas externas de cada lado bordaduras.

Os ensaio foi disposto em esquema fatorial 4 x 3, envolvendo: quatro doses de nitrogênio e três repetições. As doses

de nitrogênio serão: 50% de N foliar, 100% de N foliar, 150% de N foliar e 100% de N via solo. Os estádios de

aplicação foram subdivididos em quatro foliares entre os meses de outubro a março. A dose de N via solo no

tratamento convencional foi de 200 kg/ha com uso de 952 kg/ha de Sulfato de amônio.

A composição química do CoRoN:

Nitrogênio total ---------------------- 28% --------- 333 g/l

Nitrogênio liberação imediata ----- 8,4%

Nitrogênio liberação controlada -- 19,6%

As dosagens de CoRoN e sulfato de amônio de acordo com cada tratamento:

- 50% de N foliar: 11 lt/ha

- 100% de N foliar: 22 lt/ha

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- 150% de N foliar: 33 lt/ha

- 100% de N via solo com sulfato de amônio: 952 Kg/há

As quantidades de fertilizantes e corretivos que foram utilizadas foram baseadas na seguinte análise de solo:

3.4 AVALIAÇÕES: As avaliações do ensaio, nesse primeiro ano, constaram de análise de folha e análises

de desenvolvimento de ramo plagiotrópico e número de par de folhas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O ensaio foi conduzido no período de um ano agrícola 2011/2012.

Os teores de N foliar de acordo com cada tratamento onde se baseou para que fosse realizado os testes estatísticos de

N são apresentados nas tabelas 1 a 4:

TABELA 1- Teor de N foliar com tratamento 100% de N via solo

Parcela Teor de N (%)

Parcela 1 2,58

Parcela 2 2,87

Parcela 3 2,44

TABELA 2- Teor de N foliar com tratamento 50% de N via foliar

Parcela Teor de N (%)

Parcela 1 2,79

Parcela 2 2,54

Parcela 3 2,48

TABELA 3- Teor de N foliar com tratamento 100% de N via foliar

Parcela Teor de N (%)

Parcela 1 2,37

Parcela 2 2,53

Parcela 3 2,45

TABELA 4- Teor de N foliar com tratamento 150% de N via foliar

Parcela Teor de N (%)

Parcela 1 2,48

Parcela 2 2,69

Parcela 3 2,15

Nessa primeira fase do trabalho, com base nas análises, concluiu-se que não houve diferença significativa entre teor

foliar de nitrogênio (tabela 5), desenvolvimento de ramo plagiotrópico (tabela 6) e número de par de folhas (tabela 7).

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TABELA 5 – Análise de teor de Nitrogênio foliar

Doses de CoRoN (%) Teor de N (%) Resultados do teste

150 2,44 A

100 2,45 A

50 2,60 A

0 2,63 A

As médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de

probabilidade

TABELA 6 – Análise de desenvolvimento de ramo plagiotrópico

Doses de CoRoN (%) Desenvolvimento de ramo Resultado do teste

150 6,76 A

100 9,94 A

50 8,45 A

0 9,59 A

As médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de

probabilidade

TABELA 7 - Análise de número de par de folhas

Doses de CoRoN (%) Número de par de folhas Resultados do teste

150 4,84 A

100 5,27 A

50 4,97 A

0 6,13 A

As médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de

probabilidade

4.1. CONCLUSÕES: De acordo com as análises estatísticas não houve diferença significativa

entre as dosagens de CORON avaliadas em comparação com a adubação convencional de nitrogênio

da lavoura cafeeira.

Dentre os tratamentos a dosagem de 150% de CoRoN não é interessante utilizá-la uma vez

que haverá a maior utilização do fertilizante sem que haja uma resposta significativa do cafeeiro que

possa justificar sua utilização.

O experimento foi conduzido no período de um ano agrícola 2011/2012, onde não foi avaliado

produção, sendo que a produção da safra deste ano não corresponde aos tratos culturais realizados

nesse período.

Ressalta-se que o experimento deve ser conduzido por mais tempo para que se tenham

melhores conclusões a respeito de aplicação foliar de nitrogênio via CoRoN.

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REFERÊNCIAS

FAQUIN, V. Nutrição Mineral de Plantas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2005

LUIZ, Josimar Torres. Teores de nitrogênio e potássio do cafeeiro recepado em

diferentes doses de P2O5.

MATIELLO, J. B.; GARCIA, A. W. R.; ALMEIDA, S. R. Adubos, corretivos e

defensivos para lavoura cafeeira: indicações de uso.

NOVAIS, R. F.; SMYTH, T. jot; NUNES F. N. Fósforo. In: NOVAIS, R. F.;

ALVAREZ V., V.H.; BARROS, N. F. de; FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI, R.B.;

NEVES, J.C.L. Fertilidade do solo

MALAVOLTA, E. Manual de Nutrição Mineral de Plantas

MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das

plantas: princípios e aplicações