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O Morro da Cruz é componente do maciço do Morro da Caixa, situado na região central de Florianópolis, em Santa Catarina. Era chamado de Pau da Bandeira na época em que Florianópolis era conhecida como Nossa Senhora do Desterro. A justificativa para o nome é que, há muitos anos, foi colocado um posto semáforo em seu ponto mais culminante para avisar, através de códigos, a chegada das embarcações ainda em alto mar. O caminho pela estrada do Pau da Bandeira era a passagem mais curta entre a capital

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O Morro da Cruz é componente do maciço do Morro da Caixa, situado na região central de Florianópolis, em Santa Catarina.

Era chamado de Pau da Bandeira na época em que Florianópolis era conhecida como Nossa Senhora do Desterro. A justificativa para o nome é que, há muitos anos, foi colocado um posto semáforo em seu ponto mais culminante para avisar, através de códigos, a chegada das embarcações ainda em alto mar. O caminho pela estrada do Pau da Bandeira era a passagem mais curta entre a capital e a freguesia do bairro da Trindade.

O Morro da Cruz é um ótimo ponto de referência para as pessoas que visitam a ilha. Embora não seja o ponto mais alto da Ilha de Santa Catarina, com 285 metros, é o de mais fácil acesso e o que proporciona o visual mais completo devido à sua localização. De lá pode-se ter uma visão geral das duas baías, das pontes Hercílio Luz, Colombo Salles e Pedro Ivo Campos. Além disso, do patamar junto à cruz, avista-se grande parte da Ilha, o bairro da Trindade, as pistas do Aeroporto Internacional Hercílio Luz e parte da costa leste de Florianópolis, banhada pelo oceano Atlântico. Também é no Morro da Cruz que está localizada a maioria das emissoras de televisão

http://www.belasantacatarina.com.br/noticias.asp?id=1568

do papel

Prefeitura da capital e liderancas comunitarias voltaram a se reunir para discutir o projeto do

Macico do Morro da Cruz. O encontro aconteceu no inicio da noite desta segunda-feira(6) e

contou com as presencas de 17 lideres comunitarios, da secretaria da Crianca. Adolescente,

Idoso e Desenvolvimento Social, Rose Berger, e de varios secretarios municipais. As liderancas

foram informadas sobre a super infra-estrutura que a prefeitura esta preparando no entorno do

morro.

A proposta do executivo vai beneficiar cerca de 30 mil moradores. Estao previstas a criacao do

Parque Urbano do Morro da Cruz; Clube Social, no alto do Morro da Caieira; Zona Especial de

Interesse Social (Zeis); alem de outras melhorias, como pavimentacao e saneamento basico.

Para executar todas essas obras a prefeitura vai aplicar R$ 8 milhoes. Deste total, R$ 1 milhao

seria destinado pelo governo federal, R$ 6 milhoes concedidos pelo Fundo Social e em

contrapartida o executivo municipal entraria com R$ 1 milhao.

O projeto vem sendo discutido com a comunidade ha cerca de 15 anos, mas na atual

administracao ganhou dimensao com a aprovacao da lei 6893 de 12 de dezembro de 2005 que

cria o parque, e da lei complementar 207 de 20 de dezembro, tambem de 2005, que institui a

Zeis.

O parque com 19 quilometros de extensao vai ser delimitado pela Fundacao Municipal do Meio

Ambiente (Floram) e tera varias atividades de lazer para as criancas e adultos.

De acordo com o superintendente da Floram, Francisco Raztki, as demarcacoes para a

construcao do parque, realizadas em parceria com as Centrais Eletricas de Santa Catarina S.A.

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(Celesc), deverao ficar prontas em 180 dias.

Para ser parceira da prefeitura neste megaprojeto, a Celesc ganhou autorizacao do poder publico

para construir uma subestacao alimentada por dois transformadores gigantes na Rua Angelo

Laporta. Conforme o diretor tecnico da Celesc, engenheiro Eduardo Carvalho Sitonio, a cidade

precisa, urgentemente, de um reforco na carga de energia eletrica para evitar apagoes, como o

que ocorreu em 2003. A subestacao devera ficar pronta em dezembro deste ano.

Sitonio garante que a geradora de energia sera toda blindada, com tratamento acustico,

proporcionando uma total seguranca para os habitantes. O diretor tecnico da Celesc disse, ainda,

que, alem de demarcar a area para a criacao do parque, a Celesc vai construir uma creche para

150 criancas.

A secretaria do Desenvolvimento Social, Rose Berger, ressaltou que a aprovacao das duas leis

garante a execucao das acoes. Na opiniao dela, o parque vai estimular atividades educativas, de

lazer e recreacao, alem de transformar o local numa atracao turistica de interesse ecologico

dentro do cenario urbano da Capital. Ela ainda informou que a Zeis abrange os bairros

Agronomicos, Jose Mendes, Trindade e Saco dos Limoes.

Pelo projeto, o municipio assume a responsabilidade de desenvolver nesses locais, em pareceria

com a comunidade, programas de educacao ambiental, geracao de trabalho e renda, acao social,

alem de projetos de regularizacao fundiaria, urbanistica e de edificacoes.

Nessas areas devem ser instalados equipamentos como pracas, postos policiais e de saude,

centros sociais, unidades de educacao infantil e fundamental, alem de restaurantes populares. A

Zeis ainda vai receber programas de pavimentacao, abastecimento de agua, esgotamento

sanitario, drenagem, coleta de lixo, transporte coletivo, telecomunicacoes, iluminacao publica,

recuperacao ambiental e saude publica.

Outro ponto ressaltado na reuniao foi a construcao do clube social: um predio de dois

pavimentos, no alto da Caieira do Saco dos Limoes, equipado com piscina, quadra polivalente,

salao de festa, playground, setor de atendimento para idosos, escolas profissionalizantes e areas

de lazer.

sentante da comunidade do Morro da Mariquinha, Rui Alves, sugeriu que a comunidade

acompanhe a delimitacao do parque e que tambem par

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http://www.cfh.ufsc.br/~laam/macico/simposio.htm

Histórico

Algumas das comunidades mais tradicionais de Florianópolis, na Ilha de Santa Catarina, estabeleceram-se desde o início do século XX nos morros situados imediatamente a Leste do centro histórico da cidade. Com a acentuada expansão urbana verificada desde a década de 1970 em direção ao bairro da Trindade (Campus da UFSC, ELETROSUL), esses morros foram envolvidos e passaram a constituir-se no verdadeiro “Maciço Central” da cidade, onde residem, atualmente, cerca de 35.000 habitantes. As cotas mais altas foram sendo progressivamente ocupadas por uma urbanização classificada como “sub-normal”, com famílias de baixa renda habitando residências pequenas e precárias, em áreas de alta declividade (ver também SCHEIBE & BUSS, 2002; PIMENTA & PIMENTA, 2002) caracterizadas pela falta de elementos básicos de infraestrutura, como sistema viário, saneamento e recolhimento regular de lixo junto aos domicílios. Como o acesso de cada comunidade é realizado através de trilhas e escadarias para o alto, transversais às curvas de nível, a ocupação foi sendo feita sem vias de comunicação diretas entre as mesmas, e cada uma constituiu sua forma de associação ou Conselho Comunitário, geralmente com sentido reivindicatório. Nos últimos anos, vários desses conselhos se reuniram para constituir o Fórum das Comunidades do Maciço Central do Morro da Cruz, que vem atuando através de três comissões principais. Visando melhor se instrumentalizar para atingir suas metas, e em especial, elaborar um “Plano Diretor” para o Maciço, as comissões de Educação, Esporte, Cultura e Lazer; de Meio Ambiente; e de Segurança Pública do Fórum elaboraram documentos apresentando suas demandas prioritárias, ressaltando os sinais de degradação sócio-ambiental crescente nas diversas comunidades, e buscaram suporte técnico para consolidação das suas iniciativas junto ao Laboratório de Análise Ambiental do Departamento de Geociências (LAAm), e ao Laboratório de História, Cultura e Desenho da Cidade (CIDADHIS) da Universidade Federal de Santa Catarina. Foi então criado o “Plano Comunitário de Urbanização e Preservação do Maciço Central de Florianópolis”, inicialmente como um projeto de extensão coordenado pelo LAAm, cujo objetivo central é colaborar com a Comissão de Meio Ambiente do Fórum na elaboração de seu plano de urbanização e preservação. No decorrer do projeto, no entanto, diversas atividades de pesquisa foram e estão sendo implementadas.

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Comunidades

Algumas das comunidades abrangidas pelo Projeto "Plano de Urbanização e Preservação do Maciço Central de Florianópolis", compreendendo um total de aproximadamente 30 mil habitantes, são:

• Alto da Caieira do Saco dos Limões • Horácio • Mariquinha • Mocotó • Monte Serrat • Nova Descoberta • Penitenciária • Queimada • Serrinha • Tico-Tico

Participam também:

• Associação de Difusão Comunitária Guarapuvu • Centro Cultural Escrava Anastácia – Projeto Travessia • Centro Social Educativo Nossa Senhora do Monte Serrat • Escolas Estaduais Básicas: Antonieta de Barros, Celso

Ramos, Henrique Stodick, Hilda Teodoro, José Simão Hess, Jurema Cavallazzi, Lauro Muller, Lúcia do Livramento Mayvorne, Padre Anchieta e Silveira de Souza. E Centro de Educação Infantil Cristo Redentor. Redentor.

SEMANA DO MEIO AMBIENTE

04,05 e 06 de Junho, 2003

OBJETIVO INTEGRAÇÃO CIDADE - MACIÇO: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A

QUALIDADE DA VIDA

Para o sociólogo alemão Claus Offe, uma das estratégias preferidas dos detentores do poder é o não reconhecimento de uma determinada realidade, situação ou acontecimento. Essa “não realidade” implica em “não decisões”, ou seja, na ausência deliberada de ações ou políticas públicas em relação a ela.

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Este tem sido um dos traços mais constantes do atual poder municipal de Florianópolis quando o tema é a chamada ocupação irregular, em moradias “sub-normais”, do Maciço Central do Morro da Cruz e de outras áreas habitadas pelas populações mais pobres de nossa cidade. Por isso mesmo é tão importante o trabalho realizado pelas comissões de Meio Ambiente e de Educação do Fórum do Maciço, esta última envolvendo direção e professores de mais de uma dezena de escolas básicas estaduais e centros de educação infantil que vêm buscando formas mais adequadas para atender os milhares de crianças desses morros. Através da I MOSTRA AMBIENTAL DO MACIÇO CENTRAL DE FLORIANÓPOLIS (Assembléia Legislativa, 04-06/06/2003 - Semana Mundial do Meio Ambiente), essas escolas puderam explicitar os contrastes Morro-Cidade e alguns de seus trabalhos e projetos : reciclando o lixo, estudo da sexualidade, sabor e saber, a luta contra a violência da pobreza, da fome e da exclusão, que culmina no narcotráfico. Mais de 3.000 alunos participaram da Mostra expondo trabalhos, cantando, dançando, representando ou percorrendo todos os painéis e estandes, os olhos brilhantes e o sorriso largo pelo orgulho de despertar em todos os outros visitantes a emoção, a ternura e o reconhecimento de seu valor cidadão.Mas acima de tudo, tornando visível e concreta a exigência de uma verdadeira integração cidade-maciço através de políticas públicas para a qualidade da vida, as políticas que lhes vêm sendo sistematicamente negadas pelo faz-de-conta insensível de quem finge que eles, ou seus pais, irmãos e avós, simplesmente não existem. Luiz Fernando Scheibe Coordenador do Projeto "Plano Comunitário de Urbanização e Preservação do Maciço Central de Florianópolis"

ORGANIZAÇÃO - FÓRUM DAS COMUNIDADES DO MACIÇO CENTRAL DO MORRO DA CRUZ - COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO MACIÇO: EEBs: Antonieta de Barros; Celso Ramos; Henrique Stodick; Hilda Theodoro; Jurema Cavallazzi; Lauro Muller; Lúcia do Nascimento Mainworne; Padre Anchieta; CEI Cristo Redentor - PROJETO DE EXTENSÃO: Plano Comunitário de Urbanização e Preservação do Maciço Central de Florianópolis (LAAm+LABGEOP+LABCLIMA+CIDADHIS/UFSC) APOIO - ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA - PROEXTENSÃO, PRÓ-REITORIA DE CULTURA E EXTENSÃO DA UFSC

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Bibliografia

BATISTA, Gisele Victor. A Geo-grafia: a paisagem desenhada aos olhos dos moradores do Morro do Mocotó.Florianópolis. Trabalho de Conclusão de Curso. UFSC. 2002. CANCLINI, Néstor G. As Culturas Populares no Capitalismo. SP. Brasiliense, 1983. FRANZONI, Tereza Mara. As "Perigosas" Relações entre Movimento Popular Comunitário e Administração Pública Municipal na Ilha de Santa Catarina. Florianópolis, Ppgas, UFSC, 1993. _____________________ & CANELLA, Francisco. A Luta Pela Terra na Periferia Urbana. In: Encontro Estadual de História. Florianópolis, 1991. GOMES, Maria Soledad de Arruda. Coletivismo no Bairro: uma análise sobre o fenômeno da participação. Florianópolis. Dissertação de Mestrado, UFSC, 1987. IPUF. Infra-estrutura das Áreas Carentes da Cidade de Florianópolis, 1993. LISBOA, Armando de M. Economia das Organizações Populares: uma dinâmica paradoxal. Florianópolis, Rel. Pesq./ CNM, UFSC, 1994. MACHADO, Claudia Xavier. Análise Sócio-Ambiental do Morro da Mariquinha - Maciço Central de Florianópolis. Florianópolis. Trabalho de Conclusão de Curso. UFSC. 2002. PEREIRA, Elson Manoel. Gestão do Espaço Urbano: um estudo de caso das áreas central e continental da cidade de Florianópolis. Dissertação de Mestrado em Administração. Florianópolis, UFSC, 1992. RIZZO, Paulo B. Do Urbanismo ao Planejamento Urbano. Utopia e Ideologia: caso de Florianópolis. 1950 a 1990. Florianópolis, Dissertação de Mestrado, UFSC, 1993. VIEIRA, Geraldo José. Mont-Serrat - Maciço Central de Florianópolis (SC): alguns aspectos geográficos. Florianópolis. Trabalho de Conclusão de Curso. UFSC. 2003

http://www.overmundo.com.br/overblog/documentario-macico-ilumina-morros-da-ilha Documentário MACIÇO ilumina morros da Ilha Maciço. É um nome com cedilha. Assim como maçarico. Que também faz luz com o fogo e às vezes serve para fundir metais duros. O documentário joga luz sobre as favelas que circundam o Morro da Cruz. E acende a brasa de um debate que precisa acontecer. Florianópolis, ou Floripa, como é conhecida, é uma cidade que ganhou, nos últimos anos, cada vez mais notoriedade na mídia como destino turístico e reduto de belezas naturais incomparáveis. É evidente que se a divulgação existe se refere a uma realidade. Mas como ensinava um velho sábio, constitui erro tomar uma abstração (uma parte do todo) como realidade absoluta. Vale considerar que, marginalmente ao perfil turístico da porção insular

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da cidade, se desenrolam dramas humanos e riquezas culturais inaparentes ao olhar menos profundo. O olhar de Pedro MC e sua equipe (especialmente o toque feminino na pesquisa, nas entrevistas e na co-produção de Karen Christine Rechia, doutoranda em História do Brasil na Unicamp) destrincha a realidade do Maciço do Morro da Cruz e dá, com os depoimentos pinçados, uma boa amostra da vida dos mais de 30 mil habitantes das 17 comunidades que o compõem. Dá espaço à voz dos moradores das favelas. E, como dizem os antropólogos, não existe a verdade, existem as vozes. Daí a importância de se falar sobre o filme neste espaço. É possível que o filme tenha se transformado, sem deliberação prévia, em registro histórico relevante. As obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal) em Florianópolis se concentrarão na chamada revitalização do Maciço do Morro da Cruz. Em um espaço de tempo relativamente curto nada mais será como é. Aliás, as obras já começaram, portanto tudo já está em transformação. Assisti à pré-estréia e tive a idéia de escrever a respeito. Depois assisti à exibição que aconteceu em frente ao Museu Victor Meirelles. Quem não assistiu ainda tem várias oportunidades para isso, durante o Circuito de Exibição OLHAR.DOC. Sensação ao assistir Na pré-estréia, que aconteceu no CIC (Centro Integrado de Cultura), houve duas sessões. A primeira para convidados e a segunda aberta ao público em geral. Ambas gratuitas. Assisti à segunda sessão. Logo de início fui surpreendido pela animação bem cuidada de abertura com os créditos. Em seguida o convite à imersão vem na forma de bateria de escola de samba, num crescendo, e logo arremessa os olhos numa cena simples, num corredor em aclive, com crianças brincando na precariedade inconsciente. Os espectadores reagiram com risos em muitos trechos, já que certos depoimentos carregam aquela jocosidade possível, resignada. Para não estragar a experiência alheia, não dou mais detalhes sobre cenas específicas. Apenas ressalto que as entrevistas, guardada a provável "pose" que as pessoas fazem ao se saberem filmadas, são muito espontâneas. A produção não é exagerada, e esse é um trunfo excepcional do filme. Pedro MC conseguiu captar, tanto quanto possível, a realidade cotidiana das pessoas. E também abriu a janela para que falassem de sonhos, medos, dificuldades e alegrias. No Museu Victor Meirelles foi interessante presenciar a exibição ao ar livre, com projeção na parede externa. A cidade na tela e a cidade em volta. Sirenes presentes tocando uma esquina adiante enquanto na tela/parede alguém falava das dificuldades enfrentadas na relação com o estado. Créditos finais subindo ao som de uma canção cuja estrofe repetia "crianças do gueto" ao mesmo tempo que meninos pobres passavam eludindo os olhares. No intervalo entre as sessões que presenciei, assisti a dois documentários que têm alguma relação com Maciço. Santa Marta: Duas semanas no morro, do Eduardo Coutinho, e Notícias de uma guerra particular, do João Moreira Salles. É sensível a influência desses diretores sobre o trabalho de Pedro MC. É necessário dizer, entretanto, que Maciço tem vida própria e autônoma. E um dos detalhes que o faz singular é justamente a forma de distribuição livre escolhida pelo diretor. Circulação do filme O documentário foi contemplado no Edital Cinemateca Catarinense / Fundação Catarinense de Cultura. Como teve financiamento com dinheiro público, o diretor defende (e pratica) a distribuição livre. Na fase atual, com as exibições gratuitas que vêm ocorrendo e continuarão ao longo do próximo mês. Na etapa seguinte, com suporte de mídia digital. Quer antes, apenas, elaborar um DVD bem produzido, com extras etc., para não "soltar" arquivo com cópia de má qualidade. É um zelo ao qual tem direito.

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O Circuito de Exibição OLHAR.DOC tem um formato inovador. Consta no site de divulgação que "A ideia é perpendicular à estrutura de um festival ou de um cineclube, pois ao invés de vários filmes serem exibidos num mesmo local, apenas um audiovisual será projetado em diversos pontos(...) Após cada projeção do Olhar.Doc um ou mais convidados farão um debate a respeito dos temas suscitados no filme. Sobre o longa-metragem “Maciço”, que teve pré estreia no Cinema do CIC no dia 10 de março de 2009, as discussões não passam apenas sobre a produção, a narrativa e o mercado de audiovisual, mas também sobre a própria visibilidade das comunidades retratadas no filme." Uma dificuldade, que já começa a incomodar o diretor, é dar retorno às comunidades agora que o produto final está pronto. Tanto no CIC quanto no Museu Victor Meirelles, não havia presença significativa de pessoas das comunidades documentadas. Perguntei sobre isso durante o debate que aconteceu após a exibição no Museu. Segundo Pedro, é difícil atrair os moradores do Maciço a lugares considerados "elitistas". Mas o filme vai subir o morro. Já está em processo o agendamento de sessões nas comunidades. Por enquanto, vai cumprindo outra de suas missões: colocar em pauta a questão do espaço urbano em Florianópolis. Troca cultural Assistir Maciço propicia também uma reflexão sobre como, ao modo descrito por Paulo Freire, o oprimido tende a reproduzir o opressor. Várias falas dos entrevistados são carregadas de preconceitos e lugares-comuns, muitas vezes assimilados a partir dos meios de comunicação de massa (leia-se tevê). Por outro lado é impressionante e inesperada também a originalidade de alguns discursos. A invisibilidade de quem faz o carnaval, o samba, o rap e os cultos religiosos de matriz africana ou toca projetos sociais começa a se desfazer em Floripa. E o caminho da troca cultural entre os morros e o resto da cidade, seja em ascensão ou descida, começa a ser mais transitado.

Universidade Federal de Santa Catarina Anais da 6ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 16 a 19 de Maio de 2007

Trabalho

http://www.sepex.ufsc.br/anais_6/trabalhos/634.html

Fórum do Maciço do Morro da Cruz

Área Temática: Meio Ambiente

Título: Organização da 3a. Mostra Ambiental do Maciço do Morro da Cruz

Nome do Grupo: Laboratório de Análise Ambiental - LAAm

Apoio financeiro:

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Apoio de Editais internos da UFSC:

Nenhum

Instituicoes Envolvidas:

Fórum do Maciço do Morro da Cruz - FMMC

Tipo de Exposição: Painel

Nome do Autor: LUIZ FERNANDO SCHEIBE

e-mail do Autor: [email protected]

Fone do Autor: (48)3721-8813

Unidade/Setor: CFH-DEPTO DE GEOCIENCIAS

Curso:

Centro: CFH Co-autor(es): Maria Dolores Buss, Harideva Marturano Égas, Luciano Augusto

Henning, Cinara Zabot Pellerin, Elisete Gesser Della Giustina Dacoregio.

Colaborador(es):

Resumo: Mais uma vez o morro mostra a sua cara! Aconteceu nos dias 04 e 05 de setembro de 2006 na Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC), em Florianópolis a III Mostra Ambiental do Maciço do Morro da Cruz. Tendo como Mote: Integração Centro – Morro: Políticas Públicas para a Qualidade de Vida. Participaram do evento as 14 Unidades de Ensino que fazem parte da Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz (FMMC), abordando o conceito de natureza, aspectos culturais, visões específicas sobre meio ambiente e a cidade, e mostrando também projetos desenvolvidos nas escolas como hortas, compostagem de resíduos orgânicos, educação ambiental, dentre outros. Florianópolis tem sido mostrada como a “capital da qualidade de vida”, com o quarto maior o IDH do país, pelos meios de comunicação. No entanto, esse “jargão” esconde toda uma população, que não é atendida pelo poder público. O Maciço do Morro da Cruz apresenta em torno de 30.000 habitantes vivendo em condições precárias. A mostra teve como objetivo expor os trabalhos, disseminar os contrastes e reivindicações da população fazendo com que as crianças e jovens participem da transformação da sua cidade “oficiosa” em uma cidade “oficial”. A organização compreendeu uma reunião preparatória, elaboração de folder, montagem e acompanhamento das exposições e documentação do evento com fotografias e anotações. Foi assumida pela Comissão de Educação do Fórum do Maciço e contou com a colaboração do Laboratório de Análise Ambiental (LAAm), que desde 2001, em conjunto com o Laboratório de Geoprocessamento (LABGEOP) e o Núcleo de História, Cultura e Desenho da Cidade (CIDADHIS) desenvolve o projeto de extensão ´Plano Comunitário de Urbanização e Preservação do Maciço Central de Florianópolis´. A mostra Ambiental trouxe como resultado, a discussão das políticas públicas e cidadania, e também evidenciou suas reivindicações para os deputados e demais pessoas da sociedade que passavam no Hall da ALESC. Políticas públicas são temas já bem debatidos pelo Fórum do Maciço do Morro da Cruz, que mostra uma organização social já consolidada, através das Comissões de Educação e de Meio Ambiente. A degradação sócio-ambiental pela

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falta de políticas públicas habitacionais, como a discussão do Plano Diretor e a implementação das ZEIS e do Parque Urbano do Morro da Cruz são questões que estão sendo evidenciadas, efetivando a Mostra Ambiental como evento permanente no Calendário das Unidades de Ensino do FMMC.

Palavras-chave: Mostra Ambiental,Fórum do Maciço do M. da Cruz,Comissão de Educação do FMMC

http://www.floripanuncios.com/noticias_ver.php?COD_NOTICIA=36 18/03/2008 - Dário Berger e Lula no Maciço do Morro da Cruz

Durante o lançamento da Operação Tapete, II hoje à tarde, o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, anunciou que na próxima quinta-feira, 20, o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, estará no Maciço do Morro da Cruz assinando a ordem de serviço para revitalização do local. Vão ser gastos no maciço R$ 47 milhões, repassados pelo Programa de Aceleração do Crescimento, para melhorar a vida de 17 comunidades. A liberação dos recursos ocorreu em julho do ano passado no gabinete da presidência da república. As obras no maciço abrangem melhorias na infra-estrutura de água e esgoto, pavimentação, drenagem, construção de escadarias e muros de contenção. No projeto estão previstas também a identificação de moradias em situação crítica, construção de equipamentos comunitários, além de benfeitorias no sistema de vias e caminhos rústicos para elaboração de um futuro projeto de sistema viário. O Maciço do Morro da Cruz compreende uma área de 2,1 milhões de metros quadrados ocupada por população estimada de 22,7 mil pessoas, totalizando cerca de 6 mil famílias distribuídas em 17 comunidades. Parte da área, cerca de 1,4 milhão de metros quadrados, vai ser destinada à implantação do Parque do Maciço do Morro da Cruz e construção de uma sede na Rua General Vieira da Rosa. Tapete Preto II Ao falar sobre o programa de pavimentação asfáltica em sua administração, Dário Berger lembrou que quando assumiu a prefeitura, em 2005, mandou fazer um diagnóstico sobre as ruas que não eram pavimentadas e constou que cerca de 1.200 não tinham esta cobertura. “Na primeira edição da Operação Tapete Preto pavimentamos 300. Além disso, temos outro programa de mutirão envolvendo a comunidade para colocar lajotas em ruas com menos de 250 metros de extensão”, disse. Dário ressaltou que até o final de seu mandato pretender pavimentar aproximadamente 600 ruas. De acordo com o prefeito, a pavimentação e drenagem nas vias públicas da Capital é uma promessa de campanha e que está sendo realizada para melhorar a qualidade de vida e a auto-estima dos moradores.

http://www.cidades.gov.br/noticias/presidente-da-inicio-a-obras-do-pac-em-florianopolis-sc/